1) Renato Castelo Branco publicou seu primeiro livro, A Chimica das Raças, em 1938 pela editora Cultura Brasileira.
2) Apesar de ser pouco conhecido, Renato publicou 23 livros entre 1938 e 1994 abordando temas como história, literatura e crítica social.
3) O texto analisa a inserção de Renato no campo literário brasileiro entre 1928-1938, considerando as influências recebidas e as relações estabelecidas.
1) O documento discute a obra e importância de Caio Prado Jr. como o primeiro marxista brasileiro.
2) Caio Prado Jr. foi capaz de utilizar o método marxista de forma original para analisar a experiência histórico-social brasileira.
3) Embora o marxismo tenha tido dificuldades em compreender a América Latina, Caio Prado Jr. conseguiu analisar as particularidades do Brasil de forma diferenciada dos demais marxistas brasileiros.
O documento analisa a obra "A Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Júnior, escrita em 1942, que busca explicar as origens históricas do Brasil. O artigo destaca três pontos: 1) o contexto histórico em que a obra foi escrita, durante um período de transformações políticas no Brasil na década de 1930; 2) a epistemologia marxista que influenciou a abordagem de Caio Prado Júnior, dando ênfase ao papel do Estado e das classes sociais; 3) a her
O documento descreve um seminário sobre livros e história editorial no Brasil realizado em 2004 no Rio de Janeiro. Ele também resume uma apresentação sobre o Gráfico Amador, um grupo de artes gráficas em Recife entre 1954-1964 que publicou livros e serviu como fórum intelectual marginal ao establishment cultural da época.
[1] Caio Prado Jr. foi um importante intelectual e historiador brasileiro nascido em 1907 em São Paulo. [2] Ele se envolveu com política na década de 1920, filiando-se ao Partido Comunista em 1931. [3] Sua obra mais famosa, Formação do Brasil Contemporâneo (1942), analisou a formação econômica e social do Brasil a partir da perspectiva marxista.
Recordações do Escrivão Isaías Caminha - 3ª A - 2011Daniel Leitão
O documento apresenta uma biografia do escritor Lima Barreto e resume seu romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Lima Barreto foi um jornalista e escritor brasileiro do início do século XX que retratou a sociedade de sua época de forma realista, abordando temas como preconceito racial e a hipocrisia da imprensa. O romance é narrado em primeira pessoa e acompanha a jornada de vida do personagem Isaías Caminha.
Lima Barreto foi um jornalista e escritor brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1881. Ele foi um dos mais importantes escritores libertários brasileiros e criticou ferozmente a República Velha e seus preconceitos de raça. Sua literatura tinha como objetivo criticar a sociedade de seu tempo e promover mudanças sociais.
Caio prado jr formação do brasil contemporâneoJorge Miklos
1) O documento analisa o livro "Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Jr, que examina as características da colonização portuguesa no Brasil e como ela influenciou a formação da sociedade brasileira.
2) Caio Prado define o conceito de "sentido histórico" como o rumo dado à história de um povo por um conjunto de acontecimentos ao longo do tempo, argumentando que o sentido da colonização portuguesa no Brasil foi estabelecer uma colônia fornecedora de produtos ag
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro AbertovaldeniDinamizador
Monteiro Lobato foi um escritor brasileiro nascido em 1882 que revolucionou a literatura infantil com a criação do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Ele criou um universo mágico habitado por personagens como Emília, Visconde de Sabugosa e Saci para delícia de crianças brasileiras. Lobato também foi um importante empresário e jornalista que defendia a industrialização do Brasil.
1) O documento discute a obra e importância de Caio Prado Jr. como o primeiro marxista brasileiro.
2) Caio Prado Jr. foi capaz de utilizar o método marxista de forma original para analisar a experiência histórico-social brasileira.
3) Embora o marxismo tenha tido dificuldades em compreender a América Latina, Caio Prado Jr. conseguiu analisar as particularidades do Brasil de forma diferenciada dos demais marxistas brasileiros.
O documento analisa a obra "A Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Júnior, escrita em 1942, que busca explicar as origens históricas do Brasil. O artigo destaca três pontos: 1) o contexto histórico em que a obra foi escrita, durante um período de transformações políticas no Brasil na década de 1930; 2) a epistemologia marxista que influenciou a abordagem de Caio Prado Júnior, dando ênfase ao papel do Estado e das classes sociais; 3) a her
O documento descreve um seminário sobre livros e história editorial no Brasil realizado em 2004 no Rio de Janeiro. Ele também resume uma apresentação sobre o Gráfico Amador, um grupo de artes gráficas em Recife entre 1954-1964 que publicou livros e serviu como fórum intelectual marginal ao establishment cultural da época.
[1] Caio Prado Jr. foi um importante intelectual e historiador brasileiro nascido em 1907 em São Paulo. [2] Ele se envolveu com política na década de 1920, filiando-se ao Partido Comunista em 1931. [3] Sua obra mais famosa, Formação do Brasil Contemporâneo (1942), analisou a formação econômica e social do Brasil a partir da perspectiva marxista.
Recordações do Escrivão Isaías Caminha - 3ª A - 2011Daniel Leitão
O documento apresenta uma biografia do escritor Lima Barreto e resume seu romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Lima Barreto foi um jornalista e escritor brasileiro do início do século XX que retratou a sociedade de sua época de forma realista, abordando temas como preconceito racial e a hipocrisia da imprensa. O romance é narrado em primeira pessoa e acompanha a jornada de vida do personagem Isaías Caminha.
Lima Barreto foi um jornalista e escritor brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1881. Ele foi um dos mais importantes escritores libertários brasileiros e criticou ferozmente a República Velha e seus preconceitos de raça. Sua literatura tinha como objetivo criticar a sociedade de seu tempo e promover mudanças sociais.
Caio prado jr formação do brasil contemporâneoJorge Miklos
1) O documento analisa o livro "Formação do Brasil Contemporâneo" de Caio Prado Jr, que examina as características da colonização portuguesa no Brasil e como ela influenciou a formação da sociedade brasileira.
2) Caio Prado define o conceito de "sentido histórico" como o rumo dado à história de um povo por um conjunto de acontecimentos ao longo do tempo, argumentando que o sentido da colonização portuguesa no Brasil foi estabelecer uma colônia fornecedora de produtos ag
Biografias Monteiro Lobato e Machado De Assis - Projeto Livro AbertovaldeniDinamizador
Monteiro Lobato foi um escritor brasileiro nascido em 1882 que revolucionou a literatura infantil com a criação do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Ele criou um universo mágico habitado por personagens como Emília, Visconde de Sabugosa e Saci para delícia de crianças brasileiras. Lobato também foi um importante empresário e jornalista que defendia a industrialização do Brasil.
1) O documento resume a obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma" de Lima Barreto, contando a história de um funcionário público nacionalista chamado Policarpo Quaresma. 2) Policarpo tem ideias excêntricas sobre valorizar a cultura brasileira que o fazem ser alvo de chacota. 3) Após sofrer decepções, Policarpo se envolve na Revolta da Armada e acaba condenado à morte, percebendo no fim que dedicou a vida a uma causa ilusória.
O documento discute a literatura brasileira nas décadas de 1930 e 1940, quando o romance se destacou analisando criticamente a realidade do Brasil e do mundo durante crises profundas. A poesia também floresceu nesse período, enquanto a prosa ampliou seus temas para incluir questões políticas, sociais e econômicas. Importantes poetas como Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Cecília Meireles são destacados.
O documento discute o livro de memórias "Diário de Bitita" de Carolina Maria de Jesus. Pretende propor uma leitura que questione a integração deste diário à obra da autora. Busca mostrar que, ao invés de ser apenas mais um de seus livros, na verdade constitui seu exercício mais bem acabado de arquivamento e evidencia a intenção da autora de dar à sua obra a feição de um projeto memorialístico bem articulado.
1. O documento discute o Movimento Literário Realismo no Brasil no século XIX, incluindo suas origens e influências, estilo literário e principais autores como Machado de Assis e Raul Pompeia.
2. Detalha as biografias de Machado de Assis e Raul Pompeia, assim como suas principais obras que representam o estilo realista como Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Ateneu.
3. Fornece um resumo das características do Realismo Literário brasileiro e sua importância
O documento descreve o Movimento Literário Realismo no Brasil do século XIX, destacando suas principais características e influências. Apresenta Machado de Assis como o principal representante desse movimento no país, analisando seu estilo de escrita e obras importantes como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Dom Casmurro".
CURSO PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA EaD. UFPR - 2010. Material produzido para o curso, na forma de atividade com objetivo de criar um "curso a distância" para empresa fictícia, visando a capacitação dos funcionários em determinadas habilidades da área de atuação, com estrutura na Plataforma Moodle.
Exemplo de curso de capacitação para a empresa "Cartoon Empreendimentos", cursista Geane Poteriko.
Material didático do curso: "Histórico das Produções Clássicas".
Este documento descreve como o rádio foi registrado nas páginas da Revista do Globo entre 1929 e 1967. Começaram as primeiras experiências radiofônicas no Rio Grande do Sul em 1924 com a Rádio Sociedade Riograndense. A Revista do Globo cobriu o desenvolvimento inicial do rádio no estado, registrando as primeiras estações de rádio e os valores culturais locais transmitidos. O rádio se tornou um importante veículo de comunicação para divulgar ideias e consciência nacional.
