SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 17
Elas existem nas
histórias em
quadrinhos?
São todos aqueles sentimentos
que, causando mudança nas
pessoas, fazem diferir seus
julgamentos
Não são entendidas aqui
como virtudes ou vícios
permanentes, mas estão
relacionadas com situações
transitórias, provocadas pelo
orador.
A paixão é a própria alteridade, a
alternativa que não se fará passar
por tal, a relação humana que põe
em dificuldade o homem e,
eventualmente, o oporá a si
mesmo. Compreende-se, nessas
condições que a paixão remete as
soluções opostas, aos conflitos, a
diferença entre os homens. A
oponibilidade que une e desune
Se há paixão há ação e, ao
mesmo tempo, um agente,
uma causa eficiente que
para realizá-la, para
produzi-la não pode ter sido
simplesmente natural - o
que leva a uma ordem do
humano.
A razão é uma paixão
refletida, portanto
contida, subordinada
a um fim pensado.
Na Ética, há a alegria, o desejo ou o
pesar, que são estados de alma da
pessoa considerada isoladamente,
por assim dizer, ou em todo o caso
tomada em sua temporalidade
individual. Na Retórica, ao contrário,
as paixões passam por resposta a
outra pessoa, e mais precisamente
a representação que ela faz de nós
em seu espírito.
Aristóteles na Retórica mostra
que as paixões constituem um
teclado no qual o bom orador
toca para convencer.
Um crime horrível deverá suscitar indignação ao
passo que um delito menor, absolutamente
perdoável, deverá ser julgado com compaixão. Para
despertar tais sentimentos, é preciso conhecer os
que existem antes de tudo no instigador do auditório.
CÓLERA.
É o reflexo de uma diferença entre
aquele que se entrega e aquele ao qual
ela se dirige. Por essa razão, acha-se na
dependência dessa lógica da identidade
e da diferença, a qual caracteriza a
retórica relação retórica. A cólera é um
brado contra a diferença imposta,
"injusta" ou como tal sentida
CALMA.
A calma é uma verdadeira paixão porque
reflete, interioriza uma certa imagem que
o outro forma de nós, de sorte que, ao
mesmo tempo, agimos sobre ele,
mantendo (ou encontrando) nossa calma
a seu respeito. Dai sua função retórica.
Ela recria a simetria. e,
consequentemente, o contrario e talvez
mesmo o antídoto da cólera.
O AMOR E O ÓDIO.
O amor, ou a amizade, é um vinculo de
identidade mais ou menos parcial. É o
próprio lugar da conjugação, da
associação - ao contrário do ódio,
puramente dissociador.
A distância entre os indivíduos se revela
insignificante, o que afinal torna o amor e
o ódio tão violentos.
A SEGURANÇA E O TEMOR
O temor e a confiança pressupõem uma
diferença materializada por uma assimetria
na relação.
Tememos os fortes, não os fracos.
A segurança provém de uma certa
superioridade tanto sobre as coisas quanto
sobre as pessoas, de um afastamento,
suposto ou real, relativamente ao que pode
ser prejudicial
A VERGONHA E A IMPUDÊNCIA.
Duas formas de relacionamento com outrem,
de reação à imagem que o outro faz de nós,
formas que são bastante reais.
Na vergonha há inferioridade
Na impudência há superioridade
Na vergonha a interiorização do olhar do
outro devolve-me uma imagem inferior de
mim mesmo.
A impudência, ao contrário, consagra
praticamente a não-essencialidade do outro.
O FAVOR

A obsequiosidade é uma resposta a
outrem, atende à sua pretensão, ao
seu caráter passional: é prestar
serviço, descobrir a necessidade
alheia, entendendo-se que quem
responde dessa maneira não o faz por
interesse. O favor exprime uma
relação assimétrica que deseja
suprimir.
A COMPAIXÃO E A INDIGNAÇÃO
A piedade volta-se para aqueles que estão
relativamente próximos, mas não em
demasia, sendo de temer que sua sorte
negativa nos atinja.
Indignação reflete a não aceitação (moral)
do espetáculo das paixões, de sua
desordem.
A INVEJA, A EMULAÇÃO E O DESPREZO.
A inveja e emulação dirigem-se para os iguais, A
inveja quer tirar do outro o que ele tem, a
emulação quer imitá-lo. São reações que
tendem a prolongar a simetria ou criá-la, visto
que uma deseja gerar a diferença, a outra, a
identidade.
O desprezo tende para a ruptura.
A inveja una os iguais, mas não suscita a
comunhão. Os iguais já estão próximos e a
inveja assinala de preferência a diferença
Desprezo (desdém, difamação e ultraje)
A INVEJA, A EMULAÇÃO E O DESPREZO.
A inveja e a emulação dirigem-se para os iguais.
A inveja quer tirar do outro o que ele tem.
A emulação quer imitá-lo.
São reações que tendem a prolongar a simetria ou
criá-la, visto que uma deseja gerar a diferença, a
outra, a identidade.
O desprezo tende para a ruptura.
A inveja una os iguais, mas não suscita a
comunhão. Os iguais já estão próximos e a inveja
assinala de preferência a diferença
Desprezo (desdém, difamação e ultraje)

