O documento discute a necessidade do arrependimento e da fé para a salvação segundo a Bíblia. Define arrependimento como uma mudança profunda de pensamentos e atitudes após reconhecer o pecado, enquanto a fé é a confiança plena na revelação de Deus. Ambos são dons de Deus resultantes da regeneração pelo Espírito Santo, e são condições inseparáveis para a salvação.
2. A Bíblia fala sobre a necessidade do
arrependimento e fé para a salvação.
A verdadeira fé, isto é, a fé
salvadora, sempre estará
acompanhada do arrependimento.
Ambos são dons de Deus, e
resultam da regeneração operada
pelo Espírito Santo no pecador.
4. Tanto a palavra “arrependimento” quanto a
palavra “fé” são usadas de forma muito ampla. Elas
podem ter diferentes significados para diferentes
pessoas. As pessoas se declaram crentes em muitas
coisas, assim como também se declaram arrependidas
de diferentes formas. No caso do arrependimento, por
exemplo, muitas vezes ele é confundido com outros
sentimentos, como o remorso.
Segundo a Bíblia, o verdadeiro arrependimento
para a salvação consiste numa mudança profunda de
pensamentos, afeições, convicções, compromissos e
atitudes. O pecador não apenas reprova seu pecado,
mas também sente um grande pesar por ele.
Já a fé verdadeira é aquela que consiste em uma
compreensão, aceitação e confiança plena na
revelação de Deus nas Escrituras como verdades
eternas. Através da fé verdadeira, o pecador confia
exclusivamente em Cristo para a sua salvação.
6. DEFINIÇÃO TEOLÓGICA
Desse modo, podemos apresentar um bom
conceito para arrependimento, que envolva tanto
uma mudança de mente, quanto uma “virada” ou
um “giro” de volta para Deus, nas palavras do
teólogo pentecostal Myer Pearlman:
“Arrependimento é uma santa tristeza pelo
pecado, seguida de abandono deste. É uma total
reviravolta feita pela pessoa que descobriu estar
andando pelo caminho errado. É um ato da
vontade mediante o qual a pessoa, sob
convicção, altera totalmente sua atitude para
com Deus e com o pecado”.
7. DEFINIÇÃO EXEGÉTICA
Segundo o Dicionário Vine (1), o termo
arrependimento no texto grego é “metanoia”
(meta – “depois”, implicando mudança” e noeõ –
“perceber”, cognato de nous – “mente, o lugar
da reflexão moral”). A palavra, quase sempre
com significado teológico, fala de uma “reflexão
tardia, mudança de mente, arrependimento”. O
Dicionário de Teologia Bíblica (2) acrescenta que
metanoia (ou a palavra cognata metaoeô)
“expressam a completa reorientação da pessoa,
embora um verbo que signifique ‘virar’
(epistrephô) também seja usado”.
8. DEFINIÇÃO EXEGÉTICA
FÉ é uma palavra que significa "confiança",
"crença", "credibilidade". A fé é um
sentimento de total de crença em algo ou
alguém, ainda que não haja nenhum tipo de
evidência que comprove a veracidade da
proposição em causa.
De acordo com a etimologia, a PALAVRA FÉ
tem origem no Grego "pistia" que indica a
noção de acreditar e no Latim "fides", que
remete para uma atitude de fidelidade.
10. O Espírito Santo opera o
arrependimento na conversão do ser
humano (Jo 16.8). Somente Ele pode
conhecer e esquadrinhar
profundamente o coração do homem, e
os que estão abertos ao seu mover
podem perceber as situações que
precisam de confissão sincera diante de
Deus. Outrossim, a purificação do
pecado por meio do arrependimento é
uma condição que precede o batismo
no Espírito Santo (At 2.37-39).
12. É uma atitude do intelecto e do coração
para com Deus em que o homem abandona a
vida de pecado para confiar exclusivamente na
obra salvadora de Cristo na cruz (At 16.30,31; Gl
2.16). Logo, a fé salvífica não consiste somente
em crer em algumas coisas, mas confiar na
pessoa de Cristo (Jo 3.18). Ela é um dom de Deus
(Ef 2.8), cujo autor é Cristo (Hb 12.2) e que se
origina do ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17),
algo imprescindível para se obter a salvação (Jo
5.24). Embora um dom de Deus, a fé precisa ser
exercida pelo crente para confirmar a sua
salvação.
