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ÍNDICE
Capítulo 1
RELIGIÃO
1.1 – A respeito da religião
Como encarar a Religião.......................................................................11
Religião e mandamentos.......................................................................13
A lógica em religião..............................................................................14
1.2 – Missão da religião
Exclusão do temor.....................................................................................15
Paz e segurança.....................................................................................16
Religião progressista............................................................................18
1.3 – A religião e o universalismo
A verdadeira religião............................................................................20
Religião à luz da verdade (Religião “Daijo”)........................................20
A verdadeira religião “Daijo”..................................................................21
A religião precisa ser universal............................................................23
1.4 – Tipos de religião
Práticas ascéticas...................................................................................24
Religião antiga e religião moderna.......................................................25
O que é uma religião nova.....................................................................27
Religiões novas e religiões tradicionais...............................................30
Religião e seitas.....................................................................................31
Religião celestial e religião infernal..........................................................32
1.5 – Fé
Fé e religião...........................................................................................35
Insensibilidade em relação à fé................................................................36
Fé “Shojo”..............................................................................................37
1.6 –Religião e milagre
Benefícios materiais...............................................................................41
Milagre e religião..................................................................................44
Religião é milagre..................................................................................46
Religião é milagre..................................................................................47
Análise do milagre..................................................................................50
Capítulo 2
O MUNDO ESPIRITUAL
2.1 – Prefácio
Prefácio do livro “O Mundo Espiritual”..............................................55
2.2 – A natureza e o Mundo Espiritual
O poder da Natureza.................................................................................57
Os elementos fogo, água e solo...............................................................60
2.3 – Mundo Espiritual
O mundo desconhecido........................................................................63
A existência do Mundo Espiritual............................................................64
A situação do mundo contemporâneo
e o Mundo Espiritual..................................................................65
2.4 – Constituição do Mundo Espiritual
Mundo Espiritual e Mundo Material.....................................................68
Constituição do Mundo Espiritual........................................................71
2.5 – Atuação do Mal
Atuação dos demônios...........................................................................84
Derrota do demônio...............................................................................87
Religião e obstáculo...............................................................................88
2.6 – Manifestação espiritual
Incorporação..........................................................................................92
Incorporação e encosto de espírito encarnado....................................93
2.7 – Doença e espírito
As diversas expressões faciais após a morte.........................................97
Doença e espírito...................................................................................101
Os japoneses e as doenças psíquicas...................................................102
2.8 – Elo espiritual
Elo espiritual.......................................................................................107
A respeito dos sonhos..........................................................................114
2.9 – Origem das calamidades
As três grandes calamidades
e as três pequenas calamidades.................................................116
A tempestade é uma calamidade humana.........................................120
Considerações espirituais sobre os incêndios.......................................123
Incêndio e Johrei.................................................................................125
A RESPEITO DA RELIGIÃO
COMO ENCARAR A RELIGIÃO
Tenho observado que, quando as pessoas analisam a Religião, não compreendem o ponto
mais importante: sua posição.
A Religião está acima de qualquer outro valor. A Filosofia, a Moral e a Ciência ocupam
uma posição inferior. Entretanto, por ignorância dessa verdade, usam-se expressões como
“Religião Filosófica” e outras parecidas, baseadas na interpretação filosófica da Religião, o
que é absolutamente errado. Explicar a Religião sob o ponto de vista da Filosofia, é tentar
explicar algo que não possui forma através de algo que a possui. A Religião foi criada por
Deus, e a Filosofia, pelos homens. A Moral também difere da Religião. Tal como a Filosofia,
ela foi criada pelo homem, mas há uma diferença entre ambas: a Filosofia é de caráter
ocidental e científico, ao passo que a Moral é de caráter oriental e psicológico. Comparada
com a Filosofia e a Moral, a Ciência é muito mais materialista, sendo patente a distância que
há entre ela e a Religião. Por todas essas razões, podemos perceber como está errado o
conceito que os intelectuais da atualidade têm sobre esta última.
