O documento descreve os procedimentos para avaliação de feridas, incluindo a inspeção da pele ao redor da lesão, observação de sinais como eritema, descamação e edema. Detalha também a avaliação do leito da ferida, quantificando o tecido necrótico, de granulação e exsudato presente.
Seminário sobre Cicatrização de Feridas apresentado por Francisco Doria, Laís Cole e Roberta Fernandez no oitavo período do curso de medicina da UFRJ, campus Macaé, como pré-requisito na disciplina de Cirurgia Geral, abordando aspectos fisiopatológicos, fatores que interferem com o processo, cuidados gerais com feridas e cicatrizações anômalas.
Seminário sobre Cicatrização de Feridas apresentado por Francisco Doria, Laís Cole e Roberta Fernandez no oitavo período do curso de medicina da UFRJ, campus Macaé, como pré-requisito na disciplina de Cirurgia Geral, abordando aspectos fisiopatológicos, fatores que interferem com o processo, cuidados gerais com feridas e cicatrizações anômalas.
Descrição das lesões vulvares, desde processos inflamatórios e infecciosos a maior preocupação atual do aumento das lesões pré-neoplasicas e consequentemente do câncer em idade mais precoce.
A palavra PSICOSSOMATICA tem como raiz as palavras gregas: Psico (alma, mente), somática (corpo).
É a parte da medicina que estuda os efeitos da mente sobre o corpo.
Pessoas desajustadas emocionalmente tendem a ficarem mais doentes.
Exemplo do efeito da mente sobre o corpo: uma pessoa recebe uma notícia da morte de um parente. O choque emocional é muitas vezes tão forte que o cérebro desarma o "disjuntor" e a pessoa desmaia. Em alguns casos a descarga de hormônios e adrenalina no coração é tão forte que a pessoa morre na hora ao receber uma notícia terrível.
O que entra na sua mente ou coração pode em um instante te matar.
Maus sentimentos de rancor e mágoa podem envenenar o organismo lentamente.
A medicina psicossomática é uma concepção “holística” da medicina pluricausal que tem como objetivo estudar não a doença isolada, mas o homem doente, que é o paciente humanizado na sua mais completa perspectiva nosológica e ecológica. Numerosos argumentos parecem indicar a realidade das ligações clínicas e experimentais entre a vida emocional, os problemas psíquicos e o disfuncionamento de órgãos ou o aparecimento de lesões viscerais. Os estudos anatómicos e fisiológicos desempenham um papel capital ao nível do hipotálamo, do sistema límbico e dos diferentes sistemas neuroendocrinológicos (hipófise, corticoadrenal e medulloadrenal). No nível experimental, além de limitar as úlceras obtidas por diferentes técnicas no rato de laboratório, deve-se insistir nos experimentos de Weiss que mostraram que as úlceras pépticas do rato, sob certas condições, dependem de duas variáveis: o número de estímulos que o animal deve enfrentar e os feedbacks informativos mais ou menos úteis que recebe em troca. As investigações realizadas no doente mostram a importância dos problemas funcionais em relação às anomalias do sistema nervoso autônomo ou às anomalias dos gânglios intramurais, o que talvez explique a noção de órgãos-alvo dos problemas. Considerando os conceitos mais recentes que valorizam o papel dos fatores genéticos na determinação das doenças psicossomáticas, pode-se conceber que os determinantes psicológicos, afetivos ou ambientais, são cofatores que se integram a fatores somáticos, genéticos, constitucionais e nutricionais para produzir o quadro mórbido final.
3. Condições da pele adjacente e das bordas da
ferida
Conceito de pele perilesional : é sinônimo de pele
circundante ou a pele ao redor que envolve a lesão.
Os sinais e sintomas específicos da pele perilesional
são:
Maceração;
Eritema;
Vesículas
Escoriações
Descamação;
Edema
Fornells, Gonzaléz (2006).
