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o ADOLESCENTE COM CÂNCER: O MORRER
WlLMA DA COSTA TORRES
Universidade Federal do Rio de Janeiro
A problemática da morteéum dos fatores preJlf.'ntes eatuantes em todos
os periados do desenvolvimento humano e, sobretudo, nQ5 momentos criticas de
passagem. Portanto, aadolesdncia. como urna etapa critica de passagem. éforte-
mente afetada pela idéia de morte. No plano cognitivo, graças à aquisi~ão do
pensamento formal, o adolescente começa a teorizar, a levantar hipóteses e fazer
inferências sobre o que acontece depois da morte, e são essas inferências no
plano lógico que o levam a se descobrir como um ser metafísico. Ao mesmo tempo
que o desenvolvimento do conceito de morte se completa nesta fase, paralelamen-
te a aquisição da individualidade se toma o aspedo mais notável de sua identi-
dade total. li, como dizem Kastembaum eAisemberg (1983), sentir-se como indi-
víduoquando esta aquisição érecente significa a experiência de si mesmo como
um indivíduo sozinho. Serindivíduoe ser sozinho é estabeleçer uma nova rela-
çãocom a morte. O adolescente, portanto, é lIIlis vulnerável 11 idéia da morte do
que crianças de outros períodos. Paradoxalmente, entretanto, o adolescente não
se deixa afetar pela idéia da morte pessoal, projetando-a para um futuro bem
distante, como uma defesa contra a vulnerabilidade e a finitude. Ou seja, se por
um lado sua exuberância vital lhe impõe umamaior percepçãode sua condição
física, isto é, de que ele tem um oorpo, por outro lado, ele ainda não admite ver este
oorpo como um corpo que dói, sangra, defrnha e morre por causa desta mesma
exuberância física. Desta forma, amorte, ou a simples ameaça desta, é, na adoles-
cência, uma ferida narcfsica ainda maior do que para outros grupos etários.
O que significa, então, para o adolescente o diagnóstico de câncer? As
ameaças vividas pelo homem são geralmente expressas através de figuras ou
símbolos. As emoções e as imagens suscitadas pelo câncer correspondem, de
modo geral, à idéia de um caranguejo, como descreve Neerwein (1981), que são
animais notumos os quais vivem quase sempre em proflUldidade, invisíveis e se
deslocam de maneira característica: de lado, mal coordenada e imprevisível.
Agressivos, de olhos fixos, apoderam-se inexoravelmente de suas presas que,
depois, torturam até a morte. Portanto, o câncer designa um grupo de doenças
que parece vir de nenhum lugar, ataca sem avisarepocle potencialmente se loca-
lizar em qualquer lugar e emcada lugar dentro do individuo. Estas caracterl"sti-
as dão ao câncer um enorme significado, pois ele passa a simbolizar nossa
tênue ligação com a vida bem como D. frágil realidade deIOiS.50controle sobre ela..
A palavra câncer implica em si mesmo o conceito de morte antecipada, de
sofrimento sem esperança, de perda do futuro. No ca.o;o do adolescente, o 51r(:55
que um diagnóstico de câncer com todas as ~uas implicações, produz se toma
quase insuportável não s6 para ele, mas também para os pais. A razão para isto
reside, inclusive, no fato de que a própria mortalidade dos pais está ligada à
sobrevivêencia dos filhos, tanto assim que todos os pais fazem em relação aos
filhos a promessa, ainda que inconsciente, de um amanhã.
Em relação à criança e ao adolescente com câncer, este enfoque e a
consequente atribuição de maior ênfase no "amanhã" deve ser mudado. O pro-
blema fundamental é a qualidade de vida agora e entre o agora e o amanhã. E
para tomar o agora e o espaço entre o agora e o ama.nhã melhor vividos é impres-
cindível ouvir o que dizem os adolescentes com cân(l!r, bem como prestar atenção
ao que fazem. Esta atitude de escuta facilitará a nossa compreensão de suas
vidas, permitirá uma maior aproximação e melhor compreensão de suas reações
ante o stress proveniente da doença, do tratamento e do confronto com a murte.
O diagn6stioo e o tratamento do câncer interferem significativamente nas
principais tarefas da adolescàlcia, tais como 115 descritas por Weiner (1976):
- ajustamento ii. maturação física sexual;
- aprendizagem para manipular relações heterosexuais;
- obter a independência econômica e psicológica dos pais;
- planejar seu futuro educacional e profissional.
No que se relere à maturação física sexual e ao desenvolvimento das
relações heterosexuais é obvio queas alterações físicas provocadas pela doença
e pelo tratamento -alterações na pele, perda de cabelo,mutilações etc - dificultam
a realização desta tarefa. Aliás, a atitude de escuta já enfatizada nos levará a
descobrir temas comuns entre os adolescentes com câncer, os quais se resumem
principalmente na preocupação com o selj, com a integridade, a preocupação
com o relacionamento com os outros e com o cantato ffsico. Ora, todos estes ternas
são derivados e expressivos da sexualidade, uma vez que a esfera da sexualida-
de indui não somente o comportamento sexual, mA.5 tam~m os conceitos tais
como imagem corporal, relações objetais, auto-estima etc. Entretanto, somente
nas duas ultimas décadas alguma atenção tem sido dada /I. sexualidade da pes-
soa doente. Bios e Pinch (1974) afirmam que esta negligência é análoga à negli-
gência que já foi observada anos atrás em relação à morte e ao morrer. Isto ocorre
porque ambos os t6picos são dificeis, ameaçadores, dolorosos de serem discuti-
dos. Nos hospitais, em relação ii sexualidade do paciente, o que se observa é um
conluionão talado entre médico, paciente, família e amigos, a fim de que sejam
evitadas referências ii. sexualidade.
