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FACULDADE DE JAGUARIÚNA
CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA: PRODUÇÃO DE BOVINOS
PROFESSOR: JOSÉ HENRIQUE CONTI
Aula 1
HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO E CARACTERÍSTICAS DA
PECUÁRIA
1. Domesticação
10
finalidade: tração
20
finalidade: leite
30
finalidade: carne
Revolução industrial: surgimento dos frigoríficos, aumento do consumo,
aparecimento das cidades.
2.Histórico no Brasil
Início com os colonizadores em 1500 que trouxeram o gado bovino, que
iniciou o desbravamento indo sempre a frente do homem. Os primeiros
animais eram da raça Caracu, o que a torna um animal europeu de
elevada rusticidade hoje, sendo útil para o melhoramento genético.
2.1. Melhoramento
No início do século foram trazidos os primeiros animais da Índia,
inicialmente da raça gir e posteriormente Nelore, que por se mostrarem
mais adaptados, se tornaram a base da pecuária de corte brasileira.
Hoje o Brasil melhorou a raça Nelore, tendo o melhor Zebu do mundo.
Através da popularização da inseminação artificial, este material de
elevado valor genético está disponível a pequenos produtores a baixo
custo.
3. Porque consumir carne bovina?
Hábito, cultura, paladar e valor nutritivo.
Aula 2
Noções de NUTRIÇÃO ANIMAL
Matéria orgânica: água e matéria seca (carboidratos, gorduras e
proteínas)
Matéria mineral
Matéria seca:
Carboidratos (fibra-FB e extrativo não nitrogenado-energia ou NDT
Gorduras (energia ou NDT)
Proteínas – PB
Volumosos tem mais que 18% de FB, enquanto que concentrados tem
menos.
Concentrados energéticos tem mais que 20% de PB e protéicos menos.
Volumosos suculentos tem mais que 80% de água, enquanto que os
secos menos.
A conservação de forragem é feita de duas maneiras principais. A
silagem que utiliza do princípio da fermentação com ácido lático e o
feno que utiliza o princípio da desidratação.
Animais mais jovens tem menos gordura e mais água e os mais velhos o
inverso.
Mineralização:
Minerais essenciais: Macro: Ca, P, K, Mg, S, Na, Cl e Micro: Fe, Cu,
I,Co, Se, Mn, Zn.
Os sublinhados tem problemas de falta nos solos brasileiros e são
essenciais que façam parte da mistura mineral.
NaCl é o sal grosso, os demais são chamados genericamente de sal
mineral. Normalmente se utiliza uma mistura mineral na proporção de
1:1.
O fornecimento de sal pode ser feito: no cocho, misturado na ração,
como componente da ração ou adubando-se corretamente a pastagem.
Animais com deficiência mineral tem pelo sem brilho e animais com
carência marginal (deficiência não aparente) apresentam problemas de
fertilidade.
Durante o balanceamento de rações é necessário em primeiro lugar
satisfazer as necessidades de energia, em segundo de proteínas e em
terceiro de minerais.
Digestibilidade é a fração do alimento que o animal consegue absorver.
A celulose é digerível para os ruminantes mas a lignina não. Alimentos
com alto teor de lignina como capins velhos tem baixa digestibilidade o
que prejudica muito a qualidade final do alimento.
PASTAGENS
1. Características:
Alimento natural, não competitivo, econômico, com ampla adaptação
climática e muito útil na defesa do solo.
2. Espécies:
a) gramíneas/leguminosas
b) tropicais/temperadas
c) perenes/temporárias
d) nativas/exóticas
Gramíneas:
Hábito de crescimento em porte alto ou touceira, porte médio ou porte
rasteiro.
A relação entre curva de crescimento e valor nutritivo dará o ponto
ideal de corte de cada espécie de pastagem. Assim, as braquiarias
devem ser pastejadas a cada 30 dias, os capins elefante a cada 45, os
coloniões a cada 35 e o coast-cross a 28 dias.
Leguminosas:
Valor nutritivo cai menos que nas gramíneas, tem palatabilidade mais
baixa, produção menor e tem a capacidade de fixar nitrogênio
atmosférico.
1. Disponibilidade:
85% da matéria seca das pastagens é produzida no verão e 15% no
inverno na região central do Brasil, oque implica em produção de
forragem durante o verão para ser fornecida no período de inverno e
evitar déficit alimentar nos animais.
2. Escala das exigências
Alfafa
Elefante, colonião
Coast cross
Braquiaria
Gordura
Grama batatais
Nesta ordem os capins no topo da tabela exigem solos mais bem
adubados. Em casos de descuido e super pastejo, os capins mais
exigentes perdem força e os capins de baixo da tabela invadem as
pastagens causando prejuízos.
Aula 3
ALIMENTOS CONCENTRADOS E VOLUMOSOS
1. Concentrados
a) grãos de cereais e seus subprodutos
Ex. milho, farelo de trigo e arroz, farelo e grão inteiro de soja, farelo
e caroço de algodão.
b) subprodutos de origem vegetal
Ex. bagaço de cana, levedura, melaço, resíduo de cervejaria e farelo de
polpa cítrica
c) subprodutos de origem animal (proibidos)
Ex. farinha de carne, ossos, sangue, peixe e cama de frango.
2. Volumosos
a) Pastagem
b) Capineira
Espécie capim elefante, plantas novas tem alta umidade e
velhas baixa proteína e digestibilidade, o que dificulta o
manejo e o ensilamento.
c) Cana-de-açúcar
Tem a vantagem de poder estocar em pé, já que a época de
colheita coincide com a época de falta de forragens, mas é
pobre em minerais e PB, o corte é operação cara e necessita de
adição de farelo de trigo, arroz ou uréia.
d) Silagem
Espécies mais utilizadas pela ordem: milho, sorgo e girassol
Ponto de colheita: grãos farináceos com 25 a 35% de MS.
Processo: corte, trituração, compactação, vedação, abertura e
distribuição.
Tipos de silo: poço, aéreo e trincheira.
e) Feno
Equipamentos: ceifadeira, ancinho, enleiradeira e
enfardadeira.
