ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
DEFINIÇÃO
 OMS – Acidente Vascular Cerebral define-se como :
 “sintomas e/ou sinais de perda de função cerebral
focal e, por vezes, global, instalando-se
rapidamente, com duração superior a 24 horas ou
levando à morte, e sem outra causa aparente que a
de origem vascular”.
EPIDEMIOLOGIA
Incidência anual:
~2% população (países industrializados)
Custos económicos e sociais
• Mortalidade
2ª causa de morte em Portugal
1/6 doentes morre no 1º mês após AVC
• Dependência
1/2 dos sobreviventes - dependência permanente
10 a 20% dos doentes com AIT vão ter um AVC incapacitante nos 90
dias subsequentes
CLASSIFICAÇÃO PATOLÓGICA
 ARTERIAL
 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
 ISQUÉMICO
 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÉMICO (AVC I)
 ACIDENTE ISQUÉMICO TRANSITÓRIO (AIT)
 HEMORRÁGICO
 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO (AVC H)
(HEMORRAGIA PARENQUIMATOSA)
 HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA (HSA)
 ACIDENTE VASCULAR MEDULAR (AVM)
 VENOSO
 TROMBOSE VENOSA CEREBRAL (TVC)
AVC ISQUÉMICO - FISIOPATOLOGIA
 Oclusão de vaso intracraneano provoca diminuição do fluxo sanguíneo
para a região cerebral que este vasculariza
 Diminuição do aporte de glicose aos neurónios (células com elevado
metabolismo e baixa reserva de glicogénio)
  radicais livres de O2
 A magnitude desta diminuição depende da existência ou não de
circulação colateral
ISQUÉMIA
Febre
Glicémia > 200 mg/dl
AVC ISQUÉMICO VS AIT
 Ambos são:
 Episódios de disfunção neurológica focal de presumível etiologia vascular
isquémica
 Início súbito (abrupto) de sinais neurológicos com défice máximo após
segundos ou minutos
AIT:
Duração dos sintomas < 24 horas (geralmente < 1 hora);
Sem evidência de enfarte isquémico agudo (exames imagem)
AVC isquémico:
Défice neurológico persistente (duração dos sintomas > 24 horas ou
provocando a morte)
Evidência de enfarte isquémico agudo
AVC isquémico minor:
Défice neurológico persistente não incapacitante
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA
 Classificação TOAST (Trial of ORG 10172 in
Acute Stroke Treatment) - início anos 90
 AVCs isquémicos de acordo com os mecanismos
fisiopatológicos que são reconhecidos como a
causa da maioria dos mesmos
 Baseada nos aspectos clínicos e resultados de
exames auxiliares:
 neuroimagem, avaliações neurovasculares, testes
cardíacos e avaliações laboratoriais do estado pró-
trombótico
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA
 5 subtipos do Toast de AVC
isquémico
 Aterosclerose de grandes artérias
 Cardioembolismo
 Oclusão de pequenos vasos
 AVC de outra etiologia
determinada
 AVC de etiologia indeterminada
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA
 SSS-TOAST (Stop Stroke Study Trial of Org 10172 in
Acute Stroke Treament)
 Divide cada um dos subtipos originais do TOAST em 3
subcategorias
 Evidente
 Provável
 Possível
 Baseada no peso das diferentes evidências diagnósticas
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
 Sintomas e sinais território cerebral envolvido
 Oxfordshire Community Stroke Project (OCSP)
 define os vários síndromes clínicos que correspondem a cada
um dos principais territórios de irrigação arterial cerebral.
 para esta classificação deve ser usado o padrão clínico na
altura do défice máximo do primeiro AVC isquémico.
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
Enfarte lacunar (LACI)
Défice hemi-sensitivo ou motor (envolvendo pelo
menos 2 de 3 entre face, braço e perna) com
ou sem sinais cerebelosos ipsilaterais, isto é,
quaisquer dos síndromes seguintes:
 AVC motor puro
 AVC sensitivo puro
 Hemiparésia atáxica
 AVC sensoriomotor
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
De notar que qualquer do seguinte exclui enfarte
lacunar:
 Disfasia de novo
 Perturbação visuoespacial de novo
 Perda sensitiva proprioceptiva predominante
 Manifestações que claramente localizam a
lesão na distribuição vertebrobasilar
(paralisias oculares ou défices cruzados)
 Alteração do nivel de consciência
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
Enfarte total da circulação anterior
(TACI)
Combinação de todas as seguintes
manifestações:
 Disfunção cerebral superior de novo
(disfasia, discalculia ou problema
visuoespacial)
 Defeito de campo visual homónimo
 Défice motor e/ou sensitivo ipsilateral
envolvendo pelo menos 2 de 3 entre
face, braço e perna.
