Conceito Básico em vacinação.
-Caracterização e categorização de vacinas
-Métodos de aplicação
-Controle de endemías
-Descarte e correta utilização de agulhas
4. AO PERCEBEREM QUE OS SOBREVIVENTES de um ataque de varíola não voltavam a sofrer da
doença, muitos povos tentaram provocar a moléstia numa forma mais branda.
Os primeiros registros desta prática, que recebeu o nome de variolização, remontam aos
chineses. Era conhecida entre diversos povos da África e da Ásia, como hindus, egípcios, persas,
circassianos, georgianos, árabes.
As técnicas diferiam: algodão, com pó de crostas ou pus inserido no nariz, vestir roupas íntimas
de doentes, incrustar crostas em arranhões, picar a pele com agulhas contaminadas, fazer um
corte na pele e colocar um fio de linha infectado ou uma gota de pus.
Embora a variolização pareça ter sido praticada em algumas regiões da França, na Escócia, no
País de Gales e na Itália, atribui-se sua introdução na Europa à Lady Mary Wortley Montagu,
mulher do embaixador britânico na Turquia, que fez inocular seus filhos.
De Londres, a prática se espalhou pelo continente, popularizada pela adesão da aristocracia.
Foram imunizados as princesas reais Amélia e Caroline, na Inglaterra, Luís XVI, na França,
Catarina II, na Rússia
5. A varíola é uma doença infecciosa, contagiosa e grave.
Antiga
México
América - Colombo
A primeira causa registrada no Brasil ocorreu em 1563,
matando várias pessoas, principalmente os índios.
O último caso ocorreu na Somália em 1977.
Década de 80
6. EDWARD JENNER, um médico inglês, observou que um número expressivo de
pessoas mostrava-se imune à varíola. Todas eram ordenhadoras e tinham se
contaminado com cowpox, uma doença do gado semelhante à varíola, pela
formação de pústulas, mas que não causava a morte dos animais. Após uma
série de experiências, constatou que estes indivíduos mantinham-se refratários
à varíola, mesmo quando inoculados com o vírus.
Em 14 de maio de 1796, Jenner inoculou James Phipps, um
menino de 8 anos, com o pus retirado de uma pústula de Sarah
Nelmes, uma ordenhadora que sofria de cowpox O garoto
contraiu uma infecção extremamente benigna e, dez dias depois,
estava recuperado. Meses depois, Jenner inoculava Phipps com
pus varioloso. O menino não adoeceu. Era a descoberta da
vacina
Para muitos, a imunização causava repulsa
7. A 6 DE JULHO DE 1885, chegava ao laboratório de Louis Pasteur
um menino de 9 anos, Joseph Meister, que havia sido mordido por
um cão raivoso.
Pasteur, que vinha desenvolvendo pesquisas na atenuação do vírus
da raiva, injetou na criança material proveniente de medula de um
coelho infectado.
Ao todo, foram 13 inoculações, cada uma com material mais
virulento. Meister não chegou a contrair a doença.
A 26 de outubro, o cientista francês comunicava à Academia de
Ciências a descoberta do imunizante contra a raiva.
Raiva
8. A raiva é uma zoonose (doença transmitida de animais para o
homem) causada por um vírus.
É uma das doenças mais graves que se tem conhecimento, com
taxa de mortalidade de quase 100%.
Geralmente através da mordida e inoculação do vírus presente na
saliva dentro da pele.
• Confusão mental.
• Desorientação.
• Agressividade.
• Alucinações.
• Dificuldade de deglutir.
• Paralisia motora.
• Espasmos musculares.
• Salivação excessiva.
O vírus da raiva tem atração pelas células do
sistema nervoso, invadindo imediatamente os
nervos periféricos após ser inoculado através da
pele. Quando nos nervos, o vírus passa a se
mover lentamente, cerca de 12 milímetros por dia,
em direção ao sistema nervoso central. Ao chegar
no cérebro, o vírus causa a encefalite rábica, a
temida complicação que leva os pacientes à
morte.