r"",•••",I'>'OO/08;" (/'W1i,N' l
Os nossos coruuios culturais para evitar estes dois problemas básicos-8
morte e a sexualidade- sãocompreensfveis dentro do contextode nossa luta pelo
controle e de nosso medo donio controle, uma vez que tanto a morte, quanto a
se)lualidade implicam perda do controle.
Entretanto, esta atitude de minimizar ou negar uma forma básica de c0-
municação provoca mais um sir_no paciente. Muitos adolescentes com c&ncer
confessam que seus dolorosos e dramáticos sentimentos de isolamento somente
são apaziguados quando abraçados por alguém. Mas, por outro lado, muitos
adolescentes têm medo de testar suas amizades, informando-as do diagnóstico.
Aliás, este temor sejustifica, uma vez que, frequentemente, os amigos se afastam
ao tomarem cathecimentododiagn68tico, e, sobretudo,quando a doença seagra-
va e a morte se toma mais prÓ)lima.
A tarefa de conseguir a independência eoon6mica e psicológica dos pais,
obviamente,é também intensamente prejudicada por qualquer doença grave, s0-
bretudo quando se toma necessária a hospitalização. A própria doença eo afas-
tamentodogrupodeaniigoscomofontedemodeloeapoio$ãofat~queprovo­
cam a regressão a urncomportamenlo mais infantil noadolescente, que se toma,
assim,. mais dependented05 pais e da equipe. Aliás,à medida que a doença vaise
agravando, os paciente!! perdem nào sóo apoio dos amigos, mas, muitas vezes,
dos próprios pais, e reforçam. assim. sua dependência em relação à equipe de
saúde. Entretanto, apesar desta atitude de dependàlcia ser a mais comum, em
algumas constelações familiares.são os adolescentes tenninais que se tomamo
apoio emocional da família e não o inverso.
Ainda em relação às tarefas básicas da adolescência, na medida que o
diagnóstico de câncer traz em si a noção de morre antecipada, interfere funda-
mentalmente na aptidão do adolescente para planejar o futuro. A pesquisa de
Leventhal e Boeck (197'7), comadolescentes cancerosos, revelou que poucos paci-
entes discutiram acerca de plllllO!! a longo prazo. A maioria dos pl~ dos paci-
entes limitava-sea metas e objetivos imediatos ou a curto praw, tais como voltar
para ocolégio, conseguira carteira de motorista etc.
Reações psicológicas, tais comoansiedade, medo, tristeza, luto, depres-
s.ão, raiva e uma grande dificuldade de se adaptar ao hospital são cornuns e
compreensfveis neste paciente estressado pela doença e pelo tratamento, e im-
possibilitado de realizar tarefas próprias de sua etapa de vida. Mas a equipe
hospitalar nem sempre dispõe de um treinamento adequado para lidar psicolo-
gicamente com esses problemas. Este paciente requer uma assistência psicológi-
ca especial, diferente das terapias convencionais, principalmente fIO que se diz
respeito às metas que se tornam cada vez mais limitadas quando as recaídas
começam a ocorrer ea morte se toma mais prÓxima.
Feigemherg (1960) diz ser significa.tivoo fato da terminologia. psiquiátri-
T_........ f'>i<oIo~u. (I ......4),N·1
ca e psicológica ter poucas palavras descritivas para a variedade de emoções e
modos de reação ao morrer. A morte, oomodiz ele, não é uma doença e não pode
ser descrita somenteem termos médioos ebiológicos. Por tradição estamos IIUlllI
acostumados com o lado biológico do morrer e da morte e este é usualmente
nosso ponto de referência. Mas o morrer tem um aspecto psioológiooqueédomi-
nante, pois enquanto o componente biológico se toma cada vez mais unifonne-
caracterizado porsintomas inespedficos tais como fadiga e dor -, o componente
psicológico se toma cada vez mais dinâmico e repleto de experiências emocio-
nais. Para registrar o morrer - seu inícioe seu percurso·é llE.'«'ssária a oompreen·
são dos aspectos psicológicO!!, pois são eles que vão determinar que medidas
psicológicas poder ser usadas para assistir eacompanhar o doente. Embora cada
ser humano seja uma pessoa unica e singular, que se constrói e se constitui ao
longo do seu desenvolvimento· o que explica essa alternância incessante de
diferentes fonnas de sentimentos e oomportamentos • algumas dessas reações ou
dimensões do morrer são mais comuns.
A raiva, por exemplo, é uma reaçãocomum e compreensível no paciente
tenninal e sobretudo no adolesc:ente. Ciente de suas forças pessoais e potenciais,
ele tende a reagir .li proximidadede sua morte com raiva e profundo res.sentimen-
to.Sentimentosde culpa, medo, inve}a das pes.'lDa.'I sãs tomam, em c:ertos doentes
atingidos na sua aulo-estima, proporções tais que eles não podem SUport"'T, re-
sultando em um", iruatisfação permanente, uma contestação obstinada,
irritabilidadee reaçõl!s hostis. Esta raiva pode sedirigir tanto para a equipe oomo
para a farnflia, ou a Deus, ou ainda para os amigos.