Vantojoso porque pode consumir conforme a necessidade e
desvantajoso pois a época de corte coincide com a época
chuvosa e o corte é feito com máquinas caras.
f) Gramíneas temperadas para pastejo ou corte: Aveia/azevém
É uma opção para o inverno mas necessita de plantio anual,
tem alto teor de PB, o que dá bastante resultado na produção
de leite.
Aula 4
CONQUISTAS E DESAFIOS DA PECUÁRIA DE CORTE
1. Fases da produção de bovinos:
Cria: nascimento, desmame (6-7 meses) a sobreano 1 ano).
Recria: sobreano (6 @ a boi magro 10 a 11 @)
Engorda: Boi magro a boi gordo 15 @.
2. Rendimento de carcaça:
Nelore: 55 a 58%
Europeu x Zebu 52 a 54 %
Vaca holandesa 45%
Vaca Zebu 50%
Novilho precoce: animais bem alimentados durante o período seco do
ano, atingem o peso de abate com 2 a 2,5 anos, o que dá uma carne de
superior qualidade, valorizada no mercado interno (boutiques de
carnes) e exportação. É comum a utilização de animais “meio-sangue”
europeu x zebu, mais conhecidos como cruzamento industrial para o
confinamento durante o inverno e produção do novilho precoce.
3. Características do rebanho brasileiro:
Taxa de reposição (desfrute) dos animais baixo.
Fertilidade baixa.
Animais tardios
4. Exportação:
Conquistas: área livre de aftosa.
Desafios: boi verde, rastreabilidade, animais precoces, barreira dos
subsídios externos.
5. Mercado interno:
Maior controle de zoonoses (aftosa, brucelose, tuberculose e
cisticercose), aumentar a qualidade da carne de poder aquisitivo da
população.
Aula 5
RAÇAS DE CORTE, MELHORAMENTO E CRUZAMENTOS
1. Histórico
Europeu – Bos taurus – mais antigo e menos gordura
Zebu - Bos indicus – mais recente e menos gordura
2. Raças
2.1. Zebuínas
a) Nelore: brancos, grandes, se proliferou muito
b) Gir: pequenos, mais dóceis e com aptidão leiteira.
c) Guzerá: muitas introduções, aptidão leiteira mais recente.
d) Indubrasil: gir x guzerá, “orelhudo” (raça selecionada pelo tipo)
e) Brahman: zebu selecionado nos EUA.
2.2. Européias
a) Inglesas:
Hereford
Aberdeen Angus
Shorthorn
Redpool
b) Francesas
Charolês – grandes, broncos, tipo frigorífico
Limousin – ganho de peso e porte elevado
a) Alemã – Fleckvich
b) Suíça – Simental
c) Italiana – Chianina
3. Melhoramento
Melhorar o ambiente ou criar uma nova raça?
Selecionar por tipo ou por produção?
3.1. Seleção massal
Performance individual
Performance colateral (irmãos e meio irmãos)
Pedigree
Progênie
Critérios:
Peso ao desmame, peso ao abate, idade ao abate, rendimento de
carcaça.
3.2. Cruzamentos
a) Cruzamento absorvente
Europeu (E) x Zebu (Z)
½ E e ½ Z x E
¾ E e ¼ Z x E
7/8 E e 1/8 Z x E
15/16 E e 1/16 Z x E
31/32 E e 1/32 Z
(PC–puro por cruza)
b) Exploração da heterose
Cruzamento industrial Ex Z
c) Formação de novas raças: bimestiço 5/8 E e 3/8 Z
E x Z
½ E e ½ Z x Z
E x ¼ E e ¾ Z
5/8 E e 3/8 Z x 5/8 E e 3/8 Z
bimestiço
Exemplos:
Santa Gertrudes: 5/8 shorthorn x 3/8 brahman
Brangus: 5/8 aberdeen angus x 3/8 brahman
Pitangueiras: 5/8 redpool x 3/8 guzerá
Canchim: 5/8 charolês x 3/8 indubrasil
Aula 6
MANEJO E EFICIÊNCIA DA REPRODUÇÃO
1. Cio ou estro
Duração 18 a 24 h
Ciclo estral 20 a 21 dias
1.1. Modificações fisiológicas
Entumescimento da vulva
Corrimento mucoso
Diminuição do apetite
Diminuição da produção de leite
1.2.Modificações comportamentais
Inquietas
Berram
Montam as companheiras
Deixam-se montar (aceita a monta)
1.3. Distúrbios
Cisto ovárico
Cio silencioso
Anestro (causas: gestação, nutrição dificiente, hormonal)
1.4Detecção
Observação visual
Rufião (vasectomia ou “chin-ball”)
Fêmeas masculinizadas
1.5Modalidades de monta
Monta natural sem controle de paternidade
Monta natural com controle de paternidade
Monta natural com transporte da fêmea
Inseminação artificial (IA)
Transferência de embrião (TE)
2.1 Inseminação artificial
Centrais – Detém a genética, fazem o treinamento de mão de obra e
fornecimento de materiais e equipamentos.
Produtores – botijão, sêmen, Nitrogênio líquido
Vantagens:
Aproveitamento genético de superiores
Maior vida útil do touro
Não há doenças do coito
Acessível a pequenos produtores
Custo baixo
Fatores do insucesso:
Detecção incorreta do cio
Horário errado da IA
Demora no manuseio
Falta de higiene
Local de deposição incorreto
Qualidade do sêmen inadequada
Métodos de coleta de sêmen (centrais):
Vagina artificial
Eletroejaculação
Massagem
3. Índices zootécnicos
Período de serviço (P.S.)
Intervalo entre partos (I.P.)
Período seco (P.seco)
Período de lactação (P.L.)
Período de gestação (P.G.)
