SlideShare uma empresa Scribd logo
História Africana e Indígena no Brasil
Aula de História para as 2as. Séries do EM
24 E 25 de Novembro 2021
Semana 7
Profa. Gisele Finatti
Habilidades
Identificar e analisar as demandas e os
protagonismos políticos, sociais e culturais dos
povos indígenas e das populações
afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no
Brasil contemporâneo considerando a história
das Américas e o contexto de exclusão e
inclusão precária desses grupos na ordem social
e econômica atual, promovendo ações para a
redução das desigualdades étnico-raciais no
país.
Profa. Gisele Finatti
Cultura Afro - Brasileira
História
• O Brasil é um dos países que mais possui população negra em
todo o mundo. Isso, devido aos mais de 4 milhões de homens,
mulheres e crianças que foram trazidas para cá com o comércio
de escravos nos meados do ano 1500.
• Os escravos, conseguiram sua liberdade, porém continuaram
sendo descriminados, humilhados e mal tratados. Muitos não
possuíam bens e local para morar, o que gerou problemas, como
as favelas que hoje encontramos no Rio de Janeiro, por exemplo.
• Hoje, os “afro – brasileiros” se destacam na música, no meio
comercial, no teatro, em filmes, no meio empresarial e em
muitos outros meios no Brasil, muitas vezes superando aqueles
brancos que se diziam insuperáveis.
Os Afro - Brasileiros
• Desde que eram escravos, os “afro brasileiros” já possuíam
uma infinidade de aspectos próprios, como por exemplo, a
cultura, a religião e a arte.
Capoeira – Expressão
Artística Afro Brasileira –
Arte Marcial
Algumas Esculturas Africanas
Arte Afro - Brasileira
• Baseada nas histórias, crenças, lendas e na filosofia africana.
• Basicamente feito com elementos da Natureza.
Máscara de Madeira Igbo-Ukwu: arte africana em bronze
Capoeira
• Capoeira é uma arte marcial desenvolvida inicialmente por
escravos negros no Brasil, a partir do período colonial.
• Marcada por seus golpes que enganam o adversário, que
geralmente são feitos no solo ou completamente invertidos.
• Inicialmente criado para proteção e defesa própria
• Hoje vista mais como uma forma de expressão artística,
devido ao movimento que os corpos fazem, durante a prática.
Música
• A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura da música
portuguesa, indígena e africana, produzindo uma grande
variedade de estilos.
• Entre os estilos influenciados, temos: Samba, Maracatu, Ijexá,
Maxixe, Lambada, Carimbó, entre outros.
• A música afro – brasileira era altamente descriminada, sendo
vista como “Música para marginais” até o século XX, onde só
então começou a ser melhor aceita pela população.
• Dois instrumentos clássicos usados nas músicas afro –
brasileiras, são os tambores e o Berimbau.
Da Esquerda para direita: Viola, Médio
e Gunga(ou Berra-Boi)
Tambores
Cozinha
• A cozinha brasileira deriva em grande parte da cozinha
africana, mesclada com elementos da cozinha indígena e
portuguesa.
• Na Bahia, principalmente, pratos como vatapá e
moqueca são típicos da culinária afro-brasileira.
• A feijoada é o prato nacional do Brasil. É basicamente a
mistura de feijões pretos, carne de porco e farofa. Começou
como um prato português que os escravos negros
modificaram:os donos de escravos davam as partes pobres do
porco aos escravos e estes misturavam estas partes com feijão
e farinha
Moqueca
Vatapá
Feijoada
Alguns Afro – Brasileiros Conhecidos
• Entre os mais famosos estão: Pelé, Daiane dos Santos,
Agnaldo Timóteo, Vanessa da Mata, Marcelo D2, Gilberto Gil,
Tobias Barreto, Cafu, entre muitos outros
Pelé
Vanessa da Mata
Gilberto Gil
O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de
novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a
inserção do negro na sociedade brasileira.
Prega o seguinte conceito: “Desde o início da
história do Brasil temos conosco os afro –
descendentes, que nos ajudaram a lutar em busca de
um país justo e livre. Somos influenciados por eles a
todo tempo, assim como eles são influenciados por
nós. Hoje devemos nos unir a eles pela luta a
igualdade, assim como fizeram muitas vezes por nós.”
Dia da Consciência Negra
Colocar apelidos nas pessoas negras, como Pelé, Mussum,
Tição, café, chocolate, buiu, branca de neve. Os apelidos
pejorativos são uma forma perversa de desumanizar e
desqualificar seres humanos.
Elogiar negros dizendo que são de “alma branca”.
Fazer piada de mau gosto, usando o termo “coisa de preto”
ou “serviço de preto”.
Querer agradar a negros dizendo que é negro, “mas” é bonito,
ou que “apesar” do “cabelo ruim” é inteligente.
Isto é preconceito, você sabia?
•Usar eufemismo como “moreninho”, “escurinho”,
“pessoas de cor”, evitando a palavra negro ao se referir
a pessoas negras.
•Negar a ascendência negra do mulato, dizendo que
ele não é totalmente “totalmente” negro, que é de
raça apurada, ou usar as expressões “limpar o
sangue” e “melhorar a raça”, ao se referir à
miscigenação.
•Fazer comparação, usando a cor branca como
símbolo de que é limpo, bom, puro e, em
contrapartida, usar a cor preta representando o que é
sujo, feio, ruim.
•Fonte: Almanaque Pedagógico Afrobrasileiro – Rosa
Margarida de Carvalho Rocha, Nzinga.
A palavra é ...
Etnocentrismo – Visão de mundo que considera o grupo
a que o indivíduo pertence o centro de tudo. Elegendo
como o mais correto e como padrão cultural a ser seguido
por todos, considera os outros, de alguma forma
diferentes como inferiores.
Identidade Étnica – Conjunto de caracteres próprios e
exclusivos de uma pessoa que a faz reconhecer-se
pertencente a um determinado povo, ao qual se liga por
traços comuns de semelhança física, cultural e histórica.
Afro-brasileiro – Adjetivo usado para referir-se à
parcela significativa da população brasileira com
ascendência parcial ou totalmente africana.
Preconceito Racial – Conjunto de valores e crenças
estereotipadas que levam um indivíduo ou um grupo a
alimentar opiniões negativas a respeito de outro, com base
em informações incorretas, incompletas ou por idéias
preconcebidas.
Racismo – Estrutura de poder baseada na Ideologia da
existência de raças superiores ou inferiores. Pode
evidenciar-se na forma legal, institucional e também por
meio de mecanismos e de práticas sociais. No Brasil, não
existem leis segregacionistas, nem conflitos de violência
racial; todavia, encoberto pelo mito da democracia racial,
o racismo promove a exclusão sistemática dos negros da
educação, cultura, mercado de trabalho e meios de
comunicação.
Fonte: Almanaque Pedagógico Afrobrasileiro – Rosa Margarida de Carvalho Rocha, Nzinga.
Lei 10.639/2003 que estabelece a obrigatoriedade do
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na
Educação Básica.
•Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e
particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura
Afro-Brasileira.
•O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo
incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da
sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
•Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas
áreas de EducaçãoArtística e de Literatura e História Brasileiras.
• A demanda por reparações visa que o Estado e
a sociedade tomem medidas para ressarcir os
descendentes de africanos negros, dos danos
psicológicos, materiais, sociais, políticos e
educacionais sofridos sobre o regime escravista,
bem como em virtude das políticas explícitas ou
tácitas de branqueamento da população
Políticas de Reparações, de Reconhecimento e
Valorização, de Ações Afirmativas
Reconhecimento implica justiça e iguais direitossociais,
civis, culturais e econômicos, bem como valorização da
diversidade daquilo que distingue os negros dos outros
grupos que compõem a população brasileira.
Ações:
- adoção de políticas educacionais e de estratégias
pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de
superar a desigualdade étnico-racial presente na educação
escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino.
-questionamento das relações étnico-raciais baseadas em
preconceitos que desqualificam os negros e salientam
estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, veladaou
explicitamente violentas,
superioridade em relação
expressam sentimentos de
aos negros, próprios de uma
sociedade hierárquica e desigual.
Políticas de Reparações, de Reconhecimento e
Valorização, de Ações Afirmativas Educação das Relações Étnico-Raciais
Políticas de Reparações, de Reconhecimento e
Valorização, de Ações Afirmativas Educação das Relações Étnico-Raciais
- ações afirmativas, isto é, conjuntos de ações políticas dirigidas à correção
de desigualdades raciais e sociais, orientadas para oferta de tratamento
diferenciado com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e
mantidas por estrutura social excludente e discriminatória.
. a conexão dos objetivos, estratégias de ensino e atividades com a experiência de vida dos
alunos e professores;
. a crítica aos materiais didáticos, bem como providências para corrigi-las;
. Superação de discordâncias, conflitos, contestações, valorizando os contrastes das
diferenças;
. valorização da oralidade, da corporeidade e da arte;
. patrimônio cultural afro-brasileiro, visando preservá-lo e difundi-lo;
. alianças sociais;
. participação de grupos do Movimento Negro, e de grupos culturais negros, bem como da
comunidade;
. projetos político-pedagógicos que contemplem a diversidade étnico-racial;
A educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre
brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de
desconfianças, projeto conjunto para construção de uma sociedade,
justa, igual, equânime.
A escola tem papel preponderante para eliminação das
discriminações e para emancipação dos grupos discriminados, ao
proporcionar acesso aos conhecimentos científicos, a registros
culturais diferenciados, à conquista de racionalidade que rege as
relações sociais e raciais, a conhecimentos avançados,
indispensáveis para consolidação e concerto das nações como
espaços democráticos e igualitários.
A escola têm que desfazer a mentalidade racista e discriminadora
secular, superando o etnocentrismo europeu, reestruturando relações
étnico-raciais e sociais, desalienando processos pedagógicos.
Políticas de Reparações, de Reconhecimento e
Valorização, de Ações Afirmativas Educação das Relações Étnico-Raciais
-Convivem, no Brasil, de maneira tensa, a cultura e o padrão estético
negro e africano e um padrão estético e cultural branco europeu.
Porém, a presença da cultura negra e o fato de 45% da população
brasileira ser composta de negros (de acordo com o censo do
IBGE) não têm sido suficientes para eliminar ideologias,
desigualdades e estereótipos racistas. Ainda persiste em nosso país
um imaginário étnico-racial que privilegia a brancura e valoriza
principalmente as raízes européias da sua cultura, ignorando oupouco
valorizando as outras, que são a indígena, a africana, a asiática.
-Para reeducar as relações étnico-raciais no Brasil é necessário
fazer emergir as dores e medos que têm sido gerados. É preciso
entender que o sucesso de uns tem o preço da marginalização e da
desigualdade impostas a outros. E então decidir que sociedade
queremos construir daqui para frente.
Educação das Relações Étnico-Raciais
Que sociedade queremos construir daqui para frente?
-É importante esclarecer que ser negro no Brasil não se limita às
características físicas. Trata-se, também, de uma escolha política. Por isso,
o é quem assim se define.
-Preto é um dos quesitos utilizados pelo IBGE para classificar, ao lado dos
outros – branco, pardo, indígena - a cor da população brasileira. Podemos
agregar dados relativos a pretos e pardos sob a categoria negros, já que
ambos reúnem, conforme alerta o Movimento Negro, aqueles que reconhecem
sua ascendência africana.
-O processo de construção da identidade negra em nosso país é, marcado por
uma sociedade que, para discriminar os negros, utiliza-se tanto da
desvalorização da cultura de matriz africana assim como dos aspectos físicos
herdados pelos descendentes de africanos. No Brasil, algumas pessoas de tez
clara e traços físicos europeus, em virtude de o pai ou a mãe ser negro(a), se
designam negros e, outros, com traços físicos africanos, se dizem brancos.
- É preciso lembrar que o termo negro começou a ser usado pelos
senhores para designar pejorativamente os escravizados e este sentido
negativo da palavra se estende até hoje. Contudo, o Movimento Negro
ressignificou esse termo dando-lhe um sentido político e positivo.
NEGRO OU PRETO? Educação das Relações Étnico-Raciais
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
PROJETO DE RESOLUÇÃO
O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação,
tendo em vista o disposto no Art. 9º, do § 2º, alínea “C”, da Lei nº 9.131, de 25 de novembro
de 1995, e com fundamento no Parecer CNE/CP 003/2004, de 10 de março de 2004, peça
indispensável do conjunto das presentes Diretrizes Curriculares Nacionais, homologado
pelo Ministro da Educação em de 2004,
RESOLVE
Art. 1° - A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira eAfricana,
a serem observadas pelas instituições de ensino de Educação Básica, nosníveis de
Educação Infantil, Educação Fundamental, bem como Educação Média, Educação de
Jovens e Adultos e Educação Superior em especial no que se refere à formação inicial e
continuada de professores, necessariamente quanto à Educação das Relações Étnico-
Raciais; e por aquelas de Educação Básica, nos termos da Lei 9394/96, reformulada por
