O documento discute os aspectos do planejamento didático de ensino, definindo-o como a previsão das ações que o professor irá realizar com os alunos para atingir os objetivos educacionais. Apresenta três tipos de planejamento com níveis crescentes de especificidade: planejamento de curso, de unidade didática e de aula. Detalha os componentes de cada um, como objetivos, conteúdos, atividades e recursos.
1. ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DE CAÇADOR
10º GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PAULO SCHIEFFLER
CURSO DE MAGISTÉRIO (Hab. Educ. Infantil e Anos Iniciais)
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Didática dos anos iniciais º - Curso tério Prof.ª Eliane Pellizzaro pellelianet@gmail.com 2018
PLANEJAMETO DIDÁTICO DE ENSINO
O planejamento de ensino é a previsão das ações e procedimentos que o professor vai realizar junto a seus alunos, e a
organização das atividades discentes e das experiências de aprendizagem, visando atingir os objetivos educacionais
estabelecidos. Nesse sentido, o planej amento de ensino ou didático é a especificação e operacionalização do plano
curricular.
"O professor ao planej ar o ensino antecipa, de forma organizada, todas as etapas do trabalho escolar. Cuidadosamente,
identifica os objetivos que pretende atingir, indica os conteúdos que serão desenvolvidos, seleciona os procedimentos que
utilizará como estratégia de ação e prevê quais os instrumentos que empregará para avaliar o progresso dos alunos."
Assim, no que se refere ao aspecto didático, planejar é:
analisar as características da clientela (aspirações, necessidades e possibilidades dos alunos);
refletir sobre os recursos disponíveis;
definir os obj etivos educacionais considerados m ais adequados para a clientela em questão;
selecionar e estruturar os conteúdos a serem assimilados, distribuindo-os ao longo do tem po disponível para seu
desenvolvimento;
e organizar os procedimentos do professor, bem com o as atividades e experiências de construção do conhecim ento
consideradas m ais adequadas para a consecução dos obj etivos estabelecidos;
prever e escolher os recursos de ensino m ais adequados para estim ular a participação dos alunos nas atividades
de aprendizagem ;
prever os procedimentos de avaliação mais condizentes com os objetivos propostos.
Como podemos ver, o planejamento didáticoou de ensino, também é um processo, que envolve operações mentais como:
analisar, refletir, definir, selecionar, estruturar, distribuir ao longo do tempo, prever formas de agir e organizar.
A culminância, ou melhor, o resultado do processo de planejamento da ação docente é o plano didático.
Em geral, o plano didático assum e a forma de um docum ento escrito, pois é o registro das conclusões do processo de
previsão das atividades docentes e discentes.
Algum as vezes, o professor não faz por escrito o seu plano, isto é, não anota as conclusões a que chegou. No entanto, ele
planeja mentalmente as etapas de sua atuação na sala de aula, prevendo as suas atividades e as de seus alunos. Quando
ele não anota as suas previsões, pode correr o risco de se perder ao executar o que planejou, pois a memória pode falhar,
fazendo -o esquecer os procedim entos previstos.
Por isso, é aconselhável que se faça o registro por escrito das conclusões do planejamento didático.
A forma de registro vai depender de cada professor, mas o que se recomenda é que ele faça as anotações de modo sim
ples, claro e preciso. A professora Irene Carvalho diz que "os planos devem ser pessoais. Precisam retratar a personalidade
do professor, suas concepções individuais, sua capacitação profissional. Planos elaborados por outros, ou mesm o por
equipes de educadores, poderão ser consultados com o fontes de ideias, mas nunca deverem os copiá-los. Todo trabalho
didático tem de ser criativo, jamais repetitivo" . Também é bom lembrar que o processo mental de planej amento está ligado
AVALIAÇÕES
11/05 – ATIVIDADES SOBRE O TEXTO –
PLANEJAMENTO
18/05 – TEXTO DE OPINIÃO – Eu ensinei a todos eles
25/05- Prova escrita- sobre planejamento
07/06- Recuperação
15/ 06- Atividades sobre os obejtivos
29/06 – Recuperação final
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ao processo mental de criação: planej ar é criar com base nas condições da realidade e tendo em vista objetivos definidos.
