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CONCEITOS, HISTÓRICO E USOS
Prof. Dra. Carmen Ramos
DEFINIÇÃO DE EPIDEMIOLOGIA:
O significado etimológico do termo epidemiologia
deriva do grego:
EPI + Demo + Logos
Sobre População Estudo
 De forma simplificada o termo “epidemiologia”
significa o estudo sobre a população, que
direcionado para o campo da saúde pode ser
compreendido como o estudo sobre o que afeta
a população
(PEREIRA, 2013)
CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA – EVOLUÇÃO
HISTÓRICA:
 A história poderia se iniciar com os textos
hipocráticos que mostram a relação das doenças
com as águas, ares, lugares...
 “Antigamente” a Epidemiologia estudava doenças
epidêmicas, e hoje estuda também doenças
endêmicas e, em geral, agravos a saúde.
 Analisar a perspectiva histórica de como se deu a
evolução conceitual e aplicação da disciplina ajuda
a compreender qual o seu “status atual”
EVOLUÇÃO HISTÓRICA – MARCOS NO
BRASIL:
Século XIX-
descobertas de
Koch e Pasteur –
agentes de
doenças e seu
ciclo vital
A industrialização e a
expansão das
doenças como a
tuberculose –
passagem do século
e a cólera – início do
século XX -
Campanhas de
saneamento nas
áreas urbanas e
expedições no
interior
Grandes
investimentos em
saúde pública –
Criação dos
Institutos Oswaldo
Cruz (RJ), Adolfo
Lutz e Butantã
(SP) – Sanitarista.
Influência
Européia desloca-
se para os
Estados Unidos
depois da II
Guerra
As campanhas de
controle do
Anopheles
Gambiae no
Nordeste
Brasileiro, criação
do SESP –
controle da
malária e outras
endemias na
Amazônia,
Espírito Santo e
Natal – acordo de
guerra –
Fundação SESP,
DNEru e SUCAM
– única presença
de SS nos
municípios até o
década de 1970
EVOLUÇÃO HISTÓRICA – MARCOS NO BRASIL:
Primeiros 20
anos pós-
guerra –
industrializaçã
o,
crescimentos
das cidades –
Medicina
comunitária e
Municipalizaç
ão dos
serviços de
saúde
1964- processo é
abortado pelo
Golpe Militar –
repressão,
censura –
Massacre de
Manguinhos e
desmantelamento
do Grupo de
Pesquisa da USP
– Samuel Pessoa
– excluíram das
nossas
instituições vários
dos nossos
melhores
cientistas
Contexto atual –
declínio da
importância das
doenças
infecciosas –
papel do
ambiente, da
nutrição, dos
modos de vida
sobre o perfil da
morbi-
mortalidade das
populações –
dois perfis – o
das doenças
infecciosas
(países em
desenvolvimento)
e das não
infecciosas -
opulência
Expansão da disciplina
– área da saúde pública
– Incorporação dos
métodos e técnicas da
estatística e das
matemáticas e não
incorporação das
ciências sociais –
atividades de campanha
de combate as doenças
(poliomielite) –
Discussão da equidade
social – Epidemiologia
crítica – saúde do
trabalho e ambiente –
Congressos de
epidemiologia ( 1990,
1992, 1995) –
Diversidades de temas
e métodos da epidemio
atual
VÁRIOS CONCEITOS ATRAVÉS DO TEMPO:
 Campo da ciência médica preocupado com o inter-
relacionamento de vários fatores e condições que
determinam a frequência e a distribuição do processo
infeccioso...