IP = 365 dias ou um ano (ideal)
PG = 283 dias (9 meses e 9 dias)
PS = 82 dias (ideal)
P.Seco = 60 dias (ideal)
PL = 305 dias (ideal)
PG + PS = IP ou: 283 + 82 = 365
PL + Pseco = IP ou: 305 + 60 = 365
Observação: Na pecuária de corte ou leite onde os bezerros são criados
junto com a mãe, os animais são desmamados com 6 ou 7 meses, ou
seja as fêmeas dão leite durante estes meses, ficando secas 5 ou 6
meses.
Idade X Peso de Cobertura
Idade (meses) Peso 1a
cobertura(kg)
Peso 1a
parição
(kg)
Europeu 15 350 500-550
Zebu 18-20 300 420-450
Europeu x Zebu 15-18 320-340 450-500
Vida útil ou produtiva (longevidade)
Fêmeas:
Raças Européias: 6 a 8 “ciclos” com pico no 4o
ou 5o
Raças Zebuínas: 10 a 12 “ciclos” com pico no 5o
ou 6o
Machos:
Vida produtiva de 5 a 6 anos, no entanto os touros são aproveitados até
aproximadamente 3 anos de vida produtiva porque após este período já
há filhas na fazenda que podem ser cobertas por ele.
4. Eficiência Reprodutiva
Número de serviços por concepção: Bom-1,4. Ruim-2,0
Capacidade de serviço ou relação touro/vaca:
Alta: 2 a 3 % (1:50 ou 1:33)
Média: 4% (1:25)
Baixa: maior que 4 %
Fatores que afetam a eficiência reprodutiva:
Nutrição inadequada
Doenças
Temperatura elevada ou muito baixa
Manejo
Aula 7
INSTALAÇÕES E MANEJO DE GADO DE CORTE
1. Instalações
1.1.Curral
a) Localização:
Bem drenado
Alguns pontos de sombra
Localizado em área central da fazenda
b) Dimensões:
2 a 3 m2
/ cabeça
O número de currais por fazenda varia de acordo com o número de
animais e o tamanho da fazenda, respeitando-se o máximo de 3 km de
distância a ser percorrido pelos animais.
c) Cerca externa:
Palanques de 2 em 2 m
Réguas em número de 5 ou 6, com 20 cm de largura
Cordoalha de aço
d) Modelo de curral
Composição:
Porteira apartadora, corredor e seringa (brete), tronco de contenção,
balança.
1.2.Saleiros
Preferencialmente com cobertura
Um por pasto
Na parte alta
1.3. Bebedouros
Tipos: em alvenaria, utilizando banheiras antigas, ou “australiano”
Localização: Parte alta, longe do saleiro.
Modelo automático com enchimento controlado por bóias.
2. Manejo
2.1 Castração
Acalma o animal, favorece o manejo coletivo de machos e fêmeas, há
menor gasto de energia pelo animal, idade entre 10 a 20 meses.
Equipamento: canivete ou burdizo (alicate)
2.2 Descorna
Modalidade: ferro quente (3 a 4 meses de idade) ou pasta (3 a 10 dias
de idade).
2.3. Desmame
Formas: isolamento, pasto ruim ou tabuleta colocada no focinho do
bezerro. Época: 6 a 8 meses.
2.4 Creeper
Compartimentos com entrada pequena utilizados para alimentação
suplementar de bezerros.
2.5. Controle de ecto e endo parasitos
Carrapatos:
Altíssima susceptibilidade de animais com sangue europeu.
Produtos devem ser aplicados após prévia análise da eficiência dos
carrapaticidas disponíveis no mercado.
Tipo de aplicação: banhos de imersão, pulverização ou pour-on.
Época: dependendo da infestação.
Bernes:
Tratamento mais caro e com produtos com carência maior.
Normalmente são utilizados produtos associados com carrapaticidas.
Vermes:
Controle maior em animais jovens e de raças européias. Aplicação a
cada 4 a 6 meses.
Ivomec: carrapaticida, bernicida e vermífugo junto com promotor de
crescimento.
Aula 8
PERSPECTIVA DA ATIVIDADE LEITEIRA NO BRASIL
1. Histórico
1.1. Antiguidade (AC) ao século XVIII (Revolução Industrial)
Europa se destacava na produção de leite, que era estacional, com
elevado ataque de doenças e parasitos, em solos pobres, o que
resultava em produções médias de 800 litros em 6 meses por animal,
algo em torno de 3 a 4 litros por dia.
1.2.século XVIII até a 2a
guerra mundial
Surgiram as primeiras ferramentas para fenação. Apareceram os
centros urbanos, as ferrovias e o sistema de refrigeração. Os animais
começaram a se alimentar por resíduos agroindustriais e o comércio
era feito em latões, com pouca higiene. Predominavam as raças rústicas
com produtividade em torno de 150 litros de leite ano.
1.3 Da 2a
guerra mundial até os dias atuais
Proliferação das raças especializadas, principalmente a holandesa.
Ganhos efetivos em nutrição, melhoramento genético e saúde dos
animais, resultando em ganhos de produtividade em torno de 6 a 10 mil
litros de leite ano, em países desenvolvidos. Em subdesenvolvidos o
processo de modernização não se implantou devido a má adaptação da
tecnologia importada.
2. Situação atual
2.1. No mundo
Há excesso de produção nos países desenvolvidos, sustentados por
altos índices de subsídios dados ao produtor.
2.2 No Brasil
Houve uma revolução silenciosa, destacando aqueles produtores que
conseguiram achar o meio termo e conseguiram usar a tecnologia de
países temperados, adaptando-a as nossas condições, garantindo
ganhos de produtividade com baixos custos. Há alguns anos tem
ocorrido uma alteração profunda na estrutura das fazendas,
aumentando-se bruscamente as fazendas com produtividades média e
alta e diminuindo as fazendas de baixa produção (menos que 200
litros/dia).
Aula 9
ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA EM GADO
LEITEIRO
Intervalo entre partos (IP):
Depende da nutrição, ideal é 12 meses.
Período de lactação (PL):
Depende da genética, ideal é 10 meses.
Porcentagem de vacas em lactação: PL/IP. Ideal; 10/12 = 83,33%
Persistência: depende da genética. Ideal é queda de 10 na produção de
leite ao mês.
