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Injúria Renal Aguda
Prof. Me. Leonardo Rodrigues
Injúria Renal Aguda
• Representa uma das doenças agudas do rim;
• Complexa, de caráter multifatorial;
• Afeta milhões de pessoas;
• Alta morbidade e de mortalidade;
• Quanto maior a incidência de IRA, maior a de
DRC.
Termos importantes
• IRA – Injúria Renal Aguda;
• LRA – Lesão Renal Aguda;
• DRA – Doença Renal Aguda;
• DRC – Doença Renal Crônica.
Epidemiologia
• Aumento significativo dos casos de IRA:
– Detecção x Classificação.
• Prevalência:
– Homens;
– Afro americanos;
– Idade avançada;
– Gravidade de doença renal crônica (DRC).
• Fatores de risco:
– DM;
– HAS;
– Proteinúria.
Classificação
• Etiologia:
– IRA pré-renal;
– IRA intrínseca;
– IRA pós-renal.
• Diurese:
– Anúrica total: 0-20 mL/dia
– Anúrica: 20 a 100 mL/dia
– Oligúrica: 101 a 400 mL/dia
– Não-oligúrica: 401 a 1.200 mL/dia
– Poliúrica: 1.201 a 4.000 mL/dia
– Hiperpoliúrica: > 4.000 mL.
Etiologia – IRA pré-renal
• Redução da perfusão:
– Desidratação;
– Choque hipovolêmico/sangramentos;
– Sepse;
– Grandes queimados;
– Insuficiência cardíaca aguda/choque
cardiogênico.
Etiologia – IRA intrínseca
• Lesão parenquimatosa:
– Glomerulonefrite aguda;
– Nefrite intersticial;
– Vasculites;
– Microangiopatia trombótica.
Etiologia – IRA pós-renal
• Obstrução do fluxo urinário:
– Litíase urinária;
– Hiperplasia prostática benigna;
– Neoplasias – urotélio x prostáta x útero;
– Iatrogenias cirúrgicas;
– Traumatismos.
Avaliação de
risco
Detecção
• Uniformidade em ensaios clínicos;
• Significado clínico à beira leito desconhecido;
• Aumenta o reconhecimento de casos de IRA;
• Pode haver dissociação entre a creatinina, a TFG e o estágio de
IRA;
• Necessidade de creatinina basal conhecida;
• A concordância entre creatinina sérica e débito urinário não foi
estabelecida;
• Baseada no pico de creatinina e não na duração da IRA;
• IRA como doença única e não síndrome heterogênea, sem levar
em conta a causa.
Detecção
Detecção – KDIGO, 2012
Estágio Creat sérica Diurese
1
Aumento de 1,5 - 1,9 vezes a
linha de base ou ≥ 0,3 mg/dL
<0,5 mL/Kg/h por
6-12h
2
Aumento de 2,0-2,9 vezes a
linha de base
<0,5 mL/Kg/h por ≥
12h
3
Aumento de 3 vezes a linha de
base ou ≥4,0 mg/dL ou início
de SRA ou em pacientes <18
anos uma queda na TFG de 35
mL/min/1,73m2
<0,3 mL/Kg/h por
≥24h ou anúria por
≥12h
Detecção – KDIGO, 2012
• Problemas:
– Detecção tardia;
– Disponibilidade de biomarcadores de IRA:
NGAL – Neutrophil gelatinase-associated lipocalin;
Cistatina C;
TIMP 2 – Tissue inhibitor of metalloproteinases 2;
IGFBP7 – Insuline-like growth factor-binding protein 7;
Chitinase 3-like protein 1;
KIM-1 – Kidney Injury Molecule-1.
̶ Biomarcardores = Custo x Benefício?