 Campo da ciência que trata dos vários fatores e
condições que determinam a distribuição da saúde,
doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos
de indivíduos
 Ocupa-se das circunstâncias em as doenças ocorrem e
nas quais eles tendem ou não a florescer
 Estudo da distribuição da frequência e dos
determinantes da frequência de doenças no homem
 Estudo da distribuição dos determinante da saúde em
populações humanas
 Ciência básica da medicina preventiva e comunitária,
sendo aplicada a uma variedade de problemas, tanto de
serviços de saúde como de saúde
DEFINIÇÃO SIMPLIFICADA:
 Ciência que estuda o processo saúde-doença em
coletividades humanas, analisando a distribuição e
os fatores determinantes das enfermidades, danos
a saúde e eventos associados à saúde coletiva,
propondo medidas específicas de prevenção,
controle ou erradicação de doenças e fornecendo
indicadores que sirvam de suporte ao
planejamento, à administração e à avaliação dos
serviços de saúde (ROUQUAYROL e SILVA, 2013)
CONCEPÇÕES EXPRESSAS NESSA DEFINIÇÃO:
 A atenção da epidemiologia está voltada para as ocorrências
em escala massiva de doenças e de não doenças,
envolvendo pessoas agregadas em sociedades,
coletividades, comunidades, grupos demográficos, classes
sociais
 Estudado pela epidemiologia sob a forma de doenças
infecciosas (sarampo, difteria, malária, etc) e não infecciosas
(diabetes, bócio endêmico, depressões) e agravos a
integridade física (acidentes, homicídios e suicídio)
 Processo saúde-doença
 Distribuição – estudo da variabilidade da frequência das
doenças de ocorrência em massa
 Análise dos fatores determinantes – método epidemiológico
 Prevenção – emprego das medidas de profilaxia. Controle –
visa reduzir a incidência; erradicação – não ocorrência da
doença (ex: varíola)
ÁREAS DE CONHECIMENTO E DE ATUAÇÃO:
As áreas de atuação da epidemiologia são bastante amplas e
compreende em linhas gerais:
1. Descrição das condições de saúde da população por meio
da construção de indicadores de saúde. Ex: taxa de
mortalidade, taxa de incidência de uma doença;
2. Investigação dos fatores determinantes da situação de
saúde. Ex: investigação de agentes etiológicos, fatores de
risco;
3. Avaliação do impacto das ações para alterar a situação de
saúde. Ex: avaliação do impacto do saneamento para
diminuir parasitoses na comunidade.
4. Ensino e pesquisa em Saúde.
A EPIDEMIOLOGIA VISA:
1- Descrever a magnitude dos problemas de saúde
nas populações humanas
2- Proporcionar dados essenciais para o
planejamento, execução e avaliação das ações de
prevenção, controle e tratamento das doenças,
bem como para estabelecer prioridades
3- Identificar fatores etiológicos na gênese das
enfermidades
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1- Identificar a etiologia ou a causa de uma doença e
seus fatores de risco;
2- Determinar a extensão da doença encontrada na
comunidade
3- Estudar a história natural e prognosticar a doença
4- Avaliar medidas preventivas e terapêuticas e
preventivas e modos de assistência à saúde, novos
ou já existentes
5- Providenciar uma base para o desenvolvimento de
políticas públicas e decisões de legislação
relacionadas aos problemas ambientais
PILARES DA EPIDEMIOLOGIA ATUAL – ÁREAS DE
CONHECIMENTO:
1- Ciências biológicas – apoia-se em conhecimentos
biológicos encontrados ou desenvolvidos em outras
áreas do próprio campo de saúde, tais como a
clínica, a patologia, a microbiologia, a parasitologia
e a imunologia
2-Ciências sociais – conferem uma dimensão mais
ampla a epidemiologia. A busca do melhor
entendimento da interação social com o biológico,
na produção da doença, passou a ser fundamental
na epidemiologia atual
3- Estatística – fornece o instrumental a ser levado
em conta nas investigações de questões
complexas, como a aleatoriedade dos eventos e o
controle das variáveis que dificultam a
interpretação dos resultados
USOS DA EPIDEMIOLOGIA ATUAL:
1- Diagnóstico da situação de saúde
2- Investigação etiológica
3- Determinação de riscos
4- Aprimoramento na descrição dos casos clínicos
5- Determinação dos prognósticos
6- Identificação das síndromes e classificação das
doenças
7- Verificação do valor dos procedimentos
diagnósticos
8- Planejamento e organização dos serviços de
saúde
9- Avaliação de tecnologias, programas ou serviços
10- Análise crítica de trabalhos científicos
1- DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE :
Consiste em gerar dados quantitativos corretos, sobre a
saúde do conjunto da população ou de seus
segmentos, seja em atividades de rotina, seja em
investigações especiais. Pode está limitado a:
