1. O Processo Saúde e
Doença
• Prof. Dr. Edesio Martins
• Doutor em Ciências da Saúde FM/UFG
• Prof. Convidado Departamento de Medicina (PUC-GO)
• Prof. Adjunto Dept. Enfermagem e Farmacia – FacUnicamps
• Epidemiologista HAJ/ACCG
Conceitos
2. • Prática clínica
• “Ausência de doença”
• “Doença: Falta ou perturbação da saúde”
• OMS (1948)
• “Saúde é um completo estado de bem estar físico, mental e social.”
• Aurélio
• “Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e
mentais se acham em situação normal.”
4. abrangente
• Saúde é a resultante das condições de
alimentação, educação, renda, meio ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra, acesso a serviços de
saúde.... resultado de formas de organização
social de produção, as quais podem gerar
profundas desigualdades no níveis de saúde.
8a
. Conferência Nacional de Saúde
Conceitos de Doença / Qualidade de vida
5. • A doença é um sinal da alteração do equilíbrio
homem-ambiente, estatisticamente relevante e
precocemente calculável, produzida pelas
transformações produtivas, territoriais,
demográficas e culturais.
• A qualidade de vida resulta da adequação das
condições sócio-ambientais às exigências
humanas.
6. Causas dos fatores
determinantes
• O que leva uma doença a ocorrer?
• Teorias causais
História da Causa
Sociedade Primitiva
homem – receptáculo
causa – mística
7. intervenção – mística
Antiguidade
• Assírios = primitiva
• Chineses homem - ativo
causa – desequilíbrio com os elementos da natureza,
Ying/Yang
intervenção – reestabelecimento do equilíbrio – energia
Grécia - Hipócrates
História da Causa
Idade Média homem –
receptáculo causa –
mística
8. intervenção – religiosa
Renascimento
teoria do contágio –
Fracastoros teoria miasmática
causa – miasmas
intervenção – cuidar do ambiente
Revolução Industrial – Medicina Social causa
– estrutura social
intervenção – alterar a estrutura da sociedade
História da Causa
Teoria Unicausal - Bacteriologia
causa – uma bactéria
intervenção – eliminação da mesma
9. Teoria Multicausal
Balança de Gordon
Medicina Integral
MacMahon
Leavell-Clark
Modelo Ecológico
causa – múltiplos fatores, fundamentalmente biológicos
intervenção – parcial, nos fatores
Modelo de Determinação Social da Doença
Teorias causais
UNICAUSALIDADE
10. • Avanço da biologia
• Descoberta das bactérias
• Pesquisas de Pasteur, Kock – micróbios
associados às doenças
• Teoria – toda doença tem um agente
biológico (final séc XIX)
• Era dos antibióticos
11. Teorias de Causais
• John Snow, meados séc XIX desenvolve e
aplica o método epidemiológico no estudo do
cólera
• Desprendeu da medicina individual teve
visão da doença na população
• Doença tendo como origem apenas no
agente etiológico
12. Teorias Causais
• Classificação dos Agentes Etiológicos
- Biológicos – Bactérias, vírus.
- Genéticos – Translocação de cromossomos
- Químicos – nutrientes, drogas, gases, fumo,
álcool
- Físicos – radiação, atrito e impacto de veículos
automotores
- Psíquicos ou psicossociais – estresse do
desemprego e da migração
13. Teorias causais
MULTICAUSALIDADE
• Nem toda doença tinha origem apenas no agente
etiológico
• Havia infecção sem doença e doenças não
infecciosas
• Outros fatores envolvidos
Hospedeiro
14. Tríade Ecológica
agente Meio Ambiente
Teorias causais
• Fatores Ambientais
Ambiente Físico
- Clima, altitude, umidade relativa do ar, temperatura.
Ambiente Biológico
- Seres vivos da terra
15. - Podem constituírem como agente, hospedeiro,
reservatório de doença
Ambiente Social
- Características sociais, econômicas, políticas e
culturais.
Teorias causais
• Fatores do Hospedeiro
Herança Genética
- Alterações cromossômicas – Hemofilia e anemia
falciforme
16. Anatomia e Fisiologia do Organismo Humano -
Imunidade natural e a adquirida - Idade, sexo,
raça.
Estilo de Vida
- Controle social e autocontrole
- Usuários d drogas injetáveis, fumantes...