Índice de peso corporal:
Varia de 1 (muito magra) a 5 (muito gorda)
A análise é visual com base em figuras comparativas.
Ideal:
3,5 a 3,75 no parto
2,5 no 3o
mês (período crítico)
3,0 no 6o
mês
3,5 no 10o
mês (fim da lactação)
Animais mal alimentados no período seco emagrecem e a parição
ocorre com pesos abaixo do esperado, resultando em não ocorrência do
pico de produção que normalmente ocorre ente o 2o
e o 3o
mês. Estes
meses são o ponto crítico do animal pois ele está no máximo de sua
produção e ainda precisa de energia para ovular e poder emprenhar.
Animais de raças zebuínas preferem diminuir a produção de leite e
manter o peso, enquanto que animais europeus emagrecem e
continuam dando leite, dificultando a recuperação, caso o animal seja
mal alimentado durante este período.
Aula 10
CRIAÇÃO DE BEZERRAS E NOVILHAS
1. Cuidados com o parto
Sinais: Entumescimento da vulva, úbere inchado (mojando), “barriga
desce”
Partos distócicos:
Tamanho do bezerro devido a raças inadequadas com o tamanho da
vaca.
Ocorrência de natimorto devido a deficiência mineral.
Retenção de placenta, causando infecções de gravidade variável,
provocando queda na produção de leite e emagrecimento.
Recomendação: não interferir no parto.
2. Cuidados com o recém nascido
Desinfectar o umbigo.
Mamar 4 litros de colostro nas primeiras 24 horas
Corte de tetas extras.
Problemas mais comuns com o recém nascido: diarréia, pneumonia,
anaplasmose.
3. Alimentação e manejo do nascimento a desmama
Local: ideal casinhas móveis
Alimentação: água, ração peletizada, capim ou feno e 4 litros de leite
por dia.
Cuidados: descornar, colocar brinco de identificação, pesar e medir.
4. Alimentação e manejo da desmama até a parição
Local: baias coletivas (piso ripado ou serragem) ou pastos (cochos
móveis, sombra e bebedouros)
Alimentação: 2kg de ração/dia, pasto, silo ou feno, água.
5. Controle do crescimento
Animais de raças européias precisam ganhar em torno de 20 Kg por
mês para atingirem o peso de cobertura de 350 Kg aos 15 meses, para
isso é necessário o fornecimento de volumosos de alta qualidade e o
acompanhamento do crescimento é feito através de pesagem mensal
com a fita de pesagem.
6. Causas do fracasso
Infestação de vermes e carrapatos e fornecimento de volumosos de
baixa qualidade como capineiras velhas, feno de capim velho e silagem
cortada em época errada.
Aula 11
Alimentação e manejo de vacas leiteiras
1. Princípios: quantidade, qualidade e regularidade.
2. Pastejo
Rotação: cerca elétrica, água e sombra
O manejo da cerca elétrica exige conhecimento e acompanhamento. É
necessário uma linha de força para conduzir a cerca e uma linha de
água para leva-la a todos os pastos. Animais europeus se adaptam
facilmente e animais zebuínos exigem treinamento.
Número de pastos = PD (período de descanso)/PO (período de
ocupação) + 1
3. Confinado
Volumosos a vontade.
Ideal: análise do volumoso e cálculo da ração de cada animal ou de
lotes homogêneos por produção. Regra simplificada:
Concentrado: 1 kg concentrado/ 3kg de leite até o 3o
mês e 1 kg/ 4kg de
leite a partir do 4o
mês. Concentrado com mínimo de 20 % PB e 70 %
NDT.
Ideal é fornecimento do volumoso junto com o concentrado.
Animais secos (sem leite): simplificado 2kg de concentrados/dia
Aula 12
Manejo da ordenha
1. Tipos de ordenha
Estábulo (carrinho ou balde ao pé) ou sala de ordenha.
2. Fases
Limpeza dos tetos, enxugamento, teste de mastite, colocação das
teteiras e desinfecção (pós-dipping)
3. Descida do leite
Manipulação, aguardar 20 a 60 segundos (tempo de descida) para
iniciar. A velocidade de ordenha é de 2 a 4 kg/ minuto. Animais
estressados escondem o leite.
4. Freqüência
Ideal 12 x 12 e animais com produção superior a 35 kg, fazer 3
ordenhas/dia.
Aula 13
Controle sanitário do rebanho
1. Brucelose
Brucella abortus
No animal causa aborto, no homem, febre ondulante. A contaminação
ocorre com restos fetais, sêmen ou leite. O controle é feito com
vacinação preventiva, obrigatória por lei, de fêmeas de 4 a 8 meses de
idade. A vacinação é realizada somente por médico veterinário
credenciado. A cada 6 meses deve ser feito o teste de soroaglutinação
para verificar se há animais infectados. Soropositivos tem que ser
abatidos.
2. Tuberculose
Mycobacterium bovis
Sintomas são a tosse e o emagrecimento. Animal sobrevive bastante
tempo doente. É uma zoonose pois ataca o homem. Não há vacina. O
controle é o exame a cada 6 meses com tuberculina caudal ou cervical
(tábua do pescoço). Animais positivos têm que ser abatidos.
3. Raiva
Zoonose transmitida pelo morcego hematófogo. O controle é feito com
pasta vampiricida em animais com sinal de ataque ou captura do
morcego com redes. A vacinação anual é obrigatória em regiões com
infestação da doença. Os sintomas são o sinal de aparente
“engasgamento” do animal. Animais com morte suspeita devem ser
enviados o cérebro ao instituto Adolfo Lutz para confirmação do
diagnóstico ou outro local habilitado.
4. Febre Aftosa
Virose que ataca animais de casco fendido (bovinos, ovinos, caprinos e
suínos). Os sintomas são febre, salivação e inflamação dos cascos. O
controle é preventivo com vacinação a cada 6 meses.
