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Apostila 1ª fase - Sagrado
1. INSTITUTO SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA
História
Apostila 1ª Fase
Professor: Jorge
Apostila com conteúdo de História da 1ª Fase do Ensino Médio.
Da Pré-História à sociedade Mineradora.
2. Conteúdo Programático.
1) O que é História.
2) Pré-História (Paleolítico e Neolítico)
3) Antiguidade (Mesopotâmia e Egito)
4) Antiguidade (Grécia e Roma)
5) Idade Média (Feudalismo, Igreja medieval e Império árabe-islâmico)
6) Renascimento comercial e urbano
7) Monarquias nacionais (o fortalecimento do poder real)
8) Renascimento cultural e Reformas religiosas.
9) Absolutismo monárquico, Expansão Marítima, Mercantilismo e colonização.
10) Espanha e América e colonização espanhola.
11) Povos indígenas, colonização portuguesa, economia e sociedade colonial.
12) Escravidão, avanço da colonização e sociedade mineradora.
3. 1 - O que é História.
História: Ciência que estuda as ações dos seres humanos através do tempo e do espaço, analisando as
transformações que aconteceram e acontecem ao longo do tempo nas sociedades.
Sujeitos históricos: Todos nós somos sujeitos históricos, pois interferimos diariamente nos rumos da História.
Tempos da História: Tempo da Natureza (independe da vontade humana) e tempo cronológico ou do relógio
(criado pelo homem, podendo variar de uma época para outra ou ainda em sociedades diferentes)
Duração dos tempos históricos: existem três tipos de tempos históricos (longa, média e curta duração)
Longa duração (estrutural): Períodos longos que
mexem com a estrutura – A Era dos Dinossauros, a
Era Glacial, etc.
Média duração (conjuntural): Períodos não tão longos que
mexem com as conjunturas – A Segunda Guerra Mundial, a
Ditadura no Brasil, etc.
Curta duração (factual): acontecimentos breves que não
interferem com a estrutura e as conjunturas. Uma Copa
do Mundo, uma Olimpíada, os jogos de futebol e os fatos
diários.
Fontes históricas: Tudo aquilo que pode nos fornecer informações sobre o passado. Fotos, jornais, cartas, revistas,
filmes, manuscritos, vestígios de civilizações extintas, ossos, etc., são exemplos de fontes históricas.
Períodos Clássicos da História
Antiguidade 4000 a.C.(escrita) a 476 d.C. Queda do Império Romano
Idade Média 476 a 1453 Queda de Constantinopla
Idade Moderna 1453 a 1789 Queda da Bastilha
Idade Contemporânea 1789 a atualidade
Como transformar anos em séculos: Para fazer a transformação de uma data em século, basta pegar a casa do milhar
e da centena e acrescentar 1.
M C D U
1 5 6 1
Ex.: 1 5 + 1 = 16 (Século XVI)
Quando a data terminar em dois zeros (00) 1000, 1500, 1600, etc., não se irá acrescentar o 1.
M C D U
1 7 0 0
Ex.: 17 (Século XVII)
4. 2 - Pré-História (Período Paleolítico e Período Neolítico)
Pré-História: Período que se estende de cerca de 6 milhões de anos até
aproximadamente 4 mil anos a.C.. Essas datações correspondem,
respectivamente, ao surgimento dos primeiros hominídeos, no continente
africano, e a invenção da escrita. Esse período só pode ser reconstituído
através da análise das fontes fósseis e dos vestígios de cultura material, como
objetos e pinturas rupestres encontradas nas escavações paleontológicas e
arqueológicas.
Essa distinção entre Pré-História e História só surgiu no século XIX, na
Europa e tem tendência eurocêntrica, pois sugere que não houve História quando não havia escrita e que não havia
progresso na Pré-História, sendo este um estágio inferior. Diferente do estágio histórico, tido como superior.
Não podemos, no entanto, ignorar que ao se determinar o fim da Pré-História em 4 mil a.C. (surgimento da
escrita) muitos povos ainda viviam contemporaneamente , sem escrita. Além, é claro, de não esquecermos a
diversidade cultural existente e que são colocadas pelos parâmetros europeus como padrão.
A Pré-História pode ser dividida em dois períodos principais: Período Paleolítico e Período Neolítico
Período Paleolítico: O Paleolítico, ou Antiga idade da Pedra, ou ainda Pedra
Lascada, estendeu-se de 6 milhões até 10 mil a.C. É desse período o fóssil mais antigo
de hominídeo encontrado (um crânio) e também o Homo sapiens sapiens (Homem que
sabe que sabe), o atual estágio da evolução da espécie, datado de cerca de 160 mil
anos.
Os homens praticavam uma economia exclusivamente de subsistência.
Coletavam (frutos e raízes), caçavam (desde animais de pequeno porte até renas
mamutes e bisões) e pescavam. Utilizavam instrumentos rudimentares, feitos com
ossos, madeiras e lascas de pedras. Submetidos à natureza, os homens desse período
eram nômades, uniam-se em bandos de 20 a 30 pessoas sem organização ou hierarquia, deslocando-se
frequentemente em busca de alimentos. Habitavam cavernas, copas de árvores ou cabanas feitas com galhos.
Vestiam-se usando peles de animais.
Descobriram por volta de 500 mil anos o controle do fogo, que além de promover o aquecimento, era útil para
a defesa, para o ataque a animais e para o cozimento dos alimentos. No final do período inventaram o arco e flecha
e a lança, o que permitiu caçar a distância. Nas cavernas foram responsáveis pela pintura rupestre representando
cenas do cotidiano. Durante a última glaciação (entre 100 mil e 10 mil a.C. os povos do Paleolítico, antes só africanos
migraram ocupando a Europa, Ásia, Oceania e América. Para chegar ao continente americano atravessaram o Estrito
de Bering, quando este estava congelado. Existe também a hipótese de terem navegado da Oceania até a América
do Sul.
Período Neolítico: Dos 10 mil a.C. aos 4 a.C. temos o Neolítico ou Nova
Idade da Pedra ou Idade da Pedra Polida. Os homens tornaram-se produtores,
praticando a agricultura e a pecuária e tornaram-se sedentários, principalmente
as margens dos rios, onde construíram casas de barro, madeira ou pedra. Para
esse novo estágio de evolução contaram com instrumentos mais eficientes como
a pedra polida que, afiada, servia como instrumento de corte e da invenção da
roda. Todo esse processo passou a ser denominado como Revolução Neolítica.
Para armazenamento dos alimentos produziram recipientes de cerâmica.
Faziam tecidos com fibras vegetais e com pelos de animais. O aumento da produção de alimentos gerou também um
aumento demográfico. Os grupos tornaram-se maiores, surgiram as primeiras aldeias (cerca de 200 habitantes) e
com elas a vida comunitária.
Nas comunidades neolíticas ou primitivas, a terra pertencia a todo grupo, bem como o produto do trabalho.
As tarefas eram divididas entre todos, havendo apenas uma divisão sexual do trabalho (as mulheres praticavam a
agricultura e os homens caçavam). O chefe da aldeia era o patriarca, que tinha o respeito e a confiança do grupo.
5. Nessas comunidades surgiu o sentimento religioso:
questionamentos sobre coisas que os homens não sabiam
explicar, como: morte, amor, bem, mal ou mesmo
fenômenos naturais (chuvas, ventos, catástrofes). E esses
questionamentos passaram a ser explicados pela
existência dos deuses, que controlariam o mundo e os
destinos humanos.
Já no final do Neolítico, a aquisição da fundição do
cobre e da fabricação do bronze (mistura de cobre e
estanho) levou ao desenvolvimento de novos
instrumentos de trabalho e armas: iniciava-se a Idade dos Metais, que culminou com a metalurgia do ferro, por volta
de 1200 a.C.
A Idade dos Metais marcou a passagem da Pré-História para a História; portanto, essa transição corresponde a
um complexo de transformações, entre as quais a aquisição da escrita é apenas uma delas.
6. 3 - Antiguidade (Mesopotâmia e Egito)
A invenção da escrita é o elemento tradicional que define a transição da Pré-História para a História. No
entanto essa transição veio acompanhada de um conjunto de importantes transformações, como: excedente
agrícola levando a um crescimento demográfico e a disputa entre os membros das comunidades primitivas pelas
melhores terras. Estes conflitos originaram a propriedade privada, e esta a divisão social, entre os que eram
proprietários de terra e os que não eram. A intensificação das relações econômicas e sociais criou as cidades
(centros de comércio e sedes administrativas dos Estados recém-instaurados, além de ambientes de cultos
religiosos.)