O documento descreve o contexto histórico-cultural e literário da segunda geração do modernismo brasileiro, abordando a narrativa regionalista e psicológica, bem como a poesia produzida nesse período. Aproximadamente entre 1930-1945, houve uma crise econômica e ascensão de governos autoritários, enquanto a literatura explorou temas regionais e urbanos por meio do romance e da poesia, com ênfase na análise psicológica e revisão crítica do passado.
Sérgio buarque de holanda raízes do brasilJorge Miklos
O livro Raízes do Brasil analisa as origens históricas e culturais do Brasil, identificando pares de características opostas como trabalho e aventura, rural e urbano. Essas dicotomias refletem traços ibéricos como a repulsa ao trabalho regular e a preferência por atividades improvisadas. Isso levou a uma sociedade com falta de organização e estrutura estatal fraca.
Alunas: Caroline Segall e Gabriela Rovani Carol Segall
O documento descreve o movimento literário Realismo no Brasil, com foco principal nas obras de Machado de Assis. O texto explica a origem e características do Realismo no país, a evolução para o Naturalismo, e a importância de Machado de Assis como o maior escritor Realista brasileiro e suas principais obras.
Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de hollandaJosé Araujo
1) O documento discute Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Hollanda, dois intelectuais que pensaram a organização social do Brasil. 2) Freyre estudou ciências sociais nos EUA e publicou obras influentes como Casa Grande & Senzala, enquanto Hollanda publicou Raízes do Brasil e desenvolveu o conceito de "Homem Cordial". 3) Ambos analisaram a formação da sociedade brasileira e conceitos como democracia racial, embora Hollanda tenha apresentado uma visão mais crítica.
O documento discute o Pré-Modernismo no Brasil, resumindo: 1) Como autores como Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato e Graça Aranha retrataram diferentes aspectos da sociedade brasileira no início do século XX; 2) Os contrastes socioeconômicos da época, como a prosperidade do café em São Paulo versus a pobreza no Nordeste; 3) O objetivo destes escritores de dar voz à diversidade do Brasil em transformação.
Gilberto Freyre foi um importante sociólogo, antropólogo e escritor brasileiro nascido em 1900 em Recife. Seu livro mais famoso foi Casa Grande & Senzala, publicado em 1933, no qual ele analisou a sociedade brasileira colonial e a escravidão. Freyre recebeu muitos prêmios ao longo de sua carreira e foi nomeado Sir pela Rainha Elizabeth II pelo seu trabalho. Ele faleceu em 1987 em Recife.
Resenha de História Econômica do Brasil de Caio Prado JúniorJoão Gabriel Burmann
Este documento é uma análise crítica e descritiva da obra "História Econômica do Brasil" de Caio Prado Júnior. A análise descreve os métodos de análise do autor, como seu uso da geografia e perspectiva marxista, e analisa descritivamente o processo de formação da economia brasileira segundo Prado Júnior, desde a extração do pau-brasil até o início da industrialização.
1) O documento descreve os primórdios dos quadrinhos no Brasil no século XIX, incluindo as primeiras charges políticas de Manuel de Araújo Porto-Alegre em 1837 e o trabalho de Angelo Agostini, introduzindo histórias sequenciais.
2) A revista O Tico-Tico foi a primeira revista de quadrinhos brasileira em 1905, publicando histórias educativas e entretenimento para crianças, assim como tiras americanas como Mickey Mouse.
3) Os quadrinhos americanos se tornaram populares no
O documento é um resumo da obra "Cidades Mortas" de Monteiro Lobato. Em três frases, resume-se:
1) A obra é um livro de contos publicado em 1919 que retrata cidades pequenas e paradas no tempo no Vale do Paraíba paulista.
2) Os personagens vivem situações cômicas que quebram a monotonia das cidades de Oblivion e Itaoca, onde o tempo parou.
3) A narrativa é centrada na primeira pessoa e representa de forma crítica a realidade social e política do interior paul
O documento introduz a história da literatura brasileira escrita por Sílvio Romero. Ele resume que trabalhos anteriores sobre o assunto foram em grande parte escritos por estrangeiros e que autores brasileiros produziram apenas pequenos ensaios. O autor pretende preencher essa lacuna com uma história que analise como cinco fatores - português, negro, índio, meio ambiente e imitação estrangeira - contribuíram para a diferenciação do caráter nacional brasileiro.
Parte 1 resume a história da entrevista literária no Brasil desde o início do século XX, destacando as primeiras séries realizadas por João do Rio em 1904-1905 e a influência das entrevistas francesas. Parte 2 apresenta as 10 entrevistas feitas por Peregrino Júnior em 1926 para o jornal O Jornal com importantes escritores e intelectuais da época sobre o "momento literário", incluindo Coelho Netto, João Ribeiro e Medeiros e Albuquerque. O documento também fornece detal
Integração dos padrões MPEG na construção de ambientes de realidade virtual e...Estêvão Bissoli Saleme
Apresentação utilizada por Estêvão Bissoli Saleme no minicurso integrante do 15º Workshop de Realidade Virtual de Aumentada em 12/11/2014, na cidade de Marília, SP.
Vito Gamberale: various examples of privatisations in italyVito Gamberale
The document provides various examples of privatizations that occurred in Italy from the 1980s to the 1990s. It discusses early privatizations of the 1980s that aimed to reduce the public presence in the economy. This included the sale of Lanerossi Group to Marzotto in 1987. It then covers the major privatizations of the 1990s that were driven by political and economic pressures. Specific cases examined include the partial privatization of Nuovo Pignone to General Electric in 1994 and the full privatization of ILVA by liquidating its assets and transferring them to new companies in 1993.
Experiência do cliente e arquitetura de informação: cosméticos, perfumes e sa...E-Commerce Brasil
Guilhermo Reis - Gerente de Produtos B2B da Catho fala sobre "Experiência do cliente e arquitetura de informação: cosméticos, perfumes e saúde" no Fórum E-Commerce Brasil 2014.
1) O documento resume a obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma" de Lima Barreto, contando a história de um funcionário público nacionalista chamado Policarpo Quaresma. 2) Policarpo tem ideias excêntricas sobre valorizar a cultura brasileira que o fazem ser alvo de chacota. 3) Após sofrer decepções, Policarpo se envolve na Revolta da Armada e acaba condenado à morte, percebendo no fim que dedicou a vida a uma causa ilusória.
O documento discute a literatura brasileira nas décadas de 1930 e 1940, quando o romance se destacou analisando criticamente a realidade do Brasil e do mundo durante crises profundas. A poesia também floresceu nesse período, enquanto a prosa ampliou seus temas para incluir questões políticas, sociais e econômicas. Importantes poetas como Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Cecília Meireles são destacados.
O documento discute o livro de memórias "Diário de Bitita" de Carolina Maria de Jesus. Pretende propor uma leitura que questione a integração deste diário à obra da autora. Busca mostrar que, ao invés de ser apenas mais um de seus livros, na verdade constitui seu exercício mais bem acabado de arquivamento e evidencia a intenção da autora de dar à sua obra a feição de um projeto memorialístico bem articulado.
1. O documento discute o Movimento Literário Realismo no Brasil no século XIX, incluindo suas origens e influências, estilo literário e principais autores como Machado de Assis e Raul Pompeia.
2. Detalha as biografias de Machado de Assis e Raul Pompeia, assim como suas principais obras que representam o estilo realista como Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Ateneu.
3. Fornece um resumo das características do Realismo Literário brasileiro e sua importância
O documento descreve o Movimento Literário Realismo no Brasil do século XIX, destacando suas principais características e influências. Apresenta Machado de Assis como o principal representante desse movimento no país, analisando seu estilo de escrita e obras importantes como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Dom Casmurro".
CURSO PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA EaD. UFPR - 2010. Material produzido para o curso, na forma de atividade com objetivo de criar um "curso a distância" para empresa fictícia, visando a capacitação dos funcionários em determinadas habilidades da área de atuação, com estrutura na Plataforma Moodle.
Exemplo de curso de capacitação para a empresa "Cartoon Empreendimentos", cursista Geane Poteriko.
Material didático do curso: "Histórico das Produções Clássicas".
Este documento descreve como o rádio foi registrado nas páginas da Revista do Globo entre 1929 e 1967. Começaram as primeiras experiências radiofônicas no Rio Grande do Sul em 1924 com a Rádio Sociedade Riograndense. A Revista do Globo cobriu o desenvolvimento inicial do rádio no estado, registrando as primeiras estações de rádio e os valores culturais locais transmitidos. O rádio se tornou um importante veículo de comunicação para divulgar ideias e consciência nacional.
O documento descreve o contexto histórico-cultural e literário da segunda geração do modernismo brasileiro, abordando a narrativa regionalista e psicológica, bem como a poesia produzida nesse período. Aproximadamente entre 1930-1945, houve uma crise econômica e ascensão de governos autoritários, enquanto a literatura explorou temas regionais e urbanos por meio do romance e da poesia, com ênfase na análise psicológica e revisão crítica do passado.
Sérgio buarque de holanda raízes do brasilJorge Miklos
O livro Raízes do Brasil analisa as origens históricas e culturais do Brasil, identificando pares de características opostas como trabalho e aventura, rural e urbano. Essas dicotomias refletem traços ibéricos como a repulsa ao trabalho regular e a preferência por atividades improvisadas. Isso levou a uma sociedade com falta de organização e estrutura estatal fraca.
