Histórico e análise arquitetônica da Biblioteca Pública Estadual Desembargador Cromwell de Carvalho
1. SUMÁRIO.
APRESENTAÇÃO DO EDIFÍCIO
FICHA TÉCNICA ................................................................................01
HISTÓRICO.......................................................................................02
SITUAÇÃO.........................................................................................03
LOCAÇÃO........................................................................................06
PLANTAS BAIXAS................................................................................07
FACHADAS........................................................................................08
CORTES............................................................................................09
ANÁLISE DO EDIFÍCIO
ENTORNO.........................................................................................10
LOCAÇÃO........................................................................................12
ESTUDO DE MALHA BÁSICA DO EDIFÍCIO.......................................... 13
ESTUDO DE FACHADAS.....................................................................14
ESTUDO DE COBERTURA ...................................................................15
ESTUDO DE PLANTAS.........................................................................16
VOLUMETRIA ....................................................................................17
ELEMENTOS DE ÊNFASE.....................................................................18
TEXTURAS......................................................................................... 20
ANTIGO E NOVO...............................................................................21
CRÍTICA............................................................................................22
FOTOS..............................................................................................23
BIBLIOGRAFIA...................................................................................27
2. HISTÓRICO.
Nas primeiras décadas do século XX, a situação do setor educacional no
Piauí era deplorável, um quadro não muito diferente daquele existente no
período colonial. Nesta época o então governador, o Engenheiro João Luís
Ferreira, deu inicio à construção dos primeiros edifícios escolares de ensino
primário no Piauí seguindo novas diretrizes arquitetônicas. E um desses
projetos foi a construção da escola primária Abdias Neves, situada na praça
Demóstenes Avelino no. 1788, a cargo de Luis Mendes Ribeiro Gonçalves,
construtor dos principais prédios oficiais do Piauí entre os anos 20 e 40 do
referido século.
A obra somente foi concluída e inaugurada no governo seguinte. A
edificação sediou, inicialmente, como já citado, o Grupo Escolar Abdias
Neves, e em seguida abrigou provisoriamente o Liceu piauiense, escola
tradicional do estado do Piauí.
Em 14 de abril de 1931, no local foi fundada a Faculdade de Direito do
Piauí. Uma das importantes figuras dessa Faculdade foi o desembargador
Cromwell Barbosa de Carvalho, da qual foi um dos fundadores, diretor e
professor catedrático de direito penal. Cromwell de Carvalho (1883-1974)
foi advogado, sociólogo, político, jornalista, jurista, poeta e magistrado.
Em 1973, na edificação passou a funcionar a biblioteca pública estadual,
cujo acervo foi transferido do Arquivo Público do Piauí – Casa Anísio Brito.
Através do decreto no. 1.664, de 12 de setembro de 1974, a Biblioteca
ganhou o seu atual nome Biblioteca
Pública Estadual Desembargador Cromwell de Carvalho em homenagem
aos valiosos serviços prestados por esse magistrado à sociedade piauiense.
Imagem 01: Fachada detalhada atual. Fonte: Janaína 2013.
Imagem 02: Fachada antiga. Fonte: IPHAN.
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6. LOCAÇÃO.
Desenho 01: Situação em relação ao espaço ocupado pela edificação no terreno. Desenhista: Hilda Da Macena.
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7. PLANTA BAIXA
UNIDADE
HISTÓRIA E GEOGRAFIA
55,93
UNIDADE
SALA DE REFERÊNCIA
65,70
UNIDADE
ADMINISTRAÇÃO
55,93
UNIDADE
SALA DE PERIÓDICOS
67,41
UNIDADE
SALA DE PERIÓDICOS
41,97
UNIDADE
CRECHE
68,40
UNIDADE
CIRCULAÇÃO
?
UNIDADE
SEÇÃO INFANTIL
55,93
UNIDADE
SALA TÉCNICA
55,93
UNIDADE
SALA DE LITERATURA
65,70
UNIDADE
SEÇÃO BRAILE
13,13
UNIDADE
SALA DE ESTUDO E AUDIOVISUAL
53,30
UNIDADE
ÁREA COBERTA PARA ESTUDO
366,96
UNIDADE
ACERVO GERAL
67,89
UNIDADE
LANCHONETE
27,60 UNIDADE
DEPÓSITO
34,03
PARTE A
PARTE B
EXISTENTE
PLANTA BAIXA.