Teoria Causais
• Ações para intervir no processo saúde-doença
Hospedeiro (homem)
1. Em relação a herança genética
17. - aconselhamento genético
- diagnóstico pré-natal
- aborto terapêutico
2. Em relação à anatomia e fisiologia
- imunização ativa ou passiva
- manutenção do peso corporal em níveis aceitáveis
3. Estilo de vida
- não fumar
- evitar promiscuidade sexual
Teoria Causais
• Ações para intervir no processo saúde-doença
Meio ambiente
18. 1. Meio Físico
- saneamento das águas
- saneamento do ar
- saneamento do solo
2. Meio biológico
- controle biológico de vetores
- vigilância de alimento
- eliminação de vetores na cidade
3. Meio social
- Provisão de empregos, habitações, transportes, escolas,
lazeres.
- Melhor qualidade nos serviços de saúde.
19. Teorias causais
Determinação Social da Doença sec. XX
– Centralização no hospedeiro
– Desigualdades sociais
– Desencadeadora dos fatores associados às
doenças
– Doença – sociedade injusta
– Exemplo: mortalidade infantil – bolsões de
pobreza
20. História natural da doença
“as inter-relações do agente, do
suscetível e do meio ambiente que afetam
o processo global e seu
desenvolvimento, desde as primeiras
forças que criam o estímulo processo
patológico no meio ambiente, ou em
qualquer outro lugar; passando pela
resposta do homem ao estímulo, até as
alterações que levam a um defeito,
21. invalidez, recuperação ou morte”
(Leavell & Clark, 1976)
FATORES DETERMINANTES
DA DOENÇA
• Endógenos: Fatores determinantes que, no
quadro geral da ecologia da doença, são
inerentes ao organismo e estabelecem a
receptividade do indivíduo.
• Herança genética.
• Anatomia e fisiologia do organismo humano.
• Estilo de vida.
22. • Exógenos: Fatores determinantes que dizem
respeito ao ambiente.
• Ambiente biológico: determinantes biológicos.
• Ambiente físico: determinantes físico-químicos.
• Ambiente social: determinantes sócio-culturais.
Modelo Biomédico
Saúde é definida negativamente:
Ausência de doença
Ausência defeitos em um sistema físico
25. Modelo Processual
História Natural da Doença
Sócio-político
cultural
Biológico
Físico
Ambiente Externo ou
Ambiente Interno
Fatores hereditários ou congênitos
Defesas específicas
26. Meio ambiente Alterações organicas já existentes Modelo
Processual
História Natural da Doença
Avanço: um processo de múltiplas e complexas determinações
27. Pré-Patogênese Patogênese: SER HUMANO
AG
MA
H
Horizonte Clínico
Morte
Cronificação
Cura com sequela
Cura
Determinantes
Nível Sub-clínico Nível Clínico
28. Determinação Social
As oportunidades – probabilidades com que contam as
pessoas para satisfazerem suas necessidades e desejos
não diferem de forma aleatória, nem devido a outros fatores
ambientais, genéticos ou biológicos. São
calculadamente diferentes principalmente porque tem sua
base na estrutura social, especialmente nos processos
de produção e distribuição de bens escassos.
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
Potencialidades Riscos
29. CONCEPÇÃO DE SAÚDE
Concepção Concepção biológica Processo Saúde
Doença
Caso Definido “a priori” Não definido “a priori”
Classificação de Identificado no modo de
patologias andar a vida
Determinação Alterações Resultantes do modo de do caso
fisiopatológicas vida das pessoas
Expressão do Indivíduo doente
caso
Indivíduos que vivem,
adoecem, morrem segundo
a sua inserção na
organização social
31. 31
Conceitos básicos em epidemiologia
• ETMOLOGICAMENTE: EPI=SOBRE
DEMOS= POPULAÇÃO LOGOS = TRATADO
• Epidemiologia é portanto, o estudo de alguma coisa que aflige
(afeta) a população.