4. Existem quatro tipos de maceração entre elas:
Fornells, González (2006)
• causada pela presença de urina em pele
saudável por um período prolongado ou
alergia a etiquetas, esparadrapos e
micropore.vermelha
• exposição não controlada de exsudato em
contato com a pele perilesional
Branca
• causada por isquemia, associados a
irrigação inadequada de sangue perto da
borda da lesão
Azul
• vestígios de esfacelos que aderem nas bordas
da lesão e também como produto do uso
inadequado de produtos
Amarela
5. Eritema: pode ser identificado de formas diversas, com variações na
qualidade e cor na pele perilesional
Avaliação do eritema perilesional - dimensões e categorias
Circunscrito e limitado à borda da lesão
Para além das bordas da lesão
Vermelho brilhante e exsudativo
Vermelho brilhante e não exsudativo
Vermelho pálido exsudativo
Vermelho pálido não exsudativo
Rosado e exsudativo
Rosado e não exsudativo
Fornells, Gonzaléz (2006).
6. O eritema pode aparecer devido a alguns fatores entre eles:
Presença de infecção na ferida;
Resultado de uma reação irritativa ou alérgica dos componentes de
curativos, medicação tópica ou uso de esparadrapos e micropores;
Por posturas impróprias para qual o peso do paciente recai sobre a
área da ferida.
Como contato direto e constante de líquidos, secreções e exsudatos
de ostomias, úlceras, drenos e incontinência urinária.
Fornells, Gonzaléz (2006).
7. Descamação:consiste no desprendimento de elementos epiteliais em
forma de escamas ou membranas transparentes ou translúcidas.
Comum em pacientes que são afetados por úlceras recorrentes em membros
inferiores;
Indivíduos que tenham sido submetidos a uma avaliação da lesão inadequada
para escolha do tratamento;
Limpeza inadequada da lesão;
Fornells, Gonzaléz (2006).
8. Fornells, Gonzaléz (2006).
Vesículas: lesão de pele em que o conteúdo geralmente é de cor clara e de
consistência líquida, a presença de pus indica infecção.
Podem estar relacionadas a adesivos que ao serem retirados pelo
profissional de forma inadequada provocam microlesões;
Nas úlceras de perna podem ser decorrentes de uma bandagem
inadequada ou mal desenvolvida pelo profissional de enfermagem.
As vesículas e as descamações não devem ser retiradas durante a
realização do curativo devido o risco de aumentar ou provocar outra
lesão
9. Escoriações: compreendem a perda da integridade da derme. Muitas
vezes não excedem de 2 – 4 mm de diâmetro.
Podem se localizar em áreas correspondentes a curativos adesivos;
Pode ser causada pelo prurido, pelo elevado limiar de aderência do
adesivo;
Por descolagem indevida da mesma realizada pelo profissional de
enfermagem ou bandagens de má qualidade.
Fornells, Gonzaléz (2006).
10. Edema perilesional
Pode ser devido a um sinal de infecção;
Utilização de um número grande de bandagens para reter uma
quantidade maior de exsudato e que não é removida por muito tempo;
Ou um problema com a fixação do curativo;
Ou na terapia de compressão em que é realizado pelo profissional
uma compressão maior que o ideal.
Fornells, Gonzaléz (2006).
11. Hiperceratose: corresponde ao espessamento excessivo da pele e
frequentemente está relacionado a um atrito crônico.
Ocorre a diminuição da sudorese e alterações nas estruturas do pé e da
biomecânica do diabetes é possível formar calos.
Para prevenção de complicações é recomendado pela equipe de saúde realizar:
Monitoramento regular dos pés;
Teste de sensibilidade do pé;
Palpação dos pulsos dos pés;
Inspeção de deformidades nos pés e dos calçados;
Atividades de educação ao paciente.
NICE, (2004); Irion, (2005)
12. O profissional de enfermagem deve analisar a sensibilidade tátil, a
dolorosa, a térmica
Cunha, (2006)
L3
S2 S2
Região dos dermátomos
Legenda: Pontos de
cada dermátomo:
L4 - Antero-medial da
perna
L5 - região antero-
lateral da perna
L3 região anterior e
medial do joelho
S1 - região latero-
posterior da perna
S2 - região posterior
da perna
Legenda: Pontos de
cada dermátomo:
L4 – Calcâneo regial
medial
L5 – arco plantar,
dorsal medial, hálux,
2º e 3º artelhos
S1 – Lateral do pé,
calcâneo e plantar do
pé.