É nesse contexto que se deu o desenvolvimento da escrita, no Oriente Médio (Mesopotâmia – escrita
cuneiforme sobre argila mole; Egito – os hieróglifos sobre os papiros). Essas antigas civilizações deram início ao
primeiro período da História, a Antiguidade (c. 4000 a.C. [escrita] até 476 d.C. [queda de Roma])
O estudo das civilizações do Oriente Médio (mesopotâmicos, egípcios, hebreus, fenícios e persas) faz parte da
Antiguidade Oriental. Considerados a base que estruturou a sociedade ocidental, o estudo dos gregos e romanos
constitui o que chamamos de Antiguidade Clássica.
Mesopotâmia.
O vale entre os rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque, foi
chamado pelos gregos de Mesopotâmia, “terra entre rios”. Era um
território fértil disputado pelos diversos povos que o ocuparam:
sumérios, amoritas, assírios e caldeus.
A Mesopotâmia inseria-se num conjunto denominado
Crescente Fértil (do Egito até o Golfo Pérsico) onde se
desenvolveram civilizações com base econômica na agricultura de
irrigação. Na Mesopotâmia foram erguidos os primeiros núcleos
urbanos (sem divisão rígida entre zonas rural e urbana). A cidade
da Babilônia reunia no século VI a.C. mais de 500 mil pessoas, e sua
posição estratégica, entre o Oriente asiático, a África e a Europa
transformou-a em entreposto de caravanas de comerciantes.
Além de uma das primeiras formas de escrita, do primeiro
código de leis escritas e das primeiras cidades, os povos da
Mesopotâmia nos legaram o calendário anual com 12 meses, a
semana com 7 dias, a circunferência dividida em 360º, a álgebra, os cálculos de divisão e multiplicação, incluindo raiz
quadrada e raiz cúbica, o relógio de sol, os tijolos de argila cozida, os primeiros veículos com rodas e a astrologia.
Sumérios – aproximadamente 3500 a.C. – sul da Mesopotâmia, organizavam-se em
diversas cidades autônomas (cidades-Estado) como Ur e Uruk. As terras eram consideradas
propriedades dos deuses e cultivadas por camponeses, que deveriam entregar parte da sua
colheita ao templo. Os sumérios foram os inventores da escrita cuneiforme, em função das
suas necessidades comerciais.
Amoritas – centro da Mesopotâmia. Fundaram a cidade da Babilônia. No século XVIII
a.C., o rei da Babilônia, Hamurabi, submeteu os povos da Mesopotâmia de norte a sul e
mandou redigir o Código de Hamurabi (1º código de leis escritas). O direito penal estava baseado na Lei de Talião:
“Olho por olho, dente por dente” ou seja, o criminoso recebia o mesmo castigo da vítima. Reconheciam as
diferenças entre ricos, povo e escravos. Os ricos pagavam mais impostos, e os crimes cometidos contra eles eram
punidos mais severamente.
Assírios – norte da Mesopotâmia. Montaram um Estado militarizado
(cavalos, carros de guerra e armas de ferro) conquistando um império que
abrangia a própria Mesopotâmia, a Síria, a Fenícia, a Palestina e o Egito, a
guerra era a principal atividade para conquistar riqueza, alimentos, terras e
escravos.
Caldeus – Fizeram da Babilônia novamente a capital da Mesopotâmia e
construíram mais de mil anos depois um império mais grandioso que o de
Hamurabi. Durante o reinado de Nabucodonosor (604-561 a.C.), foram
construídas grandes obras públicas (Jardins Suspensos e Torre de Babel) e o
Império expandiu-se até a Fenícia, Síria e Palestina. O Segundo Império
Babilônico foi conquistado pelos persas em 539 a.C..
7. Egito.
A civilização egípcia desenvolveu-se ao longo do fértil vale
do Rio Nilo, no nordeste da África. Devido as cheias anuais, ali se
desenvolveu uma civilização agrícola, que se apoiava em obras
hidráulicas (canais de irrigação e diques) que garantiam farta
produção de cereais, linho e papiro.
O Estado egípcio era o proprietário dessas terras e a maioria
da população (camponeses ou felás) trabalhava sob regime de
servidão coletiva (pagavam impostos em produtos e também em
trabalhos nas obras públicas (obras hidráulicas, templos, pirâmides
e palácios). Havia também escravos (prisioneiros de guerra) que
não constituíam a principal força de trabalho.
O poder político estava nas mãos do faraó, considerado um deus vivo
(monarquia teocrática). Acreditava-se que o faraó era responsável pelo equilíbrio
da Natureza e, sem ele, não haveria as enchentes do Rio Nilo, essenciais a
agricultura. Assim, o faraó era um monarca absoluto e seu poder inquestionável;
era o chefe religioso, militar, juiz e legislador supremo e proprietário de todas as
terras do Egito. Contudo, não governava apenas de acordo com sua vontade,
tinha de respeitar os costumes e a tradição. Seu principal conselheiro era o vizir
(espécie de ministro) e sob as ordens do vizir estavam os nomarcas
(governadores locais). Os assuntos cotidianos da administração (fiscalização e
cobrança de impostos) eram atribuições dos escribas (conhecedores da escrita
hieroglífica).
Na religião destacam-se duas características: o politeísmo e a crença na
imortalidade. Os deuses egípcios poderiam ser forças da Natureza (o Sol, o
vento, o Rio Nilo); animais (o gato, o crocodilo, o touro); humanos (Osíris, Ísis);
ou ainda apresentar uma forma mista, humana e animal a um só tempo, isto é, antropozoomórfica (Toth, Anúbis,
Hórus).
Os sacerdotes eram intermediários entre os deuses e os homens.
Só eles podiam entrar no santuário e contemplar a imagem divina. Os
templos também tinham uma importante função econômica, pois em seu
interior funcionavam oficinas de artesanato que produziam vidro, tecidos
e barcos.
A crença da imortalidade da alma teve muitas implicações. Para os
egípcios a alma abandonaria o corpo no momento da morte mas
retornaria a ele ao longo da eternidade. A morte seria apenas a passagem
para uma nova vida, que teria lugar na margem oeste do rio Nilo, onde
viveriam eternamente ao lado dos deuses, desde que passassem pelo
julgamento de Osíris. (O deus Anúbis pesaria o coração do morto numa
balança tendo do outro lado uma pena {símbolo de Maat, a verdade}; se o coração e a pena ficassem equilibrados, o
morto seria saudado por Osíris. Se o coração pesasse mais do que a pena, ele seria devorado por um monstro, misto
de crocodilo, leão e hipopótamo.
Considerando a vida após a morte era necessário trabalhar o corpo
através de um trabalhoso processo de embalsamamento chamado
mumificação, porém só a nobreza tinha acesso ao procedimento. O povo em
geral tinha salgado e enterrado. Os túmulos poderiam ser em forma de
bancos (mastabas), pirâmides, ou ainda hipogeus (labirintos ocultos no
subsolo), onde deveriam ser colocados objetos de uso pessoal, alimentos e
tudo o que os egípcios acreditavam necessário para a vida após a morte.
Ramses ll
8. 4 - Antiguidade (Grécia e Roma)
Grécia
Por volta do século VII a.C., o mundo grego compreendia a península
Balcânica, as ilhas do Mar Egeu e o litoral da Ásia Menor, mas não constituía uma
unidade política, ou seja, não estava estabelecido um único Estado. Organizava-se
em cidades-Estados (pólis). Cada pólis tinha seu território (áreas rurais e urbanas)
e era uma autarquia (autogoverno com leis e exércitos próprios). A colonização (a
partir do séc. VIII a.C.) levou os gregos a conquistarem praticamente todo o litoral
do Mediterrâneo e também o Mar Negro.
Os gregos tinham uma sólida unidade cultural: língua, costumes, religião,
reconhecimento da mesma origem mítica e convicção de que não eram
“bárbaros”, ou seja, daqueles que não falavam o grego.
Duas cidades gregas se destacaram: Esparta e Atenas.
Esparta: localizada na península do Peloponeso, Esparta era uma cidade agrícola, militarizada e oligárquica. A
aristocracia era formada pelo grupo dos espartanos (elite militar detentora do poder político, econômico e religioso).
Para eles trabalhavam os hilotas, (servos de propriedade do Estado, sem direitos políticos). Os espartanos adotaram
um estilo de vida militarizado (educação praticamente restrita ao treinamento militar com disciplina e aptidão física).
Atenas: localizada na península Ática ficou conhecida pela instituição da democracia durante o século VI a.C.,
após intensa crise social. O legislador Sólon, em 594 a.C., estabeleceu a participação política de acordo com o voto
censitário, e não mais por privilégios de nascimento, e aboliu a escravidão por dívidas. Entre 560 e 510 a.C., institui-se
a tirania (o tirano era um líder popular que assumia o poder apoiando-se em forças militares). Psistrato realizou a
reforma agrária, o que aliviou a tensão social.
Em 508 a.C., surgiu outro reformador, Clístenes, que estabeleceu
as bases da democracia grega, instituindo direitos iguais a todos os
cidadãos. Cidadãos eram todos os homens livres com mais de 20 anos e
que tivessem servido ao exército entre os 18 e 20 anos, nascidos em
Atenas com pai e mãe atenienses. Não eram cidadãos as mulheres, os
estrangeiros (metecos) e os escravos. Os cidadãos se consagravam a vida
política, enquanto os metecos e os escravos assumiam atividades
essenciais a vida econômica. A Eclésia (assembleia popular composta
pelos cidadãos) se reunia quase toda semana para votar as propostas de
lei do Bulé (conselho de 500 cidadãos sorteados anualmente entre as tribos que compunham a cidade). A
administração era entregue aos magistrados, sendo os mais importantes os estrategos, responsáveis pelos
problemas da guerra e da política.
Péricles (líder político entre 460 e 429 a.C.) criou a mistoforia (remuneração aos cidadãos para participar da
vida política), reconstruiu Atenas (arrasada nas Guerras médicas 492-479 a.C.), reergueu a Acrópole (centro religioso
e administrativo), construiu o Parthenon. A democracia ateniense se deu juntamente a um desenvolvimento
artístico e cultural. A cultura valorizava o pensamento racional e o antropocentrismo. Na Grécia nasceu a filosofia, a
história e o teatro. Na arquitetura e na escultura surgiram valores como o equilíbrio, a harmonia, a ordem e a
simplicidade. Entre 431 e 404 a.C. , Atenas (Confederação de Delos) e Esparta (Liga do Peloponeso) enfrentaram-se
em guerra pela hegemonia do mundo grego, mas acabaram por causar seu enfraquecimento, que facilitou a invasão
macedônica sob liderança de Felipe II e a conquista das cidades gregas em 338 a.C.
Roma
Fundada em 753 a.C. na região do Lácio, na península Itálica, com a união de tribos em torno de um rei, nascia
uma cidade simples, dedicada à agricultura e ao pastoreio. Sua estrutura social identificava dois grupos bastante
distintos: os patrícios (aristocracia proprietária de terras) e os plebeus (homens livres sem direitos políticos).
República (509-27 a.C.) Entre os séculos V e III a.C., Roma efetivou a conquista do território da Península
Itálica, depois conquistaram o norte da África, a península Ibérica, territórios da atual França, Inglaterra, parte da
Alemanha e da Romênia, Egito, Palestina, Fenícia, Síria, Grécia e Macedônia. Os romanos montaram o mais
organizado, disciplinado e bem armado exército de sua época. Quando não estavam em guerra, os soldados eram
recrutados para obras públicas (construção de estradas e muralhas). O Mar Mediterrâneo tornou-se um mar romano
(principal acesso entre a capital e suas províncias). As terras conquistadas tornavam-se propriedades do Estado
romano (ager publicus), sendo distribuídas às camadas já privilegiadas da população. Roma enriquecia através de
9. saques, cobrança de impostos e pela chegada de escravos (prisioneiros de guerra) que eram a base da mão de obra
da economia.
A camada plebeia exigiu e conquistou direitos sociais e políticos (fim da escravidão por dívidas, direito ao ager
publicus e às magistraturas –cargos públicos)
Império 27 a.C.-476d.C) Entre os séculos I e III da nossa era , Roma viveu a chamada Pax
Romana, na qual experimentou paz e prosperidade. Na capital, com mais de 1 milhão de
habitantes, havia edificações públicas, como templos, teatros, termas e arenas para a prática
de esportes. O Fórum era o centro do governo, dos negócios, da justiça e da religião e para
celebrar as vitória militares os romanos construíam imensos arcos decorados.
No final do século ll, o esgotamento da expansão territorial levou à crise pela falta de
escravos e pela redução na arrecadação de impostos, condição essencial para a manutenção da
cara estrutura imperial.
Além disso, a difusão das ideias do cristianismo confrontava a tradicional religiosidade
politeísta romana e rejeitava a divindade do imperador e a estrutura militarizada do Império.
Os seguidores do cristianismo foram perseguidos pelas autoridades até 313, quando
Constantino, imperador romano, publicou o Edito de Milão, que dava liberdade de culto aos
cristãos.
Em 391, o imperador Teodósio declarou o cristianismo a religião oficial do Império, o qual foi dividido em dois:
O Império Romano do Ocidente (capital Roma) e o Império Romano do Oriente (capital Constantinopla). Essas
medidas visavam salvar o Império da grave crise que se instaurava, acentuada pela migração dos povos germânicos,
que em 476 invadiram Roma e derrubaram o último imperador.
10. 5 - Idade Média (Feudalismo, Igreja medieval e Império árabe-islâmico)
Em 476, com a queda do Império Romano do Ocidente, iniciou-se a Idade Média. O Império Romano do
Oriente sobreviveu até 1453, quando Constantinopla foi tomada pelos turcos otomanos, dando fim a Idade Média.
A Idade Média pode ser dividida em duas fases: a Alta Idade Média (entre século V e X - ruralização da
Europa ocidental, instauração do sistema feudal e fortalecimento da Igreja Católica) e a Baixa Idade Média ( entre os
séculos Xl e XVI – renascimento comercial e urbano, e a formação das monarquias nacionais.
O feudalismo em linhas gerais pode ser caracterizado como um processo de ruralização do Ocidente,
baseado na agricultura de subsistência e na servidão. O centro da vida social deixou de ser a cidade a passou a ser o
campo. O feudalismo reuniu elementos de origem romana (colonato) e de origem germânica (comitatus).
Colonato: obrigação de dar parte do produzido aos donos da terra.
Comitatus: relação de fidelidade entre os guerreiros e seu chefe.
A consolidação do feudalismo se deu com o enfraquecimento do poder real, já que os reis pediam ajuda
militar aos nobres doando-lhes um feudo.
Feudo: normalmente uma grande área de terra, mas podendo
ser qualquer outra coisa, como por exemplo uma ponte, uma estrada.
O doador do feudo era o senhor feudal ou suserano; quem
recebia era um vassalo. Entre o senhor feudal e os vassalos existia uma
relação de obrigações e fidelidade. Dessa forma o território se
fragmentou em diversos feudos.
As principais características do Feudalismo são: Relações
baseadas na dependência e na fidelidade; Poder político
descentralizado; Predomínio do cristianismo; Produção voltada para a
subsistência.
A economia feudal estava baseada na agricultura de
subsistência. As terras do feudo dividiam-se em manso senhorial,
manso servil e terras comunais. O comércio era restrito e feito normalmente com troca de produtos.
A sociedade feudal era rígida (não flexível) e a posição
social dependia do nascimento. Ela era dividida em três
grupos: clero, nobreza e camponeses (maioria servos).
Clero: composto pelo Papa, cardeais , bispos, abades,
monges e padres. A Igreja Católica era a instituição mais rica e
poderosa da época do feudalismo.
Nobreza: composta pelo rei, duques, marqueses,
condes, viscondes. A principal atividade eram as guerras.
Camponeses: composta principalmente pelos servos
(homens presos à terra e que não podiam ser vendidos,
trocados ou punidos mas que tinham obrigações com seus
senhores), homens livres, que podiam escolher onde
trabalhar.
Algumas das obrigações dos servos: Corvéia: trabalho compulsório nas terras do senhor durante alguns dias
da semana; Talha: obrigação de entregar ao senhor parte do que produzia; Banalidade: pagamento em produtos
pelo uso do moinho, dos fornos,das prensas e dos equipamentos do feudo; Mão morta: obrigação do pagamento
pelos filhos para ficarem no feudo, quando da morte do pai. Além disso, os servos eram obrigados a pagar 10% de
sua produção à Igreja como dízimo.
A Igreja Católica era portadora da verdade e detentora de imenso poder espiritual. Em 1054, por
divergências entre o Papa e o imperador bizantino, essa cristandade se dividiu em duas igrejas: a Católica Romana
(Roma) e a Católica Ortodoxa (Constantinopla). Esse episódio ficou conhecido como Cisma do Oriente.
Império árabe-islâmico
O islamismo foi a terceira religião monoteísta, surgindo depois do judaísmo e cristianismo. Seus fiéis
acreditavam em Alah, único Deus e criador do Universo, que teria enviado Maomé, o profeta. Seu livro sagrado é o
Alcorão, na qual foram redigidos os preceitos da fé islâmica. A religião muçulmana é repleta de regras e conceitos
rígidos.
11. Maomé nasceu em Meca em 570. Em 610 teve uma visão do arcanjo
Gabriel que lhe anunciou os princípios da nova religião. Pregava contra o politeísmo
árabe (Caaba – templo onde ficava a “pedra negra” e as imagens dos 360 ídolos
religiosos). Sofreu perseguições, sendo obrigado a fugir para a cidade de Yatreb,
que depois receberia o nome de Medina. Essa fuga recebeu o nome de Hégira e
tornou-se o ano 1 do calendário muçulmano (622 no calendário cristão). Maomé
voltou para Meca em 630, destruiu a Caaba, preservando apenas a “pedra negra”,
tornada símbolo do monoteísmo muçulmano. Quando morreu em 632, tinha
conseguido unificar política e religiosamente as tribos árabes.
Entre os princípios do islamismo está a Jihad, ou “Guerra Santa”. Maomé
dizia que era preciso dedicação para espalhar a religião islâmica e converter os
infiéis ao culto a um só Deus; quem morresse combatendo, teria assegurado o
paraíso. Assim, unindo o ideal da “Guerra Santa” e o desejo de adquirir terras férteis e de dominar novas rotas de
comércio, os muçulmanos partiram para a conquista do mundo.
Após a morte de Maomé, os quatro primeiros califas (632-661) iniciaram a grande expansão árabe: Síria,
Palestina, Pérsia e Egito.
Sob a dinastia dos Omíadas (661-750), a expansão chegou até a
Índia e todo o norte da África. Em 711, atravessando o Estreito de
Gibraltar, ocuparam quase toda Península Ibérica.
Sob a dinastia dos Abássidas (758-1258) Bagdá tornou-se a
capital do Império (ponto estratégico para o comércio entre Ocidente e
Oriente). Além de um império territorial, um império econômico.
Politicamente, porém, já não havia unidade desde o século VIII.
Disputas entre xiitas e sunitas levaram a divisão do império em vários
califados independentes (Córdoba, Marrocos e Cairo). Em 1258, os
mongóis destruíram Bagdá e conquistaram a Pérsia.
No século XIV, o avanço dos turcos otomanos destruiria o que
ainda restava do vasto Império Islâmico. Em 1492, os árabes foram
expulsos de Granada (sul da Espanha) na Guerra da Reconquista.
A Cultura árabe.
Os árabes buscavam assimilar a culturas das civilizações que entravam em contato, e assim fizeram com as
obras dos antigos gregos, dos helenistas, dos persas, dos chineses e dos hindus. Construíram imensas bibliotecas e
observatórios astronômicos; a bússola, o astrolábio; a pólvora e o papel, trazidos da China, bem como o
desenvolvimento da cartografia, deram impulso notável as navegações europeias no século XV. O sistema de
numeração indo-arábico, inventado pelos hindus, foi propagado pelos árabes, que introduziram o uso do zero, que
possibilitou a criação do sistema decimal.
12. 6 - Renascimento comercial e urbano
A agricultura, que no início do período feudal era de subsistência, passou, com as inovações técnicas e o
aumento da área de cultivo (século XI), a principal atividade econômica.
As principais
inovações técnicas: A
charrua: arado de ferro
no lugar do arado de
madeira (a esquerda); A
rotação trienal de
culturas. 1ºano trigo,
2ºano cevada, 3ºano
repouso (a direita); Uso
do cavalo para puxar o arado e atrelamento peitoral no lugar do
pescoço e aprimoramento dos moinhos acionados pela força dos
ventos e das águas.
O aumento da produção agrícola contribuiu para o grande crescimento populacional, gerando um excedente
sem ocupação nas atividades tradicionais que passaram a se dedicar as atividades artesanais e comerciais. Isso
serviu também para o revigoramento das cidades e do comércio
Como não havia necessidade de tanta gente trabalhar
no campo, muitos camponeses (homens-livres) deixaram o
campo transformando-se em ambulantes ou indo para as
cidades trabalhar de artesãos (sapateiros, carpinteiros,
ferreiros). A troca de alimentos pelos produtos fabricados nas
cidades estimulou o artesanato, e isso estimulou o comércio
local.
No século XI, o comércio europeu de longa distância
também cresceu. Gênova e Veneza eram os principais portos
comerciais, comprando especiarias e artigos de luxo no Oriente
e revendendo na Europa com grandes lucros.
As feiras medievais também estimulavam o comércio, onde se
vendia de tudo por um período de 15 a 60 dias, uma ou duas
vezes por ano.
O crescimento das cidades ocorreu perto das feiras, dos rios ou em volta dos castelos dos nobres. Os extra-muros
ou burgos era onde se realizava o comércio das cidades. Ali os comerciantes, artesãos e banqueiros
realizavam seus negócios e passaram a ser chamados burgueses. Surgia então a burguesia.
A força da Igreja se devia principalmente a sua organização e riqueza.
As Cruzadas: expedições cristãs militares realizadas entre os séculos XI e XIII
(1095 a 1270) para a reconquista de Jerusalém, em poder dos muçulmanos desde o
século XI. Além do motivo religioso, outros aspectos devem ser levados em conta nas
Cruzadas: A esperança de obter a salvação eterna. A Igreja prometia o perdão dos
pecados. O desejo de melhorar de vida e a obtenção de terras pelos nobres e os
mercadores ambicionavam aumentar o comércio com o Oriente.
Do total de oito Cruzadas nenhuma conseguiu plenamente seu intento,
sendo os cristãos definitivamente expulsos do Oriente em 1291, porém importantes
mudanças socioeconômicas ocorreram na Europa: Aumento do comércio entre
Ocidente e Oriente; Maior participação do comércio do Mar Mediterrâneo, antigo
domínio muçulmano; Enfraquecimento da nobreza guerreira, endividada com as Cruzadas.
Durante o século XIV, chuvas torrenciais, más colheitas e áreas agrícolas que passaram
a área pastoril, ajudaram a propagar ciclos de fome na Europa, já que a produção não
atendia mais as necessidades da população, além de doenças que levaram a Europa à crise
no XV. Nesse contexto, a Peste Negra chegou a Europa, pelo porto da Sicília, em um navio
de comércio vindo do Mar Negro. Essa grave epidemia, provocada por um bacilo
transmitido ao ser humano pela pulga dos ratos, matou aproximadamente 1/3 da
população europeia. A moléstia propagou-se primeiro nas cidades, locais de grande
concentração humana e com condições precárias de higiene, mas se disseminou
rapidamente por todo o interior do continente, durante o século XIV.
13. 7 - As monarquias nacionais (o fortalecimento do poder real)
A partir do final do século XII, iniciou-se o processo de formação das Monarquias nacionais europeias,
consolidado até o final da Baixa Idade Média. Com a morte de milhares de pessoas, a nobreza se viu cada vez mais
enfraquecida e para compensar seus prejuízos, aumentou os impostos e o controle sobre os camponeses. Os
camponeses reagiram provocando revoltas na França (as Jacquerie – série de revoltas) e na Inglaterra, matando
muitos nobres, mas sendo massacrados.
A burguesia se via asfixiada com a existência de vários senhores feudais e de diferentes moedas e impostos,
o que encarecia seus produtos e atrapalhavam seus negócios. Ela então se aproximou do rei em busca de proteção e
favores, e alguns reis interessados no dinheiro da burguesia, fizeram leis que beneficiavam a ela. Os burgueses
agradecidos doavam dinheiro ao rei. A nobreza enfraquecida por causa das Cruzadas e das revoltas também recorria
ao rei para pedir ajuda militar para combater as revoltas. Os camponeses, por sua vez, recorriam ao rei esperando
que ele os defendesse dos senhores feudais. Dessa forma, o rei, fortalecido, pôde criar impostos, estabelecer uma
moeda única para todo o seu território e com o dinheiro das doações e impostos criar um exército assalariado e
profissional. Assim, o rei foi impondo sua autoridade a todos os habitantes.
Portugal – Espanha – Inglaterra - França.
A luta dos cristãos para expulsar os árabes da Península Ibérica levou a formação das monarquias de
Portugal e Espanha.
Os cristãos foram viver no norte da Península, fundando os reinos de Leão,
Castela, Navarra e Aragão. A partir do século XI iniciaram-se as lutas pela Reconquista.
O rei de Leão e Castela cedeu ao nobre Henrique de Borgonha uma faixa de terra pela
sua participação na luta contra os árabes: o Condado Portucalense. Seu filho, Afonso
Henriques (Dinastia dos Borgonha) continuou sua luta contra os árabes e também
para conseguir a independência do condado. Em 1139 ele alcançou seus objetivos,
tornando-se o primeiro rei de Portugal, que passou a ser o primeiro país a ter a
estrutura de uma monarquia nacional. Em 1383, morreu o último rei dos Borgonha
sem deixar herdeiros. Portugal corria o risco de ser novamente incorporado a Castela.
Porém, entre 1383 e 1385, na Revolução de Avis, D. João I evitou que isso acontecesse: consolidou a aliança com a
burguesia, efetivou a centralização monárquica de Portugal e deu-lhe condições de ser a primeira nação europeia a
expandir-se por meio de conquistas territoriais.
Os reinos de Aragão e Castela lideravam as lutas contra os árabes em seu
território com a ajuda financeira dos burgueses. Porém, o fato decisivo para a
Reconquista foi a união entre os reis cristãos Fernando de Aragão e Isabel de Castela
que se casaram em 1469 (assim nascia a Espanha) e uniram forças para derrotar os
árabes. Em 1479 os dois reinos passaram a ter uma só administração. Em 1492, os
árabes foram expulsos do território espanhol. Esses reis apoiaram a expansão colonial
espanhola e durante seu reinado (1479-1516) foi descoberta a América.
Apesar da centralização do poder na Inglaterra ter
se iniciado no século XII, a autoridade real havia diminuído por causa da ausência do rei
Ricardo Coração de Leão, que combatia nas Cruzadas. Seu irmão João Sem-Terra teve de
enfrentar oposição dos nobres descontentes (aumentos de impostos e gastos militares) e
pressionado pelos nobres teve que assinar a Magna Carta (1215) cujo objetivo principal
era limitar o poder do rei.
No meado do século XII teve início a formação da
França, quando o rei cria um exército profissional e assalariado. Seus sucessores
tornam a moeda única e tomam medidas contra a nobreza e a Igreja (taxação de
impostos). Além disso, Felipe IV, o Belo, convocou uma assembleia reunindo os
representantes da nobreza, clero e burguesia (Estados Gerais).
D. Afonso Henriques e D. João I
Fernando de Aragão e Isabel de
Castela
Ricardo Coração de Leão
Felipe IV, o Belo
14. 8 - Renascimento Cultural e Reformas Religiosas.
Em 1453, quando os turcos otomanos
conseguiram, com seus canhões, transpor as
muralhas de Constantinopla e tomar a cidade,
teve início a Idade Moderna, que teve
importantes processos históricos que podem ser
divididos em duas fases distintas: o Antigo
Regime e a Crise do Antigo Regime.
Durante o Antigo Regime podemos
destacar o Renascimento Cultural, as Reformas
Religiosas, o Absolutismo Monárquico, as
Grandes Navegações, a Revolução Comercial e o
Mercantilismo.
Na Europa, entre os séculos XIV e XVI,
"A criação de Adão" - Michelangelo - Teto da Capela Sistina
artistas, pensadores e cientistas, resgatando por meio de estudos os valores da Antiguidade Clássica, produziram
obras fundamentais para a arte, a filosofia as ciências ocidentais. Foi o chamado Renascimento Cultural, cujo nome
deriva do desejo de afastamento em relação ao mundo medieval (período de Trevas) e uma aproximação do mundo
greco-romano. Porém, não podemos esquecer que a cultura da Idade Média também é muito rica e vasta. Esse
movimento cultural começou nas cidades italianas no século XIV e os artistas renascentistas eram financiados pela
rica burguesia mercantil (os mecenas), pois o financiamento das artes representava status social e valorização do
mundo burguês.
Podemos classificar o Renascimento como uma
tendência cultural racionalista, pois creditava ao ser
humano, dotado de razão, a capacidade de conhecer e
interpretar o mundo. Assim, o Renascimento também foi
humanista, pois o ser humano era valorizado e devia ocupar
o centro das preocupações – daí o antropocentrismo, em
franca oposição ao teocentrismo medieval. O
desenvolvimento do humanismo se deu devido a duas
importantes criações: A imprensa, que possibilitou a
impressão de vários livros que difundiam suas ideias e as
Academias, importantes centros de divulgação de seus
estudos sem interferência da Igreja.
Leonardo da Vinci Mona Lisa
Apesar de ser um movimento cultural laico (sem
interferência da Igreja), reconhecia o ser humano como a mais perfeita criação de Deus, sendo o individualismo uma
das características do Renascimento.
Comparação entre os valores medievais e renascentistas.
Valores medievais
1) O tempo pertence a Deus. É pecado emprestar
dinheiro a juro (cobrar pelo tempo de empréstimo).
2) A fé é mais importante que a razão.
3) Valorização do coletivo.as pessoas se consideram
membros da cristandade.
4) Deus está no centro das atenções (Teocentrismo).
5) O corpo é fonte de pecado.
Valores Renascentistas
1) O tempo pertence ao homem. Ele o usa em
benefício próprio.
2) Razão e fé são importantes.
3) Valorização do individual, a arte e o talento de
cada um.
4) O homem esta no centro das atenções
(antropocentrismo)
5) O corpo é fonte de beleza e prazer.
As principais características do Renascimento:
Surgimento do mecenas; Realismo nos objetos , pessoas e paisagens; Domínio da perspectiva, que dava
profundidade aos quadros; Autorretrato e o retorno as formas típicas da arquitetura Greco-romana; Valorização do
ser humano; A volta aos estudos da Antiguidade Clássica; Comprovação da verdade através da investigação, da
comprovação científica e da reflexão pessoal, sendo contrárias as idéias religiosas que explicavam todas as coisas
através do divino.
Os estudos dos autores da Antiguidade favoreceram importantes avanços no conhecimento, tais como: o
desenvolvimento de várias ciências (geografia, cartografia, botânica e zoologia) e o maior conhecimento do corpo
15. humano (anatomia e circulação sanguínea). Todos esses estudos questionavam as verdades da época e não foram
aprovados pela Igreja.
Reformas Religiosas.
As Reformas protestantes ocorridas no século XVI promoveram o rompimento da unidade da Igreja Católica
na Europa Ocidental e deram início às religiões protestantes.
A Igreja era a grande instituição da Idade Média e seu poder era quase inquestionável.
Quem discordava dos ensinamentos e das práticas da Igreja era chamado de herege.
As principais críticas à Igreja Católica no final do século XV eram: A venda de cargos eclesiásticos a pessoas sem
vocação religiosa; O luxo e a riqueza dos membros do alto clero; O despreparo intelectual de grande parte do clero.
As pessoas desejavam uma Igreja mais simples, uma religião mais próxima aos ensinamentos de Jesus, mas a
falta de apoio da sociedade e a repressão por parte dos governantes impediu o crescimento desses movimentos.
A burguesia enriquecia e acumulava riqueza (usura) e era condenada pela Igreja (contradição) e o poder da
Igreja era um obstáculo ao crescimento do poder real, o que fez com que as críticas a Igreja aumentassem.
Em 1517, a venda de indulgências (perdão dos pecados em troca de dinheiro)
autorizada por Leão X revoltou o monge católico Martinho Lutero (alemão). Lutero, não
desejava criar uma nova igreja, mas apenas que a Igreja Católica se reformasse. Ele pregou na
porta da Catedral de Wittenberg suas 95 teses contrárias aos ensinamentos e práticas da
Igreja Católica. Lutero foi excomungado pelo papa. Era o início da Reforma Protestante.
Três eram os pontos principais da Doutrina Luterana: A justificação pela fé (só a fé
salva as pessoas); O sacerdócio universal (leitura dos textos sagrados – Bíblia); Negação da
infalibilidade da Igreja (somente a Bíblia é a verdade)
Lutero manteve apenas dois sacramentos (batismo e eucaristia) e negou a
infalibilidade do papa e a hierarquia da Igreja; o culto aos santos não tem fundamento e qualquer membro da igreja
poderia se casar.
Outros movimentos reformistas: o ANGLICANISMO,
essencialmente político, após tentativa de divórcio, negada pelo papa,
Henrique VIII, rei da Inglaterra, rompe com a Igreja de Roma e depois o
parlamento aprova o Ato de Supremacia, que proclama o rei como
chefe supremo da Igreja Anglicana. O CALVINISMO reforma mais
radical. Manteve as bases do Luteranismo, mas João Calvino cria a ideia
da predestinação absoluta, onde Deus já sabia quem seria salvo, o que
contrariava a ideia de Lutero de salvação pela fé (trabalho com afinco e
pelas obras que pratica)
A Contra Reforma foi um movimento da Igreja Católica
para conter o avanço do Protestantismo. O Concílio de Trento
ratificou a doutrina católica, negando as mudanças reformistas,
mas condenando a corrupção e a venda de indulgências.
Os principais pontos da Contra Reforma.
Expandir a fé cristã além da Europa; Reativação do Tribunal do
Santo Ofício (Inquisição); Criação do Índex (Índice dos Livros
Proibidos), Publicação do catecismo.
As disputas religiosas muitas vezes foram violentas,
morrendo milhares de pessoas, como na Noite de São Bartolomeu
(24/08/1572), quando cerca de 3000 calvinistas (huguenotes)
foram mortos por ordem da mãe do rei Carlos IX, a católica
Catarina de Médicis.
Martinho Lutero
Henrique VIII João Calvino
16. 9 - Absolutismo monárquico, Expansão Marítima, Mercantilismo e colonização.
Entre os séculos XVI e XVIII, a autoridade dos reis da Europa tornou-se absoluta. O rei fazia as leis, mantinha
um exército permanente, nomeava funcionários, criava e arrecadava impostos e aplicava a justiça. O Estado, na
figura do rei, monopolizava a vida política e encarregava-se de preservar os privilégios da nobreza e de favorecer
economicamente a burguesia ascendente.
Alguns pensadores da época elaboraram teorias que
procuravam justificar o poder absoluto dos reis: Nicolau Maquiavel
(1469-1527) em “O Príncipe” dizia que o rei deveria atender às
razões do Estado, independente dos valores morais vigentes;
Thomas Hobbes (1588-1619) em “Leviatã” procurou explicar
racionalmente o absolutismo dizendo que nas sociedades primitivas,
os indivíduos deveriam ceder seus direitos ao Estado (rei), que por
meio de um governo despótico, deveria garantir a segurança da
nação; Bispo Jacques Bossuet (1627-1704) “A política tirada da
Sagrada Escritura” estabelece o princípio do direito divino dos reis,
ou seja, o poder real é emanado de Deus, não podendo ser contestado pelos cidadãos.
Na França, o apogeu do absolutismo, iniciado no século XVI, foi
alcançado sob Luís XIV (1643-1715), o “Rei Sol” autor da famosa frase “O
Estado sou eu” que conseguiu gerar prosperidade ao Estado francês e à
burguesia, com o desenvolvimento das manufaturas e da navegação e com
a criação das companhias de comércio.
Na Inglaterra, o apogeu se deu sob o governo de Elizabeth I, que
reinou de 1558 a 1603 e desenvolveu uma agressiva política mercantilista
baseada no desenvolvimento do comércio marítimo internacional, no
apoio à pirataria contra os navios espanhóis e portugueses que
transportavam riquezas das Américas e no incentivo às indústrias têxteis e
navais. A “Rainha Virgem” morreu sem deixar herdeiros.
Expansão Marítima - Grandes Navegações
Elizabeth I
Conjunto de viagens feitas pelos
europeus durante os séculos XV e XVI.
Crenças da época: terra plana e que quem
se afastasse muito do litoral cairia num
abismo; mar habitado por monstros
marinhos; águas ferventes próximos a Linha
do Equador. Perigos reais: ventos
desfavoráveis; encalhes; fome, doença e
sede no interior dos navios.
O porquê das grandes navegações:
Conseguir especiarias e artigos de luxo
direto Oriente, já que a tomada de
Constantinopla pelos turcos interrompeu o
lucrativo comércio entre Europa e Ásia que
ficou restrito aos árabes que traziam os
produtos do Oriente até o Mar
Mediterrâneo e os vendiam aos italianos,
Luis XIV - Rei Sol
que revendiam na Europa com grande lucro.
Principais motivos para o pioneirismo português: uma Monarquia centralizada com controle territorial total;
Burguesia próspera nas cidades litorâneas (Porto, Lisboa e Setúbal) oriunda da venda de pescado; Técnicas e
conhecimentos necessários à navegação (aperfeiçoamento de mapas e da bússola, invenção das caravelas); além da
motivação religiosa, com o desejo de expandir a fé cristã para outros continentes. A Escola de Sagres foi um Centro
de estudos náuticos, criado para melhorar a navegabilidade e a segurança em alto-mar.
Principais conquistas: Ceuta, ponto de comércio entre árabes e italianos (1415); Caminho Marítimo para as
Índias (1498-Vasco da Gama); Brasil (1500 - Cabral). Principais fontes de renda portuguesa: venda de especiarias
17. (pimenta, canela e gengibre). Principais navegadores: Vasco da Gama, Bartolomeu Dias e Cabral. Principal
concorrente: Espanha.
Principais descobertas espanholas: Américas (1492 - Colombo); Circunavegação (1519-1522 – Fernão de
Magalhães e Sebastião Del Cano)
Tratado de Tordesilhas (1494): Linha imaginária que dividia o mundo entre Espanha (oeste) e Portugal (leste)
a 370 léguas das Ilhas do Cabo Verde.
Outros navegadores: França, Inglaterra e Holanda, que não aceitaram o Tratado de Tordesilhas, continuaram
a enviar expedições à África, Américas e Ásia.
Importantes mudanças com as Grandes Navegações: comércio ganha proporções mundiais; o Atlântico
passou a ser mais importante que o Mediterrâneo causando o declínio das cidades italianas e o crescimento de
Portugal, Espanha, França e Inglaterra ; surgimento de vários impérios coloniais; aumento das diferenças entre os
diversos povos.
Mercantilismo e colonização.
O Estado absolutista adotou, entre os séculos XVI e XVIII, práticas de intervenção da economia que visavam
garantir o desenvolvimento comercial e financeiro do reino, fortalecendo ao mesmo tempo o próprio poder: era o
mercantilismo, que estava baseado no metalismo (acúmulo de metais, sem geração de empregos); na balança
comercial favorável; a intervenção do Estado na economia (incentivo a produção, monopólios e protecionismo). O
mercantilismo foi incrementado pelo Exclusivo Metropolitano.
Despótico: É o regime político em que o governante (ou grupo governante) não responde a lei ,e/ou não tem
legitimidade conferida pela escolha popular
18. 10 - Espanha e América e colonização espanhola.
Estima-se que viviam nas Américas na época do descobrimento cerca de 54 milhões de pessoas, de diferentes
povos com modo de viver e de pensar diversos. Os principais povos da América espanhola eram os astecas (México),
os incas (Peru) e os maias (Guatemala, Honduras e ao sul do México), porém os maias eram uma raça extinta na
época do descobrimento.
Os astecas: reza uma lenda que os astecas saíram do norte do México e caminharam até o sul onde após um
sinal dos deuses, ergueram a cidade de Tenochtitlán. Já para os historiadores eles foram em busca de terras férteis
por volta do ano de 1325. A partir dessa cidade iniciou-se o Império Asteca, já que eles submeteram todos os outros
povos da região. A riqueza vinha principalmente dos impostos cobrados dos povos vencidos. Quando os espanhóis
chegaram, a cidade tinha cerca de 200 mil habitantes, era cortada por canais e aquedutos. Havia ruas retas e amplas,
templos e um mercado central. Até 1521, quando foi invadida, os astecas mantiveram seu império.
A sociedade asteca: topo - o imperador; abaixo dele vinham os nobres (sacerdotes, altos funcionários públicos e
militares); os comerciantes vinham abaixo e logo depois os artesãos. Depois os agricultores e soldados e por fim os
escravizados.
Os maias: excelentes construtores construíram cidades belíssimas. Não formaram um Império, mas grandes
cidades que eram pequenos Estados independentes, com governo, leis e costumes próprios.
Sociedade maia: hierarquizada no topo o governante máximo de cada cidade, logo depois nobres e sacerdotes,
abaixo deles vinham os artesãos e os trabalhadores livres. Os impostos eram pagos com parte da produção. A
agricultura era a base econômica da sociedade maia (feijão, abóbora, algodão, cacau, abacate e milho) sendo o
milho a base de sua alimentação. Os maias tinham grandes conhecimentos astronômicos e conseguiam prever com
precisão os eclipses do Sol, as fases de Vênus, além de elaborar calendários com quase a mesma precisão dos
calendários atuais (ano).
Os incas: lenda inca diz que eles tinham origem divina e eram
chamados de filhos do Sol. Por volta de 1400, viviam da
agricultura e do pastoreio nas terras altas (temperadas e frias). Mais
tarde conquistaram a cidade de Cuzco e aumentaram seu domínio,
construindo o maior Império indígena da América. Sua rede de
estradas era tão avançada que em apenas duas semanas uma ordem
era transmitida por toda extensão do Império. Principais cidades
incas: Cuzco e Machu Picchu.
Sociedade e economia: no topo da pirâmide social estava o Inca
(Imperador – seu cargo era hereditário), abaixo dele estavam os
nobres (sacerdotes e militares) e depois os artesãos, os responsáveis
pelas curas, os soldados e os funcionários públicos. Sua agricultura era desenvolvida e usavam sistemas de irrigação
por canais e plantavam nas encostas das montanhas (terraços) batata, milho, feijão e também pastoreavam.
Eles tinham obrigação com o Estado, pois prestavam serviços gratuitos obrigatórios, como reformar e construir
estradas. Esse trabalho tinha o nome de mita e foi posteriormente aproveitado pelos espanhóis. Estocavam as
sobras de produção para os rigorosos invernos.
Quando os espanhóis desembarcaram, perceberam os indígenas com
enfeites de ouro e então com armas de fogo obrigaram os indígenas a
extraírem todo o ouro ali existente. Depois partiram para a conquista do
território.
Cortez chega ao México e faz alianças com os inimigos das astecas e em 1519
invade a capital asteca. Depois de intensos combates em que chegaram a ser
rechaçados, os espanhóis põem fim ao Império asteca em 1521. Em apenas
trinta anos (1492-1521) os espanhóis acabaram com o Império asteca.
Líder dos astecas: Montezuma. Conquistador espanhol: Hernán Cortez.
A notícia do ouro despertou a cobiça dos espanhóis, e Francisco Pizarro
veio para a América com apenas 180 homens e alguns cavalos e entrou na cidade inca em 1532. Aprisionando o Inca,
partiram para a conquista de Cuzco. Os espanhóis fundaram a Ciudad de los Reyes (1535) atual Lima (Peru) e fizeram
dela a capital do domínio espanhol. Líder dos incas: Atahualpa. Conquistador espanhol: Francisco Pizarro.
19. Motivos da rápida dominação espanhola: A superioridade bélica; doenças trazidas pelos espanhóis (gripe,
varíola, sarampo); insatisfação dos povos dominados pelos astecas e incas (havia inimigos internos) ; conhecimento
espanhol sobre os adversários.
Administração espanhola: baseada no mercantilismo
(acúmulo de riquezas sem geração de empregos); o monopólio do
comércio com suas colônias e a criação de quatro Vice-Reinos
(Nova Espanha, Nova Granada, Peru e Rio da Prata) e de quatro
capitanias gerais (Guatemala, Cuba, Venezuela e Chile), que
serviam para a proteção e defesa dos Vice-Reinos. Esses Vice-
Reinos e capitanias gerais serviam para aumentar o controle
espanhol sobre a América.
Sociedade hispano-americana: Chapetones (espanhóis vindos
da Espanha e radicados na América); Criollos (descendentes de
espanhóis nascidos na América); mestiços, negros e índios
Chapetones: ocupavam cargos políticos, militares e religiosos
e tinham grandes privilégios; Criollos: ricos fazendeiros, grandes
comerciantes e donos das minas, não podiam ocupar altos cargos.
Economia colonial espanhola: mineração de prata,
principalmente em Potosí (Bolívia – 1545) e Zacatelas (México –
1546), a mineração foi explorada por aproximadamente 250 anos.
Tipos de trabalho forçado na América espanhola: Mita
(trabalho obrigatório nas aldeias espanholas por quatro meses) e
encomienda (direito dado ao colono espanhol de explorar o trabalho indígena em troca de assistência material e
religiosa, nem sempre dada)
A agropecuária desenvolveu-se ainda mais a partir do século XVIII com o declínio da mineração. Plantava-se
cacau, tabaco, batata e milho em plantations e criava-se gado.
Plantation: grandes propriedades, com mão-de-obra escrava e monocultura.
Produtos exportados para a Europa: prata, ouro, açúcar, tabaco, charque, couro e sebo.
20. 11 - Povos indígenas, colonização portuguesa, economia e sociedade colonial.
Os povos indígenas que viviam no Brasil falavam várias línguas, mas a que mais influenciou a nossa língua
atual foi o tupi e dela se originam várias palavras usadas hoje em dia: arara, paca, samambaia, maracujá, peteca,
jabuti, jacaré, sabiá, macaxeira, entre outras.
Os povos têm diferenças culturais, mas também compartilham semelhanças, tais como: a terra é de quem
trabalha nela, a divisão do trabalho é feita por sexo e idade e todos tem acesso ao conhecimento necessário a
sobrevivência física e cultural.
Assim como na América espanhola, as armas de fogo e as doenças ajudaram a matar muitos nativos em pouco
tempo. Ainda hoje existem no Brasil cerca de 940 mil indígenas agrupados em 227 povos, que lutam pelo
reconhecimento de seus direitos à terra, à saúde e à educação. As terras indígenas demarcadas, ainda hoje, sofrem
invasões de pessoas interessadas nas riquezas de seus territórios, tais com ouro, madeiras e outros metais.
Colonização portuguesa: Diferentemente dos espanhóis, os portugueses não
encontraram metais preciosos e continuaram com o comércio de especiarias com o
Oriente. Em 1503, os portugueses descobrem o pau-brasil (madeira com alto valor
comercial na Europa, pois seve para confecção de móveis e para o tingimento de
roupas. Os franceses começam a frequentar o litoral brasileiro e com alianças com os
indígenas passam a levar grandes carregamentos de madeira para a Europa.
A crise do comércio oriental e a presença
francesa no litoral do Brasil levam o rei de
Portugal, D. João III a enviar uma expedição
colonizadora em 1530. Essa expedição foi
comandada por Martim Afonso de Souza, que
combate os franceses no litoral e funda São
Vicente, a primeira vila do Brasil (1532). Para
dar continuidade a colonização, o rei de Portugal introduz no Brasil o sistema
de Capitanias Hereditárias, que consiste em dividir o território em 15 grandes
faixas de terra e entregar sua administração a 12 homens, os capitães
donatários.
Esses capitães donatários tinham direitos e deveres com a Coroa
portuguesa. Deveres: defesa do território; expansão da fé cristã e desenvolver
o cultivo de cana. Direitos: 5% da negociação do pau-brasil; escravizar e
vender indígenas; cobrar impostos de portos e vilas; fundar vilas e doar
sesmarias (grandes fazendas no interior)
Capitanias que deram resultado: Pernambuco (solo e clima favoráveis a
introdução da cana-de-açúcar), São Vicente e posteriormente Bahia. A partir de 1549, com o fracasso das capitanias,
Portugal cria o Governo Geral para garantir o controle da terra. Tomé de Sousa foi o primeiro governador e trouxe
com ele o padre jesuíta Manoel da Nóbrega fundando a cidade de Salvador, primeira capital do Brasil. Duarte
Coelho, o segundo governador trouxe o padre José de Anchieta, que fundou o Colégio de São Paulo (1554) em
Piratininga, que deu origem a vila e depois a cidade de São Paulo.
Em 1555, os franceses invadem a Baía de Guanabara e fundam a França Antártica. Estácio de Sá, sobrinho do
governador Mem de Sá, funda um forte na Baía de Guanabara, expulsa os franceses e dá origem a Cidade de São
Sebastião do Rio de Janeiro.
Em 1621, a metrópole manda dividir o território em duas áreas administrativas: o Estado do Brasil e os Estado
do Maranhão (dividindo para governar).
Coube ao rei de Portugal decidir o produto, como conseguir o dinheiro e a
forma de mão-de-obra a ser utilizada na colônia. O produto: o açúcar foi escolhido
porque alcançava altos preços na Europa, o solo e o clima eram favoráveis e os
portugueses já tinham experiência com o produto em suas outras colônias. O
dinheiro: este foi conseguido graças aos empréstimos dos banqueiros italianos e
holandeses. A mão-de-obra: primeiramente foi usada a escrava indígena e
posteriormente a escrava negra, de origem africana, principalmente pelo alto lucro
alcançado pelo tráfico de escravos.
Alguns produtos extraídos serviam para o mercado interno, tais como:
milho, mandioca e feijão; e outros, tanto para o mercado interno como para o externo: fumo, couro, algodão, e
carne.
21. Pacto Colonial ou Exclusivo Metropolitano: forma de comércio em que as colônias só podiam comerciar
apenas com a metrópole.
Características da sociedade colonial: hierarquia rígida (no topo os senhores das terras e do gado e na base
os escravizados) e a escravidão.
Grupo dominante: os senhores de engenho (donos das terras, das máquinas e dos homens do local, inclusive
seus familiares, sendo por isso chamada sociedade patriarcal). Além dos senhores de engenho e dos escravizados, a
sociedade colonial também era composta pelos comerciantes e alguns trabalhadores assalariados.
Invasão holandesa (1630): conquista de Pernambuco (Olinda e Recife), na época o
maior produtor de açúcar do mundo. Resistência no interior: Arraial de Bom Jesus, local onde
os luso-brasileiros ofereceram resistência aos holandeses, porém, destruindo as plantações por
onde passavam. Administrador: Maurício de Nassau (1637) que adotou a política baseada em
três pontos: empréstimos aos senhores de engenho para recuperarem as lavouras que tinham
sido destruídas; tolerância religiosa, para impedir atritos entre os senhores de engenho
(católicos) e os holandeses (protestantes); e melhoramentos em Recife tais como: ruas, canais,
pontes e jardins.
Maurício de Nassau
União Ibérica (1580–1640) período em que a Espanha detinha o controle sobre a Coroa portuguesa e tinha
como adversário a Holanda, que conseguira se libertar do domínio espanhol) e com seu fim, Portugal faz acordo de
paz com os holandeses por dez anos.
Pressão holandesa:os holandeses exigem que Maurício de Nassau cobre os empréstimos feitos aos senhores
de engenho, mas ele não concorda e se demite (1644), e os novos administradores cobram as dívidas causando
insatisfação.
Insurreição Pernambucana (1645) luta das tropas luso-brasileiras contra a dominação holandesa. O governo
português, animado com as vitórias, conta com o apoio da Inglaterra (disputava com a Holanda o domínio dos
mares) para atacar os holandeses por terra e mar.
Os holandeses são expulsos do Brasil em 1654, porém levam para as Antilhas as técnicas do cultivo da cana-de-
açúcar e em pouco tempo o açúcar antilhano passa a disputar a liderança do mercado europeu com o açúcar
brasileiro.
22. 12 - Escravidão, avanço da colonização e sociedade mineradora.
Escravidão: negócio altamente lucrativo que durou mais de trezentos anos no Brasil. O tráfico era feito em
miseráveis navios negreiros e envolviam europeus ,africanos e brasileiros
Esquema do tráfico: 1º passo - os traficantes forneciam tabaco, aguardente, pólvora e, sobretudo armas de
fogo aos chefes africanos; em troca, exigiam prisioneiros de guerra; 2º passo – de posse de armas, os chefes
africanos faziam guerras e obtinham prisioneiros; 3º passo – os prisioneiros eram negociados com os traficantes, que
os vendiam na América como escravos. Assim, iniciou-se um círculo vicioso em que se faziam guerras para obter
prisioneiros, que eram trocados por armas de fogo e pólvora, usadas para fazer novas guerras.
Além das viagens serem longas (30 a 45 dias) em péssimas
condições, quase não tinha comida ou água. Ao chegar ao Brasil
eram avaliados, vendidos e recebiam um nome português.
Trabalhavam de 12 a 15 horas por dia e muitas vezes recebiam
castigos ou punições, como a palmatória, a gargalheira, a corrente
com algemas e a máscara de flandres
A resistência dos escravizados levou ao surgimento da
capoeira, dança e luta ao mesmo tempo, que se incorporou a
cultura brasileira. Outra forma de resistência foram os quilombos
que serviam de esconderijo dos negros fugitivos, sendo o principal
deles o Quilombo dos Palmares e seu principal líder Zumbi.
Palmares foi destruído em 1694 e Zumbi morto em 20 de novembro de 1695. O Dia da Consciência Negra é
comemorado nessa data.
Avanço da colonização: até o final do século XVI, a população luso-brasileira vivia no litoral, pois a locomoção
para o interior era difícil e também por causa da presença dos indígenas. A partir do século XVI o avanço em direção
ao interior e ao longo do litoral ocorreu devido principalmente às ações dos soldados, ao bandeirantismo e a
presença dos jesuítas. Os soldados foram importantes para combater a pirataria no litoral e pela construção de
vários fortes que deram origem a várias capitais brasileiras.
Os jesuítas, com o intuito de cristianizar as populações indígenas,
ergueram pelo interior as Missões, aldeamentos indígenas organizados por eles
para a catequese.
As expedições oficiais organizadas pelos portugueses com o objetivo de
procurar metais e pedras preciosas e para fazer a defesa do território eram
chamadas entradas e partiam do litoral em direção ao interior, no entanto não
tiveram tanto sucesso. Já as bandeiras, organizadas pelos paulistas e com cunho
particular, partiam de São Paulo em direção ao interior com o objetivo principal
de apresamento indígena, para o trabalho nas lavouras, já que o local era pobre
e as pessoas não tinham condições de comprar escravos. Mas também serviam
para a busca por ouro e pedras preciosas. Para conseguir mais indígenas, os
São Miguel das Missões
bandeirantes muitas vezes invadiam as Missões e capturavam os indígenas mais acostumados ao trabalho agrícola.
Existiram três tipos de bandeirantismo: apresador (caça
aos indígenas); prospector (busca por metais e pedras preciosas) e
de contrato (combate as populações indígenas mais violentas e
recaptura de negros fugitivos).
O desbravamento dos bandeirantes ajudou a delimitar as
fronteiras do Brasil para além da Linha do Tratado de Tordesilhas,
que foram legalizadas através de acordos internacionais. No final
do século XVII (1693), os bandeirantes descobriram ouro nas
Minas Gerais.
A partir da notícia da descoberta de ouro na região varias
pessoas de diversos lugares se sentiram atraídos pelo desejo do enriquecimento fácil e partiram para o local.
Porém no local não havia nada que se pudesse comer, onde morar ou o que vestir.
Um dos principais conflitos na região foi a luta entre os paulistas descobridores do ouro (bandeirantes) e os
portugueses que queriam explorá-lo (emboabas). Esse conflito ficou conhecido como Guerra dos Emboabas (1707-
1709) que terminou com a vitória dos emboabas. Os paulistas expulsos acabaram descobrindo esmeraldas.
23. Iniciada a mineração, o governo português criou a Intendência das Minas, para fiscalizar, cobrar impostos e
julgar os crimes ocorridos. Dessa forma, as minas descobertas teriam que ser comunicadas e logo divididas em
datas.
O descobridor escolhia duas datas, o rei era dono da outra e as
demais eram vendidas a quem possuísse mais escravos.
Os principais impostos cobrados no período eram: o Quinto, que
correspondia a 20 % de todo o ouro arrecadado; a Capitação que
cobrava 17 gramas de ouro por escravo e a Derrama que era a
cobrança dos impostos atrasados.
Esses impostos levavam as pessoas a fazerem o contrabando, o
que levou a Coroa portuguesa a criar as Casas de Fundição, onde o
ouro era transformado em barras, selado e quintado.
Revolta de Vila Rica (1720)- insatisfeitos com os preços dos
alimentos e também com a criação das Casas de Fundição, os
revoltosos, liderados por Filipe dos Santos exigiam a redução dos preços e a anulação do decreto que criava as
Casas de Fundição. Filipe dos Santos foi morto e esquartejado e a revolta duramente reprimida.
Mudanças ocorridas com a mineração: ocupação e povoamento de vastas áreas do interior; florescimento da
vida urbana e surgimento de várias vilas e cidades; mudança da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro,
único porto onde o governo português permitia que se embarcasse o ouro; surgimento do Barroco brasileiro;
consolidação do mercado interno já que população mineira comprava com ouro em pó tudo aquilo que necessitava
de várias partes do país.
Pirâmide da sociedade mineradora.
poucos
proprietários de
lavras e grandes
comerciantes
(brancos)
pequenos lavradores,
artesãos, profissionais
liberais e artistas
(pardos)
escravos (negros) e homens livres
pobres
24. COMPLEMENTO
Principais artistas renascentistas:
Pintura e escultura: Botticelli (1445-1510), Donatello (1386-1466), Michelangelo (1475-1564), Rafael (1483-1520) e
Leonardo da Vinci (1452-1519) seguramente o maior de todos os artistas renascentistas, foi escultor, pintor,
arquiteto, engenheiro, inventor, cientista e cartógrafo. Dentre suas obras destacam-se a Mona Lisa e o Homem
Vitruviano
Outros artistas renascentistas: escritores – Dante Alighieri, Petrarca, Maquiavel (italianos) –Thomas Morus e
Shakespeare (ingleses) Luís de Camões (português) e Miguel de Cervantes (espanhol). Cientistas – Vessalius, pai da
anatomia moderna e Galileu Galilei (1564-1642) criador da física moderna e um dos mais brilhantes cientistas que o
mundo já conheceu. Ajudou a comprovar a Teoria do Heliocentrismo, em que a Terra gira em torno do Sol,
formulada anteriormente por Nicolau Copérnico (1473-1543)
Erasmo de Roterdã (Elogio da Loucura) foi um grande humanista.