De notar que se o nível de consciência está
prejudicado e não é possível testar
formalmente as funções cerebrais
superiores e/ou os campos visuais, é
assumida a presença de um défice.
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
Enfarte parcial da circulação
anterior (PACI)
Doentes com uma das seguintes
manifestações:
 2 dos 3 componentes do síndrome
TACI
 Disfunção cerebral superior de
novo isolada
 Défice motor/sensitivo mais
restrito do que aqueles que são
classificados como LACI
AVC ISQUÉMICO
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
Enfarte da circulação posterior (POCI)
Qualquer dos seguintes:
 Paralisia de nervo craneano ipsilateral
e défice motor e/ou sensitivo
contralateral
 Défice motor e/ou sensitivo bilateral
 Desordem do movimento conjugado
dos olhos
 Disfunção cerebelosa sem défice de
vias longas ipsilateral (que seria
classificado como hemiparésia
atáxica)
 Defeito de campo visual homónimo
isolado
Oclusão do topo da artéria basilar e da artéria cerebral posterior
AVC HEMORRÁGICO
Localização:
 Difusa – Intraventricular e Subaracnoideia
 Focal – Hemorragia intraparenquimatosa
 Hemorragia no espaço epidural e subdural
surge por trauma.
Hemorragia profunda (GG base, subcortical)
Causa mais frequente:
 HTA (hematoma hipertensivo)
Hemorragia lobar (cortical)
Causa mais frequente:
 Jovem – Malformação Arterio-Venosa
(MAV) cerebral
 Idoso – Angiopatia amilóide cerebral
AVC HEMORRÁGICO
HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA
 Causas
 Traumatismo Craneano
 Ruptura do Aneurisma Sacular
 Hemorragia de uma Anomalia Vascular
 Extensão para o espaço subaracnoideu de uma Hemorragia
Intracerebral Primária.
 Idiopática.
 Fisiopatologia
 Aneurismas saculares – bifurcações das artérias intracraneanas de
médio e grande calibre
 85% circulação anterior (polígono de Willis)
 20% múltiplos aneurismas (bilateralmente e simetricamente em
espelho)
AVC HEMORRÁGICO
HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA
 Clínica
 Cefaleia súbita de grande intensidade
 Náuseas e vómitos
 Afundamento estado de consciência
 Convulsões
 Sinais meníngeos
 F.O.: Edema papilar
 HTA “reactiva”
AVC HEMORRÁGICO
HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA
 Clínica/ Diagnóstico
 1º TAC CE HSA Angiografia
 NEGATIVA  PL
 2º PL HSA  Angiografia
 NEGATIVA EXCLUI HSA
AVC HEMORRÁGICO
HEMORRAGIA INTRACEREBRAL
 Causas
 mais comuns: hipertensão, trauma e angiopatia amilóide
cerebral.
 aumentam o risco: idade avançada, consumo de álcool e cocaína
Inclui:
1. Hemorragia Intraparenquimatosa Hipertensiva
2. Hemorragia Lobar
3. Outras causas
AVC HEMORRÁGICO
HEMORRAGIA INTRACEREBRAL
HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA HIPERTENSIVA
 ruptura espontânea de uma pequena
artéria que penetra o cérebro.
 desenvolve-se entre 30 a 90min
 Locais mais comuns:
 tálamo
 protuberância
 putame
 cerebelo.
 Pode ser pequena, ou um grande
coágulo pode comprimir os tecidos
adjacentes herniação e morte.
HEMORRAGIA MODERADA vs HEMORRAGIA GRAVE
 Sintomas surgem em alguns minutos.
 Clínica
 Hemianopsia (Hem. Occipital), afasia e
delirium (Hem. Temporal esquerda),
perda hemisensorial (Hem. Parietal),
fraqueza do braço (Hem. Frontal)
 Geralmente os doentes têm cefaleias
focais e vómitos.