Todavia, se analisarmos mais profundamente, veremos que a Filosofia é o conjunto das
teorias criadas pelo homem até hoje, e por isso, quando a comparamos com a Religião, a
importância desta revela-se por si mesma. Se tentamos descobrir, através da Filosofia, o
ponto mais profundo de uma questão, encontramos barreira e nada conseguimos. Uma prova
disso é que, quanto mais pesquisamos através dela, mais confusos ficamos. Uma dúvida puxa
outra, e na maioria das vezes não recebemos resposta para as nossas perguntas. A
conseqüência é nos cansarmos facilmente da vida, havendo pessoas que chegam ao extremo
de pensar que a única solução para tal angústia é o suicídio. Esse é um fato que ninguém
desconhece.
Quanto à Moral, não se pode negar que tem contribuído muito para o bem da sociedade.
Entretanto, embora ela tenha surgido com o objetivo de melhorar a conduta do homem por
meio de códigos, não conseguiu dominar-lhe totalmente o espírito, pois também nasceu do
cérebro dos intelectuais. No antigo Japão, talvez fosse possível aceitá-la, mas hoje em dia,
tendo a Moral caráter oriental e estando tudo dominado pela cultura ocidental, ela já não
consegue convencer as pessoas e, obviamente, tende a desaparecer.
A respeito da ciência materialista, que nós sempre criticamos, não há necessidade de
maiores comentários. Atualmente, falar em cultura é o mesmo que falar em Ciência;
interpreta-se progresso cultural como progresso científico. É duvidoso, porém, que o homem
tenha se tornado mais feliz com o progresso da Ciência. Ao contrário, somos levados a
pensar que a infelicidade cresceu proporcionalmente a ele. Ante a terrível ameaça de guerra
nuclear que paira sobre a humanidade, não é preciso dizer mais nada.
Evidentemente, o desejo dos homens, excetuando-se uma parte, é alcançar a felicidade.
A expansão e o progresso da Ciência também têm esse objetivo. Mas é muito triste constatar
que na realidade acontece justamente o oposto. Urge, portanto, averiguar a causa disso.
Se a Filosofia, a Moral e a Ciência, como acabei de expor, não têm força suficiente para
resolver o problema, o que é que poderá resolvê-lo a não ser a Religião? Certamente, os
intelectuais têm consciência do fato, mas na verdade, enquanto o consenso geral tomar como
padrão as religiões tradicionais, acho que o problema continuará sem solução. Dessa forma,
não é possível prever quando se concretizará a felicidade do ser humano. Vemos, pois, que
são muito sombrias as condições da sociedade atual.
Todavia, neste mundo resignado, apareceu a nossa Ultra-Religião, com enorme poder
salvador. Talvez seja difícil aceitá-la, pois ninguém poderia imaginar uma religião
semelhante, mas o fato é que não se pode negar aquilo que é evidente. Uma vez conhecendo
a sua verdadeira essência, como os cegos que experimentam a alegria de ver a luz, todos
despertarão. A prova do que dizemos está nos relatos cheios de alegria que enchem as nossas
publicações. Por isso, aqueles que desejam a verdadeira felicidade, façam uma experiência,
entrem em contacto com a nossa Igreja! Por mais saborosa que seja uma comida, é
impossível avaliarmos seu sabor apenas ouvindo explicações sobre ela ou olhando-a; antes de
mais nada, é preciso prová-la. Tenho a certeza de que todos ficarão satisfeitos com o sabor
jamais experimentado até então.
29 de abril de 1950
RELIGIÃO E MANDAMENTOS
Assim como a Política, as religiões também podem ter características liberais ou
despóticas. A maioria das religiões tradicionais é do segundo tipo. Os inúmeros
mandamentos que possuem, preconizando o que deve ser feito, comprovam-no. Elas são de
caráter “Shojo”, ao contrário da Igreja Messiânica Mundial, que é de caráter “Daijo”, liberal,
e que quase não tem mandamentos.
Os mandamentos religiosos assemelham-se às leis da sociedade. É falso que os homens
só conseguem conter o mal pela força da Lei. Se um homem for realmente íntegro, esteja ele
onde estiver, mesmo num local onde não haja leis moderadoras, jamais praticará o mal,
porque é um homem verdadeiro. Os mandamentos constituem as leis das religiões. Caso só se
consiga um comportamento bom e correto por meio deles, é porque a Fé professada não é
verdadeira. Apesar dessa observação, sabemos que no tempo dos homens primitivos e
selvagens, sendo bem precária a inteligência humana, não havia condições de se compreender
realmente a Religião. Por isso foi necessário prevenir o mal através dos mandamentos.