Alunas: Caroline Segall e Gabriela Rovani Carol Segall
O documento descreve o movimento literário Realismo no Brasil, com foco principal nas obras de Machado de Assis. O texto explica a origem e características do Realismo no país, a evolução para o Naturalismo, e a importância de Machado de Assis como o maior escritor Realista brasileiro e suas principais obras.
Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de hollandaJosé Araujo
1) O documento discute Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Hollanda, dois intelectuais que pensaram a organização social do Brasil. 2) Freyre estudou ciências sociais nos EUA e publicou obras influentes como Casa Grande & Senzala, enquanto Hollanda publicou Raízes do Brasil e desenvolveu o conceito de "Homem Cordial". 3) Ambos analisaram a formação da sociedade brasileira e conceitos como democracia racial, embora Hollanda tenha apresentado uma visão mais crítica.
O documento discute o Pré-Modernismo no Brasil, resumindo: 1) Como autores como Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato e Graça Aranha retrataram diferentes aspectos da sociedade brasileira no início do século XX; 2) Os contrastes socioeconômicos da época, como a prosperidade do café em São Paulo versus a pobreza no Nordeste; 3) O objetivo destes escritores de dar voz à diversidade do Brasil em transformação.
Gilberto Freyre foi um importante sociólogo, antropólogo e escritor brasileiro nascido em 1900 em Recife. Seu livro mais famoso foi Casa Grande & Senzala, publicado em 1933, no qual ele analisou a sociedade brasileira colonial e a escravidão. Freyre recebeu muitos prêmios ao longo de sua carreira e foi nomeado Sir pela Rainha Elizabeth II pelo seu trabalho. Ele faleceu em 1987 em Recife.
Resenha de História Econômica do Brasil de Caio Prado JúniorJoão Gabriel Burmann
Este documento é uma análise crítica e descritiva da obra "História Econômica do Brasil" de Caio Prado Júnior. A análise descreve os métodos de análise do autor, como seu uso da geografia e perspectiva marxista, e analisa descritivamente o processo de formação da economia brasileira segundo Prado Júnior, desde a extração do pau-brasil até o início da industrialização.
1) O documento descreve os primórdios dos quadrinhos no Brasil no século XIX, incluindo as primeiras charges políticas de Manuel de Araújo Porto-Alegre em 1837 e o trabalho de Angelo Agostini, introduzindo histórias sequenciais.
2) A revista O Tico-Tico foi a primeira revista de quadrinhos brasileira em 1905, publicando histórias educativas e entretenimento para crianças, assim como tiras americanas como Mickey Mouse.
3) Os quadrinhos americanos se tornaram populares no
O documento é um resumo da obra "Cidades Mortas" de Monteiro Lobato. Em três frases, resume-se:
1) A obra é um livro de contos publicado em 1919 que retrata cidades pequenas e paradas no tempo no Vale do Paraíba paulista.
2) Os personagens vivem situações cômicas que quebram a monotonia das cidades de Oblivion e Itaoca, onde o tempo parou.
3) A narrativa é centrada na primeira pessoa e representa de forma crítica a realidade social e política do interior paul
O documento introduz a história da literatura brasileira escrita por Sílvio Romero. Ele resume que trabalhos anteriores sobre o assunto foram em grande parte escritos por estrangeiros e que autores brasileiros produziram apenas pequenos ensaios. O autor pretende preencher essa lacuna com uma história que analise como cinco fatores - português, negro, índio, meio ambiente e imitação estrangeira - contribuíram para a diferenciação do caráter nacional brasileiro.
Parte 1 resume a história da entrevista literária no Brasil desde o início do século XX, destacando as primeiras séries realizadas por João do Rio em 1904-1905 e a influência das entrevistas francesas. Parte 2 apresenta as 10 entrevistas feitas por Peregrino Júnior em 1926 para o jornal O Jornal com importantes escritores e intelectuais da época sobre o "momento literário", incluindo Coelho Netto, João Ribeiro e Medeiros e Albuquerque. O documento também fornece detal
Integração dos padrões MPEG na construção de ambientes de realidade virtual e...Estêvão Bissoli Saleme
Apresentação utilizada por Estêvão Bissoli Saleme no minicurso integrante do 15º Workshop de Realidade Virtual de Aumentada em 12/11/2014, na cidade de Marília, SP.
Vito Gamberale: various examples of privatisations in italyVito Gamberale
The document provides various examples of privatizations that occurred in Italy from the 1980s to the 1990s. It discusses early privatizations of the 1980s that aimed to reduce the public presence in the economy. This included the sale of Lanerossi Group to Marzotto in 1987. It then covers the major privatizations of the 1990s that were driven by political and economic pressures. Specific cases examined include the partial privatization of Nuovo Pignone to General Electric in 1994 and the full privatization of ILVA by liquidating its assets and transferring them to new companies in 1993.
Experiência do cliente e arquitetura de informação: cosméticos, perfumes e sa...E-Commerce Brasil
Guilhermo Reis - Gerente de Produtos B2B da Catho fala sobre "Experiência do cliente e arquitetura de informação: cosméticos, perfumes e saúde" no Fórum E-Commerce Brasil 2014.
This document discusses several key elements of indie rock music including genre, iconography used in album artwork and music videos, camera and editing techniques, sound qualities, narrative storytelling approaches, importance or lack thereof of star performers, live musical performances, and use of digipak album packaging formats.
La educación superior se refiere a la educación postsecundaria que incluye universidades, academias e instituciones de formación profesional. En Venezuela, la educación superior incluye universidades autónomas y experimentales como la Universidad Metropolitana y la Universidad Central de Venezuela. El Consejo Nacional de Universidades es el órgano rector de las universidades venezolanas y supervisa su autonomía y experimentación educativa.
Le infrastrutture in Italia e i processi di privatizzazione: presentazione di F2i - Fondi Italiani per le Infrastrutture su "Enti Locali e una nuova stagione di privatizzazioni"
The Music Ministry at First Presbyterian Church aims to engage the congregation and community in several ways:
1) It offers a variety of choirs and ensembles to provide opportunities for people of all ages to participate in and explore their musical gifts.
2) It chooses music from a diversity of styles, genres, cultures and time periods to represent the universal Christian church and speak to different congregants.
3) In addition to enhancing worship services, the music program provides educational and cultural opportunities for both church members and the broader community through concerts, recitals and other musical events.
Como viabilizar financeiramente o marketing digital nas pequenas lojas online...E-Commerce Brasil
O documento discute estratégias de marketing e vendas para produtos. Ele fornece conselhos sobre conhecer seu público-alvo e produto, estabelecer relacionamentos com clientes sem ser imediatista, não terceirizar completamente o marketing, entender métricas de marketing digital, assumir controle sobre a estratégia de marketing, considerar modelos de assinatura, ser transparente com clientes, e adotar abordagens multicanais quando possível.
An online certificate from a Coursera course called Financial Markets taught by Robert J. Shiller, Sterling Professor of Economics at Yale University, was awarded to Yao Wang on May 03, 2016 for successful completion of the course. The certificate can be verified on the Coursera website to confirm Yao Wang's identity and participation in the course.
Este documento presenta una introducción a la gestión de operaciones en empresas agropecuarias. Explica que la empresa agropecuaria se caracteriza por tener un proceso productivo basado en seres vivos y con alta dependencia del medio ambiente y recursos naturales, lo que hace compleja su optimización. Luego define los objetivos de la gestión de operaciones como administrar los recursos directos de producción (personas, plantas, partes, procesos y sistemas de planificación) para hacer un uso óptimo de ellos, buscando la máxima ef
O documento trata de um projeto de artes para a coordenação do ensino fundamental da Secretaria de Educação em 2016. O projeto visa desenvolver atividades artísticas para alunos do ensino fundamental, promovendo a expressão e a criatividade por meio de diferentes linguagens como música, teatro e artes plásticas.
Si vous êtes à la recherche d'une expérience de stage d'été enrichissante et si vous souhaitez faire partie d'une équipe dynamique qui vous permettra d'apprendre et de partager vos connaissances, nous sommes à la recherche de quelqu'un comme vous!
Assemblea dei Soci 2016 - Presentazione attivitàStefano Franco
Presentazione durante l'Assemblea di tutti i Soci di Alumni Mathematica.
Ho presentato le attività future e passato in rassegna le attività passate.
In particolare mi sono concentrato a presentare le attività dell'Associazione destinate alla ricerca scientifica indipendente.
L'incontro si è tenuto in data 26 Febbraio 2016 presso The Hub Bari, il Padiglione della Fiera del Levante dedicato alle startup e alle imprese creative.
The document provides information about various tourist destinations in Asia and Australia that could be suggested for air travel, including:
- Bangkok, Thailand, which discusses the country's history and attractions like Khao Yai National Park and elephant rides.
- Kuala Lumpur, Malaysia and Singapore, which provide background on the countries' histories and attractions in each like Merlion Park and Sentosa Island in Singapore.
- Sydney, Australia, with details on attractions around the city like the Sydney Opera House and Harbor Bridge, as well as other parts of Australia like the Great Barrier Reef in Cairns.