Mas, por outro lado, nãose pode dizer que os pacientes silenciosos, sub-
miSSO!!, que aceitam as rotinas hospitalares estão suportando a. situação mellior
do que aqueles que rwgem agressivamente. Somenteuma relação muito próxima
permite ver se o paciente silenciosoe submisso está, a rigor, lidando com muita
ansiedade e com uma solidão insuportável. Portanto, somente quando nos dis-
pomos a c:onhe<:er o adolescente que está morrendo é quenos tomamos capazes
de encontrar respolltas adequa.das ils suas reaçôes, perma.ne<:er ao seu lado e
ajudá-lo a reforçar sua individualidade.
A depressão é também uma reação frequente e que pode ocorrer desde o
momento em que o adolescente toma oonsciênda do dia.gn6stioo.
Esta depressão pode ser expressa, indusive, pela re<:usa em aceitar a
terapia. Na pesquisa de Leventhal e Boeck (1977), o motivo alegado para esta
recusa era, de modo geral, um sentimentode indignidade. Um adolescenleassim
seexpressou: "mesmoque fique curado sempre me perceberei oomouma. pessoa
danificad.~.
A depressão pOde também surgir após o tratamento da afecção primMia,
ou seja, após a cirurgia, aquimioterapia, II radioterapia etc, quandoo pacientese
vê obrigado a uma readaptação, e é ainda mais profunda apÓl! a recalda (ou
metástase). O doente depressivo nutre um sentimento de hostilidade contra si
próprio, contra a partedo Ego que não consegue resistirao mal. Em alguns casos,
as dores subjetivas podemse tomar insuportáveis.
Também a culpa é uma das dimensões deste processo. Os adolescentes
comcâncer percebem quese tomaram um peso paraa familia; preocupam-seoom
ocusto econ6micodo tratamento, preocupam-se como trabalho que estãodando
aos pais e cornos planos familiall'S que terão que ser adiados ou suprimidos; e,
finalmente, preocupam-se com osofrimentoque sua doença está causandoaos
pais e aos irmãos. Aliás, é precisonàoesquecerque o câncer é uma doença fami-
liar. O paciente e a família interatuam emsuas eInOÇõese mecanismos em relação
à doença. Assim, o adolescentes têm que lidar também com o S/TlSS da famllia,
pais e irmãos que se nào forem auxiliados poderãoaumentar as dificuldades do
paciente. Conforme fica evidenciado na pesquisa de Kaplan (1977), os pais do
adolescente com câncer !õâosubmetidos a intensas e persistentes reações emoci-
onais, podendoapresentar uma sériede problemas somáticos e comportamentais
oomo c;ons.equênciadeste s/ress.Alguns dO!! padTÔe5 de comportamento, tai$ romo
os identificados por Manet (1977) - famOias super-reativas, famílias super-prote-
toras, fammas masoquistas, fammas agressivas e fammas super-dependentes-
trazem grande dificuldade para o adolescente, ao invés de ajud'-lo.
Mas, se muito se tem dito sobre oimpacto do diagnóstico de câncer no
paciente e em seus pais, pouca atenção tem sidodada aos irmãos. J:: tão grancieo
tempodispendido com o paciente e tanta energia emocional dispendida para o
cuidado do mesmo, que os efeitos da doença nO!! irmãos - tais como problemas
escolares, perda da auto-estima, comportamentos regressivos, queixas
psicossomáticas etc - são subestimados ou mal compreendidos. Entretanto, é
indispensável que um atendimento especial seja dadoa todos os irmãos, sobrem-
do quando se trata de crianças menores, a fim de minimizar os efeitos da crise.
Finalmente, cabe focalizar algumas mudanças que ocorrem na fase termi-
nal eque podem ser observadas também nocasodo adolescente. Essas mudan-
ças ocorrem, algumas fezes, gradualmente; outras, abrupta e inesperadamente.
São mudanças no pensamento, nos sentinwntos e reaçôes, bem como nos sonhos
eesperanças do paciente quejá agora vê a morte bem pr6xima.
Neste processo é importante enfatizar a relação entre negação e aceita-
ção. Uma penetrante análise feita por Weissman (1972) mostra que a negaçãoéo
mecanismo bá.sico do paciente para lídar com a morte. As pessoas gravemente
doentes podem negar acerca dos fatos da doença, dos sintomas, dodiagn6slioo,
do tratamentoeda pr6pria morte inevitável. Nãoobstante, a negação ea aceita-
ção do paciente são, decerta forma, determinadas pelas relações com as pessoas
que são figuras-chave e essenciais à preservação de sua auto-estima. Todos os
pacientes oscilam da aceitação para a negação, e esta flutuação não se deve
apenas ao seu equipamento psicológico e ao próprio processo do morrer, mas é
também uma conseqüêncía das pressões imp06tas pelo silêncio da farnflia e da.
equipe.