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Slides da palestra Potências da alma
Slides da palestra Potências da almaSlides da palestra Potências da alma
Slides da palestra Potências da almaPaulo Silva
 
Procesos Afectivos Power
Procesos Afectivos PowerProcesos Afectivos Power
Procesos Afectivos Powerpatricioandres
 
A felicidade em São Tomás de Aquino
A felicidade  em São Tomás de AquinoA felicidade  em São Tomás de Aquino
A felicidade em São Tomás de AquinoRodrigo F Menegatti
 
Os minerais as plantas os animais e o homem
Os minerais as plantas os animais e o homemOs minerais as plantas os animais e o homem
Os minerais as plantas os animais e o homemGraça Maciel
 
Sentimento
SentimentoSentimento
Sentimentojoja2001
 
01 sentimentos e emoções no comportamento humano
01 sentimentos e emoções no comportamento humano01 sentimentos e emoções no comportamento humano
01 sentimentos e emoções no comportamento humanoGraça Martins
 
Emociones, Pasiones, Sentimientos
Emociones, Pasiones, SentimientosEmociones, Pasiones, Sentimientos
Emociones, Pasiones, SentimientosAdriana Delgadillo
 

Destaque (12)

Slides da palestra Potências da alma
Slides da palestra Potências da almaSlides da palestra Potências da alma
Slides da palestra Potências da alma
 
Las emociones
Las emocionesLas emociones
Las emociones
 
Máscaras
MáscarasMáscaras
Máscaras
 
Procesos Afectivos Power
Procesos Afectivos PowerProcesos Afectivos Power
Procesos Afectivos Power
 
A felicidade em São Tomás de Aquino
A felicidade  em São Tomás de AquinoA felicidade  em São Tomás de Aquino
A felicidade em São Tomás de Aquino
 
Los 3 osos (1)
Los 3 osos (1)Los 3 osos (1)
Los 3 osos (1)
 
Filósofia antiga Aristóteles
Filósofia antiga Aristóteles Filósofia antiga Aristóteles
Filósofia antiga Aristóteles
 
Os minerais as plantas os animais e o homem
Os minerais as plantas os animais e o homemOs minerais as plantas os animais e o homem
Os minerais as plantas os animais e o homem
 
Emociones pasiones y sentimientos
Emociones pasiones y sentimientosEmociones pasiones y sentimientos
Emociones pasiones y sentimientos
 
Sentimento
SentimentoSentimento
Sentimento
 
01 sentimentos e emoções no comportamento humano
01 sentimentos e emoções no comportamento humano01 sentimentos e emoções no comportamento humano
01 sentimentos e emoções no comportamento humano
 
Emociones, Pasiones, Sentimientos
Emociones, Pasiones, SentimientosEmociones, Pasiones, Sentimientos
Emociones, Pasiones, Sentimientos
 

Semelhante a As paixões na Retórica de Aristóteles

Texto novo a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009
Texto novo   a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009Texto novo   a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009
Texto novo a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009gilfaca158
 
Nos dominios da afetividade.2
Nos dominios da afetividade.2Nos dominios da afetividade.2
Nos dominios da afetividade.2Manoel Gamas
 
Nos dominios da afetividade.
Nos dominios da afetividade.Nos dominios da afetividade.
Nos dominios da afetividade.Manoel Gamas
 
Amor e sexo parte ii
Amor e sexo parte iiAmor e sexo parte ii
Amor e sexo parte iiExpressoipu
 
Educação Sexual - Os Afetos / A Afetividade
Educação Sexual - Os Afetos / A AfetividadeEducação Sexual - Os Afetos / A Afetividade
Educação Sexual - Os Afetos / A Afetividadenanasousa
 
Mediunidade no relacionamento
Mediunidade no relacionamento Mediunidade no relacionamento
Mediunidade no relacionamento Victor Passos
 
Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012
Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012
Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012Comunidade Sagrada Família
 
Nos dominios da afetividade3
Nos dominios da afetividade3Nos dominios da afetividade3
Nos dominios da afetividade3Manoel Gamas
 
Nos dominios da afetividade^
Nos dominios da afetividade^Nos dominios da afetividade^
Nos dominios da afetividade^Manoel Gamas
 
Afeto e autoestima em início de escolarização
Afeto e autoestima em início de escolarizaçãoAfeto e autoestima em início de escolarização
Afeto e autoestima em início de escolarizaçãoEvarista De Souza Borges
 
como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...
como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...
como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...AnaLuizaFariasAraujo
 
Apresentação sobre Compaixão
Apresentação sobre CompaixãoApresentação sobre Compaixão
Apresentação sobre CompaixãoDOUGLAS RANGEL
 
Amor diante de relacionamento
Amor diante de relacionamento Amor diante de relacionamento
Amor diante de relacionamento Edson Rodrigues
 
Amor naysla e sarah
Amor   naysla e sarahAmor   naysla e sarah
Amor naysla e sarahJoel Barbosa
 

Semelhante a As paixões na Retórica de Aristóteles (20)

Texto novo a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009
Texto novo   a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009Texto novo   a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009
Texto novo a temática do ciúme - 14 - 08 - 2009
 
Nos dominios da afetividade.2
Nos dominios da afetividade.2Nos dominios da afetividade.2
Nos dominios da afetividade.2
 
Nos dominios da afetividade.
Nos dominios da afetividade.Nos dominios da afetividade.
Nos dominios da afetividade.
 
Amor e sexo parte ii
Amor e sexo parte iiAmor e sexo parte ii
Amor e sexo parte ii
 
Educação Sexual - Os Afetos / A Afetividade
Educação Sexual - Os Afetos / A AfetividadeEducação Sexual - Os Afetos / A Afetividade
Educação Sexual - Os Afetos / A Afetividade
 
empatia.
empatia.empatia.
empatia.
 
Mediunidade no relacionamento
Mediunidade no relacionamento Mediunidade no relacionamento
Mediunidade no relacionamento
 
Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012
Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012
Escola de Família_aula 7 - Família_Afetividade e Afeto_07.10.2012
 
Nos dominios da afetividade3
Nos dominios da afetividade3Nos dominios da afetividade3
Nos dominios da afetividade3
 
Nos dominios da afetividade^
Nos dominios da afetividade^Nos dominios da afetividade^
Nos dominios da afetividade^
 
Afeto e autoestima em início de escolarização
Afeto e autoestima em início de escolarizaçãoAfeto e autoestima em início de escolarização
Afeto e autoestima em início de escolarização
 
Lesões afetivas
Lesões afetivas Lesões afetivas
Lesões afetivas
 
Amor evilene
Amor   evileneAmor   evilene
Amor evilene
 
A INVEJA E O CIÚMES NA VISÃO ESPIRITA
A INVEJA E O CIÚMES NA VISÃO ESPIRITAA INVEJA E O CIÚMES NA VISÃO ESPIRITA
A INVEJA E O CIÚMES NA VISÃO ESPIRITA
 
como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...
como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...
como podemos mudar a vida de uma pessoa apenas por um ato de compaixao e como...
 
Apresentação sobre Compaixão
Apresentação sobre CompaixãoApresentação sobre Compaixão
Apresentação sobre Compaixão
 
Amor diante de relacionamento
Amor diante de relacionamento Amor diante de relacionamento
Amor diante de relacionamento
 
Amor naysla e sarah
Amor   naysla e sarahAmor   naysla e sarah
Amor naysla e sarah
 
Ciúmes
CiúmesCiúmes
Ciúmes
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
 

Último

FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresAnaCarinaKucharski1
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Último (20)

FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos DescritoresATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
ATIVIDADE PARA ENTENDER -Pizzaria dos Descritores
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

