Este documento descreve uma pesquisa sobre o uso de atividades sociais como método para ensinar línguas estrangeiras em contextos escolares. O documento discute a fundamentação teórica, os participantes, os objetivos, os métodos de coleta de dados e as referências bibliográficas utilizadas. O foco é analisar como atividades sociais colaborativas e reflexivas podem melhorar a formação de professores e o ensino de línguas estrangeiras.
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Atividade social2
1. ATIVIDADE SOCIAL:
UM CAMINHO PARA A PRÁTICA DE
ENSINO DA LINGUA ESTRANGEIRA
NO CONTEXTO ESCOLAR
Lucilene Santos Silva Fonseca
PUC-SP
2. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa abarca um dos principais problemas
dos cursos de Letras, licenciatura em língua
estrangeira, a formação de seus alunos, que
terminam o curso sem preparo para se assumir
como professor, a sala de aula. Trata-se do estudo
da formação científica de alunos do curso de Letras,
licenciatura, durante o curso da disciplina Prática de
Ensino de Língua Estrangeira, ministrada em uma
faculdade de Jandira, São Paulo.
3. OBJETIVO
Nesta Comunicação, viso apresentar os
resultados iniciais de um trabalho
colaborativo-crítico que vem sendo
desenvolvido com professores em pré-
serviço. Trata-se de uma proposta para se
compreender e transformar as atividades
desenvolvidas em sala de aula visando o
ensino-aprendizagem de língua
estrangeira.
4. PARTICIPANTES
•A professora
•Os alunos-professores participantes são 43 alunos no curso de
Letras da FACEQ, que, em 2012 estão, divididos em
-24 de licenciatura da língua inglesa e
-19 alunos de licenciatura da língua espanhola.
De acordo como o Projeto Pedagógico do curso de Letras,
atualmente, os alunos da Faculdade Eça de Queirós possuem
a seguinte característica quanto à origem: 40% residem em
Jandira, 40% em Itapevi, 15% em Barueri e 5% em outros
municípios vizinhos. Somadas, Itapevi e Jandira,
correspondem, portanto, a 80% da comunidade acadêmica.
Em relação à faixa etária dos alunos da FACEQ, possuem
predominantemente a idade entre 20 e 34 anos, jovens do
sexo masculino e feminino.
5. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
a. Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural (TASCH),
inicialmente pensada por Vygotsky (1925/2004, 1930ª,
b/2004, 1930/1991) e repensada por Leontiev (1978) e
expandida por Engeström (1987, 1999, 2001) é base tanto
para compreender o processo de ensino-aprendizagem
como para conceber o objeto de ensino a ser trabalhado
(Liberali, 1999):
•Estudo das atividades em que os sujeitos estão em interação
com outros em contextos culturais determinados e
historicamente dependentes
•Sujeito no mundo, agindo e fazendo história, em outras
palavras, “na vida como ela é” (Marx e Engels, 1845-46/
2006-26)
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
b. Conceitos centrais de Colaboração e de Reflexão crítica como espaços
de formação docente, discente e do pesquisador, conforme debatido por
Magalhães (2004, 2007), Ibiapina (2006), Liberali (2004,2007), Oliveira
(2009); questões da sala de aula em uma perspectiva discursiva e sócio-
histórico-cultural;
c. Conceito de novas mídias (Almeida, 2003), como, já que este é
instrumento de ensino-aprendizagem de LE;
d. Estudos de Bakhtin/Voloshinov e seu círculo (1929) quanto à
linguagem;
e. Trabalhos de Moita Lopes (2006), Pennycook (1998) no que diz
respeito à linguagem na Linguística Aplicada (LA) como crítica e
transgressiva.
7. QUADRO TEÓRICO-
METODOLÓGICO
Base:
Pesquisa Crítica de Colaboração (PCCol) com
foco na formação colaborativo-crítica e
reflexiva dos participantes, alunos-
professores e professora-pesquisadora, uma
investigação que não separa a teoria da
prática, a fim de promover uma
transformação das práticas vigentes.
8. QUADRO TEÓRICO-
METODOLÓGICO
Está inserida no quadro crítico de pesquisa
(emancipatória) de Bredo & Feinberg (1982), por
focar na transformação das condições sociais
vigentes e oferecer alternativas para promover,
neste caso, por meio das mídias, e das discussões de
ensino-aprendizagem, novas práticas pedagógicas no
ensino da língua estrangeira, em que a linguagem
torna-se fundamental na produção do objeto da
atividade em foco, ao criar espaços colaborativos
que possibilitem aos participantes, alunos-
professores, refletir sobre sua ação, questionar
sentidos, atribuídos a conceitos e a valores.