Durante o curso do morrer, novos sintomas podem aparecer em conexão
com !I. doença e suas complic!l.ções. Nesta fase, nad!l. se pode fazer para evitar o
progresso da doença e a morte inevitável. Certos sintomas e sobretudo a dor que
preocupamo paciente devem ser prootamente atendidos com todos os recursos
díspoIÚveis. Segundo Weissmnn (1972), ador é a fonte primária de sofrimento no
paciente terminal, e, portanto,nenhwna intervenção psicológica é possível semo
alívio da dor. Há outros sintomas, entretanto, que embora sendo sinais deque II
doença está progredindo se tornam cada vez rnais insignificantes para o pacien-
te, aind!l. que sejam novas metástases, alterações no raio-x etc. A pessoa terminal
perde o intere!l,se em ~ua doença como tal, raramente diz o nome da doença ou !li"
refere à possibilidade de tratamento. Ela está engajada em algo muito mais im-
portante - o fato de que ela está morrendo.
A medida que a dooalÇl1 pfU!9'Íde, o paciente tem que limitar suas expecta·
tivas e se tornar menos do que era. Assim, é natural que ele se fixe nas perdas e
mo nos ganhos. Quando se trata de um adolescente, é natural que ele se fixe
sobretudo na perda do futuro. Então, o que pode ser oferecido como ganho é o
apoio psicol6gicodo terapeuta que deve se intensificar à medida que a morte se
aproxima. As perda,<; são muitas e suas significações variam. t fundamental que
o paciente possa falar sobre elas e que encontre alguém capaz de compreender
estas perdas. O sofrimento da pessoa que está morrendo pode ser minimizado
quando vê que alguém percebe e talvez até admire a maneira pela qual está su-
portando suas perdas.
Mas, por outro lado, é fundamental que a pessoa que está morredo seja
tratada como uma pessoa que ainda está viva. Perder funções e capacidades é
humilhante e provoca ansiedade e dor. Deve-se, portanto, tirar vantagens das
aptidões que ainda restam. A cada momento e a cada situação deve-se permitir e
encorajar a pessoa a funcionar tão completamente quanto pos3ível. A vida que
ela ainda está vivendo deve ser respeitada aoinvj!!s de deixá-Ia morrer por ante-
cipação. Weissman (1972) desenvolveu o conceito de "morte apropriada",que
implica permitir ao paciente manter um comportamento competente e uma con-
duta responsável. Comportamento competente significa que, em certa medida,
uma pessoa doente pode escolher a maneira pela qual resolve o.~ problemas e
realiza suas tarefas cotidianas. Dentro dos limites de sua incapacidade, o paci-
ente deve ser ajudado a operar em um nível tão eficaz quanto possfvel,a usar o
máximo das capacidades que ainda restam. Conduta responsável significa que o
paciente deve ser ajudado a "decidir" acerca de ~i mesmo e a satisfazer desejos
T",,". ~'" P'úc"l"s;a (19'14). ,';' 2
remanescentes que sejam compatlveis com ~ua situação atual.
Finalmente,à medida que a morte se aproxima, a identidade vai se desin-
tegrando, e o processo caminha para a dissolução. Embora observar isto seja,
comodiz Feigemberg (1980), uma trágica experiblcia, pociemos contribuir para
manter a segurança deste adolescente, se esforços forem feitos para acompanhá-
lo cada vez mais de perto. A figura do terapeuta irá gradualmente submergir em
uma sombra, e se tomará a.penB.s umolharou uma voz familiar, mas ainda a.ssim
estará contribuindo para o sentimento de segurança do paciente e para preser-
var, tanto quanto possível, sua identida.de.
Referindu BibliogrMicu
11100, P. )r. • Finc:h, SM. (1974). S."".lity and IIandi.:.pp1Od adol...,.,nt.1:n: J. A. Down.y _ N. L.
low (od.) . T/u C~i1d wilh Da«blirlg IU?UII, Prinriplu '1 Reh.bilitoli.". Phild.lplti., W. B.
FeigemJ>ers,L.(19B1).n.o"D,,"""'ICMt.N.York:Brunner,Mazel.
Koplan, D.M. (1977). n.. farnily wh"" tt..clUld diM.1:n: f'rocdmg. 'IT/u ......ma." c.11M"5ocÕi!ty
ScomdN.lic...ICtmftmt«." fI""""'V.I...... c:.mcn.OIioago,llLinoi&.
Kulmnb.um,. R. • AiMnbo~ R. (1983). Psico/.gir d. Morlt. S. Paulo, Pion......, Ed. d. USP.
L-ontluol. B. G. _ a.-l<.. M. A. (1977). n.. _dol.....,t with canoor.1:n: Prt>crdl"8' 'ITIu ...."'......11
em..,. Socitty s,<X>114 NOlml Ccn,kmt<c ... f{~...." v.r- .. c:.mcn. Chicago, [IJ.i.n<U
M.ll.t.S.S.(1977).Thoop.tienl,th_famiJy.ndtM~.In:p,."".di1lg'<1TIu""'"""""C. ......
SocitI) No""",,/ COII,kmt<c 011 H~",," V.I.... II 0I11M". OIicago, nlinom.
N..,....o1n, F. (1981). A l'acologi.. do C_ _. n." ...""",. RceM'" 22
w..inar, I. B. 91976). n.. .dol_t.nd húo aoc:ial)'.ln: J. K. GaUaghc; F. P. Heald. D.C.ear.n
{ed•.j MolioJI c.""I'/w.Ad.lu".,u.N.York,AppLetofI.CertturyCrofto.
