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FIAP - FACULDADE DE INFORMÁTICA E ADMINISTRAÇÃO PAULISTA
TURMA 41 PMI
TRANSFORMANDO UMA EMPRESA BASEADA EM
PROCESSOS FUNCIONAIS EM UMA EMPRESA PROJETIZADA
Alexandre Corsi Abdalla
Douglas Xavier da Fonseca
Marcos Marcelo Marques
São Paulo
2009
AlexandreCorsiAbdalla
DouglasXavierdaFonseca
MarcosMarceloMarques
TRANSFORMANDOUMAEMPRESABASEADAEM
PROCESSOSFUNCIONAISEMUMAEMPRESA
PROJETIZADA
FIAP
Transformando uma empresa baseada em processos funcionais em uma em-
presa projetizada.
Alexandre Corsi Abdalla
Douglas Xavier da Fonseca
Marcos Marcelo Marques
Monografia apresentada à FIAP - Facul-
dade de Informática e Administração Pau-
lista, para obtenção do título de MBA em
Gestão de Projetos PMI®
Área de Concentração: Gestão de Proje-
tos.
Orientador: Danúbio Becker Borba
São Paulo
2009
Transformando uma empresa baseada em processos funcionais em uma em-
presa projetizada
Alexandre Corsi Abdalla
Douglas Xavier da Fonseca
Marcos Marcelo Marques
Monografia apresentada à FIAP - Facul-
dade de Informática e Administração Pau-
lista, para obtenção do título de MBA em
Gestão de Projetos PMI®.
Área de Concentração: Gestão de Proje-
tos.
Orientador: Danúbio Becker Borba.
Aprovado em: ___/____/_____
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. ___________________________________________________________
Instituição:____________________ Assinatura:____________________________
Prof. Dr. ___________________________________________________________
Instituição:____________________ Assinatura:____________________________
Prof. Dr. ___________________________________________________________
Instituição:________________ Assinatura:________________________________
RESUMO
ABDALLA, Alexandre Corsi; FONSECA, Douglas Xavier da; MARQUES, Marcos
Marcelo. Transformando uma empresa baseada em processos funcionais em
uma empresa projetizada. 2009. 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Monogra-
fia) – FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista, São Paulo, 2009.
No mercado globalizado atual, as empresas buscam lucro e prestação de
serviço com maior qualidade e agilidade, mantendo a fidelização de seus clientes,
assim como, conquistando novas oportunidades de negócios. O material apresenta-
do tem como objetivo principal a visão de uma empresa voltada para uma estrutura
de projetos funcionais com a transformação para uma estrutura projetizada. Foram
realizadas análises do Grupo ASSA, uma empresa de consultoria e outsourcing que
colabora com seus clientes na transformação dos processos de negócios utilizando
Tecnologia de Informação. Atualmente, o Grupo ASSA segue uma estrutura funcio-
nal em seus projetos. Com o levantamento de informações coletadas, foi possível
prover um ambiente de gestão de projetos e apontar falhas. Foram apresentadas
propostas de melhorias nos principais processos, dando uma visão de como e por-
que é vantajosa a mudança da organização para uma estrutura projetizada. O obje-
tivo foi o de gerar uma discussão com as vantagens de se adotar uma boa prática de
gestão de projetos contemplando as fases do projeto, tendo como guia as boas prá-
ticas do PMI® com base no PMBOK®. A gestão de projetos do Grupo ASSA é con-
duzida pela metodologia ASAP que é composta por cinco fases: Project Preparation,
Business Blueprint, Realization, Final Preparation e Go live & Support. Com a abor-
dagem efetuada, foi possível apresentar o processo atual, como também as propos-
tas que a organização poderá utilizar quando seus processos forem voltados para
uma estrutura projetizada, tendo assim a utilização de boas práticas de gestão de
projetos no início, meio e fim de cada projeto.
Palavras-chave: Projeto; Transformação; Processos.
ABSTRACT
ABDALLA, Alexandre Corsi; FONSECA, Douglas Xavier da; MARQUES, Marcos
Marcelo. Changing a company based on functional processes in a company
based on projects. 2009. 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) –
FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista, São Paulo, 2009.
In the current global marketplace the companies looking for profit and service
with the highest quality and agility, keeping the customers retention but also conquer-
ing new business opportunities. The material presented has as main goal the com-
pany vision directed toward a structure of functional projects with the transformation
for a structure based on projects. Analysis were carried out of Grupo ASSA, a con-
sulting and outsourcing company that collaborates with your customers in the trans-
formation of business processes using information technology. Currently the Grupo
ASSA follows a functional structure in your projects. With the survey information
gathered was possible provide an environment of project management and point
faults. We presented proposals for improvements in key processes giving an over-
view of how and why is advantageous change of the organization to one structure
based in projects. The goal was to generate a discussion with the advantages of
adopting a best practice of project management at all stages of the project, taking as
a guide to best practices of PMI® based on the PMBOK®. The project management
of Grupo ASSA is conducted by ASAP methodology which consists of five phases:
Project Preparation, Business Blueprint, Realization, Final Preparation and Go live &
support. With the approach made was possible to present the current process, and
also the proposals that the organization can use when their processes were based
on projects structure and thus the use of best practices in managing projects in the
beginning, middle and end of each project.
Keywords: Projects; Transformation; Process.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Grupo ASSA no mundo..............................................................................14
Figura 2: Clientes ......................................................................................................14
Figura 3: Grupo ASSA...............................................................................................16
Figura 4: Grupo ASSA esta entre as 10 principais fornecedoras. .............................16
Figura 5: Organograma macro do Grupo ASSA........................................................17
Figura 6: Prêmios do Grupo ASSA............................................................................18
Figura 7: ASAP..........................................................................................................21
Figura 8: Falha em gestão de projetos.....................................................................25
Figura 9: Falhas de portfólios....................................................................................34
Figura 10: Os três princípios universais. ...................................................................40
Figura 11: Modelo RACI............................................................................................41
Figura 12: Critério de priorização ..............................................................................43
Figura 13: Gráfico Bolha............................................................................................45
Figura 14: Evolução do escritório de projetos. ..........................................................48
Figura 15: Influência da estrutura organizacional nos projetos. ................................52
Figura 16: Iniciação. ..................................................................................................58
Figura 17: Planejamento. ..........................................................................................59
Figura 18: Execução .................................................................................................60
Figura 19: Monitoramento e controle.........................................................................61
Figura 20: Encerramento...........................................................................................61
Figura 21: Processos de Gerenciamento de Projetos ...............................................62
Figura 22: Framework ...............................................................................................65
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................8
2 METODOLOGIA DE ESTUDO E SOBRE A EMPRESA ........................................10
2.1 Apresentação da empresa.....................................................................12
2.2 Missão e valores do grupo ASSA ..........................................................12
2.3 Mercado de atuação..............................................................................13
2.4 Clientes..................................................................................................14
2.5 Organograma macro do Grupo ASSA ...................................................17
2.6 Prêmios .................................................................................................18
2.7 Parceiros estratégicos ...........................................................................19
2.8 Responsabilidade social – Programa Dando uma Mão.........................19
3 GESTÃO DE PROJETOS DO GRUPO ASSA .......................................................21
3.1 Kit básico...............................................................................................24
4 FALHAS APRESENTADAS NA GESTÃO DE PROJETOS ...................................25
4.1 Gestão de escopo .................................................................................26
4.2 Gestão de comunicação/RH..................................................................33
4.3 Gestão portfólios ...................................................................................34
5 PROPOSTAS DE MELHORIAS NA GESTÃO DE PROJETOS .............................35
5.1 Melhorias em gestão de escopo............................................................35
5.2 Melhorias na gestão de comunicação/RH .............................................39
5.2.1 Matriz de responsabilidade – RACI ....................................................41
5.3 Melhoria na gestão portfólios – pré-requisitos para uma boa gestão ....42
5.3.1 Critérios de priorização simples e eficaz ............................................42
5.3.2 Elaboração do Gráfico Bolha..............................................................44
5.4 Implementação de escritório de gerenciamento de projetos – PMO .....46
5.4.1 O Project Management Office (PMO)..............................................47
5.4.2 O papel do PMO nas estruturas organizacionais ............................50
5.4.3 Perfil do PMO no Brasil ...................................................................53
5.4.4 As mudanças na Cultura Organizacional ........................................55
5.4.5 Conclusão .......................................................................................57
5.5 Fluxo de processos – guia PMBOK®, versão 4.....................................57
5.5.1 Grupo de processos de iniciação ....................................................58
5.5.2 Grupo de processos de planejamento................................................59
5.5.3 Grupo de processos de execução...................................................60
5.5.4 Grupos de processos de monitoramento e controle........................61
5.5.5 Grupo de processos de encerramento ............................................61
5.5.6 Áreas de conhecimento...................................................................62
6 CONCLUSÃO.........................................................................................................63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................66
ANEXO A ..................................................................................................................69
ANEXO B ..................................................................................................................76
8
1 INTRODUÇÃO
O crescente uso de projetos como forma de efetuar negócios conduziu ao de-
senvolvimento de uma variedade de ferramentas e técnicas para um melhor geren-
ciamento de projetos (TURNER; KEEGAN, 1999). Entretanto, as taxas de falhas em
projetos ainda são elevadas e a consciência de que projetos não são realizados no
vácuo organizacional está crescendo.
A administração do gerenciamento de projetos se tornou o termo e o método
para gerir a multiplicidade de projetos paralelos numa organização; já a governança
via gerenciamento de projetos tornou-se o termo e o método para gerenciar vários
projetos em paralelo numa organização.
A Associação de Gerenciamento de Projetos (APM, 2004) define a governan-
ça via gerenciamento de projetos como:
Uma administração efetiva garantindo que os portfólios de projetos de uma
organização sejam alinhados com os objetivos da organização, sendo rea-
lizados com eficiência e sendo sustentável;
Uma administração que proporciona os meios pelos quais a diretoria e ou-
tros principais stakeholders de um projeto sejam alimentados com informa-
ções relevantes e confiáveis no momento exato.
Estando hoje as organizações em diferentes níveis de gestão de projetos,
surge a necessidade de uma categorização das diferentes técnicas conforme seus
esforços e retorno em relação ao contexto da orientação por projetos na organiza-
ção.
Para este fim, o estudo irá apresentar e propor meios para categorizar as dife-
rentes técnicas, com o objetivo de ser um guia, fazendo com que as organizações se
desenvolvam, mudando da orientação a processos (perfil funcional) a orientação por
9
projetos (perfil projetizada) de modo a balancear a magnitude do retorno e do inves-
timento.
Dentre as diversas organizações atuantes no Brasil, a empresa escolhida pa-
ra apresentar este desenvolvimento/mudança de perfil foi o Grupo ASSA. Uma con-
sultoria originária na Argentina, com fortíssima atuação no cenário nacional e Améri-
ca Latina, que já iniciou de forma moderada esta transformação voltada a um resul-
tado em longo prazo.
10
2 METODOLOGIA DE ESTUDO E SOBRE A EMPRESA
O Grupo ASSA colaborou de uma maneira extremamente positiva, disponibili-
zando informações de seus processos internos no tocante a Gestão de Projetos,
sendo eles positivos ou negativos, possibilitando, desta forma, uma visão mais am-
pla e realista do funcionamento da organização.
O levantamento de informações foi efetuado com a ajuda de uma metodologia
chamada Pesquisa Ação Participativa, sendo uma metodologia especialmente re-
comendada para estudar e levantar informações sob gerenciamento de mudanças
em organização, envolvendo-se conjuntamente funcionários e pesquisadores neste
processo. Com isso, foram realizadas entrevistas desde seu corpo diretivo até ge-
rentes, líderes de projeto e funcionários, partindo de uma idéia e critérios iniciais que
estão descritos abaixo:
Localização e análise dos fatos (elaboração dos planos de projetos);
Monitoramento e efeitos das implantações (projeto aprovado e em anda-
mento);
Avaliações de resultados (projeto finalizado e lições aprendidas apuradas).
Desta maneira são apresentadas as seguintes situações e questões:
A. Gestão de Projetos Atual – Perfil Funcional
Qual o foco de atuação e sua situação da organização no mercado atual?
B. Gestão de Projetos Futuro – Organização e orientação a Projetos – Perfil
Projetizada.
11
Com as propostas apresentadas, até onde a empresa poderá chegar?
Quanto tempo para realizar tal ação e quais os benefícios a organização te-
rá após essa mudança, visando à questão estratégica?
Com base nas informações pesquisadas junto ao Grupo ASSA, foi possível
elaborar um plano de ação com a situação atual de gestão de projetos da empresa e
propor mudanças, sendo elas em longo prazo. De maneira que, a organização se
desenvolva e tenha uma orientação a projetos, tornando-se cada vez mais orientada
a projetos, ou seja, projetizada. Tal ação irá proporcionar uma melhor gestão de pro-
jetos1
alinhado ao planejamento estratégico do Grupo ASSA.
Mediante as ações de pesquisas, a estrutura deste trabalho divide-se em três
partes:
Primeira Parte - Quem é o Grupo ASSA?
Apresentar o foco de atuação e situação de mercado atual da organização.
Segunda Parte – Condução da Gestão de Projetos do Grupo ASSA.
Uma visão de como são conduzidos os projetos da empresa, sendo atual-
mente uma organização voltada ao perfil Funcional.
Terceira Parte – Expor as falhas e apresentar melhorias no gerenciamento de
seus projetos.
Apontar as principais falhas de gestão de projetos, propondo melhorias, cu-
jo objetivo é desenvolver na organização uma orientação voltada a proje-
tos, tornando-se, assim, uma empresa projetizada.
1
Tendo como base nas boas práticas em gerenciamento de projetos – Guia PMBOK®.
12
2.1 Apresentação da empresa
Fundado em 1992, o Grupo ASSA é uma companhia com um approach de
negócios personalizado e diferenciado: Business Process Transformation Model®,
que colabora com as companhias no caminho para o BPM 2
e SOA.3
Oferece serviços de Planificação Estratégica de Tecnologias (roadmaps de
evolução); Melhora da Gestão de Processos (BPM); Implementação e integração de
aplicativos (ERP, CRM); modelos e ferramentas analíticas (Business Intelligence);
engenharia de software com base na metodologia CMMi; e consultoria tecnológica
em diversas plataformas.
2.2 Missão e valores do Grupo ASSA
 Missão:
O Grupo ASSA é uma empresa de consultoria e outsourcing de aplicativos
que tem como missão colaborar para a melhoria da gestão de processos de negó-
cios de seus clientes utilizando a Tecnologia da Informação.
 Valores:
Ética;
2
O Business Process Transformation Model do Grupo ASSA ® é uma abordagem de negócios com
foco na integração entre Pessoas + Processos + Aplicativos + Tecnologia, entregue através de duas
formas flexíveis de delivery: Consultoria e Outsourcing.
3
Service-oriented architecture (SOA), pode ser traduzido como arquitetura orientada a serviços, e é
um estilo de arquitetura de software cujo princípio fundamental preconiza que as funcionalidades
implementadas pelas aplicações devem ser disponibilizadas na forma de serviços.
13
Profissionalismo;
Comprometimento;
Trabalho em equipe;
Serviço ao cliente;
Consciência social.
2.3 Mercado de atuação
O Grupo ASSA entrega serviços de TI a companhias da Global Fortune 500,
líderes locais e multilatinas, através do modelo multi-sourcing sobre aplicativos SAP,
Oracle e sistemas legados, integrando-os com tecnologias de última geração.
Através de centros de serviços distribuídos pela América Latina, o Grupo
ASSA atende mais de 40.000 clientes usuários-finais SAP e JD Edwards 4
via mode-
los de entrega nearshore-offshore 5
.
4
O JD Edwards EnterpriseOne é uma suíte integrada de aplicativos de ERP que combina benefícios
para os negócios, tecnologia baseada em padrões e profunda experiência no setor em uma solução
com baixo custo total de propriedade (TCO).
5
O modelo pelo qual o “global” substitui o “local” no suprimento de serviços ligados à tecnologia e no
qual as grandes corporações extravasam as fronteiras dos países em que estão estabelecidas na
corrida pelos ganhos de competitividade.
14
Figura 1: Grupo ASSA no mundo.
Fonte: Grupo ASSA, 2009
2.4 Clientes
Os clientes advêm dos mais variados segmentos: manufatura, produtos de
consumo, farmacêutico, varejo, etc.
Figura 2: Clientes
Fonte: GRUPO ASSA, 2009.
15
Atualidades
Grupo ASSA fortalece a prática HCM.
A inclusão da tecnologia Peoplesoft HCM da Oracle, em nosso portfólio
de serviços faz parte da estratégia de novos negócios da prática de Human
Capital Management
Com o intuito de atender a crescente demanda do mercado ERP, o Grupo
ASSA acaba de incluir no seu portfólio de serviços a prática de Peoplesoft HCM da
Oracle. Esta nova prática trouxe também a incorporação da colaboradora Marilda
Marques que terá o objetivo de desenvolver projetos e novos negócios para os pro-
cessos de Human Capital Management (HCM) desta tecnologia. O Grupo ASSA já
possui reconhecida experiência e liderança na execução de projetos de implementa-
ção e serviços de outsourcing SAP® HCM em clientes globais, e será uma das pou-
cas consultorias na América Latina com experiência nas tecnologias SAP® e Ora-
cle.
Com 11 anos de experiência dedicados exclusivamente aos serviços de im-
plementação e outsourcing de Peoplesoft HCM, a colaboradora foi responsável por
grandes projetos antes e depois da venda da Peoplesoft à Oracle. Entre eles, desta-
cam-se projetos na Golden Cross, Citibank, Ambev, Saint Gobain, Sercomtel, Tele-
fonica e Avon.
“Ao unirmos a notória qualidade do Grupo ASSA na execução de serviços de
outsourcing na América Latina, e no mundo, com a expertise da Marilda no atendi-
mento ao segmento Peoplesoft HCM, formaremos a equipe necessária para nos tor-
narmos líderes deste segmento no mercado”, diz o diretor da empresa Paulo Eduar-
do Brugugnoli.
A Marilda revela que é cada vez maior o número de empresas que começam
a adotar tecnologias de suporte à gestão dos recursos humanos. “A metodologia e
experiência comprovadas do Grupo ASSA aliadas à prática do HCM são garantias
de que as demandas das áreas de Recursos Humanos serão atendidas com quali-
dade e nos prazos acordados”, observa.
16
A nova Líder da Prática de Peoplesoft HCM do Grupo ASSA é paulistana e
formada em Tecnologia e Sistemas da Informação pela FATEC São Paulo e come-
çou a sua carreira em TI com os sistemas de mainframe na Cummins-Brasil, Lacta e
Alcatel.
Figura 3: Grupo ASSA.
Fonte: Informação do setor de marketing do grupo ASSA (GRUPO ASSA, 2009).
Grupo ASSA esta entre as 10 principais fornecedoras de serviços de
Outsourcing no Brasil.
Figura 4: Grupo ASSA esta entre as 10 principais fornecedoras.
Fonte: JORNAL VALOR ECONÔMICO (2009).
17
2.5 Organograma macro do Grupo ASSA
Figura 5: Organograma macro do Grupo ASSA
Fonte: Grupo ASSA, 2009
18
2.6 Prêmios
Com sucesso comprovado, o Grupo ASSA já entregou centenas de projetos
de transformação de processos de negócio, utilizando tecnologias inovadoras e a-
bordando um único fator: pessoas. A maneira como o grupo integra cultura, proces-
sos, estrutura, tecnologia e pessoas são reconhecidas por nossos clientes como ú-
nica, tendo como recompensa a conquista de inúmeros prêmios, entre eles:
Figura 6: Prêmios do Grupo ASSA.
Fonte: Apresentação Institucional do Grupo ASSA (GRUPO ASSA, 2009).
19
2.7 Parceiros estratégicos
Em suas atividades realizadas em diversos segmentos de mercado, nos paí-
ses onde atua, o Grupo ASSA conta com parceiros estratégicos conceituados no
mercado, sendo eles:
 SAP PARTNER;
 ORACLE PARTNER;
 IDS SCHEER;
 INTEL.
2.8 Responsabilidade social – Programa Dando uma Mão
Em 2002, o Grupo ASSA iniciou o projeto Dando a Mão, uma iniciativa pró-
pria, com o objetivo de promover uma cultura socialmente responsável entre todos
os seus colaboradores, clientes e fornecedores.
Busca do Grupo ASSA:
Desenvolver iniciativas que contribuam de forma tangível às necessidades
sociais;
Gerar espaço para o fortalecimento das ações juntamente com nossos sta-
keholders;
Promover o voluntariado entre nossos colaboradores;
Despertar no outro a necessidade de ajudar a quem mais precisa.
