SlideShare uma empresa Scribd logo
Cantigas de escarnio
índice
 Sua Origem
 Oque é uma cantiga de escárnio?
 Suas Características
 Alguns exemplos de cantigas
Sua origem
As cantigas de escárnio surgiram na Idade Média entre os séculos XII e XIII, como as
primeiras manifestações literárias portuguesas. Essas cantigas tinham entre seus
objetivos examinar as tensões políticas e sociais das sociedades medievais através da
prática e poesia dos trovadores galego-portugueses. A partir daí, foram
desenvolvidos gêneros que traduzissem as mais diversas formas de expressões da
sociedade da época.
O que é uma cantiga de escárnio?
Nessa cantiga, o eu – lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a
alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma
cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através
de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos
semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco.
Um fato interessante é que essas cantigas eram originalmente escritas em
galaico-portuguesa na era do trovadorismo era muito comum, e um pouco
diferente do nosso português, como essa que temos hoje.
a seguir uma cantiga de escárnio escrita originalmente em galaico-
portuguesa.
- portuguesa
De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade[...]
(Pero larouco)
Tradução:
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo
tanto na feiura quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.
Explicação:
Indiretas: “senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo”
Uso da ironia e do equívoco: “Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós;”
Nesta canção, o autor diz que já não canta mais sobre o amor entre ele e a senhora
citada, mais sim sobre a sua estupidez, feiura e maldade.
Suas Características
De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa
pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma
classe social que ele.
O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores
com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais.
Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar
a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos
para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica
para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao
trovador ou da mesma classe social que ele.
O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos
trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais.
Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta
deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e
gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
Alguns exemplos de cantigas
 1
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia! (…)
(João Garcia de Guilhade)
 2
A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro (...)
(Gregório de Matos e Guerra)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Lírica Trovadoresca
Lírica TrovadorescaLírica Trovadoresca
Lírica Trovadoresca
Paula Oliveira Cruz
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Tio Pablo Virtual
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
elenir duarte dias
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Gabriel Alves
 
Caracteristicas da Poesia Trovadoresca
Caracteristicas da Poesia TrovadorescaCaracteristicas da Poesia Trovadoresca
Caracteristicas da Poesia Trovadoresca
Elsa Maximiano
 
Trovadorismo
Trovadorismo Trovadorismo
Trovadorismo
Lucas pk'
 
Trovadorismo
Trovadorismo Trovadorismo
Trovadorismo
Francisco
 
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: TrovadorismoAs origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
Karen Olivan
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Hildalene Pinheiro
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Péricles Penuel
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Fernando Ribeiro
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
estefanenegao
 
[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo
José Ricardo Lima
 
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniTrovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
VIVIAN TROMBINI
 
Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2
Carla Teixeira
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Flávia Andrade
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
guestee073a
 
Trovadorismo humanismo e classicismo
Trovadorismo  humanismo e classicismoTrovadorismo  humanismo e classicismo
Trovadorismo humanismo e classicismo
NaraSomerhalder
 

Mais procurados (18)

Lírica Trovadoresca
Lírica TrovadorescaLírica Trovadoresca
Lírica Trovadoresca
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Caracteristicas da Poesia Trovadoresca
Caracteristicas da Poesia TrovadorescaCaracteristicas da Poesia Trovadoresca
Caracteristicas da Poesia Trovadoresca
 
Trovadorismo
Trovadorismo Trovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
Trovadorismo Trovadorismo
Trovadorismo
 
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: TrovadorismoAs origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
As origens da literatura portuguesa - Parte 1: Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo[Trovadorismo E Humanismo
[Trovadorismo E Humanismo
 
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian TrombiniTrovadorismo - professora Vivian Trombini
Trovadorismo - professora Vivian Trombini
 
Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2Cultura medieval parte 2
Cultura medieval parte 2
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo humanismo e classicismo
Trovadorismo  humanismo e classicismoTrovadorismo  humanismo e classicismo
Trovadorismo humanismo e classicismo
 