Outras
 Angiopatia Amilóide Cerebral
 Cocaína
 Traumatismo craneano
 Terapia Anticoagulante
 Tumores
 Encefalopatia Hipertensiva
AVC HEMORRÁGICO
HEMORRAGIA INTRACEREBRAL
HEMORRAGIA LOBAR
ABORDAGEM INICIAL
 Objectivos na fase inicial incluem:
 Assegurar a estabilidade do doente
 Reverter rapidamente quaisquer condições que
estejam a contribuir para o mau estado do doente
 Tomar medidas para definir a base fisiopatológica
dos sintomas neurológicos do doente
 Pesquisar potenciais contra-indicações para a
trombólise em doentes com AVC isquémico agudo
ABORDAGEM INICIAL
ASSEGURAR A ESTABILIDADE DO DOENTE
Sinais vitais  pressão arterial, respiração e temperatura
 Pressão arterial
 Pressão arterial média (PAM) – normalmente elevada
em doentes com AVC agudo
 Geralmente um mecanismo de manutenção da perfusão
cerebral
 decisão de tratar: balanço entre o potencial risco de
elevações sucessivas na pressão arterial vs possível
declínio na função neurológica quando a pressão
arterial é reduzida
ABORDAGEM INICIAL
ASSEGURAR A ESTABILIDADE DO DOENTE
 Respiração
 Doentes com PIC elevada devido a hemorragia ou isquémia –
podem apresentar drive respiratório diminuído ou obstrução
muscular das vias aéreas
 Doentes com ventilação adequada – monitorizar Sat. O2
 Intubação – restaurar ventilação, proteger via aérea,
importante na presença de vómitos
ABORDAGEM INICIAL
ASSEGURAR A ESTABILIDADE DO DOENTE
 Temperatura
 Febre pode piorar isquémia cerebral
 Diagnóstico diferencial: meningite, empiema subdural,
abcessos, endocardite infecciosa, pneumonia por aspiração e
infecção urinária
 Manter normotermia pelo menos nos 1os dias – antipiréticos
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Convulsões
 Síncope
 Enxaqueca
 Hipoglicémia (perguntar se o doente toma insulina ou um
hipoglicemiante oral)
 Overdose ou abuso de drogas
 Medicação no momento da admissão
 Acidentes recentes
 Histeria
AVC ISQUÉMICO OU HEMORRÁGICO
Classificação OCSP
Exames:
 Tomografia Computorizada (TC)
 altamente sensível no diagnóstico de hemorragia no AVC agudo
 Imagiologia por Ressonância Magnética (IRM)
 mais sensível que a TC no diagnóstico precoce de enfarte cerebral
 Em doentes com isquémia que ainda não têm enfarte
cerebral, tanto a TC como a RM podem estar normais
Início em actividade
Cefaleia
Afundamento do estado de consciência
Deterioração progressiva
TA muito elevada na admissão
CURSO CLÍNICO
AVCs embólicos
 geralmente ocorrem repentinamente
 os défices neurológicos indicam perda focal de função
cerebral, que é máxima no início
 recuperação rápida favorece este diagnóstico
Trombose
 sintomas frequentemente flutuam, variando entre um
estado normal e anormal, ou progredindo
gradualmente com alguns períodos de melhoria
CURSO CLÍNICO
Oclusão das artérias perfurantes
 sintomas geralmente desenvolvem-se durante um período
de horas ou no máximo alguns dias
 ao passo que a isquémia cerebral relacionada com grandes
artérias pode evoluir durante um período de tempo mais longo
Hemorragia intracerebral
 não melhora durante o período inicial
 progride gradualmente durante minutos ou poucas horas
Hemorragia subaracnoideia por aneurisma
 desenvolve-se rapidamente
 disfunção cerebral focal é menos comum
FACTORES DE RISCO
 Variáveis demográficas
 Idade
 Sexo
 Raça
 Diabetes
 HTA
 Anfetaminas
 Cocaína
 Doença cardíaca (patologia valvular, anterior enfarte agudo
do miocárdio, fibrilhação auricular, endocardite)
 Período pós-parto
 Desordem da coagulação, prescrição de varfarina ou outro
anti-coagulante
EXAMES
Neuroimagem
 Tomografia computorizada (TC) craniana sem contraste
 Tipicamente o 1º exame diagnóstico realizado em doentes com suspeita de AVC
 AVC isquémico, hemorragia intracerebral e HSA
 Mais sensível no diagnóstico de hemorragias focais agudas
 Deve ser realizada em todos os doentes com suspeita de AVC antes do início do
tratamento específico
 Muito acessível, aquisição rápida de resultados
 Ressonância magnética (RM), técnicas de difusão e perfusão
 RM mais sensível no diagnóstico de enfarte
 Úteis na identificação da quantidade de área enfartada e tecido cerebral em
risco
EXAMES
RM, Angiografia TC e Angiografia por Raio-X
Utilizados quando a causa da Hemorragia Intracraneana é indeterminada,
particularmente se:
 doente é jovem ou não hipertensivo
 hematoma não se encontra nos locais habituais de hemorragia hipertensiva
Uma vez que os doentes têm sinais de défices neurológicos e de aumento da Pressão
Intra-Craneana, deve evitar-se uma punção lombar - pode induzir uma herniação
cerebral.