Outro aspecto a ser lem brado é que "o plano é apenas um roteiro, um instrum ento de referência e, com o tal, é abreviado,
esquem ático, sem colorido e aparentem ente sem vida. Com pete ao professor que o confeccionou, dar-lhe vida, relevo e
colorido no ato de sua execução, im pregnando-o de sua personalidade dinâm ica, sua vibração e seu entusiasm o,
enriquecendo-o com sua habilidade e expressividade".
Existem três tipos de planej am ento didático ou de ensino, que relacionam os a seguir, de acordo com seu nível de
especificidade crescente:
a) planejamento de curso;
b) planejamento de unidade didática ou de ensino;
c) planejamento de aula.
PLANEJAMENTO DE CURSO
- Planej amento de curso é a previsão dos conhecimentos a serem desenvolvidos e das atividades a serem realizadas em
um a determinada classe, durante um certo período de tempo, geralmente durante o ano ou sem estreletivos.
O resultado desse processo é o plano de curso, que é a previsão do trabalho docente e discente para o ano ou o
sem estre letivos. O plano de curso é um desdobramento do plano curricular.
Em geral, o planej am ento de curso segue a seguinte sistem ática:
1. Levantar dados sobre as condições dos alunos, fazendo um a sondagem inicial.
2. Propor objetivos gerais e definir os objetivos específicos a serem atingidos durante o período letivo estipulado.
3. Indicar os conteúdos a serem desenvolvidos durante o período.
4. Estabelecer as atividades e procedimentos de ensino e aprendizagem adequados aos objetivos e conteúdos propostos.
5. Selecionar e indicar os recursos a serem utilizados.
6. Escolher e determ inar as formas de avaliação mais coerentes com os obj etivos definidos e os conteúdos a serem
desenvolvidos.
PLANEJAMENTO DE UNIDADE
- A professora Irene Carvalho diz que a unidade didática "reúne várias aulas sobre assuntos correlatos, constituindo um a
porção significativa da matéria, que deve ser dominada em suas inter-relações".
Segundo Claudino Piletti em seu livro Didática geral, o professor, ao planej ar a unidade de ensino, deve estabelecer três
etapas:
1. Apresentação — Nesta fase, o professor vai procurar identificar e estimular os interesses dos alunos, tentando aproveitar
seus conhecimentos anteriores e relacioná-los ao tem a da unidade. Dentre as atividades desta etapa podemos relacionar:
pré teste para sondagem das experiências e conhecim entos anteriores dos alunos; diálogo com a classe; aula expositiva
para introduzir o tem a, com unicando aos alunos os obj etivos da unidade; apresentação de m aterial ilustrativo para
introdução do assunto (cartazes, jornais, revistas etc.).
2. Desenvolvimento — Nesta fase, o professor organiza e apresenta situações de ensino- aprendizagem que estim ulem a
participação ativa dos alunos, tendo em vista atingir os obj etivos específicos propostos (conhecim entos, habilidades e
atitudes). Entre as atividades realizadas nesta etapa podem os indicar: solução de problem as, proj etos, estudo de textos,
estudo dirigido, pesquisa, experim entação, trabalho em grupo.
3.Integração — Nesta fase, os alunos farão um a síntese dos conhecim entos trabalhados durante o desenvolvim ento da
unidade. Para a realização dessa síntese, são sugeridas as seguintes atividades: elaboração de relatórios orais ou
escritos que sintetizem os aspectos m ais im portantes da unidade; organização de resum os e de quadros sinóticos.
No que se refere a essa terceira etapa, diz a professora Irene Carvalho: "com pletado o estudo de todas as
subunidades, deverá ser recomposta a unidade no seu todo. O melhor m eio para alcançar esse obj etivo é levar os alunos a
organizar um quadro sinótico com pleto e abrangente, no qual figurem todos os conhecim entos essenciais da unidade.
De início, os discentes terão de ser cuidadosam ente orientados pelo professor, dim inuindo-se essa tutela à medida que eles
vão dom inando a técnica de condensar e organizar o pensam ento".