5. Carbúnculo ou manqueira
Clostridium chauvoli
Doença que ataca animais jovens. Portanto, em regiões de ocorrência
da doença, como a nossa, os animais nascidos devem ser todos
vacinados aos 3 meses, com reforço um mês após e apartir daí
vacinação pelo menos uma vez ao ano até os 2 anos de idade. O sintoma
é a inflamação muscular que aumenta o volume no quarto da palheta.
Animal morre rápido.
Outras doenças:
Gangrena deve ser tratada junto com a vacina do carbúnculo
Leptospirose é transmitida pela urina do rato, o animal tem como
sintoma o aborto e a vacina é anual.

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Apostila produção de bovinos

  • 1. FACULDADE DE JAGUARIÚNA CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: PRODUÇÃO DE BOVINOS PROFESSOR: JOSÉ HENRIQUE CONTI Aula 1 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO E CARACTERÍSTICAS DA PECUÁRIA 1. Domesticação 10 finalidade: tração 20 finalidade: leite 30 finalidade: carne Revolução industrial: surgimento dos frigoríficos, aumento do consumo, aparecimento das cidades. 2.Histórico no Brasil Início com os colonizadores em 1500 que trouxeram o gado bovino, que iniciou o desbravamento indo sempre a frente do homem. Os primeiros animais eram da raça Caracu, o que a torna um animal europeu de elevada rusticidade hoje, sendo útil para o melhoramento genético. 2.1. Melhoramento No início do século foram trazidos os primeiros animais da Índia, inicialmente da raça gir e posteriormente Nelore, que por se mostrarem mais adaptados, se tornaram a base da pecuária de corte brasileira. Hoje o Brasil melhorou a raça Nelore, tendo o melhor Zebu do mundo. Através da popularização da inseminação artificial, este material de elevado valor genético está disponível a pequenos produtores a baixo custo. 3. Porque consumir carne bovina? Hábito, cultura, paladar e valor nutritivo. Aula 2
  • 2. Noções de NUTRIÇÃO ANIMAL Matéria orgânica: água e matéria seca (carboidratos, gorduras e proteínas) Matéria mineral Matéria seca: Carboidratos (fibra-FB e extrativo não nitrogenado-energia ou NDT Gorduras (energia ou NDT) Proteínas – PB Volumosos tem mais que 18% de FB, enquanto que concentrados tem menos. Concentrados energéticos tem mais que 20% de PB e protéicos menos. Volumosos suculentos tem mais que 80% de água, enquanto que os secos menos. A conservação de forragem é feita de duas maneiras principais. A silagem que utiliza do princípio da fermentação com ácido lático e o feno que utiliza o princípio da desidratação. Animais mais jovens tem menos gordura e mais água e os mais velhos o inverso. Mineralização: Minerais essenciais: Macro: Ca, P, K, Mg, S, Na, Cl e Micro: Fe, Cu, I,Co, Se, Mn, Zn. Os sublinhados tem problemas de falta nos solos brasileiros e são essenciais que façam parte da mistura mineral. NaCl é o sal grosso, os demais são chamados genericamente de sal mineral. Normalmente se utiliza uma mistura mineral na proporção de 1:1. O fornecimento de sal pode ser feito: no cocho, misturado na ração, como componente da ração ou adubando-se corretamente a pastagem. Animais com deficiência mineral tem pelo sem brilho e animais com carência marginal (deficiência não aparente) apresentam problemas de fertilidade.
  • 3. Durante o balanceamento de rações é necessário em primeiro lugar satisfazer as necessidades de energia, em segundo de proteínas e em terceiro de minerais. Digestibilidade é a fração do alimento que o animal consegue absorver. A celulose é digerível para os ruminantes mas a lignina não. Alimentos com alto teor de lignina como capins velhos tem baixa digestibilidade o que prejudica muito a qualidade final do alimento. PASTAGENS 1. Características: Alimento natural, não competitivo, econômico, com ampla adaptação climática e muito útil na defesa do solo. 2. Espécies: a) gramíneas/leguminosas b) tropicais/temperadas c) perenes/temporárias d) nativas/exóticas Gramíneas: Hábito de crescimento em porte alto ou touceira, porte médio ou porte rasteiro. A relação entre curva de crescimento e valor nutritivo dará o ponto ideal de corte de cada espécie de pastagem. Assim, as braquiarias devem ser pastejadas a cada 30 dias, os capins elefante a cada 45, os coloniões a cada 35 e o coast-cross a 28 dias. Leguminosas: Valor nutritivo cai menos que nas gramíneas, tem palatabilidade mais baixa, produção menor e tem a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico. 1. Disponibilidade: 85% da matéria seca das pastagens é produzida no verão e 15% no inverno na região central do Brasil, oque implica em produção de forragem durante o verão para ser fornecida no período de inverno e evitar déficit alimentar nos animais. 2. Escala das exigências Alfafa Elefante, colonião
  • 4. Coast cross Braquiaria Gordura Grama batatais Nesta ordem os capins no topo da tabela exigem solos mais bem adubados. Em casos de descuido e super pastejo, os capins mais exigentes perdem força e os capins de baixo da tabela invadem as pastagens causando prejuízos. Aula 3 ALIMENTOS CONCENTRADOS E VOLUMOSOS 1. Concentrados a) grãos de cereais e seus subprodutos Ex. milho, farelo de trigo e arroz, farelo e grão inteiro de soja, farelo e caroço de algodão. b) subprodutos de origem vegetal Ex. bagaço de cana, levedura, melaço, resíduo de cervejaria e farelo de polpa cítrica c) subprodutos de origem animal (proibidos) Ex. farinha de carne, ossos, sangue, peixe e cama de frango. 2. Volumosos a) Pastagem b) Capineira Espécie capim elefante, plantas novas tem alta umidade e velhas baixa proteína e digestibilidade, o que dificulta o manejo e o ensilamento. c) Cana-de-açúcar Tem a vantagem de poder estocar em pé, já que a época de colheita coincide com a época de falta de forragens, mas é pobre em minerais e PB, o corte é operação cara e necessita de adição de farelo de trigo, arroz ou uréia. d) Silagem Espécies mais utilizadas pela ordem: milho, sorgo e girassol Ponto de colheita: grãos farináceos com 25 a 35% de MS. Processo: corte, trituração, compactação, vedação, abertura e distribuição. Tipos de silo: poço, aéreo e trincheira. e) Feno Equipamentos: ceifadeira, ancinho, enleiradeira e enfardadeira.