- Auckland, New Zealand is also listed briefly as a suggested destination. The document contains extensive
Role of Government Support to Micro Financing in Islamic Bank for Clean Water...Mercu Buana University
Microfinance for water connections have a very important role for low-income people who have the cash to pay
for clean water connections are limited. Clean water is a basic human need for survival. It is considered that the
Islamic banks to innovate microfinance products. Product innovation is the use of micro financing murabaha
contracts and feasibility analysis of interventions that aim to facilitate the applicant that low-income people get
clean water connections. In order for microfinance product water connection can have a wide impact, the role of government and stakeholders is required to minimize the risk.
O documento descreve o período pré-modernista da literatura brasileira, caracterizado como uma fase de transição entre os movimentos literários do final do século XIX e início do século XX. Apresenta as principais tendências, autores e obras representativas desse período, como Os Sertões de Euclides da Cunha e Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto, que começaram a retratar a realidade brasileira de forma mais crítica.
O documento apresenta um resumo sobre o Pré-Modernismo brasileiro, movimento literário que antecedeu a Semana de Arte Moderna de 1922. O Pré-Modernismo foi marcado pela ruptura com padrões literários do passado e pela denúncia da realidade brasileira, retratando regiões e tipos humanos marginalizados. Entre os principais autores deste período estão Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato e Graça Aranha.
O documento resume a literatura do pré-modernismo no Brasil entre 1902 e 1922. O pré-modernismo representou uma transição entre a tradição literária do século XIX e a modernidade, mesclando estilos antigos e novos. Abordou temas como a denúncia da realidade brasileira, o regionalismo e os tipos humanos marginalizados. Alguns autores principais foram Graça Aranha, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato, que retrataram a sociedade brasileira de forma crítica em obras como Canaã, Os Sert
O documento discute o período literário pré-modernista no Brasil entre 1910-1920. Três frases essenciais:
1) Autores como Lima Barreto, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato começaram a retratar temas sociais e a realidade brasileira, ao invés de valores estéticos do século XIX.
2) Eles usaram uma linguagem mais simples e coloquial para discutir assuntos como o sertão nordestino, a imigração e as tensões operárias.
3) No ent
O documento descreve o período Pré-Modernismo na literatura brasileira entre 1902-1922. Este período foi uma fase de transição entre os estilos literários anteriores como o Realismo e o Romantismo para a ruptura modernista. Os principais traços foram o nacionalismo temático, com obras descrevendo a realidade social e regional do Brasil, muitas vezes de forma crítica, e a inovação estilística rompendo com padrões literários anteriores.
Gilberto Freyre nasceu em 1900 no Recife. Estudou nos Estados Unidos e se tornou um pioneiro da sociologia no Brasil. Sua obra mais conhecida é Casa-Grande & Senzala, publicada em 1933, que analisa a formação social brasileira. Faleceu no Recife em 1987, deixando dezenas de livros e sendo considerado um dos intelectuais brasileiros mais importantes.
1) O documento discute o período pré-modernista da literatura brasileira entre 1910-1920.
2) Neste período, autores como Lima Barreto, Euclides da Cunha e Graça Aranha começaram a abordar assuntos do dia-a-dia brasileiro e discutir o futuro do país.
3) O documento fornece detalhes sobre a vida e obra desses e de outros autores pré-modernistas como Monteiro Lobato.
1. O documento analisa a obra literária "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, contextualizando o autor e a época.
2. Graciliano Ramos nasceu no Nordeste brasileiro no início do século XX e publicou "Vidas Secas" em 1938, retratando de forma realista a dura vida dos retirantes nordestinos.
3. A obra contribuiu para o estilo literário da época, marcado por uma abordagem social e regionalista comprometida com retratar as mazelas sociais do Brasil.
O documento descreve o movimento literário Pré-Modernismo no Brasil, caracterizado pela ruptura com padrões anteriores, denúncia da realidade brasileira e retrato de regiões e tipos humanos marginalizados. Destaca autores como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato e suas obras que representam esse período de transição literária no país.
1. O documento discute o contexto histórico e literário da obra Libertinagem de Manuel Bandeira no início do século XX no Brasil. 2. Apresenta o estilo literário modernista que rompeu com as normas acadêmicas da época através do uso da linguagem coloquial e do verso livre. 3. Fornece detalhes biográficos sobre o autor Manuel Bandeira, como sua vida e obra que refletiu sua experiência com a tuberculose.
O documento fornece um roteiro para uma aula sobre o Pré-Modernismo brasileiro, abordando o contexto histórico mundial e nacional, o contexto literário, e as vidas e obras de autores como Augusto dos Anjos, Graça Aranha, Monteiro Lobato, Euclides da Cunha e Lima Barreto.
O documento resume momentos e autores importantes da literatura brasileira, começando com poemas de Aurineide Alencar no século XX e indo até o século XVI com a carta de Pero Vaz de Caminha. Apresenta também linhas do tempo com datas e excertos de obras de José de Anchieta, Gregório de Matos, Machado de Assis e Antonio Vieira, além de contextos históricos sobre o Barroco e a importância de 1808 para a literatura brasileira.
O documento descreve o período Pré-Modernista no Brasil, caracterizado por inovações literárias e foco nos problemas reais do país na época. Apresenta os principais autores deste período como Euclides da Cunha, Graça Aranha, Lima Barreto e Monteiro Lobato, conhecido por seus livros infantis e por retratar a realidade rural brasileira.
Higor e beatriz trabalho de portugues - Movimento Literario RealismoHigor Souza Sant'Ana
1. O documento discute o Realismo brasileiro e a obra de Machado de Assis no contexto deste movimento literário.
2. Apresenta as origens e características do Realismo no Brasil, influenciado pelo determinismo e positivismo.
3. Destaca a importância de Machado de Assis como o maior escritor brasileiro, conhecido por obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marcou o início do Realismo Literário no Brasil.
O documento descreve o período Pré-Modernista da literatura brasileira entre 1902-1922. Este período foi caracterizado por obras que buscavam interpretar a realidade brasileira e posicionar-se sobre problemas socio-políticos da época, embora não tivessem o caráter revolucionário do Modernismo. Alguns dos principais autores deste período foram Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato.
O documento discute a produção literária e jornalística de Maria Archer, uma escritora portuguesa que viveu exilada no Brasil de 1955 a 1979. Ela escreveu artigos para jornais brasileiros como O Estado de São Paulo criticando o regime de Salazar em Portugal. Sua obra buscava aproximar as culturas luso-brasileira e africana, destacando as conexões históricas entre os continentes através da língua portuguesa.
O documento discute o Pré-Modernismo na literatura brasileira, caracterizando-o como um período de transição entre estéticas do século XIX e o Modernismo, que não constitui uma escola literária em si. Apresenta os principais autores pré-modernistas como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Graça Aranha e Augusta dos Anjos, destacando os temas e tipos humanos abordados em suas obras.
O documento discute a representação da vida carioca no início do século XX nos desenhos de J. Carlos. Analisa charges e cartuns produzidos por ele que retratavam elementos da sociedade, cultura e história do Rio de Janeiro na época, mostrando como esse tipo de análise pode ajudar a compreender determinado período histórico. Também resume a vida e obra de J. Carlos, considerado um dos mais importantes artistas do traço da primeira metade do século XX no Brasil.
O documento resume a vida e obra de Sérgio Buarque de Holanda, autor do clássico "Raízes do Brasil". Detalha sua biografia, educação, carreira acadêmica e principais ideias expressas em sua obra, que revolucionou a visão sobre a história e sociedade brasileira.
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Semelhante a Artigo anpuh 2013 joão carlos de freitas borges (20)
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
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O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoMateusTavares54
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1. O FAZER-SE DO ESCRITOR:
Renato Castelo Branco e sua inserção no campo literário brasileiro (1928-1938)
JOÃO CARLOS DE FREITAS BORGES1
INTRODUÇÃO
Era o ano de 1938 quando Renato Castelo Branco publicou seu primeiro livro: o ensaio
histórico-cultural A Chimica das Raças. A obra foi lançada pelas Edições Cultura Brasileira –
editora criada por Galeão Coutinho, Mário de Andrade e Sérgio Milliet nos anos 30. Apesar
de ser o primeiro livro do autor piauiense, o texto recebeu significativa crítica tanto no eixo
Rio-São Paulo como em outros Estados brasileiros. O jovem Renato, que àquele momento
tinha vinte e quatro anos de idade, começava ali uma trajetória de escrita que se estenderia até
seus oitenta anos.
Entre romances, memórias, poemas e ensaios, foram vinte e três livros publicados2
, mas
apesar do significativo volume se sua obra, seus textos são extremamente desconhecidos no
Brasil. Mesmo no Piauí, onde chegou a ocupar cadeira em três das mais importantes
academias de letras do Estado3
, os livros e a figura do próprio Renato não passam de vultos.
No entanto, a despeito do caráter um tanto quanto anônimo de sua produção, Renato
conseguiu inserção em um campo extremamente seleto, em um momento em que publicar
poemas e conseguir espaço no mundo das letras era algo almejado por muitos.
Renato não foi um dos escritores mais comentados de sua época. Seja nos anos 1930,
quando publicou seu primeiro livro, ou nos anos 1990, quando escreveu os últimos, nunca
esteve entre os membros do panteão da literatura nacional, e não é nossa intenção inseri-lo
forçadamente neste grupo. Porém, o fato de não ser tão famoso como outros de sua geração
não faz dele um escritor menos importante. Renato Castelo Branco pode não ter feito parte da
1Graduado em História pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI, Mestrando do Programa de Pós-
graduação em História do Brasil da UFPI e membro do Grupo de Pesquisa “História Social da Cultura: Imprensa
e Literatura”, vinculado ao CNPq.