20
Ao longo do ano, e através do programa Dando uma Mão, o Grupo ASSA or-
ganiza diversas iniciativas e projetos para colaborar com organizações e instituições
no Brasil, Argentina e México. Dentre eles, estão os projetos:
Volta à escola;
Dia das Crianças;
Natal Feliz.
Além do programa Dando uma Mão, o Grupo ASSA participa também de ou-
tras ações sociais, como:
Fundação Garrahan: café da manhã destinado às companhias e indiví-
duos que participam dos programas de reciclagem de papel;
Fundação Ler: programa Passo a Passo organizado em conjunto com a
Fundação SOROS, pelo "suporte e colaboração para o desenvolvimento de
programas de ensino". (Grupo ASSA, 2009).
21
3 GESTÃO DE PROJETOS DO GRUPO ASSA
Os projetos do Grupo ASSA são conduzidos seguindo a formação proposta
pela SAP chamada: ASAP – Accelerated System Application and Products –
Roadmap, composta por 5 fases, como apresentado na figura abaixo:
Figura 7: ASAP.
Fonte: SAP, 2009.
Project Preparation:
o Momento em que são feitos os preparativos para o projeto. É solicitada to-
da infraestrutura junto ao cliente para que haja as devidas condições de
trabalho para a equipe de projeto composta pelos consultores funcionais,
key users e gerentes de projeto. Devem ser designados usuários que co-
22
nheçam muito bem os processos de negócio e estes são responsáveis pe-
las informações iniciais, passando pela validação final dos processos de
negócio e suporte pós go live.
Business Blueprint:
o Com a estrutura básica pronta, é iniciada a fase dois do projeto que consis-
te basicamente nas entrevistas junto aos usuários finais, conhecedores do
processo de negócios e sempre sob a supervisão e aprovação do key user.
Essas entrevistas proporcionam ao consultor funcional uma visão de como
a empresa trabalha em determinado processo de negócios – As Is – e co-
mo se comportará o sistema no futuro para cada processo de negócios –
To Be. Cada um destes processos deve ser contemplado neste momento
para que ao final seja gerado o Escopo do Projeto definitivo.
Realization:
o Com o escopo definido – To Be – é dado início a fase de parametrização
do sistema. Este é o momento no qual os consultores iniciam seu trabalho
de desenvolvimento das informações colhidas, inserindo-as no SAP R/3.
Final Preparation:
o Com o sistema parametrizado são iniciados os testes individuais. Cada key
user planeja, junto ao consultor, o cenário de um determinado processo. O
teste é executado em um ambiente de quality assurance6
– QA. Com os
cenários de cada área testados, é dado início aos testes integrados;
o Neste momento são apresentados cenários completos interligando todas
as áreas envolvidas, portanto, sendo os processos do início ao fim. É defi-
6
Processo onde se mede a qualidade do sistema desenvolvido.
23
nido também o período de cutt over7
, ou seja, onde exatamente haverá o
corte para que o sistema legado deixe de funcionar dando início às novas
atividades do sistema;
o Ocorre também a decisão do comitê quanto à entrada em produção ou
não, sendo Go ou No Go, e ainda das cargas do sistema legado para o a-
tual.
Go Live & Support:
o Após todas as definições já realizadas, este é o momento do novo sistema
entrar efetivamente em produção. Esta é a fase na qual a consultoria já e-
xecutou todo seu planejamento e acompanhará as primeiras operações. É
determinado usualmente um período de três semanas de acompanhamen-
to, pois as dúvidas quanto aos novos processos são comuns e cabe ao
consultor dar o devido suporte ao cliente.
Com as fases acima informadas, a metodologia de implementação é seguida
com o intuito de efetuar os devidos controles do projeto, bem como apresentar para
os clientes uma metodologia segura e aceita pelo mercado.
7
Período de corte: este é o momento onde o sistema legado deixará de receber dados, para que o
novo sistema entre em PRD e comece a receber faturamentos, emitir notas, efetuar e receber paga-
mentos, movimentar estoque, ordens de produção, etc.
24
3.1 Kit básico
O Grupo ASSA também utiliza um Kit Básico, criado pelos próprios gestores
de projetos da organização, composto pelos seguintes documentos:
o PM_Project Charter: Anexo A informado neste documento;
o PM_Status Report: Anexo B informado neste documento.
25
4 FALHAS APRESENTADAS NA GESTÃO DE PROJETOS
Como toda organização, falhas em gestão de projetos são constantes, preju-
dicando equipes de trabalho e gestores e, principalmente, as metas estratégicas das
empresas perante um mercado totalmente concorrido.
Dentre este cenário de falhas de gerenciamento, foi realizado um levantamen-
to e o Grupo ASSA apresenta resultados acima do aceitável de mercado quando
relacionado à gestão de projetos, que afeta toda sua gestão e processos, como vi-
sualizado na figura abaixo:
Figura 8: Falha em gestão de projetos.
Fonte: GRUPO ASSA (2009).
Com base nestes resultados informados acima, é possível estabelecer e a-
presentar as principais falhas da organização, como será descrito a seguir:
Aceitável
Mercado
2009Aceitável
Mercado
2009
10,0
40,0
30,0pp
% desvio em Escopo de Projetos
# de projetos
Aceitável
Mercado
2009
5,0
60,0
55,0pp
% desvio em prazo nos projetos
# de projetos
5,0
30,025,0pp
% desvio em custo nos projetos
# de projetos
26
4.1 Gestão de escopo
A gestão de escopo do projeto tem uma importância fundamental em definir o
caminho que o projeto deverá seguir para alcançar o seu objetivo e o seu sucesso.
Existem grandes desafios quando falamos em gerenciar um projeto: temos que defi-
nir claramente os produtos e serviços relacionando sempre aos objetivos do projeto,
os quais serão entregues para o cliente. Segundo o PROJECT MANAGEMENT
INSTITUTE (2004, p. 103): “O gerenciamento do escopo trata principalmente da de-
finição e controle do que é do que não está incluído no projeto”.
O gerenciamento do escopo é a base para a construção dos demais proces-
sos de gerenciamento de projeto. Na ausência de um bom gerenciamento do esco-
po, fica complexo gerenciar a verificação e controle de custos, tempo, sendo que
não fica claro para as parte interessadas qual é o limite do projeto, quais são as
premissas do projeto, quais os pacotes de trabalhos, quais são as entregas.
A definição do escopo de um projeto é uma das etapas mais importantes da
gestão de projetos, conforme já mencionado anteriormente. Podemos concluir que
este processo em projetos é o marco inicial para a execução dos serviços e produtos
e tem que ser tratado com uma grande importância. Observamos que no Grupo
ASSA, hoje, o foco em gestão de escopo é pequeno utilizando-se do kit citado ante-
riormente. Ponto de importância a ser observado é que alguns gerentes acabam não
fazendo documentação alguma do escopo de projeto.
É possível observar que as cinco fases de projetos propostas pela SAP apre-
sentam diversos pontos de melhorias perante as ações junto aos clientes. Porém,
antes de iniciarmos as descrições das fases, se faz necessário uma observação im-
portante no que diz respeito à prática comercial.
27
Prática Comercial – Início dos problemas
Os gerentes comerciais buscam novas oportunidades junto aos clientes e,
neste momento, surge um novo negócio. Este cliente se interessa por algum produto
ou serviço específico. Faz-se, portanto, as visitas para detalhar o processo.
Na situação atual este gerente comercial, sem o conhecimento técnico da
área de negócios específica, faz a venda do produto que será desenvolvido. Porém,
um ponto de extrema importância é que seja compreendido exatamente o que o cli-
ente tem como expectativa na entrega. Em poucas e raras situações, ele é acompa-
nhado do consultor funcional que conhece o processo de negócios e o sistema.
Na situação ideal, os consultores técnicos do módulo envolvido fazem a pré-
venda junto ao gerente comercial. Desta maneira, identificam a melhor forma e até
se é possível atender a demanda. A empresa aponta algum processo específico de
negócios e o consultor funcional é capacitado a entender este processo e ainda veri-
ficar sua funcionalidade no SAP R/3.
Desta forma, nos tópicos abaixo, é possível observar que as cinco fases de
projetos utilizadas pela organização apresentam em sua estrutura falhas de gestão
de escopo, não se mostrando segura perante as ações junto aos clientes. Tais fases
e seu processo atual são descritos abaixo:
o Project Preparation – Fase 1
Processo Atual
Neste momento, são feitos os preparativos para o projeto. É solicitada toda in-
fraestrutura junto ao cliente para que haja as devidas condições de trabalho para a
equipe de projeto composta pelos consultores funcionais, key users e gerentes de
projeto. A figura do key user é prática usual na estrutura de projetos SAP R/3. Devem
ser designados usuários que conheçam muito bem os processos de negócio e estes
são responsáveis pelas informações iniciais, passando pela validação final dos pro-
28
Processo Atual
cessos de negócio e suporte pós go live. Os key users, em várias situações, são es-
colhidos sem critérios e nem sempre são os verdadeiros e competentes conhecedo-
res do negócio. Em função de alguns critérios como falta de tempo, indisponibilidade
do verdadeiro responsável pelo negócio e viagens a trabalho programadas, por e-
xemplo, a escolha acaba sendo feita por outro gestor que possa assumir estas fun-
ções na falta da pessoa mais capacitada. Na grande maioria das vezes, o verdadeiro
key user é também o gestor de alguma área e tem sua equipe de trabalho. Esta é a
principal razão de ele não conseguir se desvencilhar de suas obrigações diárias para
ter foco no projeto.
O tempo que deve ser dedicado ao projeto também é escasso, já que o key
user tem suas funções na área de origem. Como seu papel na empresa é de gestão
e decisão, ele acaba não tendo foco total no projeto, pois considera que suas fun-
ções não podem ser substituídas pela equipe de trabalho. É muito comum um key
user se encontrar em uma discussão importante de negócios para o projeto, mas
pensando na verdade em um assunto de sua área que tenha o deadline próximo.
Todas as situações descritas acabam impactando no cronograma de uma maneira
negativa, pois, afinal, este key user é de extrema importância durante todo o projeto.
Conclusão: O final da fase 1 é marcado pela reunião de kick off realizado em
dia, horário e local predeterminados em comum acordo entre cliente e consultoria,
mas normalmente ocorre nas dependências do cliente e nesta data são passados os
objetivos de projeto, datas, marcos do projeto, escopo inicial, bem como equipe e
gerentes de projeto. Cada componente se apresenta para equipe dizendo sua fun-
ção e sua responsabilidade no projeto. Neste dia, o comitê executivo também está
presente para que todos saibam quem são os sponsors do projeto. O principal obje-
tivo do kick off é a integração da equipe de projeto. São nomeados o gerente de pro-
jeto da consultoria e o gerente de projetos do cliente. Porém, ambos são responsá-
veis pela condução, entrega e sucesso do projeto. Sempre que houver por parte do
Comitê qualquer tipo de cobrança, ela será direcionada aos dois gerentes e estes
repassarão para a equipe de projeto.
29
o Business Blueprint – Fase 2
Processo Atual
Com a estrutura básica pronta, é iniciada a fase dois do projeto que consiste
basicamente nas entrevistas junto aos usuários finais, conhecedores do processo de
negócios e sempre sob a supervisão e aprovação do key user. Essas entrevistas
proporcionam ao consultor funcional uma visão de como a empresa trabalha em de-
terminado processo de negócios – As Is – e como se comportará o sistema no futuro
para cada processo de negócios – To Be. Cada um destes processos deve ser con-
templado neste momento para que, ao final, seja gerado o Escopo do Projeto definiti-
vo – Business Blueprint. Este é o momento das definições ocorrerem. Porém, nor-
malmente, as assinaturas não são feitas no momento devido e consequentemente, o
fechamento do escopo não é respeitado, bem como o cronograma. O cliente solicita
uma data maior para assinatura e pode ainda propor a prorrogação do início da pró-
xima fase para que ocorram as devidas assinaturas. Como a consultoria tem seu
budget e data prevista de término da alocação dos consultores, ela pode dar início à
próxima fase sem ter o Business Blueprint assinado.
Conclusão: Com o final dos levantamentos junto aos usuários, temos o es-
copo de projeto definido e o desenho de processos. O Business Blueprint assinado,
que prevê todo o fluxo de informações com o As Is e o To Be de cada processo de
negócio mapeado pela equipe de consultores, será utilizado como base de desen-
volvimento e qualquer situação não contemplada neste documento será considerada
como melhoria a ser desenvolvida em outro momento pós Go Live.
30
o Realization – Fase 3
Processo Atual
Com o escopo definido – To Be – é dado início a fase de parametrização do
sistema. Este é o momento onde os consultores iniciam seu trabalho de desenvolvi-
mento das informações colhidas inserindo-as no SAP R/3. O consultor de cada mó-
dulo começa o trabalho individualmente, mas sempre existe a necessidade de uma
interação com os outros consultores para compor o fluxo de informações e também
para contemplar prováveis desenvolvimentos no processo de negócio específico do
cliente. Com o início deste trabalho, os key users voltam a sua área de origem já que
participaram da definição do escopo do projeto e tiveram, com isso, um acúmulo de
trabalho no local de origem. O key user acaba tendo uma carga de trabalho muito
grande neste momento, pois teve ações paralelas entre seu trabalho e as atividades
do projeto. Este é o momento de maior carga de trabalho também para a consultoria
e faz-se necessária a atuação marcante do gerente de projetos da consultoria no
cumprimento dos prazos.
Conclusão: O final da fase três é marcado pelo término da parametrização
do sistema por parte da consultoria e o cumprimento do To Be desenhado no Busi-
ness Blueprint. Nesta fase, foram contempladas as ações propostas pela consultoria
e o novo sistema encontra-se construído. Porém, como todos os testes ainda serão
executados, certamente, ajustes serão necessários. A consultoria já considera este
período de ajustes no cronograma, assim como, possíveis ajustes junto ao key user
também são considerados, desde que não fujam do escopo definido.
31
o Final Preparation – Fase 4
Processo Atual
Com o sistema parametrizado, são iniciados os testes individuais. Cada key
user planeja junto ao consultor o cenário de um determinado processo. O teste é e-
xecutado em um ambiente de quality assurance – QA. Com os cenários de cada área
testados, é dado início aos testes integrados. Neste momento, teremos cenários
completos interligando todas as áreas envolvidas – os processos do início ao fim. É
definido também o período de cutt over, ou seja, onde exatamente haverá o corte
para que o sistema legado deixe de funcionar, dando início às novas atividades do
sistema. Ocorre também a decisão do comitê quanto à entrada em produção ou não
– Go ou No Go – e ainda, das cargas do sistema legado para o atual. Este é o mo-
mento onde o key user começa a ter alguma preocupação, já que não participou com
muito afinco das definições e parametrização do sistema. Surgem também os erros
na definição de escopo – To Be. Nos testes individuais podem ser percebidos erros
por parte do key user quanto às definições de processo, e que podem se estender
até os testes integrados. O período de cutt over – corte planejado – normalmente não
tem a devida importância, mesmo tratando-se de um período onde a empresa terá
suas operações realizadas e não registradas, pois o sistema legado já não pode re-
ceber informações e as cargas estão ocorrendo no novo sistema. É muito comum
também a definição de Go Live, mesmo com alguns processos pendentes para que
seja cumprida data final e budget – orçamento de projeto.
Conclusão: O final da fase quatro é marcado pela preparação completa do
novo sistema já incluindo os devidos testes e validação do key user e do usuário fi-
nal. Os ajustes necessários já foram executados pela consultoria e os gerentes de
projeto se encontram em reuniões constantes com o Comitê Executivo para conside-
rar todas as situações possíveis na data do Go Live. São consideradas as agendas
dos envolvidos, pois as datas de Go Live contemplam sempre a sequência de um
feriado ou final de semana.
32
o Go Live & Support - Fase 5
Processo Atual
Após todas as definições já realizadas, este é o momento do novo sistema en-
trar efetivamente em produção. Esta é a fase onde a consultoria já executou todo seu
planejamento e acompanhará as primeiras operações. É determinado usualmente
um período de três semanas de acompanhamento, pois as dúvidas quanto aos novos
processos são comuns e cabe ao consultor dar o devido suporte ao cliente. Os con-
sultores já começam a se preocupar com novas alocações, visto que o projeto está
perto do fim. Porém, o cliente necessita do seu suporte até o último dia de alocação.
Trata-se de um novo sistema que foi definido pelo consultor e, portanto, é direito do
cliente ter esse suporte. Em contra partida, como o key user não obteve o conheci-
mento necessário, não consegue dar o suporte aos seus usuários.
Conclusão: A fase cinco se encerra para a consultoria com a entrada em
produção. Tudo que foi descrito no Business Blueprint já foi implementado e se en-
contra no ambiente produtivo do cliente. Todos os programas propostos para adap-
tação do sistema ao cliente também foram testados e validados. A consultoria ainda
presta um serviço de suporte por aproximadamente 3 a 4 semanas para contemplar
entrada e saída de notas fiscais, fechamentos contábil e fiscal, funcionamento da
comunicação bancária, ou seja, o dia a dia na nova realidade. Porém, existe a conti-
nuidade para o cliente, já que o suporte funcional do key user passa a fazer parte
das suas atribuições.
33
4.2 Gestão de comunicação/RH
Entre os vários motivos que levam um projeto ao insucesso, a falta de plane-
jamento de comunicação no gerenciamento do projeto tem uma grande importância,
pois sem ela notamos que não temos os interesses dos envolvidos e nem mesmo a
definição dos meios de comunicação. O gerenciamento da comunicação dos proje-
tos lida com a necessidade de fornecer informações aos envolvidos com o objetivo
de diminuir a resistência e as barreiras na execução do projeto. A comunicação a-
póia a mudança de cultura, pois alinha o conhecimento dos envolvidos às mudanças
que poderão ocorrer.
O Gerenciamento das Comunicações do Projeto é a área de conhecimento
que emprega os processos necessários para garantir a geração, coleta, distribuição,
armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto de
forma oportuna e adequada (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2004).
A comunicação pode ser definida como um processo onde ocorre a troca de
informações entre indivíduos por meio de um sistema comum de símbolos, sinais e
comportamentos. Para que essa troca ocorra entre os indivíduos é necessário identi-
ficar:
Expectativas, poder e interesse dos sta-
keholders
Tecnologia da Informação e mídias dis-
poníveis
Tipo e quantidade de informação Formato e mídia
Periodicidade
O processo de planejamento das comunicações determina as necessidades
de informações e comunicações das partes interessadas. Por exemplo, quem preci-
sa de qual informação, quando precisarão dela, como ela será fornecida e por quem.
(PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2004).
34
No Grupo ASSA, identificamos alguns problemas de comunicação relaciona-
dos abaixo:
Falta de percepção das lideranças junto às pessoas coordenadas;
Falta de feedback sobre o serviço realizado, causando desmotivação;
Preconceito com os colegas de trabalho (intolerância a erros);
Falta de humildade para aceitar que idéias alheias melhorem os processos.
4.3 Gestão portfólios
Objetivos e metas estratégicos irreais;
A empresa não dispõe de alinhamento interno para conduzir a estratégia;
A empresa não dispõe das capacidades necessárias para implementar as
estratégias num nível tático detalhado.
A figura abaixo apresenta de maneira objetiva as falhas apresentadas acima:
Figura 9: Falhas de portfólios.
Fonte: REVISTA MUNDO PM, 2007.
35
5 PROPOSTAS DE MELHORIAS NA GESTÃO DE
PROJETOS
Com base nas falhas apresentadas no item número quatro deste documento,
uma proposta de melhorias será apresentada junto com um guia de procedimentos,
tendo como objetivo efetuar melhorias na gestão de projetos no Grupo ASSA, tor-
nando-se, assim, uma empresa orientada a projetos, portanto, projetizada.
5.1 Melhorias em gestão de escopo
Segundo Xavier (2006, p. 58): “O planejamento do escopo é, portanto, o pro-
cesso de elaborar e documentar a estratégia para o desenvolvimento do trabalho
(escopo) que irá gerar o produto do projeto”. Seguindo essa idéia, nossa proposta é
que o escopo tenha uma grande importância em todos os projetos na consultoria e
para que esses projetos tenham melhor controle. Uma declaração de escopo aceitá-
vel deverá ter no mínimo: objetivo, descrição do escopo e do produto, requisitos, li-
mites, entregas, critérios de aceitação de produtos, restrições, premissas, organiza-
ção inicial, riscos iniciais, marcos do cronograma, limitação dos fundos, requisitos do
gerenciamento de configuração do projeto, especificações do projeto, requisitos de
aprovação, entre outros.