 Uma única condição – agravo a saúde, fator de risco, o
uso de serviços, uma característica da população ou
outro evento de interesse
 Um grupo de condições – doenças infecciosas ou
cardiovasculares
 Eventos subordinados a uma outra forma de
classificação – diagnóstico sobre a saúde da
comunidade
 Importante: a abrangência populacional e a apropriada
seleção de indicadores ( morbidade e mortalidade
2- INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA :
Descoberta das causas das variações que
comumente ocorrem na distribuição de um evento
– fase da magia, fase dos fatores físicos ou
“miasmas”, fase microbiológica, dos germes ou do
contágio e fase da causalidade múltipla
 Abordagem unicausal – uma causa – um efeito. Ex:
poliomielite pela imunização, febre tifóide –
saneamento básico, bócio – iodação do sal, cancer
de pulmão – diminuição da frequência do hábito de
fumar
 Abordagem multicausal – uma causa – muitos
efeitos. Ex: etiologia da asma brônquica, afecções
das doenças coronarianas, gastrite e Helicobacter
pylori, cárie e microorganismos
3- DETERMINAÇÃO DE RISCOS :
Quantificação da associação entre a exposição a um
determinador fator e o surgimento subsequente da
doença
Risco – grau de probabilidade de ocorrência de um
determinado evento, por exemplo o risco de
alguém acidentar-se ou ter cancer
Risco absoluto (ou taxa de incidência) – mostra
quantos casos novos de doença aparecem num
grupo, num determinado período
Risco relativo – quantas vezes o risco é maior em um
grupo, comparado a um outro
Risco atribuível (à exposição) – indica a diferença de
incidência entre os dois grupos, atribuída pela
exposição ao fator de risco
4- APRIMORAMENTO NA DESCRIÇÃO DOS CASOS
CLÍNICOS
:
A descrição do caso clínico de uma doença segue a
seguinte sequência:
 A observação de um caso ou de uns poucos casos
 Após isso é confirmada ou refutado pela literatura
ou estudiosos da matéria
5- DETERMINAÇÃO DOS PROGNÓSTICOS
:
Probabilidade de apresentar determinada
complicação ou menor tempo de sobrevida
 Fator de prognóstico – fatores que, por sua
presença ou intensidade, no curso da doença, ou
por sua ausência, estão associados a diferentes
prognósticos
 Generalização dos resultados – é possível aplicar,
para um indivíduo isoladamente, com a necessária
prudência, os achados relativos ao grupo
6- IDENTIFICAÇÃO DAS SÍNDROMES E
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS
:
O reconhecimento dos padrões, ou seja, de grupos
homólogos de características, de sinais e sintomas,
e de prognóstico pode fazer com que se distingua
uma condição de outra, até então consideradas em
uma só categoria clínica-patológica
7- VERIFICAÇÃO DO VALOR DOS PROCEDIMENTOS
DIAGNÓSTICOS
:
A utilidade dos resultados de investigação
epidemiológico está subordinado a precisão dos
diagnósticos feitos em nível individual: a soma
destes leva ao diagnóstico coletivo
Dois componentes:
 O processo de mensuração e de observação da
condição, em cada pessoa
 A reunião das observações isoladas, de modo a
constituir indicadores que informem sobre as
características do grupo observado
8- PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS
DE SAÚDE
As decisões tomadas na fase de planejamento e de
organização dos serviços estão – ou deveriam
estar – baseadas em informações produzidas com
o emprego adequado da epidemiologia. Dentre os
quais, destacam-se:
 As informações referente a magnitude e a
distribuição dos problemas de saúde, dos fatores
de risco e das características da população
 Os resultados dos estudos epidemiológicos –
principalmente os controlados
 A informação sobre os recursos financeiros,
humanos e materiais
9- AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS, PROGRAMAS OU
SERVIÇOS
 Avaliação sistemática de novas tecnologias,
programas ou serviços ou ações isoladas, assim
como as atuais existentes, sobre cujos benefícios
ainda pesem controvérsias
10- ANÁLISE CRÍTICA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS
A adequação metodológica de uma investigação é a
base para a credibilidade das suas conclusões.
Aspectos importantes:
 Os principais métodos de investigação, suas
aplicações e limitações;
 Os indicadores de saúde mais utilizados
 As características das fontes de dados
 As deturpações que podem ser induzidas
 Os erros mais comuns na própria coleta dos dados
 A influência das variáveis que confundem a
interpretação dos resultados
PRINCIPAIS USUÁRIOS DA EPIDEMIOLOGIA:
1- O sanitarista
2- O planejador
3- O epidemiologista-pesquisador (ou professor)
4- O clínico
REFERÊNCIAS:
1- MEDRONHO, Roberto A.. Epidemiologia. Sao Paulo:
Atheneu, 2009.