Desenho 02: Planta baixa, com indicação de corte. Desenhista: Ana Negreiros.
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8. FACHADA.
Desenho 04: Planta baixa, com indicação de corte. Desenhista: Ana Negreiros.
Desenho 03: Fachada. Desenhista: Ana Negreiros.
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10. ENTORNO.
Desenho 07: Entorno com legenda de seus pavimentos. Desenhista: Hilda Da Macena.
O edifício está localizado na esquina da rua Coelho Rodrigues
com a rua Arlindo Nogueira, e está implantado no local antes
denominado “Alto da Moderação”, um dos pontos mais altos da
cidade. A área era muito agradável, com árvores frutíferas e um
bom clima.
No entorno da edificação estão localizados vários pontos
comerciais, a praça do Fripisa e também prédios institucionais,
tais como o Instituto Federal do Piauí (IFPI) e o Colégio Sagrado
Coração de Jesus (Colégio das Irmãs).
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11. ENTORNO.
Desenho 07: Entorno com legenda de seus pavimentos. Desenhista: Hilda Da Macena.
A maioria das edificações do entorno da Biblioteca não possuem
muitos pavimentos, sendo os maiores o IFPI e o Colégio das
Irmãs.
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12. LOCAÇÃO.
Desenho 09: Locação do terreno Massa x Vazio. Desenhista: Hilda Da Macena.
A locação do edifício em seu terreno, em relação de massa e vazio, é
centralizada e bem delimitada.
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13. ESTUDO DE MALHA BÁSICA DO EDIFÍCIO.
Desenho 10: Estudo de malha básica do edifício. Desenhista: Jordana Souza.
A malha básica do edifício não é regular, sendo que em alguns
pontos, as interseções são bastante concentradas. Lembrando que
esse estudo é embasado na planta baixa do edifício por o mesmo
não possuir vários pavimentos, sendo assim considerando apenas
seu plano horizontal.
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14. ESTUDO DE FACHADAS.
Desenho 11: Estudo de Fachadas. Desenhista: Jordana Souza.
A única fachada do edifício apresenta uma forma linear horizontal, regular, sem desproporcionalidades. Possui poucos vazios, é fechada, o que
recorda uma característica comum do estilo romano em contraposto ao estilo gótico.
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15. ESTUDO DE COBERTURA.
Desenho 12: Estudo de Cobertura. Desenhista: Hilda Da Macena.
A cobertura do bloco original é feita com telha cerâmica, tipo canal, possuindo calha de alumínio na sua terminação.O tipo de telha utilizado nos
blocos mais recentes é mais simples, de menor qualidade.A cobertura do telhado do bloco central é feita com lajes de concreto aparente, possuindo
lanternim no ápice da mesma.
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16. ESTUDO DE PLANTAS.
Desenho 13: Planta baixa de estudo de fluxo. Desenhista: Hilda Da Macena.
A planta baixa do edifício apresenta um sistema nuclear, com uma
forma ortogonal no centro destacada como núcleo, e conectivo, com
acessos dos blocos a forma central.
Seu formato em geral apresenta uma distribuição em “U” e
simétrica, embora dois de seus cômodos, seguindo o eixo da
simetria, sejam desproporcionais, mas sem causar grande impacto
visual.
A circulação não é ampla, sendo seu fluxo guiado por grandes
corredores, que dão acesso a salas restritas e enfaticamente ao
bloco central, sendo uma sala mais ampla em comparação ao
restante.
LEGENDA:
Administrativo.
Leitura.
Acervo.
Serviços.
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17. VOLUMETRIA.
Desenho 15: Estudo de volumetria da edificação. Desenhista: Jordana Souza.
O edifício como uma composição é um sólido composto de transformações aditivas, subtrativas, dimensionais, de forma regular e centralizada.
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18. ELEMENTO DE ÊNFASE.
Desenho 14: Elemento de ênfase. Desenhista: Ana Negreiros.
O elemento de ênfase desse edifício é a forma central inserida.