9. QUADRO TEÓRICO-
METODOLÓGICO
• Apoia-se em uma concepção de Linguística Aplicada
(LA) transgressiva, crítica e performativa que, de
acordo com Pennycook (2006: 67), remete a “um
modo de pensar e fazer sempre problematizador”,
sempre presente no contexto educacional
(Magalhães).
• O estudo dos textos construídos pelos participantes
e suas escolhas lexicais (substantivos, verbos,
conectivos e pronomes) propiciarão a analise e
compreensão dos sentidos e significados.
10. PRODUÇÃO E COLETA DE DADOS
Três momentos:
1.Atividades de discussão sobre ensino aprendizagem e planejamento de aulas a
serem ministradas nas escolas, nas aulas de Prática de Ensino de LE da professora-
pesquisadora;
11. PARA PREPARAR AS UNIDADES OU
PROJETOS COM ATIVIDADES
SOCIAIS
A. Definir a questão ou ideia guia: Atitude Cidadã;
B. Determinar a Atividade Social;
C. Delimitar o trabalho integrado;
D. Definir as expectativas;
E. Desenvolver os procedimentos metodológicos;
F. Definir modos de avaliação.
12. ATIVIDADE SOCIAL
• Conjunto de ações mobilizadas por um grupo
para alcançar um determinado
motivo/objetivo. Satisfaz necessidades dos
sujeitos na vida que se vive. (Leontiev, 1977)
• Como modo de ultrapassar os muros da escola
com foco nos contextos de ação (Liberali, 2011)
para:
•alcançar um determinado motivo / objeto
compartilhado.
•satisfazer necessidades dos sujeitos na “vida que se
vive” (Marx e Engels, 1845-46/ 2006-26).
13. 2. aulas de LE dos alunos-professores nas escolas
14.
15. ATIVIDADE SOCIAL: LER
GIBI
. SUJEITOS: Leitores de HQ
. INSTRUMENTOS:
◦Gêneros: HQ, conversa sobre HQ e personagens, seção de descrição de
personagens em sites. Jogos dentro de gibis e sites
◦Conceitos científicos: cálculo mental, história dos/nos gibis
. OBJETO: compreensão, discussão e diversão com HQ
. PRODUTO:
◦Posicionamento e compreensão crítica de HQ
◦Momentos de lazer na leitura de HQ
◦Conversas sobre HQ
. COMUNIDADE:
.Autores, editores, programadores de sites, ilustradores, jornaleiros, pais
. DIVISÃO DO TRABALHO:
.Leitores: leem os HQ, apresentam opiniões, discutem sobre
personagens e temas, trocam informações, emprestam ou compram HQ
. REGRAS:
.Encontrar/ comprar/ trocar HQ; Atentar para as imagens e textos;
Conhecer estrutura narrativa; Conhecer personagens; Respeitar as
opiniões distintas
16.
17. 3. SESSÕES REFLEXIVAS
Local para constituição do profissional crítico-reflexivo em educação, neste
estudo, professora-pesquisadora com os alunos-professores. Sessões
realizadas durante as aulas de Prática de Ensino de LE da professora-
pesquisadora.
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, M./V.N.Volochinov.Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 6a.edição, 1929/1992.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 1953/2003.
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FEINBERG, W. Knowledge & values in social & educational research.Philadelphia:TempleUniversity Press, 1982.
ENGESTRÖM, Y. From teams to knots: Activity-theoretical studies of collaboration and learning at work. Cambridge:
Cambridge University Press, 2008.
LEONTIEV, A. N. Activity and Consciousness. In: Philosophy in the USSR, Problems of Dialectical Materialism.Progress
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LIBERALI, F. C. O desenvolvimento reflexivo do professor. The Especialist, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 19-37, 1997.
LIBERALI, F. C. O papel do Multiplicador. In: M. A. Celani (org.). Professores e formadores em mudança: relato de um
processo de reflexão e transformação da prática docente. São Paulo, EDUC. Coleção Faces da Linguística Aplicada,
2001.
MAGALHÃES, M. C. C. Teoria Crítica e desenvolvimento de professor. XXIII Anais de Seminário do GEL, v.1. Ribeirão
Preto, 1994.
MAGALHÃES, A. S. Compartilhando e aprendendo uma perspectiva “dialógica” do planejamento de aula de
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Pelotas; Educat, 2001.
MAGALHÃES, M.C. A linguagem na formação de professores reflexivos e críticos. In M.C. MAGALHÃES (org), A
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PENNYCOOK, A.Perspectivas em L.A.CriticalApliedLinguistics,1998..
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VGOTSKY, L.S. 1934. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
VYGOTSKY, L.S. 1934.Teoria e Método em Psicologia. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1978.