O documento descreve o período Joanino no Brasil, quando a família real portuguesa fugiu para o Brasil devido às invasões napoleônicas. Isso levou a mudanças políticas, econômicas e culturais no Brasil, como a abertura dos portos e o estabelecimento de instituições. Posteriormente, pressões levaram D. João VI a retornar a Portugal e o Brasil conquistou sua independência sob liderança de D. Pedro I.
2. Antecedentes – Situação econômica
Portugal no início do século XIX era uma das nações
mais atrasadas da Europa.
Encontrava-se frequentemente diante da possibilidade
concreta, estimulada e aconselhada por muitos a ter a
sede de seu governo transferida para o Brasil, colônia
da qual se tornara totalmente dependente. A cada
crise no Continente Europeu a idéia se renovava.
3. A partir dos resultados da Revolução Francesa, mais
particularmente em seu período Napoleônico, a
ideia de transferir a sede administrativa do reino
para a colônia ganhou força.
Antecedentes – Situação econômica
4. Antecedentes – O Bloqueio Continental
O Bloqueio Continental, criado
por Napoleão Bonaparte em 21
de novembro de 1806,
estabelecia que todos os portos
da Europa deveriam fechar suas
portas para as embarcações
inglesas.
Desse modo, a França
expandiria o seu mercado
consumidor ao mesmo tempo
em que enfraqueceriam as
finanças de sua mais poderosa
rival nos campos de batalha.
Charge produzida no início do século XIX pelo
caricaturista inglês James Gillray. que procura
representar o Bloqueio Continental (1806)
5. Insatisfeito com a decisão
portuguesa, o exército
francês começou a dirigir-
se a Portugal.
Numa jogada estratégica
a corte portuguesa
incluindo o príncipe-
regente D. João VI,
fugiram para o Brasil.
Antecedentes – O Bloqueio Continental
6. Antecedentes
A estratégia da transferência da corte para a colônia era uma
forma de preservar o poder monárquico da família Bragança,
evitando que ocorresse em Portugal o mesmo que na
Espanha e em outros reinos, onde os governantes foram feitos
reféns do imperador Napoleão.
7. Mudanças Políticas
D. João revogou decretos que proibiam a instalação
de manufaturas na colônia.
Assinatura de dois tratados com a Inglaterra:
Tratado de Aliança e Amizade e Tratado de
Comércio e Navegação.
Criaram-se o Banco do Brasil, a Casa da Moeda, as
escolas da Marinha, Médico-Cirúrgica e Médica do
Rio de Janeiro.
8. Mudanças Econômicas
Novos bairros foram criados para abrigar o aumento
da população.
Os progressos urbanos se avolumaram, tais como:
bondes, iluminação à gás, praças, chafarizes,
hotéis, teatros, bibliotecas, confeitarias, lojas em
estilo parisiense, etc
9. Mudanças Culturais
D. João criou a Imprensa
Régia e, em setembro,
surgiu a Gazeta do Rio de
Janeiro, primeiro jornal
editado no Brasil.
Capa da Primeira Edição do Jornal Gazeta do Rio de
Janeiro, publicada em 10 de setembro de 1808.
10. Foram inaugurados o
Observatório Astronômico,
o Jardim Botânico e a
Biblioteca Real, a atual
Biblioteca Nacional.
Criação do Arquivo
Central, que reunia mapas
e cartas geográficas do
Brasil e projetos de obras
públicas.
Imagem publicada no jornal O Malho, em 12 de
novembro de 1910, mostra o prédio da Biblioteca
Nacional no dia de sua inauguração
Mudanças Culturais
11. Em 1816, chegou ao Rio de Janeiro um
grupo de artistas franceses com a missão de
ensinar artes plásticas O grupo ficou
conhecido como Missão artística francesa.
Dela faziam parte os pintores
Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine
Taunay, os escultores Auguste Marie
Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o
arquiteto Grandjean de Montigny.
Esse grupo organizou, em agosto de 1816, a
Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios,
transformada, em 1826, na Imperial
Academia e Escola de Belas-Artes.
Mudanças Culturais
12. Motivos do retorno de Dom João
Portugal desde a transferência da família real para o Brasil
estava sendo governada por um onselho Inglês, que
prestava contas a D. João.
A perda do monopólio do comércio brasileiro e de diversos
privilégios portugueses foi desastrosa para a economia
portuguesa.
O comérco com as colônias da Ásia e África passou a ser
feito diretamente com o governo português, sediado no
Rio de Janeiro.
13. Em virtude dos
descontentamentos gerados
pela situação econômica e
política de Portugal, em 1820
iniciou-se na cidade portuguesa
do Porto a Revolução Liberal
do Porto.