2- ROQUAYROL, M.Z; SILVA, M.G.C. Epidemiologia &
Saúde. 7ª edição. Rio de Janeiro: Medbook, 2013
3- PEREIRA, M.G. Epidemiologia – Teoria e prática. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012
4- GORDIS, L. Epidemiologia. 2ª edição. Rio de Janeiro,
editora Revinter, 2010.
5- GOMES, E. C. S. Conceitos e ferramentas da
epidemiologia (PDF) Recife: Ed. Universitária da
UFPE, 2015. 83 p. Disponível em:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/3355
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  • 1. CONCEITOS, HISTÓRICO E USOS Prof. Dra. Carmen Ramos
  • 2. DEFINIÇÃO DE EPIDEMIOLOGIA: O significado etimológico do termo epidemiologia deriva do grego: EPI + Demo + Logos Sobre População Estudo  De forma simplificada o termo “epidemiologia” significa o estudo sobre a população, que direcionado para o campo da saúde pode ser compreendido como o estudo sobre o que afeta a população (PEREIRA, 2013)
  • 3. CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA – EVOLUÇÃO HISTÓRICA:  A história poderia se iniciar com os textos hipocráticos que mostram a relação das doenças com as águas, ares, lugares...  “Antigamente” a Epidemiologia estudava doenças epidêmicas, e hoje estuda também doenças endêmicas e, em geral, agravos a saúde.  Analisar a perspectiva histórica de como se deu a evolução conceitual e aplicação da disciplina ajuda a compreender qual o seu “status atual”
  • 4. EVOLUÇÃO HISTÓRICA – MARCOS NO BRASIL: Século XIX- descobertas de Koch e Pasteur – agentes de doenças e seu ciclo vital A industrialização e a expansão das doenças como a tuberculose – passagem do século e a cólera – início do século XX - Campanhas de saneamento nas áreas urbanas e expedições no interior Grandes investimentos em saúde pública – Criação dos Institutos Oswaldo Cruz (RJ), Adolfo Lutz e Butantã (SP) – Sanitarista. Influência Européia desloca- se para os Estados Unidos depois da II Guerra As campanhas de controle do Anopheles Gambiae no Nordeste Brasileiro, criação do SESP – controle da malária e outras endemias na Amazônia, Espírito Santo e Natal – acordo de guerra – Fundação SESP, DNEru e SUCAM – única presença de SS nos municípios até o década de 1970
  • 5. EVOLUÇÃO HISTÓRICA – MARCOS NO BRASIL: Primeiros 20 anos pós- guerra – industrializaçã o, crescimentos das cidades – Medicina comunitária e Municipalizaç ão dos serviços de saúde 1964- processo é abortado pelo Golpe Militar – repressão, censura – Massacre de Manguinhos e desmantelamento do Grupo de Pesquisa da USP – Samuel Pessoa – excluíram das nossas instituições vários dos nossos melhores cientistas Contexto atual – declínio da importância das doenças infecciosas – papel do ambiente, da nutrição, dos modos de vida sobre o perfil da morbi- mortalidade das populações – dois perfis – o das doenças infecciosas (países em desenvolvimento) e das não infecciosas - opulência Expansão da disciplina – área da saúde pública – Incorporação dos métodos e técnicas da estatística e das matemáticas e não incorporação das ciências sociais – atividades de campanha de combate as doenças (poliomielite) – Discussão da equidade social – Epidemiologia crítica – saúde do trabalho e ambiente – Congressos de epidemiologia ( 1990, 1992, 1995) – Diversidades de temas e métodos da epidemio atual
  • 6. VÁRIOS CONCEITOS ATRAVÉS DO TEMPO:  Campo da ciência médica preocupado com o inter- relacionamento de vários fatores e condições que determinam a frequência e a distribuição do processo infeccioso...  Campo da ciência que trata dos vários fatores e condições que determinam a distribuição da saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indivíduos  Ocupa-se das circunstâncias em as doenças ocorrem e nas quais eles tendem ou não a florescer  Estudo da distribuição da frequência e dos determinantes da frequência de doenças no homem  Estudo da distribuição dos determinante da saúde em populações humanas  Ciência básica da medicina preventiva e comunitária, sendo aplicada a uma variedade de problemas, tanto de serviços de saúde como de saúde
  • 7. DEFINIÇÃO SIMPLIFICADA:  Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos a saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, à administração e à avaliação dos serviços de saúde (ROUQUAYROL e SILVA, 2013)
