Este documento discute a formação da identidade cultural brasileira e conceitos relacionados. A cultura brasileira é formada pela mistura de povos indígenas, europeus e africanos ao longo da história. A identidade nacional é uma construção teórica que depende de fatores como fronteiras nacionais, sentimento de pertencimento de um povo e a legitimidade de um Estado nacional. A pluralidade cultural do Brasil é um exemplo de como essa identidade se formou através do tempo a partir da miscigenação.
- A lei sancionada em 2008 pelo presidente Lula tornou obrigatório o ensino de história e cultura indígena nas escolas brasileiras, visando reduzir a ignorância e preconceitos sobre a diversidade cultural do país.
- Lideranças indígenas como Álvaro Tukano e Gersem Luciano militaram por este reconhecimento, interessados não apenas em aspectos políticos, mas na preservação de suas culturas e identidades étnicas.
- O Brasil apresenta grande diversidade cultural, com mais de 200 sociedades ind
O documento discute as matrizes culturais do Brasil e conceitos relacionados como:
1) A formação do território brasileiro e a diversidade cultural resultante dos contatos entre culturas diferentes;
2) O conceito de etnocentrismo e como ele surge do choque entre culturas;
3) A ideia de relativismo cultural que defende o estudo das culturas em seus próprios contextos sem julgamentos.
Este documento discute a constituição étnica da população brasileira, formada principalmente por indígenas, brancos e negros africanos. Além disso, fala sobre a grande contribuição dos imigrantes que chegaram ao Brasil ao longo dos séculos XIX e XX na formação da população, especialmente portugueses, asiáticos e outros grupos. Por fim, aborda a miscigenação e o mito da "democracia racial" no Brasil.
O documento discute os conceitos de cultura, cultura brasileira e identidade cultural. A cultura é definida como todo o complexo de conhecimento, arte, crenças e costumes adquiridos por um indivíduo em sociedade. A cultura brasileira é uma síntese de influências de diferentes povos, principalmente portugueses, que formaram o povo brasileiro. Apesar das diversidades, a língua e religião portuguesas deram unidade cultural ao Brasil.
1) O documento discute a cultura popular brasileira e sua desvalorização pela elite, apesar de ser formada por contribuições de diversos povos.
2) Analisa a Roda do Palmeira Mirim como manifestação cultural de Senhor do Bonfim que recebe pouca valorização dos moradores locais.
3) Tem como objetivo identificar os significados que as integrantes da Roda do Palmeira Mirim dão à cultura popular bonfinense.
O documento discute os conceitos de raça, etnia e etnicidade. Explica que raça é um conceito que sofreu alterações ao longo da história e atualmente não é usado na ciência para classificar humanos. Etnia refere-se a grupos com afinidades culturais e linguísticas. Etnicidade é uma identidade construída socialmente em resposta a relações de inclusão e exclusão. O Brasil reconheceu o racismo oficialmente apenas em 2001, apesar de sua população negra sofrer exclusão histórica.
Este documento discute conceitos antropológicos de identidade étnica e cultural. Apresenta as diferenças entre povo e etnia, nacionalidade e etnia. Explora como a identidade étnica emerge de relações sociais e é uma identidade "contrastiva". Discute como ideologias e representações coletivas influenciam a identidade étnica.
- A lei sancionada em 2008 pelo presidente Lula tornou obrigatório o ensino de história e cultura indígena nas escolas brasileiras, visando reduzir a ignorância e preconceitos sobre a diversidade cultural do país.
- Lideranças indígenas como Álvaro Tukano e Gersem Luciano militaram por este reconhecimento, interessados não apenas em aspectos políticos, mas na preservação de suas culturas e identidades étnicas.
- O Brasil apresenta grande diversidade cultural, com mais de 200 sociedades ind
O documento discute as matrizes culturais do Brasil e conceitos relacionados como:
1) A formação do território brasileiro e a diversidade cultural resultante dos contatos entre culturas diferentes;
2) O conceito de etnocentrismo e como ele surge do choque entre culturas;
3) A ideia de relativismo cultural que defende o estudo das culturas em seus próprios contextos sem julgamentos.
Este documento discute a constituição étnica da população brasileira, formada principalmente por indígenas, brancos e negros africanos. Além disso, fala sobre a grande contribuição dos imigrantes que chegaram ao Brasil ao longo dos séculos XIX e XX na formação da população, especialmente portugueses, asiáticos e outros grupos. Por fim, aborda a miscigenação e o mito da "democracia racial" no Brasil.
O documento discute os conceitos de cultura, cultura brasileira e identidade cultural. A cultura é definida como todo o complexo de conhecimento, arte, crenças e costumes adquiridos por um indivíduo em sociedade. A cultura brasileira é uma síntese de influências de diferentes povos, principalmente portugueses, que formaram o povo brasileiro. Apesar das diversidades, a língua e religião portuguesas deram unidade cultural ao Brasil.
1) O documento discute a cultura popular brasileira e sua desvalorização pela elite, apesar de ser formada por contribuições de diversos povos.
2) Analisa a Roda do Palmeira Mirim como manifestação cultural de Senhor do Bonfim que recebe pouca valorização dos moradores locais.
3) Tem como objetivo identificar os significados que as integrantes da Roda do Palmeira Mirim dão à cultura popular bonfinense.
O documento discute os conceitos de raça, etnia e etnicidade. Explica que raça é um conceito que sofreu alterações ao longo da história e atualmente não é usado na ciência para classificar humanos. Etnia refere-se a grupos com afinidades culturais e linguísticas. Etnicidade é uma identidade construída socialmente em resposta a relações de inclusão e exclusão. O Brasil reconheceu o racismo oficialmente apenas em 2001, apesar de sua população negra sofrer exclusão histórica.
Este documento discute conceitos antropológicos de identidade étnica e cultural. Apresenta as diferenças entre povo e etnia, nacionalidade e etnia. Explora como a identidade étnica emerge de relações sociais e é uma identidade "contrastiva". Discute como ideologias e representações coletivas influenciam a identidade étnica.
Conhecimento escolar e diversidade culturalCarla Regina
Este documento discute como articular os conhecimentos escolares com a diversidade cultural presente nas escolas brasileiras. Defende que os professores devem levar em conta as experiências e saberes dos alunos ao ensinar as diferentes áreas do conhecimento, validando e aproveitando os saberes que os estudantes trazem de casa. Também discute como a escola pode cumprir seu papel de ampliar os conhecimentos dos alunos sobre a realidade plural do Brasil.
O documento discute como o conceito de raça foi usado historicamente para desqualificar culturas e povos, impondo relações de poder e dominação. A ciência do século XIX disseminava ideias sobre supostas hierarquias raciais que influenciaram intelectuais brasileiros. Posteriormente, manifestações culturais negras como a capoeira foram criminalizadas e a população negra marginalizada nas cidades. Ainda há quem associe raça a características e comportamentos, ignorando influências sociohistóricas.
O documento discute as desigualdades raciais no Brasil e as políticas de ações afirmativas nas universidades. Primeiro, revisita o debate sobre as relações raciais brasileiras e a existência do racismo no país. Segundo, analisa como a ideia de raça foi construída no Brasil com base em teorias raciais do século XIX que defendiam a superioridade branca. Terceiro, mostra como essas ideias levaram à imagem do "Brasil sem problemas raciais" mas estudos revelaram profundas desigualdades entre brancos e
O documento discute a evolução do conceito de raça no Brasil. Inicialmente, raça era usada para explicar diferenças culturais entre povos, mas depois passou a significar um ideal de homogeneidade nacional através da mestiçagem e embranquecimento. Mais recentemente, o termo voltou a ser usado por movimentos negros como estratégia política para reivindicar inclusão e igualdade, em vez de exclusão.
O documento discute as influências culturais africanas na cultura brasileira, incluindo a culinária, música, dança, religião e língua. Ele destaca como elementos culturais africanos, como o samba, o candomblé e palavras da língua, se tornaram parte integrante da identidade brasileira.
Este resumo descreve um trabalho sobre o pan-africanismo, um movimento que buscava a libertação do colonialismo na África e a integração dos povos africanos. O trabalho analisa documentos de conferências pan-africanistas e da Organização da Unidade Africana. O pan-africanismo evoluiu de um movimento reformista para um nacionalista, visando a independência dos países africanos e a união do continente. A OUA ajudou a libertar as colônias e promover os direitos humanos na África.
Experiências, Dramas Sociais e Interseccionalidades de Mulheres Africanas em ...Ercilio Langa
O documento descreve a comunidade de estudantes africanos em Fortaleza, Ceará. Apresenta a história da imigração de estudantes africanos para o estado, iniciada na década de 1990, e o crescimento desta população nos anos 2000. Destaca que atualmente há uma diversidade de estudantes de diferentes países, sexos, classes sociais e religiões. Apesar de serem tratados como um grupo homogêneo, os estudantes africanos se diferenciam entre si e não se veem necessariamente como iguais.
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...Ercilio Langa
Este documento discute as interações afetivo-sexuais entre imigrantes africanos, mulheres brasileiras e LGBTs em Fortaleza, Ceará. Essas interações são marcadas por discriminação racial, dependência econômica e ambivalência, onde a sexualidade se revela um espaço de descoberta e redefinição de identidades. Discotecas LGBT, bares e festas africanas são locais onde ocorrem encontros envolvendo principalmente mulheres brasileiras mais velhas e imigrantes africanos. Interações entre africanos e
A cultura afro-brasileira engloba manifestações culturais como samba, capoeira e culinária influenciadas pela cultura africana trazida pelos escravos. Essas expressões foram por muito tempo desprezadas e perseguidas, mas o samba passou a ser admirado no início do século XX. Atualmente, a lei exige o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas para aprofundar o tema.
Este documento discute a importância do ensino de história e cultura africana no currículo escolar brasileiro. Apresenta as leis e diretrizes que estabeleceram esta obrigatoriedade e explicam que o objetivo é valorizar a história e cultura do povo negro brasileiro e reparar danos à sua identidade. Também discute que isso exige repensar as relações étnico-raciais e procedimentos pedagógicos para acabar com modos reduzidos de tratar a contribuição dos africanos e seus descendentes.