Abaixo relacionamos como seria a melhoria em cada uma das cinco etapas
usadas em projetos no Grupo ASSA:
36
o Project Preparation – Fase 1
Proposta
Os key users serão escolhidos por um critério muito rigoroso, pois afinal fazem
parte de um desenho de processos que será base de funcionamento das áreas de
trabalho daquele momento em diante. Uma escolha equivocada deste papel impor-
tante no projeto pode ocasionar em perdas financeiras e de knowledge – conheci-
mento. Já neste momento, é crucial definir que o key user terá no mínimo 50% de
frequência no projeto para dar suporte às decisões tomadas, para aprendizado do
novo processo de negócios e ainda, à futura transferência de conhecimento – kno-
wledge transfer – e suporte. Sua área de origem deverá se preparar para esta au-
sência durante o período predeterminado, conforme o cronograma, e substituir suas
funções por outro responsável até o seu retorno.
o Business Blueprint – Fase 2
Proposta
As reuniões serão coordenadas e programadas para otimizar o tempo do key
user, assim como as entrevistas para entendimento do processo. O gerente de proje-
to estará atento aos prazos estipulados e cobrará a equipe quanto aos processos
mapeados, bem como a confecção da documentação. Ao final da fase dois, a consul-
toria terá todos os processos de negócios detalhados e assinados em documento
próprio – Business Blueprint – para que, desta forma, o escopo seja fechado e a con-
sultoria possa dar início ao desenvolvimento sabendo exatamente o que será execu-
tado. Pode, assim, fechar o cronograma do projeto. Outro ponto de extrema impor-
tância nesta fase do projeto será o de ter uma SOW – Statement of Work – Declara-
ção de Trabalho – demonstrando tudo que será desenvolvido durante o projeto e in-
37
Proposta
cluindo ainda a construção de telas demonstrativas para que os usuários possam
verificar e validar os campos e programas que serão criados e/ou utilizados.
o Realization – Fase 3
Proposta
Com o início dos desenvolvimentos, os key users continuarão no projeto ao
menos 50% do tempo para que já possam vivenciar o novo sistema e a novas defini-
ções. Suas funções serão segregadas para que haja esse tempo dedicado ao proje-
to. A consultoria informará o status do desenvolvimento e já começará a confecção
do Business Process Procedure (BPP) – Procedimentos dos Processos de Negócios
– para que toda parametrização efetuada seja documentada e sirva como base de
consultas futuras. O gerente de projetos do cliente fará a negociação com os respon-
sáveis da área do key user para que suas demandas sejam direcionadas ao seu re-
presentante naquele período. O gerente de projetos da consultoria controla de perto
o cronograma, pois é nesta fase que pode ocorrer atraso nos deliverables.
o Final Preparation – Fase 4
Proposta
O key user participou ativamente da definição de escopo – To Be –, bem como
acompanhou de perto o processo de parametrização do sistema e, neste momento,
está confortável com as novas diretrizes e suas novas atribuições. Os testes indivi-
38
Proposta
duais são realizados contemplando todas as particularidades da área em questão e
cada particularidade é considerada. Nos testes integrados, cada cenário de negócios
reflete uma situação completa de negócios passando, inclusive, por mais de uma
área. Os testes integrados são processados e caso necessitem de ajustes, são re-
processados do início ao fim para garantir o pleno funcionamento. O período de cutt
over – corte planejado – é dimensionado da melhor maneira em integração com a
consultoria. Será definida a melhor data para não prejudicar o faturamento da empre-
sa no período de escuridão, ou seja, enquanto o sistema legado é desligado e as
cargas de dados são enviadas para o novo sistema que é preparado para o Go Live.
o Go Live & Support – Fase 5
Proposta
O consultor está com foco no cliente até o final da sua alocação para suportar
as demandas e dúvidas que surgirão no início da produção. Mesmo com o key user
obtendo a maior quantidade de informação possível durante o projeto, com o intuito
de ter condições para prestar o devido suporte aos usuários finais, o consultor tem
papel importante neste momento para efetuar ou orientar os ajustes finos no sistema.
Após a entrada do sistema em produção e o período de aproximadamente quatro
semanas para suporte com o intuito de contemplar as novas ordens de produção,
entradas de mercadorias e faturas, baixas no estoque, emissão de notas fiscais, fatu-
ramento, fechamentos contábil e fiscal, envio de pagamentos ao banco, etc., a con-
sultoria se retira e o contrato tem seu término, mas mantém o interesse no cliente,
pois ainda pode fechar um contrato de help desk junto a ele. Isto garante a perma-
nência da consultoria como prestadora de serviço e ainda pode gerar futuros negó-
cios.
39
5.2 Melhorias na gestão de comunicação/RH
Fica claro que em todo projeto é fundamental um planejamento de comunica-
ção, pois essa é uma forma de certificar que a informação certa irá para o stakehol-
der certo e no momento certo. É importante entender que não importa se o gerente
de projetos fará uma comunicação formal ou informal, o que importa no gerencia-
mento de projetos é que ele comunique durante todo o ciclo de vida do projeto.
Segundo (VARGAS, 1999, p. 87): "Um efetivo processo de comunicação é
necessário para garantir que todas as informações desejadas cheguem às pessoas
corretas no tempo certo e de uma maneira economicamente viável. O gerente de
projeto utiliza-se da comunicação para assegurar que o time do projeto trabalhe de
maneira integrada para resolver os problemas do projeto e aproveitar suas oportuni-
dades. A comunicação no projeto tem que acontecer em todo o ciclo (começo-meio-
fim) para que todos interessados fiquem cientes de tudo que está acontecendo no
projeto.
Devemos destacar alguns tipos de informações que devem ser distribuídas:
Performance da equipe Sucessos no projeto
Problemas em projeto Cronogramas de projeto
Status dos riscos Status de projeto
Atualizações no plano de projeto Agenda de reuniões
Progresso de projetos Entre outras informações importantes a definir.
Estas Informações devem ser distribuídas para:
Gerente de projetos Outros gerentes de projetos
40
Sponsor Gerentes funcionais
Equipe Gerência sênior
Externo ao projeto Demais stakeholders
PMO
Figura 10: Os três princípios universais.
Fonte: SEAGAL; HORNE,1998, p. 1-13.
A prática de desenvolvimento de equipes mostrou ser uma forte ferramenta
para melhorar a comunicação nos grupos de trabalho;
OS TRÊS PRINCÍPIOS
UNIVERSAIS
Raciocínio
Objetividade
Antevisão
Visão Global
Estrutura
Valores
MENTAL
Sentimento
Subjetividade
Relacionamento
Comunicação
Organização
Imaginação Criativa
EMOCIONAL
Realização
Execução
Concretização
Experiência Sensorial
Praticidade
Experiência Sistêmica
FÍSICO
41
A criação de departamentos de comunicação também foi citada como uma
das alternativas para padronizar informações dentro da empresa;
Criação de programas de desenvolvimento profissional;
Melhoria nas condições de trabalho;
5.2.1 Matriz de responsabilidade – RACI
Uma solução de extrema importância quando pensamos em gerenciamento
de pessoas é de termos uma matriz de responsabilidades para as entregas, também
chamada RACI - Responsible, Accountable, Consult and Inform. Isso ajudará a es-
tabelecer as expectativas e assegurar que as pessoas saibam de suas responsabili-
dades. Por exemplo: você necessita saber se os membros do Comitê Executivo de-
verão aprovar o documento dos requerimentos do negócio ou não. A Matriz de Res-
ponsabilidade esclarecerá todos os papéis e responsabilidades.
Figura 11: Modelo RACI
Fonte: TURMA 41 PMI DA FIAP, 2009.
42
Com a melhoria da compreensão das pessoas naquilo que fazem, pode haver
não apenas a melhora na comunicação como um ganho no rendimento dos traba-
lhos dentro da empresa. Desta forma, estará se buscando extrair o potencial das
pessoas, associando o trabalho ao bem estar de cada indivíduo. Com esses pontos
levantados, fica claro que a Gestão de Comunicação e RH tem que ser tratada com
uma grande importância no Grupo ASSA. No andamento de todos os projetos, tem
que ser feito um plano de comunicação eficaz.
5.3 Melhoria na gestão portfólios – pré-requisitos para uma
boa gestão
Predisposição para implantar e acreditar na obtenção se seus benefícios;
Existir um nível de gerenciamento de projetos com medidas de desempe-
nho e recuperação de informações de projetos;
Ter um processo de planejamento estratégico com granularidade e estraté-
gias bem definidas.
5.3.1 Critérios de priorização simples e eficaz
Quando falamos em Gestão de Portfólio, nota-se um foco em priorização de
projetos, dando até mesmo a entender que a Gestão de Portfólio se resume a este
único processo. A priorização de projetos é uma das últimas etapas da Gestão de
Portfólio. Para chegar até ela, projetos elegíveis para compor o portfólio já foram i-
dentificados, categorizados, avaliados e selecionados. Segundo Project Manage-
43
ment Institute (2006), priorização é o processo de ranqueamento dos projetos com
vistas a subsidiar análises posteriores relacionadas ao balanceamento e aprovação
do portfólio. Project Management Institute (2006) recomenda o weighted ranking, a
técnica de pontuação e a opinião especializada. Dentro do weighted ranking, que
poderia ser traduzido como ranqueamento ponderado, são citados os modelos Sin-
gle Criterion Priorization Model e o Multiple Criteria Weighted Ranking. Para tanto, o
Single Criterion Priorization Model, ou Modelo de Priorização por Critério Único (tra-
dução livre), consiste, basicamente, em ordenar os projetos por um único critério;
enquanto o Multiple Criteria Weighted Ranking, ou Ranqueamento Ponderado por
Múltiplos Critérios, consiste em ranquear os projetos ponderando o peso dos proje-
tos utilizando critérios múltiplos.
A tabela abaixo representa o critério de priorização:
Figura 12: Critério de priorização
Fonte: CHIAVEGATTO, 2009.
44
5.3.2 Elaboração do Gráfico Bolha
O Gráfico de Bolhas consiste em colocar os diversos projetos propostos den-
tro de um só contexto, apresentando-o em um gráfico. Este contexto significa rela-
cionar os projetos de dois a três critérios de uma só vez, posicionando-os no gráfico
de acordo com a classificação dos projetos dentro destes critérios. Os dois primeiros
critérios serão o eixo “X” e o eixo “Y” de um plano cartesiano. O terceiro critério será
o tamanho das bolhas dentro deste plano. Em geral, ao se trabalhar com esta meto-
dologia, o terceiro critério costuma ser o orçamento, dando assim a idéia de “tama-
nho do projeto”. Na utilização deste modelo, escolhe-se uma série de critérios como
podemos ver abaixo:
 Custo anual do projeto;
 Custo do projeto até a conclusão;
 Probabilidade de sucesso;
 Maturidade das tecnologias envolvidas;
 Força tecnológica competitiva da empresa;
 Atratividade do projeto;
 Impacto competitivo das tecnologias envolvidas no projeto;
 Prazo de conclusão.
45
Escolha de Projetos – Gráfico de Bolhas
Figura 13: Gráfico Bolha.
Fonte: TURMA 41 PMI DA FIAP (2009).
A vantagem clara deste modelo é que o conjunto de projetos avaliado é ex-
tremamente alinhado com os objetivos da empresa. Neste modelo, o portfólio con-
tém projetos de alto valor agregado. Em relação ao balanceamento do portfólio, o
modelo se destaca como o melhor, tendo recebido a mesma nota dos métodos de
pontuação. Analisando as desvantagens, o modelo recebeu a pior nota no critério
Avaliação dos Gastos dos Projetos, por estes não refletirem claramente as estraté-
gias da empresa.
46
5.4 Implementação de escritório de gerenciamento de projetos
– PMO
O cenário global mostra-se mais competitivo a cada dia, exigindo cada vez
mais agilidade e rapidez das organizações. Entretanto, quanto maior a organização
e maior a quantidade de projetos a ser executado, paralelamente ou não, mais difícil
se torna elaborar e implementar uma metodologia detalhadamente suficiente, prepa-
rando todas as pessoas e garantindo a utilização consistente desta metodologia em
todos os projetos. A necessidade da centralização e do controle das informações
relativas ao portfólio de projetos gerenciados se torna igualmente necessária.
Não necessariamente estamos falando somente de um grupo de pessoas que
oferece suporte administrativo a projetos para montagem de cronograma e orçamen-
tos, mas também influindo diretamente na estratégia da empresa, através do monito-
ramento e controle do portfólio de projetos (RAD, 2002). Desta forma, “o gerencia-
mento bem-sucedido de um projeto pode fazer com que os novos produtos cheguem
mais rapidamente ao mercado, ultrapassando, deste modo, os concorrentes e con-
quistando fatias de mercado” (FITZSIMMONS, 2000, p. 189).
Muitas destas organizações visualizam no PMO a solução dos seus proble-
mas. É bem verdade que o PMO pode vir a assumir muitos produtos e serviços po-
tenciais. No entanto, esta posição estará sempre relacionada às necessidades da
organização e da visão e comprometimento de seu patrocinador. O PMO é respon-
sável por adquirir e implementar a metodologia de gerenciamento de projetos que
será utilizada por toda a organização durante a execução de cada um de seus proje-
tos. O Escritório de Gerenciamento de Projetos acrescenta um valor significativo à
organização e a seus projetos. O modelo de PMO deve estar alinhado às expectati-
vas da organização para que sua implantação e continuidade sejam asseguradas. O
PMO é a casa do time do projeto, devendo ser, ainda, o local onde devam ser con-
duzidas, planejadas, organizadas, controladas e finalizadas as atividades dos proje-
tos.
47
Sob esta ótica, é interessante observar que “os projetos reúnem e vendem
conhecimento (KERZNER, 2002, p. 15), ficando facilitada a centralização dos co-
nhecimentos adquiridos ao longo dos projetos, e que as melhores práticas de um
projeto específico podem ser reutilizadas em projetos futuros. Cabe ressaltar que as
organizações em sua grande maioria não se interessam ou mesmo não conseguem
fazer com que o conhecimento individual dos seus colaboradores seja convertido em
conhecimento organizacional.
O Conhecimento tem ganhado relevância e trazido vantagem competitiva sus-
tentável em todos os setores de atuação das organizações.
5.4.1 O Project Management Office (PMO)
O conceito do PMO apareceu no final da década de 1950 e começo da déca-
da de 1960 (KERZNER, 2002). Os grandes projetos militares, aeroespaciais e da
construção civil caracterizam uma época em que os projetos eram específicos para
algumas poucas áreas, eram executados por especialistas e com suas ferramentas
específicas e eram focados em controle. Com o surgimento dos primeiros softwares
de gestão “amigáveis” no início da década de 70, surgem também projetos de dife-
rentes áreas funcionais, porém isolados um dos outros, sendo a função maior dos
escritórios a de dar suporte a estes projetos. Tal visão duraria até o início da década
de 1990, quando despontam os softwares de gerenciamento, responsáveis por ad-
ministrar multi-projetos, complexos e integrados, e com o foco voltado para a estra-
tégia das organizações. Em meados de 2000, o gerenciamento de projetos ganha
ênfase e o escritório de projetos passa a ser o responsável por garantir o uso dos
processos de gerenciamento de projetos conforme figura abaixo:
48
Figura 14: Evolução do escritório de projetos.
Fonte: LEITÃO, 2006.
Dentre as diversas estruturas de gerenciamento de projetos existentes nos
dias de hoje, provavelmente o PMO (Project Management Office) é o de maior su-
cesso e um dos mais estudados pelas empresas, podendo variar de acordo com o
nível de maturidade da organização. A maneira como estes Escritórios de Projetos
são estruturados em uma organização vai variar sempre de uma organização para
outra.
No entanto, dependendo da forma como estes escritórios são implantados
nas empresas, poderão ainda proporcionar suporte à metodologia e coaching aos
próprios gerentes de projeto.
Entre as funções dos escritórios de projeto existem três principais áreas:
Desenvolvimento;
Suporte;
Controle.
49
As funções de desenvolvimento envolvem o recrutamento, o treinamento e o
desenvolvimento dos gerentes de projeto. As funções de suporte são aquelas que
ajudam os gerentes de projeto a fazerem seu trabalho de uma maneira melhor, atra-
vés do oferecimento de assistência e de clareza nos processos do gerenciamento de
projetos. As funções de controle são aquelas da gerência funcional e incluem: a ava-
liação de gerentes de projeto, a alocação de gerentes de projeto a projetos, a garan-
tia de que os deliverables dos projetos são produzidos e se apresentam com uma
qualidade adequada e, o estabelecimento de padrões.
Muitas organizações, grandes e pequenas, estão percebendo os benefícios
que um controle consistente sobre seus projetos pode oferecer (HALLOWS, 2002).
Porém, deve-se tomar cuidado para não transformamos o PMO de uma empresa em
um departamento puramente burocrático. (BURGHARDT, 2000) diz que um PMO
não deve se transformar em um mero e degradante acumulador e distribuidor de
papéis. Existem muitos aspectos que deveriam ser analisados depois que a decisão
de implementação do PMO foi tomada. Alguns destes aspectos são: o envolvimento
da alta gerência, dos gerentes funcionais e dos gerentes de projeto da organização;
o compromisso da organização com a metodologia de gerenciamento de projetos; e
os benefícios que a nova estrutura irá trazer à organização.
O PMO consiste em uma estrutura voltada para a aplicação dos conceitos de
gerenciamento de projetos dentro de uma organização, podendo assumir diferentes
funções junto à mesma: desde um simples setor para o auxílio no controle de proje-
tos até um departamento da empresa por onde passam todos os projetos gerencia-
dos pela organização.
Quatro modelos de PMO são propostos por (DINSMORE, 1998): Project Sup-
port Office (PSO), Project Management Center of Excellence (PMCOE), Program
Management Office (PrgMO) e o Chief Project Officer (CPO).
50
Definição de PMO
“Entidade organizacional estabelecida para auxiliar os gerentes de projeto e
os times da organização na implementação dos princípios, práticas, metodologias,
ferramentas e técnicas do gerenciamento de projetos”. (DAÍ, 2001).
5.4.2 O papel do PMO nas estruturas organizacionais
Assim como todo e qualquer projeto, a implantação do Escritório de Gerenci-
amento de Projetos (EGP) também é um projeto e certamente, um dos passos mais
importantes é definir seus objetivos e a razão que levou a organização a implantá-lo.
É preciso também que os stakeholders estejam cientes sobre os papéis e responsa-
bilidades atribuídos ao EGP, que tipos de serviços ele prestará, a quem ele estará
subordinado, sua abrangência e, principalmente, quem é(são) seu(s) patrocina-
dor(es).
A importância do EGP nas estruturas organizacionais reside no fato de que
existem várias razões de insucesso na sua implantação e que uma delas está dire-
tamente associada à escolha incorreta de onde ele estará posicionado na estrutura
organizacional. Algumas vezes o EGP é criado por áreas que geralmente estão liga-
das a projetos voltados para atender capacidades internas da empresa, usando-o
como instrumento de defesa contra a pressão de outros grupos que os culpam sis-
tematicamente pelos atrasos e pela falta de qualidade prometida.
Existem cinco tipos de Estruturas Organizacionais, a saber:
Organização Funcional Tradicional;
Organização Funcional Project Expediter;
Organização Funcional Project Coordinator;
51
Organização Matricial (Fraca, Balanceada, e Forte);
Organização Projetizada.
Funcional Tradicional: é um agrupamento de pessoas por especialização e
o gerente de projetos não tem uma autoridade formal;
Project Expediter: serve como um link na comunicação com o coordenador
dos projetos nas áreas funcionais;
Project Coordinator: similar ao Project Expediter, exceto pelo fato que se re-
porta a um gerente de alto nível com uma autoridade maior;
Matricial Fraca: é comum nesta estrutura verificar gerentes de vários projetos
com divisão de poderes com os gerentes funcionais, no qual o único a se dedicar
exclusivamente as atividades é o próprio Gerente de Projetos, enquanto os mem-
bros da equipe compartilham atividades do projeto junto com suas atividades funcio-
nais;
Matricial Equilibrada: nesta estrutura há um equilíbrio entre as atividades
funcionais e as de projeto;
Matricial Forte: possui uma visão maior na organização, com um alto valor
na gestão de projetos;
Projetizada: estrutura pouco vista nas organizações atuais, tendo como ca-
racterística uma estrutura separada e vertical estabelecida para cada projeto. Todos
os membros da equipe se reportam diretamente ao gerente de projeto.