• - epidemiologia clássica: fatores de risco - prevenir e retardar a
mortalidade
• - epidemiologia clínica: melhoria do diagnóstico e tratamento,
bem como o prognóstico de pacientes doentes
• Maneiras como os estudos científicos de doenças podem ser
abordados:
• 1) nível submolecular ou molecular (biologia celular,
bioquímica e imunologia)
32. 32
• 2) nível dos tecidos e órgãos (anatomia patológica)
• 3) nível individual dos pacientes(clínica)
• 4) nível de populações (epidemiologia)
Definições de epidemiologia:
• “A epidemiologia é o campo da ciência médica preocupada com o
inter-relacionamento de vários fatores e condições que determinam
a freqüência e a distribuição de um processo infeccioso, uma
doença ou um estado fisiológico em uma comunidade humana”
(1951)
• “Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a
ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos
relacionados com a saúde” (1978)
33. 33
• “Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades
humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das
enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde
coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou
erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de
suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de
saúde” (Rouquayrol, 1999)
APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA
• Descrever as condições de saúde da população
• Investigar os fatores determinantes da situação de
saúde
• Avaliar o impacto das ações para alterar a situação de
saúde
34. 34
• Comparar: uma obsessão fundamental da epidemiologia
• A epidemiologia se estrutura no conceito de RISCO.
• RISCO: é o grau de probabilidade dos membros de uma
população desenvolverem uma determinada doença ou
evento relacionado à saúde, em um período de tempo.
Comparar: uma obsessão
fundamental da epidemiologia
• Indicadores que medem o risco de adoecer: incidência e
prevalência
• Indicadores que medem o risco de morrer: coeficientes e taxas
de mortalidade.
• População de risco: pessoas que correm o risco de
desenvolver uma doença ou agravo à saúde.
35. 35
• Cálculo do risco
• Risco absoluto (ou taxa de incidência): mostra quantos casos
novos da doença aparecem no grupo, em um dado período. Ex:
• - 15 óbitos anuais por coronariopatias por mil adultos com
colesterol sérico elevado
• - 5 casos de coronariopatias por mil adultos com colesterol sérico
baixo
Cálculo do risco
• Risco relativo: informa quantas vezes o risco é maior em um
grupo, quando comparado a outro. É a razão entre duas taxas
de incidências. Exemplo: RR=15/5 = 3
• Interpretação: risco 3 vezes maior de mortalidade por
coronariopatia entre os que têm colesterol sérico elevado,
quando comparado aos que tem colesterol sérico baixo
36. 36
• Risco atribuível (à exposição): indica a diferença de incidência
entre dois grupo (ou seja, entre duas taxas de incidência)
• Exemplo: RA=15-5= 10 óbitos anuais por coronariopatia por
1000 adultos com colesterol sérico elevado .
• Interpretação: são os óbitos em excesso, atribuídos a
presença de colesterol sérico elevado, nas pessoas
integrantes no grupo considerado
Características básicas da Epidemiologia
1. Todos os achados devem se referir à população
2. As doenças ou problemas de saúde não ocorrem ao acaso: a
distribuição destes problemas é produto dos fatores causais, ou
determinantes que se distribuem desigualmente na população – a
comparação de subgrupos populacionais é essencial para a
identificação de determinantes das doenças
37. 37
3. Fatores causais estão associados, ao nível populacionais, com a
ocorrência de doenças:
- Fator de risco: é qualquer fator associado à ocorrência de uma
doença ou problema, isto é, mais freqüente entre os doentes do que
não doentes.
4. O conhecimento epidemiológico é essencial para a prevenção de
doenças
Principais usos da epidemiologia
1. Diagnóstico de saúde comunitária
2. Monitoramento das condições de saúde
3. Identificação dos determinantes de doenças ou agravos
4. Validação de métodos diagnósticos
38. 38
5. Estudo da história natural das doenças
6. Avaliação epidemiológica de serviços de saúde
Os princípios metodológicos da epidemiologia têm aplicação direta
no manejo clínico dos doentes e no planejamento, gerenciamento
e avaliação dos serviços de saúde Epidemiologia e os serviços de
saúde
Estuda a distribuição dos problemas em
Saúde em populações
39. 39
Avalia vacinas
Testes diagnósticos
Tratamentos
Serviços de saúde
Mudanças de
comportamento
Investiga as
Causas destes
problemas
Aponta quem é mais
propenso a adquirir e morrer
destes problemas
Por que esta pessoa/população ficou vulnerável a este problema/evento
neste momento?
epidemiologia
40. Conceitos básicos
• Três dimensões da epidemiologia
• Epidemiologia descritiva – põe em
evidência as características da ocorrência
das doenças nas populações utilizando
dados relativos à distribuição espacial,
temporal e segundo características dos
indivíduos afetados.