O documento discute os conceitos de raça e etnia. Aponta que raça é um conceito biológico que não se aplica aos seres humanos, enquanto etnia se refere a fatores culturais como língua e tradições compartilhadas por um grupo. Também descreve como esses conceitos foram historicamente usados para classificar grupos humanos de forma problemática e como o termo "etnia" passou a ser preferido.
Cultura brasileira - 1º Bimestre - UNIVESPdicasdubr
1) A cultura brasileira é diversificada, resultado da mistura de elementos indígenas, africanos e europeus, tornando difícil definir a identidade brasileira.
2) O documento discute a língua portuguesa falada no Brasil, influenciada pelas línguas indígenas e africanas, e como ela reflete a cultura brasileira.
3) A identidade cultural brasileira oscila entre a modernidade importada e os elementos tradicionais, enquanto as classes populares e elites também se misturam culturalmente.
A escravidão foi implantada no Brasil durante a década de 1530, e, durante grande parte da colonização, a escravidão indígena e a africana coexistiram em quase toda a colônia. ... Ao longo da história colonial e imperial do Brasil, os grupos escravizados foram, primeiramente, os indígenas e, depois, os africanos.
O documento discute a importância da cultura afro-brasileira e indígena no Brasil. Ele descreve como essas culturas influenciam a vida cotidiana por meio de tradições como falar, comer e celebrar. Também destaca a importância de reconhecer e valorizar essas identidades culturais para promover a autoestima entre crianças e adolescentes. Finalmente, discute como a educação pode ajudar a superar preconceitos e garantir os direitos dessas populações.
O documento discute a formação da identidade multicultural brasileira através da miscigenação entre indígenas, negros e brancos. Também aborda os desafios enfrentados por alguns grupos étnicos no país e o papel da escola em formar cidadãos conscientes e combater o preconceito por meio de práticas docentes inclusivas.
O documento discute questões raciais e étnicas, explicando que: 1) Raça é uma construção social e não biológica que foi usada para justificar a dominação; 2) Etnia surgiu como alternativa ao termo raça no século 20 para se referir a grupos culturais; 3) Racismo ainda ocorre contra determinados grupos étnicos, apesar da mudança terminológica.
O documento discute a contribuição dos povos africanos para o conhecimento científico e tecnológico. Apresenta como o eurocentrismo distorceu a história, negando o legado dos povos africanos. Destaca importantes conquistas científicas e tecnológicas desses povos, como os avanços na medicina feitos pelos egípcios antigos.
O documento discute a educação quilombola no Brasil. (1) Descreve como quilombos eram vistos no passado e como a visão mudou com a Constituição de 1988. (2) A Constituição reconheceu a propriedade de terras quilombolas e o direito à educação considerando suas especificidades culturais. (3) Uma proposta educacional quilombola deve valorizar os saberes locais e romper com uma visão hierárquica que perpetua o poder de certos grupos.
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraGesiel Oliveira
1) A globalização é um processo econômico e social que integra países e pessoas através do comércio, transações financeiras e difusão de aspectos culturais.
2) As esferas da globalização econômica incluem a globalização comercial, financeira e produtiva.
3) Após a 2a Guerra Mundial, organizações como o FMI, Banco Mundial e OMC foram criadas para regular as relações econômicas globais de acordo com os interesses dos EUA.
O documento discute as mudanças nas provas de concursos públicos no Brasil, com maior ênfase no conteúdo de atualidades. Explica que é importante um servidor público estar atualizado, mas ler notícias não é suficiente - é preciso contextualizar os fatos atuais com o passado recente. Recomenda estudar história para compreender melhor os acontecimentos atuais.
Conhecimento escolar e diversidade culturalCarla Regina
Este documento discute como articular os conhecimentos escolares com a diversidade cultural presente nas escolas brasileiras. Defende que os professores devem levar em conta as experiências e saberes dos alunos ao ensinar as diferentes áreas do conhecimento, validando e aproveitando os saberes que os estudantes trazem de casa. Também discute como a escola pode cumprir seu papel de ampliar os conhecimentos dos alunos sobre a realidade plural do Brasil.
O documento discute como o conceito de raça foi usado historicamente para desqualificar culturas e povos, impondo relações de poder e dominação. A ciência do século XIX disseminava ideias sobre supostas hierarquias raciais que influenciaram intelectuais brasileiros. Posteriormente, manifestações culturais negras como a capoeira foram criminalizadas e a população negra marginalizada nas cidades. Ainda há quem associe raça a características e comportamentos, ignorando influências sociohistóricas.
O documento discute as desigualdades raciais no Brasil e as políticas de ações afirmativas nas universidades. Primeiro, revisita o debate sobre as relações raciais brasileiras e a existência do racismo no país. Segundo, analisa como a ideia de raça foi construída no Brasil com base em teorias raciais do século XIX que defendiam a superioridade branca. Terceiro, mostra como essas ideias levaram à imagem do "Brasil sem problemas raciais" mas estudos revelaram profundas desigualdades entre brancos e
O documento discute a evolução do conceito de raça no Brasil. Inicialmente, raça era usada para explicar diferenças culturais entre povos, mas depois passou a significar um ideal de homogeneidade nacional através da mestiçagem e embranquecimento. Mais recentemente, o termo voltou a ser usado por movimentos negros como estratégia política para reivindicar inclusão e igualdade, em vez de exclusão.
O documento discute as influências culturais africanas na cultura brasileira, incluindo a culinária, música, dança, religião e língua. Ele destaca como elementos culturais africanos, como o samba, o candomblé e palavras da língua, se tornaram parte integrante da identidade brasileira.
Este resumo descreve um trabalho sobre o pan-africanismo, um movimento que buscava a libertação do colonialismo na África e a integração dos povos africanos. O trabalho analisa documentos de conferências pan-africanistas e da Organização da Unidade Africana. O pan-africanismo evoluiu de um movimento reformista para um nacionalista, visando a independência dos países africanos e a união do continente. A OUA ajudou a libertar as colônias e promover os direitos humanos na África.
Experiências, Dramas Sociais e Interseccionalidades de Mulheres Africanas em ...Ercilio Langa
O documento descreve a comunidade de estudantes africanos em Fortaleza, Ceará. Apresenta a história da imigração de estudantes africanos para o estado, iniciada na década de 1990, e o crescimento desta população nos anos 2000. Destaca que atualmente há uma diversidade de estudantes de diferentes países, sexos, classes sociais e religiões. Apesar de serem tratados como um grupo homogêneo, os estudantes africanos se diferenciam entre si e não se veem necessariamente como iguais.
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...Ercilio Langa
Este documento discute as interações afetivo-sexuais entre imigrantes africanos, mulheres brasileiras e LGBTs em Fortaleza, Ceará. Essas interações são marcadas por discriminação racial, dependência econômica e ambivalência, onde a sexualidade se revela um espaço de descoberta e redefinição de identidades. Discotecas LGBT, bares e festas africanas são locais onde ocorrem encontros envolvendo principalmente mulheres brasileiras mais velhas e imigrantes africanos. Interações entre africanos e
A cultura afro-brasileira engloba manifestações culturais como samba, capoeira e culinária influenciadas pela cultura africana trazida pelos escravos. Essas expressões foram por muito tempo desprezadas e perseguidas, mas o samba passou a ser admirado no início do século XX. Atualmente, a lei exige o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas para aprofundar o tema.
Este documento discute a importância do ensino de história e cultura africana no currículo escolar brasileiro. Apresenta as leis e diretrizes que estabeleceram esta obrigatoriedade e explicam que o objetivo é valorizar a história e cultura do povo negro brasileiro e reparar danos à sua identidade. Também discute que isso exige repensar as relações étnico-raciais e procedimentos pedagógicos para acabar com modos reduzidos de tratar a contribuição dos africanos e seus descendentes.
O documento discute os conceitos de raça e etnia. Aponta que raça é um conceito biológico que não se aplica aos seres humanos, enquanto etnia se refere a fatores culturais como língua e tradições compartilhadas por um grupo. Também descreve como esses conceitos foram historicamente usados para classificar grupos humanos de forma problemática e como o termo "etnia" passou a ser preferido.
Cultura brasileira - 1º Bimestre - UNIVESPdicasdubr
1) A cultura brasileira é diversificada, resultado da mistura de elementos indígenas, africanos e europeus, tornando difícil definir a identidade brasileira.
2) O documento discute a língua portuguesa falada no Brasil, influenciada pelas línguas indígenas e africanas, e como ela reflete a cultura brasileira.
3) A identidade cultural brasileira oscila entre a modernidade importada e os elementos tradicionais, enquanto as classes populares e elites também se misturam culturalmente.
A escravidão foi implantada no Brasil durante a década de 1530, e, durante grande parte da colonização, a escravidão indígena e a africana coexistiram em quase toda a colônia. ... Ao longo da história colonial e imperial do Brasil, os grupos escravizados foram, primeiramente, os indígenas e, depois, os africanos.
O documento discute a importância da cultura afro-brasileira e indígena no Brasil. Ele descreve como essas culturas influenciam a vida cotidiana por meio de tradições como falar, comer e celebrar. Também destaca a importância de reconhecer e valorizar essas identidades culturais para promover a autoestima entre crianças e adolescentes. Finalmente, discute como a educação pode ajudar a superar preconceitos e garantir os direitos dessas populações.
O documento discute a formação da identidade multicultural brasileira através da miscigenação entre indígenas, negros e brancos. Também aborda os desafios enfrentados por alguns grupos étnicos no país e o papel da escola em formar cidadãos conscientes e combater o preconceito por meio de práticas docentes inclusivas.
O documento discute questões raciais e étnicas, explicando que: 1) Raça é uma construção social e não biológica que foi usada para justificar a dominação; 2) Etnia surgiu como alternativa ao termo raça no século 20 para se referir a grupos culturais; 3) Racismo ainda ocorre contra determinados grupos étnicos, apesar da mudança terminológica.
O documento discute a contribuição dos povos africanos para o conhecimento científico e tecnológico. Apresenta como o eurocentrismo distorceu a história, negando o legado dos povos africanos. Destaca importantes conquistas científicas e tecnológicas desses povos, como os avanços na medicina feitos pelos egípcios antigos.