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PLANEJAMENTO DE AULA
11/05
Um elemento-chave do ensino eficaz reside no planejamento das atividades de ensino e de aprendizagem realizadas na
escola, particularmente na sala de aula. Esse planejamento deve ser feito para cada dia de aula e é parte das
responsabilidades profissionais do professor. Sem ele, os objetivos de aprendizagem perdem o sentido. Por isso, um plano
de aula deve conter, ainda que de maneira resumida, as decisões pedagógicas do professor a respeito do que ensinar, como
ensinar e como avaliar o que ensinou.
Não se deve esperar que um plano de aula sirva, da mesma maneira, para professores diferentes. Ele é um instrumento
individual de trabalho e deve ser desenvolvido para atingir os objetivos de cada turma, em separado.
Entretanto, seja o professor experiente ou iniciante, seu plano de aula deve conter uma estrutura básica, que é a mesma
para todos os casos. O que pode variar é o nível de detalhe e a forma de registro, que alteram de acordo com a experiência
e o estilo de cada professor.
Sua adequação depende de dois critérios: utilidade para o professor e eficácia para que os alunos aprendam. Se o professor
não tem qualquer ideia a respeito do que pretende com uma aula, dificilmente saberá se atingiu seus objetivos.
Para que cumpra seu papel, o planejamento deve considerar três dimensões:
Primeira: o plano de aula tem como fundo a aula e a sala de aula. Essa aula é parte integrante de um curso, que, por sua
vez, integra a proposta pedagógica da escola. Ou seja, a aula nunca é um evento isolado. Os objetivos de longo prazo
previstos na proposta materializam-se a cada dia, em cada aula.
Segunda: a sala de aula é um lugar físico onde os conteúdos previstos serão ensinados à turma. Mas não significa estar
entre quatro paredes. A aula também pode ocorrer em outros ambientes, internos e externos da escola. O planejamento do
professor pode incluir, por exemplo, projetos a serem realizados em casa ou no horário extra aula.
Terceira: cada aula deve ser cuidadosamente planejada, ministrada, avaliada e revista para permitir o replanejamento da
aula seguinte. Sem isso, o professor pode chegar ao final do semestre, ou do ano, sem ter cumprido o seu plano, e sem
condições ou tempo de promover a recuperação dos alunos que não acompanharam o andamento do programa.
Não existe uma forma única ou ideal para elaborar um plano de aula. O formato do plano depende da escola, da disciplina,
do professor, de sua experiência com a matéria e com os alunos. O que importa é sua utilidade para ajudar as decisões do
professor e seu impacto na aprendizagem dos alunos. Ou é útil para estes, ou não tem qualquer utilidade.
- No planejamento de aula, o professor especifica e operacionaliza os procedimentos diários para a concretização dos planos
de curso e de unidade.
Ao planejar uma aula o professor:
prevê os objetivos imediatos a serem alcançados (conhecim entos, habilidades, atitudes);
especifica os itens e subitens do conteúdo que serão trabalhados durante a aula;
define os procedim entos de ensino e organiza as atividades de aprendizagem de seus alunos (individuais e em
grupo);
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indica os recursos (cartazes, mapas, jornais, livros, obj etos variados) que vão ser usados durante a aula para
despertar o interesse, facilitar a com preensão e estim ular a participação dos alunos;
estabelece com o será feita a avaliação das atividades.
Portanto, planejamento de aula "é a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. (...). É a sistematização
de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem , numa dinâm ica
de ensino-aprendizagem "
Além disso, o plano de aula deve estar adaptado às reais condições dos alunos: suas possibilidades, neces sidades e
interesses.
Ao elaborar o seu plano de aula, o professor deve levar em conta as características dos alunos e partir dos conhecimentos
que eles já possuem. Por isso, é importante que o professor faça uma sondagem do que os alunos já sabem,sobre os
conhecimentos a serem desenvolvidos.
Em geral, o plano de aula do professor assume a forma de um diário ou de um semanário.
Abaixo, detalhamos sete aspectos que o educador precisa considerar em seu planejamento para ser eficaz. Os tópicos foram
retirados do livro Aprender e Ensinar, publicação do Instituto Alfa e Beto que traz s conceitos e ferramentas necessárias
para planejar, ministrar e avaliar aulas com sucesso. Confira:
1. Objetivos gerais e objetivos específicos
Os objetivos da educação são sempre de longo prazo – o que o aluno aprende na escola deve servir sempre ou para
aprender mais ou para aplicar em situações novas, no futuro próximo ou remoto. Cada aula é um passo para atingir os
objetivos de longo prazo e o que ocorre em cada aula deve ser consistente com isso.