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA IRA
Digestivas:
inapetência, náuseas, vômitos incoercíveis,
sangramento digestivo
Cardiorrespiratório:
dispnéia, edema, hipertensão arterial, insuficiência
cardíaca, edema agudo de pulmão, arritmias,
pericardite, pleurite
Neurológico:
sonolência, tremores, agitação, torpor, convulsão,
coma
Hematológico: sangramentos, anemia, distúrbios plaquetários
Imunológico: depressão imunológica, tendência a infecções
Nutricional: catabolismo aumentado, perda de massa muscular
Cutâneo: prurido
Manejo da IRA
• Boa Anamnese;
• Exame físico direcionado.
Manejo da IRA
Índice IRA pré-renal IRA intrínseca
Osmolaridade urinária > 500 mOsm <350 mOsm
Osmolaridade
urinária/plasmática
>1,3 <1,1
Creatinina urinária/plasmática <40 <20
Sódio urinário <20 mEq/L >40 mEq/L
Fração de excreção de sódio (%) < 1 >3
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Manejo da IRA
Características IRA DRC
Duração/aparecimento Dias a semanas Meses a anos
Sintomas Tendem a ser dramáticos Tendem a ser sutis
Anemia Normalmente ausente
Frequentemente
presente
PTH Normal
Frequentemente
aumentado
DMO-DRC Ausente
Frequentemente
presente
Tamanho renal ao
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Normal ou aumentado Usualmente reduzido
Manejo da IRA
• Identificar causas potencialmente reversíveis;
• Avaliar o status hídrico;
• Monitorar pressão intra-abdominal;
• Avaliação do volume, sedimento e índices
urinários;
• Novos biomarcadores.
Manejo da IRA – Aval. Laboratorial Inicial
• Variável – a depender das hipóteses:
– Hemograma, TAP, INR e PTTa;
– Ionograma – Na+, K+, Ca++, P;
– Função Renal – ureia, creatinina;
– Gasometria – HCO3
-
– Proteínas totais e albumina séricas e urinárias;
– EAS ou Urina I;
– Sempre avaliar: HBV, HCV, VDRL, HIV, FAN, C3,
C4, CH50, ANCAc, Eletroforese de proteínas.
Manejo da IRA – Exames de Imagem
• Ultrassonografia de Aparelho Urinário;
• Ultrassonografia Renal com Doppler;
• Tomografia computadorizada;
• Ressonância Nuclear Magnética;
• Angiografia Renal;
• Medicina Nuclear – Cintilografia x PET.
Manejo da IRA – Biópsia Renal
• Apenas após exclusão de causa pré-renal e
pós-renal;
• Dúvida diagnóstica;
• Tempo de IRA > 3-4 semanas;
• Quadro clínico sugere diagnóstico com
tratamento específico (GN’s);
• Pós-Tx Renal.
Manejo da IRA – Tratamento
• Depende da causa de base;
• Medidas gerais para evitar novos insultos;
• Suporte Renal Artificial – HD / HDF / DP.
Manejo da IRA – Terapia Renal Substitutiva
• Hemodiálise convencional intermitente;
• Hemodiálise prolongada (SLED);
• Hemodiafiltração contínua (CRRT);
• Ultrafiltração contínua lenta (SCUF);
• Diálise peritoneal.
Terapia Renal Substitutiva – Indicações:
• Hiperpotassemia > 6,5 mEq/L refratária;
• Hipervolemia: edema periférico, derrames pleural e
pericárdico, ascite, hipertensão arterial e ICC;
• Acidose metabólica grave refratária;
• Outras: hipo ou hiperNa+, hipo ou hiperCa++,
hiperuricemia, hiperMg++, hemorragias devido a
distúrbios plaquetários, ICC refratária, hipotermia e
intoxicação exógena;
Terapia Renal Substitutiva – Indicações:
• Uremia:
– Sistema nervoso central (sonolência,
tremores, coma e convulsões);
– Sistema cardiovascular (pericardite e
tamponamento pericárdico);
– Sistema respiratório (congestão pulmonar e
pleurite);
– Aparelho digestório (náuseas, vômitos e
hemorragias digestivas).
Será que o manejo é tão pragmático assim?