O documento discute a educação quilombola no Brasil. (1) Descreve como quilombos eram vistos no passado e como a visão mudou com a Constituição de 1988. (2) A Constituição reconheceu a propriedade de terras quilombolas e o direito à educação considerando suas especificidades culturais. (3) Uma proposta educacional quilombola deve valorizar os saberes locais e romper com uma visão hierárquica que perpetua o poder de certos grupos.
Apostila atualidades 2013 Prof Gesiel de Souza OliveiraGesiel Oliveira
1) A globalização é um processo econômico e social que integra países e pessoas através do comércio, transações financeiras e difusão de aspectos culturais.
2) As esferas da globalização econômica incluem a globalização comercial, financeira e produtiva.
3) Após a 2a Guerra Mundial, organizações como o FMI, Banco Mundial e OMC foram criadas para regular as relações econômicas globais de acordo com os interesses dos EUA.
O documento discute as mudanças nas provas de concursos públicos no Brasil, com maior ênfase no conteúdo de atualidades. Explica que é importante um servidor público estar atualizado, mas ler notícias não é suficiente - é preciso contextualizar os fatos atuais com o passado recente. Recomenda estudar história para compreender melhor os acontecimentos atuais.
O documento discute os conceitos de oração, verbo, predicação verbal e transitividade. Explica que toda oração contém um verbo e que os verbos podem ou não ter complementos verbais. Detalha os tipos de complementos verbais - objeto direto, objeto indireto - e como eles indicam se o verbo é transitivo direto, indireto ou intransitivo.
O documento fornece dicas sobre a estrutura e elaboração de diferentes tipos de textos para redação, incluindo expositivo-argumentativo, descritivo, narrativo e instrucional. Ele explica como introduzir e desenvolver cada parte do texto de forma clara e coesa, além de destacar aspectos importantes como trópicos frasais, coerência, coesão e conclusão.
Apostila de Atualidades/Conhecimentos GeraisMuriel Pinto
O documento discute as principais fontes de energia no Brasil, incluindo hidrelétrica, termoelétrica, petróleo, álcool e cana-de-açúcar. Também aborda a exploração de petróleo no Brasil, com foco na Bacia de Santos, e a desconcentração da indústria brasileira.
O documento resume as qualificações acadêmicas e experiência profissional de um professor. Ele se formou em História e Filosofia pela Universidade Estadual do Piauí e possui especialização e qualificação nessas áreas. Ele também faz parte de um grupo de pesquisa sobre história, cultura e identidade.
Apostila de conhecimentos gerais para concursos[prf)] atualidadesAndre Benjamim
1) O documento discute a questão cultural no Brasil durante o século XX, desde a Semana de Arte Moderna de 1922 até a ditadura militar de 1964, período em que houve forte influência cultural dos Estados Unidos e crescimento das artes e da indústria cultural brasileira.
2) É descrito o surgimento da bossa nova na década de 1950 e do Cinema Novo na década seguinte, ambos buscando uma identidade cultural brasileira em meio às transformações do país.
3) A ditadura militar que se instalou ap
O texto discute como o rápido progresso técnico e científico gera apreensão no homem moderno, já que as mudanças ocorrem de forma imprevisível e constante, dificultando a adaptação e podendo levar à perda da identidade ou autodestruição caso não se saiba conciliar todos os avanços.
O documento discute um parecer jurídico sobre uma contratação irregular realizada por dispensa de licitação e contrato verbal com uma sociedade de economia mista. O parecer conclui que (1) a dispensa de licitação foi ilegal por se tratar de uma empresa estatal, (2) o contrato verbal é nulo por não observar a forma escrita exigida e (3) houve violações a normas de direito financeiro e orçamento público.
2 Redações Comentadas - FCC - PROJETO NOTA MÁXIMA NAS PROVAS DISCURSIVASGlória Alves
Prof. Glória Moura Alves
Concurso Público
Rumo à aprovação.
Teoria esquematizada.
Propostas de provas discursivas.
Redações comentadas com simulação de nota.
Dicas de conteúdo, estruturação e organização da redação.
Dicas gramaticais: aspectos microestruturais.
Estudo das exigências da banca: FCC
1) O documento discute a formação do povo brasileiro através da miscigenação entre portugueses, índios e africanos escravizados.
2) Apesar das diferentes origens raciais e culturais, os brasileiros se desenvolveram como uma única etnia nacional unificada linguistica e culturalmente.
3) Subjacente à unidade cultural, existem profundas desigualdades sociais entre classes privilegiadas e massas empobrecidas que podem levar a futuros conflitos.
1) O documento discute a formação da identidade nacional brasileira através da miscigenação racial e das políticas de colonização e imigração no período imperial e nas primeiras décadas da república.
2) No império, a miscigenação era vista como um caminho para a formação de uma "raça histórica brasileira", enquanto a imigração européia era incentivada para "civilizar" o país.
3) Na república, o "branqueamento" passou a ser visto como essencial para definir a "
O documento discute a formação cultural do Brasil através da miscigenação entre povos indígenas, portugueses e africanos. Também aborda as contribuições de imigrantes no século XX e a construção da identidade nacional brasileira. Por fim, analisa a escravidão negra no Brasil e seus impactos na sociedade.
O documento discute a formação cultural do Brasil através da miscigenação entre povos indígenas, portugueses e africanos. Também aborda a influência de imigrantes no século XX, a construção da identidade nacional brasileira e as contribuições culturais dos negros e afrodescendentes, apesar da história de escravidão.
Este documento discute a importância da pluralidade cultural no Brasil e o papel da escola em reconhecer e valorizar a diversidade étnica e cultural do país. Ele explica que a sociedade brasileira é formada por diferentes etnias e culturas e que a escola deve ensinar o respeito pela diversidade para combater o preconceito. A escola deve mostrar como a pluralidade cultural enriquece a identidade nacional brasileira.
Este documento discute a importância da pluralidade cultural no Brasil. Ele explica que a sociedade brasileira é formada por diversas etnias e culturas e que a escola deve reconhecer e valorizar essa diversidade, promovendo o respeito entre os diferentes grupos e combater a discriminação. A escola deve ensinar sobre a riqueza da diversidade cultural brasileira e preparar os estudantes para viverem democraticamente em uma sociedade plural.
1) O documento discute o conceito de etnocentrismo e como ele leva as pessoas a julgarem outras culturas com base nos próprios padrões culturais.
2) É dado o exemplo de que atitudes como preconceito racial, nacionalismo e intolerância religiosa são formas de etnocentrismo.
3) Uma das alternativas listadas revela uma atitude etnocêntrica ao considerar culturas diferentes de forma inferior.
O documento discute como a cultura brasileira foi formada a partir da chegada dos jesuítas no século XVI, que ensinaram os indígenas e influenciaram a sociedade brasileira. A cultura brasileira é pluralista e foi moldada pelos colonizadores europeus, indígenas e escravos africanos. Manifestações culturais populares como folclore, lendas e cantigas de roda fazem parte integrante da cultura brasileira.
O documento discute a interculturalidade e a globalização, definindo interculturalidade como propostas de convivência democrática entre culturas valorizando a diversidade sem anular diferenças. A globalização evidencia a diversidade cultural mas também promove homogeneização. Processos híbridos de sincretismo e mestiçagem construíram a identidade brasileira, mas desigualdades sociais ainda mascaram diferenças culturais.
O documento discute como a cultura brasileira é tradicionalmente entendida de forma limitada, focando em aspectos como futebol e samba, mas na verdade engloba diversos contextos como raça, etnia e nação. Também menciona que os jovens hoje dão menos valor à cultura brasileira e preferem seguir culturas estrangeiras.
O documento discute como vários autores abordam a identidade cultural do povo brasileiro, citando Da Matta, Veloso, Ortiz, Gilberto Freire e outros. As perspectivas incluem a miscigenação, a importância da cultura e da sociedade na definição da identidade, e como fatores como língua, religião e características étnicas moldaram a identidade do brasileiro.
O documento discute a ressignificação da história e cultura africana e afro-brasileira na escola. Argumenta que é necessário rever como estas culturas são marginalizadas e estereotipadas nos currículos escolares. Defende que a educação pode ajudar a valorizar estas culturas e construir novos olhares sobre a diversidade étnico-racial brasileira. Também reflete sobre como o racismo ainda está enraizado na sociedade brasileira e a escola pode ter um papel no combate a preconceitos.
O documento discute minorias e diversidade cultural no Brasil. Aborda a situação de grupos marginalizados como indígenas, negros e mulheres e como eles lutam por respeito e reconhecimento de suas identidades culturais. Também descreve a prevalência do racismo na sociedade brasileira e exemplos históricos de discriminação racial em Nova Friburgo.
O documento discute os conceitos de cultura, etnocentrismo, relativismo cultural e diversidade cultural. Aborda a definição de cultura, como cultura é transmitida entre gerações e modificada, e como o contato entre culturas diferentes pode levar a mudanças culturais e ao processo de aculturação.
O documento discute o conceito de interculturalidade no ensino de línguas estrangeiras. Apresenta três textos que abordam o tema: 1) Do pós-nacional ao intercultural, discutindo a descolonização e a necessidade de investimentos sociais; 2) Multiculturalism, analisando a abordagem do multiculturalismo no Canadá e suas perspectivas; 3) Para uma compreensão das diferenças, defendendo a importância do diálogo e do respeito mútuo entre culturas diferentes.
1) O documento discute a importância de referenciais étnicos positivos nas escolas para a formação da identidade cultural de estudantes de diferentes etnias.
2) Historicamente, a população negra foi reduzida à raça inferior durante a colonização para justificar a exploração e escravidão. Isso causou danos à identidade cultural dos africanos e seus descendentes.
3) O texto argumenta que a literatura infantil pode ajudar a fornecer referenciais positivos sobre a história e cultura negra, contribuindo para a formação da
1) O documento discute o conceito de multiculturalismo e sua importância para o ensino da sociologia.
2) Multiculturalismo refere-se à existência de muitas culturas em uma localidade sem uma dominante, porém separadas geograficamente.
3) As políticas multiculturalistas visam resistir à homogeneidade cultural e valorizar a diversidade étnica e cultural.