 Punção lombar
 Pequenas hemorragias subaracnoideias podem não ser detectadas por TC ou RM
EXAMES
Avaliação cardíaca
 Electrocardiograma e Holter
 Indispensável pela alta incidência de doenças cardíacas e arritmias em
doentes com AVC.
 Fibrilhação auricular, enfarte do miocárdio recente – fontes embólicas
importantes.
Ultrassonografia
 Eco-Doppler das artérias extra e intra-craneanas - identifica oclusões e
estenoses extra e intra-craneanas, avaliação do estado das colaterais ou de
recanalização
 Ecocardiografia transtorácica – rastreio de fontes cardioembólicas; útil a
sua disponibilidade nas primeiras 24 h após instalação do AVC
 Ecocardiograma transesofágico
EXAMES
Testes Laboratoriais
 Testes de rotina – hemograma completo com plaquetas;
INR, aPTT, electrólitos, glicemia, Proteina C reactiva, VS,
análises de função hepática e renal
 Testes laboratoriais específicos – Proteína C, S,
resistência à activação da proteína C, anticorpos anti-
cardiolipina, homocisteína, rastreio de vasculite (ANA,
anticoagulante lúpico), LCR
Bibliografia
Artigos UptoDate:
• “Initial assessment and
management of acute stroke” Author
Jamary Oliveira-Filho, MD, PhD
Walter J Koroshetz, MD Section
Editor
Scott E Kasner, MD Deputy Editor
John F Dashe, MD, PhD
• “Overview of the evaluation of
stroke Author” ; “Clinical diagnosis
of stroke subtypes” ; “Etiology and
classification of stroke” Author
Louis R Caplan, MD Section Editor
Scott E Kasner, MD Deputy Editor
John F Dashe, MD, PhD
• www.netterimages.com
•

avc.ppt

  • 1.
  • 2.
    DEFINIÇÃO  OMS –Acidente Vascular Cerebral define-se como :  “sintomas e/ou sinais de perda de função cerebral focal e, por vezes, global, instalando-se rapidamente, com duração superior a 24 horas ou levando à morte, e sem outra causa aparente que a de origem vascular”.
  • 3.
    EPIDEMIOLOGIA Incidência anual: ~2% população(países industrializados) Custos económicos e sociais • Mortalidade 2ª causa de morte em Portugal 1/6 doentes morre no 1º mês após AVC • Dependência 1/2 dos sobreviventes - dependência permanente 10 a 20% dos doentes com AIT vão ter um AVC incapacitante nos 90 dias subsequentes
  • 4.
    CLASSIFICAÇÃO PATOLÓGICA  ARTERIAL ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)  ISQUÉMICO  ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÉMICO (AVC I)  ACIDENTE ISQUÉMICO TRANSITÓRIO (AIT)  HEMORRÁGICO  ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL HEMORRÁGICO (AVC H) (HEMORRAGIA PARENQUIMATOSA)  HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA (HSA)  ACIDENTE VASCULAR MEDULAR (AVM)  VENOSO  TROMBOSE VENOSA CEREBRAL (TVC)
  • 5.
    AVC ISQUÉMICO -FISIOPATOLOGIA  Oclusão de vaso intracraneano provoca diminuição do fluxo sanguíneo para a região cerebral que este vasculariza  Diminuição do aporte de glicose aos neurónios (células com elevado metabolismo e baixa reserva de glicogénio)   radicais livres de O2  A magnitude desta diminuição depende da existência ou não de circulação colateral ISQUÉMIA Febre Glicémia > 200 mg/dl
  • 6.