17. Durante a sistematização do cuidado às pessoas com lesões
crônicas de pele, é necessário a avaliação da ferida. A avaliação é
um fator determinante para escolha da terapêutica adequada.
Santos, Sellmer, Massulo (2007)
18. Avaliação das feridas
Avaliação do comprimento, largura e área
Tamanho da ferida:
Comprimento: 10,2cm
Largura: 6,4cm
Área: 65,28cm2
10,2 cm
6,4cm
21. Quantidade e qualidade do exsudato
Avaliação das feridas
Significado da cor do Exsudato
Características Possíveis causas
Claro, âmbar Exsudato seroso que pode estar relacionado à infecção
causada por bactérias como Staphylococcus aureus;
Turvo, leitoso, cremoso Podem indicar a presença de fibrina (exsudato fibrinoso,
uma resposta à inflamação) ou infecção (coleção
purulenta contendo leucócitos e bactérias).
Rosado ou avermelhado Devido a presença de eritrócitos, indica lesão capilar
(exsudato sanguinolento ou hemorrágico).
Esverdeado Indicativo de infecção bacteriana, por exemplo por
Pseudomonas aeruginosa
Amarelado ou acastanhado Pode ser devido a presença de esfacelo no leito da
ferida, tecido inviável.
Cinza ou azulado Pode estar relacionado a curativos contendo prata.
GNEAUPP, (2007)
22. Avaliação das feridas
Exsudato pouco espesso, seroso,
claro e presença esfacelo no leito
da ferida (GNEAUPP, 2007)
Exsudato hemopurulento,
espesso (GNEAUPP, 2007)
23. Avaliação das feridas
Significado da consistência do exsudato
Consistência Significado
Alta viscosidade (espesso e
ocasionalmente pegajoso).
Conteúdo protéico elevado devido à
infecção, processo inflamatório e
material necrótico.
Baixa viscosidade (pouco
espesso, líquido)
Conteúdo protéico baixo e
desnutrição
Significado do odor do exsudato
Desagradável Crescimento bacteriano, infecção e
presença de tecido necrótico.
GNEAUPP (2007).
24. QUANTIDADE DE EXSUDATO:
Use imaginariamente um círculo dividido em 4 (25%) partes em forma de
quadrantes – ajuda a determinar o percentual do curativo envolvido com
exsudato. Guia:
• Nenhum = tecido da ferida seco.
•Escasso = tecido da ferida úmido; não há exsudato mensurável.
•Pouco= Tecido da ferida úmido; umidade distribuída na ferida de forma uniforme;
envolve ≤ 25% do curativo.
•Moderado = Tecido da ferida saturado; drenagem pode ou não estar bem
distribuída na ferida; drenagem envolve ˃ 25% a ≤ 75% do curativo.
•Grande tecido da ferida banhado em fluido; drenagem livremente demonstrada;
pode ou não estar uniformemente distribuída na ferida; a drenagem ˃ 75% do
curativo.
29. Quantidade de tecido necrótico
1 = Nenhum visível
2 = < 25% do leito da ferida coberto
3= 25% a 50% da ferida coberto
4= >50% e <75% da ferida coberto
5= 75% a 100% da ferida coberto
Bates-Jensen (2010)
90% de necrose
30. Quantidade de tecido de granulação
1 = Pele intacta ou ferida parcialmente densa
2 = Vermelho brilhante: 75% a 100% da ferida
preenchido e/ou em crescimento.
3= Vermelho brilhante; <75% e > 25% da ferida
preenchido.
4=Rosa e/ou vermelho, vermelho escuro e/ou ≤ 25%
do preenchimento da ferida.
5= Ausência de tecido de granulação
Bates-Jensen (2010)
10% de tecido de
granulação róseo