O documento discute a diversidade cultural no Brasil, mencionando como três raças (indígenas, europeus e africanos) contribuíram para a cultura brasileira. Também aborda conceitos como etnocentrismo, relativismo cultural e os desafios enfrentados pelos povos indígenas para preservação de sua cultura.
Este documento discute a importância da pluralidade cultural no Brasil. Ele descreve a diversidade étnica e cultural da sociedade brasileira e argumenta que a escola deve ensinar o respeito pelas diferentes culturas para promover a convivência democrática. O objetivo é conscientizar os alunos sobre a igualdade entre todos os grupos, independentemente de suas diferenças.
Egito antigo resumo - aula de história.pdfsthefanydesr
O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
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Apostila de atualidades
1. APOSTILA DE ATUALIDADES
Professor Diogenes Antônio Moreira Júnior
UNIDADE III: CULTURA BRASILEIRA- PLURALIDADE,
IDENTIDADE E MANIFESTAÇÕES
1- Introdução
“cinco grupos etnográficos, ligados pela comunidade ativa da língua e passiva da
religião, moldados pelas condições ambientes de cinco regiões dispersas, tendo pelas
riquezas naturais da terra um entusiasmo estrepitoso, sentindo pelo português aversão
ou desprezo, não se prezando, porém, uns aos outros de modo particular – eis em suma
ao que se reduziu a obra de três séculos.”
(ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1976 –
original de 1907.)
“É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão diferenciadas, os
brasileiros são, hoje, um dos povos mais homogêneos, lingüística e culturalmente e
também um dos mais integrados socialmente da Terra. Falam uma mesma língua, sem
dialetos. Não abrigam nenhum contingente reivindicativo de autonomia, nem se apegam
a nenhum passado. Estamos abertos é para o futuro.”
(RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.)
Na formação do “povo brasileiro” a miscigenação racial e as intercessões culturais
entre os portugueses, as “nações” indígenas e as várias etnias africanas geraram uma das
culturas mais sincréticas já existentes na história das nações modernas.
Começando no período colonial (do século XVI ao século XIX) e passando pelo Brasil
Império (século XIX), o vasto território brasileiro foi ganhando características regionais e ao
mesmo tempo tendo sua identidade nacional formatada. Os costumes, as danças, as comidas
típicas, os ritmos musicais, as expressões lingüísticas, em suma, nas mais diversas
manifestações, a cultura nacional formatou uma identidade marcada exatamente pela
pluralidade, pelo hibridismo, apesar de notadamente essas manifestações que se agregam
subjetivamente, em um movimento espontâneo, a partir das interações políticas, sociais,
econômicas e religiosas entre as multidões, nos remeterem a protagonistas com papéis sociais
ou hierarquias sociais bem distintas, afinal estamos analisando a formação cultural de uma
nação onde os europeus eram livres e portadores do maior status social, os africanos eram
sobreviventes da condição de desumanização gerada pela escravidão, principalmente quando
impunham sua humanização através de sua ampla cultura, e a cultura indígena sobrevivia por
um misto entre a grandiosidade dessas manifestações ao longo do território e pela própria
flexibilidade do discurso colonizador, principalmente das ações católicas, haja visto as
barreiras que existiam para que alcançassem seus objetivos de imposição sobre esses grupos
nativos.
2. A Normatização cultural européia
Catequese indígena resistência afro-brasileira
Olhar ao nosso redor e perceber as variações regionais, a relação entre as grandes
festas e as raízes coloniais, as manifestações diversas (ainda julgadas de acordo com suas
origens sociais e raciais) é um movimento de fácil observação. Vai desde o idioma oficial que
herdamos dos portugueses, passando pelas tradições católicas e chegando ao gueto religioso
africano que ainda ecoa nos terreiros de Candomblé, religião que ainda sofre extrema
discriminação da sociedade. Mas antes de analisar o papel das nossas principais
manifestações culturais dentro das relações sociais no Brasil, é preciso tratar de uma questão
maior: o conceito de identidade nacional.
Através desse ponto perceberemos algumas de nossas raízes culturais, nossas
principais características, os mitos implícitos nesse discurso nacional e nossa realidade. A
cultura é o maior espelho de nossa história: plural, híbrida e com muitas ambigüidades.
2- IDENTIDADE CULTURAL, CONCEITOS
Como já dissemos a cultura brasileira é formada a partir da mistura racial e cultural entre
os povos que produziram dentro desse território a nossa história. Mas em qualquer nação
esse processo resulta dessa combinação. A partir da formação geofísica do território, em
função de uma dada conjuntura política (guerras, revoluções, crises, golpes, etc), as multidões
passam a criar padrões nacionais de cultura e com o tempo formata-se uma identidade
nacional .A questão então é, porque que em alguns países o “espírito” nacional é
evidente, como é o caso do Brasil ou dos Estados Unidos, e em muitos outros ele é
inviável, como é o caso da antiga Iugoslávia ou mesmo de muitos países do continente
africano? Porque que em algumas nações o sentimento nacional se manifesta e cria
vínculos entre a população, o território e o país e em tantos outros, constantemente,
3. grupos sociais se enfrentam por questões culturais? E mais porque muitas vezes um
mesmo território não abriga identidade, sendo alvo de tantas disputas? Essas respostas
são básicas para compreender a questão da cultura e por conseqüência, da cultura brasileira.
O futebol no Brasil, uma paixão nacional. Guerras na África, muitas etnias em cada nação
Problemas na identidade nacional, o caso belga.
A princípio é preciso entender que a identidade nacional é uma construção teórica. A
cultura, base da formação dos grupos sociais e meio pelo qual a humanidade manifesta
sua relação com o mundo, varia de acordo com a história dos povos. Muitas vezes povos
com culturas diferentes são levados a uma convivência e a partir daí a questão da identidade
se torna um processo complexo. Nem sempre um território abriga pacificamente grupos étnicos
diferentes e permanece uma única nação. No continente africano esse traço é uma das
principais características até hoje, gerando inclusive intermináveis guerras civis.
Muitas vezes a unidade territorial é mantida porque as diferenças culturais são
desprezadas em detrimento do discurso de identidade. Tanto em um quanto no outro processo
o tempo é fundamental. Não será de uma ora para outra que as diversidades ou as marcas
étnicas de certos grupos serão desprezadas em nome do projeto de uma nação forte. Essa
transformação envolve um forte apelo ideológico que precisa ultrapassar gerações para se
enraizar. Observe o caso de Ruanda:
4. A NAÇÃO é uma “entidade” geopolítica, isto é, um espaço geográfico aonde os homens
criam um sentido de identidade. A existência da nação moderna pressupõe três conceitos
básicos: FRONTEIRAS NACIONAIS, POVO E ESTADO NACIONAL. No caso de Ruanda, o
Estado busca legitimar o sentimento de identidade nacional através da memória coletiva do
esquecimento, uma escolha extremamente arriscada, afinal independente do bombardeio
ideológico e jurídico do Estado, os padrões culturais se preservam a partir de outros
componentes da sociedade, como a família e a transmissão oral. Basta estudar a história dos
judeus e notar que mesmo perseguidos em várias conjunturas, mantiveram seus traços
religiosos. Cultura não de dizima apenas através de novas leis.
Vamos analisar cada aspecto que possibilita a formação de uma realidade nacional:
- AS FRONTEIRAS NACIONAIS
A criação dos territórios nacionais reflete sempre conjunturas políticas. Dentro de certo
quadro histórico, grupos dominam certas regiões e definem uma fronteira. A manutenção
dessa fronteira enquanto país depende de inúmeros fatores e pode ser vital para a estabilidade
ou não de uma nação. A Palestina é um exemplo perfeito. Um território com fronteiras
reconhecidas mundialmente, mas que não abriga uma única nação. Ali dentro, Israel se impõe,
mas é contestado pelo povo palestino, de formação étnica árabe. Nesse caso o território não
se transforma em fronteira nacional porque as diferenças entre israelenses e palestinos
transbordam as possibilidades de convivência pacífica.
5. Palestina atualmente, barril de pólvora
No caso palestino um território abriga uma nação (Israel), uma área que busca
reconhecimento nacional (Palestina) e dois povos que disputam o controle e a legitimidade do
território. HÁ IDENTIDADE NACIONAL?
- POVO
Não basta juntar multidões em um território para que exista a formação de um povo.
Essa dimensão pressupõe identidade cultural e a identidade só existe se as multidões tiverem
o sentimento de pertencimento aquela nação, aqueles valores culturais nacionais. O caso da
palestina é excelente. O povo palestino não cria redes de convivência palestina, nem pode. De
um lado o território abriga os judeus, identificados culturalmente com a idéia de Israel, e do
outro os árabes, alheios completamente a esse Estado-nação. O saldo só pode ser negativo
dentro do território.
Outro exemplo impressionante dessa relação de criação do sentimento de identidade
está bem próximo, no futebol brasileiro. Quem nunca ouviu essas frases: ”UMA VEZ
FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO”. “A NAÇÃO CORÍNTHIANA...”. Porque afirmar que
existe a nação rubro-negra ou a nação corintiana, se esses times não possuem um território?
Porque entre milhares de pessoas, o flamengo ou o coríntias criam um amplo sentimento de
identidade, independente, das múltiplas diferenças que existem entre os seus elementos? No
momento de torcer por esses times, seus “cidadãos” criam uma pátria. Não importa as
diferenças religiosas, raciais, econômicas, políticas e ideológicas. Todos pertencem a uma
mesma direção.
6. CRIAÇÃO DE IDENTIDADE
SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO
Quando o Estado e as demais instituições de poder e difusão de ideologias dominantes
dentro de um país conseguem direcionar a formação das mentalidades e do comportamento
nacional para essa direção de pertencimento a pátria, está construído o mito da identidade
nacional.
- Estado nacional
Esse é o elemento decisivo na fundação da identidade nacional. Só com um governo
que tenha legitimidade nacional, independente se essa legitimidade é conquistada através da
construção democrática ou da imposição ditatorial, a nação se transforma em uma realidade
possível. Primeiro porque quando não há essa legitimidade, outros grupos buscam o poder e
por vezes essa busca representa separatismos. Segundo, porque cabe a essa instituição a
formatação da identidade nacional. Através de todos os recursos possíveis, de acordo com o
período histórico, a elite política precisa forjar o sentimento de pátria para ganhar o apoio
nacional. O povo só existe quando o Estado constrói e impõe a cultura nacional. Muitas
vezes esse processo é fantástico e chega a eliminar as diversidades ou a possibilitar que elas
convivam sem agredir o patriotismo. Outras vezes essa construção não possui êxito e a
existência dessa identidade fica comprometida. Dessas possibilidades que podemos ter
multidões mais críticas ou alienadas.