Está claro, pois, que a religião de uma época altamente civilizada, na qual os homens
conseguirão evoluir a ponto de compreenderem profundamente a Vontade Divina,
prescindirá dos castigos estabelecidos pelos mandamentos. Ela será de fato uma religião
capaz de construir o Paraíso Terrestre, mundo de autêntica e eterna paz.
17 de dezembro de 1949
A LÓGICA EM RELIGIÃO
O critério para distinguirmos se uma religião é ou não é boa e correta, o método mais
simples e que apresenta menos margem de erros, consiste em averiguar se ela é de natureza
lógica ou ilógica. Nesse ponto, as religiões mediúnicas são perigosas; entretanto, não estou
dizendo que todas elas devam ser evitadas. Na verdade, entre os fundadores de religiões que
hoje são consideradas grandes, muitos eram médiuns. Mesmo se tratando de religiões
mediúnicas, cada uma é boa ou má de acordo com a sua própria natureza. Sendo assim, para
distinguir as religiões, o melhor é começar a analisá-las pelo senso comum.
23 de julho de 1949
MISSÃO DA RELIGIÃO
EXCLUSÃO DO TEMOR
Conforme venho repetindo, o objetivo de nossa Igreja é a salvação da humanidade. Em
poucas palavras, significa eliminar toda espécie de temor da sociedade humana.
Evidentemente, os maiores temores do homem vêm a ser o da doença, o da pobreza e o
dos conflitos. Dentre os três, o pior, indiscutivelmente, é o temor da doença; nada tão
ameaçador para o ser humano. Certamente, durante sua vida, ninguém consegue livrar-se
dessa ameaça. Com o progresso da civilização, ao invés de diminuir, ela tende até a
aumentar. O segundo temor é a pobreza, geralmente motivada pela própria doença.
Atualmente, julga-se que quase todas as doenças são causadas por vírus. A doença nunca
foi tão temida como nos dias atuais, motivo pelo qual estão se tomando as medidas
consideradas adequadas, tais como atestados de saúde, vacinação e radiografias, entre outras.
Todas as organizações criadas para evitar as doenças, ou seja, centros de saúde, hospitais
públicos e particulares, etc., dispõem de muitos recursos, e é realmente grande o sacrifício do
povo para sustentar as incalculáveis despesas e o trabalho dispendido.
A vultosa quantia empregada no tratamento de uma doença e o prejuízo sofrido com a
impossibilidade de trabalhar, principalmente quando o enfermo é o chefe da casa, acarretam
as maiores dificuldades econômicas para os seus familiares. Isso constitui uma das principais
causas do surpreendente aumento de crimes que vêm sendo cometidos após a guerra.
Naturalmente esse fato não deixa de ser conseqüência da guerra, cujos danos são passageiros;
a doença, no entanto, assume maior gravidade, por ser permanente.
A agitação por que a humanidade passa, atualmente, revela a intensidade do seu temor à
guerra. Isto porque as relações entre os países tendem a se agravar. Até hoje, o homem viveu
num mundo de sofrimentos ininterruptos. Entretanto, como a existência de Deus é uma
realidade, Seu incomensurável amor não permitirá que a humanidade permaneça por longo
tempo nessa condição. Indubitavelmente, esta época de agonia terá um fim, para dar lugar ao
magnífico Paraíso Terrestre. Estamos absolutamente convictos disso e, imbuídos de tal
convicção, prosseguimos com fé inabalável. Que outro sentido poderia ter a profecia de Jesus
sobre o advento do Reino dos Céus a não ser a predição desse acontecimento? Por essa razão,
estou convencido de que a verdadeira missão da Religião é eliminar os três grandes temores
aqui citados.
7 de janeiro de 1950
PAZ E SEGURANÇA
As pessoas acham que as expressões “paz” e “segurança” limitam-se apenas ao espírito,
mas esse modo de pensar constitui um grande erro, uma vez que, para obtermos a verdadeira
paz e segurança, não podemos excluir a matéria. Pensem bem: se houver uma que seja das
três grandes desgraças – doença, pobreza e conflito – onde estará a paz? Quando as pessoas
estiverem certas de que, durante toda a sua vida, não terão preocupações com doenças, não
ficarão pobres, nem haverá possibilidade de se envolverem em conflitos, aí sim, elas terão a
verdadeira paz e segurança. Entretanto, no mundo contemporâneo, possuir essas três
condições ao mesmo tempo não passa de utopia. Diríamos que provavelmente não existe uma
pessoa sequer, no mundo inteiro, que possa afirmar possuí-las.
