Este documento descreve o Atelier Parousia, um estúdio de iconografia bizantina em São Paulo. O nome do estúdio, Parousia, refere-se à segunda vinda de Cristo. O estúdio busca trazer a presença de Cristo por meio de ícones, de acordo com a tradição ortodoxa. O documento explica os símbolos presentes no selo do estúdio e fornece referências bibliográficas.
1. Atelier Parousia
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R. Rio grande do Sul, 110 – Americanópolis
São Paulo – SP – Brasil
Atelier Parousia
“Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e
espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais
por meio de sinais e de símbolos materiais.” CIC 1146
Parousia. “A palavra grega parousia que significa “presença”, designava, no
mundo greco-romano, a visita oficial e solene de um príncipe a um lugar qualquer. Os
cristãos adotaram-na como termo técnico para significar a vinda gloriosa de Cristo. O
termo não está necessariamente associado à sua última vinda e pode referir-se também à
manifestação poderosa pela qual ele havia de vir para estabelecer o seu reinado
messiânico”1. No Novo Testamento, a palavra grega parousia ocorre vinte e quatro vezes,
significando a presença do Senhor Jesus Cristo, com o seu Poder Régio e a sua Glória.
Tal palavra exprime em plenitude o desejo que este atelier tem de, em cada ícone,
cada trabalho, trazer àquele que o contempla a presença deste Rei que nos leva a
experimentar a plenitude da salvação. Por isso, como nos afirma São João Damasceno, o
ícone deve ser “abençoado por um padre, para que se lhe confira o caráter teofânico. O
ícone estará cheio da presença, será uma testemunha autêntica e o canal da graça à virtude
santificadora”. Notemos que “é justamente porque ele tira todo seu valor teofânico de sua
participação na Trindade, no <<todo outro>> por meio da semelhança, que ele não pode
encerrar nada nele mesmo, mas irradia, como que por irradiação, esta presença”2.
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1. Bíblia de Jerusalém, Ed. Paulus, nota i, p. 2001.
2. http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/iconografia/encontro_com_os_icones_um_encontro_de_o
racao.html
Termino, citando as palavras do Arcebispo Fares Maakaroun, em sua mensagem
aos Iconográfos: “Quem fala dos ícones, quem pinta os ícones, quem reza na presença dos
ícones, quem guarda um ícone na sua casa, está rezando sempre com todos Os Santos,
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vivendo sempre na presença da Santíssima Trindade e da Theotokos, a Mãe de Deus, a
Virgem Maria e é capaz de mostrar, em sua própria vida cotidiana, a realidade do Cristo
encarnado e ser luz no mundo...” 3.
Símbolos que Compõem o Selo:
CRUZ – principal símbolo da religião cristã recorda-nos que Deus em
Seu infinito amor enviou seu Filho Unigênito como vítima perfeita de
expiação de nossos pecados. Quando na cruz Jesus entregou seu
espírito, “o véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo”
(Mt 27:51), simbolizando que, a partir daquele momento, a “porta”,
que estava fechada, se abriu unindo novamente o céu e a terra. A
partir daí podemos aproximar-nos novamente de Deus com confiança
e audácia (Hb 4, 14-16). E também deseja recordar-nos que devemos
obedecer à ordem de Cristo, que diz: “Se alguém quiser vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34).
MONOGRAMA DE CRISTO, formado pelas letras do alfabeto
grego X(Ki) e P(Rou), iniciais de Χριστός (“Cristo”, em grego). Sua
posição no centro do selo recorda-nos que servimos a uma Igreja
Cristocêntrica e que a partir do mistério da encarnação, como nos diz
João Damasceno, “o antigo Deus, o incorpóreo, o infinito nunca foi
retratado. Mas agora que Deus nasceu na carne e viveu entre os
homens, faço uma imagem do Deus que pode ser visto”.
SAGRADO TRIGRAMA DO NOME DE DEUS revelado a Moisés
no Sinai: Ο W Ν («Eu sou o Existente», Ex 3, 14). Essas inscrições
são sempre em grego.
ALFA E ÔMEGA - Alfa é a primeira letra do alfabeto grego,
enquanto ômega é a última, portanto, significam o primeiro e o último,
o início e o fim de tudo. Jesus disse: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o
Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22,13).
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3. http://br.geocities.com/melquita/mensagemaosiconografos.html
O RAMO - Em Jesus ressuscitado, passamos a fazer parte da Árvore
da Vida, tornando-nos ramos ligados à cepa da Videira Verdadeira.
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Encontramos neste caso particular 12 folhas, fazendo uma alusão aos
12 apóstolos, colunas da Igreja de Cristo e à missao que Cristo lhes
confiou, graças à qual fomos alcançados: “Ide, portanto, e fazei que
todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28,19).
Embasados na Sagrada Escritura que diz: “Bendiz a Iahweh, ó
minha alma, e não esqueça nenhum dos seus favores” (Sl 102,2). No
símbolo do ramo, também desejamos recordar e bendizer a Deus de
forma especial, porque este Atelier é um rebento do Atelier “To
Aghion Mandylion”, o qual também tem entre os símbolos do seu
selo os ramos da árvore da vida.Que Deus os abençoe.
Referências Bibliográficas:
A Bíblia de Jerusalém, Nova edição rev. e ampl., São Paulo: Paulus, 2001.
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CATECISMO da Igreja Católica, Petrópolis: Vozes; São Paulo: Loyola, 1993.
MENSAGEM DO ARCEBISPO DOM FARES AOS ICONOGRAFOS, São Paulo, 2001.
Disponível em: <http://br.geocities.com/melquita/mensagemaosiconografos.html>. Acesso
em 04 novembro 2009.
NICEIA O VII CONCÍIO ECUMÊNICO, São Paulo. Disponível em:
<http://www.ecclesia.com.br/Biblioteca/iconografia/niceia_o_vii_concilio_ecumenico.html>.
Acesso em 04 novembro 2009.
ENCONTRO COM OS ICONES: UM ENCONTRO DE ORAÇÃO, São Paulo. Disponível
em: < http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/iconografia/encontro_com_os_icones_um_en
contro_de_oracao.html>. Acesso em 04 novembro 2009.
O TIPO ICONOGRÁFICO DO PANTOCRÁTOR, São Paulo. Disponível em: < http://
www. ecclesia.com.br/biblioteca/iconografia/o_tipo_iconografico_do_pantokrator.html>
Acesso em 04 novembro 2009.
Outras Fontes:
BERTANI, Marcelo. Apostila Curso de Iconografia. São Paulo, 2008.