2 São elas: A Chímica das Raças, de 1938; A Civilização do Couro, de 1942; Os Sertões, de 1943; Um Programa
de Política Exterior para o Brasil, de 1945; Teodoro Bicanca, de 1947; Candango, Gagarin e Blaiberg, de 1968; A
Janela do Céu, de 1969. O Piauí: a terra, o homem, o meio, de 1970; Pré-história brasileira - Fatos & Lendas, de
1971; Os Castelo Branco d'aquém e d'além-mar, de 1980. Tomei um Ita no Norte, memórias, de 1981; Rio da
liberdade (a guerra do Fidié), de 1982; A conquista dos sertões de dentro, de 1983; Senhores e escravos, de 1983;
O Planalto, de 1985; Amor e angústia, de 1986; O Anticristo, de 1987; Rio mágico, de 1987; No reino dos bichos
miúdos, de 1989; Domingos Jorge Velho e a presença paulista no Nordeste, de 1990; História da Propagando no
Brasil, de 1990; O Comunicador, de 1991, e Pátria Amada, de 1994.
3 Academia Parnaibana de Letras, Academia Piauiense de Letras e Academia de Letras do Vale do Longá.
2. 2
Academia Brasileira de Letras nem mesmo ter ganhado um Jabuti4
, mas sua trajetória de
escrita durante todo o século XX (1938-1994) faz de sua obra algo merecedor de atenção.
Os livros de Renato, além de expressarem as transformações pelas quais ele passou
enquanto homem e escritor, também nos possibilitam visualizar mudanças sociais, políticas e
culturais ocorridas no Brasil e no mundo no momento em que emergiram. Intenso crítico da
realidade em que vivia, ora pensando com o naturalismo de Euclides da Cunha e Oliveira
Viana, ora escrevendo sob a égide do engajamento de Caio Prado Júnior, Renato sempre foi
um questionador: dos costumes, do papel da ciência em nosso mundo, dos supostos benefícios
da tecnologia, das condições de exploração em que viviam os trabalhadores de seu tempo e de
outrora. Em sua trajetória Renato fez amigos, conheceu e se apaixonou por teorias,
abandonou-as, e em muitos momentos até frustrou-se, mas foi através destas idas e vindas,
destas oscilações, que ele se fez escritor. É sobre este processo que o presente trabalho
pretende lançar luz.
Para compreender as circunstâncias através das quais Renato se tornou um homem de
letras, seremos auxiliados pela noção de campo literário, tal qual é desenvolvida por Pierre
Bourdieu. O “campo”, para Bourdieu, seria qualquer área de atuação do homem na sociedade
que seja regida por relações de poder. Logo, o campo literário seria aquele no qual atuam as
pessoas que produzem e consomem literatura, as que viabilizam a sua existência e as que
analisam o que é produzido (DANTAS, 1999). O campo é formado por seus valores, e pelas
regras estabelecidas pelos seus agentes. Segundo o próprio Bourdieu, ele é
uma rede ou uma configuração de relações objetivas entre posições. Estas posições
são definidas objetivamente em sua existência e nas determinações que elas impõem
a seus ocupantes, agentes ou instituições, por sua situação (situs) atual e potencial
na estrutura da distribuição das diferentes espécies de poder (ou de capital) cuja
posse determina o acesso aos benefícios específicos que estão em jogo no campo.
(BOURDIEU, 1992: 60).
A partir desta noção mais ampla de “campo”, Bourdieu discorre sobre como isto
acontece na literatura. Para ele, o campo literário
é o lugar de lutas entre detentores de poderes (ou de espécies de capital) diferentes
que, como as lutas simbólicas entre os artistas e os ‘burgueses’ do século XIX, têm
por aposta a transformação ou a conservação do valor relativo das diferentes
espécies de capital que determina, ele próprio, a cada momento, as forças
suscetíveis de ser lançadas nessas lutas. (BOURDIEU, 2005: 244).
4 O Prêmio Jabuti é o mais importante prêmio literário do Brasil. Lançado em 1959, foi idealizado por Edgard
Cavalheiro quando presidia a Câmara Brasileira do Livro.
3. 3
Levando em consideração o apontado, com as suas teorizações, Bourdieu joga por terra
qualquer análise ingênua da literatura. Ao contrário de outros críticos que se detêm apenas a
analisar as obras em si, Bourdieu, com a noção de campo literário, aponta para os jogos de
poder e as relações de força que atravessam desde o processo de concepção da obra (escolha
da forma, do tema, perfis dos personagens, enredo, etc.), passando pela sua produção
(processos de editoração e censura), até seu consumo (acesso ao livro, tiragem, distribuição,
etc.). Considerando este conceito, nos deteremos a compreender as relações de poder que
possibilitaram a entrada de Renato Castelo Branco no campo literário brasileiro. Analisaremos
desde sua formação e suas influências, até as relações que estabeleceu com a crítica até o
período de publicação de sua primeira obra, em 1938.
Além de Bourdieu, na intenção de perscrutar os caminhos através dos quais Renato se
fez um homem de Letras, utilizaremos a noção de “tribo”, tal qual é desenvolvida por
Dominique Maingueneau, em total consonância com as teorizações de Bourdieu. Para
Maingueneau, a tribo seria uma espécie de grupo que constitui o campo literário, e que
legitima a inserção dos sujeitos nele. Assim, daremos a ver no trabalho, que filiações teóricas
e estilistas Renato adotou, e que espaços teve que ocupar para se inserir no campo literário
brasileiro. Para compreender tal processo, comecemos pela juventude do autor no Piauí.
A HERANÇA DE TIO JOSÉ
Renato chegou ao Rio de Janeiro no ano de 1933. Havia acabado de concluir o ensino
secundário, e era um dos quase trezentos estudantes de Direito que comporiam em 1937 a
primeira turma formada pela Universidade do Brasil. Em Parnaíba, cidade do litoral piauiense
onde nasceu e fez seus primeiros estudos, Renato era conhecido pelo destaque que sempre
teve enquanto estudante do Ginásio Parnaibano5
. Seus pais pertenciam a duas tradicionais
famílias piauienses – os Castelo Branco e os Pires6
– que sempre estiveram imersas nas rodas
sociais da cidade. Seu pai era respeitado comerciante, e foi inclusive membro da primeira
5 Colégio fundado em Parnaíba no ano de 1928.
6 Escritor e publicitário, Renato Pires Castelo Branco nasceu em Parnaíba, litoral do Piauí, em 1914. Filho de
Francisco Ferreira Castelo Branco e Orminda Pires de Lima Rebelo, Renato é fruto da união de duas famílias
tradicionais e influentes do Piauí daquele período: os Castelo Branco e os Pires. Fez curso primário no Instituto
Viveiros, em São Luís - MA; o Secundário no Ginásio Parnaibano, em Parnaíba – PI, e formou-se em Direito
pela Universidade do Brasil, em 1937. Durante toda sua vida dedicou-se à escrita literária, mas especificamente
entre as décadas de 1930 e 1960 dividiu seu tempo entre a literatura e a publicidade. A propósito, Renato Castelo
Branco é considerado por muitos, um dos pais da publicidade brasileira, estando envolvido na fundação da
Escola Superior de Propaganda e Marketing do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo – ESPM, e de
importantes órgãos ligados à categoria, como a Associação Brasileira de Propaganda – ABAP – e o Conselho
Nacional de Propaganda (CNP).
4. 4
diretoria da Associação Comercial de Parnaíba (ACP) – órgão que realizou significativas
mudanças na cidade durante a primeira metade do século XX7
. No entanto, o pai de Renato
enfrentou um severo processo de empobrecimento durante toda a década de 1920, período em
que passou de dono de empresa de importação e exportação, a simples guarda-livros da Casa
Inglesa8
.
Este período da vida de Renato foi muito marcante para ele por vários motivos.
Primeiro, pela oscilação nas economias da família que fizeram com que ele se sentisse cada
vez mais pressionado a assumir responsabilidades em casa; segundo, porque foi neste período
que começou a fazer suas primeiras incursões literárias. Em suas memórias, Renato relembra
uma carta que Celso Nunes – ex-gerente da Casa Inglesa – remeteu de volta a ele, e que ele
havia enviado a Celso em 1928, pedindo a ele emprego. Segundo Renato,
[...] ao reler esta carta, em seu pobre francês de principiante, não pude deixar de
sentir a presença de uma nota pungente. Vejo um menino de quatorze anos de idade,
perdido na pobreza e na esterilidade do Piauí daqueles dias distantes, inseguro
quanto ao futuro, erguendo uma ingênua bandeira de luta e procurando conquistar
um lugar ao sol. [...] Lembro-me ainda quando eu, jovem ginasiano, ante as
dificuldades financeiras da família, resolvi ganhar um pouco, para ajudá-lo.
Consegui um lugar de professor no curso primário do Instituto Propedêutico, e obtive
alguns alunos particulares [...]. No fim do primeiro mês, quando recebi meus
honorários, levei-os para meu pai, à maneira nordestina. Comovido, ele recusou
receber minha ajuda, não por orgulho, mas por bondade. E, ao me afastar dele,
percebi que chorava. (CASTELO BRANCO, 1982: 32-33).
