O primeiro ciclo de desenvolvimento econômico do Espírito Santo entre 1850-1960 foi caracterizado pela cafeicultura. A região Sul se desenvolveu primeiro devido às terras baratas, enquanto o Norte e Centro ficaram isolados. Após a abolição, a economia fragmentou-se em pequenas propriedades familiares dependentes da monocultura do café.
3. Ciclos de desenvolvimento econômico do ES:
◦ 1850-1960- caracterizado pelo predomínio da cafeicultura
◦ 1960-1990 - 2º ciclo de desenvolvimento econômico
◦ 1990- Início o 3º ciclo de desenvolvimento econômico.
Espírito SantoEspírito Santo
4. 1º Ciclo de desenvolvimento econômico do ES (1850-1960)
caracterizado pelo predomínio da cafeicultura até os anos 1950.
Principais características:
◦ Monocultura mercantil de base familiar;
◦ pequenas propriedades;
◦ Principais atividades urbanas eram voltadas à atividade
predominantemente agrícola
comercialização e beneficiamento de café.
Espírito SantoEspírito Santo
5. 1º Ciclo de desenvolvimento econômico do ES (1850-1960)
a expansão cafeeira
A partir da segunda metade da década de 1850
Ocorre, principalmente, na região Sul.
Motivo: A enorme extensão de terras devolutas, com baixo preço
◦ “a busca por terras mais produtivas e mais baratas, iriam atrair mineiros, das
antigas regiões produtoras, e fluminenses do Vale do Paraíba. Os
fazendeiros decadentes vinham para o sul da Província (juntamente com
seus escravos) e com poucos recursos conseguiam comprar grandes
quantidades de terras virgens” (ROCHA e COSSETTI, 1983, p. 17-23).
Espírito SantoEspírito Santo
6. 1º Ciclo de desenvolvimento econômico do ES (1850-1960)
Outra abordagem para a ocupação do Sul do estado:
◦ a proibição do tráfico de escravos aumentou consideravelmente o preço do
escravo e assim os fazendeiros conseguiram aumentar seus empréstimos, uma
vez que os escravos eram a base hipotecária. Campos Júnior (1985, p. 41-42).
◦ Essa maior disponibilidade de recursos fomentou o deslocamento de
fazendeiros para terras de maior produtividade e de menor preço, inclusive para
a região Sul do estado, área limítrofe de antigos cafezais.
Espírito SantoEspírito Santo
7. 1º Ciclo de desenvolvimento econômico do ES (1850-1960)
Demais Regiões do Estado (Norte e Central) ficaram isoladas
Motivos:
◦ precárias vias de comunicação com a região mais dinâmica
◦ Praça comercial e financeira da região Sul era o Rio de Janeiro, por onde se
escoava o café.
◦ Pouca disponibilidade de capitais
◦ Menor tamanho das propriedades
Espírito SantoEspírito Santo
8. 1º Ciclo de desenvolvimento econômico do ES (1850-1960)
Demais Regiões do Estado (Norte e Central) ficaram isoladas
◦ Apesar da política de imigração do governo, a partir da primeira metade do
século ser direcionada, principalmente, para a região Central, a região Sul,
representada por Cachoeiro de Itapemirim, passará a “comandar” a economia
provincial.
Espírito SantoEspírito Santo
9. A política de imigração no Espírito Santo:
Objetivos:
◦ povoar e ocupar o território, pois mais de 75% era inexplorado.
◦ difícil situação financeira do estado: a venda de lotes aos imigrantes e também
a posterior dinâmica advinda da produção dessas pequenas propriedades
poderia amenizar tais dívidas
“Diferente de São Paulo, onde a política imigratória tinha como motivação
a demanda de braços para a grande lavoura cafeeira, a política estadual
capixaba era direcionada para venda de lotes de tamanho em torno de 25
hectares”. Celin (1984, p. 140-146),
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)
10. A política de imigração no Espírito Santo:
◦ Mesmo assim, os imigrantes direcionaram sua produção para o café
◦ Por quais circunstâncias?
a falta de mercado local que absorvesse outras culturas;
a comodidade da cultura, que requeria menores cuidados na manutenção da
lavoura;
Potencialidades serem superiores as outras culturas;
Fonte segura para os colonos, mesmo diante das variações de preços;
Resistente as péssimas condições de transporte e não ser tão perecível,
aguentando longos períodos de armazenamento.