forma da Lei 10639/2003, no que diz respeito ao ensino sistemático de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana, em especial em conteúdos de Educação Artística, Literatura e
História do Brasil.
Art. 2° - As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africanas se constituem
de orientações, princípios, fundamentos para o planejamento, execução e avaliação da
Educação das Relações Étnico-Raciais e do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
e Africana.
Art. 3° As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana têm por meta a
educação de cidadãos atuantes no seio da sociedade brasileira que é multicultural e
pluriétnica, capazes de, por meio de relações étnico-sociais positivas, construirem uma
nação democrática.
§1° A Educação das Relações Étnico-Raciais tem por objetivo a divulgação e produção
de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos
quanto ao seu pertencimento étnico-racial - descendentes de africanos, povos
indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – capazes de interagir e de negociar
objetivos comuns que garantam, a todos, ter igualmente respeitados seus direitos,
valorizada sua identidade e assim participem da consolidação da democracia brasileira.
§2º O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, meio privilegiado para a
educação das relações étnico-raciais, tem por objetivo o reconhecimento e valorização
da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, garantia de seus direitos de
cidadãos, reconhecimento e igual valorização das raízes africanas da nação brasileira,
ao lado das indígenas, européias, asiáticas.
Art. 4° Os conteúdos, competências, atitudes e valores a serem aprendidos com a
Educação das Relações Étnico-Raciais e o estudo de História e Cultura Afro-Brasileira,
bem como de História e Cultura Africana, serão estabelecidos pelos estabelecimentos de
ensino e seus professores, com o apoio e supervisão dos sistemas de ensino, entidades
mantenedoras e coordenações pedagógicas, atendidas as indicações, recomendações,
diretrizes explicitadas no Parecer CNE/CP 003/2004.
Art. 5° Os sistemas e os estabelecimentos de ensino poderão estabelecer canais de
comunicação com grupos do Movimento Negro, grupos culturais negros, instituições
formadoras de professores, núcleos de estudos e pesquisas, como os Núcleos de
Estudos Afro-Brasileiros, com a finalidade de buscar subsídios e trocar experiências para
planos institucionais, planos pedagógicos, planos e projetos de ensino.
Art. 6º Os sistemas de ensino, as entidades mantenedoras incentivarão e criarão
condições materiais e financeiras, assim como proverão as escolas, seus professores e
alunos de material bibliográfico e de outros materiais didáticos necessários para a
educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana; as coordenações pedagógicas promoverão o aprofundamento de estudos, para
que os professores concebam e desenvolvam unidades de estudos, projetos e
programas, abrangendo os diferentes componentes curriculares.
Art. 7º As instituições de ensino superior, respeitada a autonomia que lhe é devida,
incluírão nos conteúdos de disciplinas e atividades curriculares dos diferentes cursos
que ministram, a educação Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e
temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados no
Parecer CNE/CP 003/2004.
Art. 8° Os sistemas de ensino tomarão providências para respeitado o direito de
também alunos afrodescendentes freqüentarem estabelecimentos de ensino que
seja que contem com instalações e equipamentos sólidos, atualizados, com
professores competentes no domínio dos conteúdos de ensino, comprometidos com
a educação de negros e não negros, no sentido de que venham a relacionar-se com
respeito, sendo capazes decorrigir posturas, atitudes, palavras que impliquem
desrespeito e discriminação.
Art. 9° Nos fins, responsabilidades e tarefas dos órgãos colegiados dos
estabelecimentos de ensino, será previsto o exame e encaminhamento de solução
para situações de discriminação, buscando-se criar situações educativas para o
reconhecimento, valorização e respeito da diversidade.
§ Único: As situações de racismo serão tratadas como crimes imprescritíveis e
inafiançáveis, conforme prevê o Art. 5º, XLII da Constituição Federal/1998.
Art. 10° Os estabelecimentos de ensino de diferentes níveis, com o apoio e
supervisão dos sistemas de ensino desenvolverão a Educação das Relações
Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
obedecendo as diretrizes do Parecer CNE/CP 003/2004, o que será
considerado na avaliação de suas condições de funcionamento.
Art. 11º Os sistemas de ensino incentivarão pesquisas sobre processos
educativos orientados por valores, visões de mundo, conhecimentos afro-
brasileiros, ao lado de pesquisas de mesma natureza junto aos povos
indígenas, com o objetivo de ampliação e fortalecimento de bases teóricas
para a educação brasileira.
Art. 12º Os sistemas de ensino orientarão e supervisionarão para que a
edição de livros e de outros materiais didáticos atendam ao disposto no
Parecer CNE/CP 003/2004, no comprimento da legislação em vigor.
Art. 13º Aos conselhos de Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios caberá aclimatar as Diretrizes Curriculares Nacionais instituídas
por esta Resolução,dentro do regime de colaboração e da autonomia de entes
federativos e seus respectivos sistemas.
Art. 14º Os sistemas de ensino promoverão junto com ampla divulgação do Parecer
CNE/CP 003/2004 e dessa Resolução, atividades periódicas, com a participação
dasredes das escolas públicas e privadas, de exposição, avaliação e divulgação dos
êxitos e dificuldades do ensino e aprendizagens de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana e da Educação das Relações Étnico-raciais; assim como comunicarão, de
forma detalhada, os resultados obtidos ao Ministério da Educação e Cultura, à
Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ao Conselho Nacional de
Educação, e aos respectivos conselhos estaduais e municipais de Educação, para
que encaminhem providências, que forem requeridas.
Art. 15º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Br
Após a aprovação da lei 10.639, o CNE pediu à comissão que ampliasse o parecer já em fase de
elaboração, a fim de estabelecer as Diretrizes Curriculares para implementação da lei. O parecer
que contempla as Diretrizes e teve como relatora a conselheira Petronilha Beatriz Gonçalves e
Silva, foi aprovado em 10 de março e homologado em 19 de maio de 2004. A resolução 01 do
Conselho Pleno do CNE institui oficialmente as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e
Africana e foi publicada no Diário Oficial no dia 22 de junho de 2004.
Fonte: Site do Conselho Nacional de Educação