  • 5. Vantojoso porque pode consumir conforme a necessidade e desvantajoso pois a época de corte coincide com a época chuvosa e o corte é feito com máquinas caras. f) Gramíneas temperadas para pastejo ou corte: Aveia/azevém É uma opção para o inverno mas necessita de plantio anual, tem alto teor de PB, o que dá bastante resultado na produção de leite. Aula 4 CONQUISTAS E DESAFIOS DA PECUÁRIA DE CORTE 1. Fases da produção de bovinos: Cria: nascimento, desmame (6-7 meses) a sobreano 1 ano). Recria: sobreano (6 @ a boi magro 10 a 11 @) Engorda: Boi magro a boi gordo 15 @. 2. Rendimento de carcaça: Nelore: 55 a 58% Europeu x Zebu 52 a 54 % Vaca holandesa 45% Vaca Zebu 50% Novilho precoce: animais bem alimentados durante o período seco do ano, atingem o peso de abate com 2 a 2,5 anos, o que dá uma carne de superior qualidade, valorizada no mercado interno (boutiques de carnes) e exportação. É comum a utilização de animais “meio-sangue” europeu x zebu, mais conhecidos como cruzamento industrial para o confinamento durante o inverno e produção do novilho precoce. 3. Características do rebanho brasileiro: Taxa de reposição (desfrute) dos animais baixo. Fertilidade baixa. Animais tardios 4. Exportação: Conquistas: área livre de aftosa. Desafios: boi verde, rastreabilidade, animais precoces, barreira dos subsídios externos. 5. Mercado interno: Maior controle de zoonoses (aftosa, brucelose, tuberculose e cisticercose), aumentar a qualidade da carne de poder aquisitivo da população.
  • 6. Aula 5 RAÇAS DE CORTE, MELHORAMENTO E CRUZAMENTOS 1. Histórico Europeu – Bos taurus – mais antigo e menos gordura Zebu - Bos indicus – mais recente e menos gordura 2. Raças 2.1. Zebuínas a) Nelore: brancos, grandes, se proliferou muito b) Gir: pequenos, mais dóceis e com aptidão leiteira. c) Guzerá: muitas introduções, aptidão leiteira mais recente. d) Indubrasil: gir x guzerá, “orelhudo” (raça selecionada pelo tipo) e) Brahman: zebu selecionado nos EUA. 2.2. Européias a) Inglesas: Hereford Aberdeen Angus Shorthorn Redpool b) Francesas Charolês – grandes, broncos, tipo frigorífico Limousin – ganho de peso e porte elevado a) Alemã – Fleckvich b) Suíça – Simental c) Italiana – Chianina 3. Melhoramento Melhorar o ambiente ou criar uma nova raça? Selecionar por tipo ou por produção? 3.1. Seleção massal Performance individual Performance colateral (irmãos e meio irmãos) Pedigree Progênie
  • 7. Critérios: Peso ao desmame, peso ao abate, idade ao abate, rendimento de carcaça. 3.2. Cruzamentos a) Cruzamento absorvente Europeu (E) x Zebu (Z) ½ E e ½ Z x E ¾ E e ¼ Z x E 7/8 E e 1/8 Z x E 15/16 E e 1/16 Z x E 31/32 E e 1/32 Z (PC–puro por cruza) b) Exploração da heterose Cruzamento industrial Ex Z c) Formação de novas raças: bimestiço 5/8 E e 3/8 Z E x Z ½ E e ½ Z x Z E x ¼ E e ¾ Z 5/8 E e 3/8 Z x 5/8 E e 3/8 Z bimestiço Exemplos: Santa Gertrudes: 5/8 shorthorn x 3/8 brahman Brangus: 5/8 aberdeen angus x 3/8 brahman Pitangueiras: 5/8 redpool x 3/8 guzerá Canchim: 5/8 charolês x 3/8 indubrasil Aula 6
  • 8. MANEJO E EFICIÊNCIA DA REPRODUÇÃO 1. Cio ou estro Duração 18 a 24 h Ciclo estral 20 a 21 dias 1.1. Modificações fisiológicas Entumescimento da vulva Corrimento mucoso Diminuição do apetite Diminuição da produção de leite 1.2.Modificações comportamentais Inquietas Berram Montam as companheiras Deixam-se montar (aceita a monta) 1.3. Distúrbios Cisto ovárico Cio silencioso Anestro (causas: gestação, nutrição dificiente, hormonal) 1.4Detecção Observação visual Rufião (vasectomia ou “chin-ball”) Fêmeas masculinizadas 1.5Modalidades de monta Monta natural sem controle de paternidade Monta natural com controle de paternidade Monta natural com transporte da fêmea Inseminação artificial (IA) Transferência de embrião (TE) 2.1 Inseminação artificial Centrais – Detém a genética, fazem o treinamento de mão de obra e fornecimento de materiais e equipamentos.