41. Conceitos básicos
• Epidemiologia analítica – formula uma
hipótese de trabalho e, valendo-se de
métodos estatísticos, busca a
comprovação científica da hipótese
formulada, através do estabelecimento de
associações entre doenças e fatores de
risco ou exposição.
42. Conceitos básicos
• Vigilância epidemiológica – é o
conjunto de atividades sistemáticas de
avaliação das doenças com objetivo
de detectar ou prever alterações de
seu comportamento epidemiológico.
Objetivos da Vigilância
43. Epidemiológica
• Coleta, análise e interpretação dos
dados de rotina
• Investigação epidemiológica
• Recomendação ou aplicação de
medidas de bloqueio
• Divulgação das informações
Coleta, análise e interpretação dos
dados de rotina
44. • Notificação compulsória de casos
• Sistema de Informação de Agravos de
Notificação – SINAN
• Prontuários médicos
• Atestados de óbito • Laboratórios
• Bancos de sangue
• Farmácias dispensadoras
Investigação epidemiológica
• Objetivos:
45. • Confirmar o diagnóstico
• Seguir a cadeia epidemiológica
• Identificar os contatos
• Proteger os suscetíveis
• Bloquear a transmissão
Investigação epidemiológica
• Justificativas:
• Doença prioritária
46. • Número de casos excedendo a freqüência
habitual
• Suspeita de fonte comum de infecção
• Evolução da doença mais severa do que
habitualmente
• Dano à saúde desconhecido
Investigação epidemiológica
• A investigação permite determinar:
• A fonte da infecção
47. • As vias de transmissão
• Os contatos
• Os demais casos
• As medidas de controle apropriadas
• Os fatores de risco
• Ensinamentos para situações futuras
48. Medidas e divulgação
• Recomendação ou aplicação de medidas
de bloqueio – vacinação, tratamento,
isolamento
• Divulgação das informações – boletim
epidemiológico
Terminologia
• Surto x Epidemia
49. • Tecnicamente são sinônimos mas, na linguagem
cotidiana, dá-se a conotação de surto a um
aumento localizado de casos – de pequenas
proporções.
• Usa-se epidemia quando o episódio é de maior
vulto – envolvendo grande número de pessoas
afetadas ou extensas áreas geográficas.
Terminologia
• Casos primário e secundário:
50. • É chamado caso primário o que introduz o
conhecimento da doença.
• Os casos secundários são os que ocorrem
decorrido o período de incubação ou são
descobertos através de investigação.
Terminologia
• Caso índice
51. • Na prática de vigilância epidemiológica é o
mais importante – pois é o primeiro
diagnóstico – a partir dele são
identificados os contatos.
• Pode não ser o caso primário.
Terminologia
• Definição de caso
• Mudança de critérios
52. • Sub-notificação
• Super-notificação – epidemia de papel
• Níveis hierárquicos – local, regional,
central
Terminologia
• Sazonalidade – aumento “normal”
esperado em determinados períodos do
ano para algumas doenças.
53. • Efeito geração – devido a influências
específicas relacionadas a uma
determinada época – e sua respectiva
geração
Esquemas especiais de vigilância
epidemiológica
• Vigilâncias ativa e passiva – esquema
“normal” de notificação e busca ativa de
casos. Costuma ocorrer em situações
54. alarmantes e/ou com propósito de
erradicação de doenças.
• Ex.: erradicação da poliomielite
Esquemas especiais de vigilância
epidemiológica
• Vigilância sentinela – esquema especial
que define alguns postos ou sítios
sentinela como referências para coleta
dos dados.
55. • Premissas básicas – representatividade,
estabilidade (ao longo do tempo) da
população alvo.
62. “O SUS É UMA
POLÍTICA DE
ESTADO”
Política de Saúde
“ É a ação ou omissão do Estado,
enquanto resposta social, diante dos
63. problemas de saúde e seus
determinantes, bem como em relação
à produção, distribuição e regulação
de bens, serviços e ambientes que
afetam a saúde dos indivíduos e da
coletividade.”