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O Morrer na Adolescência com Câncer

  • 1. o ADOLESCENTE COM CÂNCER: O MORRER WlLMA DA COSTA TORRES Universidade Federal do Rio de Janeiro A problemática da morteéum dos fatores preJlf.'ntes eatuantes em todos os periados do desenvolvimento humano e, sobretudo, nQ5 momentos criticas de passagem. Portanto, aadolesdncia. como urna etapa critica de passagem. éforte- mente afetada pela idéia de morte. No plano cognitivo, graças à aquisi~ão do pensamento formal, o adolescente começa a teorizar, a levantar hipóteses e fazer inferências sobre o que acontece depois da morte, e são essas inferências no plano lógico que o levam a se descobrir como um ser metafísico. Ao mesmo tempo que o desenvolvimento do conceito de morte se completa nesta fase, paralelamen- te a aquisição da individualidade se toma o aspedo mais notável de sua identi- dade total. li, como dizem Kastembaum eAisemberg (1983), sentir-se como indi- víduoquando esta aquisição érecente significa a experiência de si mesmo como um indivíduo sozinho. Serindivíduoe ser sozinho é estabeleçer uma nova rela- çãocom a morte. O adolescente, portanto, é lIIlis vulnerável 11 idéia da morte do que crianças de outros períodos. Paradoxalmente, entretanto, o adolescente não se deixa afetar pela idéia da morte pessoal, projetando-a para um futuro bem distante, como uma defesa contra a vulnerabilidade e a finitude. Ou seja, se por um lado sua exuberância vital lhe impõe umamaior percepçãode sua condição física, isto é, de que ele tem um oorpo, por outro lado, ele ainda não admite ver este oorpo como um corpo que dói, sangra, defrnha e morre por causa desta mesma exuberância física. Desta forma, amorte, ou a simples ameaça desta, é, na adoles- cência, uma ferida narcfsica ainda maior do que para outros grupos etários. O que significa, então, para o adolescente o diagnóstico de câncer? As ameaças vividas pelo homem são geralmente expressas através de figuras ou símbolos. As emoções e as imagens suscitadas pelo câncer correspondem, de modo geral, à idéia de um caranguejo, como descreve Neerwein (1981), que são animais notumos os quais vivem quase sempre em proflUldidade, invisíveis e se deslocam de maneira característica: de lado, mal coordenada e imprevisível. Agressivos, de olhos fixos, apoderam-se inexoravelmente de suas presas que, depois, torturam até a morte. Portanto, o câncer designa um grupo de doenças que parece vir de nenhum lugar, ataca sem avisarepocle potencialmente se loca- lizar em qualquer lugar e emcada lugar dentro do individuo. Estas caracterl"sti- as dão ao câncer um enorme significado, pois ele passa a simbolizar nossa tênue ligação com a vida bem como D. frágil realidade deIOiS.50controle sobre ela..
  • 2. A palavra câncer implica em si mesmo o conceito de morte antecipada, de sofrimento sem esperança, de perda do futuro. No ca.o;o do adolescente, o 51r(:55 que um diagnóstico de câncer com todas as ~uas implicações, produz se toma quase insuportável não s6 para ele, mas também para os pais. A razão para isto reside, inclusive, no fato de que a própria mortalidade dos pais está ligada à sobrevivêencia dos filhos, tanto assim que todos os pais fazem em relação aos filhos a promessa, ainda que inconsciente, de um amanhã. Em relação à criança e ao adolescente com câncer, este enfoque e a consequente atribuição de maior ênfase no "amanhã" deve ser mudado. O pro- blema fundamental é a qualidade de vida agora e entre o agora e o amanhã. E para tomar o agora e o espaço entre o agora e o ama.nhã melhor vividos é impres- cindível ouvir o que dizem os adolescentes com cân(l!r, bem como prestar atenção ao que fazem. Esta atitude de escuta facilitará a nossa compreensão de suas vidas, permitirá uma maior aproximação e melhor compreensão de suas reações ante o stress proveniente da doença, do tratamento e do confronto com a murte. O diagn6stioo e o tratamento do câncer interferem significativamente nas principais tarefas da adolescàlcia, tais como 115 descritas por Weiner (1976): - ajustamento ii. maturação física sexual; - aprendizagem para manipular relações heterosexuais; - obter a independência econômica e psicológica dos pais; - planejar seu futuro educacional e profissional. No que se relere à maturação física sexual e ao desenvolvimento das relações heterosexuais é obvio queas alterações físicas provocadas pela doença e pelo tratamento -alterações na pele, perda de cabelo,mutilações etc - dificultam a realização desta tarefa. Aliás, a atitude de escuta já enfatizada nos levará a descobrir temas comuns entre os adolescentes com câncer, os quais se resumem principalmente na preocupação com o selj, com a integridade, a preocupação com o relacionamento com os outros e com o cantato ffsico. Ora, todos estes ternas são derivados e