Observando este mundo, logo percebemos que nada ocorre conforme desejamos; as
coisas más acontecem incessantemente, e as boas, só de vez em quando. O mundo em que
vivemos é a própria imagem do inferno.
No que se refere à saúde, por exemplo, não sabemos quando vamos ficar doentes. Um
simples resfriado pode acabar logo, como também perdurar e gerar uma doença terrível.
Portanto, não podemos estar despreocupados, pensando que um resfriado não é nada. Como
diz a Medicina, os vírus estão em toda parte, e por isso é impossível saber quando vamos
contrair uma doença contagiosa ou a que hora um bacilo vai nos atacar. Conseqüentemente,
as autoridades são muito exigentes em matéria de higiene, aconselhando-nos a conservar a
limpeza, não comer nem beber em demasia, fazer gargarejo ao voltar da rua, lavar as mãos
antes das refeições, tomar cuidado com os alimentos e outras medidas semelhantes. São
tantas as advertências, que até ficamos saturados. Levar tudo isso em consideração é o
mesmo que viver sob a constante ameaça de todos os tipos de perigos.
Quanto à pobreza e aos conflitos, na maior parte dos casos provêm de problemas
financeiros, que se originam do desequilíbrio entre o espírito e a matéria. Assim, é óbvio que,
se não conservarmos o espírito e o corpo sadios, jamais conseguiremos a tranqüilidade
absoluta. Talvez as pessoas achem impossível consegui-la; contudo, se pudermos realmente
obtê-la, não será uma maravilhosa Graça do Céu? Eu afirmo, sem qualquer sombra de
dúvida, que é possível alcançar essa Graça.
10 de dezembro de 1952
RELIGIÃO PROGRESSISTA
Observando atentamente a sociedade atual, constato que tudo progride rapidamente; não
há nada que não esteja acompanhando esse progresso. Entretanto, por incrível que pareça, a
Religião, entidade que tem a mais profunda relação com a humanidade, continua da mesma
forma, não apresentando nenhum progresso. Pelo contrário. Como prova, as religiões
tradicionais nos ensinam a voltar ao início, ao ponto de partida dos seus fundadores. Ora, se
devemos voltar à origem, é porque saímos do caminho certo; caso o fato se repita várias
vezes, não progrediremos nada, ficando em total desacordo com a cultura. Tais religiões nos
mostram isso claramente na medida em que perdem o poder de atrair pessoas e teimam em
permanecer na situação em que se encontram.
De fato, todas as religiões que existem, sofreram perseguições e pressões na época de sua
fundação. Podemos mesmo dizer que esse é o destino de toda religião nova. Apesar disso,
com fôlego renovado, expandiram-se vigorosamente, passando por épocas maravilhosas. A
verdade, porém, é que, com o tempo, a maioria das religiões tende a estacionar. Vamos
analisar por que isso acontece.
Sem dúvida alguma, as religiões entram em decadência por não acompanharem a marcha
do tempo. Quando cumprem rigorosamente os ensinamentos do seu fundador, considerando-
os como as mais sublimes e importantes determinações, mas não dão atenção a outros fatores,
tornam-se anacrônicas. Como a brecha vai ficando cada vez maior, passam a ser acusadas de
incapazes, conforme está ocorrendo atualmente.
Se todas as coisas estão sujeitas à Lei de Causa e Efeito, faz-se absolutamente
imprescindível que as religiões tradicionais reflitam muito sobre o assunto, pois não há
motivos para elas continuarem eternamente transcendentais. Um dos princípios básicos de
nossa religião é que tudo deve progredir e acompanhar o tempo. Essa é a razão pela qual não
damos atenção às formalidades das religiões tradicionais, dispensando o tempo e os gastos
que elas requerem. Na realidade, as formalidades não trazem benefício algum. Assim, não há
motivo para as divindades ficarem contentes com elas.
Em face do que dissemos, a missão da verdadeira religião é dar orientações no sentido de
melhorar, cada vez mais, a vida do homem atual. Resumindo, só uma religião progressista
poderá realmente salvar a humanidade.