Paim, 2003
O QUE É O SUS
• DECRETO 7.508/11, ART. 3º
64. [...] conjugação das ações e serviços de
promoção, proteção e recuperação [...]
executados pelos entes federativos, de
forma direta ou indireta, mediante a
participação complementar da iniciativa
privada, sendo organizado de forma
regionalizada e hierarquizada.
(conforme CF/88 e LOS 8.080/90, Art. 4º)
• CONJUNTO, CONJUGAÇÃO...
65. O SUS É UM
SISTEMA!
O QUE SISTEMA?
• Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos
interdependentes que interagem com objetivos comuns
formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes
comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é
maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se
funcionassem independentemente.
66. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado
um sistema, desde que as relações entre as partes e o
comportamento do todo sejam o foco de atenção (ALVAREZ,
1990
PORTANTO...
CONJUNTO DE AÇÕES E SERVIÇOS...
PÚBLICO (DIRETO E INDIRETO)...
FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL
ÚNICO...
SISTÊMICO...
68. O PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO NA
LEGISLAÇÃO DO SUS
• Lei 8.080/90, Art. 18,
À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS)
compete:
[...]
II - participar do planejamento, programação e
organização da rede regionalizada e hierarquizada do
Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com
sua direção estadual;
LEGISLAÇÃO DO SUS
69. O PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO NA
• Lei 8.080/90, Art. 33,
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará,
através de seu sistema de auditoria, a conformidade à
programação aprovada da aplicação dos recursos
repassados a Estados e Municípios. Constatada a
malversação, desvio ou não aplicação dos recursos,
caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas
previstas em lei.
LEGISLAÇÃO DO SUS
• Lei 8.080/90, Art. 36,
70. O PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO NA
O processo de planejamento e orçamento do
Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do
nível local até o federal, ouvidos seus órgãos
deliberativos [...]
§ 1º Os planos de saúde serão a base das
atividades e programações de cada nível de direção
do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu
financiamento será previsto na respectiva proposta
orçamentária.
71. O PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO NA
LEGISLAÇÃO DO SUS
Decreto 7.508/11, Art. 20.
A integralidade da assistência à saúde se inicia e se
completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante
referenciamento do usuário na rede regional e
interestadual, conforme pactuado nas Comissões
Intergestores.
O PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO NA
LEGISLAÇÃO DO SUS
72. Decreto 7.508/11 - Do Contrato Organizativo Da Ação Pública -
COAP
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para a
organização da rede interfederativa de atenção à saúde será
firmado por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da
Saúde.
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da
Saúde é a organização e a integração das ações e dos serviços
de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma
Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade
da assistência aos usuários.
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde
resultará da integração dos planos de saúde dos entes federativos na
Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento as pactuações
estabelecidas pela CIT.
O PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO NA
73. LEGISLAÇÃO DO SUS
• Portaria 399 (Pacto Pela Saúde)
Os principais instrumentos de planejamento da
Regionalização são o Plano Diretor de Regionalização
– PDR –, o Plano Diretor de Investimento – PDI – e a
Programação Pactuada e Integrada da Atenção à
Saúde – PPI –, detalhados no corpo deste documento.
E OS RECURSOS...?
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E
FINANCIAMENTO DO SUS
74. • Plano de Saúde:
não é possível definir “o quanto financiar”
sem a definição de
“necessidades” e “prioridades”. Com a
elaboração do Plano de Saúde se define:
– Objetivos;
– Diretrizes; – Metas
• Dimensão: 4 em 4 anos
• Elaboração: primeiro ano de governo.
75. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO E
FINANCIAMENTO DO SUS
• Programação Anual:
É o instrumento que operacionaliza as
intenções expressas no Plano de Saúde
• Deve conter:
– as ações que, no ano específico, irão
garantir o alcance dos objetivos e o
cumprimento das metas do PS;
– as metas anuais pretendidas; e
76. – os recursos orçamentários necessários.