expressivos da sexualidade, uma vez que a esfera da sexualida- de indui não somente o comportamento sexual, mA.5 tam~m os conceitos tais como imagem corporal, relações objetais, auto-estima etc. Entretanto, somente nas duas ultimas décadas alguma atenção tem sido dada /I. sexualidade da pes- soa doente. Bios e Pinch (1974) afirmam que esta negligência é análoga à negli- gência que já foi observada anos atrás em relação à morte e ao morrer. Isto ocorre porque ambos os t6picos são dificeis, ameaçadores, dolorosos de serem discuti- dos. Nos hospitais, em relação ii sexualidade do paciente, o que se observa é um conluionão talado entre médico, paciente, família e amigos, a fim de que sejam evitadas referências ii. sexualidade. r"",•••",I'>'OO/08;" (/'W1i,N' l
  • 3. Os nossos coruuios culturais para evitar estes dois problemas básicos-8 morte e a sexualidade- sãocompreensfveis dentro do contextode nossa luta pelo controle e de nosso medo donio controle, uma vez que tanto a morte, quanto a se)lualidade implicam perda do controle. Entretanto, esta atitude de minimizar ou negar uma forma básica de c0- municação provoca mais um sir_no paciente. Muitos adolescentes com c&ncer confessam que seus dolorosos e dramáticos sentimentos de isolamento somente são apaziguados quando abraçados por alguém. Mas, por outro lado, muitos adolescentes têm medo de testar suas amizades, informando-as do diagnóstico. Aliás, este temor sejustifica, uma vez que, frequentemente, os amigos se afastam ao tomarem cathecimentododiagn68tico, e, sobretudo,quando a doença seagra- va e a morte se toma mais prÓ)lima. A tarefa de conseguir a independência eoon6mica e psicológica dos pais, obviamente,é também intensamente prejudicada por qualquer doença grave, s0- bretudo quando se toma necessária a hospitalização. A própria doença eo afas- tamentodogrupodeaniigoscomofontedemodeloeapoio$ãofat~queprovo­ cam a regressão a urncomportamenlo mais infantil noadolescente, que se toma, assim,. mais dependented05 pais e da equipe. Aliás,à medida que a doença vaise agravando, os paciente!! perdem nào sóo apoio dos amigos, mas, muitas vezes, dos próprios pais, e reforçam. assim. sua dependência em relação à equipe de saúde. Entretanto, apesar desta atitude de dependàlcia ser a mais comum, em algumas constelações familiares.são os adolescentes tenninais que se tomamo apoio emocional da família e não o inverso. Ainda em relação às tarefas básicas da adolescência, na medida que o diagnóstico de câncer traz em si a noção de morre antecipada, interfere funda- mentalmente na aptidão do adolescente para planejar o futuro. A pesquisa de Leventhal e Boeck (197'7), comadolescentes cancerosos, revelou que poucos paci- entes discutiram acerca de plllllO!! a longo prazo. A maioria dos pl~ dos paci- entes limitava-sea metas e objetivos imediatos ou a curto praw, tais como voltar para ocolégio, conseguira carteira de motorista etc. Reações psicológicas, tais comoansiedade, medo, tristeza, luto, depres- s.ão, raiva e uma grande dificuldade de se adaptar ao hospital são cornuns e compreensfveis neste paciente estressado pela doença e pelo tratamento, e im- possibilitado de realizar tarefas próprias de sua etapa de vida. Mas a equipe hospitalar nem sempre dispõe de um treinamento adequado para lidar psicolo- gicamente com esses problemas. Este paciente requer uma assistência psicológi- ca especial, diferente das terapias convencionais, principalmente fIO que se diz respeito às metas que se tornam cada vez mais limitadas quando as recaídas começam a ocorrer ea morte se toma mais prÓxima. Feigemherg (1960) diz ser significa.tivoo fato da terminologia. psiquiátri- T_........ f'>i<oIo~u. (I ......4),N·1
  • 4. ca e psicológica ter poucas palavras descritivas para a variedade de emoções e modos de reação ao morrer. A morte, oomodiz ele, não é uma doença e não pode ser descrita somenteem termos médioos ebiológicos. Por tradição estamos IIUlllI acostumados com o lado biológico do morrer e da morte e este é usualmente nosso ponto de referência. Mas o morrer tem um aspecto psioológiooqueédomi- nante, pois enquanto o componente biológico se toma cada vez mais unifonne- caracterizado porsintomas inespedficos tais como fadiga e dor -, o componente psicológico se toma cada vez mais dinâmico e repleto de experiências emocio- nais. Para registrar o morrer - seu inícioe seu percurso·é llE.'