Como demonstra a citação, Renato sofreu bastante com o empobrecimento de seu pai.
Talvez essa vontade de ajudá-lo, de mudar a realidade da família, tenha sido uma das
principais motivações para que ele deixasse o Piauí e fosse tentar a vida no Rio de Janeiro.
Mas, apesar dos percalços causados pelo empobrecimento de sua família, Renato também
lembra com muita felicidade de vários momentos de sua juventude no Piauí. De todos, o mais
notável foi a relação com seu tio materno José Pires de Lima Rebelo, que foi, segundo ele, sua
primeira grande influência intelectual.
Lima Rebelo – que para Renato era “tio José” – era advogado e professor do Ginásio
Parnaibano. Segundo Renato, seu tio teria sido uma grande influência não só para ele, mas
para toda uma geração de parnaibanos. Um homem apaixonado pelo Direito, mas um amante
da história, da geografia e da literatura. Em uma cidade como a Parnaíba dos anos 1920, onde
possuir livros era algo que só era possível para poucos, Renato era privilegiado pelo acesso à
7 Sobre a Associação Comercial de Parnaíba ver: LOPES, A. P. C. Crescendo como São Cristóvão: a elite
agroexportadora de Parnaíba e o lugar da educação no desenvolvimento do Piauí. In: Simpósio Nacional de
História, 23, 2005, Londrina. ANAIS... Londrina: UEL, 2005. Disponível em: http://anpuh.org/anais/wp-
content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S23.0134.pdf.
8 Importante casa comercial da cidade.
5. 5
biblioteca de seu tio. Do positivismo, Haeckel e Comte; da França, Flaubert, Maupassant e
Victor Hugo; da Inglaterra, Wilde, Byron e Shaw; e do Brasil, José de Alencar, Raul Pompéia,
Aluízio de Azevedo e Machado de Assis. A vasta biblioteca que ocupava vários cômodos da
casa de Lima Rebelo era como um paraíso escondido para o pequeno Renato, que anos mais
tarde assumiria que ao conhecê-la,
Finalmente descobri os autores que revolucionaram meus pensamentos e minhas
convicções e me deram explicações racionais para minhas dúvidas: Darwin e
Haeckel, sobre as origens do homem e a evolução da espécie; Kant e Laplace sobre
as origens do universo; Augusto Comte sobre a evolução da sociedade. (CASTELO
BRANCO, 1981: 43-44)
Como aponta Renato, foi na biblioteca de seu tio que ele conseguiu construir suas
primeiras noções “racionais” sobre o mundo que o rodeava. Foi lá também que começou a ter
contato com a literatura nacional e a produzir seus primeiros textos, que àquele momento
eram publicados no jornal O Ateneu, órgão do Ginásio Parnaibano. Portanto, se não podemos
colocar a figura de Lima Rebelo como uma influência literária para Renato, é importante
considerarmos que foi ele quem incentivou e possibilitou seu acesso ao mundo das letras,
apresentando ao sobrinho através de sua biblioteca aquilo que era mais lido no Brasil das duas
primeiras décadas do século XX.
Se por um lado Lima Rebelo não representou uma grande influência enquanto escritor,
sua postura e seu papel intelectual serviram de parâmetro para a formação do sobrinho, que
mesmo depois de partir para o Rio de Janeiro sempre consultava o tio sobre decisões a serem
tomadas e sobre a qualidade dos textos que produzia.
O RIO DE JANEIRO E O MUNDO DAS LETRAS
Renato chegou à Capital Federal em janeiro de 1933. Havia passado nos testes para
ingresso no curso de Direito da Universidade do Brasil, mas as motivações que o levaram ao
Rio de Janeiro são elementos que devem ser por nós questionados. Apesar de ter estudado
Direito por cinco anos e ter se formado na área, vislumbramos outras explicações para sua
partida.
A princípio, acreditamos que esta viagem não aconteceu apenas por conta do Direito.
Primeiro, porque desde 1931 já estava instalada a Faculdade de Direito do Piauí, que
funcionava em Teresina, e que poderia ser muito mais viável para ele por conta da influência
6. 6
política de seus parentes9
na capital do Estado; segundo, porque mesmo que ele não quisesse
estudar em Teresina, no nordeste haveria inúmeras outras opções, como a Faculdade de
Direito do Ceará. e a tradicional Faculdade de Direito do Recife. Levando em consideração os
pontos citados, embora consideremos que Renato precisava do curso para amenizar os
problemas econômicos de sua família, ele tinha uma motivação muito maior para estar indo
ao Rio de Janeiro: a vontade de adentrar o mundo das letras. Como ele assumiu
posteriormente,
Meu sonho era o sucesso literário. Meus paradigmas eram Olegário Mariano,
Adelmar Tavares, Humberto de Campos, que para mim ainda não acontecera a
Semana de Arte de 22. Meu grande objetivo, distante, inatingível, era a Academia
Brasileira de Letras. (CASTELO BRANCO, 1981: 101)
Como deixa claro em sua fala, apesar de ter como foco sua inserção no mundo das
letras, Renato via com certo temor o percurso que precisaria traçar para alcançar seu objetivo.
Talvez por isso ele tenha achado conveniente estudar Direito no Rio. Afinal, adentrar o tão
sonhado mundo das letras era algo que passava necessariamente por uma certa estadia nos
bancos da universidade. Mas não poderia ser qualquer universidade. Teria que ser uma
universidade no Rio de Janeiro. Sobre o assunto, Teresinha Queiroz coloca que o mundo do
Direito estava estritamente relacionado ao mundo das letras. Mas o sucesso literário tinha
como condição principal a passagem do escritor pelo Rio de Janeiro. Publicar na Capital,
receber críticas de lá, eram motivos para a projeção dos literatos locais (QUEIROZ, 2011:
446). Por esse motivo, tomar um Ita10
no norte, como fez Renato, era o caminho a ser seguido
por qualquer aspirante a escritor que objetivasse lograr sucesso em sua empreitada. Como
afirma Teresinha Queiroz,
Santo de casa, e, sobretudo, em casa, não faz milagres. Da mesma maneira, escritor
de casa, nem em casa, ganha fama. Nunca essa forma de pensar foi tão aceita e
valorizada como pelos literatos nas primeiras décadas do século XX. O sucesso, a
fama, os mecanismos de projeção pessoal, são vistos como fora da alçada dos
literatos locais. Há que se fazer um deslocamento espacial, pois a consecução da
fama não ocorre nesse meio, esse processo ocorre fora e esse fora é um lugar
determinado, é o Rio de Janeiro. [...] A crítica feita no Estado não era suficiente
para elevar a obra e lhe atribuir valor, mesmo no universo local, de lhe reconhecer
qualidades intrínsecas. Dessa maneira, as críticas gestadas fora do Estado,
especialmente no Rio de Janeiro, tornam-se o referencial básico da importância da
obra, do seu merecimento e, portanto, do merecimento de seu autor. A quase
impossibilidade de acesso a esse mundo distante e fechado, portanto mitificado (e
mistificado) contribui fortemente não só para o desejo de aproximação física, via
9 Os Pires Ferreira eram uma família extremamente influente na política piauiense da primeira metade do século
XX. Para isso, basta pensarmos em nomes como os do Marechal Pires Ferreira, ou de Joaquim Pires Ferreira.
10 Nesta passagem faço alusão ao nome de um navio do Lloyd brasileiro no qual Renato embarcou, e que
comporia o título de suas memórias, publicadas em 1981.
7. 7
estabelecimento no Rio de Janeiro, como também para a remessa das obras locais
para os autores famosos, como Rui, Bilac e Taunay. (2011: 181-185).
Durante as três primeiras décadas do século XX inúmeros literatos (ou aspirantes a
literatos) piauienses se estabeleceram no Rio, como foram os casos de Cristino Castelo
Branco, Luís Mendes Ribeiro Gonçalves, Bugyja Britto, Berilo Neves, Martins Napoleão,
Odilo Costa Filho, Leão Padilha, Leopoldo Cunha e o próprio Renato Castelo Branco. A
projeção do escritor após sua inserção no seleto meio literário carioca da qual fala Queiroz, no
caso de Renato, é ratificada pela significativa quantidade de textos publicados no Piauí por ele
e sobre ele, pouco tempo depois de sua mudança para o Rio. Só no Almanaque da Parnaíba11
,
entre os anos de 1932 (quando Renato estava de partida para o Rio) e 1952 (quanto já havia
publicado cinco obras) foram treze artigos publicados por ele e um sobre ele. Para além deste
anuário também encontramos publicações de/sobre Renato na Revista Panorama Estudantil
(1939) e no Livro do Centenário de Parnaíba (1944), sem falarmos que, no ano de 1942,
Renato publicou um livro totalmente financiado pelo Governo do Estado do Piauí.
Sair de uma cidade do interior do Piauí e depois de pouco tempo conseguir
reconhecimento enquanto escritor é algo bastante difícil se pensarmos nas condições em que
Renato viveu no Rio, bem como se tentarmos visualizar o campo literário brasileiro daqueles
meados da década de 1930. Segundo Alfredo Bosi (2006), a crítica, a poesia e a ficção foram
totalmente renovadas pelo Movimento Modernista de 1922. No entanto, depois de 1930, a
cultura brasileira já respirava outros ares. De Manuel Bandeira e os irmãos Andrade,
passamos a Graciliano Ramos e José Lins do Rêgo. Muitas mudanças no campo cultural
ocorreram a partir das mudanças políticas e econômicas advindas “Revolução de 30”. No
entanto, a compreensão das estruturas e do campo de possibilidades encontrados por Renato
parra se inserir no campo literário exige de nós análise mais aprofundada.