• Dimensão: anual
Interdependência dos instrumentos de Planejamento
80. Fontes: PROGESTORES, 2011
A PPI NA POLÍTICA DE
REGULAÇÃO DO SUS
REGULAÇÃO DO ACESSO À
ASSISTÊNCIA
Compreende:
• Atenção Básica resolutiva (estruturante)
• Encaminhamentos responsáveis e
adequados (PDR e PPI)
81. • Protocolos Assistenciais
• Complexos Reguladores
»Centrais de regulação de urgência
»Central de regulação de leitos
»Central de regulação de consultas e exames
»Central Nacional de Regulação da Alta
Complexidade
DIRETRIZES DA REGULAÇÃO
Princípios Orientadores:
1.Cada prestador responde apenas a um gestor
82. 2.A regulação dos prestadores de serviço deve ser preferencialmente
do município conforme desenho da rede de assistência pactuada na
CIB, observado o Termo de Compromisso de Gestão do Pacto.
3.A regulação das referências intermunicipais é
responsabilidade do gestor estadual, expressa na
coordenação do processo de construção da PPI, do
processo de regionalização e do desenho das redes.
4. A operação dos complexos reguladores no que se refere à referencia
intermunicipal deve ser pactuada na CIB, podendo ser operada nos
seguintes modos:
a.Pelo gestor estadual que se relacionará com a central municipal que
faz a gestão do prestador
b.Pelo gestor estadual que se relacionará diretamente com o
prestador quando este estiver sob gestão estadual
c.Pelo gestor municipal com co-gestão do estado e representação
dos municípios da região
83. A GESTÃO FINANCEIRA
EC 29/00 - Recursos mínimos a
aplicar
Parágrafo 2º - a União, os estados e os municípios
aplicarão anualmente em ações e serviços públicos
de saúde recursos mínimos derivados da aplicação
de:
• União: montante do recurso orçamentário empenhado
no ano anterior, corrigido pela variação nominal do PIB;
• Estados: 12% do produto da ‘arrecadação de
impostos (TCMD, ICMS, IPVA, IRRF) e
transferências recebidas, deduzidas as parcelas que
forem transferidas aos respectivos municípios;
84. • Municípios: 15% do produto da arrecadação de
impostos (IPTU, ITBI, ISS, IRRF) e transferências
recebidas da União (quotas parte: FPM, ITR,
ICMSExportação) e do estado (quotas parte: ICMS,
IPVA, IPI-exportação) e receitas de cobrança da dívida
ativa.
QUAIS SÃO OS GASTOS EM SAÚDE?
(Lei Complementar 141/2012)
• I - vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a sanitária;
• II - atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de complexidade, incluindo
assistência terapêutica e recuperação de deficiências nutricionais;
• III - capacitação do pessoal de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS);
• IV - desenvolvimento científico e tecnológico e controle de qualidade promovidos por
instituições do SUS;
85. • V - produção, aquisição e distribuição de insumos específicos dos serviços de saúde do SUS,
tais como: imunobiológicos, sangue e hemoderivados, medicamentos e equipamentos médico-
odontológicos;
• VI - saneamento básico de domicílios ou de pequenas comunidades, desde que seja aprovado
pelo Conselho de Saúde do ente da Federação financiador da ação e esteja de acordo com as
diretrizes das demais determinações previstas nesta Lei Complementar;
• VII - saneamento básico dos distritos sanitários especiais indígenas e de comunidades
remanescentes de quilombos;
• VIII - manejo ambiental vinculado diretamente ao controle de vetores de doenças;
• IX - investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de obras de recuperação,
reforma, ampliação e construção de estabelecimentos públicos de saúde;
• X - remuneração do pessoal ativo da área de saúde em atividade nas ações de que trata este
artigo, incluindo os encargos sociais;
• XI - ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições públicas do SUS e
imprescindíveis à execução das ações e serviços públicos de saúde; e
• XII - gestão do sistema público de saúde e operação de unidades prestadoras de serviços
públicos de saúde.
93. Fontes: SES/ GO, 2011
PROGRAMAÇÃO PACTUADA
E INTEGRADA
Programação Pactuada e Integrada da
Assistência
É um processo instituído no âmbito
SUS, onde em consonância com o
processo de planejamento são definas e
quantificadas as ações de saúde para
população residente em cada território,
bem como efetuados os pactos
94. intergestores para garantia de acesso da
população aos serviços de saúde.
A PPI BUSCA...
• eqüidade no acesso;
• orientar a alocação dos recursos pelas
necessidades;
• definir os limites financeiros (população
própria e referenciada);
• visualizar o financiamento tripartite;
95. • subsidiar o processo de regulação;
• contribuir na organização das redes.
4 DESAFIOS PARA A GESTÃO DO SUS...