52
O Gerenciamento de Projetos e a implementação do Escritório de Gerencia-
mento de Projetos, ou PMO (Project Management Office), está diretamente ligado à
Estrutura Organizacional da organização fortemente relacionada, sendo dele depen-
dente o seu sucesso.
Figura 15: Influência da estrutura organizacional nos projetos.
Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2004.
A falta de padronização que possa reportar o desempenho dos projetos da
organização faz com que os gerentes de projetos estejam sobrecarregados e sem
tempo para análise de dados e tomada de decisão. As lições aprendidas de outros
projetos não são registradas/documentadas e reconhece-se a gerência de projetos
como competência crítica para o seu sucesso. Assim, o PMO assume um papel im-
portante nas Estruturas Organizacionais, podendo existir em qualquer uma das es-
truturas organizacionais, inclusive nas que apresentam uma organização funcional.
Os membros da equipe do projeto se reportarão diretamente ao gerente de
projetos ou ao PMO. O gerente de projetos se reporta diretamente ao PMO. Neste
caso dizemos reportar diretamente à alta organização da empresa, além da flexibili-
dade do gerenciamento centralizado oferecer ao gerente de projetos maior oportuni-
dade de promoção dentro da organização.
53
5.4.3 Perfil do PMO no Brasil
Segundo Quelhas e Barcaui (2004), responsáveis por uma ampla pesquisa
realizada com representantes e presidentes de várias instituições e grupos renoma-
dos como o PMI, FGV, FIA/USP, dentre outros, há uma grande revolução nas práti-
cas de gerenciamento de projetos, visível em direção ao profissionalismo e ao uso
de métodos e técnicas de gerenciamento cada vez mais apuradas. Surgem, tam-
bém, estruturas organizacionais responsáveis pela garantia dos processos de ge-
rência de projetos dentro das organizações.
É possível trabalhar com EGPs apoiando projetos e suportando a estratégia
da empresa. Toda referência bibliográfica sugere que a mudança a ser feita é de
cunho cultural. Portanto, o apoio executivo é fundamental. O EGP é o elo entre a
alta administração e os demais níveis táticos e operacionais da empresa, e sua im-
plantação deve acontecer dentro da organização de maneira progressiva e conduzi-
da como um projeto para a organização. Suas atribuições podem ser atualizadas de
acordo com o nível de maturidade da empresa. Os resultados podem demorar um
pouco a aparecer, porém todos os stakeholders envolvidos no processo tendem a se
beneficiar com o tempo.
Ainda sobre a pesquisa, identificou-se que as empresas multinacionais de
grande porte que possuem atuação global são as mais atualizadas em termos de
EGP instalado. Apesar de sermos levados a pensar que as empresas deveriam so-
frer modificações a ponto de torná-las projetizadas, ainda se observa uma clara pre-
dominância de empresas funcionais. No entanto, as empresas que possuem um
EGP instalado são, em sua maioria, projetizadas ou matriciais.
Ou seja, quanto mais a empresa é voltada para projetos, mais é sentida a ne-
cessidade de uma entidade responsável pela qualidade de seu portfólio. Quando
falamos de maturidade, os EGPs encontram-se implementados nas empresas situa-
das nos níveis médio e alto. O que mais se espera de um EGP é o alinhamento com
o que há de melhor no mercado.
54
Quanto á estrutura, a grande maioria das empresas aposta em uma estrutura
interna para ser a responsável pela condução do EGP. Nestes casos, os tempos de
implementação poderão variar muito, de acordo com a resistência cultural e a falta
de conhecimento dos conceitos existentes em um EGP, e a comunicação passa a
ser fator preponderante para uma implementação vitoriosa. Não basta, também, que
os patrocinadores sejam a alta administração. É preciso que os executivos da orga-
nização tenham um grande envolvimento ao longo de todo o processo de implanta-
ção. Fato interessante é que as consultorias externas não figuram como os princi-
pais parceiros. Muitas das empresas preferem fazer uso de seu quadro de colabora-
dores, principalmente em função da característica estratégica dos EGPs. As grandes
organizações apostam na valorização da carreira do gerente de projetos. O perfil
destes profissionais deve ser voltado para o conhecimento das práticas de gerenci-
amento de projetos, orientação a processos e boa comunicação.
A maioria dos responsáveis pelo EGP possui o cargo de gerente e tem salário
fixo – e esta remuneração poderia ser incentivada na medida em que exista uma
boa performance do portfólio de projetos. A estrutura de gerência de projetos encon-
tra-se, ainda, em um determinado departamento ou setor específico, não sendo no-
tada a sua disseminação por toda a empresa. Mas, é preciso saber como devemos
proceder para medir o sucesso dos EGPs e, neste aspecto, as empresas estão fo-
cando as abordagens quantitativas e qualitativas. A pesquisa revela que após a im-
plantação dos EGPs a lucratividade dos projetos melhorou, a quantidade de projetos
terminados no prazo aumentou e os orçamentos foram mantidos. É preciso obser-
var, também, que o nível de aceitação dos projetos pelos clientes aumentou bastan-
te após a montagem do EGP e que a implementação trouxe benefícios diretos para
os executivos das empresas, do ponto de vista de informação e controle.
A partir destas considerações, podemos concluir que é preciso consultar ou-
tras organizações que possuam estrutura organizacional parecida e que seja do
mesmo porte da organização onde será implantado o EGP, a fim de que possamos
minimizar riscos, otimizar o funcionamento e, consequentemente, economizar tempo
e dinheiro. Os processos, métodos e padrões de gerência de projetos melhoram
como um todo na organização, além do aumento de maturidade por parte deste ge-
55
renciamento. Deve existir um processo de melhoria contínuo para que as necessi-
dades e a evolução de maturidade da organização sejam beneficiadas.
5.4.4 As mudanças na Cultura Organizacional
A Cultura Organizacional é definida como um conjunto de valores e normas
responsáveis por controlar como os colaboradores de uma organização devem se
relacionar entre si e com todos aqueles que estão externos à organização. Por ter a
função de controlar como as pessoas se comportam, tomam decisões e gerenciam o
ambiente, pode ser encarada como uma vantagem competitiva. Os valores que são
incorporados às normas, regras e procedimentos orientam os colaboradores, forne-
cendo um ponto de referência comum.
Novos colaboradores poderão inferir sobre o comportamento dos demais e
identificarem o que é apropriado ou não. É certo que os fundadores e gerentes de
alto escalão influenciam nos valores culturais da organização por conta de suas
crenças e valores pessoais e nos seus processos de seleção de profissionais, tor-
nando as pessoas cada vez mais parecidas ao longo do tempo. As empresas, neste
aspecto, adquirem personalidade única e singular, diferindo umas das outras em
função de suas culturas e de seu negócio, país, história e de um conjunto de outros
fatores. Alguns destes fatores são: características pessoais e profissionais, ética or-
ganizacional, direitos dos seus empregados e a estrutura da organização.
Mudanças são necessárias para a sobrevivência das empresas em mercados
extremamente competitivos. Estas mudanças organizacionais profundas e, normal-
mente, de longo prazo delineiam fortemente o caráter da organização. Porém, não
se deve permitir que a cultura organizacional se torne engessada, burocrática e em
não conformidade com os desejos de seus clientes e de valores que valem, de fato,
a pena. É preciso, sim, que existam ações transformadoras, nas quais cada colabo-
56
rador tenha consciência de ser um agente da manutenção ou transformação de uma
cultura.
O sucesso da implantação será alcançado na mesma medida em que o back-
ground da organização esteja preparado para receber o Escritório de Projetos, ga-
rantindo que os processos e pessoas estejam alinhados à sua estratégia de negócio.
As pessoas e suas culturas são pontos de suma importância neste processo. É ne-
cessário mudar os valores comuns e as crenças dos grupos para que os resultados
possam surgir através de processos de melhoria contínuos. Lewin (1947) acreditava
que toda organização permaneceria inalterada quando as forças de resistência fos-
sem iguais ou superiores às forças provocadoras de mudanças. Toda mudança or-
ganizacional pode vir a ameaçar grupos dentro das organizações. Os motivos da
necessidade de transformação passam a ser questionados pelas empresas, e pelas
pessoas, a partir do momento em que tenham existido mudanças difíceis e não mui-
to bem sucedidas, achando que elas trarão conseqüências negativas e sem agregar
valores, sendo esta uma das principais causas de resistência. Toda mudança tende
a ser dificultada na medida em que existirem culturas centradas internamente, pro-
cessos burocráticos, pouca confiança, falta de trabalho em equipe, falta de liderança
e o medo que o ser humano tem do desconhecido.
Segundo Kotter (2001), o sucesso está na neutralização de barreiras onde
não se pode negligenciar as atividades preparatórias, sob pena de não se estabele-
cer uma base sólida para continuar o processo e, sem passar por todas as etapas,
nunca se atingirá a linha de chegada, ou seja, será impossível implementar a mu-
dança. Para Morgan (1996), a cultura deve ser compreendida como um processo
contínuo, proativo da construção da realidade e que dá vida ao fenômeno da cultura
em sua totalidade.
Quando compreendida desta forma, a cultura pode não mais ser vista como
uma simples variável que as sociedades ou as organizações possuem. Em lugar
disto, ela deve ser compreendida como um fenômeno ativo, vivo, através do qual as
pessoas criam e recriam os mundos dentro dos quais vivem.
57
5.4.5 Conclusão
As organizações que administram muitos projetos simultaneamente têm bene-
fícios na adoção de um PMO, pois simplificam e otimizam a Gestão dos Projetos
através de práticas como suporte, treinamento, padronização, implementação e con-
trole de aderência à metodologia de gerenciamento de projetos, entre outras. Para
que as empresas consigam amadurecer a ponto de se implantar um PMO é neces-
sário que se quebrem paradigmas, trabalhem e invistam na mudança de cultura, crie
um ambiente de colaboração favorável com ganhos claros para todos e não apenas
para os executivos, definam um padrão de trabalho a ser utilizado de forma demo-
crática e sem muitas imposições, alinhem a estratégia da empresa aos projetos e
aos objetivos empresariais, enfim, montem um caminho que deva ser trilhado passo
a passo para uma implantação segura e eficiente de um PMO, possibilitando a con-
versão do conhecimento dos colaboradores dos projetos em conhecimento organi-
zacional, capaz de possibilitar ganhos com a utilização de melhores práticas em pro-
jetos futuros, ou simplesmente, reutilização de conhecimentos disponíveis. Assim, o
PMO tem a missão de “difundir conhecimentos de Gestão de Projetos em toda a or-
ganização” (PRADO, 2000).
5.5 Fluxo de processos – guia PMBOK®, versão 4
Abaixo é apresentado os Fluxos de Processos que segue a nova versão do
PMBOK® versão 4.
58
5.5.1 Grupo de processos de iniciação
Figura 16: Iniciação.
Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
Desenvolver o termo de
abertura do projeto
Identificar as partes inte-
ressadas
59
5.5.2 Grupo de processos de planejamento
Figura 17: Planejamento.
Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
60
5.5.3 Grupo de processos de execução
Figura 18: Execução
Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
61
5.5.4 Grupos de processos de monitoramento e controle
Figura 19: Monitoramento e controle
Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
5.5.5 Grupo de processos de encerramento
Figura 20: Encerramento
Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
Encerrar o projeto ou fase Encerrar as aquisições
62
5.5.6 Áreas de conhecimento
Figura 21: Processos de Gerenciamento de Projetos
Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
63
6 CONCLUSÃO
Este estudo desenvolveu um framework para a migração de uma organização
orientada por processos para uma organização orientada por Projetos. A abordagem
apresentada tem sido usada em empresas de diversos tipos e de diferentes maturi-
dades quanto à orientação por projetos.
As organizações se desenvolvem em três etapas e cada etapa constitui um
equilíbrio de investimentos e de retornos. Investimentos paralelos em técnicas que
não façam parte da mesma etapa desbalanceiam o equilíbrio investimento/retorno e
podem resultar menos do que uma solução de investimento ótimo. As organizações
seguem as três etapas e casa etapa é um complemento à etapa anterior. A mesma
estrutura é aplicável ao gerenciamento de programas e portfólio, sendo que a última
ainda não está totalmente desenvolvida para cobrir todas as técnicas da estrutura.
A implementação prática do modelo mostrou que os seguintes fatores são
chaves para um resultado bem sucedido:
Aceitação, pela alta direção, de todo o processo e respectivo ajuste do ce-
nário para o gerenciamento do projeto, do programa e do portfólio, junto ao
seu papel de negócios na organização;
Adaptação do escopo de desenvolvimento na direção da organização ori-
entada por projetos para a situação e objetivos da organização;
Melhoria do papel da governança do gerenciamento de projetos e não so-
mente do gerenciamento “tradicional” de projetos.
A aplicação do framework como um guia para o direcionamento da organiza-
ção torna-se orientada por projetos e requer algumas ações da alta direção, como;
64
Identificar a posição atual da organização no framework fazendo uma aná-
lise da situação atual;
Definir as próximas etapas a atingir e a cronologia para isso;
Identificar os vários tipos de projetos, resultando em várias metodologias;
Selecionar uma abordagem para estabelecer um PMO (top-down, bottom-
up ou misto);
Identificar um balanço econômico de investimentos e retornos, requerendo
casos de negócios detalhados, calculando tanto o investimento quanto re-
torno.
As principais fontes de benefícios são identificadas como:
Metodologia PM, padrões e abordagens comuns para os projetos;
Gerenciamento de portfólios de projetos;
Uma ampla base de conhecimentos de nível corporativo sobre o PM e cen-
tro de competências.
A melhoria no gerenciamento de projetos dentro de uma empresa não deveria
ser, como temos observado com frequência, nem tarefa do departamento de RH,
concentrado na disponibilização de treinamentos padronizados, nem uma tentativa
realizada dentro de um departamento específico ou de uma área de negócios da
empresa. Desde o início, isso dever ser um programa para toda a empresa, inte-
grando as atividades da organização implementadas em toda a empresa e em diver-
sos níveis organizacionais.
O caminho ao longo do framework mostra a variedade de técnicas e de tópi-
cos no gerenciamento de projetos. O framework deveria ser implementado utilizan-
do-se uma abordagem de gerenciamento de mudanças, levando em consideração
elementos tais como:
65
Pessoas e seu comportamento;
Metas pessoais e agendas ocultas, tendo a questão popular: “O QUÊ tem
Aí Para Mim”;
Boa vontade e habilidade para a mudança.
Gerenciar o processo em prol de uma empresa orientada por projetos requer
o desenvolvimento tanto de um guia prático quanto de um processo de mudança
organizacional.
Organizações desenvolvem-se da orientação por processos para orientação
por projetos. Uma variedade de técnicas está disponível para encorajar um bom tra-
balho de gerenciamento de projetos. Este estudo forneceu um framework para guiar
organizações sob o viés econômico em sua jornada em direção a organização orien-
tada por projetos:
Figura 22: Framework
Fonte: REVISTA MUNDO PM, 2007
66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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combe, UK: Association for Project Management, 2004.
BATEBYTE. 2009. Disponível em <http://www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/
2003/bb133/>. Acesso em 07 out. 2006.
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<http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009.
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2006.
CHIAVEGATTO, Myrza Vasques. Gerenciamento portfólio. 2009. Disponível em:
<http://www.pmimg.org.br/downloads/EventoTecnico-
24abr07_GerenciamentoPortfolio_MyrzaChiavegatto.pdf>. Acessado em 28 set.
2009.
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<http://br.linkedin.com/ in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009.
FITZSIMMONS. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2000. Disponível em
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GRUPO ASSA. 2009. Disponível em: <http://www.grupoassa.com>. Acesso em 20
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JORNAL VALOR ECONÔMICO. 2009. São Paulo, 11 nov. 2009.
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<http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009.
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<http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009.
LEWIN. Artigo PMO e a cultura organizacional. 1947. Disponível em:
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PRADO. Artigo PMO e a cultura_organizacional. 2000. Disponível em:
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PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project management body
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______. Guia PMBOK® (Project Management Body of Knowledge) Guide: Um Guia
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______. PMI-MG. [2009].Disponível em: <http://pmimg.org.br>. Acesso em 30 set.
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QUELHAS, Osvaldo; BARCAUI, André B. Perfil de escritórios de gerenciamento
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<http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V02N01/n2_art03.pdf>. Acesso
em 05 jun. 2009.
MORGAN. Artigo PMO e a cultura organizacional. 1996. Disponível em:
<http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009.
RAD. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2002. Disponível em:
<http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009.
68
REVISTA MUNDO PM. 2007. Curitiba, 6. ed., out/nov. 2007. Disponível em
<www.mundopm.com.br>. Acesso em 10 nov. 2009.
RIBEIRO, Wankes L. Gestão de portfólio: como priorizar projetos em 3 passos pelo
single criterion priorization model ou em 4 passos pelo multiple criteria weighted ran-
king. 2009. Disponível em: <http://www.wankesleandro.com/>. Acesso em 10 nov.
2009.
RICARDO-VARGAS. 2009. Disponível em: <http://www.ricardo-vargas.com>. Aces-
so em 01 out. 2009.
SAP. Metodologia de Implementação.2009. Disponível em:
<http://www.sap.com/brazil/index.epx>. Acesso em: 31 nov. 2009.
TURMA 41 DA FIAP. Módulo gestão de comunicação e RH. 2009. Disponível em:
<www.fiap.com.br>. Acesso em: 04 mar. 2009.
TURMA 41 DA FIAP. Módulo gestão de portfólio. 2009. Disponível em:
<www.fiap.com.br>. Acesso em: 04 abr. 2009.
UNIVERSIDADE Salvador. [2009]. Disponível em <http://www.unifacs.br>. Acesso
em 05 out. 2006.
VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais compe-
titivos. 6. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2005.
VARGAS, Ricardo. PMP – gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais
competitivos. 6 ed Rio de Janeiro: Editora Brasport, 1999.
XAVIER, Carlos Magno da S. Gerenciamento de projetos: como definir e controlar
o escopo do projeto. São Paulo: Saraiva, 2006.
69
ANEXO A
Project Charter
Project Management Documentation
<Logo do cliente> Project Charter
Identificação do Projeto
Nome do projeto
Tipo de projeto
Cliente
Data de início plane-
jada
Data término planejada Data de início realiza-
da
Data término
atualizada
Gerente do projeto Gerente do projeto (cli-
ente)
70
Objetivos do Projeto
71
Justificativas do Projeto
72
Designação do Gerente de Projeto, sua responsabilidade e autoridade
Como gerente de projeto da consultoria foi designado o Sr. xxxxx xxxx (Grupo
ASSA) que estará coordenando e gerenciando todos os aspectos do projeto;
Como gerente de projeto do cliente foi designado a Sr. Xxxxx xxxx Leal que estará
apoiando a coordenação e gerenciamento da consultoria;
Dentre as responsabilidades do gerente de projetos, destacam-se:
Realizar o planejamento necessário para o projeto em questão, produzindo o
plano do projeto e demais planos auxiliares;
Garantir que o projeto seja planejado, executado, controlado e concluído con-
forme definido no documento do plano do projeto;
Garantir que as medidas de desempenho – custo, prazo e qualidade – do pro-
jeto sejam atendidas e cumpridas conforme baselines definidas para o projeto em
questão;
Montar a equipe do projeto e garantir o desenvolvimento da mesma, contribu-
indo para o aumento da produtividade e eficiência deste time;
Garantir a integração das equipes, a comunicação e o compartilhamento de
conhecimento efetivo;
Preparar, armazenar e divulgar os documentos, minutas e relatórios do proje-
to, de forma adequada para os envolvidos, conforme definido no plano de gerencia-
mento das comunicações;
Analisar as variâncias ocorridas no plano do projeto e tomar as devidas ações
corretivas para garantir o cumprimento das métricas de custo, prazo e qualidade;
Garantir a qualidade dos produtos e subprodutos do projeto, utilizando como
base o plano de gerenciamento da qualidade;
Garantir que as mudanças solicitadas no projeto sejam adequadamente apro-
vadas, conforme o plano de integrado de mudanças, e refletidas nos planos e base-
lines do projeto;
Controlar e monitorar os riscos do projeto e tomar as ações corretivas previs-
73
Designação do Gerente de Projeto, sua responsabilidade e autoridade
tas no plano de resposta aos riscos;
Acompanhar o progresso do trabalho realizado por cada um dos membros da
equipe;
Conduzir e/ou facilitar as reuniões necessárias no projeto;
Identificar e resolver quaisquer problemas ou conflitos que possam a vir surgir
no projeto;
Suportar a criação das solicitações de compras, seleção de fornecedores,
administração e encerramento dos eventuais contratos com terceiros;
Proceder com o encerramento administrativo do projeto.