  • 9. Produtores – botijão, sêmen, Nitrogênio líquido Vantagens: Aproveitamento genético de superiores Maior vida útil do touro Não há doenças do coito Acessível a pequenos produtores Custo baixo Fatores do insucesso: Detecção incorreta do cio Horário errado da IA Demora no manuseio Falta de higiene Local de deposição incorreto Qualidade do sêmen inadequada Métodos de coleta de sêmen (centrais): Vagina artificial Eletroejaculação Massagem 3. Índices zootécnicos Período de serviço (P.S.) Intervalo entre partos (I.P.) Período seco (P.seco) Período de lactação (P.L.) Período de gestação (P.G.) IP = 365 dias ou um ano (ideal) PG = 283 dias (9 meses e 9 dias) PS = 82 dias (ideal) P.Seco = 60 dias (ideal) PL = 305 dias (ideal) PG + PS = IP ou: 283 + 82 = 365 PL + Pseco = IP ou: 305 + 60 = 365 Observação: Na pecuária de corte ou leite onde os bezerros são criados junto com a mãe, os animais são desmamados com 6 ou 7 meses, ou seja as fêmeas dão leite durante estes meses, ficando secas 5 ou 6 meses. Idade X Peso de Cobertura
  • 10. Idade (meses) Peso 1a cobertura(kg) Peso 1a parição (kg) Europeu 15 350 500-550 Zebu 18-20 300 420-450 Europeu x Zebu 15-18 320-340 450-500 Vida útil ou produtiva (longevidade) Fêmeas: Raças Européias: 6 a 8 “ciclos” com pico no 4o ou 5o Raças Zebuínas: 10 a 12 “ciclos” com pico no 5o ou 6o Machos: Vida produtiva de 5 a 6 anos, no entanto os touros são aproveitados até aproximadamente 3 anos de vida produtiva porque após este período já há filhas na fazenda que podem ser cobertas por ele. 4. Eficiência Reprodutiva Número de serviços por concepção: Bom-1,4. Ruim-2,0 Capacidade de serviço ou relação touro/vaca: Alta: 2 a 3 % (1:50 ou 1:33) Média: 4% (1:25) Baixa: maior que 4 % Fatores que afetam a eficiência reprodutiva: Nutrição inadequada Doenças Temperatura elevada ou muito baixa Manejo Aula 7 INSTALAÇÕES E MANEJO DE GADO DE CORTE 1. Instalações 1.1.Curral a) Localização: Bem drenado Alguns pontos de sombra
  • 11. Localizado em área central da fazenda b) Dimensões: 2 a 3 m2 / cabeça O número de currais por fazenda varia de acordo com o número de animais e o tamanho da fazenda, respeitando-se o máximo de 3 km de distância a ser percorrido pelos animais. c) Cerca externa: Palanques de 2 em 2 m Réguas em número de 5 ou 6, com 20 cm de largura Cordoalha de aço d) Modelo de curral Composição: Porteira apartadora, corredor e seringa (brete), tronco de contenção, balança. 1.2.Saleiros Preferencialmente com cobertura Um por pasto Na parte alta 1.3. Bebedouros Tipos: em alvenaria, utilizando banheiras antigas, ou “australiano” Localização: Parte alta, longe do saleiro. Modelo automático com enchimento controlado por bóias. 2. Manejo 2.1 Castração Acalma o animal, favorece o manejo coletivo de machos e fêmeas, há menor gasto de energia pelo animal, idade entre 10 a 20 meses. Equipamento: canivete ou burdizo (alicate) 2.2 Descorna Modalidade: ferro quente (3 a 4 meses de idade) ou pasta (3 a 10 dias de idade).
  • 12. 2.3. Desmame Formas: isolamento, pasto ruim ou tabuleta colocada no focinho do bezerro. Época: 6 a 8 meses. 2.4 Creeper Compartimentos com entrada pequena utilizados para alimentação suplementar de bezerros. 2.5. Controle de ecto e endo parasitos Carrapatos: Altíssima susceptibilidade de animais com sangue europeu. Produtos devem ser aplicados após prévia análise da eficiência dos carrapaticidas disponíveis no mercado. Tipo de aplicação: banhos de imersão, pulverização ou pour-on. Época: dependendo da infestação. Bernes: Tratamento mais caro e com produtos com carência maior. Normalmente são utilizados produtos associados com carrapaticidas. Vermes: Controle maior em animais jovens e de raças européias. Aplicação a cada 4 a 6 meses. Ivomec: carrapaticida, bernicida e vermífugo junto com promotor de crescimento. Aula 8 PERSPECTIVA DA ATIVIDADE LEITEIRA NO BRASIL 1. Histórico 1.1. Antiguidade (AC) ao século XVIII (Revolução Industrial) Europa se destacava na produção de leite, que era estacional, com elevado ataque de doenças e parasitos, em solos pobres, o que resultava em produções médias de 800 litros em 6 meses por animal, algo em torno de 3 a 4 litros por dia. 1.2.século XVIII até a 2a guerra mundial
  • 13. Surgiram as primeiras ferramentas para fenação. Apareceram os centros urbanos, as ferrovias e o sistema de refrigeração. Os animais começaram a se alimentar por resíduos agroindustriais e o comércio era feito em latões, com pouca higiene. Predominavam as raças rústicas com produtividade em torno de 150 litros de leite ano. 1.3 Da 2a guerra mundial até os dias atuais Proliferação das raças especializadas, principalmente a holandesa. Ganhos efetivos em nutrição, melhoramento genético e saúde dos animais, resultando em ganhos de produtividade em torno de 6 a 10 mil litros de leite ano, em países desenvolvidos. Em subdesenvolvidos o processo de modernização não se implantou devido a má adaptação da tecnologia importada. 2. Situação atual 2.1. No mundo Há excesso de produção nos países desenvolvidos, sustentados por altos índices de subsídios dados ao produtor. 2.2 No Brasil Houve uma revolução silenciosa, destacando aqueles produtores que conseguiram achar o meio termo e conseguiram usar a tecnologia de países temperados, adaptando-a as nossas condições, garantindo ganhos de produtividade com baixos custos. Há alguns anos tem ocorrido uma alteração profunda na estrutura das fazendas, aumentando-se bruscamente as fazendas com produtividades média e alta e diminuindo as fazendas de baixa produção (menos que 200 litros/dia). Aula 9 ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA EM GADO LEITEIRO Intervalo entre partos (IP): Depende da nutrição, ideal é 12 meses. Período de lactação (PL): Depende da genética, ideal é 10 meses. Porcentagem de vacas em lactação: PL/IP. Ideal; 10/12 = 83,33%
  • 14. Persistência: depende da genética. Ideal é queda de 10 na produção de leite ao mês. Índice de peso corporal: Varia de 1 (muito magra) a 5 (muito gorda) A análise é visual com base em figuras comparativas. Ideal: 3,5 a 3,75 no parto 2,5 no 3o mês (período crítico) 3,0 no 6o mês 3,5 no 10o mês (fim da lactação) Animais mal alimentados no período seco emagrecem e a parição ocorre com pesos abaixo do esperado, resultando em não ocorrência do pico de produção que normalmente ocorre ente o 2o e o 3o mês. Estes meses são o ponto crítico do animal pois ele está no máximo de sua produção e ainda precisa de energia para ovular e poder emprenhar. Animais de raças zebuínas preferem diminuir a produção de leite e manter o peso, enquanto que animais europeus emagrecem e continuam dando leite, dificultando a recuperação, caso o animal seja mal alimentado durante este período. Aula 10 CRIAÇÃO DE BEZERRAS E NOVILHAS 1. Cuidados com o parto Sinais: Entumescimento da vulva, úbere inchado (mojando), “barriga desce” Partos distócicos: Tamanho do bezerro devido a raças inadequadas com o tamanho da vaca. Ocorrência de natimorto devido a deficiência mineral. Retenção de placenta, causando infecções de gravidade variável, provocando queda na produção de leite e emagrecimento. Recomendação: não interferir no parto. 2. Cuidados com o recém nascido Desinfectar o umbigo. Mamar 4 litros de colostro nas primeiras 24 horas Corte de tetas extras.