  • 8. CONCEPÇÕES EXPRESSAS NESSA DEFINIÇÃO:  A atenção da epidemiologia está voltada para as ocorrências em escala massiva de doenças e de não doenças, envolvendo pessoas agregadas em sociedades, coletividades, comunidades, grupos demográficos, classes sociais  Estudado pela epidemiologia sob a forma de doenças infecciosas (sarampo, difteria, malária, etc) e não infecciosas (diabetes, bócio endêmico, depressões) e agravos a integridade física (acidentes, homicídios e suicídio)  Processo saúde-doença  Distribuição – estudo da variabilidade da frequência das doenças de ocorrência em massa  Análise dos fatores determinantes – método epidemiológico  Prevenção – emprego das medidas de profilaxia. Controle – visa reduzir a incidência; erradicação – não ocorrência da doença (ex: varíola)
  • 9. ÁREAS DE CONHECIMENTO E DE ATUAÇÃO: As áreas de atuação da epidemiologia são bastante amplas e compreende em linhas gerais: 1. Descrição das condições de saúde da população por meio da construção de indicadores de saúde. Ex: taxa de mortalidade, taxa de incidência de uma doença; 2. Investigação dos fatores determinantes da situação de saúde. Ex: investigação de agentes etiológicos, fatores de risco; 3. Avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde. Ex: avaliação do impacto do saneamento para diminuir parasitoses na comunidade. 4. Ensino e pesquisa em Saúde.
  • 10. A EPIDEMIOLOGIA VISA: 1- Descrever a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas 2- Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades 3- Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades
  • 11. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1- Identificar a etiologia ou a causa de uma doença e seus fatores de risco; 2- Determinar a extensão da doença encontrada na comunidade 3- Estudar a história natural e prognosticar a doença 4- Avaliar medidas preventivas e terapêuticas e preventivas e modos de assistência à saúde, novos ou já existentes 5- Providenciar uma base para o desenvolvimento de políticas públicas e decisões de legislação relacionadas aos problemas ambientais
  • 12. PILARES DA EPIDEMIOLOGIA ATUAL – ÁREAS DE CONHECIMENTO: 1- Ciências biológicas – apoia-se em conhecimentos biológicos encontrados ou desenvolvidos em outras áreas do próprio campo de saúde, tais como a clínica, a patologia, a microbiologia, a parasitologia e a imunologia 2-Ciências sociais – conferem uma dimensão mais ampla a epidemiologia. A busca do melhor entendimento da interação social com o biológico, na produção da doença, passou a ser fundamental na epidemiologia atual 3- Estatística – fornece o instrumental a ser levado em conta nas investigações de questões complexas, como a aleatoriedade dos eventos e o controle das variáveis que dificultam a interpretação dos resultados
  • 13. USOS DA EPIDEMIOLOGIA ATUAL: 1- Diagnóstico da situação de saúde 2- Investigação etiológica 3- Determinação de riscos 4- Aprimoramento na descrição dos casos clínicos 5- Determinação dos prognósticos 6- Identificação das síndromes e classificação das doenças 7- Verificação do valor dos procedimentos diagnósticos 8- Planejamento e organização dos serviços de saúde 9- Avaliação de tecnologias, programas ou serviços 10- Análise crítica de trabalhos científicos
  • 14. 1- DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE : Consiste em gerar dados quantitativos corretos, sobre a saúde do conjunto da população ou de seus segmentos, seja em atividades de rotina, seja em investigações especiais. Pode está limitado a:  Uma única condição – agravo a saúde, fator de risco, o uso de serviços, uma característica da população ou outro evento de interesse  Um grupo de condições – doenças infecciosas ou cardiovasculares  Eventos subordinados a uma outra forma de classificação – diagnóstico sobre a saúde da comunidade  Importante: a abrangência populacional e a apropriada seleção de indicadores ( morbidade e mortalidade
  • 15. 2- INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA : Descoberta das causas das variações que comumente ocorrem na distribuição de um evento – fase da magia, fase dos fatores físicos ou “miasmas”, fase microbiológica, dos germes ou do contágio e fase da causalidade múltipla  Abordagem unicausal – uma causa – um efeito. Ex: poliomielite pela imunização, febre tifóide – saneamento básico, bócio – iodação do sal, cancer de pulmão – diminuição da frequência do hábito de fumar  Abordagem multicausal – uma causa – muitos efeitos. Ex: etiologia da asma brônquica, afecções das doenças coronarianas, gastrite e Helicobacter pylori, cárie e microorganismos