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leorodrigues@ufpa.br
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Guia completo sobre Injúria Renal Aguda

  • 1. Injúria Renal Aguda Prof. Me. Leonardo Rodrigues
  • 2. Injúria Renal Aguda • Representa uma das doenças agudas do rim; • Complexa, de caráter multifatorial; • Afeta milhões de pessoas; • Alta morbidade e de mortalidade; • Quanto maior a incidência de IRA, maior a de DRC.
  • 3. Termos importantes • IRA – Injúria Renal Aguda; • LRA – Lesão Renal Aguda; • DRA – Doença Renal Aguda; • DRC – Doença Renal Crônica.
  • 4.
  • 5. Epidemiologia • Aumento significativo dos casos de IRA: – Detecção x Classificação. • Prevalência: – Homens; – Afro americanos; – Idade avançada; – Gravidade de doença renal crônica (DRC). • Fatores de risco: – DM; – HAS; – Proteinúria.
  • 6. Classificação • Etiologia: – IRA pré-renal; – IRA intrínseca; – IRA pós-renal. • Diurese: – Anúrica total: 0-20 mL/dia – Anúrica: 20 a 100 mL/dia – Oligúrica: 101 a 400 mL/dia – Não-oligúrica: 401 a 1.200 mL/dia – Poliúrica: 1.201 a 4.000 mL/dia – Hiperpoliúrica: > 4.000 mL.
  • 7.
  • 8. Etiologia – IRA pré-renal • Redução da perfusão: – Desidratação; – Choque hipovolêmico/sangramentos; – Sepse; – Grandes queimados; – Insuficiência cardíaca aguda/choque cardiogênico.
  • 9. Etiologia – IRA intrínseca • Lesão parenquimatosa: – Glomerulonefrite aguda; – Nefrite intersticial; – Vasculites; – Microangiopatia trombótica.
  • 10. Etiologia – IRA pós-renal • Obstrução do fluxo urinário: – Litíase urinária; – Hiperplasia prostática benigna; – Neoplasias – urotélio x prostáta x útero; – Iatrogenias cirúrgicas; – Traumatismos.
  • 12. Detecção • Uniformidade em ensaios clínicos; • Significado clínico à beira leito desconhecido; • Aumenta o reconhecimento de casos de IRA; • Pode haver dissociação entre a creatinina, a TFG e o estágio de IRA; • Necessidade de creatinina basal conhecida; • A concordância entre creatinina sérica e débito urinário não foi estabelecida; • Baseada no pico de creatinina e não na duração da IRA; • IRA como doença única e não síndrome heterogênea, sem levar em conta a causa.
  • 13.
  • 15. Detecção – KDIGO, 2012 Estágio Creat sérica Diurese 1 Aumento de 1,5 - 1,9 vezes a linha de base ou ≥ 0,3 mg/dL <0,5 mL/Kg/h por 6-12h 2 Aumento de 2,0-2,9 vezes a linha de base <0,5 mL/Kg/h por ≥ 12h 3 Aumento de 3 vezes a linha de base ou ≥4,0 mg/dL ou início de SRA ou em pacientes <18 anos uma queda na TFG de 35 mL/min/1,73m2 <0,3 mL/Kg/h por ≥24h ou anúria por ≥12h
  • 16. Detecção – KDIGO, 2012 • Problemas: – Detecção tardia; – Disponibilidade de biomarcadores de IRA: NGAL – Neutrophil gelatinase-associated lipocalin; Cistatina C; TIMP 2 – Tissue inhibitor of metalloproteinases 2; IGFBP7 – Insuline-like growth factor-binding protein 7; Chitinase 3-like protein 1; KIM-1 – Kidney Injury Molecule-1. ̶ Biomarcardores = Custo x Benefício?
  • 17.
  • 18.