    AVC ISQUÉMICO VSAIT  Ambos são:  Episódios de disfunção neurológica focal de presumível etiologia vascular isquémica  Início súbito (abrupto) de sinais neurológicos com défice máximo após segundos ou minutos AIT: Duração dos sintomas < 24 horas (geralmente < 1 hora); Sem evidência de enfarte isquémico agudo (exames imagem) AVC isquémico: Défice neurológico persistente (duração dos sintomas > 24 horas ou provocando a morte) Evidência de enfarte isquémico agudo AVC isquémico minor: Défice neurológico persistente não incapacitante
  • 7.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Classificação TOAST (Trial of ORG 10172 in Acute Stroke Treatment) - início anos 90  AVCs isquémicos de acordo com os mecanismos fisiopatológicos que são reconhecidos como a causa da maioria dos mesmos  Baseada nos aspectos clínicos e resultados de exames auxiliares:  neuroimagem, avaliações neurovasculares, testes cardíacos e avaliações laboratoriais do estado pró- trombótico
  • 8.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA 5 subtipos do Toast de AVC isquémico  Aterosclerose de grandes artérias  Cardioembolismo  Oclusão de pequenos vasos  AVC de outra etiologia determinada  AVC de etiologia indeterminada
  • 9.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA SSS-TOAST (Stop Stroke Study Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treament)  Divide cada um dos subtipos originais do TOAST em 3 subcategorias  Evidente  Provável  Possível  Baseada no peso das diferentes evidências diagnósticas
  • 10.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Sintomas e sinais território cerebral envolvido  Oxfordshire Community Stroke Project (OCSP)  define os vários síndromes clínicos que correspondem a cada um dos principais territórios de irrigação arterial cerebral.  para esta classificação deve ser usado o padrão clínico na altura do défice máximo do primeiro AVC isquémico.
  • 14.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Enfartelacunar (LACI) Défice hemi-sensitivo ou motor (envolvendo pelo menos 2 de 3 entre face, braço e perna) com ou sem sinais cerebelosos ipsilaterais, isto é, quaisquer dos síndromes seguintes:  AVC motor puro  AVC sensitivo puro  Hemiparésia atáxica  AVC sensoriomotor
  • 15.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Denotar que qualquer do seguinte exclui enfarte lacunar:  Disfasia de novo  Perturbação visuoespacial de novo  Perda sensitiva proprioceptiva predominante  Manifestações que claramente localizam a lesão na distribuição vertebrobasilar (paralisias oculares ou défices cruzados)  Alteração do nivel de consciência
  • 16.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Enfartetotal da circulação anterior (TACI) Combinação de todas as seguintes manifestações:  Disfunção cerebral superior de novo (disfasia, discalculia ou problema visuoespacial)  Defeito de campo visual homónimo  Défice motor e/ou sensitivo ipsilateral envolvendo pelo menos 2 de 3 entre face, braço e perna. De notar que se o nível de consciência está prejudicado e não é possível testar formalmente as funções cerebrais superiores e/ou os campos visuais, é assumida a presença de um défice.
  • 19.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Enfarteparcial da circulação anterior (PACI) Doentes com uma das seguintes manifestações:  2 dos 3 componentes do síndrome TACI  Disfunção cerebral superior de novo isolada  Défice motor/sensitivo mais restrito do que aqueles que são classificados como LACI
  • 20.
    AVC ISQUÉMICO CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Enfarteda circulação posterior (POCI) Qualquer dos seguintes:  Paralisia de nervo craneano ipsilateral e défice motor e/ou sensitivo contralateral  Défice motor e/ou sensitivo bilateral  Desordem do movimento conjugado dos olhos  Disfunção cerebelosa sem défice de vias longas ipsilateral (que seria classificado como hemiparésia atáxica)  Defeito de campo visual homónimo isolado Oclusão do topo da artéria basilar e da artéria cerebral posterior
  • 22.
    AVC HEMORRÁGICO Localização:  Difusa– Intraventricular e Subaracnoideia  Focal – Hemorragia intraparenquimatosa  Hemorragia no espaço epidural e subdural surge por trauma. Hemorragia profunda (GG base, subcortical) Causa mais frequente:  HTA (hematoma hipertensivo) Hemorragia lobar (cortical) Causa mais frequente:  Jovem – Malformação Arterio-Venosa (MAV) cerebral  Idoso – Angiopatia amilóide cerebral
  • 23.