  • 16. 3- DETERMINAÇÃO DE RISCOS : Quantificação da associação entre a exposição a um determinador fator e o surgimento subsequente da doença Risco – grau de probabilidade de ocorrência de um determinado evento, por exemplo o risco de alguém acidentar-se ou ter cancer Risco absoluto (ou taxa de incidência) – mostra quantos casos novos de doença aparecem num grupo, num determinado período Risco relativo – quantas vezes o risco é maior em um grupo, comparado a um outro Risco atribuível (à exposição) – indica a diferença de incidência entre os dois grupos, atribuída pela exposição ao fator de risco
  • 17. 4- APRIMORAMENTO NA DESCRIÇÃO DOS CASOS CLÍNICOS : A descrição do caso clínico de uma doença segue a seguinte sequência:  A observação de um caso ou de uns poucos casos  Após isso é confirmada ou refutado pela literatura ou estudiosos da matéria
  • 18. 5- DETERMINAÇÃO DOS PROGNÓSTICOS : Probabilidade de apresentar determinada complicação ou menor tempo de sobrevida  Fator de prognóstico – fatores que, por sua presença ou intensidade, no curso da doença, ou por sua ausência, estão associados a diferentes prognósticos  Generalização dos resultados – é possível aplicar, para um indivíduo isoladamente, com a necessária prudência, os achados relativos ao grupo
  • 19. 6- IDENTIFICAÇÃO DAS SÍNDROMES E CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS : O reconhecimento dos padrões, ou seja, de grupos homólogos de características, de sinais e sintomas, e de prognóstico pode fazer com que se distingua uma condição de outra, até então consideradas em uma só categoria clínica-patológica
  • 20. 7- VERIFICAÇÃO DO VALOR DOS PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS : A utilidade dos resultados de investigação epidemiológico está subordinado a precisão dos diagnósticos feitos em nível individual: a soma destes leva ao diagnóstico coletivo Dois componentes:  O processo de mensuração e de observação da condição, em cada pessoa  A reunião das observações isoladas, de modo a constituir indicadores que informem sobre as características do grupo observado
  • 21. 8- PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE As decisões tomadas na fase de planejamento e de organização dos serviços estão – ou deveriam estar – baseadas em informações produzidas com o emprego adequado da epidemiologia. Dentre os quais, destacam-se:  As informações referente a magnitude e a distribuição dos problemas de saúde, dos fatores de risco e das características da população  Os resultados dos estudos epidemiológicos – principalmente os controlados  A informação sobre os recursos financeiros, humanos e materiais
  • 22. 9- AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS, PROGRAMAS OU SERVIÇOS  Avaliação sistemática de novas tecnologias, programas ou serviços ou ações isoladas, assim como as atuais existentes, sobre cujos benefícios ainda pesem controvérsias
  • 23. 10- ANÁLISE CRÍTICA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS A adequação metodológica de uma investigação é a base para a credibilidade das suas conclusões. Aspectos importantes:  Os principais métodos de investigação, suas aplicações e limitações;  Os indicadores de saúde mais utilizados  As características das fontes de dados  As deturpações que podem ser induzidas  Os erros mais comuns na própria coleta dos dados  A influência das variáveis que confundem a interpretação dos resultados
  • 24. PRINCIPAIS USUÁRIOS DA EPIDEMIOLOGIA: 1- O sanitarista 2- O planejador 3- O epidemiologista-pesquisador (ou professor) 4- O clínico
  • 25. REFERÊNCIAS: 1- MEDRONHO, Roberto A.. Epidemiologia. Sao Paulo: Atheneu, 2009. 2- ROQUAYROL, M.Z; SILVA, M.G.C. Epidemiologia & Saúde. 7ª edição. Rio de Janeiro: Medbook, 2013 3- PEREIRA, M.G. Epidemiologia – Teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012 4- GORDIS, L. Epidemiologia. 2ª edição. Rio de Janeiro, editora Revinter, 2010. 5- GOMES, E. C. S. Conceitos e ferramentas da epidemiologia (PDF) Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2015. 83 p. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/3355