  • 19. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA IRA Digestivas: inapetência, náuseas, vômitos incoercíveis, sangramento digestivo Cardiorrespiratório: dispnéia, edema, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão, arritmias, pericardite, pleurite Neurológico: sonolência, tremores, agitação, torpor, convulsão, coma Hematológico: sangramentos, anemia, distúrbios plaquetários Imunológico: depressão imunológica, tendência a infecções Nutricional: catabolismo aumentado, perda de massa muscular Cutâneo: prurido
  • 20. Manejo da IRA • Boa Anamnese; • Exame físico direcionado.
  • 21. Manejo da IRA Índice IRA pré-renal IRA intrínseca Osmolaridade urinária > 500 mOsm <350 mOsm Osmolaridade urinária/plasmática >1,3 <1,1 Creatinina urinária/plasmática <40 <20 Sódio urinário <20 mEq/L >40 mEq/L Fração de excreção de sódio (%) < 1 >3 Fração de excreção de ureia (%) <35 >35
  • 22. Manejo da IRA Características IRA DRC Duração/aparecimento Dias a semanas Meses a anos Sintomas Tendem a ser dramáticos Tendem a ser sutis Anemia Normalmente ausente Frequentemente presente PTH Normal Frequentemente aumentado DMO-DRC Ausente Frequentemente presente Tamanho renal ao exame de imagem Normal ou aumentado Usualmente reduzido
  • 23. Manejo da IRA • Identificar causas potencialmente reversíveis; • Avaliar o status hídrico; • Monitorar pressão intra-abdominal; • Avaliação do volume, sedimento e índices urinários; • Novos biomarcadores.
  • 24. Manejo da IRA – Aval. Laboratorial Inicial • Variável – a depender das hipóteses: – Hemograma, TAP, INR e PTTa; – Ionograma – Na+, K+, Ca++, P; – Função Renal – ureia, creatinina; – Gasometria – HCO3 - – Proteínas totais e albumina séricas e urinárias; – EAS ou Urina I; – Sempre avaliar: HBV, HCV, VDRL, HIV, FAN, C3, C4, CH50, ANCAc, Eletroforese de proteínas.
  • 25. Manejo da IRA – Exames de Imagem • Ultrassonografia de Aparelho Urinário; • Ultrassonografia Renal com Doppler; • Tomografia computadorizada; • Ressonância Nuclear Magnética; • Angiografia Renal; • Medicina Nuclear – Cintilografia x PET.
  • 26. Manejo da IRA – Biópsia Renal • Apenas após exclusão de causa pré-renal e pós-renal; • Dúvida diagnóstica; • Tempo de IRA > 3-4 semanas; • Quadro clínico sugere diagnóstico com tratamento específico (GN’s); • Pós-Tx Renal.
  • 27. Manejo da IRA – Tratamento • Depende da causa de base; • Medidas gerais para evitar novos insultos; • Suporte Renal Artificial – HD / HDF / DP.
  • 28. Manejo da IRA – Terapia Renal Substitutiva • Hemodiálise convencional intermitente; • Hemodiálise prolongada (SLED); • Hemodiafiltração contínua (CRRT); • Ultrafiltração contínua lenta (SCUF); • Diálise peritoneal.
  • 29. Terapia Renal Substitutiva – Indicações: • Hiperpotassemia > 6,5 mEq/L refratária; • Hipervolemia: edema periférico, derrames pleural e pericárdico, ascite, hipertensão arterial e ICC; • Acidose metabólica grave refratária; • Outras: hipo ou hiperNa+, hipo ou hiperCa++, hiperuricemia, hiperMg++, hemorragias devido a distúrbios plaquetários, ICC refratária, hipotermia e intoxicação exógena;
  • 30. Terapia Renal Substitutiva – Indicações: • Uremia: – Sistema nervoso central (sonolência, tremores, coma e convulsões); – Sistema cardiovascular (pericardite e tamponamento pericárdico); – Sistema respiratório (congestão pulmonar e pleurite); – Aparelho digestório (náuseas, vômitos e hemorragias digestivas).
  • 31. Será que o manejo é tão pragmático assim?
  • 32.
  • 33.
  • 34.
  • 35.