«'ssária a oompreen· são dos aspectos psicológicO!!, pois são eles que vão determinar que medidas psicológicas poder ser usadas para assistir eacompanhar o doente. Embora cada ser humano seja uma pessoa unica e singular, que se constrói e se constitui ao longo do seu desenvolvimento· o que explica essa alternância incessante de diferentes fonnas de sentimentos e oomportamentos • algumas dessas reações ou dimensões do morrer são mais comuns. A raiva, por exemplo, é uma reaçãocomum e compreensível no paciente tenninal e sobretudo no adolesc:ente. Ciente de suas forças pessoais e potenciais, ele tende a reagir .li proximidadede sua morte com raiva e profundo res.sentimen- to.Sentimentosde culpa, medo, inve}a das pes.'lDa.'I sãs tomam, em c:ertos doentes atingidos na sua aulo-estima, proporções tais que eles não podem SUport"'T, re- sultando em um", iruatisfação permanente, uma contestação obstinada, irritabilidadee reaçõl!s hostis. Esta raiva pode sedirigir tanto para a equipe oomo para a farnflia, ou a Deus, ou ainda para os amigos. Mas, por outro lado, nãose pode dizer que os pacientes silenciosos, sub- miSSO!!, que aceitam as rotinas hospitalares estão suportando a. situação mellior do que aqueles que rwgem agressivamente. Somenteuma relação muito próxima permite ver se o paciente silenciosoe submisso está, a rigor, lidando com muita ansiedade e com uma solidão insuportável. Portanto, somente quando nos dis- pomos a c:onhe<:er o adolescente que está morrendo é quenos tomamos capazes de encontrar respolltas adequa.das ils suas reaçôes, perma.ne<:er ao seu lado e ajudá-lo a reforçar sua individualidade. A depressão é também uma reação frequente e que pode ocorrer desde o momento em que o adolescente toma oonsciênda do dia.gn6stioo. Esta depressão pode ser expressa, indusive, pela re<:usa em aceitar a terapia. Na pesquisa de Leventhal e Boeck (1977), o motivo alegado para esta recusa era, de modo geral, um sentimentode indignidade. Um adolescenleassim seexpressou: "mesmoque fique curado sempre me perceberei oomouma. pessoa danificad.~. A depressão pOde também surgir após o tratamento da afecção primMia, ou seja, após a cirurgia, aquimioterapia, II radioterapia etc, quandoo pacientese
  • 5. vê obrigado a uma readaptação, e é ainda mais profunda apÓl! a recalda (ou metástase). O doente depressivo nutre um sentimento de hostilidade contra si próprio, contra a partedo Ego que não consegue resistirao mal. Em alguns casos, as dores subjetivas podemse tomar insuportáveis. Também a culpa é uma das dimensões deste processo. Os adolescentes comcâncer percebem quese tomaram um peso paraa familia; preocupam-seoom ocusto econ6micodo tratamento, preocupam-se como trabalho que estãodando aos pais e cornos planos familiall'S que terão que ser adiados ou suprimidos; e, finalmente, preocupam-se com osofrimentoque sua doença está causandoaos pais e aos irmãos. Aliás, é precisonàoesquecerque o câncer é uma doença fami- liar. O paciente e a família interatuam emsuas eInOÇõese mecanismos em relação à doença. Assim, o adolescentes têm que lidar também com o S/TlSS da famllia, pais e irmãos que se nào forem auxiliados poderãoaumentar as dificuldades do paciente. Conforme fica evidenciado na pesquisa de Kaplan (1977), os pais do adolescente com câncer !õâosubmetidos a intensas e persistentes reações emoci- onais, podendoapresentar uma sériede problemas somáticos e comportamentais oomo c;ons.equênciadeste s/ress.Alguns dO!! padTÔe5 de comportamento, tai$ romo os identificados por Manet (1977) - famOias super-reativas, famílias super-prote- toras, fammas masoquistas, fammas agressivas e fammas super-dependentes- trazem grande dificuldade para o adolescente, ao invés de ajud'-lo. Mas, se muito se tem dito sobre oimpacto do diagnóstico de câncer no paciente e em seus pais, pouca atenção tem sidodada aos irmãos. J:: tão grancieo tempodispendido com o paciente e tanta energia emocional dispendida para o cuidado do mesmo, que os efeitos da doença nO!! irmãos - tais como problemas escolares, perda da auto-estima, comportamentos regressivos, queixas psicossomáticas etc - são subestimados ou mal compreendidos. Entretanto, é indispensável que um atendimento especial seja dadoa todos os irmãos, sobrem- do quando se trata de crianças menores, a fim de minimizar os efeitos da crise. Finalmente, cabe focalizar algumas mudanças que ocorrem na fase termi- nal eque podem ser observadas também nocasodo adolescente. Essas mudan- ças ocorrem, algumas fezes, gradualmente; outras, abrupta e inesperadamente. São mudanças no pensamento, nos sentinwntos e reaçôes, bem como nos sonhos eesperanças do paciente quejá agora vê a morte bem pr6xima. Neste processo é importante enfatizar a relação entre negação e aceita- ção. Uma penetrante análise feita por Weissman (1972) mostra que a negaçãoéo mecanismo bá.sico do paciente para lídar com a morte. As pessoas gravemente doentes podem negar acerca dos fatos da doença, dos sintomas, dodiagn6slioo, do tratamentoeda pr6pria morte inevitável. Nãoobstante, a negação ea aceita- ção do paciente são, decerta forma, determinadas pelas relações com as pessoas que são figuras-chave e essenciais à preservação de sua auto-estima. Todos os