5 de novembro de 1950
A RELIGIÃO E O UNIVERSALISMO
A VERDADEIRA RELIGIÃO
A verdadeira religião deve fundamentar-se no universalismo. Não será verdadeira se for
limitada a um país, povo ou classe, porque tal limitação provoca disputa de poderes, o que
contraria a própria essência das religiões, cuja missão é eliminar conflitos e promover a paz.
Qualquer hostilidade significa afastar-se do objetivo da Religião. Por isso, é estranho que a
História registre tantas lutas religiosas.
Chamamos “Shojo” a religião limitada, e “Daijo”, a de objetivos universais. Logo se vê
que só esta última pode ser considerada verdadeira.
5 de novembro de 1949
RELIGIÃO À LUZ DA VERDADE
(RELIGIÃO “DAIJO”)
Embora se saiba que existe a classificação “Daijo” e “Shojo” referente às religiões –
classificação usada principalmente no budismo – até nossos dias ainda não foi divulgada uma
explicação radical sobre o assunto. Procurarei expor o meu ponto de vista.
Resumindo, “Daijo” significa Natureza e refere-se às atividades de criação e
desenvolvimento de todas as coisas existentes no Universo. Portanto, “Daijo” abrange tudo,
nada lhe escapa. De acordo com este sentido, falarei não sobre o “Daijo” búdico, mas sobre o
“Daijo” universal. Isto é, não somente Religião, Filosofia, Ciência, Política, Educação,
Economia e Arte, mas também a guerra e a paz, o bem e o mal.
Podemos observar uma ordem natural nas atividades de todo o Universo. Considera-se
realmente homem o indivíduo que reconhece a obediência à ordem como fator natural do
progresso. Por essa razão, o desvio da ordem acarreta, infalivelmente, obstáculos,
estacionamento ou destruição. A obediência ou a desobediência à ordem constrói ou destrói,
e a realidade mostra que no mundo sempre tem ocorrido construção e destruição. As religiões
podem servir como exemplo. Embora os homens as condenem, tachando-as de supersticiosas
ou heréticas, elas progredirão se forem necessárias à humanidade; caso contrário, submeter-
se-ão à seleção natural. Devemos confiar até certo ponto na ação da Natureza. Se as religiões
tiverem realmente vida e valor, a perseguição humana contribuirá para o seu progresso.
Temos um exemplo vivo no cristianismo. Quem objetará contra a sua predominância
atualmente, apesar da crucificação do seu fundador?
O homem moderno possui uma visão demasiadamente estreita e curta, cujo erro, creio
eu, deve ser analisado seriamente.
25 de outubro de 1949
A VERDADEIRA RELIGIÃO “DAIJO”
É do conhecimento de todos que há religiões de caráter universal e outras de caráter
restrito. As opiniões dos religiosos e filósofos a esse respeito são extremamente ambíguas e
quase se acham desviadas da Verdade. Portanto, exponho o assunto, aqui, de maneira mais
clara.
Primeiramente, precisamos conhecer a natureza de todas as religiões existentes no
mundo. Elas diferem entre si, possuindo suas próprias formas e meios doutrinários, baseados
nos princípios dos respectivos fundadores. Basta uma simples reflexão para sentirmos o
absurdo da existência de seitas, com características próprias, dentro de religiões consideradas
universais, como o budismo, o cristianismo e, no Japão, o xintoísmo.
Pensemos no que vem a ser a Religião. Se ela tem por princípio, como sabemos, o amor
fraternal e o espírito de conciliação e paz, todas as religiões devem possuir um único
objetivo. Não seria sensato, portanto, estabelecer unidade nos sistemas doutrinários? A
separação influi na ideologia da humanidade, tornando-se uma das causas da confusão social.
Como a força dos que estão ao lado da Religião, ou seja, do bem, é dispersada, os homens
perdem, também, a resistência contra o poder do mal.
A realidade mostra freqüentemente a vitória do mal. No fim, Deus vencerá, por ser
onipotente, mas imaginemos a luta que terá de ser travada pelo bem. Como o mal é
prepotente e controla quase tudo, fica à espreita, aproveitando a menor oportunidade para
influenciar-nos. Parece que as conhecidas relações entre Cristo e Satanás, e entre Buda e
Daiba (Devadatta), não sofreram nenhuma modificação até a presente data.