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Preconceito e intolerência
Preconceito e intolerênciaPreconceito e intolerência
Preconceito e intolerência
Victor Claudio
 
Teorias sobre a identidade nacional brasileira
Teorias sobre a identidade nacional brasileiraTeorias sobre a identidade nacional brasileira
Teorias sobre a identidade nacional brasileira
Vagner Carmo
 
PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC)
PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC) PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC)
PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC)
Nyla Dias
 
A Consciência Negra
A Consciência NegraA Consciência Negra
A Consciência Negra
mgsfcte
 
Aspectos culturais das regiões brasileiras
Aspectos culturais das regiões brasileirasAspectos culturais das regiões brasileiras
Aspectos culturais das regiões brasileiras
Alexia 14
 

Mais procurados (20)

Preconceito e intolerência
Preconceito e intolerênciaPreconceito e intolerência
Preconceito e intolerência
 
Povos indigenas no Brasil.
Povos indigenas no Brasil.Povos indigenas no Brasil.
Povos indigenas no Brasil.
 
Memória e Ancestralidade
Memória e AncestralidadeMemória e Ancestralidade
Memória e Ancestralidade
 
Os Direitos Humanos e a Cidadania.ppt
Os Direitos Humanos e a Cidadania.pptOs Direitos Humanos e a Cidadania.ppt
Os Direitos Humanos e a Cidadania.ppt
 
Capítulo 3 - Povos indígenas no Brasil
Capítulo 3 - Povos indígenas no BrasilCapítulo 3 - Povos indígenas no Brasil
Capítulo 3 - Povos indígenas no Brasil
 
Teorias sobre a identidade nacional brasileira
Teorias sobre a identidade nacional brasileiraTeorias sobre a identidade nacional brasileira
Teorias sobre a identidade nacional brasileira
 
Racismo no Brasil
Racismo no BrasilRacismo no Brasil
Racismo no Brasil
 
Direitos e cidadania
Direitos e cidadaniaDireitos e cidadania
Direitos e cidadania
 
America latina
America latina America latina
America latina
 
PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC)
PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC) PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC)
PRECONCEITO - CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS (SEMINÁRIO/TCC)
 
A Consciência Negra
A Consciência NegraA Consciência Negra
A Consciência Negra
 
Diversidade etnica
Diversidade etnicaDiversidade etnica
Diversidade etnica
 
Racismo
RacismoRacismo
Racismo
 
Questão racial
Questão racialQuestão racial
Questão racial
 
Aspectos culturais das regiões brasileiras
Aspectos culturais das regiões brasileirasAspectos culturais das regiões brasileiras
Aspectos culturais das regiões brasileiras
 
Etnia, diversidade cultural e conflitos
Etnia, diversidade cultural e conflitos Etnia, diversidade cultural e conflitos
Etnia, diversidade cultural e conflitos
 
Etnocentrismo
EtnocentrismoEtnocentrismo
Etnocentrismo
 
O que é cultura?
O que é cultura?O que é cultura?
O que é cultura?
 