Segundo Dantas (1999), o mercado editorial brasileiro que durante todo o século XIX
esteve praticamente restrito à cidade do Rio de Janeiro, a partir das transformações
econômicas, sociais e políticas ocorridas nas três primeiras décadas do século XX, passa a ter
em São Paulo um novo e promissor campo de atuação. Ainda segundo Dantas, “é notável o
processo de profissionalização, diversificação e fortalecimento pelo qual passou o mercado
editorial no Brasil e, consequentemente, o campo literário, desde o início do século XX”.
(DANTAS, 1999: 29) Especialmente a década de 1930 foi marcante neste processo.
Enfatizando este cenário de mudanças, Sérgio Miceli afirma que
11 Atualmente, o mais antigo anuário ainda em circulação no Brasil, fundado em Parnaíba-PI no ano de 1924.
8. 8
o surto editorial da década de 1930 é marcado pelo estabelecimento de inúmeras
editoras, por fusões e outros processos de incorporação que ocorrem no mercado
editorial e, ainda, por um conjunto significativo de transformações que acabaram
afetando a própria definição do trabalho intelectual: aquisição de rotativas para
impressão, diversificação dos investimentos e programas editoriais, recrutamento
de especialistas para os diferentes encargos de produção e acabamento, inovações
mercadológicas nas estratégias de venda (...), mudanças na função gráfica dos
livros, com o intuito de ajustar o acabamento das edições às diferentes camadas do
público, e, sobretudo, empenho das principais editoras em verticalizar o processo
produtivo e diversificar suas atividades a cargo das diversas seções de que se
compõe o departamento editorial. (2001: 148-149).
Os “novos processos de incorporação” citados por Miceli fizeram com que o sucesso
literário passasse a depender não somente do editor. As formas de inserção no campo
passavam por outras relações e dependiam de outros agentes. Resenhas de obras em jornais,
visibilidade na mídia, comentários de escritores consagrados, são exemplos de novos
mecanismos usados por candidatos a novos talentos para terem acesso ao mercado e ao
público. Foram, grosso modo, estas as condições encontradas por Renato Castelo Branco
quando de sua chegada ao Rio de Janeiro em 1933.
A FORMAÇÃO DO ECRITOR
“O Rio era ainda uma cidade do século XIX”. Foi essa a primeira impressão que
Renato guardou da cidade maravilhosa nos idos de 1933. Segundo a descrição que faz, ainda
prevalecia na cidade um aspecto antigo, com seus prédios em art-nouveau, seus palacetes em
arquitetura francesa, inglesa ou italiana. Mas o espaço ocupado por Renato na crescente selva
de pedra carioca não eram os bangalôs existentes na Avenida Beira-mar. Ele morava em uma
pensão de estudantes no Catete, bairro que fica na Zona Sul do Rio, e que era na época uma
espécie de caminho para Botafogo. Renato morava na pensão de D. Aduzinda Moreira junto
com seu irmão mais velho Hiran, e seu primo José Fortes Castelo Branco. A casa que
hospedava estudantes, jornalistas e viajantes ficava localizada à Rua Buarque de Macedo, nº
52.
A vida de estudante no Rio de Janeiro não era das melhores. Renato precisava de
emprego para se manter e essa era uma missão difícil de se cumprir no Rio daquela época.
Mas embora tolhido pelas condições em que vivia, o jovem piauiense não esquecia aquilo que
almejava. Na faculdade esteve ao lado de nomes que futuramente estariam à frente de
tribunais, de ministérios e de grandes empresas. Emil Farhat, Alzira Vargas – filha do então
Presidente Getúlio Vargas –, Hélio Beltrão, Hélio Cabal, João Calmon, Evaristo de Morais
Filho, foram alguns de seus colegas. O ambiente universitário que àquela época era aquecido
9. 9
pelas imposições do Governo de Getúlio Vargas foi o espaço utilizado por Renato para sua
projeção no mundo das letras. A academia, lugar legitimador da intelectualidade brasileira,
serviu inicialmente como mola propulsora para que tivesse acesso àquilo que Miceli chamou
de “novos processos de incorporação” do mercado editorial brasileiro.
Entre junho de 1933 e julho de 1938 foram inúmeras aparições na imprensa carioca
destacando ações de Renato na poesia ou na oratória. A primeira delas foi um poema chamado
Impulso publicado no jornal Diário de Notícias de 16 de junho de 1933 (CASTELO
BRANCO, 1933: 18). Nesta publicação não existe nenhuma informação adicional sobre
Renato, nem sequer uma referência, mas posteriormente, praticamente todas as notícias que
veicularam seu nome estiveram associadas a atividades desenvolvidas junto à Faculdade de
Direito.
Seguindo os rastros deixados pelo autor nas páginas dos jornais cariocas, nos deparamos
com notícias envolvendo seu nome em um torneio de oratória realizado na faculdade
(SEMANA..., 1933: 9; TORNEIO..., 1933: 2; SEMANA..., 1933: 9; SEMANA..., 1933: 13;
O PAIZ..., 1933: 4); nas homenagens ao aniversário de morte de Aluízio de Azevedo
(HOMENAGEM, 1934: 7; HOMENAGEM, 1934: 20); na fundação da Academia de Letras
da Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro (RESULTADO..., 1933:2;
ACADEMIA..., 1933, 8); e no lançamento de seu primeiro livro (A CHIMICA, 1938: 11; A
CHIMICA, 1938: 2).
A divulgação dos trabalhos de Renato através de sua atuação na Academia de Letras da
Faculdade de Direito e dos jornais, representaram os primeiros passos dados no seu processo
de inserção no campo literário. Tais trabalhos possibilitaram a ele o acesso às rodas literárias
cariocas que lhe proporcionaram visibilidade perante os críticos e editores da época. O
primeiro livro escrito por Renato se chamou Armazém 15, e fora concluído ainda em 1934. A
obra que falava dos desafios da vida de estudante no Rio de Janeiro acabou não sendo
publicada por conta das ferrenhas críticas que seu tio Lima Rebelo fez a ela. No entanto,
mesmo sem um livro publicado, a ligação entre o nome de Renato e os eventos literários da
academia fez com que logo após esse período (1933-1934) ele estabelecesse seus primeiros
contatos com as rodas literárias.
Renato diz não lembrar exatamente quem intermediou seu contato com os grupos de
escritores, mas lembra com muita felicidade os momentos em que viveu imerso naquela
realidade. Os poetas e aspirantes a poetas seguiam uma espécie de ritual que tinha como
espaço de execução as ruas e os estabelecimentos de lazer do Rio. A jornada do grupo do qual
Renato fazia parte começava sempre no Museu de Belas Artes, na Avenida Rio Branco. O
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lugar era um ponto de encontro para a intelligentsia e para os boêmios que dali se
dispersavam para os bares, dancings, e restaurantes da Lapa.
A roda da qual Renato fazia parte era presidida por Joaquim Ribeiro, filho do
historiador e polígrafo sergipano João Ribeiro. Ao seu lado estavam inúmeras figuras que
posteriormente ocupariam lugares importantes na literatura, na academia e na política
nacionais, como: Edmundo Moniz, Amadeu Amaral Jr., J. G. de Araújo Jorge, Petrarca
Maranhão, Donatelo Grieco, Odilo Costa Filho, Francisco de Assis Barbosa, Rosário Fusco,
Pedro Calheiro Bomfim, Guilherme Figueiredo, entre outros. Segundo Renato, a roda se
dividia sempre em dois grupos hierárquicos: os publicados e os inéditos. Além deles existia
um subgrupo que era composto por membros de ambos os grupos citados, que era o dos
júniors, formado por filhos de intelectuais de renome, como eram os casos do próprio
Joaquim Ribeiro (filho de João Ribeiro), de Amadeu Amaral Jr., e de Donatelo (filho do
consagrado Agripino Grieco).
Joaquim Ribeiro teve importância basilar na projeção de Renato enquanto escritor.
Como líder que era uma espécie de guru, como coloca Renato, Joaquim Ribeiro usou o
espaço de uma palestra proferida na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro para apresentar à
sociedade o “novo escritor”. Nas palavras de Ribeiro,
Todos nós nascemos para contemplar a belleza, o que é, na verdade, uma finalidade
sutil, deliciosa e superior. O verdadeiro sábio é justamente o homem que sabe ver
aquilo que os outros não veem. A intuição é sempre uma percepção artística e
instintiva das coisas, dos homens e das multidões, que nos cercam. Nenhuma outra
vaidade tenho se não a de ser homem de boa intuição. Justamente por isso eu às
vezes passo por adivinhador de verdades, porque amo a hipótese e a conjectura,
que são maneiras de fugir a asserções categóricas. Até hoje não tenho tido a prova
de meus erros, e essa imunidade me coloca a cavaleiro de receios infundados. Assim
é que não receio anunciar que se encontra, entre nós, homens da cidade, um grande
poeta: Renato Castello Branco. Ninguém sabe quem ele é, porque é moço ainda e
ainda não publicou os seus poemas. É um gênio velado pelo ineditismo, mas é
indiscutivelmente um gênio. [...] O sentido social de sua poesia não deriva de uma
"pose" moderna, vem, ao contrário, espontaneamente, das profundezas do ser como
uma revelação atávica inesperada. A poesia de Renato Catello Branco é uma
síntese do esteio coletivo e, justamente, em virtude dessa significação revela,
através de todas as imperfeições, um temperamento genial.