9. Em 1909, Albert Calmette e Camille Guerin, do Instituto Pasteur,
comunicavam à Academia de Ciências Francesa o desenvolvimento de
um bacilo de virulência atenuada, proveniente de sucessivas culturas
em bile de boi, com capacidade imunizante contra a tuberculose.
BCG
Era o BCG, que, após uma série de testes, passou a ser
regularmente utilizado como vacina. Primeiro imunizante
bacteriano atenuado, o BCG foi introduzido no Brasil em
1925 e é atualmente aplicado em crianças recém-nascidas
Bacilo Calmette-Guérin
Meningite tuberculosa e a Tuberculose miliar
Como meu conhecido teve TB?
10. NENHUM IMUNIZANTE CONTRIBUIU TANTO para a popularização das vacinas como o contra a
poliomielite. Conhecida desde a Antiguidade, a doença passou a assumir importância como problema de
saúde pública no final do século passado, ao irromper de forma epidêmica nos Estados Unidos e na
Europa.
Foi o primeiro imunizante no mundo a ser produzido em cultura
de tecidos (células de rim de macaco) e reunir mais de uma
subespécie de vírus (poliovírus I, II e III)
11. A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda, causada por um vírus que vive
no intestino, denominado Poliovírus;
A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e
estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções
respiratórias como gripe - febre e dor de garganta - ou infecções gastrintestinais como
náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarréia.
Paralisia de MMII (assimétrica)
Uma pessoa pode transmitir diretamente para a outra através da boca, com material
contaminado com fezes (contato fecal-oral), o que é crítico quando as condições
sanitárias e de higiene são inadequadas - Crianças mais novas, que ainda não
adquiriram completamente hábitos de higiene, correm maior risco de contrair a doença.
O Poliovírus também pode ser disseminado por contaminação da água e de alimentos
por fezes.
13. Em meados de 1904, chegava a 1.800 o número de internações devido à varíola no Hospital São Sebastião.
Mesmo assim, as camadas populares rejeitavam a vacina, que consistia no líquido de pústulas de vacas
doentes.
A principal causa foi a campanha de vacinação obrigatória
contra a varíola, realizada pelo governo brasileiro e
comandada pelo médico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz.
O clima de descontentamento popular com outras
medidas tomadas pelo governo federal, que afetaram
principalmente as pessoas mais pobres.
14.
15. VACINA DE VÍRUS VIVO ATENUADO
São feitas de vírus vivos que passaram por procedimentos que os enfraqueceram
Elas possuem maior risco de causar efeitos adversos
Os seus efeitos adversos podem ocorrer mais tardiamente (de 5 a 20 dias após a vacina)
Os efeitos adversos se parecem mais com o da doença selvagem, apesar de mais brandos
A resposta imunológica a uma vacina de vírus vivo atenuado pode interferir em outra do mesmo tipo
São contraindicadas para gestantes e pessoas com imunidade baixa
Sofrem interferência de células imunológicas específicas. Por isso, que pessoas que recebem imunoglobulinas,
soros, sangue total, etc, devem aguardar de 3 a 11 meses, antes de receber uma vacina desse tipo.
•BCG
•Dengue
•Febre amarela
•Herpes zoster
•Poliomielite oral
•Rotavírus
•Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
•Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
•Varicela
16. VACINAS DE VÍRUS INATIVADOS OU MORTOS
São compostas de vírus inteiros que não estão vivos ou apenas pedações desses vírus.
Os eventos adversos em geral são precoces, de 24 a 48 horas após a vacinação.
Como esses vírus não são capazes de se multiplicar, essas vacinas não são capazes de produzirem doenças.
Os efeitos adversos são relacionados com resposta inflamatória como dor, inchaço, calor ou vermelhidão no local
da aplicação.
Geralmente necessitam de várias aplicações para conseguir gerar uma resposta duradoura.
A resposta de uma vacina não interfere na outra e por isso podem ser aplicadas sem intervalo mínimo entre
elas, ou ao mesmo tempo.