    AVC HEMORRÁGICO HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA Causas  Traumatismo Craneano  Ruptura do Aneurisma Sacular  Hemorragia de uma Anomalia Vascular  Extensão para o espaço subaracnoideu de uma Hemorragia Intracerebral Primária.  Idiopática.  Fisiopatologia  Aneurismas saculares – bifurcações das artérias intracraneanas de médio e grande calibre  85% circulação anterior (polígono de Willis)  20% múltiplos aneurismas (bilateralmente e simetricamente em espelho)
  • 24.
    AVC HEMORRÁGICO HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA Clínica  Cefaleia súbita de grande intensidade  Náuseas e vómitos  Afundamento estado de consciência  Convulsões  Sinais meníngeos  F.O.: Edema papilar  HTA “reactiva”
  • 25.
    AVC HEMORRÁGICO HEMORRAGIA SUBARACNOIDEIA Clínica/ Diagnóstico  1º TAC CE HSA Angiografia  NEGATIVA  PL  2º PL HSA  Angiografia  NEGATIVA EXCLUI HSA
  • 26.
    AVC HEMORRÁGICO HEMORRAGIA INTRACEREBRAL Causas  mais comuns: hipertensão, trauma e angiopatia amilóide cerebral.  aumentam o risco: idade avançada, consumo de álcool e cocaína Inclui: 1. Hemorragia Intraparenquimatosa Hipertensiva 2. Hemorragia Lobar 3. Outras causas
  • 27.
    AVC HEMORRÁGICO HEMORRAGIA INTRACEREBRAL HEMORRAGIAINTRAPARENQUIMATOSA HIPERTENSIVA  ruptura espontânea de uma pequena artéria que penetra o cérebro.  desenvolve-se entre 30 a 90min  Locais mais comuns:  tálamo  protuberância  putame  cerebelo.  Pode ser pequena, ou um grande coágulo pode comprimir os tecidos adjacentes herniação e morte. HEMORRAGIA MODERADA vs HEMORRAGIA GRAVE
  • 28.
     Sintomas surgemem alguns minutos.  Clínica  Hemianopsia (Hem. Occipital), afasia e delirium (Hem. Temporal esquerda), perda hemisensorial (Hem. Parietal), fraqueza do braço (Hem. Frontal)  Geralmente os doentes têm cefaleias focais e vómitos. Outras  Angiopatia Amilóide Cerebral  Cocaína  Traumatismo craneano  Terapia Anticoagulante  Tumores  Encefalopatia Hipertensiva AVC HEMORRÁGICO HEMORRAGIA INTRACEREBRAL HEMORRAGIA LOBAR
  • 29.
    ABORDAGEM INICIAL  Objectivosna fase inicial incluem:  Assegurar a estabilidade do doente  Reverter rapidamente quaisquer condições que estejam a contribuir para o mau estado do doente  Tomar medidas para definir a base fisiopatológica dos sintomas neurológicos do doente  Pesquisar potenciais contra-indicações para a trombólise em doentes com AVC isquémico agudo
  • 30.
    ABORDAGEM INICIAL ASSEGURAR AESTABILIDADE DO DOENTE Sinais vitais  pressão arterial, respiração e temperatura  Pressão arterial  Pressão arterial média (PAM) – normalmente elevada em doentes com AVC agudo  Geralmente um mecanismo de manutenção da perfusão cerebral  decisão de tratar: balanço entre o potencial risco de elevações sucessivas na pressão arterial vs possível declínio na função neurológica quando a pressão arterial é reduzida
  • 31.
    ABORDAGEM INICIAL ASSEGURAR AESTABILIDADE DO DOENTE  Respiração  Doentes com PIC elevada devido a hemorragia ou isquémia – podem apresentar drive respiratório diminuído ou obstrução muscular das vias aéreas  Doentes com ventilação adequada – monitorizar Sat. O2  Intubação – restaurar ventilação, proteger via aérea, importante na presença de vómitos
  • 32.
    ABORDAGEM INICIAL ASSEGURAR AESTABILIDADE DO DOENTE  Temperatura  Febre pode piorar isquémia cerebral  Diagnóstico diferencial: meningite, empiema subdural, abcessos, endocardite infecciosa, pneumonia por aspiração e infecção urinária  Manter normotermia pelo menos nos 1os dias – antipiréticos
  • 33.
    DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL  Convulsões Síncope  Enxaqueca  Hipoglicémia (perguntar se o doente toma insulina ou um hipoglicemiante oral)  Overdose ou abuso de drogas  Medicação no momento da admissão  Acidentes recentes  Histeria
  • 34.