(JULGAMENTO...,1935).
Receber um comentário como este era algo muito importante para Renato,
principalmente se considerarmos o lugar ocupado por Joaquim Ribeiro na política editorial
carioca da época. Uma publicação como esta poderia abrir portas para novos trabalhos ou
mesmo para a tão sonhada publicação de um livro. Mas seu sonho só se materializaria em
1938. Até lá, Renato passou por um processo de amadurecimento intelectual no interior do
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grupo liderado por Joaquim Ribeiro, que foi o que de certa forma deu substância à sua
formação e possibilitou sua projeção.
Seguindo a hierarquia do grupo, depois de Joaquim Ribeiro vinham os publicados, que
eram recobertos de confiança pelos inéditos. O membro que já havia publicado um livro tinha
a autoridade de fazer críticas e até mesmo de descredenciar os trabalhos de um escritor
inédito. A publicação de uma obra era como uma passagem para um status mais confortável
perante os pares e funcionava, portanto, como um mecanismo de distinção dentro do grupo.
Os inéditos, que por sua vez tinham como foco a publicação, se colocavam sempre a ouvir as
recomendações dos “mais experientes”.
Tais relações de poder se inscrevem em função do capital simbólico atribuído ao
homem de letras naqueles espaços. Vendo no publicado além de um escritor mais experiente
uma ponte para o mercado editorial, o inédito deixava sob seu crivo seus textos. As relações
de poder que se inscrevem em espaços como a roda literária são características da formação
daquilo que Dominique Maingueneau chamou de tribo. Aliás, não só tais relações, mas além
delas e principalmente, a formação de vínculos afetivos entre escritores faz parte do processo
de legitimação do grupo, e possibilita a inserção daqueles no campo literário.
Embora “a existência da tribo não implique necessariamente a frequência assídua aos
mesmos lugares” (MAINGUENEAU, 2001: 31), os literatos construíam uma espécie de
itinerário intelectual pela cidade do Rio. No caso do grupo frequentado por Renato, a noite
começava no Museu de Belas Artes e de lá iam todos ao Amarelinho, famoso bar da
Cinelândia.
A região era como um templo a céu aberto para aqueles jovens homens que almejavam
um lugar ao sol no disputado mundo das letras. O Amarelinho fica ao lado do Teatro
Municipal, da Biblioteca Nacional, da Academia Brasileira de Letras e do Museu de Belas
Artes. Lá eles discutiam literatura, apresentavam seus textos e poemas uns aos outros,
tomavam café ou chopp, que era a preferência dos mais endinheirados. De lá a noite se
prolongava pela Lapa. Renato descreve da seguinte forma o seu percurso:
Íamos a pé, pela Cinelândia, seguíamos a Rua do Passeio, onde os cinemas
iluminados fulguravam, ostentando os cartazes dos astros de Hollywood,
contrastando sua aparência de mini Times Square com o velho parque dos vice-reis
e de Mestre Valentin, que se alongava em frente, em suave penumbra. Em seguida
era a Lapa. Era uma transição chocante, o encontro desses dois mundos, lado a
lado, a moderna Cinelândia, ponto de encontro das famílias e das donzelas, e a
histórica Lapa boêmia, com seus velhos 'prédios escurecidos, seu trottoir, suas
cocotes, suas mulatas, suas dançarinas, seus marujos e estudantes ruidosos.
(CASTELO BRANCO, 1981: 141-142)
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A descrição de Renato dá a ver a relação ambígua que os homens de letras estabeleciam
com a cidade. Se por um lado a aparição em locais elitizados, onde pudessem estar ao alcance
dos olhos de uma elite, era algo necessário para a projeção do futuro literato, de outro,
povoava o imaginário destes homens a ideia de que o mundo das letras estava intrinsecamente
ligado à boemia e consequentemente a espaços mais marginais da cidade. Lapa e Cinelândia,
cafés e cabarés, donzelas e raparigas, eram imagens que, apesar de antagônicas, corroboravam
para a legitimação daqueles jovens escritores. Afinal, como sugere Maingueneau, não basta
escrever bem para se tornar um escritor; é preciso partilhar dos símbolos e dos rituais que
legitimam a prática literária e que se coadunam no espaço da tribo.
Da tribo de Renato faziam parte todos aqueles autores cuja prática de escrita, estilo ou
modo de vida legitimavam sua inserção enquanto homem de letras. Depois de alguns anos de
faculdade, Renato foi trocando os positivistas pelos marxistas e se deixando influenciar por
outras teorias que escapavam ao naturalismo-determinismo de Darwin e Haeckel. Em 1935,
as referências de Renato já eram outras: a filosofia de Nietzsche, a psicanálise de Freud e o
materialismo dialético de Marx. Nas artes, seu grupo discutia os verdadeiros sentidos da
Semana de 1922, ouvia as músicas de Villa Lobos e comentava as novidades produzidas por
Jorge Amado, Graciliano Ramos, Zé Américo de Almeida e Raquel de Queiroz, que
produziam o chamado “Romance Regionalista de 30”. Mal sabia o jovem Renato que ao
lançar primeiro romance, em 1947, seria enquadrado pela crítica no mesmo grupo de seus
ídolos regionalistas. De todos do grupo, o único que Renato conheceu pessoalmente foi Jorge
Amado, que foi seu contemporâneo da Faculdade de Direito, e com quem vez ou outra
trocava correspondência. Mesmo assim, desenvolvia enorme simpatia pela escrita de todo o
grupo, de forma que a influência de seus membros pode ser claramente percebida no já citado
romance de 1947 (CASTELO BRANCO, 1947).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por mais que a vida de estudante no Rio de Janeiro fosse difícil, me parece que a
vontade de Renato de conseguir espaço no mundo das letras era algo que fazia com que ele se
mantivesse sempre de pé. Em 1935 quando arrumou seu primeiro emprego, a literatura não
foi deixada de lado. Renato sempre procurou juntar as suas necessidades materiais às
necessidades intelectuais e por isso não deixava de escrever poemas e textos. Sem dúvida
alguma foi também por conta desta “sede” por fama, dessa vontade de projeção, que Renato
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conseguiu rapidamente espaço na publicidade. Afinal, foi através de um poema que conseguiu
seu primeiro emprego em uma agência.
Após a publicação de seu primeiro livro, em 1938, a figura de Renato já aparecia
acompanhada do “Dr” que àquela época era como uma condição para se tornar homem de
letras. A Chimica das Raças conseguiu comentários positivos de grandes nomes da crítica
literária nacional, como Fernando Callage e Lemos de Brito, e, como já colocamos, foi a
primeira de vinte e três obras publicadas pelo autor em sua carreira.
No Piauí, muito mais do que a simples assinatura, acompanhando os textos de Renato
apareciam notas completas de “honra ao mérito”, que felicitavam o “nobre conterrâneo”.
Neste primeiro momento da formação de Renato, elencamos dois fatores primordiais para que
ele conseguisse o espaço desejado no tão competitivo cenário carioca: primeiro, a sua entrada
na Faculdade de Direito – que possibilitou a ele tomar visibilidade como jovem escritor; e
segundo, o amadurecimento obtido através do convívio nas rodas literárias cariocas – onde
Renato ampliou a visibilidade conseguida através dos eventos da Faculdade, e onde conseguiu
se enquadrar em uma tribo, viabilizando sua inserção no campo literário brasileiro.
É evidente que no decorrer de sua vida de escritor, inúmeros outros mecanismos foram
utilizados para sua projeção. Até mesmo pelo fato de Renato, enquanto sujeito, ter passado
por incontáveis mudanças – de ponto de vista, de status social – que refletiram totalmente nos
conteúdos de suas obras. Há que se investigar ainda, por exemplo, de que forma o lugar
ocupado por Renato na publicidade brasileira proporcionou a ele projeção enquanto homem
de letras; Outra questão pungente diz respeito às relações que Renato estabelecia com a crítica
a partir da remessa de suas obras.
Enfim, por mais que tentássemos enquadrar Renato em um modelo enxuto, como se
crêssemos na ilusão biográfica apontada por Bourdieu em seu famoso texto (BOURDIEU,
2006), seria impossível atribuir a ele um conjunto fechado de características estilísticas que
atravessaram toda sua produção. Mas se tivéssemos que apontar um tema mais presente nos
oitenta anos durante os quais escreveu romances, poemas e ensaios, este tema seria o Piauí e o
povo piauiense. De seus vinte e três livros, pelo menos onze falam diretamente de seu Estado
Natal. Envolvido nos problemas sociais de seu tempo, passando dificuldades no Rio, ou como
um dos mais bem sucedidos publicitários brasileiros, Renato sempre falou do Piauí e de sua
gente. O que o motivava? Por que mesmo depois de construir uma vida estável no eixo Rio-
São Paulo, Renato nunca deixou de falar do seu Estado? Estas são questões para uma outra
história...
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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