Vemos, portanto, que a Religião precisa ter maior poder que o mal; do contrário, não
conseguirá transformar este mundo num mundo feliz, onde triunfe o bem. Somente assim
haverá unidade religiosa, dando lugar a um mundo de felicidade, isento de inquietações.
Será uma obra difícil, mas não impossível. Isso, porque está próximo o advento do
Paraíso Terrestre, que é o objetivo de Deus. A condição básica para a sua concretização é
substituir o espírito restrito pelo universal, ou melhor, desenvolver uma superatividade
cultural que abranja todos os setores: Religião, Ciência, Política, Economia, Arte, etc. É
também necessário que, para desempenhar a função de liderança, apareça um gigante com
poder e sabedoria sobre-humanos.
6 de janeiro de 1954
A RELIGIÃO PRECISA SER UNIVERSAL
Não adianta uma religião ter todas as condições; se não tiver base universal, não será
uma religião verdadeira. Caso ela se restrinja a uma nação ou povo, ocorrerá aquilo que
vemos no mundo atual: surgirão motivos para conflitos. Cada qual se orgulhará da
superioridade da sua religião e rebaixará as outras, acabando por haver atritos. Pode
acontecer, também, que as religiões sejam utilizadas na política governamental. A exploração
exagerada do xintoísmo pelo exército japonês, durante a Segunda Guerra Mundial, e as
Cruzadas da Europa exemplificam o que estamos dizendo.
Os exemplos não são poucos, e a causa está no fato de que as religiões se restringiam a
determinados povos. Mas não havia outro recurso, pois, naquela época em que a civilização
ainda estava engatinhando, não existiam os rápidos meios de transporte que existem
atualmente, e as relações internacionais estavam limitadas a pequenas áreas. Hoje, tudo se
tornou mundial e internacional, e as religiões também deveriam seguir esse caminho. É por
isso que passamos a chamar nossa Igreja de Igreja Messiânica Mundial, e não mais de Igreja
Japonesa, como antes.
11 de fevereiro de 1950
TIPOS DE RELIGIÃO
PRÁTICAS ASCÉTICAS
Desde a antigüidade, a fé e as práticas ascéticas são vistas pelo povo como se tivessem
íntima relação entre si.
As práticas ascéticas tiveram origem no bramanismo, que predominava na metade da
antiga Índia, antes do nascimento de Sakyamuni (Buda). A pintura e a escultura “Arhat”
revelam a crueldade dessas práticas. Por exemplo: os praticantes suspendiam algo só com um
braço, sentavam-se entre a bifurcação de dois galhos, ou chegavam ao cúmulo de praticar o
“Zazen” (meditação profunda, com as pernas cruzadas) sentados numa tábua cheia de pregos.
Houve religiosos que se mantiveram anos seguidos na mesma posição. Eles acreditavam que,
perseverando em tais sofrimentos, conseguiriam atingir a Iluminação, ou melhor, sentir-se-
iam iluminados.
É muito famoso o martírio de Dharma, o qual abraçou a Verdade no momento em que se
sentiu profundamente iluminado pelo luar, que ele estava contemplando numa noite de
prática ascética. Segundo a tradição, Dharma não tem pernas porque elas ficaram atrofiadas,
deixando de funcionar durante os nove anos que ele passou sentado diante de uma parede, em
estado de meditação.
Dizem que ainda há muitos ascetas brâmanes na Índia, os quais chegam a operar
milagres. A meditação do falecido Rabindranath Tagore, nas profundezas de uma floresta, e o
jejum praticado diversas vezes por Mahatma Gandhi devem ser práticas ascéticas brâmanes.
A ascese era amplamente praticada na época em que surgiu Sakyamuni. Não contendo
sua compaixão por aqueles que se entregavam ao martírio da autotortura, ele pregou a
possibilidade de qualquer pessoa tornar-se mais iluminada através da leitura das escrituras
búdicas. Emocionado com a eminente virtude de Sakyamuni, o povo hindu fez dele objeto de
adoração. Assim, pela lógica, os budistas que praticam a ascese estão contrariando as boas-
novas de Sakyamuni.
Não posso concordar com os religiosos japoneses que ainda persistem nas práticas
ascéticas brâmanes. Isto porque os fiéis da nossa Igreja abraçam a Verdade, seguem o
Caminho e conseguem cumprir sua missão sem fazer prática ascética de espécie alguma.