Definição de Escopo
Definição de Não Escopo
74
Designação do Gerente de Projeto, sua responsabilidade e autoridade
Lista dos Produtos Finais (Entregáveis/Deliverables)
Principais Milestones
Revisões
Revisado por: Data da revisão: Aprovado por: Data da apro-
vação:
75
Aprovações
Nome Cargo/função Data da aprovação Assinatura
76
ANEXO B
Status Report

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  • 1. FIAP - FACULDADE DE INFORMÁTICA E ADMINISTRAÇÃO PAULISTA TURMA 41 PMI TRANSFORMANDO UMA EMPRESA BASEADA EM PROCESSOS FUNCIONAIS EM UMA EMPRESA PROJETIZADA Alexandre Corsi Abdalla Douglas Xavier da Fonseca Marcos Marcelo Marques São Paulo 2009
  • 3. Transformando uma empresa baseada em processos funcionais em uma em- presa projetizada. Alexandre Corsi Abdalla Douglas Xavier da Fonseca Marcos Marcelo Marques Monografia apresentada à FIAP - Facul- dade de Informática e Administração Pau- lista, para obtenção do título de MBA em Gestão de Projetos PMI® Área de Concentração: Gestão de Proje- tos. Orientador: Danúbio Becker Borba São Paulo 2009
  • 4. Transformando uma empresa baseada em processos funcionais em uma em- presa projetizada Alexandre Corsi Abdalla Douglas Xavier da Fonseca Marcos Marcelo Marques Monografia apresentada à FIAP - Facul- dade de Informática e Administração Pau- lista, para obtenção do título de MBA em Gestão de Projetos PMI®. Área de Concentração: Gestão de Proje- tos. Orientador: Danúbio Becker Borba. Aprovado em: ___/____/_____ BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. ___________________________________________________________ Instituição:____________________ Assinatura:____________________________ Prof. Dr. ___________________________________________________________ Instituição:____________________ Assinatura:____________________________ Prof. Dr. ___________________________________________________________ Instituição:________________ Assinatura:________________________________
  • 5. RESUMO ABDALLA, Alexandre Corsi; FONSECA, Douglas Xavier da; MARQUES, Marcos Marcelo. Transformando uma empresa baseada em processos funcionais em uma empresa projetizada. 2009. 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Monogra- fia) – FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista, São Paulo, 2009. No mercado globalizado atual, as empresas buscam lucro e prestação de serviço com maior qualidade e agilidade, mantendo a fidelização de seus clientes, assim como, conquistando novas oportunidades de negócios. O material apresenta- do tem como objetivo principal a visão de uma empresa voltada para uma estrutura de projetos funcionais com a transformação para uma estrutura projetizada. Foram realizadas análises do Grupo ASSA, uma empresa de consultoria e outsourcing que colabora com seus clientes na transformação dos processos de negócios utilizando Tecnologia de Informação. Atualmente, o Grupo ASSA segue uma estrutura funcio- nal em seus projetos. Com o levantamento de informações coletadas, foi possível prover um ambiente de gestão de projetos e apontar falhas. Foram apresentadas propostas de melhorias nos principais processos, dando uma visão de como e por- que é vantajosa a mudança da organização para uma estrutura projetizada. O obje- tivo foi o de gerar uma discussão com as vantagens de se adotar uma boa prática de gestão de projetos contemplando as fases do projeto, tendo como guia as boas prá- ticas do PMI® com base no PMBOK®. A gestão de projetos do Grupo ASSA é con- duzida pela metodologia ASAP que é composta por cinco fases: Project Preparation, Business Blueprint, Realization, Final Preparation e Go live & Support. Com a abor- dagem efetuada, foi possível apresentar o processo atual, como também as propos- tas que a organização poderá utilizar quando seus processos forem voltados para uma estrutura projetizada, tendo assim a utilização de boas práticas de gestão de projetos no início, meio e fim de cada projeto. Palavras-chave: Projeto; Transformação; Processos.
  • 6. ABSTRACT ABDALLA, Alexandre Corsi; FONSECA, Douglas Xavier da; MARQUES, Marcos Marcelo. Changing a company based on functional processes in a company based on projects. 2009. 78 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) – FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista, São Paulo, 2009. In the current global marketplace the companies looking for profit and service with the highest quality and agility, keeping the customers retention but also conquer- ing new business opportunities. The material presented has as main goal the com- pany vision directed toward a structure of functional projects with the transformation for a structure based on projects. Analysis were carried out of Grupo ASSA, a con- sulting and outsourcing company that collaborates with your customers in the trans- formation of business processes using information technology. Currently the Grupo ASSA follows a functional structure in your projects. With the survey information gathered was possible provide an environment of project management and point faults. We presented proposals for improvements in key processes giving an over- view of how and why is advantageous change of the organization to one structure based in projects. The goal was to generate a discussion with the advantages of adopting a best practice of project management at all stages of the project, taking as a guide to best practices of PMI® based on the PMBOK®. The project management of Grupo ASSA is conducted by ASAP methodology which consists of five phases: Project Preparation, Business Blueprint, Realization, Final Preparation and Go live & support. With the approach made was possible to present the current process, and also the proposals that the organization can use when their processes were based on projects structure and thus the use of best practices in managing projects in the beginning, middle and end of each project. Keywords: Projects; Transformation; Process.
  • 7. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Grupo ASSA no mundo..............................................................................14 Figura 2: Clientes ......................................................................................................14 Figura 3: Grupo ASSA...............................................................................................16 Figura 4: Grupo ASSA esta entre as 10 principais fornecedoras. .............................16 Figura 5: Organograma macro do Grupo ASSA........................................................17 Figura 6: Prêmios do Grupo ASSA............................................................................18 Figura 7: ASAP..........................................................................................................21 Figura 8: Falha em gestão de projetos.....................................................................25 Figura 9: Falhas de portfólios....................................................................................34 Figura 10: Os três princípios universais. ...................................................................40 Figura 11: Modelo RACI............................................................................................41 Figura 12: Critério de priorização ..............................................................................43 Figura 13: Gráfico Bolha............................................................................................45 Figura 14: Evolução do escritório de projetos. ..........................................................48 Figura 15: Influência da estrutura organizacional nos projetos. ................................52 Figura 16: Iniciação. ..................................................................................................58 Figura 17: Planejamento. ..........................................................................................59 Figura 18: Execução .................................................................................................60 Figura 19: Monitoramento e controle.........................................................................61 Figura 20: Encerramento...........................................................................................61 Figura 21: Processos de Gerenciamento de Projetos ...............................................62 Figura 22: Framework ...............................................................................................65
  • 8. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................8 2 METODOLOGIA DE ESTUDO E SOBRE A EMPRESA ........................................10 2.1 Apresentação da empresa.....................................................................12 2.2 Missão e valores do grupo ASSA ..........................................................12 2.3 Mercado de atuação..............................................................................13 2.4 Clientes..................................................................................................14 2.5 Organograma macro do Grupo ASSA ...................................................17 2.6 Prêmios .................................................................................................18 2.7 Parceiros estratégicos ...........................................................................19 2.8 Responsabilidade social – Programa Dando uma Mão.........................19 3 GESTÃO DE PROJETOS DO GRUPO ASSA .......................................................21 3.1 Kit básico...............................................................................................24 4 FALHAS APRESENTADAS NA GESTÃO DE PROJETOS ...................................25 4.1 Gestão de escopo .................................................................................26 4.2 Gestão de comunicação/RH..................................................................33 4.3 Gestão portfólios ...................................................................................34 5 PROPOSTAS DE MELHORIAS NA GESTÃO DE PROJETOS .............................35 5.1 Melhorias em gestão de escopo............................................................35 5.2 Melhorias na gestão de comunicação/RH .............................................39 5.2.1 Matriz de responsabilidade – RACI ....................................................41 5.3 Melhoria na gestão portfólios – pré-requisitos para uma boa gestão ....42 5.3.1 Critérios de priorização simples e eficaz ............................................42
  • 9. 5.3.2 Elaboração do Gráfico Bolha..............................................................44 5.4 Implementação de escritório de gerenciamento de projetos – PMO .....46 5.4.1 O Project Management Office (PMO)..............................................47 5.4.2 O papel do PMO nas estruturas organizacionais ............................50 5.4.3 Perfil do PMO no Brasil ...................................................................53 5.4.4 As mudanças na Cultura Organizacional ........................................55 5.4.5 Conclusão .......................................................................................57 5.5 Fluxo de processos – guia PMBOK®, versão 4.....................................57 5.5.1 Grupo de processos de iniciação ....................................................58 5.5.2 Grupo de processos de planejamento................................................59 5.5.3 Grupo de processos de execução...................................................60 5.5.4 Grupos de processos de monitoramento e controle........................61 5.5.5 Grupo de processos de encerramento ............................................61 5.5.6 Áreas de conhecimento...................................................................62 6 CONCLUSÃO.........................................................................................................63 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................66 ANEXO A ..................................................................................................................69 ANEXO B ..................................................................................................................76
  • 10. 8 1 INTRODUÇÃO O crescente uso de projetos como forma de efetuar negócios conduziu ao de- senvolvimento de uma variedade de ferramentas e técnicas para um melhor geren- ciamento de projetos (TURNER; KEEGAN, 1999). Entretanto, as taxas de falhas em projetos ainda são elevadas e a consciência de que projetos não são realizados no vácuo organizacional está crescendo. A administração do gerenciamento de projetos se tornou o termo e o método para gerir a multiplicidade de projetos paralelos numa organização; já a governança via gerenciamento de projetos tornou-se o termo e o método para gerenciar vários projetos em paralelo numa organização. A Associação de Gerenciamento de Projetos (APM, 2004) define a governan- ça via gerenciamento de projetos como: Uma administração efetiva garantindo que os portfólios de projetos de uma organização sejam alinhados com os objetivos da organização, sendo rea- lizados com eficiência e sendo sustentável; Uma administração que proporciona os meios pelos quais a diretoria e ou- tros principais stakeholders de um projeto sejam alimentados com informa- ções relevantes e confiáveis no momento exato. Estando hoje as organizações em diferentes níveis de gestão de projetos, surge a necessidade de uma categorização das diferentes técnicas conforme seus esforços e retorno em relação ao contexto da orientação por projetos na organiza- ção. Para este fim, o estudo irá apresentar e propor meios para categorizar as dife- rentes técnicas, com o objetivo de ser um guia, fazendo com que as organizações se desenvolvam, mudando da orientação a processos (perfil funcional) a orientação por
  • 11. 9 projetos (perfil projetizada) de modo a balancear a magnitude do retorno e do inves- timento. Dentre as diversas organizações atuantes no Brasil, a empresa escolhida pa- ra apresentar este desenvolvimento/mudança de perfil foi o Grupo ASSA. Uma con- sultoria originária na Argentina, com fortíssima atuação no cenário nacional e Améri- ca Latina, que já iniciou de forma moderada esta transformação voltada a um resul- tado em longo prazo.
  • 12. 10 2 METODOLOGIA DE ESTUDO E SOBRE A EMPRESA O Grupo ASSA colaborou de uma maneira extremamente positiva, disponibili- zando informações de seus processos internos no tocante a Gestão de Projetos, sendo eles positivos ou negativos, possibilitando, desta forma, uma visão mais am- pla e realista do funcionamento da organização. O levantamento de informações foi efetuado com a ajuda de uma metodologia chamada Pesquisa Ação Participativa, sendo uma metodologia especialmente re- comendada para estudar e levantar informações sob gerenciamento de mudanças em organização, envolvendo-se conjuntamente funcionários e pesquisadores neste processo. Com isso, foram realizadas entrevistas desde seu corpo diretivo até ge- rentes, líderes de projeto e funcionários, partindo de uma idéia e critérios iniciais que estão descritos abaixo: Localização e análise dos fatos (elaboração dos planos de projetos); Monitoramento e efeitos das implantações (projeto aprovado e em anda- mento); Avaliações de resultados (projeto finalizado e lições aprendidas apuradas). Desta maneira são apresentadas as seguintes situações e questões: A. Gestão de Projetos Atual – Perfil Funcional Qual o foco de atuação e sua situação da organização no mercado atual? B. Gestão de Projetos Futuro – Organização e orientação a Projetos – Perfil Projetizada.
  • 13. 11 Com as propostas apresentadas, até onde a empresa poderá chegar? Quanto tempo para realizar tal ação e quais os benefícios a organização te- rá após essa mudança, visando à questão estratégica? Com base nas informações pesquisadas junto ao Grupo ASSA, foi possível elaborar um plano de ação com a situação atual de gestão de projetos da empresa e propor mudanças, sendo elas em longo prazo. De maneira que, a organização se desenvolva e tenha uma orientação a projetos, tornando-se cada vez mais orientada a projetos, ou seja, projetizada. Tal ação irá proporcionar uma melhor gestão de pro- jetos1 alinhado ao planejamento estratégico do Grupo ASSA. Mediante as ações de pesquisas, a estrutura deste trabalho divide-se em três partes: Primeira Parte - Quem é o Grupo ASSA? Apresentar o foco de atuação e situação de mercado atual da organização. Segunda Parte – Condução da Gestão de Projetos do Grupo ASSA. Uma visão de como são conduzidos os projetos da empresa, sendo atual- mente uma organização voltada ao perfil Funcional. Terceira Parte – Expor as falhas e apresentar melhorias no gerenciamento de seus projetos. Apontar as principais falhas de gestão de projetos, propondo melhorias, cu- jo objetivo é desenvolver na organização uma orientação voltada a proje- tos, tornando-se, assim, uma empresa projetizada. 1 Tendo como base nas boas práticas em gerenciamento de projetos – Guia PMBOK®.
  • 14. 12 2.1 Apresentação da empresa Fundado em 1992, o Grupo ASSA é uma companhia com um approach de negócios personalizado e diferenciado: Business Process Transformation Model®, que colabora com as companhias no caminho para o BPM 2 e SOA.3 Oferece serviços de Planificação Estratégica de Tecnologias (roadmaps de evolução); Melhora da Gestão de Processos (BPM); Implementação e integração de aplicativos (ERP, CRM); modelos e ferramentas analíticas (Business Intelligence); engenharia de software com base na metodologia CMMi; e consultoria tecnológica em diversas plataformas. 2.2 Missão e valores do Grupo ASSA  Missão: O Grupo ASSA é uma empresa de consultoria e outsourcing de aplicativos que tem como missão colaborar para a melhoria da gestão de processos de negó- cios de seus clientes utilizando a Tecnologia da Informação.  Valores: Ética; 2 O Business Process Transformation Model do Grupo ASSA ® é uma abordagem de negócios com foco na integração entre Pessoas + Processos + Aplicativos + Tecnologia, entregue através de duas formas flexíveis de delivery: Consultoria e Outsourcing. 3 Service-oriented architecture (SOA), pode ser traduzido como arquitetura orientada a serviços, e é um estilo de arquitetura de software cujo princípio fundamental preconiza que as funcionalidades implementadas pelas aplicações devem ser disponibilizadas na forma de serviços.
  • 15. 13 Profissionalismo; Comprometimento; Trabalho em equipe; Serviço ao cliente; Consciência social. 2.3 Mercado de atuação O Grupo ASSA entrega serviços de TI a companhias da Global Fortune 500, líderes locais e multilatinas, através do modelo multi-sourcing sobre aplicativos SAP, Oracle e sistemas legados, integrando-os com tecnologias de última geração. Através de centros de serviços distribuídos pela América Latina, o Grupo ASSA atende mais de 40.000 clientes usuários-finais SAP e JD Edwards 4 via mode- los de entrega nearshore-offshore 5 . 4 O JD Edwards EnterpriseOne é uma suíte integrada de aplicativos de ERP que combina benefícios para os negócios, tecnologia baseada em padrões e profunda experiência no setor em uma solução com baixo custo total de propriedade (TCO). 5 O modelo pelo qual o “global” substitui o “local” no suprimento de serviços ligados à tecnologia e no qual as grandes corporações extravasam as fronteiras dos países em que estão estabelecidas na corrida pelos ganhos de competitividade.
  • 16. 14 Figura 1: Grupo ASSA no mundo. Fonte: Grupo ASSA, 2009 2.4 Clientes Os clientes advêm dos mais variados segmentos: manufatura, produtos de consumo, farmacêutico, varejo, etc. Figura 2: Clientes Fonte: GRUPO ASSA, 2009.
  • 17. 15 Atualidades Grupo ASSA fortalece a prática HCM. A inclusão da tecnologia Peoplesoft HCM da Oracle, em nosso portfólio de serviços faz parte da estratégia de novos negócios da prática de Human Capital Management Com o intuito de atender a crescente demanda do mercado ERP, o Grupo ASSA acaba de incluir no seu portfólio de serviços a prática de Peoplesoft HCM da Oracle. Esta nova prática trouxe também a incorporação da colaboradora Marilda Marques que terá o objetivo de desenvolver projetos e novos negócios para os pro- cessos de Human Capital Management (HCM) desta tecnologia. O Grupo ASSA já possui reconhecida experiência e liderança na execução de projetos de implementa- ção e serviços de outsourcing SAP® HCM em clientes globais, e será uma das pou- cas consultorias na América Latina com experiência nas tecnologias SAP® e Ora- cle. Com 11 anos de experiência dedicados exclusivamente aos serviços de im- plementação e outsourcing de Peoplesoft HCM, a colaboradora foi responsável por grandes projetos antes e depois da venda da Peoplesoft à Oracle. Entre eles, desta- cam-se projetos na Golden Cross, Citibank, Ambev, Saint Gobain, Sercomtel, Tele- fonica e Avon. “Ao unirmos a notória qualidade do Grupo ASSA na execução de serviços de outsourcing na América Latina, e no mundo, com a expertise da Marilda no atendi- mento ao segmento Peoplesoft HCM, formaremos a equipe necessária para nos tor- narmos líderes deste segmento no mercado”, diz o diretor da empresa Paulo Eduar- do Brugugnoli. A Marilda revela que é cada vez maior o número de empresas que começam a adotar tecnologias de suporte à gestão dos recursos humanos. “A metodologia e experiência comprovadas do Grupo ASSA aliadas à prática do HCM são garantias de que as demandas das áreas de Recursos Humanos serão atendidas com quali- dade e nos prazos acordados”, observa.
  • 18. 16 A nova Líder da Prática de Peoplesoft HCM do Grupo ASSA é paulistana e formada em Tecnologia e Sistemas da Informação pela FATEC São Paulo e come- çou a sua carreira em TI com os sistemas de mainframe na Cummins-Brasil, Lacta e Alcatel. Figura 3: Grupo ASSA. Fonte: Informação do setor de marketing do grupo ASSA (GRUPO ASSA, 2009). Grupo ASSA esta entre as 10 principais fornecedoras de serviços de Outsourcing no Brasil. Figura 4: Grupo ASSA esta entre as 10 principais fornecedoras. Fonte: JORNAL VALOR ECONÔMICO (2009).
  • 19. 17 2.5 Organograma macro do Grupo ASSA Figura 5: Organograma macro do Grupo ASSA Fonte: Grupo ASSA, 2009
  • 20. 18 2.6 Prêmios Com sucesso comprovado, o Grupo ASSA já entregou centenas de projetos de transformação de processos de negócio, utilizando tecnologias inovadoras e a- bordando um único fator: pessoas. A maneira como o grupo integra cultura, proces- sos, estrutura, tecnologia e pessoas são reconhecidas por nossos clientes como ú- nica, tendo como recompensa a conquista de inúmeros prêmios, entre eles: Figura 6: Prêmios do Grupo ASSA. Fonte: Apresentação Institucional do Grupo ASSA (GRUPO ASSA, 2009).
  • 21. 19 2.7 Parceiros estratégicos Em suas atividades realizadas em diversos segmentos de mercado, nos paí- ses onde atua, o Grupo ASSA conta com parceiros estratégicos conceituados no mercado, sendo eles:  SAP PARTNER;  ORACLE PARTNER;  IDS SCHEER;  INTEL. 2.8 Responsabilidade social – Programa Dando uma Mão Em 2002, o Grupo ASSA iniciou o projeto Dando a Mão, uma iniciativa pró- pria, com o objetivo de promover uma cultura socialmente responsável entre todos os seus colaboradores, clientes e fornecedores. Busca do Grupo ASSA: Desenvolver iniciativas que contribuam de forma tangível às necessidades sociais; Gerar espaço para o fortalecimento das ações juntamente com nossos sta- keholders; Promover o voluntariado entre nossos colaboradores; Despertar no outro a necessidade de ajudar a quem mais precisa.