Resumidamente, a nação nada mais é do que um conceito forjado por grupos
dominantes, que buscam conquistar padrões de comportamentos passivos nas
multidões, dentro de uma relação de fidelidade e interação com essa representação
cartográfica nacional e que depende de uma completa interação entre a identidade
territorial (FRONTEIRA NACIONAL), política (ESTADO NACIONAL) e cultural (O
CONCEITO DE POVO).
7. 3- IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA: UM MITO CHAMADO
BRASIL
A bandeira brasileira não exprime a política nem a história. É um símbolo da natureza:
floresta, ouro, céu, estrela e ordem. É o Brasil-jardim, o Brasil-paraíso terrestre. O
mesmo fenômeno pode ser observado no Hino Nacional, que canta mares mais verdes,
céus mais azuis, bosques como as flores e nossa vida de ‘mais amores’. (...) O mito do
país-paraíso nos persuade de que nossa identidade e grandeza se acham
predeterminadas no plano natural: somos sensuais, alegres e não-violentos.
(CHAUÍ, Marilena. Folha de São Paulo, 26/03/2000.)
A formação da identidade nacional no Brasil foi um processo longo e com ritmos bem
distintos. Hoje, é indiscutível o sucesso dessa formatação cultural. Em um país que abrigou
tantas matrizes étnicas desde a colonização portuguesa, onde essas etnias estiveram por
diversas vezes em condição de conflito social, onde as dimensões territoriais continentais
fomentam a diversidade e as heranças históricas continuam promovendo distinções raciais,
religiosas e culturais, essa tarefa tornavase inviável. Entretanto, poucos países abrigam um
povo tão identificado com seu país e conectado por laços de identidade como o Brasil. Ao
longo da história forjouse um país, um povo, uma cultura: a cultura brasileira.
Etapas da formação da identidade nacional brasileira
- Período colonial: Raízes e inserção na atual sociedade brasileira
Nesse momento da história do Brasil não havia ainda uma nação. O Estado brasileiro
só surge com a independência, portanto não havia autonomia política. Também não havia o
sentimento de pertencimento ao território. O Brasil era extensão do Império português e nas
relações sócio-econômicas criadas aqui, a identificação dos grupos era com sua condição
social, isto é, um grande proprietário de terras, um funcionário português ou um escravo, cada
qual buscando impor sua condição social ou romper com ela. Uma das poucas relações que foi
se desconfigurando foi a do indígena com a terra. Com o passar dos séculos, a Igreja foi se
apropriando cada vez mais do comportamento dos índios e desconfigurando os padrões de
cultura desse segmento social. Uma vez catequizados, a fronteira entre os indígenas e a
cultura indígena ficava cada vez maior.
E não estamos afirmando que a inexistência de identidade seja um fenômeno dos
primeiros momentos de colonização. Em pleno século XVIII, revoltas separatistas no Brasil
lutavam por causas extremamente regionais. A Inconfidência Mineira é o maior paradigma
dessa ausência de patriotismo. Os incofindentes não lutavam por uma causa nacional, mas
sim por seus interesses A própria Independência do Brasil. Serve como exemplo. Sem
participação popular e com poucas batalhas, nada foi além do que uma soma de interesses
entre algumas elites. Não havia um movimento nacional organizado Em um território com
tantos escravos e onde a terra era tão concentrada, a conquista política não podia envolver as
multidões. Os conceitos de liberdade e igualdade poderiam levar a uma percepção de exclusão
e ausência de democracia racial, perigosa demais para as elites brasileiras.
8. Na construção da história oficial do Brasil isso sempre foi um entrave. Sem heróis e
símbolos nacionais, as versões oficiais criaram falsos mitos, como Tiradentes, ou falsas
versões dos fatos, como a idealizada imagem de independência da tela de Pedro Américo,
pintado entre 1886 e 1888, período de decadência da monarquia.
Independência ou morte!
Mas antes de analisar os primeiros passos da formação da identidade cultural brasileira
através de ações oficiais do Estado, é fundamental identificar todos os elementos fundadores
da cultura brasileira, presentes nos processos de conflitos sociais inerentes a colonização. Na
formação cultural brasileira destacamos os seguintes elementos:
- Catolicismo.
Através da atuação direta dos jesuítas e secundária da Inquisição, a religião tornou-se o
maior veículo de dominação cultural portuguesa no Brasil. Contudo, não impediram o
enraizamento das manifestações religiosas africanas na produção cultural dos escravos,
principalmente os Iorubás. A flexibilidade jesuítica para alcançar a confiança indígena e a
permissividade da Igreja com os ritos africanos para não atrapalhar a escravidão e também
com os padrões sexuais e culturais da elite para não criar atritos políticos, criou uma qualidade
única de católico, o não praticante. Esse processo também determinou o hibridismo entre a
cultura européia e as culturas africanas, marca ímpar da cultura brasileira.
Observe como séculos depois, o povo brasileiro se manifesta como católico, muitas
vezes por identificar status maior nessa religião do que por freqüência e crença nos dogmas:
9. Dados sobre religiosidade do início do século XXI
- A língua portuguesa.
Por mais que grande parte dos habitantes do Brasil ainda não falasse o idioma europeu
no século XVIII, a sobreposição do português sobre os dialetos africanos e as línguas
indígenas, indica estreita relação entre a dominação econômica portuguesa e a sobreposição
cultural dos europeus. A partir da popularização do ensino público no século XX, os
parâmetros educacionais não visavam uma democracia cultural no Brasil. Na verdade, poucas
vezes a Educação e a cultura oficial brasileira criaram espaços para a valorização das culturas
afro-brasileira ou indígenas, fator mais recorrente nos últimos dez anos, inclusive com
deliberações jurídicas.
Porém, aqui vale também ressaltar que centenas de palavras de nossa língua são
tributárias do universo lingüístico indígena e até afro-brasileira ou mesmo que as variações
regionais do português são impressionantes. Não foi uma superposição sem limitações.
10. Contribuição indígena a língua portuguesa, marca do hibridismo
- O sincretismo cultural.
Em muitos países a unidade cultural é uma marca forte. No Brasil esse traço seria
impossível. Através da resistência escrava e da necessidade em negociar algum grau de
autonomia cultural para evitar fugas, suicídios, revoltas, ou seja, grandes prejuízos, os donos
de escravos e os agentes portugueses da administração tiveram que tolerar e permitir algumas
práticas da cultura africana e afro-brasileira. Esse foi um processo fantástico, na medida em
que mostrou a humanização dos escravos e impôs à cultura brasileira um traço mais
heterogêneo, apesar do racismo e dos limites sociais de acesso a oportunidades,
secundarizarem grande parte dessas manifestações. Podemos destacar como marcas que
atravessaram os séculos e a rejeição discriminatória de boa parte da sociedade brasileira,
manifestações como a capoeira, a feijoada, o candomblé, o samba de raiz, o jongo, entre
muitas outras.
Dois aspectos dessa imposição cultural afro-brasileira são ainda mais expressivos:
11. 1º- Na esfera da religiosidade, o preconceito ainda é marcante. As religiões afrobrasileiras
ainda não são valorizadas como manifestações legítimas e são vistas e tratadas com muita
discriminação. Aliás, o reconhecimento das manifestações culturais afro-brasileiras por parte
da sociedade depende muito da utilidade da mesma para as massas. O melhor exemplo está
na musicalidade. Os mesmos ritmos que são demonizados nos terreiros, movimentam milhares
de brasileiros nas festas regionais e no carnaval. O samba ganhou status, apesar das mesmas
raízes históricas e sociais dos terreiros.
2º - Foi à cultura afro-brasileira e a cultura indígena que produziram a maior parte das grandes
festas regionais do Brasil. Hoje, são produções múltiplas que fomentam o folclore nacional e
associam inúmeras dimensões da cultura brasileira, ou seja, danças, músicas, culinária,
literatura, entre tantas outras, em quase todas as regiões, produzindo uma aquarela cultural
regionalizada que é vista como uma das maiores riquezas do país.
12. - O racismo.
Esse traço social é um dos maiores problemas da história do Brasil. Apesar da evolução
expressiva nas relações inter-raciais no país, da própria constituição de 1988 combater o
racismo como crime inafiançável, ainda existe muita discriminação com a cultura negra e
alguns índices sociais apresentam esse problema. Níveis de escolaridade e de renda per
capita muito baixo, pouco acesso a moradia, pequeno fluxo nos círculos de poder e de mídia,
tudo isso demonstra o quanto o problema racial se enraizou na organização da sociedade
brasileira. Definitivamente a escravidão criou o racismo e a forma como ela foi abolida (Lei
Áurea- 1888) não foi suficiente para inverter essa realidade. Muito pelo contrário, nos
primórdios da república as manifestações culturais dos negros eram reprimidas e o Estado
republicano não organizou nenhuma política de afirmação social para os ex escravos ou seus
descendentes. Faltou emprego, acesso as escolas, saúde pública de qualidade, moradia digna
e aceitação social.
Esse fator está na origem colonial. Com a desvalorização da condição social do escravo
(mercadoria, propriedade e mão de obra) e a relação direta entre essa condição e a condição
racial deles (negros), surgiu o racismo. O que era produção social dos negros era visto como
inferior porque era uma produção cultural escravista.
Vejam os dados abaixo:
“Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelam que dos 22 milhões
de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza extrema ou indigência, 70% são
negros. Entre os 53 milhões de pobres do país, 63% são negros.”
“Segundo dados de 2001 sobre a população ocupada de 25 anos ou mais de idade,
41,1% das pessoas brancas que trabalhavam ocupavam empregos formais [empregados
(as) com carteira assinada ou funcionários(as)]. No entanto, esse era o caso de apenas
33,1% dos afrodescendentes. Dos empregados sem carteira assinada, 12,3% são de
empregados brancos, contra 17,3% de empregados afrodescendentes. Finalmente,
notamos que os empregadores brancos totalizavam 7,1% enquanto os
afrodescendentes, apenas, 2,8%.”
“Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e da Justiça revelam que o rendimento
médio dos homens brancos é de 6,3 salários mínimos, da mulher branca é de 3,6 SM, do
homem negro é de 2.9 SM e da mulher negra 1,7 SM. Ou seja, as mulheres ganham em
média metade do que ganham os homens, sendo que as mulheres negras ganham
quatro vezes menos que os homens brancos. O emprego doméstico continua sendo a
principal fonte de ocupação feminina, sendo que 56% dessa categoria são mulheres
negras, no entanto, apenas 1/3 tem seus direitos trabalhistas assegurados.”
É fundamental não criar um discurso unilateral sobre questões raciais e atuar nessa
conjuntura com políticas públicas mais amplas, mas não podemos fechar os olhos para as
implicações do passado escravista e da inexistência de um planejamento político efetivo para
combater os problemas raciais desde a lei áurea. Nesse campo cultural, a questão das cotas é
a que tem mais evidência e ganha mais polêmica, mas que ainda está aquém de inverter o
quadro apresentado pelos números acima. É preciso ir muito além para criar um país onde
realmente a questão racial não é um critério de acesso ou de oportunidades.
13. - O Papel do IHGB e do Romantismo na construção da identidade nacional brasileira no século
XIX
Após a independência, o Brasil passava a condição de nação, ao menos no sentido
político. Apesar da construção do Estado nacional começar a se configurar com a constituição
de 1824 e com o reconhecimento externo, o discurso nacional só começou a ganhar forma no
2º Reinado. Sob o comando de D.Pedro II, o Estado brasileiro passou a construir uma imagem
oficial do Brasil através da valorização dos valores nacionais defendidos pelo romantismo e
pela publicação da história do Brasil, produção do IHGB, Instituto histórico geográfico
brasileiro, criado naquele momento.
O romantismo no Brasil criou uma cultura genuinamente brasileira. Como uma forma de
publicidade do Brasil, os autores brasileiros procuravam expressar uma opinião, um gosto,
uma cultura e um jeito autênticos, livres de traços europeus. A valorização da natureza e do
índio de forma idealizada abriram caminho para a formação da consciência nacional brasileira,
porém uma consciência mitificada e distante dos reais padrões sociais do país. A exaltação da
natureza tornou-se a partir desse momento um mecanismo poderoso da mitificação do Brasil.
A poesia “Canção do Exílio”, de Gonçalves dias, ecoou como um hino da identidade
brasileira.
TRECHO DE CANÇÃO DO EXÍLIO
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores. “
Daí em diante a construção do “Brasil- paraíso”, do “gigante adormecido”, do “país
do futuro” se sustenta principalmente pelas belezas naturais do país. Muitos mitos se
reproduziram no século XX a partir dessa exaltação da natureza brasileira. Entre os mais
populares estão “Amazônia, o pulmão do mundo”, “ Rio, a cidade maravilhosa.”, “ Brasil,
o país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. O problema dessa idealização
do Brasil apenas pelas belezas naturais é ocultar as questões cotidianas do cenário político e
econômico e criar um falso paradigma de desenvolvimento. Natureza sem tecnologia não
representa garantia de crescimento positivo para o país.
14. Marilena Chauí apresenta essa idealização da natureza como um grave problema para a
consciência social do brasileiro:
“A bandeira brasileira não exprime a política nem a história. É um símbolo da natureza:
floresta, ouro, céu, estrela e ordem. É o Brasil-jardim, o Brasil-paraíso terrestre. O
mesmo fenômeno pode ser observado no Hino Nacional, que canta mares mais verdes,
céus mais azuis, bosques como as flores e nossa vida de ‘mais amores’. (...) O mito do
país-paraíso nos persuade de que nossa identidade e grandeza se acham
predeterminadas no plano natural: somos sensuais, alegres e não-violentos.”
(CHAUÍ, Marilena. Folha de São Paulo, 26/03/2000.)
Sem dúvida o maior legado do Romantismo para a formação da identidade brasileira foi
a mitificação da natureza, mas o movimento também criou a idéia do índio como herói
nacional. A imagem do índio através do romance de José de Alencar como personagem nobre,
valoroso e fiel personifica a imagem do brasileiro que o movimento idealiza e busca romper
com as imagens do passado colonial, as imagens que retratam o índio como selvagem. Dentro
dessa perspectiva, a obra da Igreja não pode ser critica como um desrespeito a diferença
cultural e sim como regeneradora, uma visão utópica e irreal do passado brasileiro. O índio
romântico é uma absurda invenção literária, sem reconhecimento na história.
Já o IHGB forjou a primeira história do Brasil. Nela os conflitos raciais e as
desigualdades não apareciam e a idealização das belezas naturais fundiu-se a promessa do
país de todas as raças. Fica difícil de interpretar qual das visões é mais irreal, a do Brasil
excelente por natureza ou do Brasil, o país da democracia racial.
“A História do Brasil, a ser escrita pelos membros do IHGB, deveria ressaltar os valores
ligados à unidade nacional e à centralização política, colocando a jovem nação brasileira
como herdeira e continuadora da tarefa cilizadora portuguesa. A nação, cujo passado o
IHGB iria construir, deveria surgir como fruto de uma civilização branca e européia nos
trópicos.”
15. O IHGB não só forjou a identidade nacional, ele sustentou a centralização política da
monarquia como uma necessidade para a unidade brasileira.
- MITOS DO BRASIL REPÚBLICA
Em momentos diferentes do século XX, o Estado republicano acelerou o discurso de formação
da identidade brasileira. Alienar a população, evitar movimentos sociais de contestação a
ordem política, ocultar problemas econômicos, projetar necessidades imediatas de
transformações para o futuro. Em cada conjuntura o discurso político serviu para uma
finalidade diferente da elite brasileira.
Temos uma sequência de mitos públicos:
- Com Getúlio Vargas consolidou-se o mito do povo trabalhador e a integração nacional
começou a ser feita pelo rádio. Só havia dignidade no governo de Getúlio para quem ajudasse
o crescimento do país com o suor do trabalho. A criação da carteira de trabalho e a inserção
de Vargas como o primeiro trabalhador do Brasil personificava com perfeição o mito.
Getúlio fez da cultura e do rádio o maior veículo de propagação da identificação entre o povo, o
Estado, o território e a cultura. Era um momento de modernização do processo de criação de
identidade nacional.
- Na Ditadura Militar, o potencial de desenvolvimento estava nas “forças naturais” do país e na
importância do ideal de “ordem e progresso”. A partir do paradigma “NINGUÉM SEGURA ESSE
PAÍS” o povo brasileiro era portador da capacidade criativa de fazer o país crescer e era
colaborador direto do governo por ser cordial, manso e trabalhador. A ditadura construiu um
“ufanismo autoritário”. A valorização do futebol como símbolo de unidade também ganhou força
nos anos 70. O Brasil era a “pátria de chuteiras.” e a seleção brasileira na copa de 70, o maior
expoente da publicidade política sobre a força do Brasil.
“Noventa milhões em ação // Pra frente Brasil // Salve a Seleção // Todos juntos vamos // Pra frente
Brasil // Salve a Seleção // De repente é aquela corrente pra frente // Todos num só coração”.
16. E essa valorização não parou mais. Nos anos 80 e 90 o esporte era o maior agregador dos mitos
brasileiros. Airton Senna da Silva personificou a força do povo brasileiro, “aquele que sofre, mas
não desiste”, ”que conquista grandes vitórias apesar da dificuldade”.
Esse quadro político precisa ser compreendido de forma crítica. Através de todos esses
discursos, as imagens da identidade brasileira legitimam um país maravilhoso e uma população
que tudo suporta, visões que em nada colaboram para a formação da cidadania e da democracia
plena.
4- CULTURA BRASILEIRA: MITOS FORJADOS X REALIDADE
SOCIAL
Esse é o ponto mais importante dessa unidade. Através dessa comparação notaremos o
quanto cada idealização encobre um grave problema do país e mais,inibe a atuação
transformadora da população, até por evitar a sua percepção da realidade nacional.
Os principais mitos forjados acerca da identidade nacional brasileira são as seguintes:
17.
18. Para cada discurso ufanista, um retrato real da sociedade brasileira é esquecido. Acima
as imagens e dados satirizam e questionam essas afirmações idealista da sociedade brasileira.
Em alguns dos discursos nacionais existe pertinência, mas ela não expressa uma contribuição
positiva para a formação crítica da mentalidade da população.
Vamos aos questionamentos:
- De que adianta o Brasil tropical, de belezas naturais, se não há desenvolvimento sustentável?
E mais, natureza sem tecnologia e investimentos sociais só gera dependência externa.
- Onde está nossa democracia racial? Os índices de inclusão social dos negros é muito menor
do que os brancos; As políticas de inclusão racial são sempre criticadas; A produção cultural
afro-brasileira nem sempre é valorizada.
- O desemprego, a corrupção política, os péssimos serviços públicos. A atuação do Estado
parece ser desnecessária quando se exalta a força de transformação, quase divina, do povo
brasileiro. “Cada povo tem o governo que merece” é um dos produtos dessa inversão de
responsabilidades sociais. Na verdade, cada povo tem o governo que consegue eleger e
muitas vezes, elege de acordo com suas necessidades mais primárias, baseando-se em
promessas sem fundamentação. Onde o Estado não atua, o assistencialismo barato se
impõe.
- Não existe cordialidade na nossa história. O genocídio indígena feito na colonização, a
escravidão afro-brasileira e seus martírios, a Guerra do Paraguai, o massacre de Canudos, as
perseguições militares, a censura das ditaduras. Não faltam momentos na história do Brasil
onde o conflito social esteve presente.
5- O PAPEL SOCIAL DAS FESTAS NACIONAIS
“Eu queria que essa maravilha fosse eterna, quem sabe um dia a paz vence a
guerra e viver seja só festejar,”
19. Se a identidade nacional é um processo forjado, as festas nacionais exercem um papel
impressionante. Distraem, alienam, ocultam, promovem a idéia de que tudo vale a pena no Brasil.