25 de janeiro de 1949
RELIGIÃO ANTIGA E RELIGIÃO MODERNA
Embora simples, os princípios religiosos utilizados por mim na obra salvadora que venho
empreendendo, diferem grandemente dos princípios religiosos existentes até hoje.
Os antigos fundadores ou pregadores de religiões adotavam a frugalidade na
alimentação, vestiam-se sumariamente e levavam uma vida simples. Para se aperfeiçoarem,
faziam penitências, permanecendo isolados em montanhas quase inacessíveis, debaixo de
cascatas (ato considerado purificador), lendo os livros sagrados dia após dia.
Dessa maneira, entre Verdade, Bem e Belo, este último era negligenciado. Poucos
religiosos se interessavam pelas artes. O milagre era vagamente conhecido; entretanto, eles
tinham especial consideração pelos princípios dos livros búdicos, apreciavam as formalidades
e as celebrações religiosas e procuravam salvar a humanidade unicamente com a pregação.
Essa análise limita-se ao budismo. Tomei-o como exemplo porque o xintoísmo e o
cristianismo são religiões modernas. Deixo de fazer referência ao antigo xintoísmo, anterior à
introdução do budismo, porque quase não consta da História nem da tradição.
O trabalho que estou realizando, é bem diferente do que era feito pelos antigos. Em
primeiro lugar porque, objetivando o mundo isento de doença, pobreza e conflito, proclamei,
audaciosamente, a construção do Paraíso Terrestre, o que já é suficiente para evidenciar a
grande diferença entre a Igreja Messiânica Mundial e as demais religiões.
Como primeira meta para atingir o nosso objetivo, estamos libertando o homem do seu
maior inimigo – a doença – e os resultados são cada vez mais evidentes e indiscutíveis. A
condição fundamental para a concretização do Paraíso Terrestre, é ser saudável de corpo e
alma, o que, por sua vez, elimina a pobreza e o conflito. Os fiéis da nossa Igreja estão
trabalhando dia e noite, unidos por esse princípio. Assim, a construção do Paraíso Terrestre,
longe de ser um mero ideal, é uma realidade que está apresentando surpreendentes resultados.
Projetamos o protótipo do Paraíso Terrestre escolhendo locais maravilhosos, em Atami e
Hakone, onde estão sendo edificados magníficos edifícios e jardins. Com a conclusão dessas
obras, pretendo mostrar ao mundo a sublimidade e formosura do Supremo Céu. O Paraíso
Terrestre pode ser considerado, essencialmente, o Mundo da Arte, razão por que a nossa
Igreja confere às manifestações artísticas uma atenção toda especial.
Paralelamente à marcha do Plano Divino, pretendo publicar projetos mais recentes,
elaborados sob a Orientação de Deus, os quais abrangem Política, Economia, Educação, etc.
Através deles, os leitores poderão reconhecer a magnitude dos objetivos da Igreja Messiânica
Mundial.
9 de julho de 1949
O QUE É UMA RELIGIÃO NOVA
Atualmente, em vários setores sociais, fala-se sobre o tema Religião Nova, sendo ele
também abordado, com muita seriedade, em jornais e revistas. Isso é bastante animador.
Observamos, entretanto, que esses órgãos de comunicação consideram nova uma religião
apenas porque ela surgiu recentemente, sem se interessar pelo seu conteúdo. E é muito triste
constatar que até mesmo as pessoas que fazem parte de tais religiões pensem assim.
A propósito, devo dizer que não tem sentido uma religião apresentar-se com o nome de
nova e seu conteúdo não corresponder a essa designação. Se a religião apenas mudar ou
acrescentar, de acordo com o entendimento do seu fundador, algumas interpretações ou
sentidos às palavras que há muito tempo vêm sendo ditas em livros ou ensinamentos muito
conhecidos, revelados pelo fundador de uma religião antiga, não se poderá dizer que ela é
uma religião nova. Aliás, conservando as mesmas formas e construções e chegando ao ponto
de aconselhar a volta aos ensinamentos desse fundador, ela se distancia cada vez mais da
época atual. É impressionante haver quem não ache estranho esse procedimento. Se tivermos
de lidar com pessoas inteligentes, de nível cultural elevado, principalmente entre a camada
jovem, certamente elas não aceitarão uma doutrina cheirando a mofo. Assim, podemos dizer
que, atualmente, a maioria dos seguidores das religiões tradicionais são arrastados apenas
pelas tradições e costumes.