Embora ela não possa ser vista externamente, é de fato o destaque
da Biblioteca por seu formato diferenciado do restante do prédio e
também por seu pé direito axial e geométrico.
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19. TEXTURAS.
Desenho 16: Texturas em pisos. Desenhista: Hilda Da Macena.
As texturas identificadas foram os pisos e detalhes do portão de
entrada e esquadrias.
Dentro do edifício, são encontrados três tipos diferentes de piso,
sendo o original quase que totalmente substituído, permanecendo
apenas em algumas salas de leitura. Na parte de fora, outro piso é
identificado, sendo usado como um caminho para o interior da
Biblioteca.
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20. TEXTURAS.
Desenho 17: Texturas em pisos. Desenhista: Hilda Da Macena.
No portão de entrada são vistos detalhes interessantes, como a
aparência de tijolos no muro e o desenho da armação do portão de
fato.
Nas esquadrias é possível identificar detalhes em suas molduras
características do estilo empregado no edifício.
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21. ANTIGO E NOVO.
Imagem 07: Fotografia atual. Fotografa: Janaína Abreu.
Embora seja perceptível a aparência de uma construção antiga, várias
intervenções foram feitas na Biblioteca, muitas delas excluindo
características originais importantes.
A sua forma apresenta distribuição em “U”, com a criação de alguns blocos
que foram construídos posteriormente, tal como a forma ortogonal
existente no antigo pátio central. Esta forma é diferenciada do conjunto,
uma vez que a cobertura é feita em concreto.
Na área dos fundos, foram construídos espaços mal projetados para a
seção infantil e lanchonete.
Atualmente toda a edificação é revestida com pintura hidrocor à base de
água, na cor verde, baseado em estudos que identificaram a cor atual como
sendo a primeira utilizada.
Os espaços que atualmente possuem forro de gesso, antes eram forrados
com madeira. Devido a má conservação, foi necessária a substituição.
Grande parte do piso original era em ladrilho hidráulico decorado,
conforme pode-se constatar ainda em alguns ambientes.
Houve substituição, lamentavelmente, do piso em ladrilho hidráulico
branco e preto, da circulação e do hall por cerâmica vermelha popular.
As janelas são em grande parte em madeira e vidro, do tipo gaveta com
venezianas. Atualmente são revestidas com pintura a óleo, na cor cinza.
Possuem bandeiras trabalhadas em madeira e vidro.
As portas são em madeira fichadas com pintura a óleo, na cor cinza. Os
blocos mais recentes possuem esquadrias do tipo basculante, em ferro e
vidro. A última intervenção feita foi uma reforma das instalações elétricas de
todo o prédio.
Imagem 06: Fotografia antiga . Fonte: IPHAN.
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22. CRÍTICA.
Desenho 18: Perspectiva da Cromwel de Carvalho. Desenhista: Jordana Souza.
A Biblioteca por ser uma construção antiga, alguns pontos de seu projeto
pecam em sua funcionalidade. O descaso das autoridades durante anos
agravam a situação de conservação do patrimônio cultural da cidade e do
estado.
Em documentos da proposta de tombamento da Biblioteca, as análises
feitas apontavam problemas em sua estrutura. A má conservação
contribuiu no detrimento de elementos históricos, sendo necessário sua
substituição. Enquadra-se os espaços que atualmente possuem forro de
gesso, antes eram forrados com madeira, e também as esquadrias que
necessitavam de urgente restauração.
Algumas intervenções foram mal executadas, como por exemplo, na área
dos fundos, foram construídos espaços mal projetados para a seção infantil
e lanchonete, não possuem boas condições plásticas nem funcionais.
Grande parte do piso original era em ladrilho hidráulico decorado,
conforme pode-se constatar ainda em alguns ambientes. Houve
substituição, lamentavelmente, do piso em ladrilho hidráulico branco e
preto, da circulação e do hall por cerâmica vermelha popular.
Na última reforma feita em 2009, houve abandono durante as obras,
gerando muitas críticas ao então governo responsável.
Atualmente, é visível que sua situação melhorou em comparação as
décadas passadas, mas ainda nota-se um certo descaso com este prédio de
grande valor cultural.
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