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)
11. O fim da Escravatura e a Economia do ES:
◦ a passagem para o trabalho livre não significou a constituição de um
mercado de trabalho, pré-condição para a adoção de relações de
produção capitalistas” (BUFFON, 1992, p. 90).
◦ Motivos:
Grande quantidade de terras a baixo preço
Imigração baseada na constituição de núcleos coloniais
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)
12. O fim da Escravatura e a Economia do ES:
A abolição da escravatura trará um duro golpe à estrutura fundiária na
região Sul:
◦ Cafeicultores com reduzida capacidade financeira e muita disponibilidade de
terras a preço acessível
◦ Isso elevava o preço da força de trabalho
◦ único meio de manter a produção foi a adoção de contratos de parcerias com
os imigrantes.
◦ Cláusulas dos contratos eram suficientemente favoráveis ao imigrante, o que
possibilitava a sua passagem para a condição de pequeno proprietário em
pouco tempo
◦ Isso debilitava a rentabilidade e o potencial de acumulação das fazendas.
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)
13. O fim da Escravatura e a Economia do ES:
◦ Quando diante de um contrato de parceria considerado desfavorável os
imigrantes acabavam simplesmente por optar pelos núcleos de imigração
(BUFFON, 1992, p. 90).
◦ Essa nova relação de produção acabou por fracionar a grande fazenda em
pequenas unidades, as quais passaram a se organizar em pequenas
propriedades familiares iguais às existentes nos núcleos imigrantes da região
Central.
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)
14. O fim da Escravatura e a Economia do ES:
◦ terrenos não eram vendidos apenas pelos próprios fazendeiros, mas
também por empresas comerciais atraídas por essa atividade e pela
comercialização do café.
◦ A venda dos lotes em “condições vantajosas” camuflava o real lucro
dessa empresa: a comercialização do café; observando que, por
contrato o colono se obrigava a vender o café para essa firma.
◦ O retalhamento dos latifúndios sulistas intensificou-se com a crise nos
preços do café entre 1897-1905.
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)
15. Assim, delimita-se a estrutura produtiva agrícola que se
tornaria hegemônica no Espírito Santo:
◦ Pequena propriedade de produção com mão de obra familiar:
Expandiu-se nesta propriedade a monocultura do café, que existia lado a lado
com uma pujante cultura de subsistência.
Esta servia basicamente para o sustento do núcleo familiar e aquela
constituía quase a única fonte de receita monetária,
Assim, a pequena propriedade não conseguia se apropriar dos excedentes. A
receita monetária proveniente com a venda do café era basicamente para a
reprodução da força de trabalho familiar
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)
16. Até 1940, Espírito Santo continuaria a ter como centro dinâmico da sua
economia as exportações de café.
os capitais concentrados na esfera comercial não diversificaram as
atividades econômicas, seja no campo ou no meio urbano.
Os anos 1950 marcam o início do processo de transformação produtiva,
com claros limites à expansão cafeeira.
Desenvolvimento da pecuária leiteira, da extração do mármore e a
fabricação de cimento em substituição às terras “cansadas” pela lavoura
cafeeira, na região Sul,
Na região Central, maior dinamismo com a promoção de infraestrutura da
Capital através do escoamento do café (vindo de outras regiões do
estado e de Minas) e da presença da Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD), o que deu certa vida urbana, fomentando certas unidades
industriais também em Vila Velha e Cariacica.
1º Ciclo de desenvolvimento
econômico (1850-1960)