Uma conversa sobre o dia da Consciência Negra
Uma conversa sobre o dia da Consciência NegraUma conversa sobre o dia da Consciência Negra
Uma conversa sobre o dia da Consciência Negra
 
.- Racismooo
 .- Racismooo .- Racismooo
.- Racismooo
 

Semelhante a História-semana7-questão africana

Atividade2 planodeaula marlis
Atividade2 planodeaula marlisAtividade2 planodeaula marlis
Atividade2 planodeaula marlis
Marlireis
 
Educar Para A Diversidade SimpóSio Paraná (2)
Educar Para A Diversidade   SimpóSio Paraná (2)Educar Para A Diversidade   SimpóSio Paraná (2)
Educar Para A Diversidade SimpóSio Paraná (2)
culturaafro
 
Orientação técnica temas transversais set.2012
Orientação técnica temas transversais set.2012Orientação técnica temas transversais set.2012
Orientação técnica temas transversais set.2012
Erica Frau
 
Cultura Afro Brasileira B Roxo
Cultura Afro Brasileira B RoxoCultura Afro Brasileira B Roxo
Cultura Afro Brasileira B Roxo
ANA CRISTINA
 
Capítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise BotelhoCapítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise Botelho
marinathebaldi
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígena
Valeria Santos
 
Ritmos Afro Brasileiros
Ritmos Afro BrasileirosRitmos Afro Brasileiros
Ritmos Afro Brasileiros
culturaafro
 
Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.
Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.
Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.
Aline Sesti Cerutti
 
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...
Ercilio Langa
 
Cultura Afro Brasileira
Cultura Afro BrasileiraCultura Afro Brasileira
Cultura Afro Brasileira
luizschinemann
 
Cultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileiraCultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileira
Victor Mattos
 
Quinzena Da Consciencia Negra
Quinzena Da Consciencia NegraQuinzena Da Consciencia Negra
Quinzena Da Consciencia Negra
culturaafro
 

Semelhante a História-semana7-questão africana (20)

Atividade2 planodeaula marlis
Atividade2 planodeaula marlisAtividade2 planodeaula marlis
Atividade2 planodeaula marlis
 
Educar Para A Diversidade SimpóSio Paraná (2)
Educar Para A Diversidade   SimpóSio Paraná (2)Educar Para A Diversidade   SimpóSio Paraná (2)
Educar Para A Diversidade SimpóSio Paraná (2)
 
Orientação técnica temas transversais set.2012
Orientação técnica temas transversais set.2012Orientação técnica temas transversais set.2012
Orientação técnica temas transversais set.2012
 
Cultura Afro Brasileira B Roxo
Cultura Afro Brasileira B RoxoCultura Afro Brasileira B Roxo
Cultura Afro Brasileira B Roxo
 
Resenha: Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil
Resenha: Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no BrasilResenha: Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil
Resenha: Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil
 
Capítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise BotelhoCapítulo2_ Denise Botelho
Capítulo2_ Denise Botelho
 
Projeto Afro 2023.doc
Projeto Afro 2023.docProjeto Afro 2023.doc
Projeto Afro 2023.doc
 
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptx
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptxLetramento Racial e Educação Antirracista.pptx
Letramento Racial e Educação Antirracista.pptx
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígena
 
CULTURA AFRO- BRASILEIRA
CULTURA AFRO- BRASILEIRACULTURA AFRO- BRASILEIRA
CULTURA AFRO- BRASILEIRA
 
Ritmos Afro Brasileiros
Ritmos Afro BrasileirosRitmos Afro Brasileiros
Ritmos Afro Brasileiros
 
Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.
Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.
Os mitos e lendas na dinâmica das religiões de matriz africana.
 
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...
Trabalho completo 2. interseccionalidade africanos, brasileiras e lgb ts.erci...
 
Cultura Afro Brasileira
Cultura Afro BrasileiraCultura Afro Brasileira
Cultura Afro Brasileira
 
Afro Brasileira
Afro BrasileiraAfro Brasileira
Afro Brasileira
 
Cultura indígena e cultura afro uma reflexão histórica
Cultura indígena e cultura afro uma reflexão históricaCultura indígena e cultura afro uma reflexão histórica
Cultura indígena e cultura afro uma reflexão histórica
 
Paper africa
Paper africaPaper africa
Paper africa
 
Cultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileiraCultura afro-brasileira
Cultura afro-brasileira
 
Cultura Afro Brasileira
Cultura Afro   BrasileiraCultura Afro   Brasileira
Cultura Afro Brasileira
 
Quinzena Da Consciencia Negra
Quinzena Da Consciencia NegraQuinzena Da Consciencia Negra
Quinzena Da Consciencia Negra
 

Último

5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
edjailmax
 
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina DireitoObra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
rarakey779
 
Instrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdf
Instrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdfInstrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdf
Instrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdf
ssuserbb4ac2
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
rarakey779
 
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
ESCRIBA DE CRISTO
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
rarakey779
 
AS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdf
AS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdfAS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdf
AS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdf
ssuserbb4ac2
 

Último (20)

5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
5ca0e9_ea0307e5baa1478490e87a15cb4ee530.pdf
 
hereditariedade é variabilidade genetic
hereditariedade é variabilidade  genetichereditariedade é variabilidade  genetic
hereditariedade é variabilidade genetic
 
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptxDESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
DESAFIO FILOSÓFICO - 1ª SÉRIE - SESI 2020.pptx
 
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina DireitoObra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
Obra - Curso de Direito Tributário - Doutrina Direito
 
Instrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdf
Instrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdfInstrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdf
Instrucoes_A_M_Pranchas_01_a_33_Encadern (4).pdf
 
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdfHans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
Hans Kelsen - Teoria Pura do Direito - Obra completa.pdf
 
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdfcurso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
 
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
 
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdfGRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA UM GUIA COMPLETO DO IDIOMA.pdf
 
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco LeiteOs Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
Os Padres de Assaré - CE. Prof. Francisco Leite
 
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadessDesastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
 
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptxATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
ATPCG 27.05 - Recomposição de aprendizagem.pptx
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
 
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptxSão Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
São Filipe Neri, fundador da a Congregação do Oratório 1515-1595.pptx
 
Exercícios de Clima no brasil e no mundo.pdf
Exercícios de Clima no brasil e no mundo.pdfExercícios de Clima no brasil e no mundo.pdf
Exercícios de Clima no brasil e no mundo.pdf
 
AS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdf
AS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdfAS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdf
AS COLUNAS B E J E SUAS POSICOES CONFORME O RITO.pdf
 
manual-de-direito-civil-flacc81vio-tartuce-2015-11.pdf
manual-de-direito-civil-flacc81vio-tartuce-2015-11.pdfmanual-de-direito-civil-flacc81vio-tartuce-2015-11.pdf
manual-de-direito-civil-flacc81vio-tartuce-2015-11.pdf
 

História-semana7-questão africana

  • 1. História Africana e Indígena no Brasil Aula de História para as 2as. Séries do EM 24 E 25 de Novembro 2021 Semana 7 Profa. Gisele Finatti
  • 2. Habilidades Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país. Profa. Gisele Finatti
  • 3. Cultura Afro - Brasileira
  • 4. História • O Brasil é um dos países que mais possui população negra em todo o mundo. Isso, devido aos mais de 4 milhões de homens, mulheres e crianças que foram trazidas para cá com o comércio de escravos nos meados do ano 1500. • Os escravos, conseguiram sua liberdade, porém continuaram sendo descriminados, humilhados e mal tratados. Muitos não possuíam bens e local para morar, o que gerou problemas, como as favelas que hoje encontramos no Rio de Janeiro, por exemplo. • Hoje, os “afro – brasileiros” se destacam na música, no meio comercial, no teatro, em filmes, no meio empresarial e em muitos outros meios no Brasil, muitas vezes superando aqueles brancos que se diziam insuperáveis.
  • 5. Os Afro - Brasileiros • Desde que eram escravos, os “afro brasileiros” já possuíam uma infinidade de aspectos próprios, como por exemplo, a cultura, a religião e a arte. Capoeira – Expressão Artística Afro Brasileira – Arte Marcial Algumas Esculturas Africanas
  • 6. Arte Afro - Brasileira • Baseada nas histórias, crenças, lendas e na filosofia africana. • Basicamente feito com elementos da Natureza. Máscara de Madeira Igbo-Ukwu: arte africana em bronze
  • 7. Capoeira • Capoeira é uma arte marcial desenvolvida inicialmente por escravos negros no Brasil, a partir do período colonial. • Marcada por seus golpes que enganam o adversário, que geralmente são feitos no solo ou completamente invertidos. • Inicialmente criado para proteção e defesa própria • Hoje vista mais como uma forma de expressão artística, devido ao movimento que os corpos fazem, durante a prática.
  • 8. Música • A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura da música portuguesa, indígena e africana, produzindo uma grande variedade de estilos. • Entre os estilos influenciados, temos: Samba, Maracatu, Ijexá, Maxixe, Lambada, Carimbó, entre outros. • A música afro – brasileira era altamente descriminada, sendo vista como “Música para marginais” até o século XX, onde só então começou a ser melhor aceita pela população. • Dois instrumentos clássicos usados nas músicas afro – brasileiras, são os tambores e o Berimbau.
  • 9. Da Esquerda para direita: Viola, Médio e Gunga(ou Berra-Boi) Tambores
  • 10. Cozinha • A cozinha brasileira deriva em grande parte da cozinha africana, mesclada com elementos da cozinha indígena e portuguesa. • Na Bahia, principalmente, pratos como vatapá e moqueca são típicos da culinária afro-brasileira. • A feijoada é o prato nacional do Brasil. É basicamente a mistura de feijões pretos, carne de porco e farofa. Começou como um prato português que os escravos negros modificaram:os donos de escravos davam as partes pobres do porco aos escravos e estes misturavam estas partes com feijão e farinha
  • 12. Alguns Afro – Brasileiros Conhecidos • Entre os mais famosos estão: Pelé, Daiane dos Santos, Agnaldo Timóteo, Vanessa da Mata, Marcelo D2, Gilberto Gil, Tobias Barreto, Cafu, entre muitos outros Pelé Vanessa da Mata Gilberto Gil
  • 13. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Prega o seguinte conceito: “Desde o início da história do Brasil temos conosco os afro – descendentes, que nos ajudaram a lutar em busca de um país justo e livre. Somos influenciados por eles a todo tempo, assim como eles são influenciados por nós. Hoje devemos nos unir a eles pela luta a igualdade, assim como fizeram muitas vezes por nós.” Dia da Consciência Negra
  • 14. Colocar apelidos nas pessoas negras, como Pelé, Mussum, Tição, café, chocolate, buiu, branca de neve. Os apelidos pejorativos são uma forma perversa de desumanizar e desqualificar seres humanos. Elogiar negros dizendo que são de “alma branca”. Fazer piada de mau gosto, usando o termo “coisa de preto” ou “serviço de preto”. Querer agradar a negros dizendo que é negro, “mas” é bonito, ou que “apesar” do “cabelo ruim” é inteligente. Isto é preconceito, você sabia?
  • 15. •Usar eufemismo como “moreninho”, “escurinho”, “pessoas de cor”, evitando a palavra negro ao se referir a pessoas negras. •Negar a ascendência negra do mulato, dizendo que ele não é totalmente “totalmente” negro, que é de raça apurada, ou usar as expressões “limpar o sangue” e “melhorar a raça”, ao se referir à miscigenação. •Fazer comparação, usando a cor branca como símbolo de que é limpo, bom, puro e, em contrapartida, usar a cor preta representando o que é sujo, feio, ruim. •Fonte: Almanaque Pedagógico Afrobrasileiro – Rosa Margarida de Carvalho Rocha, Nzinga.
  • 16. A palavra é ... Etnocentrismo – Visão de mundo que considera o grupo a que o indivíduo pertence o centro de tudo. Elegendo como o mais correto e como padrão cultural a ser seguido por todos, considera os outros, de alguma forma diferentes como inferiores. Identidade Étnica – Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa que a faz reconhecer-se pertencente a um determinado povo, ao qual se liga por traços comuns de semelhança física, cultural e histórica. Afro-brasileiro – Adjetivo usado para referir-se à parcela significativa da população brasileira com ascendência parcial ou totalmente africana.
  • 17. Preconceito Racial – Conjunto de valores e crenças estereotipadas que levam um indivíduo ou um grupo a alimentar opiniões negativas a respeito de outro, com base em informações incorretas, incompletas ou por idéias preconcebidas. Racismo – Estrutura de poder baseada na Ideologia da existência de raças superiores ou inferiores. Pode evidenciar-se na forma legal, institucional e também por meio de mecanismos e de práticas sociais. No Brasil, não existem leis segregacionistas, nem conflitos de violência racial; todavia, encoberto pelo mito da democracia racial, o racismo promove a exclusão sistemática dos negros da educação, cultura, mercado de trabalho e meios de comunicação. Fonte: Almanaque Pedagógico Afrobrasileiro – Rosa Margarida de Carvalho Rocha, Nzinga.