    AVC ISQUÉMICO OUHEMORRÁGICO Classificação OCSP Exames:  Tomografia Computorizada (TC)  altamente sensível no diagnóstico de hemorragia no AVC agudo  Imagiologia por Ressonância Magnética (IRM)  mais sensível que a TC no diagnóstico precoce de enfarte cerebral  Em doentes com isquémia que ainda não têm enfarte cerebral, tanto a TC como a RM podem estar normais Início em actividade Cefaleia Afundamento do estado de consciência Deterioração progressiva TA muito elevada na admissão
  • 35.
    CURSO CLÍNICO AVCs embólicos geralmente ocorrem repentinamente  os défices neurológicos indicam perda focal de função cerebral, que é máxima no início  recuperação rápida favorece este diagnóstico Trombose  sintomas frequentemente flutuam, variando entre um estado normal e anormal, ou progredindo gradualmente com alguns períodos de melhoria
  • 36.
    CURSO CLÍNICO Oclusão dasartérias perfurantes  sintomas geralmente desenvolvem-se durante um período de horas ou no máximo alguns dias  ao passo que a isquémia cerebral relacionada com grandes artérias pode evoluir durante um período de tempo mais longo Hemorragia intracerebral  não melhora durante o período inicial  progride gradualmente durante minutos ou poucas horas Hemorragia subaracnoideia por aneurisma  desenvolve-se rapidamente  disfunção cerebral focal é menos comum
  • 37.
    FACTORES DE RISCO Variáveis demográficas  Idade  Sexo  Raça  Diabetes  HTA  Anfetaminas  Cocaína  Doença cardíaca (patologia valvular, anterior enfarte agudo do miocárdio, fibrilhação auricular, endocardite)  Período pós-parto  Desordem da coagulação, prescrição de varfarina ou outro anti-coagulante
  • 38.
    EXAMES Neuroimagem  Tomografia computorizada(TC) craniana sem contraste  Tipicamente o 1º exame diagnóstico realizado em doentes com suspeita de AVC  AVC isquémico, hemorragia intracerebral e HSA  Mais sensível no diagnóstico de hemorragias focais agudas  Deve ser realizada em todos os doentes com suspeita de AVC antes do início do tratamento específico  Muito acessível, aquisição rápida de resultados  Ressonância magnética (RM), técnicas de difusão e perfusão  RM mais sensível no diagnóstico de enfarte  Úteis na identificação da quantidade de área enfartada e tecido cerebral em risco
  • 39.
    EXAMES RM, Angiografia TCe Angiografia por Raio-X Utilizados quando a causa da Hemorragia Intracraneana é indeterminada, particularmente se:  doente é jovem ou não hipertensivo  hematoma não se encontra nos locais habituais de hemorragia hipertensiva Uma vez que os doentes têm sinais de défices neurológicos e de aumento da Pressão Intra-Craneana, deve evitar-se uma punção lombar - pode induzir uma herniação cerebral.  Punção lombar  Pequenas hemorragias subaracnoideias podem não ser detectadas por TC ou RM
  • 40.
    EXAMES Avaliação cardíaca  Electrocardiogramae Holter  Indispensável pela alta incidência de doenças cardíacas e arritmias em doentes com AVC.  Fibrilhação auricular, enfarte do miocárdio recente – fontes embólicas importantes. Ultrassonografia  Eco-Doppler das artérias extra e intra-craneanas - identifica oclusões e estenoses extra e intra-craneanas, avaliação do estado das colaterais ou de recanalização  Ecocardiografia transtorácica – rastreio de fontes cardioembólicas; útil a sua disponibilidade nas primeiras 24 h após instalação do AVC  Ecocardiograma transesofágico
  • 41.
    EXAMES Testes Laboratoriais  Testesde rotina – hemograma completo com plaquetas; INR, aPTT, electrólitos, glicemia, Proteina C reactiva, VS, análises de função hepática e renal  Testes laboratoriais específicos – Proteína C, S, resistência à activação da proteína C, anticorpos anti- cardiolipina, homocisteína, rastreio de vasculite (ANA, anticoagulante lúpico), LCR
  • 42.