Destaque

Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Adrielle Itaparica
 
Trovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismoTrovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismo
Josi Motta
 
Proalfa 4
Proalfa 4Proalfa 4
Proalfa 4
Stella Santana
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Seduc/AM
 
Idade Média e Trovadorismo
Idade Média e TrovadorismoIdade Média e Trovadorismo
Idade Média e Trovadorismo
estudantes1m
 
3º ano aval. diag. port.
3º ano aval. diag. port.3º ano aval. diag. port.
3º ano aval. diag. port.
Cida Carvalho
 
Simulado proalfa 2013
Simulado proalfa 2013Simulado proalfa 2013
Simulado proalfa 2013
Katia Teixeira Dos Santos
 
Categorias de análise da geografia
Categorias de análise da geografiaCategorias de análise da geografia
Categorias de análise da geografia
Roberta Sumar
 
Avaliação diagnóstica
Avaliação diagnóstica Avaliação diagnóstica
Avaliação diagnóstica
Isa ...
 

Destaque (9)

Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismoTrovadorismo humanismo
Trovadorismo humanismo
 
Proalfa 4
Proalfa 4Proalfa 4
Proalfa 4
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Idade Média e Trovadorismo
Idade Média e TrovadorismoIdade Média e Trovadorismo
Idade Média e Trovadorismo
 
3º ano aval. diag. port.
3º ano aval. diag. port.3º ano aval. diag. port.
3º ano aval. diag. port.
 
Simulado proalfa 2013
Simulado proalfa 2013Simulado proalfa 2013
Simulado proalfa 2013
 
Categorias de análise da geografia
Categorias de análise da geografiaCategorias de análise da geografia
Categorias de análise da geografia
 
Avaliação diagnóstica
Avaliação diagnóstica Avaliação diagnóstica
Avaliação diagnóstica
 

Semelhante a Apresentação 2 ,1

Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
heleira02
 
Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
Helena Coutinho
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
caiocesaar17
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
caiocesaar17
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
caiocesaar17
 
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
Joaquim Moreira
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
CiceroMarcosSantos1
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Aparecida Mallagoli
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Aparecida Mallagoli
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Aparecida Mallagoli
 
Literatura portuguesa
Literatura portuguesaLiteratura portuguesa
Literatura portuguesa
cassab96
 
Toda a Literatura
Toda a LiteraturaToda a Literatura
Toda a Literatura
Hildalene Pinheiro
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedade
Juçara Keylla
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
caiocesaar17
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
caiocesaar17
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
caiocesaar17
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
Guilherme Jésus
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
rosangelajoao
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
ataquedeNERD
 
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Doutora em Linguística Aplicada pela PUC-SP
 

Semelhante a Apresentação 2 ,1 (20)

Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
 
Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
HCA - TAG1 - Módulo 3 - Bruna Pedro - Cantigas de escário e maldizer (1)
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Literatura portuguesa
Literatura portuguesaLiteratura portuguesa
Literatura portuguesa
 
Toda a Literatura
Toda a LiteraturaToda a Literatura
Toda a Literatura
 
Literatura e sociedade
Literatura e sociedadeLiteratura e sociedade
Literatura e sociedade
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo1
Trovadorismo1Trovadorismo1
Trovadorismo1
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
Movimento Literário Trovadorismo 1º ano A 2013
 

Último

Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Mary Alvarenga
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
ReinaldoSouza57
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Professor Belinaso
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
AurelianoFerreirades2
 
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).pptepidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
MarceloMonteiro213738
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
MarcosPaulo777883
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
TomasSousa7
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
AntnioManuelAgdoma
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
1000a
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
cmeioctaciliabetesch
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
Pastor Robson Colaço
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
soaresdesouzaamanda8
 
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdfcronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
todorokillmepls
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
edivirgesribeiro1
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
djincognito
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
AmiltonAparecido1
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
TomasSousa7
 

Último (20)

Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
 
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptxA dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
A dinâmica da população mundial de acordo com as teorias populacionais.pptx
 