  • 22. 20 Ao longo do ano, e através do programa Dando uma Mão, o Grupo ASSA or- ganiza diversas iniciativas e projetos para colaborar com organizações e instituições no Brasil, Argentina e México. Dentre eles, estão os projetos: Volta à escola; Dia das Crianças; Natal Feliz. Além do programa Dando uma Mão, o Grupo ASSA participa também de ou- tras ações sociais, como: Fundação Garrahan: café da manhã destinado às companhias e indiví- duos que participam dos programas de reciclagem de papel; Fundação Ler: programa Passo a Passo organizado em conjunto com a Fundação SOROS, pelo "suporte e colaboração para o desenvolvimento de programas de ensino". (Grupo ASSA, 2009).
  • 23. 21 3 GESTÃO DE PROJETOS DO GRUPO ASSA Os projetos do Grupo ASSA são conduzidos seguindo a formação proposta pela SAP chamada: ASAP – Accelerated System Application and Products – Roadmap, composta por 5 fases, como apresentado na figura abaixo: Figura 7: ASAP. Fonte: SAP, 2009. Project Preparation: o Momento em que são feitos os preparativos para o projeto. É solicitada to- da infraestrutura junto ao cliente para que haja as devidas condições de trabalho para a equipe de projeto composta pelos consultores funcionais, key users e gerentes de projeto. Devem ser designados usuários que co-
  • 24. 22 nheçam muito bem os processos de negócio e estes são responsáveis pe- las informações iniciais, passando pela validação final dos processos de negócio e suporte pós go live. Business Blueprint: o Com a estrutura básica pronta, é iniciada a fase dois do projeto que consis- te basicamente nas entrevistas junto aos usuários finais, conhecedores do processo de negócios e sempre sob a supervisão e aprovação do key user. Essas entrevistas proporcionam ao consultor funcional uma visão de como a empresa trabalha em determinado processo de negócios – As Is – e co- mo se comportará o sistema no futuro para cada processo de negócios – To Be. Cada um destes processos deve ser contemplado neste momento para que ao final seja gerado o Escopo do Projeto definitivo. Realization: o Com o escopo definido – To Be – é dado início a fase de parametrização do sistema. Este é o momento no qual os consultores iniciam seu trabalho de desenvolvimento das informações colhidas, inserindo-as no SAP R/3. Final Preparation: o Com o sistema parametrizado são iniciados os testes individuais. Cada key user planeja, junto ao consultor, o cenário de um determinado processo. O teste é executado em um ambiente de quality assurance6 – QA. Com os cenários de cada área testados, é dado início aos testes integrados; o Neste momento são apresentados cenários completos interligando todas as áreas envolvidas, portanto, sendo os processos do início ao fim. É defi- 6 Processo onde se mede a qualidade do sistema desenvolvido.
  • 25. 23 nido também o período de cutt over7 , ou seja, onde exatamente haverá o corte para que o sistema legado deixe de funcionar dando início às novas atividades do sistema; o Ocorre também a decisão do comitê quanto à entrada em produção ou não, sendo Go ou No Go, e ainda das cargas do sistema legado para o a- tual. Go Live & Support: o Após todas as definições já realizadas, este é o momento do novo sistema entrar efetivamente em produção. Esta é a fase na qual a consultoria já e- xecutou todo seu planejamento e acompanhará as primeiras operações. É determinado usualmente um período de três semanas de acompanhamen- to, pois as dúvidas quanto aos novos processos são comuns e cabe ao consultor dar o devido suporte ao cliente. Com as fases acima informadas, a metodologia de implementação é seguida com o intuito de efetuar os devidos controles do projeto, bem como apresentar para os clientes uma metodologia segura e aceita pelo mercado. 7 Período de corte: este é o momento onde o sistema legado deixará de receber dados, para que o novo sistema entre em PRD e comece a receber faturamentos, emitir notas, efetuar e receber paga- mentos, movimentar estoque, ordens de produção, etc.
  • 26. 24 3.1 Kit básico O Grupo ASSA também utiliza um Kit Básico, criado pelos próprios gestores de projetos da organização, composto pelos seguintes documentos: o PM_Project Charter: Anexo A informado neste documento; o PM_Status Report: Anexo B informado neste documento.
  • 27. 25 4 FALHAS APRESENTADAS NA GESTÃO DE PROJETOS Como toda organização, falhas em gestão de projetos são constantes, preju- dicando equipes de trabalho e gestores e, principalmente, as metas estratégicas das empresas perante um mercado totalmente concorrido. Dentre este cenário de falhas de gerenciamento, foi realizado um levantamen- to e o Grupo ASSA apresenta resultados acima do aceitável de mercado quando relacionado à gestão de projetos, que afeta toda sua gestão e processos, como vi- sualizado na figura abaixo: Figura 8: Falha em gestão de projetos. Fonte: GRUPO ASSA (2009). Com base nestes resultados informados acima, é possível estabelecer e a- presentar as principais falhas da organização, como será descrito a seguir: Aceitável Mercado 2009Aceitável Mercado 2009 10,0 40,0 30,0pp % desvio em Escopo de Projetos # de projetos Aceitável Mercado 2009 5,0 60,0 55,0pp % desvio em prazo nos projetos # de projetos 5,0 30,025,0pp % desvio em custo nos projetos # de projetos
  • 28. 26 4.1 Gestão de escopo A gestão de escopo do projeto tem uma importância fundamental em definir o caminho que o projeto deverá seguir para alcançar o seu objetivo e o seu sucesso. Existem grandes desafios quando falamos em gerenciar um projeto: temos que defi- nir claramente os produtos e serviços relacionando sempre aos objetivos do projeto, os quais serão entregues para o cliente. Segundo o PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (2004, p. 103): “O gerenciamento do escopo trata principalmente da de- finição e controle do que é do que não está incluído no projeto”. O gerenciamento do escopo é a base para a construção dos demais proces- sos de gerenciamento de projeto. Na ausência de um bom gerenciamento do esco- po, fica complexo gerenciar a verificação e controle de custos, tempo, sendo que não fica claro para as parte interessadas qual é o limite do projeto, quais são as premissas do projeto, quais os pacotes de trabalhos, quais são as entregas. A definição do escopo de um projeto é uma das etapas mais importantes da gestão de projetos, conforme já mencionado anteriormente. Podemos concluir que este processo em projetos é o marco inicial para a execução dos serviços e produtos e tem que ser tratado com uma grande importância. Observamos que no Grupo ASSA, hoje, o foco em gestão de escopo é pequeno utilizando-se do kit citado ante- riormente. Ponto de importância a ser observado é que alguns gerentes acabam não fazendo documentação alguma do escopo de projeto. É possível observar que as cinco fases de projetos propostas pela SAP apre- sentam diversos pontos de melhorias perante as ações junto aos clientes. Porém, antes de iniciarmos as descrições das fases, se faz necessário uma observação im- portante no que diz respeito à prática comercial.
  • 29. 27 Prática Comercial – Início dos problemas Os gerentes comerciais buscam novas oportunidades junto aos clientes e, neste momento, surge um novo negócio. Este cliente se interessa por algum produto ou serviço específico. Faz-se, portanto, as visitas para detalhar o processo. Na situação atual este gerente comercial, sem o conhecimento técnico da área de negócios específica, faz a venda do produto que será desenvolvido. Porém, um ponto de extrema importância é que seja compreendido exatamente o que o cli- ente tem como expectativa na entrega. Em poucas e raras situações, ele é acompa- nhado do consultor funcional que conhece o processo de negócios e o sistema. Na situação ideal, os consultores técnicos do módulo envolvido fazem a pré- venda junto ao gerente comercial. Desta maneira, identificam a melhor forma e até se é possível atender a demanda. A empresa aponta algum processo específico de negócios e o consultor funcional é capacitado a entender este processo e ainda veri- ficar sua funcionalidade no SAP R/3. Desta forma, nos tópicos abaixo, é possível observar que as cinco fases de projetos utilizadas pela organização apresentam em sua estrutura falhas de gestão de escopo, não se mostrando segura perante as ações junto aos clientes. Tais fases e seu processo atual são descritos abaixo: o Project Preparation – Fase 1 Processo Atual Neste momento, são feitos os preparativos para o projeto. É solicitada toda in- fraestrutura junto ao cliente para que haja as devidas condições de trabalho para a equipe de projeto composta pelos consultores funcionais, key users e gerentes de projeto. A figura do key user é prática usual na estrutura de projetos SAP R/3. Devem ser designados usuários que conheçam muito bem os processos de negócio e estes são responsáveis pelas informações iniciais, passando pela validação final dos pro-
  • 30. 28 Processo Atual cessos de negócio e suporte pós go live. Os key users, em várias situações, são es- colhidos sem critérios e nem sempre são os verdadeiros e competentes conhecedo- res do negócio. Em função de alguns critérios como falta de tempo, indisponibilidade do verdadeiro responsável pelo negócio e viagens a trabalho programadas, por e- xemplo, a escolha acaba sendo feita por outro gestor que possa assumir estas fun- ções na falta da pessoa mais capacitada. Na grande maioria das vezes, o verdadeiro key user é também o gestor de alguma área e tem sua equipe de trabalho. Esta é a principal razão de ele não conseguir se desvencilhar de suas obrigações diárias para ter foco no projeto. O tempo que deve ser dedicado ao projeto também é escasso, já que o key user tem suas funções na área de origem. Como seu papel na empresa é de gestão e decisão, ele acaba não tendo foco total no projeto, pois considera que suas fun- ções não podem ser substituídas pela equipe de trabalho. É muito comum um key user se encontrar em uma discussão importante de negócios para o projeto, mas pensando na verdade em um assunto de sua área que tenha o deadline próximo. Todas as situações descritas acabam impactando no cronograma de uma maneira negativa, pois, afinal, este key user é de extrema importância durante todo o projeto. Conclusão: O final da fase 1 é marcado pela reunião de kick off realizado em dia, horário e local predeterminados em comum acordo entre cliente e consultoria, mas normalmente ocorre nas dependências do cliente e nesta data são passados os objetivos de projeto, datas, marcos do projeto, escopo inicial, bem como equipe e gerentes de projeto. Cada componente se apresenta para equipe dizendo sua fun- ção e sua responsabilidade no projeto. Neste dia, o comitê executivo também está presente para que todos saibam quem são os sponsors do projeto. O principal obje- tivo do kick off é a integração da equipe de projeto. São nomeados o gerente de pro- jeto da consultoria e o gerente de projetos do cliente. Porém, ambos são responsá- veis pela condução, entrega e sucesso do projeto. Sempre que houver por parte do Comitê qualquer tipo de cobrança, ela será direcionada aos dois gerentes e estes repassarão para a equipe de projeto.
  • 31. 29 o Business Blueprint – Fase 2 Processo Atual Com a estrutura básica pronta, é iniciada a fase dois do projeto que consiste basicamente nas entrevistas junto aos usuários finais, conhecedores do processo de negócios e sempre sob a supervisão e aprovação do key user. Essas entrevistas proporcionam ao consultor funcional uma visão de como a empresa trabalha em de- terminado processo de negócios – As Is – e como se comportará o sistema no futuro para cada processo de negócios – To Be. Cada um destes processos deve ser con- templado neste momento para que, ao final, seja gerado o Escopo do Projeto definiti- vo – Business Blueprint. Este é o momento das definições ocorrerem. Porém, nor- malmente, as assinaturas não são feitas no momento devido e consequentemente, o fechamento do escopo não é respeitado, bem como o cronograma. O cliente solicita uma data maior para assinatura e pode ainda propor a prorrogação do início da pró- xima fase para que ocorram as devidas assinaturas. Como a consultoria tem seu budget e data prevista de término da alocação dos consultores, ela pode dar início à próxima fase sem ter o Business Blueprint assinado. Conclusão: Com o final dos levantamentos junto aos usuários, temos o es- copo de projeto definido e o desenho de processos. O Business Blueprint assinado, que prevê todo o fluxo de informações com o As Is e o To Be de cada processo de negócio mapeado pela equipe de consultores, será utilizado como base de desen- volvimento e qualquer situação não contemplada neste documento será considerada como melhoria a ser desenvolvida em outro momento pós Go Live.
  • 32. 30 o Realization – Fase 3 Processo Atual Com o escopo definido – To Be – é dado início a fase de parametrização do sistema. Este é o momento onde os consultores iniciam seu trabalho de desenvolvi- mento das informações colhidas inserindo-as no SAP R/3. O consultor de cada mó- dulo começa o trabalho individualmente, mas sempre existe a necessidade de uma interação com os outros consultores para compor o fluxo de informações e também para contemplar prováveis desenvolvimentos no processo de negócio específico do cliente. Com o início deste trabalho, os key users voltam a sua área de origem já que participaram da definição do escopo do projeto e tiveram, com isso, um acúmulo de trabalho no local de origem. O key user acaba tendo uma carga de trabalho muito grande neste momento, pois teve ações paralelas entre seu trabalho e as atividades do projeto. Este é o momento de maior carga de trabalho também para a consultoria e faz-se necessária a atuação marcante do gerente de projetos da consultoria no cumprimento dos prazos. Conclusão: O final da fase três é marcado pelo término da parametrização do sistema por parte da consultoria e o cumprimento do To Be desenhado no Busi- ness Blueprint. Nesta fase, foram contempladas as ações propostas pela consultoria e o novo sistema encontra-se construído. Porém, como todos os testes ainda serão executados, certamente, ajustes serão necessários. A consultoria já considera este período de ajustes no cronograma, assim como, possíveis ajustes junto ao key user também são considerados, desde que não fujam do escopo definido.
  • 33. 31 o Final Preparation – Fase 4 Processo Atual Com o sistema parametrizado, são iniciados os testes individuais. Cada key user planeja junto ao consultor o cenário de um determinado processo. O teste é e- xecutado em um ambiente de quality assurance – QA. Com os cenários de cada área testados, é dado início aos testes integrados. Neste momento, teremos cenários completos interligando todas as áreas envolvidas – os processos do início ao fim. É definido também o período de cutt over, ou seja, onde exatamente haverá o corte para que o sistema legado deixe de funcionar, dando início às novas atividades do sistema. Ocorre também a decisão do comitê quanto à entrada em produção ou não – Go ou No Go – e ainda, das cargas do sistema legado para o atual. Este é o mo- mento onde o key user começa a ter alguma preocupação, já que não participou com muito afinco das definições e parametrização do sistema. Surgem também os erros na definição de escopo – To Be. Nos testes individuais podem ser percebidos erros por parte do key user quanto às definições de processo, e que podem se estender até os testes integrados. O período de cutt over – corte planejado – normalmente não tem a devida importância, mesmo tratando-se de um período onde a empresa terá suas operações realizadas e não registradas, pois o sistema legado já não pode re- ceber informações e as cargas estão ocorrendo no novo sistema. É muito comum também a definição de Go Live, mesmo com alguns processos pendentes para que seja cumprida data final e budget – orçamento de projeto. Conclusão: O final da fase quatro é marcado pela preparação completa do novo sistema já incluindo os devidos testes e validação do key user e do usuário fi- nal. Os ajustes necessários já foram executados pela consultoria e os gerentes de projeto se encontram em reuniões constantes com o Comitê Executivo para conside- rar todas as situações possíveis na data do Go Live. São consideradas as agendas dos envolvidos, pois as datas de Go Live contemplam sempre a sequência de um feriado ou final de semana.
  • 34. 32 o Go Live & Support - Fase 5 Processo Atual Após todas as definições já realizadas, este é o momento do novo sistema en- trar efetivamente em produção. Esta é a fase onde a consultoria já executou todo seu planejamento e acompanhará as primeiras operações. É determinado usualmente um período de três semanas de acompanhamento, pois as dúvidas quanto aos novos processos são comuns e cabe ao consultor dar o devido suporte ao cliente. Os con- sultores já começam a se preocupar com novas alocações, visto que o projeto está perto do fim. Porém, o cliente necessita do seu suporte até o último dia de alocação. Trata-se de um novo sistema que foi definido pelo consultor e, portanto, é direito do cliente ter esse suporte. Em contra partida, como o key user não obteve o conheci- mento necessário, não consegue dar o suporte aos seus usuários. Conclusão: A fase cinco se encerra para a consultoria com a entrada em produção. Tudo que foi descrito no Business Blueprint já foi implementado e se en- contra no ambiente produtivo do cliente. Todos os programas propostos para adap- tação do sistema ao cliente também foram testados e validados. A consultoria ainda presta um serviço de suporte por aproximadamente 3 a 4 semanas para contemplar entrada e saída de notas fiscais, fechamentos contábil e fiscal, funcionamento da comunicação bancária, ou seja, o dia a dia na nova realidade. Porém, existe a conti- nuidade para o cliente, já que o suporte funcional do key user passa a fazer parte das suas atribuições.
  • 35. 33 4.2 Gestão de comunicação/RH Entre os vários motivos que levam um projeto ao insucesso, a falta de plane- jamento de comunicação no gerenciamento do projeto tem uma grande importância, pois sem ela notamos que não temos os interesses dos envolvidos e nem mesmo a definição dos meios de comunicação. O gerenciamento da comunicação dos proje- tos lida com a necessidade de fornecer informações aos envolvidos com o objetivo de diminuir a resistência e as barreiras na execução do projeto. A comunicação a- póia a mudança de cultura, pois alinha o conhecimento dos envolvidos às mudanças que poderão ocorrer. O Gerenciamento das Comunicações do Projeto é a área de conhecimento que emprega os processos necessários para garantir a geração, coleta, distribuição, armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto de forma oportuna e adequada (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2004). A comunicação pode ser definida como um processo onde ocorre a troca de informações entre indivíduos por meio de um sistema comum de símbolos, sinais e comportamentos. Para que essa troca ocorra entre os indivíduos é necessário identi- ficar: Expectativas, poder e interesse dos sta- keholders Tecnologia da Informação e mídias dis- poníveis Tipo e quantidade de informação Formato e mídia Periodicidade O processo de planejamento das comunicações determina as necessidades de informações e comunicações das partes interessadas. Por exemplo, quem preci- sa de qual informação, quando precisarão dela, como ela será fornecida e por quem. (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2004).
  • 36. 34 No Grupo ASSA, identificamos alguns problemas de comunicação relaciona- dos abaixo: Falta de percepção das lideranças junto às pessoas coordenadas; Falta de feedback sobre o serviço realizado, causando desmotivação; Preconceito com os colegas de trabalho (intolerância a erros); Falta de humildade para aceitar que idéias alheias melhorem os processos. 4.3 Gestão portfólios Objetivos e metas estratégicos irreais; A empresa não dispõe de alinhamento interno para conduzir a estratégia; A empresa não dispõe das capacidades necessárias para implementar as estratégias num nível tático detalhado. A figura abaixo apresenta de maneira objetiva as falhas apresentadas acima: Figura 9: Falhas de portfólios. Fonte: REVISTA MUNDO PM, 2007.