    Bibliografia Artigos UptoDate: • “Initialassessment and management of acute stroke” Author Jamary Oliveira-Filho, MD, PhD Walter J Koroshetz, MD Section Editor Scott E Kasner, MD Deputy Editor John F Dashe, MD, PhD • “Overview of the evaluation of stroke Author” ; “Clinical diagnosis of stroke subtypes” ; “Etiology and classification of stroke” Author Louis R Caplan, MD Section Editor Scott E Kasner, MD Deputy Editor John F Dashe, MD, PhD • www.netterimages.com •

Notas do Editor

  • #6 Diminuição produção de ATP mitocondrial  Disfunção das bombas iónicas da membrana mitocondrial  neurónios despolarizam com Ca int   libertação de glutamato na fenda sináptica com glutamato ext (neurotóxico)   radicais livres de O2  degradação de membranas e outras funções celulares vitais  necrose (via necrótica do core; via apoptótica nas células da zona de penumbra)
  • #9 Cérebro recebe 20% do DC Trombose (65%) – obstrução local in situ de uma artéria Patologias da parede arterial Arteriosclerose, dissecção, displasia fibromuscular ou desidratação (hipercoagulabilidade sanguínea) Artéria – Artéria: libertação de um êmbolo de uma placa aterosclerótica que oclui artéria intracraniana. Raras: Doenças de hipercoaguabilidade Deficiência de proteína C Deficiência de proteína S Deficiência de Antitrombina III Síndrome antifosfolípidos Mutação do factor V de Leiden Mutação da Protrombina G20210 Anemia das células falciformes -Talassémia Policitémia vera LES Homocisteinémia Púrpura trombocitopénica trombótica CID Disproteinémias Síndrome nefrótico Doenças inflamatórias do intestino Anticonceptivos orais Trombose dos seios venosos Displasia fibromuscular Vasculite Vasculites sistémicas (PAN, Wegner’s, Takayasu’s, arterite de células gigantes) Vasculite primária do SNC Meningite (Sífilis, Tuberculose, fúngica, bacteriana, Zoster) Cardiogénica Calcificação da válvula mitral Mixoma auricular Tumor intracardíaco Endocardite marantica Endocardite de Libman – Sacks Vasoespasmo hemorrágico subaracnóide Drogas: cocaína, anfetaminas Síndrome Moyamoya Eclâmpsia
  • #11 simplicidade na aplicação ao doente e importância para decisões sobre tratamento e avaliação de prognóstico
  • #15 Ataxia reflete uma condição de falta de coordenação dos movimentos podendo afetar a força muscular e o equilíbrio de uma pessoa. É normalmente associada a uma degeneração ou bloqueio de áreas específicas do cérebro e cerebelo.
  • #16 Ataxia reflete uma condição de falta de coordenação dos movimentos podendo afetar a força muscular e o equilíbrio de uma pessoa. É normalmente associada a uma degeneração ou bloqueio de áreas específicas do cérebro e cerebelo.
  • #23 Envolve uma série de consequências: Edema Cerebral vai ocorrer um aumento do volume cerebral e consequente aumento da Pintracraneana
  • #24 Forma-se um pedículo e uma cúpula (sendo as suas características importantes no planeamento da obliteração neurocirúrgica ou embolização endovascular) Com o desaparecimento da lâmina elástica interna arterial na base do pedículo e com o estreitamento da média com substituição das células musculares lisas por tecidos conjuntivos, vai se dar a formação de uma pequena “lágrima” na parede com menos de 0,5mm que vai levar a hemorragia. O local e tamanho do aneurisma são preditivos do risco de ruptura: - os >7mm em diâmetro e localizados no topo da artéria basilar e na origem da artéria comunicante posterior são os de > risco.
  • #26 Subarachnoid hemorrhage (SAH). There is high-attenuation blood in the Sylvian fissures (blue arrows) and the interhemispheric fissure (red arrow) seen on this non-contrast enhanced CT of the brain. Do not confuse normal, physiologic calcifications (white and black arrows) for blood.
  • #28 Enquanto que a hemorragia associada a terapia anticoagulante desenvolve-se entre 24-48h Na Hemorragia Moderada: - a paralise pode agravar até os membros afectados ficarem flácidos ou rígidos na extensão. - Discurso alterado, o braço e a perna enfraquecem e os olhos desviam para o lado oposto da hemiparese. Na Hemorragia grave: - evolução para estupor (como sinais da compressão do tronco cerebral) - pode surgir coma, acompanhada de respiração profunda, irregular ou intermitente, uma pupila ipsilateral fixa e dilatada.
  • #30 Pesquisar potenciais contra-indicações para a trombólise em doentes com AVC isquémico agudo