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escolaIntrodução à Sociologia: caça-palavras na escola
Introdução à Sociologia: caça-palavras na escola
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
 
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).pptepidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
epidemias endemia-pandemia-e-epidemia (1).ppt
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
 
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdfPowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
PowerPoint Newton gostava de Ler - Saber em Gel.pdf
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
 
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdfcronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
cronograma-enem-2024-planejativo-estudos.pdf
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
 
Funções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prismaFunções e Progressões - Livro completo prisma
Funções e Progressões - Livro completo prisma
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
 

Apresentação 2 ,1

  • 2. índice  Sua Origem  Oque é uma cantiga de escárnio?  Suas Características  Alguns exemplos de cantigas
  • 3. Sua origem As cantigas de escárnio surgiram na Idade Média entre os séculos XII e XIII, como as primeiras manifestações literárias portuguesas. Essas cantigas tinham entre seus objetivos examinar as tensões políticas e sociais das sociedades medievais através da prática e poesia dos trovadores galego-portugueses. A partir daí, foram desenvolvidos gêneros que traduzissem as mais diversas formas de expressões da sociedade da época.
  • 4. O que é uma cantiga de escárnio? Nessa cantiga, o eu – lírico, faz uma crítica (sátira) indireta e com duplos sentidos a alguém. Para os trovadores fazerem uma cantiga de escárnio, ele precisa compor uma cantiga falando mal de alguém, ou seja, fazendo uma critica a alguma pessoa, através de palavras de duplo sentido, ou seja, através de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, através de um processo denominado pelos trovadores equívoco.
  • 5. Um fato interessante é que essas cantigas eram originalmente escritas em galaico-portuguesa na era do trovadorismo era muito comum, e um pouco diferente do nosso português, como essa que temos hoje. a seguir uma cantiga de escárnio escrita originalmente em galaico- portuguesa. - portuguesa
  • 6. De vós, senhor, quer’eu dizer verdade e nom ja sobr’[o] amor que vos ei: senhor, bem [moor] é vossa torpicidade de quantas outras eno mundo sei; assi de fea come de maldade nom vos vence oje senom filha dum rei [Eu] nom vos amo nem me perderei, u vos nom vir, por vós de soidade[...] (Pero larouco)
  • 7. Tradução: Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade e não já sobre o amor que tenho por vós: senhora, bem maior é vossa estupidez do que a de quantas outras conheço no mundo tanto na feiura quanto na maldade não vos vence hoje senão a filha de um rei Eu não vos amo nem me perderei de saudade por vós, quando não vos vir.
  • 8. Explicação: Indiretas: “senhora, bem maior é vossa estupidez do que a de quantas outras conheço no mundo” Uso da ironia e do equívoco: “Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade e não já sobre o amor que tenho por vós;” Nesta canção, o autor diz que já não canta mais sobre o amor entre ele e a senhora citada, mais sim sobre a sua estupidez, feiura e maldade.
  • 9. Suas Características De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma classe social que ele. O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais. Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
  • 10. De forma mais genérica, estas cantigas tinham como característica central a crítica para certa pessoa com existência real a qual consistia em alguém próximo ao trovador ou da mesma classe social que ele. O humor presente nestas cantigas era inserido durante a sua declamação pelos trovadores com o uso de recursos de oratória com vozes e expressões verbais. Neste caso, como a pessoa de quem se falava não podia ser divulgada o poeta deveria deixar a criatividade fluir ao contar esta história com o uso de expressões e gestos bem irônicos para demonstrar o que estava sendo dito no poema.
  • 11. Alguns exemplos de cantigas  1 Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! (…) (João Garcia de Guilhade)
  • 12.  2 A cada canto um grande conselheiro. que nos quer governar cabana, e vinha, não sabem governar sua cozinha, e podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um frequentado olheiro, que a vida do vizinho, e da vizinha pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha, para a levar à Praça, e ao Terreiro (...) (Gregório de Matos e Guerra)