As paixões na Retórica de Aristóteles

  • 2. São todos aqueles sentimentos que, causando mudança nas pessoas, fazem diferir seus julgamentos
  • 3. Não são entendidas aqui como virtudes ou vícios permanentes, mas estão relacionadas com situações transitórias, provocadas pelo orador.
  • 4. A paixão é a própria alteridade, a alternativa que não se fará passar por tal, a relação humana que põe em dificuldade o homem e, eventualmente, o oporá a si mesmo. Compreende-se, nessas condições que a paixão remete as soluções opostas, aos conflitos, a diferença entre os homens. A oponibilidade que une e desune
  • 5. Se há paixão há ação e, ao mesmo tempo, um agente, uma causa eficiente que para realizá-la, para produzi-la não pode ter sido simplesmente natural - o que leva a uma ordem do humano.
  • 6. A razão é uma paixão refletida, portanto contida, subordinada a um fim pensado.
  • 7. Na Ética, há a alegria, o desejo ou o pesar, que são estados de alma da pessoa considerada isoladamente, por assim dizer, ou em todo o caso tomada em sua temporalidade individual. Na Retórica, ao contrário, as paixões passam por resposta a outra pessoa, e mais precisamente a representação que ela faz de nós em seu espírito.
  • 8. Aristóteles na Retórica mostra que as paixões constituem um teclado no qual o bom orador toca para convencer. Um crime horrível deverá suscitar indignação ao passo que um delito menor, absolutamente perdoável, deverá ser julgado com compaixão. Para despertar tais sentimentos, é preciso conhecer os que existem antes de tudo no instigador do auditório.
  • 9. CÓLERA. É o reflexo de uma diferença entre aquele que se entrega e aquele ao qual ela se dirige. Por essa razão, acha-se na dependência dessa lógica da identidade e da diferença, a qual caracteriza a retórica relação retórica. A cólera é um brado contra a diferença imposta, "injusta" ou como tal sentida
  • 10. CALMA. A calma é uma verdadeira paixão porque reflete, interioriza uma certa imagem que o outro forma de nós, de sorte que, ao mesmo tempo, agimos sobre ele, mantendo (ou encontrando) nossa calma a seu respeito. Dai sua função retórica. Ela recria a simetria. e, consequentemente, o contrario e talvez mesmo o antídoto da cólera.
  • 11. O AMOR E O ÓDIO. O amor, ou a amizade, é um vinculo de identidade mais ou menos parcial. É o próprio lugar da conjugação, da associação - ao contrário do ódio, puramente dissociador. A distância entre os indivíduos se revela insignificante, o que afinal torna o amor e o ódio tão violentos.
  • 12. A SEGURANÇA E O TEMOR O temor e a confiança pressupõem uma diferença materializada por uma assimetria na relação. Tememos os fortes, não os fracos. A segurança provém de uma certa superioridade tanto sobre as coisas quanto sobre as pessoas, de um afastamento, suposto ou real, relativamente ao que pode ser prejudicial
  • 13. A VERGONHA E A IMPUDÊNCIA. Duas formas de relacionamento com outrem, de reação à imagem que o outro faz de nós, formas que são bastante reais. Na vergonha há inferioridade Na impudência há superioridade Na vergonha a interiorização do olhar do outro devolve-me uma imagem inferior de mim mesmo. A impudência, ao contrário, consagra praticamente a não-essencialidade do outro.
  • 14. O FAVOR A obsequiosidade é uma resposta a outrem, atende à sua pretensão, ao seu caráter passional: é prestar serviço, descobrir a necessidade alheia, entendendo-se que quem responde dessa maneira não o faz por interesse. O favor exprime uma relação assimétrica que deseja suprimir.
  • 15. A COMPAIXÃO E A INDIGNAÇÃO A piedade volta-se para aqueles que estão relativamente próximos, mas não em demasia, sendo de temer que sua sorte negativa nos atinja. Indignação reflete a não aceitação (moral) do espetáculo das paixões, de sua desordem.
  • 16. A INVEJA, A EMULAÇÃO E O DESPREZO. A inveja e emulação dirigem-se para os iguais, A inveja quer tirar do outro o que ele tem, a emulação quer imitá-lo. São reações que tendem a prolongar a simetria ou criá-la, visto que uma deseja gerar a diferença, a outra, a identidade. O desprezo tende para a ruptura. A inveja una os iguais, mas não suscita a comunhão. Os iguais já estão próximos e a inveja assinala de preferência a diferença Desprezo (desdém, difamação e ultraje)
  • 17. A INVEJA, A EMULAÇÃO E O DESPREZO. A inveja e a emulação dirigem-se para os iguais. A inveja quer tirar do outro o que ele tem. A emulação quer imitá-lo. São reações que tendem a prolongar a simetria ou criá-la, visto que uma deseja gerar a diferença, a outra, a identidade. O desprezo tende para a ruptura. A inveja una os iguais, mas não suscita a comunhão. Os iguais já estão próximos e a inveja assinala de preferência a diferença Desprezo (desdém, difamação e ultraje)