14. A salvação é pela graça
mediante a fé (Ef 2.8), uma condição
necessária para se obtê-la, pois sem
a fé não se pode crer no sacrifício
vicário de Cristo. Assim, o
arrependimento produzido pelo
convencimento do Espírito Santo e a
fé, como dom divino, exercida pela
pessoa, operam conjuntamente para
a glória de Deus.
16. “É impossível alguém se
arrepender de fato sem ter
uma profunda decepção
consigo mesmo”
A W TOZER
“Arrependimento e fé são
graças que recebemos, não
alvos que alcançamos”
JOHN BLANCHARD
17. “Pecado e inferno estão casados, a
não ser que o arrependimento
anuncie o divórcio”
C H SPURGEON
“Por que tarda o avivamento? A
resposta é muito simples. Tarda porque
muitos pregadores e evangelistas estão
mais preocupados com dinheiro, fama
e aceitação pessoal do que em levar os
perdidos ao arrependimento”
LEONARD RAVENHIL
18. Tanto o arrependimento quanto a fé são condições
inseparáveis para a salvação (Mateus 21:32; Marcos 1:15; Atos
20:21). Não há salvação sem arrependimento e fé. Como foi
dito, ambos são dons de Deus resultantes do novo nascimento
(Atos 11:18; Filipenses 1:29).
Neste ponto também existe uma discussão teológica
acerca do que vem primeiro: o arrependimento ou a fé? Na
verdade essa discussão é improdutiva. O fato é que o
arrependimento e a fé para salvação sempre aparecem
paralelamente e intimamente relacionados.
Uma fé desassociada do arrependimento genuíno, na
verdade não é a fé salvadora. Do mesmo modo, um
arrependimento que não esteja acompanhado da fé em Cristo,
não se trata de um arrependimento genuíno.
Em outras palavras, ninguém poderá se voltar do pecado
para Deus pela fé sem antes odiar o pecado e abandoná-lo
mediante o arrependimento. Assim também, ninguém se
arrependerá de seu pecado se não houver compreensão,
aceitação e confiança na verdade de Deus e de sua graça e
misericórdia oferecida em Cristo.
19. Este é o sacrifício que agrada a
Deus, o sacrifício onde há
arrependimento genuíno.
“Os sacrifícios para Deus são o
espírito quebrantado; a um
coração quebrantado e contrito
não desprezarás, ó Deus”
(Sl 51.17).
21. O culto que agrada a Deus é aquele onde há
arrependimento no coração e mudança de
hábitos, onde as boas obras sejam manifestas
como frutos deste arrependimento: “Busquem o
bem, não o mal, para que tenham vida. Então o
SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará com
vocês, conforme vocês afirmam… Afastem de
mim o som das suas canções e a música das
suas liras. Em vez disso, corra a retidão como
um rio, a justiça como um ribeiro perene!” (Am
5.14,23,24; Conf. Mt 3.8: “Produzi, pois, frutos
dignos de arrependimento”, ou seja, “Dêem fruto
que mostre o arrependimento!”.
23. Embora hoje a pregação do arrependimento
esteja tão ausente em muitos púlpitos
evangélicos, visto que foi substituída por
pregações pragmáticas, de autoajuda, e
centralizadas no alívio momentâneo das aflições
humanas em detrimento da bem-aventurança
eterna, ou até por verdadeiros shows de Stand
Up Comedy (humor gospel), permanece o fato de
que o chamado ao arrependimento é a pregação
urgente que Deus ordena-nos fazer ao mundo, tal
como os profetas, Jesus e os apóstolos tanto
fizeram: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos,
para que sejam apagados os vossos pecados, e
venham assim os tempos do refrigério pela
presença do Senhor” (At 3.19; Mt 3.12).