Algumas dessas festas nacionais reproduzem os principais mitos da identidade brasileira:
- O calendário de feriados transmite a sensação do Brasil dos católicos. Somente suas festas
religiosas ganham espaço no calendário civil; As demais festas religiosas são desconsideradas,
como se fossemos uma fiel reprodução da cultura portuguesa.
- As variações regionais reforçam a democracia cultural brasileira. Porém uma coisa é a existência
de uma pluralidade de manifestações, resultado das várias contribuições étnicas na formação do
país, outra é afirmar que todas as nossas raízes tem o mesmo valor. O espaço de cada
manifestação na sociedade brasileira depende do setor social que a produz.
- As festas públicas e coletivas como o carnaval forjam a sensação de que existe uma perfeita
harmonia inter-racial e de que estamos em constante estado de alegria.O Brasil é uma eterna
festa.O que ocorre é que as festas transformam-se em uma das pequenas válvulas de espace da
sociedade perante seus problemas. A própria cobertura da mídia reproduz essa busca idílica pelo
povo feliz e festivo.Onde estão as críticas aos problemas políticos do país?
Não se poder deixar de acreditar nas melhorias da sociedade brasileira, mas combater
esses mitos persuasivos é dever da ação cívica para criar uma sociedade verdadeiramente crítica e
capaz de se auto representar sem otimismos absurdos e fotografias imaginárias. Somos um país
com potencial, riqueza cultural, mas portador de muitos problemas produzidos ao longo da história.
O ufanismo pela pátria em nada contribui para a inversão desse quadro. É preciso atuar como
cidadãos ativos pela eliminação, ou mesmo, pela redução dos preconceitos e limitações
socioeconômicas que evitam a realização da democracia plena, inclusive da alteridade na
produção cultural. É preciso usar nossa memória social para não repetir os mesmos absurdos
registrados na nossa história.
6- EXERCÍCIOS
QUESTÕES OBJETIVAS
Questão 01
“O debate acerca do mundo e da vida neste fim de século organiza-se (...) em torno de
pensadores, quase sempre de classe média e universitários, que são uma pequena
minoria. Esta minoria enxerga de preferência os elementos que a preocupam mais.
Assim, ao ouvi-la, teríamos a impressão de que os debates acerca de coisas como o
feminismo(...), ecologismo(...), multiculturalismo(...), descriminalização e desmedicação
do homossexualismo e do uso de drogas– em suma, a partir de posições que nos
Estados Unidos são conhecidas como ‘politicamente corretas’ – configurariam as
discussões mais importantes, mais vitais e urgentes do mundo atual.”
(CARDOSO, Ciro F. In: REIS FILHO, D. e outros (org.). O século XX: o tempo das dúvidas. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.)
20. A posição do autor sobre as discussões tidas como as mais urgentes do mundo atual está
melhor traduzida na seguinte alternativa:
(A) As temáticas mais importantes da virada do século são definidas pelas elites econômicas.
(B) Os temas que mais preocupam as camadas de baixa renda são priorizados pelos
intelectuais da classe média.
(C) As discussões das classes médias refletem as preocupações das camadas sociais
desprivilegiadas.
(D) Os debates sobre temas do mundo contemporâneo são polarizados por grupo
socioculturais específicos.
Questão 02
“O fascismo, como o nacionalismo, perseguia a conexão do passado com o presente,
oferecendo aos indivíduos a oportunidade de se empenharem num projeto comum para
o futuro de sua nação, uma entidade a que eles pertenciam e que os transcendia.
Integrando o proletariado à comunidade nacional, o fascismo consegue apagar a
identificação, efetuada pela democracia, da nação com a burguesia. (...) A nação, como
entidade complexa, baseada na ligação com um território determinado, passado
histórico, valores e culturas comuns, mostrava uma vez mais a força da consciência
comum de seus habitantes e sua vontade de decidir o destino político comum. A nação
revela-se o foco primordial da lealdade.”
(GUIBERNAU, Montserrat. Nacionalismos: o estado nacional e o nacionalismo no século XX.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1997.)
Tomando como ponto de referência o texto, uma das características do nacionalismo de tipo
fascista pode ser identificada na seguinte alternativa:
(A) proposição de uma idéia de nação acima dos interesses de classe
(B) propaganda de símbolos da nação identificados com os valores de classe
(C) organização do proletariado em uma comunidade única vinculada à nação
(D) constituição de uma consciência antinacional oposta à idéia de uma cultura comum
Questão 03
21. Nestas imagens de 1921, o caricaturista compara os hábitos da elite carioca de “outrora” com
os predominantes em sua época. As duas colunas representam reuniões sociais: na primeira
ressaltam-se as danças de origem européia, como a polca e a valsa e, na segunda, os pares
dançam o maxixe, estilo mais popular derivado das danças dos escravos.
Essa absorção de costumes populares pode ser associada ao seguinte fator:
(A) síntese cultural num país de tradição européia
(B) segregação de classes sociais numa metrópole nacional
(C) influência estrangeira num contexto de urbanização acelerada
(D) abolição da escravatura numa sociedade predominantemente rural
Com base nas afirmativas abaixo, responda às questões de números 04 e 05
“A África é aqui. E a Europa também.
Da Lagoa a Acari, abismo de um século.”
QUESTÃO 04
As diferenças internas da metrópole carioca estão apoiadas principalmente na
disparidade encontrada em:
(A) indicadores sociais
(B) relações de trabalho
(C) composições étnicas
(D) organizações políticas
QUESTÃO 05
A comparação entre as duas afirmativas permite concluir que se procurou estabelecer,
predominantemente, uma relação entre:
(A) crescimento urbano e aspectos naturais
(B) nível cultural e características administrativas
(C) desenvolvimento econômico e tempo histórico
(D) localização geográfica e concentração populacional
Leia o texto a seguir para responder às questões de números 06 e 07
“Aprendemos que somos ‘um dom de Deus e da Natureza’ porque nossa terra
desconhece catástrofes naturais (...) e que aqui, ‘em se plantando, tudo dá’.
(...) Aprendemos também que nossa história foi escrita sem derramamento de sangue,
(...) que a grandeza do território foi um feito de bravura heróica do Bandeirante, da
nobreza de caráter moral do Pacificador, Caxias, e da agudeza fina do Barão do Rio
Branco; e que, forçados pelos inimigos a entrar em guerras, jamais passamos por
derrotas militares. (...) Não tememos a guerra, mas desejamos a paz. (...) somos um povo
bom, pacífico e ordeiro, convencidos de que ‘não existe pecado abaixo do Equador’. (...)
Em suma, essa representação permite que uma sociedade que tolera a existência de
milhões de crianças sem infância e que, desde seu surgimento, pratica o apartheid
social possa ter de si mesma a imagem positiva de sua unidade fraterna.
(Adaptado de CHAUÍ, Marilena. Brasil-mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo:
Fundação Perseu Abramo, 2000.)
22. QUESTÃO 06
A reflexão da autora aponta ao mesmo tempo uma representação do Brasil e uma crítica da
realidade brasileira, que podem ser traduzidas, respectivamente, por:
(A) visão ufanista – reconhecimento das desigualdades
(B) desrespeito ao país – exaltação da miséria coletiva
(C) ênfase nacionalista – percepção do atraso tecnológico
(D) fragilidade da nação – aclamação dos problemas nacionais
QUESTÃO 07
“aqui, em se plantando, tudo dá”
A construção do mito de satisfação das necessidades alimentares, evidenciada neste fragmento do
texto, contradiz a seguinte afirmativa:
(A) As terras férteis resultam da ação de agrotóxicos.
(B) Os melhores solos destinam-se aos cultivos para exportação.
(C) Os avanços tecnológicos direcionam-se às propriedades improdutivas.
(D) Os diversos tipos climáticos dificultam a variedade de cultivos agrícolas.
QUESTÃO 08
Essas duas formas de celebrar a vitória brasileira estão relacionadas, em 1958 e em 1970,
respectivamente, aos contextos de:
(A) alienação frente aos valores nacionais – investimentos do governo no setor esportivo
(B) ênfase na capacidade criativa do brasileiro – tentativa de legitimação do governo militar
(C) reconhecimento do subdesenvolvimento nacional – exaltação à arrancada para o
desenvolvimento
(D) mobilização após a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial – campanha popular pela
superação da pobreza
23. Questão 09
A charge de Ziraldo relaciona o autoritarismo ao nacionalismo característico dos governos militares
brasileiros, porque faz a seguinte denúncia:
(A) a palavra de ordem seguia uma diretriz de patriotismo obrigatório
(B) o nacionalismo militarista supunha a negação da exploração capitalista
(C) o abandono do país significava a manutenção de fé no futuro da nação
(D) o autoritarismo tinha um respaldo inegável dos diversos segmentos sociais
Questão 10
O título e a letra da canção expressam a insatisfação e a visão crítica de parte da juventude
brasileira da década de 1980, em relação a padrões de comportamento dominantes na sociedade.
Dois problemas característicos da juventude dessa década, que estão identificados na letra e que
melhor justificam o rótulo “geração coca-cola”, são:
(A) decadência moral – rígido controle social
(B) pobreza econômica – limitações culturais
(C) alienação cultural – insatisfação política
(D) nacionalismo musical – falta de acesso à escola
24. Questão 11
O gráfico, elaborado a partir de dados do IBGE, apresenta um quadro de desigualdades étnicas no
âmbito educacional. Para enfrentar essas desigualdades, historicamente constituídas,
intensificaram-se, na última década, as chamadas políticas afirmativas.
Tais políticas têm origem na necessidade de:
(A) reduzir a diversidade cultural
(B) minorar a segregação espacial
(C) redimensionar a inserção social
(D) desacelerar a expansão demográfica
Questão 12
25. Questão 13
A charge de Henfil acima faz referência à influência dos meios de comunicação, especialmente
da televisão, na construção de uma identidade nacional.
A interação entre realidades regionais e a chamada “mídia de massa”, na sociedade brasileira
atual, tem como principal conseqüência:
(A) resgate da história local
(B) difusão de modelos culturais
(C) crescimento da integração regional
(D) fortalecimento da diversidade social
26. Questão 14
O ato de comemorar é uma forma de reiterar lembranças e evitar esquecimentos. As
comemorações dos 500 anos de história do Brasil não fugiram a essa intenção. Em produtos
variados, como a capa do caderno acima reproduzida, procurou-se enaltecer o que era
característico e particular da nação.