2. Pré-requisitos
Pré-requisito refere-se a algo aprendido anteriormente e que integra uma nova aprendizagem. Essa nova aprendizagem não
pode ocorrer sem que o pré-requisito tenha sido apreendido e esteja disponível na memória ativa do aluno. Por exemplo,
para compreender um conteúdo sobre a história do continente americano, o aluno deve ter como pré-requisitos os conceitos
de Terra, conceitos de sociedade, o nove dos continentes, leituras de mapas etc.
3. O que deverá ser revisto na aula
Toda aprendizagem repousa em aprendizagens anteriores. Recordar assuntos, conceitos e operações já aprendidas facilita
novas aprendizagens e permite aplicar o conhecido a novas situações. Cada plano de aula deve ser concluído com
orientações sobre a aula seguinte, ressaltando para os alunos a relação com os objetivos gerais do curso.
4. Considerações sobre motivação e aplicações práticas
A motivação numa aula é algo muito concreto e tem duas implicações que também são muito concretas. Uma delas é a de
energizar, mobilizar a atenção, o esforço e a energia do aluno. A outra é a de conectar o aluno com o tema e objetivo da
aula. A mobilização, portanto, tem que ser permanente e duradoura – não pode se tratar de qualquer estímulo, apenas para
chamar a atenção inicial dos alunos.
5. Atividades a serem desenvolvidas
As atividades não devem ser vistas como uma tarefa mecânica, mas sim como uma oportunidade de alcançar os objetivos
previstos para a aula. Para cada atividade, o plano de aula deve identificar o formato, o conteúdo, as questões a serem
respondidas pelo aluno, as formas de trabalho, o material e o tempo necessário.
6. Materiais necessários
A possibilidade de materiais é quase infinita – tudo o que existe no mundo, a rigor, pode tornar-se objeto de aprendizagem.
No entanto, é preciso considerar alguns aspectos sobre esse ponto: os materiais devem estar disponíveis no momento da
aula; devem ser compatíveis com as formas de apresentar o conteúdo; e as instruções de uso devem ser claras para que o
tempo da atividade seja proveitoso.
7. Como avaliar
Ao final do plano de aula, o professor deve ter consciência de como, a partir de todos os tópicos citados acima, vai avaliar se
os objetivos foram atingidos. A única forma de saber se o aluno aprendeu é oferecendo oportunidades para que ele
demonstre o aprendizado, seja por meio de provas, trabalhos de campo, exposições ou outras formas de avaliação.
A função do planejamento das atividades didáticas
Cabe aqui um a pergunta: afinal, por que e para que planejamos?
Em resposta a esta pergunta, podem os afirmar que o trabalho planejado, em qualquer setor da atividade humana, contribui
para:
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atingir os objetivos desejados;
superar dificuldades;
controlar a improvisação.
Da mesm a forma, o planejamento didático é uma atividade importante e necessária porque tem com o função:
a) Prever as dificuldades que podem surgir durante a ação docente, para poder superá-las com econom ia de tem po.
b) Evitar a repetição rotineira e m ecânica de cursos e aulas.
c) Adequar o trabalho didático aos recursos disponíveis e às reais condições dos alunos.
d)Adequar os conteúdos, as atividades e os procedim entos de avaliação aos obj etivos propostos.
e)Garantir a distribuição adequada do trabalho em relação ao tem po disponível.
Com o podem os ver, o processo de planejamento permite ao professor organizar antecipadam ente a ação didática,
contribuindo para a melhoria tanto do trabalho docente com o discente. É por isso que a professora Edna Cruz afirma que
"uma das atividades básicas da qual depende em grande parte o êxito da ação docente é o planejamento didático.
Talvez seja ela a atividade que menos preocupa os professores e a que se realiza de forma mais desvirtuada. Falha-se
quanto aos reais obj etivos do planej amento quando se faz dele mera atividade burocrática, um trabalho a mais a ser
cumprido pelos professores que não se apercebem de suas finalidades"