  • 37. 35 5 PROPOSTAS DE MELHORIAS NA GESTÃO DE PROJETOS Com base nas falhas apresentadas no item número quatro deste documento, uma proposta de melhorias será apresentada junto com um guia de procedimentos, tendo como objetivo efetuar melhorias na gestão de projetos no Grupo ASSA, tor- nando-se, assim, uma empresa orientada a projetos, portanto, projetizada. 5.1 Melhorias em gestão de escopo Segundo Xavier (2006, p. 58): “O planejamento do escopo é, portanto, o pro- cesso de elaborar e documentar a estratégia para o desenvolvimento do trabalho (escopo) que irá gerar o produto do projeto”. Seguindo essa idéia, nossa proposta é que o escopo tenha uma grande importância em todos os projetos na consultoria e para que esses projetos tenham melhor controle. Uma declaração de escopo aceitá- vel deverá ter no mínimo: objetivo, descrição do escopo e do produto, requisitos, li- mites, entregas, critérios de aceitação de produtos, restrições, premissas, organiza- ção inicial, riscos iniciais, marcos do cronograma, limitação dos fundos, requisitos do gerenciamento de configuração do projeto, especificações do projeto, requisitos de aprovação, entre outros. Abaixo relacionamos como seria a melhoria em cada uma das cinco etapas usadas em projetos no Grupo ASSA:
  • 38. 36 o Project Preparation – Fase 1 Proposta Os key users serão escolhidos por um critério muito rigoroso, pois afinal fazem parte de um desenho de processos que será base de funcionamento das áreas de trabalho daquele momento em diante. Uma escolha equivocada deste papel impor- tante no projeto pode ocasionar em perdas financeiras e de knowledge – conheci- mento. Já neste momento, é crucial definir que o key user terá no mínimo 50% de frequência no projeto para dar suporte às decisões tomadas, para aprendizado do novo processo de negócios e ainda, à futura transferência de conhecimento – kno- wledge transfer – e suporte. Sua área de origem deverá se preparar para esta au- sência durante o período predeterminado, conforme o cronograma, e substituir suas funções por outro responsável até o seu retorno. o Business Blueprint – Fase 2 Proposta As reuniões serão coordenadas e programadas para otimizar o tempo do key user, assim como as entrevistas para entendimento do processo. O gerente de proje- to estará atento aos prazos estipulados e cobrará a equipe quanto aos processos mapeados, bem como a confecção da documentação. Ao final da fase dois, a consul- toria terá todos os processos de negócios detalhados e assinados em documento próprio – Business Blueprint – para que, desta forma, o escopo seja fechado e a con- sultoria possa dar início ao desenvolvimento sabendo exatamente o que será execu- tado. Pode, assim, fechar o cronograma do projeto. Outro ponto de extrema impor- tância nesta fase do projeto será o de ter uma SOW – Statement of Work – Declara- ção de Trabalho – demonstrando tudo que será desenvolvido durante o projeto e in-
  • 39. 37 Proposta cluindo ainda a construção de telas demonstrativas para que os usuários possam verificar e validar os campos e programas que serão criados e/ou utilizados. o Realization – Fase 3 Proposta Com o início dos desenvolvimentos, os key users continuarão no projeto ao menos 50% do tempo para que já possam vivenciar o novo sistema e a novas defini- ções. Suas funções serão segregadas para que haja esse tempo dedicado ao proje- to. A consultoria informará o status do desenvolvimento e já começará a confecção do Business Process Procedure (BPP) – Procedimentos dos Processos de Negócios – para que toda parametrização efetuada seja documentada e sirva como base de consultas futuras. O gerente de projetos do cliente fará a negociação com os respon- sáveis da área do key user para que suas demandas sejam direcionadas ao seu re- presentante naquele período. O gerente de projetos da consultoria controla de perto o cronograma, pois é nesta fase que pode ocorrer atraso nos deliverables. o Final Preparation – Fase 4 Proposta O key user participou ativamente da definição de escopo – To Be –, bem como acompanhou de perto o processo de parametrização do sistema e, neste momento, está confortável com as novas diretrizes e suas novas atribuições. Os testes indivi-
  • 40. 38 Proposta duais são realizados contemplando todas as particularidades da área em questão e cada particularidade é considerada. Nos testes integrados, cada cenário de negócios reflete uma situação completa de negócios passando, inclusive, por mais de uma área. Os testes integrados são processados e caso necessitem de ajustes, são re- processados do início ao fim para garantir o pleno funcionamento. O período de cutt over – corte planejado – é dimensionado da melhor maneira em integração com a consultoria. Será definida a melhor data para não prejudicar o faturamento da empre- sa no período de escuridão, ou seja, enquanto o sistema legado é desligado e as cargas de dados são enviadas para o novo sistema que é preparado para o Go Live. o Go Live & Support – Fase 5 Proposta O consultor está com foco no cliente até o final da sua alocação para suportar as demandas e dúvidas que surgirão no início da produção. Mesmo com o key user obtendo a maior quantidade de informação possível durante o projeto, com o intuito de ter condições para prestar o devido suporte aos usuários finais, o consultor tem papel importante neste momento para efetuar ou orientar os ajustes finos no sistema. Após a entrada do sistema em produção e o período de aproximadamente quatro semanas para suporte com o intuito de contemplar as novas ordens de produção, entradas de mercadorias e faturas, baixas no estoque, emissão de notas fiscais, fatu- ramento, fechamentos contábil e fiscal, envio de pagamentos ao banco, etc., a con- sultoria se retira e o contrato tem seu término, mas mantém o interesse no cliente, pois ainda pode fechar um contrato de help desk junto a ele. Isto garante a perma- nência da consultoria como prestadora de serviço e ainda pode gerar futuros negó- cios.
  • 41. 39 5.2 Melhorias na gestão de comunicação/RH Fica claro que em todo projeto é fundamental um planejamento de comunica- ção, pois essa é uma forma de certificar que a informação certa irá para o stakehol- der certo e no momento certo. É importante entender que não importa se o gerente de projetos fará uma comunicação formal ou informal, o que importa no gerencia- mento de projetos é que ele comunique durante todo o ciclo de vida do projeto. Segundo (VARGAS, 1999, p. 87): "Um efetivo processo de comunicação é necessário para garantir que todas as informações desejadas cheguem às pessoas corretas no tempo certo e de uma maneira economicamente viável. O gerente de projeto utiliza-se da comunicação para assegurar que o time do projeto trabalhe de maneira integrada para resolver os problemas do projeto e aproveitar suas oportuni- dades. A comunicação no projeto tem que acontecer em todo o ciclo (começo-meio- fim) para que todos interessados fiquem cientes de tudo que está acontecendo no projeto. Devemos destacar alguns tipos de informações que devem ser distribuídas: Performance da equipe Sucessos no projeto Problemas em projeto Cronogramas de projeto Status dos riscos Status de projeto Atualizações no plano de projeto Agenda de reuniões Progresso de projetos Entre outras informações importantes a definir. Estas Informações devem ser distribuídas para: Gerente de projetos Outros gerentes de projetos
  • 42. 40 Sponsor Gerentes funcionais Equipe Gerência sênior Externo ao projeto Demais stakeholders PMO Figura 10: Os três princípios universais. Fonte: SEAGAL; HORNE,1998, p. 1-13. A prática de desenvolvimento de equipes mostrou ser uma forte ferramenta para melhorar a comunicação nos grupos de trabalho; OS TRÊS PRINCÍPIOS UNIVERSAIS Raciocínio Objetividade Antevisão Visão Global Estrutura Valores MENTAL Sentimento Subjetividade Relacionamento Comunicação Organização Imaginação Criativa EMOCIONAL Realização Execução Concretização Experiência Sensorial Praticidade Experiência Sistêmica FÍSICO
  • 43. 41 A criação de departamentos de comunicação também foi citada como uma das alternativas para padronizar informações dentro da empresa; Criação de programas de desenvolvimento profissional; Melhoria nas condições de trabalho; 5.2.1 Matriz de responsabilidade – RACI Uma solução de extrema importância quando pensamos em gerenciamento de pessoas é de termos uma matriz de responsabilidades para as entregas, também chamada RACI - Responsible, Accountable, Consult and Inform. Isso ajudará a es- tabelecer as expectativas e assegurar que as pessoas saibam de suas responsabili- dades. Por exemplo: você necessita saber se os membros do Comitê Executivo de- verão aprovar o documento dos requerimentos do negócio ou não. A Matriz de Res- ponsabilidade esclarecerá todos os papéis e responsabilidades. Figura 11: Modelo RACI Fonte: TURMA 41 PMI DA FIAP, 2009.
  • 44. 42 Com a melhoria da compreensão das pessoas naquilo que fazem, pode haver não apenas a melhora na comunicação como um ganho no rendimento dos traba- lhos dentro da empresa. Desta forma, estará se buscando extrair o potencial das pessoas, associando o trabalho ao bem estar de cada indivíduo. Com esses pontos levantados, fica claro que a Gestão de Comunicação e RH tem que ser tratada com uma grande importância no Grupo ASSA. No andamento de todos os projetos, tem que ser feito um plano de comunicação eficaz. 5.3 Melhoria na gestão portfólios – pré-requisitos para uma boa gestão Predisposição para implantar e acreditar na obtenção se seus benefícios; Existir um nível de gerenciamento de projetos com medidas de desempe- nho e recuperação de informações de projetos; Ter um processo de planejamento estratégico com granularidade e estraté- gias bem definidas. 5.3.1 Critérios de priorização simples e eficaz Quando falamos em Gestão de Portfólio, nota-se um foco em priorização de projetos, dando até mesmo a entender que a Gestão de Portfólio se resume a este único processo. A priorização de projetos é uma das últimas etapas da Gestão de Portfólio. Para chegar até ela, projetos elegíveis para compor o portfólio já foram i- dentificados, categorizados, avaliados e selecionados. Segundo Project Manage-
  • 45. 43 ment Institute (2006), priorização é o processo de ranqueamento dos projetos com vistas a subsidiar análises posteriores relacionadas ao balanceamento e aprovação do portfólio. Project Management Institute (2006) recomenda o weighted ranking, a técnica de pontuação e a opinião especializada. Dentro do weighted ranking, que poderia ser traduzido como ranqueamento ponderado, são citados os modelos Sin- gle Criterion Priorization Model e o Multiple Criteria Weighted Ranking. Para tanto, o Single Criterion Priorization Model, ou Modelo de Priorização por Critério Único (tra- dução livre), consiste, basicamente, em ordenar os projetos por um único critério; enquanto o Multiple Criteria Weighted Ranking, ou Ranqueamento Ponderado por Múltiplos Critérios, consiste em ranquear os projetos ponderando o peso dos proje- tos utilizando critérios múltiplos. A tabela abaixo representa o critério de priorização: Figura 12: Critério de priorização Fonte: CHIAVEGATTO, 2009.
  • 46. 44 5.3.2 Elaboração do Gráfico Bolha O Gráfico de Bolhas consiste em colocar os diversos projetos propostos den- tro de um só contexto, apresentando-o em um gráfico. Este contexto significa rela- cionar os projetos de dois a três critérios de uma só vez, posicionando-os no gráfico de acordo com a classificação dos projetos dentro destes critérios. Os dois primeiros critérios serão o eixo “X” e o eixo “Y” de um plano cartesiano. O terceiro critério será o tamanho das bolhas dentro deste plano. Em geral, ao se trabalhar com esta meto- dologia, o terceiro critério costuma ser o orçamento, dando assim a idéia de “tama- nho do projeto”. Na utilização deste modelo, escolhe-se uma série de critérios como podemos ver abaixo:  Custo anual do projeto;  Custo do projeto até a conclusão;  Probabilidade de sucesso;  Maturidade das tecnologias envolvidas;  Força tecnológica competitiva da empresa;  Atratividade do projeto;  Impacto competitivo das tecnologias envolvidas no projeto;  Prazo de conclusão.
  • 47. 45 Escolha de Projetos – Gráfico de Bolhas Figura 13: Gráfico Bolha. Fonte: TURMA 41 PMI DA FIAP (2009). A vantagem clara deste modelo é que o conjunto de projetos avaliado é ex- tremamente alinhado com os objetivos da empresa. Neste modelo, o portfólio con- tém projetos de alto valor agregado. Em relação ao balanceamento do portfólio, o modelo se destaca como o melhor, tendo recebido a mesma nota dos métodos de pontuação. Analisando as desvantagens, o modelo recebeu a pior nota no critério Avaliação dos Gastos dos Projetos, por estes não refletirem claramente as estraté- gias da empresa.
  • 48. 46 5.4 Implementação de escritório de gerenciamento de projetos – PMO O cenário global mostra-se mais competitivo a cada dia, exigindo cada vez mais agilidade e rapidez das organizações. Entretanto, quanto maior a organização e maior a quantidade de projetos a ser executado, paralelamente ou não, mais difícil se torna elaborar e implementar uma metodologia detalhadamente suficiente, prepa- rando todas as pessoas e garantindo a utilização consistente desta metodologia em todos os projetos. A necessidade da centralização e do controle das informações relativas ao portfólio de projetos gerenciados se torna igualmente necessária. Não necessariamente estamos falando somente de um grupo de pessoas que oferece suporte administrativo a projetos para montagem de cronograma e orçamen- tos, mas também influindo diretamente na estratégia da empresa, através do monito- ramento e controle do portfólio de projetos (RAD, 2002). Desta forma, “o gerencia- mento bem-sucedido de um projeto pode fazer com que os novos produtos cheguem mais rapidamente ao mercado, ultrapassando, deste modo, os concorrentes e con- quistando fatias de mercado” (FITZSIMMONS, 2000, p. 189). Muitas destas organizações visualizam no PMO a solução dos seus proble- mas. É bem verdade que o PMO pode vir a assumir muitos produtos e serviços po- tenciais. No entanto, esta posição estará sempre relacionada às necessidades da organização e da visão e comprometimento de seu patrocinador. O PMO é respon- sável por adquirir e implementar a metodologia de gerenciamento de projetos que será utilizada por toda a organização durante a execução de cada um de seus proje- tos. O Escritório de Gerenciamento de Projetos acrescenta um valor significativo à organização e a seus projetos. O modelo de PMO deve estar alinhado às expectati- vas da organização para que sua implantação e continuidade sejam asseguradas. O PMO é a casa do time do projeto, devendo ser, ainda, o local onde devam ser con- duzidas, planejadas, organizadas, controladas e finalizadas as atividades dos proje- tos.
  • 49. 47 Sob esta ótica, é interessante observar que “os projetos reúnem e vendem conhecimento (KERZNER, 2002, p. 15), ficando facilitada a centralização dos co- nhecimentos adquiridos ao longo dos projetos, e que as melhores práticas de um projeto específico podem ser reutilizadas em projetos futuros. Cabe ressaltar que as organizações em sua grande maioria não se interessam ou mesmo não conseguem fazer com que o conhecimento individual dos seus colaboradores seja convertido em conhecimento organizacional. O Conhecimento tem ganhado relevância e trazido vantagem competitiva sus- tentável em todos os setores de atuação das organizações. 5.4.1 O Project Management Office (PMO) O conceito do PMO apareceu no final da década de 1950 e começo da déca- da de 1960 (KERZNER, 2002). Os grandes projetos militares, aeroespaciais e da construção civil caracterizam uma época em que os projetos eram específicos para algumas poucas áreas, eram executados por especialistas e com suas ferramentas específicas e eram focados em controle. Com o surgimento dos primeiros softwares de gestão “amigáveis” no início da década de 70, surgem também projetos de dife- rentes áreas funcionais, porém isolados um dos outros, sendo a função maior dos escritórios a de dar suporte a estes projetos. Tal visão duraria até o início da década de 1990, quando despontam os softwares de gerenciamento, responsáveis por ad- ministrar multi-projetos, complexos e integrados, e com o foco voltado para a estra- tégia das organizações. Em meados de 2000, o gerenciamento de projetos ganha ênfase e o escritório de projetos passa a ser o responsável por garantir o uso dos processos de gerenciamento de projetos conforme figura abaixo:
  • 50. 48 Figura 14: Evolução do escritório de projetos. Fonte: LEITÃO, 2006. Dentre as diversas estruturas de gerenciamento de projetos existentes nos dias de hoje, provavelmente o PMO (Project Management Office) é o de maior su- cesso e um dos mais estudados pelas empresas, podendo variar de acordo com o nível de maturidade da organização. A maneira como estes Escritórios de Projetos são estruturados em uma organização vai variar sempre de uma organização para outra. No entanto, dependendo da forma como estes escritórios são implantados nas empresas, poderão ainda proporcionar suporte à metodologia e coaching aos próprios gerentes de projeto. Entre as funções dos escritórios de projeto existem três principais áreas: Desenvolvimento; Suporte; Controle.
  • 51. 49 As funções de desenvolvimento envolvem o recrutamento, o treinamento e o desenvolvimento dos gerentes de projeto. As funções de suporte são aquelas que ajudam os gerentes de projeto a fazerem seu trabalho de uma maneira melhor, atra- vés do oferecimento de assistência e de clareza nos processos do gerenciamento de projetos. As funções de controle são aquelas da gerência funcional e incluem: a ava- liação de gerentes de projeto, a alocação de gerentes de projeto a projetos, a garan- tia de que os deliverables dos projetos são produzidos e se apresentam com uma qualidade adequada e, o estabelecimento de padrões. Muitas organizações, grandes e pequenas, estão percebendo os benefícios que um controle consistente sobre seus projetos pode oferecer (HALLOWS, 2002). Porém, deve-se tomar cuidado para não transformamos o PMO de uma empresa em um departamento puramente burocrático. (BURGHARDT, 2000) diz que um PMO não deve se transformar em um mero e degradante acumulador e distribuidor de papéis. Existem muitos aspectos que deveriam ser analisados depois que a decisão de implementação do PMO foi tomada. Alguns destes aspectos são: o envolvimento da alta gerência, dos gerentes funcionais e dos gerentes de projeto da organização; o compromisso da organização com a metodologia de gerenciamento de projetos; e os benefícios que a nova estrutura irá trazer à organização. O PMO consiste em uma estrutura voltada para a aplicação dos conceitos de gerenciamento de projetos dentro de uma organização, podendo assumir diferentes funções junto à mesma: desde um simples setor para o auxílio no controle de proje- tos até um departamento da empresa por onde passam todos os projetos gerencia- dos pela organização. Quatro modelos de PMO são propostos por (DINSMORE, 1998): Project Sup- port Office (PSO), Project Management Center of Excellence (PMCOE), Program Management Office (PrgMO) e o Chief Project Officer (CPO).
  • 52. 50 Definição de PMO “Entidade organizacional estabelecida para auxiliar os gerentes de projeto e os times da organização na implementação dos princípios, práticas, metodologias, ferramentas e técnicas do gerenciamento de projetos”. (DAÍ, 2001). 5.4.2 O papel do PMO nas estruturas organizacionais Assim como todo e qualquer projeto, a implantação do Escritório de Gerenci- amento de Projetos (EGP) também é um projeto e certamente, um dos passos mais importantes é definir seus objetivos e a razão que levou a organização a implantá-lo. É preciso também que os stakeholders estejam cientes sobre os papéis e responsa- bilidades atribuídos ao EGP, que tipos de serviços ele prestará, a quem ele estará subordinado, sua abrangência e, principalmente, quem é(são) seu(s) patrocina- dor(es). A importância do EGP nas estruturas organizacionais reside no fato de que existem várias razões de insucesso na sua implantação e que uma delas está dire- tamente associada à escolha incorreta de onde ele estará posicionado na estrutura organizacional. Algumas vezes o EGP é criado por áreas que geralmente estão liga- das a projetos voltados para atender capacidades internas da empresa, usando-o como instrumento de defesa contra a pressão de outros grupos que os culpam sis- tematicamente pelos atrasos e pela falta de qualidade prometida. Existem cinco tipos de Estruturas Organizacionais, a saber: Organização Funcional Tradicional; Organização Funcional Project Expediter; Organização Funcional Project Coordinator;
  • 53. 51 Organização Matricial (Fraca, Balanceada, e Forte); Organização Projetizada. Funcional Tradicional: é um agrupamento de pessoas por especialização e o gerente de projetos não tem uma autoridade formal; Project Expediter: serve como um link na comunicação com o coordenador dos projetos nas áreas funcionais; Project Coordinator: similar ao Project Expediter, exceto pelo fato que se re- porta a um gerente de alto nível com uma autoridade maior; Matricial Fraca: é comum nesta estrutura verificar gerentes de vários projetos com divisão de poderes com os gerentes funcionais, no qual o único a se dedicar exclusivamente as atividades é o próprio Gerente de Projetos, enquanto os mem- bros da equipe compartilham atividades do projeto junto com suas atividades funcio- nais; Matricial Equilibrada: nesta estrutura há um equilíbrio entre as atividades funcionais e as de projeto; Matricial Forte: possui uma visão maior na organização, com um alto valor na gestão de projetos; Projetizada: estrutura pouco vista nas organizações atuais, tendo como ca- racterística uma estrutura separada e vertical estabelecida para cada projeto. Todos os membros da equipe se reportam diretamente ao gerente de projeto.
  • 54. 52 O Gerenciamento de Projetos e a implementação do Escritório de Gerencia- mento de Projetos, ou PMO (Project Management Office), está diretamente ligado à Estrutura Organizacional da organização fortemente relacionada, sendo dele depen- dente o seu sucesso. Figura 15: Influência da estrutura organizacional nos projetos. Fonte: PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2004. A falta de padronização que possa reportar o desempenho dos projetos da organização faz com que os gerentes de projetos estejam sobrecarregados e sem tempo para análise de dados e tomada de decisão. As lições aprendidas de outros projetos não são registradas/documentadas e reconhece-se a gerência de projetos como competência crítica para o seu sucesso. Assim, o PMO assume um papel im- portante nas Estruturas Organizacionais, podendo existir em qualquer uma das es- truturas organizacionais, inclusive nas que apresentam uma organização funcional. Os membros da equipe do projeto se reportarão diretamente ao gerente de projetos ou ao PMO. O gerente de projetos se reporta diretamente ao PMO. Neste caso dizemos reportar diretamente à alta organização da empresa, além da flexibili- dade do gerenciamento centralizado oferecer ao gerente de projetos maior oportuni- dade de promoção dentro da organização.