Motivos do retorno de Dom João
14. O processo revolucionário que apresentou duas
exigências básicas:
1. o retorno imediato de D. João VI para a Europa
2. a convocação de uma Assembleia Nacional
Constituinte.
Motivos do retorno de Dom João
15. Motivos do retorno de Dom João
Em 1821 Dom João
retornou a Portugal,
deixando seu filho
Pedro como príncipe
regente no Brasil.
16. O Processo de Independência
A Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822. A
partir desta data o Brasil deixou de ser uma colônia de Portugal.
O processo de independência pode ser atribuído a diversas
causas, entre elas:
A vontade de grande parte da elite política brasileira em
conquistar a autonomia política;
O desgaste do sistema de controle econômico, com restrições e
altos impostos, exercido pela Coroa Portuguesa no Brasil;
Tentativa da Coroa Portuguesa em “recolonizar” o Brasil.
17. D. Pedro não acatou as determinações feitas pela Coroa Portuguesa que
exigia seu retorno para Portugal. Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro negou
ao chamado e afirmou que ficaria no Brasil. Esta data ficou conhecida como
“Dia do Fico”.
Logo após o Dia do Fico, D. Pedro I tomou várias medidas com o objetivo
de preparar o país para o processo de independência:
- Organização a Marinha de Guerra
- Convocou uma Assembleia Constituinte;
- Determinou o retornou das tropas portuguesasa
- Exigiu que todas as medidas tomadas pela Coroa Portuguesa deveriam,
antes de entrar em vigor no Brasil, ter a aprovação de D. Pedro.
O Processo de Independência
18. Ao viajar de Santos para São Paulo, D. Pedro recebeu uma carta
da Coroa Portuguesa que exigia seu retorno imediato para
Portugal e anulava a Constituinte. Diante desta situação, D.
Pedro deu seu famoso grito, as margens do riacho Ipiranga:
“Independência ou Morte!”
O Processo de Independência
Independência ou Morte, do pintor paraibano Pedro
Américo (óleo sobre tela, 1888).
19. Após a Independência D. Pedro I foi coroado imperador
do Brasil em dezembro de 1822;
Portugal reconheceu a independência, exigindo uma
indenização de 2 milhões de libras esterlinas;
Em algumas regiões do Brasil, principalmente no
Nordeste, ocorreram revoltas, comandadas por
portugueses, contrárias à independência do Brasil. Estas
manifestações foram duramente reprimidas pelas tropas
imperiais.
O Processo de Independência
20. Constituição de 1824
Estabeleceu como forma de governo
uma monarquia hereditária
constitucional e representativa.
Estabeleceu a divisão de poder em 4
esferas: executivo, legislativo,
judiciário e moderador [exercido pelo
imperador e que lhe garantia meios de
interferir nos demais.]
O território brasileiro foi dividido em
províncias, administradas por
presidentes, escolhidos pelo imperador.
Constituição de 1824, exposta no Museu Histórico
Nacional.
21. A Constituição estabeleceu ainda:
O ensino primário gratuito, liberdade de
expressão, liberdade religiosa.
Garantia dos Direitos individuais: igualdede de
todos perante a lei e proteção à propriedade
privada.
Constituição de 1824
22. Eventos nacionais
Os rumos tomados pela política brasileira a partir da
Constituição de 1824 desagradam a vários setores,
gerando uma série de problemas para o governo de D.
Pedro I. Entre eles podemos destacar:
A Confederação do Equador [ver livro p. 222]
A falta de apoio político
Crise finaceira – agravada pelas despesas na Guerra
Cisplatina.
23. Eventos nacionais
No campo internacional, o governo de D. Pedro I também
enfrentou dificuldades, entre elas:
A Guerra Cisplatina.
A sucessão do trono de Portugal - após a morte de Dom
João VI em 1826, Dom Pedro I tornou-se herdeiro da
coroa, contudo ele negou o cargo e o ofereceu à sua filha
Maria da Glória de apenas 5 anos.
24. O retorno de Dom Pedro I a Portugal
D. Pedro foi altamente criticado em sua política,
o que o levou a retornar a Portugal em 1831,
quando abdicou o seu cargo de Príncipe Regente
em nome de seu filho de 5 anos, Pedro II.
25. Para saber mais!!!
ACESSE:
Infográfico sobre a Vinda da Família Real
http://educarparacrescer.abril.com.br/1808/
Resenha do livro 1808 – Laurentino Gomes
https://maniadehistoria.wordpress.com/a-fuga-da-
familia-real-portuguesa/