Podem ser usadas em gestantes ou pessoas imunodeprimidas.
•Dupla do tipo adulto (difteria e tétano)
•Haemophilus influenzae do tipo b
•Hepatite A
•Hepatite B
20. A primeira publicação de normas e instruções sobre vacinações
integrava o conteúdo do Manual de Vigilância Epidemiológica e
Imunizações, editado no ano de 1977. O primeiro Manual de
Vacinação foi publicado em 1984, seguindo-se, a partir dai, uma serie
de edições e reedições de documentos técnicos que abordavam os
diferentes aspectos da pratica de imunização;
Em um pais de dimensoes continentais;
O SUS conta hoje com aproximadamente 35 mil salas de vacinação.
21. Fatores que influenciam a resposta imune
Idade
No primeiro ano de vida, o sistema imunológico ainda esta em
desenvolvimento. Para algumas vacinas, devido a sua
composição, e necessária a administração de um numero maior
de doses, de acordo com a idade, como ocorre com a vacina
conjugada pneumocócica 10 valente, a meningocócica C e a
vacina hepatite B.
Gestação
As gestantes não devem receber vacinas vivas, pois existe a
possibilidade de passagem dos antígenos
vivos atenuados para o feto e de causar alguma alteração, como
malformação, aborto ou trabalho de
parto prematuro.
Amamentação
De maneira geral, não ha contraindicação de aplicação
de vacinas virais atenuadas para as mães que estejam
amamentando, pois não foram observados eventos
adversos associados a passagem desses vírus para o
recém-nascido. No entanto, a vacina febre amarela
não esta indicada para mulheres que estejam
amamentando, razão pela qual a vacinação deve ser
adiada ate a criança completar seis meses de idade.
Na impossibilidade de adiar a vacinação, deve-se
avaliar o beneficio pelo risco. Em caso
de mulheres que estejam amamentando e tenham
recebido a vacina, o aleitamento materno deve ser
suspenso preferencialmente por 28 dias apos a
vacinação (com o mínimo de 15 dias).
22. Fatores que influenciam a resposta imune
Reação anafilática
Alguns indivíduos poderão apresentar reação
anafilática a alguns componentes dos imunobiologicos.
No mecanismo dessa reação, estão envolvidos os
mastócitos. A reação ocorre nas primeiras duas horas
apos a aplicação e é caracterizada pela presença de
urticaria, sibilos, laringe espasmo, edema de lábios,
podendo evoluir com hipotensão e choque anafilático.
Geralmente, a reação anafilática ocorre na primeira vez
em que a pessoa
Pacientes imunodeprimidos
Os pacientes imunodeprimidos – devido as neoplasias ou ao
tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia, corticoide em
doses elevadas, HIV/aids – deverão ser avaliados caso a caso
para a administração adequada de imunobiologicos. Tais
pacientes não deverão receber vacinas vivas.
Notas do Editor
Não é porque uma pessoa se vacinou contra uma doença que ela está 100% protegida contra a mesma.
Resposta vacinal é a criação de anticorpos específicos que nosso sistema imune produz ao ser estimulado por uma vacina.
A resposta vacinal varia de uma pessoa para outra. Pessoas com imunodeficiências também terão uma menor resposta às vacinas.
Esta situação cria um paradoxo onde as pessoas que mais têm risco de evoluir com complicações caso fiquem doentes, são justamente as que podem apresentar menor resposta à vacina.
É por isso que quando vacinamos todas as pessoas, aquelas que tem maior risco de complicações e as que não, além de proteger as pessoas saudáveis, ajudamos também as que não tomaram ou responderam pouco.
Pois, as pessoas com boa imunidade que tomam a vacina e ficam protegidas da doença funcionam como um escudo protegendo aquelas que não ficaram totalmente imunes ou que não podem tomar a vacina.
É a chamada Imunização de rebanho.
Veja na ilustração abaixo como funciona a Imunização de rebanho: