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Escola Secundária artística António Arroio Marta Moreno, 11 K CHOCOLATE AgriDocedas Crianças, para as CriançasUma História de Tráfico e Escravização Infantil
A História que vou passar a contar ocorre aqui, na Costa do Marfim e países adjacentes, em plena África de 3º Mundo, subdesenvolvida.
O Suor do Chocolate Mas antes, o Chocolate. Uma iguaria como poucas outras, um deleite para quase todas as bocas. Um doce prazer para milhões de pessoas que o consomem.
E, no entanto, por entre tantos dos seus amantes, poucos desconfiam da sua verdadeira origem, o suor empregue para o seu futuro fabrico. A verdadeira história desse suor começa em países como o Mali, BurkinaFaso, Ghana, Togo, Niger e Camarões.
Aqui vivem famílias com muitas bocas para alimentar e poucos rendimentos para o fazer. Aqui vivem famílias desesperadas pela perspectiva de ganhar dinheiro. Aqui vivem famílias sem grande educação e muita ingenuidade.
Assim, famílias como estassão os alvos perfeitos para o tráfico humano e, em especial nesta história, infantil.
Os ‘localizadores’ de crianças perscrutam os mercados, as ruas e vão, inclusive, até às próprias casas destas. Atraem ou compram crianças, a partir dos 8 anos, para irem trabalhar para a Costa do Marfim, com promessas de trabalho pago, casa, alimentação e educação.
Tais promessasrevelam-se no formato de 12 a 18 horas de trabalho diário, um minúsculo cubículo para 10/12 crianças fechadas a cadeado e com apenas um balde para as necessidades nocturnas, e trabalho árduo com castigos corporais e alimentação deficiente como únicos pagamentos, sem qualquer possibilidade ou perspectiva de, dali, sair.
Sem formação, trabalham com ferramentas perigosas, produtos químicos tóxicos e carregam com objectos pesados, chegando a acartar às costas sacos de 6kg, que lhes ferem gravemente os ombros.
Não costumam começar a ali trabalhar com mais de 14 anos e, em grupos de 4 ou 6, são acompanhadas por apenas um adulto que, normalmente, ou é escravo oua quemé paga uma quantia irrisória.
Estas crianças são compradas, se compradas, a preços mínimos às suas famílias mas rendendo, finalmente, cerca de 250$ aos traficantes e uma fonte de trabalho gratuito infindável aos donos das colheitas.  Todos estes maus-tratos imprimem-lhes não só cicatrizes físicas como psicológicas, das quais difícil e lentamente se vêm sem.
Neste panorama estimam-se que vivam até 15,000 crianças, espalhadas pelas 600,000 plantações de cacau. Este problema persiste especialmente graças ao secretismo dos abusos, visto as plantações serem de pequenas dimensões e localizarem-se em sítios remotos.
A Raiz do Problema Este problema nasceu, inicialmente, de dois grandes factores:
- Até à Primeira Guerra Mundial, as plantações de cacau pertenciam aos Europeus. Durante esta, os preços do cacau aumentaram, o que levou ao seu cultivo por parte dos naturais dos países. Nos fins dos anos ‘70 já o cacau era o principal bem exportado da Costa do Marfim, após o seu governo ter oferecido vários incentivos para o seu cultivo.
Assim, a produção deste bem tornou-se uma grande parte da economia (actualmente um terço), sendo o único meio de subsistência de muitos agricultores. Os seus lucros ficam, então, dependentes dos preços do mercado mundial e das condições naturais. Deste modo, procuram meios de cortar nos custos com mão-de-obra barata e, a certo ponto, usando até trabalho de escravos;
[object Object],[object Object]
A Indústria do Chocolate tem um crescimento estável de 50 biliões de dólares por ano, sendo um negócio a nível mundial, centrado na compra e venda deste produto.
Ao ser a Costa do Marfim o principal exportador de cacau, com cerca de 43% da quota do mercado mundial, torna este problema relevante para toda a economia internacional e pede acção não só do próprio governo deste país e dos intervenientes no tráfico, mas também das produtoras e consumidores de chocolate.
O Contra-Ataque Assim, esforços foram feitos, tanto interna como externamente, para combater este problema, sem, no entanto, muitos frutos:
- A Costa do Marfim assinou (Set. 2000) um acordo com o Mali com a finalidade de punir quem explorasse crianças trabalhadoras, enviando ainda estas de volta ao seu país. Além deste acordo, está a ser ainda estabelecido um programa chamado UN Global ProgramagainstTraffickinginHumanBeings (Programa Global das Nações Unidas contra o Tráfico de Seres Humanos).
Ainda assim, a polícia nacional diz que se tem encontrado só nos seus esforços contra a escravidão infantil;
- Devido a anteriores escândalos e revelações, em 2001 foi assumido um compromisso altamente publicitado, o Protocolo Harkin-Engel, por parte dos grupos WorldCocoaFoundation e Chocolate ManufacturersAssociation, que visava desenvolver e implementar normas de verificação voluntária, até 2005, para certificar a produção de chocolate slavefree.
Tal prazo não foi cumprido e, sob menor publicidade, a indústria reduziu o seu objectivo e ficou-se por diminuir o uso de trabalho infantil em 50%, até 2008, mas, tal como anteriormente, este objectivo não foi cumprido;
[object Object],mas, passados apenas dois anos, voltou atrás e suspendeu esse financiamento.
Deste modo, as medidas tomadas contra este problema não são ou não querem ser devidamente eficazes e a precariedade e constantes abusos infantis continuam, numa realidade que não é a nossa mas da qual fazemos parte.
Ou Seja Enquanto cada um de nós aproveita um pequeno prazer em cada parcela de chocolate que come, ou bebe, cada uma das crianças que trabalham nas plantações de cacau na Costa do Marfim tira simplesmente sofrimento, para possibilitar a produção de algo que, provavelmente, nunca provou ou provará.
Colheita das Sementes de Cacau Com a Participação Especial de: Crianças - Papel Principal
Site SLAVE FREE CHOCOLATE http://www.slavefreechocolate.org/  
Bibliografia http://www.africaontv.com/Members/rebecca/news/mali-cote-divoire-reporter-offered-child-slaves http://en.wikipedia.org/wiki/Children_in_cocoa_production http://www1.american.edu/ted/chocolate-slave.htm
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  • 1. Escola Secundária artística António Arroio Marta Moreno, 11 K CHOCOLATE AgriDocedas Crianças, para as CriançasUma História de Tráfico e Escravização Infantil
  • 2. A História que vou passar a contar ocorre aqui, na Costa do Marfim e países adjacentes, em plena África de 3º Mundo, subdesenvolvida.
  • 3. O Suor do Chocolate Mas antes, o Chocolate. Uma iguaria como poucas outras, um deleite para quase todas as bocas. Um doce prazer para milhões de pessoas que o consomem.
  • 4. E, no entanto, por entre tantos dos seus amantes, poucos desconfiam da sua verdadeira origem, o suor empregue para o seu futuro fabrico. A verdadeira história desse suor começa em países como o Mali, BurkinaFaso, Ghana, Togo, Niger e Camarões.
  • 5. Aqui vivem famílias com muitas bocas para alimentar e poucos rendimentos para o fazer. Aqui vivem famílias desesperadas pela perspectiva de ganhar dinheiro. Aqui vivem famílias sem grande educação e muita ingenuidade.
  • 6. Assim, famílias como estassão os alvos perfeitos para o tráfico humano e, em especial nesta história, infantil.
  • 7. Os ‘localizadores’ de crianças perscrutam os mercados, as ruas e vão, inclusive, até às próprias casas destas. Atraem ou compram crianças, a partir dos 8 anos, para irem trabalhar para a Costa do Marfim, com promessas de trabalho pago, casa, alimentação e educação.
  • 8. Tais promessasrevelam-se no formato de 12 a 18 horas de trabalho diário, um minúsculo cubículo para 10/12 crianças fechadas a cadeado e com apenas um balde para as necessidades nocturnas, e trabalho árduo com castigos corporais e alimentação deficiente como únicos pagamentos, sem qualquer possibilidade ou perspectiva de, dali, sair.
  • 9. Sem formação, trabalham com ferramentas perigosas, produtos químicos tóxicos e carregam com objectos pesados, chegando a acartar às costas sacos de 6kg, que lhes ferem gravemente os ombros.
  • 10. Não costumam começar a ali trabalhar com mais de 14 anos e, em grupos de 4 ou 6, são acompanhadas por apenas um adulto que, normalmente, ou é escravo oua quemé paga uma quantia irrisória.
  • 11. Estas crianças são compradas, se compradas, a preços mínimos às suas famílias mas rendendo, finalmente, cerca de 250$ aos traficantes e uma fonte de trabalho gratuito infindável aos donos das colheitas. Todos estes maus-tratos imprimem-lhes não só cicatrizes físicas como psicológicas, das quais difícil e lentamente se vêm sem.
  • 12. Neste panorama estimam-se que vivam até 15,000 crianças, espalhadas pelas 600,000 plantações de cacau. Este problema persiste especialmente graças ao secretismo dos abusos, visto as plantações serem de pequenas dimensões e localizarem-se em sítios remotos.
  • 13. A Raiz do Problema Este problema nasceu, inicialmente, de dois grandes factores:
  • 14. - Até à Primeira Guerra Mundial, as plantações de cacau pertenciam aos Europeus. Durante esta, os preços do cacau aumentaram, o que levou ao seu cultivo por parte dos naturais dos países. Nos fins dos anos ‘70 já o cacau era o principal bem exportado da Costa do Marfim, após o seu governo ter oferecido vários incentivos para o seu cultivo.
  • 15. Assim, a produção deste bem tornou-se uma grande parte da economia (actualmente um terço), sendo o único meio de subsistência de muitos agricultores. Os seus lucros ficam, então, dependentes dos preços do mercado mundial e das condições naturais. Deste modo, procuram meios de cortar nos custos com mão-de-obra barata e, a certo ponto, usando até trabalho de escravos;
  • 16.
  • 17. A Indústria do Chocolate tem um crescimento estável de 50 biliões de dólares por ano, sendo um negócio a nível mundial, centrado na compra e venda deste produto.
  • 18. Ao ser a Costa do Marfim o principal exportador de cacau, com cerca de 43% da quota do mercado mundial, torna este problema relevante para toda a economia internacional e pede acção não só do próprio governo deste país e dos intervenientes no tráfico, mas também das produtoras e consumidores de chocolate.
  • 19. O Contra-Ataque Assim, esforços foram feitos, tanto interna como externamente, para combater este problema, sem, no entanto, muitos frutos:
  • 20. - A Costa do Marfim assinou (Set. 2000) um acordo com o Mali com a finalidade de punir quem explorasse crianças trabalhadoras, enviando ainda estas de volta ao seu país. Além deste acordo, está a ser ainda estabelecido um programa chamado UN Global ProgramagainstTraffickinginHumanBeings (Programa Global das Nações Unidas contra o Tráfico de Seres Humanos).
  • 21. Ainda assim, a polícia nacional diz que se tem encontrado só nos seus esforços contra a escravidão infantil;
  • 22. - Devido a anteriores escândalos e revelações, em 2001 foi assumido um compromisso altamente publicitado, o Protocolo Harkin-Engel, por parte dos grupos WorldCocoaFoundation e Chocolate ManufacturersAssociation, que visava desenvolver e implementar normas de verificação voluntária, até 2005, para certificar a produção de chocolate slavefree.
  • 23. Tal prazo não foi cumprido e, sob menor publicidade, a indústria reduziu o seu objectivo e ficou-se por diminuir o uso de trabalho infantil em 50%, até 2008, mas, tal como anteriormente, este objectivo não foi cumprido;
  • 24.
  • 25. Deste modo, as medidas tomadas contra este problema não são ou não querem ser devidamente eficazes e a precariedade e constantes abusos infantis continuam, numa realidade que não é a nossa mas da qual fazemos parte.
  • 26. Ou Seja Enquanto cada um de nós aproveita um pequeno prazer em cada parcela de chocolate que come, ou bebe, cada uma das crianças que trabalham nas plantações de cacau na Costa do Marfim tira simplesmente sofrimento, para possibilitar a produção de algo que, provavelmente, nunca provou ou provará.
  • 27. Colheita das Sementes de Cacau Com a Participação Especial de: Crianças - Papel Principal
  • 28.
  • 29.
  • 30.
  • 31. Site SLAVE FREE CHOCOLATE http://www.slavefreechocolate.org/