  • 55. 53 5.4.3 Perfil do PMO no Brasil Segundo Quelhas e Barcaui (2004), responsáveis por uma ampla pesquisa realizada com representantes e presidentes de várias instituições e grupos renoma- dos como o PMI, FGV, FIA/USP, dentre outros, há uma grande revolução nas práti- cas de gerenciamento de projetos, visível em direção ao profissionalismo e ao uso de métodos e técnicas de gerenciamento cada vez mais apuradas. Surgem, tam- bém, estruturas organizacionais responsáveis pela garantia dos processos de ge- rência de projetos dentro das organizações. É possível trabalhar com EGPs apoiando projetos e suportando a estratégia da empresa. Toda referência bibliográfica sugere que a mudança a ser feita é de cunho cultural. Portanto, o apoio executivo é fundamental. O EGP é o elo entre a alta administração e os demais níveis táticos e operacionais da empresa, e sua im- plantação deve acontecer dentro da organização de maneira progressiva e conduzi- da como um projeto para a organização. Suas atribuições podem ser atualizadas de acordo com o nível de maturidade da empresa. Os resultados podem demorar um pouco a aparecer, porém todos os stakeholders envolvidos no processo tendem a se beneficiar com o tempo. Ainda sobre a pesquisa, identificou-se que as empresas multinacionais de grande porte que possuem atuação global são as mais atualizadas em termos de EGP instalado. Apesar de sermos levados a pensar que as empresas deveriam so- frer modificações a ponto de torná-las projetizadas, ainda se observa uma clara pre- dominância de empresas funcionais. No entanto, as empresas que possuem um EGP instalado são, em sua maioria, projetizadas ou matriciais. Ou seja, quanto mais a empresa é voltada para projetos, mais é sentida a ne- cessidade de uma entidade responsável pela qualidade de seu portfólio. Quando falamos de maturidade, os EGPs encontram-se implementados nas empresas situa- das nos níveis médio e alto. O que mais se espera de um EGP é o alinhamento com o que há de melhor no mercado.
  • 56. 54 Quanto á estrutura, a grande maioria das empresas aposta em uma estrutura interna para ser a responsável pela condução do EGP. Nestes casos, os tempos de implementação poderão variar muito, de acordo com a resistência cultural e a falta de conhecimento dos conceitos existentes em um EGP, e a comunicação passa a ser fator preponderante para uma implementação vitoriosa. Não basta, também, que os patrocinadores sejam a alta administração. É preciso que os executivos da orga- nização tenham um grande envolvimento ao longo de todo o processo de implanta- ção. Fato interessante é que as consultorias externas não figuram como os princi- pais parceiros. Muitas das empresas preferem fazer uso de seu quadro de colabora- dores, principalmente em função da característica estratégica dos EGPs. As grandes organizações apostam na valorização da carreira do gerente de projetos. O perfil destes profissionais deve ser voltado para o conhecimento das práticas de gerenci- amento de projetos, orientação a processos e boa comunicação. A maioria dos responsáveis pelo EGP possui o cargo de gerente e tem salário fixo – e esta remuneração poderia ser incentivada na medida em que exista uma boa performance do portfólio de projetos. A estrutura de gerência de projetos encon- tra-se, ainda, em um determinado departamento ou setor específico, não sendo no- tada a sua disseminação por toda a empresa. Mas, é preciso saber como devemos proceder para medir o sucesso dos EGPs e, neste aspecto, as empresas estão fo- cando as abordagens quantitativas e qualitativas. A pesquisa revela que após a im- plantação dos EGPs a lucratividade dos projetos melhorou, a quantidade de projetos terminados no prazo aumentou e os orçamentos foram mantidos. É preciso obser- var, também, que o nível de aceitação dos projetos pelos clientes aumentou bastan- te após a montagem do EGP e que a implementação trouxe benefícios diretos para os executivos das empresas, do ponto de vista de informação e controle. A partir destas considerações, podemos concluir que é preciso consultar ou- tras organizações que possuam estrutura organizacional parecida e que seja do mesmo porte da organização onde será implantado o EGP, a fim de que possamos minimizar riscos, otimizar o funcionamento e, consequentemente, economizar tempo e dinheiro. Os processos, métodos e padrões de gerência de projetos melhoram como um todo na organização, além do aumento de maturidade por parte deste ge-
  • 57. 55 renciamento. Deve existir um processo de melhoria contínuo para que as necessi- dades e a evolução de maturidade da organização sejam beneficiadas. 5.4.4 As mudanças na Cultura Organizacional A Cultura Organizacional é definida como um conjunto de valores e normas responsáveis por controlar como os colaboradores de uma organização devem se relacionar entre si e com todos aqueles que estão externos à organização. Por ter a função de controlar como as pessoas se comportam, tomam decisões e gerenciam o ambiente, pode ser encarada como uma vantagem competitiva. Os valores que são incorporados às normas, regras e procedimentos orientam os colaboradores, forne- cendo um ponto de referência comum. Novos colaboradores poderão inferir sobre o comportamento dos demais e identificarem o que é apropriado ou não. É certo que os fundadores e gerentes de alto escalão influenciam nos valores culturais da organização por conta de suas crenças e valores pessoais e nos seus processos de seleção de profissionais, tor- nando as pessoas cada vez mais parecidas ao longo do tempo. As empresas, neste aspecto, adquirem personalidade única e singular, diferindo umas das outras em função de suas culturas e de seu negócio, país, história e de um conjunto de outros fatores. Alguns destes fatores são: características pessoais e profissionais, ética or- ganizacional, direitos dos seus empregados e a estrutura da organização. Mudanças são necessárias para a sobrevivência das empresas em mercados extremamente competitivos. Estas mudanças organizacionais profundas e, normal- mente, de longo prazo delineiam fortemente o caráter da organização. Porém, não se deve permitir que a cultura organizacional se torne engessada, burocrática e em não conformidade com os desejos de seus clientes e de valores que valem, de fato, a pena. É preciso, sim, que existam ações transformadoras, nas quais cada colabo-
  • 58. 56 rador tenha consciência de ser um agente da manutenção ou transformação de uma cultura. O sucesso da implantação será alcançado na mesma medida em que o back- ground da organização esteja preparado para receber o Escritório de Projetos, ga- rantindo que os processos e pessoas estejam alinhados à sua estratégia de negócio. As pessoas e suas culturas são pontos de suma importância neste processo. É ne- cessário mudar os valores comuns e as crenças dos grupos para que os resultados possam surgir através de processos de melhoria contínuos. Lewin (1947) acreditava que toda organização permaneceria inalterada quando as forças de resistência fos- sem iguais ou superiores às forças provocadoras de mudanças. Toda mudança or- ganizacional pode vir a ameaçar grupos dentro das organizações. Os motivos da necessidade de transformação passam a ser questionados pelas empresas, e pelas pessoas, a partir do momento em que tenham existido mudanças difíceis e não mui- to bem sucedidas, achando que elas trarão conseqüências negativas e sem agregar valores, sendo esta uma das principais causas de resistência. Toda mudança tende a ser dificultada na medida em que existirem culturas centradas internamente, pro- cessos burocráticos, pouca confiança, falta de trabalho em equipe, falta de liderança e o medo que o ser humano tem do desconhecido. Segundo Kotter (2001), o sucesso está na neutralização de barreiras onde não se pode negligenciar as atividades preparatórias, sob pena de não se estabele- cer uma base sólida para continuar o processo e, sem passar por todas as etapas, nunca se atingirá a linha de chegada, ou seja, será impossível implementar a mu- dança. Para Morgan (1996), a cultura deve ser compreendida como um processo contínuo, proativo da construção da realidade e que dá vida ao fenômeno da cultura em sua totalidade. Quando compreendida desta forma, a cultura pode não mais ser vista como uma simples variável que as sociedades ou as organizações possuem. Em lugar disto, ela deve ser compreendida como um fenômeno ativo, vivo, através do qual as pessoas criam e recriam os mundos dentro dos quais vivem.
  • 59. 57 5.4.5 Conclusão As organizações que administram muitos projetos simultaneamente têm bene- fícios na adoção de um PMO, pois simplificam e otimizam a Gestão dos Projetos através de práticas como suporte, treinamento, padronização, implementação e con- trole de aderência à metodologia de gerenciamento de projetos, entre outras. Para que as empresas consigam amadurecer a ponto de se implantar um PMO é neces- sário que se quebrem paradigmas, trabalhem e invistam na mudança de cultura, crie um ambiente de colaboração favorável com ganhos claros para todos e não apenas para os executivos, definam um padrão de trabalho a ser utilizado de forma demo- crática e sem muitas imposições, alinhem a estratégia da empresa aos projetos e aos objetivos empresariais, enfim, montem um caminho que deva ser trilhado passo a passo para uma implantação segura e eficiente de um PMO, possibilitando a con- versão do conhecimento dos colaboradores dos projetos em conhecimento organi- zacional, capaz de possibilitar ganhos com a utilização de melhores práticas em pro- jetos futuros, ou simplesmente, reutilização de conhecimentos disponíveis. Assim, o PMO tem a missão de “difundir conhecimentos de Gestão de Projetos em toda a or- ganização” (PRADO, 2000). 5.5 Fluxo de processos – guia PMBOK®, versão 4 Abaixo é apresentado os Fluxos de Processos que segue a nova versão do PMBOK® versão 4.
  • 60. 58 5.5.1 Grupo de processos de iniciação Figura 16: Iniciação. Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009. Desenvolver o termo de abertura do projeto Identificar as partes inte- ressadas
  • 61. 59 5.5.2 Grupo de processos de planejamento Figura 17: Planejamento. Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
  • 62. 60 5.5.3 Grupo de processos de execução Figura 18: Execução Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
  • 63. 61 5.5.4 Grupos de processos de monitoramento e controle Figura 19: Monitoramento e controle Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009. 5.5.5 Grupo de processos de encerramento Figura 20: Encerramento Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009. Encerrar o projeto ou fase Encerrar as aquisições
  • 64. 62 5.5.6 Áreas de conhecimento Figura 21: Processos de Gerenciamento de Projetos Fonte: RICARDO-VARGAS, 2009.
  • 65. 63 6 CONCLUSÃO Este estudo desenvolveu um framework para a migração de uma organização orientada por processos para uma organização orientada por Projetos. A abordagem apresentada tem sido usada em empresas de diversos tipos e de diferentes maturi- dades quanto à orientação por projetos. As organizações se desenvolvem em três etapas e cada etapa constitui um equilíbrio de investimentos e de retornos. Investimentos paralelos em técnicas que não façam parte da mesma etapa desbalanceiam o equilíbrio investimento/retorno e podem resultar menos do que uma solução de investimento ótimo. As organizações seguem as três etapas e casa etapa é um complemento à etapa anterior. A mesma estrutura é aplicável ao gerenciamento de programas e portfólio, sendo que a última ainda não está totalmente desenvolvida para cobrir todas as técnicas da estrutura. A implementação prática do modelo mostrou que os seguintes fatores são chaves para um resultado bem sucedido: Aceitação, pela alta direção, de todo o processo e respectivo ajuste do ce- nário para o gerenciamento do projeto, do programa e do portfólio, junto ao seu papel de negócios na organização; Adaptação do escopo de desenvolvimento na direção da organização ori- entada por projetos para a situação e objetivos da organização; Melhoria do papel da governança do gerenciamento de projetos e não so- mente do gerenciamento “tradicional” de projetos. A aplicação do framework como um guia para o direcionamento da organiza- ção torna-se orientada por projetos e requer algumas ações da alta direção, como;
  • 66. 64 Identificar a posição atual da organização no framework fazendo uma aná- lise da situação atual; Definir as próximas etapas a atingir e a cronologia para isso; Identificar os vários tipos de projetos, resultando em várias metodologias; Selecionar uma abordagem para estabelecer um PMO (top-down, bottom- up ou misto); Identificar um balanço econômico de investimentos e retornos, requerendo casos de negócios detalhados, calculando tanto o investimento quanto re- torno. As principais fontes de benefícios são identificadas como: Metodologia PM, padrões e abordagens comuns para os projetos; Gerenciamento de portfólios de projetos; Uma ampla base de conhecimentos de nível corporativo sobre o PM e cen- tro de competências. A melhoria no gerenciamento de projetos dentro de uma empresa não deveria ser, como temos observado com frequência, nem tarefa do departamento de RH, concentrado na disponibilização de treinamentos padronizados, nem uma tentativa realizada dentro de um departamento específico ou de uma área de negócios da empresa. Desde o início, isso dever ser um programa para toda a empresa, inte- grando as atividades da organização implementadas em toda a empresa e em diver- sos níveis organizacionais. O caminho ao longo do framework mostra a variedade de técnicas e de tópi- cos no gerenciamento de projetos. O framework deveria ser implementado utilizan- do-se uma abordagem de gerenciamento de mudanças, levando em consideração elementos tais como:
  • 67. 65 Pessoas e seu comportamento; Metas pessoais e agendas ocultas, tendo a questão popular: “O QUÊ tem Aí Para Mim”; Boa vontade e habilidade para a mudança. Gerenciar o processo em prol de uma empresa orientada por projetos requer o desenvolvimento tanto de um guia prático quanto de um processo de mudança organizacional. Organizações desenvolvem-se da orientação por processos para orientação por projetos. Uma variedade de técnicas está disponível para encorajar um bom tra- balho de gerenciamento de projetos. Este estudo forneceu um framework para guiar organizações sob o viés econômico em sua jornada em direção a organização orien- tada por projetos: Figura 22: Framework Fonte: REVISTA MUNDO PM, 2007
  • 68. 66 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APM. Directing change: a guide to governance of project management. High Wy- combe, UK: Association for Project Management, 2004. BATEBYTE. 2009. Disponível em <http://www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/ 2003/bb133/>. Acesso em 07 out. 2006. BURGHARDT. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2000. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. CASTRO, Luiz Ricardo K. Revista Mundo PM. 6. ed. São Paulo: Editora Mundo, 2006. CHIAVEGATTO, Myrza Vasques. Gerenciamento portfólio. 2009. Disponível em: <http://www.pmimg.org.br/downloads/EventoTecnico- 24abr07_GerenciamentoPortfolio_MyrzaChiavegatto.pdf>. Acessado em 28 set. 2009. DAÍ. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2001. Disponível em: <http://br.linkedin.com/ in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. FITZSIMMONS. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2000. Disponível em <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. FLUXO de processos. 2008. Disponível em: <http://www.slideshare.net/ fcastel- lo/fluxo-de-processos>. Acesso em 03 out. 2009 GRUPO ASSA. 2009. Disponível em: <http://www.grupoassa.com>. Acesso em 20 set. 2009. HALLOWS. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2002. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. JORNAL VALOR ECONÔMICO. 2009. São Paulo, 11 nov. 2009.
  • 69. 67 KERZNER. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2002. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. KOTTER. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2001. Disponível em <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. LEITÃO. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2006. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. LEWIN. Artigo PMO e a cultura organizacional. 1947. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. PRADO. Artigo PMO e a cultura_organizacional. 2000. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A guide to the project management body of knowledge: PMBOK® Guide. 3. ed. Pennsylvania, USA: PMI, 2004. ______. Guia PMBOK® (Project Management Body of Knowledge) Guide: Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos . 3. ed. São Paulo: Project Management Institute, 2006. ______. PMI-MG. [2009].Disponível em: <http://pmimg.org.br>. Acesso em 30 set. 2006. ______. The Standard for Portfolio Management. Pennsylvania, USA: PMI, 2006. QUELHAS, Osvaldo; BARCAUI, André B. Perfil de escritórios de gerenciamento de projetos em organizações atuantes no brasil. 2004. Disponível em <http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V02N01/n2_art03.pdf>. Acesso em 05 jun. 2009. MORGAN. Artigo PMO e a cultura organizacional. 1996. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009. RAD. Artigo PMO e a cultura organizacional. 2002. Disponível em: <http://br.linkedin.com/in/claudiofguimaraes>. Acesso em 01 out. 2009.
  • 70. 68 REVISTA MUNDO PM. 2007. Curitiba, 6. ed., out/nov. 2007. Disponível em <www.mundopm.com.br>. Acesso em 10 nov. 2009. RIBEIRO, Wankes L. Gestão de portfólio: como priorizar projetos em 3 passos pelo single criterion priorization model ou em 4 passos pelo multiple criteria weighted ran- king. 2009. Disponível em: <http://www.wankesleandro.com/>. Acesso em 10 nov. 2009. RICARDO-VARGAS. 2009. Disponível em: <http://www.ricardo-vargas.com>. Aces- so em 01 out. 2009. SAP. Metodologia de Implementação.2009. Disponível em: <http://www.sap.com/brazil/index.epx>. Acesso em: 31 nov. 2009. TURMA 41 DA FIAP. Módulo gestão de comunicação e RH. 2009. Disponível em: <www.fiap.com.br>. Acesso em: 04 mar. 2009. TURMA 41 DA FIAP. Módulo gestão de portfólio. 2009. Disponível em: <www.fiap.com.br>. Acesso em: 04 abr. 2009. UNIVERSIDADE Salvador. [2009]. Disponível em <http://www.unifacs.br>. Acesso em 05 out. 2006. VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais compe- titivos. 6. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2005. VARGAS, Ricardo. PMP – gerenciamento de projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 6 ed Rio de Janeiro: Editora Brasport, 1999. XAVIER, Carlos Magno da S. Gerenciamento de projetos: como definir e controlar o escopo do projeto. São Paulo: Saraiva, 2006.
  • 71. 69 ANEXO A Project Charter Project Management Documentation <Logo do cliente> Project Charter Identificação do Projeto Nome do projeto Tipo de projeto Cliente Data de início plane- jada Data término planejada Data de início realiza- da Data término atualizada Gerente do projeto Gerente do projeto (cli- ente)
  • 74. 72 Designação do Gerente de Projeto, sua responsabilidade e autoridade Como gerente de projeto da consultoria foi designado o Sr. xxxxx xxxx (Grupo ASSA) que estará coordenando e gerenciando todos os aspectos do projeto; Como gerente de projeto do cliente foi designado a Sr. Xxxxx xxxx Leal que estará apoiando a coordenação e gerenciamento da consultoria; Dentre as responsabilidades do gerente de projetos, destacam-se: Realizar o planejamento necessário para o projeto em questão, produzindo o plano do projeto e demais planos auxiliares; Garantir que o projeto seja planejado, executado, controlado e concluído con- forme definido no documento do plano do projeto; Garantir que as medidas de desempenho – custo, prazo e qualidade – do pro- jeto sejam atendidas e cumpridas conforme baselines definidas para o projeto em questão; Montar a equipe do projeto e garantir o desenvolvimento da mesma, contribu- indo para o aumento da produtividade e eficiência deste time; Garantir a integração das equipes, a comunicação e o compartilhamento de conhecimento efetivo; Preparar, armazenar e divulgar os documentos, minutas e relatórios do proje- to, de forma adequada para os envolvidos, conforme definido no plano de gerencia- mento das comunicações; Analisar as variâncias ocorridas no plano do projeto e tomar as devidas ações corretivas para garantir o cumprimento das métricas de custo, prazo e qualidade; Garantir a qualidade dos produtos e subprodutos do projeto, utilizando como base o plano de gerenciamento da qualidade; Garantir que as mudanças solicitadas no projeto sejam adequadamente apro- vadas, conforme o plano de integrado de mudanças, e refletidas nos planos e base- lines do projeto; Controlar e monitorar os riscos do projeto e tomar as ações corretivas previs-
  • 75. 73 Designação do Gerente de Projeto, sua responsabilidade e autoridade tas no plano de resposta aos riscos; Acompanhar o progresso do trabalho realizado por cada um dos membros da equipe; Conduzir e/ou facilitar as reuniões necessárias no projeto; Identificar e resolver quaisquer problemas ou conflitos que possam a vir surgir no projeto; Suportar a criação das solicitações de compras, seleção de fornecedores, administração e encerramento dos eventuais contratos com terceiros; Proceder com o encerramento administrativo do projeto. Definição de Escopo Definição de Não Escopo
  • 76. 74 Designação do Gerente de Projeto, sua responsabilidade e autoridade Lista dos Produtos Finais (Entregáveis/Deliverables) Principais Milestones Revisões Revisado por: Data da revisão: Aprovado por: Data da apro- vação:
  • 77. 75 Aprovações Nome Cargo/função Data da aprovação Assinatura