Um dos valores da identidade nacional brasileira representado na imagem está diretamente
associado à:
(A) riqueza mineral
(B) unidade religiosa
(C) extensão do território
(D) miscigenação do povo
27. Questão 15
O príncipe Michael Bates anunciou que quer vender seu país, Sealand. Trata-se de uma antiga
plataforma militar, construída pela Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial e abandonada
após o conflito. Em 1967, o ex-major inglês Roy Bates, sua mulher e seu filho Michael
desembarcaram no local, proclamaram a independência, instauraram um reinado, criaram uma
constituição, um hino e uma bandeira. Eles são sustentados por pessoas que compram títulos para
virar cidadãos de Sealand, mas preferem continuar vivendo em seu país de origem. Sealand emite
selos, passaportes e cunha moedas, entre outras características de um Estado independente.
Adaptado de Época, 15/01/2007
Até o momento nenhum país reconhece a existência de Sealand. A família Bates, no entanto,
argumenta que Sealand possui os três principais elementos constitutivos do Estado-Nação
Moderno.
Estes três elementos são:
(A) povo – governo – território
(B) moeda – hino – fronteira
(C) constituição – etnia – história
(D) cidadão – legislação – bandeira
28. Questão 16
A compreensão da situação relatada no texto e representada em termos espaciais no mapa
somente é possível a partir da distinção entre os seguintes conceitos importantes para as Ciências
Humanas:
(A) território nacional e soberania política
(B) regime de governo e autonomia cultural
(C) estado territorial e identidade nacional
(D) representação política e integração econômica
Questão 17
Observe as letras de música abaixo e atente para o comentário subseqüente:
29. A aplicação do termo “cidade partida”, do escritor Zuenir Ventura, à realidade social do Rio
de Janeiro é uma contraposição ao idealismo do mito implícito em uma outra conhecida expressão:
a “cidade maravilhosa”.
Na própria construção da identidade nacional brasileira essa contraposição,
respectivamente, produz:
A) Ufanismo – Indignação coletiva
B) Patriotismo – Alienação cultural.
C) Denúncias críticas – Passividade social.
D) Preconceito com os moradores das favelas – Senso político nas massas urbanas
Gabarito das questões objetivas
1- D
2- A
3- A
4- A
5- C
6- A
7- B
8- B
9- A
10- C
11- C
12- A
13- B
14- D
15- A
16- C
17- C
QUESTÕES DISCURSIVAS
Questão 01
“A bandeira brasileira não exprime a política nem a história. É um símbolo da natureza: floresta, ouro,
céu, estrela e ordem. É o Brasil-jardim, o Brasil-paraíso terrestre. O mesmo fenômeno pode ser
observado no Hino Nacional, que canta mares mais verdes, céus mais azuis, bosques como as flores
e nossa vida de ‘mais amores’. (...) O mito do país-paraíso nos persuade de que nossa identidade e
grandeza se acham predeterminadas no plano natural: somos sensuais, alegres e não-violentos.”
(CHAUÍ, Marilena. Folha de São Paulo, 26/03/2000.)
(A) Explique porque essas representações são fundamentais para a manutenção da ordem política
e social de uma nação.
(B) Indique três aspectos da realidade sócio-econômica brasileira que desconstrua essas imagens
idealizadas.
30. Questão 02
“cinco grupos etnográficos, ligados pela comunidade ativa da língua e passiva da religião,
moldados pelas condições ambientes de cinco regiões dispersas, tendo pelas riquezas
naturais da terra um entusiasmo estrepitoso, sentindo pelo português aversão ou desprezo,
não se prezando, porém, uns aos outros de modo particular – eis em suma ao que se
reduziu a obra de três séculos.”
(ABREU, Capistrano de. Capítulos de história colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976 – original de 1907.)
“É de assinalar que, apesar de feitos pela fusão de matrizes tão diferenciadas, os brasileiros
são, hoje, um dos povos mais homogêneos, lingüística e culturalmente e também um dos
mais integrados socialmente da Terra. Falam uma mesma língua, sem dialetos. Não abrigam
nenhum contingente reivindicativo de autonomia, nem se apegam a nenhum passado.
Estamos abertos é para o futuro.”
(RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.)
Comparando os dois textos, fica notório que são interpretações completamente antagônicas acerca
da identidade nacional brasileira.
(A) Explique as divergências entre os textos.
(B) Pensando a cultura brasileira, qual dos dois textos é mais compatível? Justifique sua resposta.
Questão 03
A questão colocada pelo autor aponta para a necessidade da construção de uma identidade
própria para o Brasil em oposição a tudo aquilo que tinha origem em Portugal. Era preciso, ao
longo do Segundo Reinado (1831-1889), criar o sentido de Brasil, através da história e da literatura,
como se vê na gravura em que Pedro II é coroado por um indígena representando o Império do
Brasil.
31. A) Aponte duas ações realizadas pelo poder central, neste período, que contribuíram para a
construção da nacionalidade brasileira.
B) Explique como, no Brasil, o Romantismo foi um instrumento que contribuiu para a consolidação
do projeto de construção de uma identidade nacional.
Questão 04
“Se de meus ensinamentos colherdes algum fruto, descansarei satisfeito de haver cumprido a minha
missão.
Entre esses ensinamentos, avulta o do patriotismo. Quero que consagreis sempre ilimitado amor à
região onde nascestes, servindo-a com dedicação absoluta, destinandolhe o melhor da vossa
inteligência, os primores do vosso sentimento, o mais fecundo da vossa atividade, - dispostos a
quaisquer sacrifícios por ela, inclusive o da vida. (...)
Que a vossa geração exceda a minha e as precedentes, senão em semelhante amor, ao menos nas
ocasiões de o comprovar. Quando disserdes: “Somos brasileiros!” levantai a cabeça, transbordantes
de nobre ufania. Convenceivos de que deveis agradecer quotidianamente a Deus o haver. Ele vos
outorgado por berço o Brasil.”
(CELSO, Affonso (1900). Porque me ufano do meu País. Rio de Janeiro: Briguiet, 1943.)
“Um chefe, um povo, uma nação: um Estado nacional e popular, isto é, um Estado em que o povo
reconhece o seu Estado, um Estado em que a Nação identifica o instrumento da sua unidade e da sua
soberania. Ai está o Novo Estado Brasileiro. Um Estado que é isto não é uma simples mecânica de
poder. É também uma alma ou um espírito, uma atmosfera, uma ambiência, um clima. (...)
(...) somos todos fundadores [da Nação]. Fundar é dedicar o pensamento, a vontade e o coração (...)
Não haveria pátria, família, igreja, se não renovasse, pelo pensamento ou pelo espírito, o ato de sua
fundação “(...).
(Francisco Campos − Discurso proferido em 10 de maio de 1938.)
A partir dos textos de Affonso Celso − no período de consolidação da República oligárquica − e de
Francisco de Campos − produzido durante o Estado Novo, diferencie os conceitos de “nação
brasileira” de cada um dos autores.
Questão 05
32. Os dados apresentados na tabela podem ser usados para justificar a política de cotas raciais para
inserção dos negros e pardos nas universidades. Em 30 anos essa ascensão sócio-educacional foi
irrisória, denunciando a inexistência da mítica democracia racial brasileira.
A) A partir desse contexto, apresente três argumentos sólidos contra a aplicação da política de
cotas no Brasil.
B) A partir do ponto de vista favorável a política de cotas, explique porque ela pode ser vista como
um mecanismo de inclusão sócio-racial em um país como o Brasil.
Gabarito das questões discursivas
1-
A) A resposta deve mencionar que o discurso de identidade cultural busca criar uma
relação de identificação entre a população e a pátria, criando um comportamento
passivo e acrítico, ou seja, promovendo a alienação através do ufanismo
patriótico.
B) Deve ser mencionado qualquer problema que exista na sociedade brasileira,
entre elas a corrupção, o desemprego, a concentração de terra, a violência social,
entres muitas outras.
2-
A) No 1º texto a formação cultural brasileira é retratada como diversificada, apesar de também
retratar de forma idealizada.Mas o 2º texto é completamente ufanista, buscando exaltar a
idéia de plena harmonia nas intercessões raciais e culturais na formação da cultura
brasileira.
B) O 1º texto. Ele enfatiza que existem diferenças culturais na sociedade brasileira desde a
formação colonial. O 2º texto produz uma visão ufanista da miscigenação racial e cultural
brasileira.
3-
A) Duas dentre as ações:
· criação do Arquivo Público
· fundação do Imperial Colégio de Pedro II
· criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
· composição das primeiras obras sobre História do Brasil para uso em escolas
· concessão de bolsas de estudo no estrangeiro a artistas identificados com esse projeto
B) O Romantismo, ao valorizar a natureza tropical e os indígenas, contribuiu para o projeto
político de dotar o Brasil de uma feição própria, rompendo os laços culturais do Império com
a antiga metrópole portuguesa.
33. 4- No primeiro texto, observa-se a concepção de nação romântica, onde esta é anunciada como
produto do patriotismo ufanista e do amor de cada brasileiro ao território onde nasceu.
No segundo, de perfil autoritário, a nação é produto do Estado e é concebida como o todo que
relega o indivíduo a um segundo plano, cujo compromisso com a nação deve ser total, incluindo o
pensamento e o espírito.
5-
A) Entre os argumentos contrários podem ser citados a existência de investimentos prioritários
nos setores básicos da educação, a necessidade da multiplicação das unidades
universitárias e do número de vagas, o risco de criar guetos raciais na sociedade brasileira,
a inexistência de políticas públicas em outros setores da sociedade, independente da
condição racial dos grupos imersos na pobreza, entre outros.
B) Em um país onde nunca existiram políticas de inclusão racial, a proposta das cotas se
apresenta como uma realidade concreta de possibilidade de ascensão social, econômica e
cultural; Também pode ser usado o argumento de que os dados acerca das diferenças de
acesso e oportunidades de acordo com a condição racial torna a exclusão racial um assunto
incontestável, mesmo que haja divergência no que se refere as soluções para o problema.