  • 15. Problemas mais comuns com o recém nascido: diarréia, pneumonia, anaplasmose. 3. Alimentação e manejo do nascimento a desmama Local: ideal casinhas móveis Alimentação: água, ração peletizada, capim ou feno e 4 litros de leite por dia. Cuidados: descornar, colocar brinco de identificação, pesar e medir. 4. Alimentação e manejo da desmama até a parição Local: baias coletivas (piso ripado ou serragem) ou pastos (cochos móveis, sombra e bebedouros) Alimentação: 2kg de ração/dia, pasto, silo ou feno, água. 5. Controle do crescimento Animais de raças européias precisam ganhar em torno de 20 Kg por mês para atingirem o peso de cobertura de 350 Kg aos 15 meses, para isso é necessário o fornecimento de volumosos de alta qualidade e o acompanhamento do crescimento é feito através de pesagem mensal com a fita de pesagem. 6. Causas do fracasso Infestação de vermes e carrapatos e fornecimento de volumosos de baixa qualidade como capineiras velhas, feno de capim velho e silagem cortada em época errada. Aula 11 Alimentação e manejo de vacas leiteiras 1. Princípios: quantidade, qualidade e regularidade. 2. Pastejo Rotação: cerca elétrica, água e sombra O manejo da cerca elétrica exige conhecimento e acompanhamento. É necessário uma linha de força para conduzir a cerca e uma linha de água para leva-la a todos os pastos. Animais europeus se adaptam facilmente e animais zebuínos exigem treinamento.
  • 16. Número de pastos = PD (período de descanso)/PO (período de ocupação) + 1 3. Confinado Volumosos a vontade. Ideal: análise do volumoso e cálculo da ração de cada animal ou de lotes homogêneos por produção. Regra simplificada: Concentrado: 1 kg concentrado/ 3kg de leite até o 3o mês e 1 kg/ 4kg de leite a partir do 4o mês. Concentrado com mínimo de 20 % PB e 70 % NDT. Ideal é fornecimento do volumoso junto com o concentrado. Animais secos (sem leite): simplificado 2kg de concentrados/dia Aula 12 Manejo da ordenha 1. Tipos de ordenha Estábulo (carrinho ou balde ao pé) ou sala de ordenha. 2. Fases Limpeza dos tetos, enxugamento, teste de mastite, colocação das teteiras e desinfecção (pós-dipping) 3. Descida do leite Manipulação, aguardar 20 a 60 segundos (tempo de descida) para iniciar. A velocidade de ordenha é de 2 a 4 kg/ minuto. Animais estressados escondem o leite. 4. Freqüência Ideal 12 x 12 e animais com produção superior a 35 kg, fazer 3 ordenhas/dia. Aula 13 Controle sanitário do rebanho 1. Brucelose
  • 17. Brucella abortus No animal causa aborto, no homem, febre ondulante. A contaminação ocorre com restos fetais, sêmen ou leite. O controle é feito com vacinação preventiva, obrigatória por lei, de fêmeas de 4 a 8 meses de idade. A vacinação é realizada somente por médico veterinário credenciado. A cada 6 meses deve ser feito o teste de soroaglutinação para verificar se há animais infectados. Soropositivos tem que ser abatidos. 2. Tuberculose Mycobacterium bovis Sintomas são a tosse e o emagrecimento. Animal sobrevive bastante tempo doente. É uma zoonose pois ataca o homem. Não há vacina. O controle é o exame a cada 6 meses com tuberculina caudal ou cervical (tábua do pescoço). Animais positivos têm que ser abatidos. 3. Raiva Zoonose transmitida pelo morcego hematófogo. O controle é feito com pasta vampiricida em animais com sinal de ataque ou captura do morcego com redes. A vacinação anual é obrigatória em regiões com infestação da doença. Os sintomas são o sinal de aparente “engasgamento” do animal. Animais com morte suspeita devem ser enviados o cérebro ao instituto Adolfo Lutz para confirmação do diagnóstico ou outro local habilitado. 4. Febre Aftosa Virose que ataca animais de casco fendido (bovinos, ovinos, caprinos e suínos). Os sintomas são febre, salivação e inflamação dos cascos. O controle é preventivo com vacinação a cada 6 meses. 5. Carbúnculo ou manqueira Clostridium chauvoli Doença que ataca animais jovens. Portanto, em regiões de ocorrência da doença, como a nossa, os animais nascidos devem ser todos vacinados aos 3 meses, com reforço um mês após e apartir daí vacinação pelo menos uma vez ao ano até os 2 anos de idade. O sintoma é a inflamação muscular que aumenta o volume no quarto da palheta. Animal morre rápido.
  • 18. Outras doenças: Gangrena deve ser tratada junto com a vacina do carbúnculo Leptospirose é transmitida pela urina do rato, o animal tem como sintoma o aborto e a vacina é anual.