  • 6. pacientes oscilam da aceitação para a negação, e esta flutuação não se deve apenas ao seu equipamento psicológico e ao próprio processo do morrer, mas é também uma conseqüêncía das pressões imp06tas pelo silêncio da farnflia e da. equipe. Durante o curso do morrer, novos sintomas podem aparecer em conexão com !I. doença e suas complic!l.ções. Nesta fase, nad!l. se pode fazer para evitar o progresso da doença e a morte inevitável. Certos sintomas e sobretudo a dor que preocupamo paciente devem ser prootamente atendidos com todos os recursos díspoIÚveis. Segundo Weissmnn (1972), ador é a fonte primária de sofrimento no paciente terminal, e, portanto,nenhwna intervenção psicológica é possível semo alívio da dor. Há outros sintomas, entretanto, que embora sendo sinais deque II doença está progredindo se tornam cada vez rnais insignificantes para o pacien- te, aind!l. que sejam novas metástases, alterações no raio-x etc. A pessoa terminal perde o intere!l,se em ~ua doença como tal, raramente diz o nome da doença ou !li" refere à possibilidade de tratamento. Ela está engajada em algo muito mais im- portante - o fato de que ela está morrendo. A medida que a dooalÇl1 pfU!9'Íde, o paciente tem que limitar suas expecta· tivas e se tornar menos do que era. Assim, é natural que ele se fixe nas perdas e mo nos ganhos. Quando se trata de um adolescente, é natural que ele se fixe sobretudo na perda do futuro. Então, o que pode ser oferecido como ganho é o apoio psicol6gicodo terapeuta que deve se intensificar à medida que a morte se aproxima. As perda,<; são muitas e suas significações variam. t fundamental que o paciente possa falar sobre elas e que encontre alguém capaz de compreender estas perdas. O sofrimento da pessoa que está morrendo pode ser minimizado quando vê que alguém percebe e talvez até admire a maneira pela qual está su- portando suas perdas. Mas, por outro lado, é fundamental que a pessoa que está morredo seja tratada como uma pessoa que ainda está viva. Perder funções e capacidades é humilhante e provoca ansiedade e dor. Deve-se, portanto, tirar vantagens das aptidões que ainda restam. A cada momento e a cada situação deve-se permitir e encorajar a pessoa a funcionar tão completamente quanto pos3ível. A vida que ela ainda está vivendo deve ser respeitada aoinvj!!s de deixá-Ia morrer por ante- cipação. Weissman (1972) desenvolveu o conceito de "morte apropriada",que implica permitir ao paciente manter um comportamento competente e uma con- duta responsável. Comportamento competente significa que, em certa medida, uma pessoa doente pode escolher a maneira pela qual resolve o.~ problemas e realiza suas tarefas cotidianas. Dentro dos limites de sua incapacidade, o paci- ente deve ser ajudado a operar em um nível tão eficaz quanto possfvel,a usar o máximo das capacidades que ainda restam. Conduta responsável significa que o paciente deve ser ajudado a "decidir" acerca de ~i mesmo e a satisfazer desejos T",,". ~'" P'úc"l"s;a (19'14). ,';' 2
  • 7. remanescentes que sejam compatlveis com ~ua situação atual. Finalmente,à medida que a morte se aproxima, a identidade vai se desin- tegrando, e o processo caminha para a dissolução. Embora observar isto seja, comodiz Feigemberg (1980), uma trágica experiblcia, pociemos contribuir para manter a segurança deste adolescente, se esforços forem feitos para acompanhá- lo cada vez mais de perto. A figura do terapeuta irá gradualmente submergir em uma sombra, e se tomará a.penB.s umolharou uma voz familiar, mas ainda a.ssim estará contribuindo para o sentimento de segurança do paciente e para preser- var, tanto quanto possível, sua identida.de. Referindu BibliogrMicu 11100, P. )r. • Finc:h, SM. (1974). S."".lity and IIandi.:.pp1Od adol...,.,nt.1:n: J. A. Down.y _ N. L. low (od.) . T/u C~i1d wilh Da«blirlg IU?UII, Prinriplu '1 Reh.bilitoli.". Phild.lplti., W. B. FeigemJ>ers,L.(19B1).n.o"D,,"""'ICMt.N.York:Brunner,Mazel. Koplan, D.M. (1977). n.. farnily wh"" tt..clUld diM.1:n: f'rocdmg. 'IT/u ......ma." c.11M"5ocÕi!ty ScomdN.lic...ICtmftmt«." fI""""'V.I...... c:.mcn.OIioago,llLinoi&. Kulmnb.um,. R. • AiMnbo~ R. (1983). Psico/.gir d. Morlt. S. Paulo, Pion......, Ed. d. USP. L-ontluol. B. G. _ a.-l<.. M. A. (1977). n.. _dol.....,t with canoor.1:n: Prt>crdl"8' 'ITIu ...."'......11 em..,. Socitty s,<X>114 NOlml Ccn,kmt<c ... f{~...." v.r- .. c:.mcn. Chicago, [IJ.i.n<U M.ll.t.S.S.(1977).Thoop.tienl,th_famiJy.ndtM~.In:p,."".di1lg'<1TIu""'"""""C. ...... SocitI) No""",,/ COII,kmt<c 011 H~",," V.I.... II 0I11M". OIicago, nlinom. N..,....o1n, F. (1981). A l'acologi.. do C_ _. n." ...""",. RceM'" 22 w..inar, I. B. 91976). n.. .dol_t.nd húo aoc:ial)'.ln: J. K. GaUaghc; F. P. Heald. D.C.ear.n {ed•.j MolioJI c.""I'/w.Ad.lu".,u.N.York,AppLetofI.CertturyCrofto. w.mn..n, A. D. (197:2). On Dying •.uI D.mying..... Poydoirtric Shi4y <1ltnnirvlity.N. Yorlc Bellavionl