  • 18. Lei 10.639/2003 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica. •Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. •O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. •Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de EducaçãoArtística e de Literatura e História Brasileiras.
  • 19. • A demanda por reparações visa que o Estado e a sociedade tomem medidas para ressarcir os descendentes de africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sobre o regime escravista, bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da população Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas
  • 20. Reconhecimento implica justiça e iguais direitossociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. Ações: - adoção de políticas educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino. -questionamento das relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, veladaou explicitamente violentas, superioridade em relação expressam sentimentos de aos negros, próprios de uma sociedade hierárquica e desigual. Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas Educação das Relações Étnico-Raciais
  • 21. Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas Educação das Relações Étnico-Raciais - ações afirmativas, isto é, conjuntos de ações políticas dirigidas à correção de desigualdades raciais e sociais, orientadas para oferta de tratamento diferenciado com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e mantidas por estrutura social excludente e discriminatória. . a conexão dos objetivos, estratégias de ensino e atividades com a experiência de vida dos alunos e professores; . a crítica aos materiais didáticos, bem como providências para corrigi-las; . Superação de discordâncias, conflitos, contestações, valorizando os contrastes das diferenças; . valorização da oralidade, da corporeidade e da arte; . patrimônio cultural afro-brasileiro, visando preservá-lo e difundi-lo; . alianças sociais; . participação de grupos do Movimento Negro, e de grupos culturais negros, bem como da comunidade; . projetos político-pedagógicos que contemplem a diversidade étnico-racial;
  • 22. A educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças, projeto conjunto para construção de uma sociedade, justa, igual, equânime. A escola tem papel preponderante para eliminação das discriminações e para emancipação dos grupos discriminados, ao proporcionar acesso aos conhecimentos científicos, a registros culturais diferenciados, à conquista de racionalidade que rege as relações sociais e raciais, a conhecimentos avançados, indispensáveis para consolidação e concerto das nações como espaços democráticos e igualitários. A escola têm que desfazer a mentalidade racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu, reestruturando relações étnico-raciais e sociais, desalienando processos pedagógicos. Políticas de Reparações, de Reconhecimento e Valorização, de Ações Afirmativas Educação das Relações Étnico-Raciais
  • 23. -Convivem, no Brasil, de maneira tensa, a cultura e o padrão estético negro e africano e um padrão estético e cultural branco europeu. Porém, a presença da cultura negra e o fato de 45% da população brasileira ser composta de negros (de acordo com o censo do IBGE) não têm sido suficientes para eliminar ideologias, desigualdades e estereótipos racistas. Ainda persiste em nosso país um imaginário étnico-racial que privilegia a brancura e valoriza principalmente as raízes européias da sua cultura, ignorando oupouco valorizando as outras, que são a indígena, a africana, a asiática. -Para reeducar as relações étnico-raciais no Brasil é necessário fazer emergir as dores e medos que têm sido gerados. É preciso entender que o sucesso de uns tem o preço da marginalização e da desigualdade impostas a outros. E então decidir que sociedade queremos construir daqui para frente. Educação das Relações Étnico-Raciais Que sociedade queremos construir daqui para frente?
  • 24. -É importante esclarecer que ser negro no Brasil não se limita às características físicas. Trata-se, também, de uma escolha política. Por isso, o é quem assim se define. -Preto é um dos quesitos utilizados pelo IBGE para classificar, ao lado dos outros – branco, pardo, indígena - a cor da população brasileira. Podemos agregar dados relativos a pretos e pardos sob a categoria negros, já que ambos reúnem, conforme alerta o Movimento Negro, aqueles que reconhecem sua ascendência africana. -O processo de construção da identidade negra em nosso país é, marcado por uma sociedade que, para discriminar os negros, utiliza-se tanto da desvalorização da cultura de matriz africana assim como dos aspectos físicos herdados pelos descendentes de africanos. No Brasil, algumas pessoas de tez clara e traços físicos europeus, em virtude de o pai ou a mãe ser negro(a), se designam negros e, outros, com traços físicos africanos, se dizem brancos. - É preciso lembrar que o termo negro começou a ser usado pelos senhores para designar pejorativamente os escravizados e este sentido negativo da palavra se estende até hoje. Contudo, o Movimento Negro ressignificou esse termo dando-lhe um sentido político e positivo. NEGRO OU PRETO? Educação das Relações Étnico-Raciais
  • 25. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO PROJETO DE RESOLUÇÃO O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, tendo em vista o disposto no Art. 9º, do § 2º, alínea “C”, da Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, e com fundamento no Parecer CNE/CP 003/2004, de 10 de março de 2004, peça indispensável do conjunto das presentes Diretrizes Curriculares Nacionais, homologado pelo Ministro da Educação em de 2004, RESOLVE Art. 1° - A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira eAfricana, a serem observadas pelas instituições de ensino de Educação Básica, nosníveis de Educação Infantil, Educação Fundamental, bem como Educação Média, Educação de Jovens e Adultos e Educação Superior em especial no que se refere à formação inicial e continuada de professores, necessariamente quanto à Educação das Relações Étnico- Raciais; e por aquelas de Educação Básica, nos termos da Lei 9394/96, reformulada por forma da Lei 10639/2003, no que diz respeito ao ensino sistemático de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, em especial em conteúdos de Educação Artística, Literatura e História do Brasil.
  • 26. Art. 2° - As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africanas se constituem de orientações, princípios, fundamentos para o planejamento, execução e avaliação da Educação das Relações Étnico-Raciais e do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Art. 3° As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana têm por meta a educação de cidadãos atuantes no seio da sociedade brasileira que é multicultural e pluriétnica, capazes de, por meio de relações étnico-sociais positivas, construirem uma nação democrática. §1° A Educação das Relações Étnico-Raciais tem por objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto ao seu pertencimento étnico-racial - descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos – capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, ter igualmente respeitados seus direitos, valorizada sua identidade e assim participem da consolidação da democracia brasileira. §2º O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, meio privilegiado para a educação das relações étnico-raciais, tem por objetivo o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, garantia de seus direitos de cidadãos, reconhecimento e igual valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, européias, asiáticas.
  • 27. Art. 4° Os conteúdos, competências, atitudes e valores a serem aprendidos com a Educação das Relações Étnico-Raciais e o estudo de História e Cultura Afro-Brasileira, bem como de História e Cultura Africana, serão estabelecidos pelos estabelecimentos de ensino e seus professores, com o apoio e supervisão dos sistemas de ensino, entidades mantenedoras e coordenações pedagógicas, atendidas as indicações, recomendações, diretrizes explicitadas no Parecer CNE/CP 003/2004. Art. 5° Os sistemas e os estabelecimentos de ensino poderão estabelecer canais de comunicação com grupos do Movimento Negro, grupos culturais negros, instituições formadoras de professores, núcleos de estudos e pesquisas, como os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, com a finalidade de buscar subsídios e trocar experiências para planos institucionais, planos pedagógicos, planos e projetos de ensino. Art. 6º Os sistemas de ensino, as entidades mantenedoras incentivarão e criarão condições materiais e financeiras, assim como proverão as escolas, seus professores e alunos de material bibliográfico e de outros materiais didáticos necessários para a educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; as coordenações pedagógicas promoverão o aprofundamento de estudos, para que os professores concebam e desenvolvam unidades de estudos, projetos e programas, abrangendo os diferentes componentes curriculares.
  • 28. Art. 7º As instituições de ensino superior, respeitada a autonomia que lhe é devida, incluírão nos conteúdos de disciplinas e atividades curriculares dos diferentes cursos que ministram, a educação Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados no Parecer CNE/CP 003/2004. Art. 8° Os sistemas de ensino tomarão providências para respeitado o direito de também alunos afrodescendentes freqüentarem estabelecimentos de ensino que seja que contem com instalações e equipamentos sólidos, atualizados, com professores competentes no domínio dos conteúdos de ensino, comprometidos com a educação de negros e não negros, no sentido de que venham a relacionar-se com respeito, sendo capazes decorrigir posturas, atitudes, palavras que impliquem desrespeito e discriminação. Art. 9° Nos fins, responsabilidades e tarefas dos órgãos colegiados dos estabelecimentos de ensino, será previsto o exame e encaminhamento de solução para situações de discriminação, buscando-se criar situações educativas para o reconhecimento, valorização e respeito da diversidade. § Único: As situações de racismo serão tratadas como crimes imprescritíveis e inafiançáveis, conforme prevê o Art. 5º, XLII da Constituição Federal/1998.
  • 29. Art. 10° Os estabelecimentos de ensino de diferentes níveis, com o apoio e supervisão dos sistemas de ensino desenvolverão a Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, obedecendo as diretrizes do Parecer CNE/CP 003/2004, o que será considerado na avaliação de suas condições de funcionamento. Art. 11º Os sistemas de ensino incentivarão pesquisas sobre processos educativos orientados por valores, visões de mundo, conhecimentos afro- brasileiros, ao lado de pesquisas de mesma natureza junto aos povos indígenas, com o objetivo de ampliação e fortalecimento de bases teóricas para a educação brasileira. Art. 12º Os sistemas de ensino orientarão e supervisionarão para que a edição de livros e de outros materiais didáticos atendam ao disposto no Parecer CNE/CP 003/2004, no comprimento da legislação em vigor. Art. 13º Aos conselhos de Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios caberá aclimatar as Diretrizes Curriculares Nacionais instituídas por esta Resolução,dentro do regime de colaboração e da autonomia de entes federativos e seus respectivos sistemas.
  • 30. Art. 14º Os sistemas de ensino promoverão junto com ampla divulgação do Parecer CNE/CP 003/2004 e dessa Resolução, atividades periódicas, com a participação dasredes das escolas públicas e privadas, de exposição, avaliação e divulgação dos êxitos e dificuldades do ensino e aprendizagens de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e da Educação das Relações Étnico-raciais; assim como comunicarão, de forma detalhada, os resultados obtidos ao Ministério da Educação e Cultura, à Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ao Conselho Nacional de Educação, e aos respectivos conselhos estaduais e municipais de Educação, para que encaminhem providências, que forem requeridas. Art. 15º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Br Após a aprovação da lei 10.639, o CNE pediu à comissão que ampliasse o parecer já em fase de elaboração, a fim de estabelecer as Diretrizes Curriculares para implementação da lei. O parecer que contempla as Diretrizes e teve como relatora a conselheira Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, foi aprovado em 10 de março e homologado em 19 de maio de 2004. A resolução 01 do Conselho Pleno do CNE institui oficialmente as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana e foi publicada no Diário Oficial no dia 22 de junho de 2004. Fonte: Site do Conselho Nacional de Educação