Quanto às religiões novas, seus adeptos ingressam nelas à procura de algo novo; parece,
todavia, que os crentes verdadeiramente firmes são muito poucos. Por conseguinte, para
fazermos com que o homem da atualidade creia sinceramente, é preciso oferecer-lhe uma
teoria baseada na razão e acompanhada de insofismáveis Graças Divinas; caso contrário, de
nada adiantará tentar convencê-lo. Diante de tudo isso, é muito natural ser efêmera a fé
daqueles que seguem uma religião apenas como seguem a moda.
Não quero dizer que o homem contemporâneo seja destituído de sentimentos religiosos,
mas, observando a realidade que nos cerca, constatamos que não existem muitas religiões nas
quais possamos crer. Se houvesse alguma, quase todos, indubitavelmente, a procurariam; não
a encontrando, as pessoas tornam-se descrentes, por não terem outra alternativa. Uma vez que
a Ciência é mais compreensível, pelo fato de ser concreta e satisfazer os desejos humanos,
essas pessoas apóiam-se nela naturalmente. Por isso eu acho que não podemos censurar os
descrentes.
Analisemos a questão:
Como, inúmeras vezes, nem a Ciência, na qual têm tanta confiança, nem a própria
Religião conseguem resolver-lhes os problemas, as criaturas ficam num dilema. Entre os
intelectuais, alguns, não podendo prever os acontecimentos futuros, passam a duvidar; outros,
sentindo-se fartos da vida, perdem o gosto de viver ou vivem apenas para o momento
presente; outros, ainda, em melhores condições financeiras, procuram mais divertimentos.
Além disso, a crença de que não mais aparecerá um líder na história religiosa também
contribui para o desespero das pessoas. Algumas estão quase desistindo, quase desligadas da
realidade, pesquisando doutrinas ultrapassadas. Essa é a realidade da época em que vivemos.
O pensamento do mundo atual está totalmente confuso, não se encontrando uma saída.
Contudo, em meio desta confusão, repentinamente surgiu a Igreja Messiânica Mundial, que,
com muita coragem, pretende alertar todos os setores da cultura tradicional, apontar um por
um de seus erros e mostrar como deve ser a verdadeira civilização. Como essa grande força
de atuação já está sendo manifestada continuamente, podemos afirmar, sem nenhuma
parcialidade, que ela é o assombro do século XX. Tal afirmação fundamenta-se naquilo que
sempre digo: o mundo, até agora, estava na Era da Noite, iluminado unicamente pela fraca
luz da Lua, mas surgiu a luz do Sol, e todas as coisas desnecessárias e prejudiciais que
estavam encobertas começaram a aparecer abertamente. Eis o significado da expressão “Luz
do Oriente”, usada pelos antigos. Atualmente, estamos atravessando a fase da aurora; com o
passar do tempo, o Sol se levantará até o centro do Céu e iluminará o mundo inteiro. Por esse
motivo, as teorias que venho divulgando, desconhecidas por todos até o momento, causam
espanto e até muitos mal-entendidos.
Como o mundo esteve durante longo tempo na Era da Noite, não é de se admirar que os
olhos tenham se acostumado à escuridão e fiquem ofuscados ante a repentina revelação da
Cultura do Dia. Existe, no entanto, um problema: uma vez chegado o Mundo do Dia, Deus
aproveitará da Cultura da Noite apenas as coisas úteis, não havendo outro recurso senão
eliminar as inúteis. Além do mais, sendo a luz do Sol sessenta vezes mais clara do que o luar,
até as doenças não identificadas ou consideradas incuráveis serão facilmente solucionadas.
Os fatos reais evidenciados diariamente através do Johrei de nossa Igreja mostram isso muito
nitidamente. Falando com mais clareza, assim como a Lua perde seu brilho ante o esplendor
do Sol, também a civilização sofrerá uma grande transformação.
Com o que acabo de dizer, creio que poderão entender a grandiosidade dos
empreendimentos da Igreja Messiânica Mundial.
8 de abril de 1953
RELIGIÕES NOVAS
E RELIGIÕES TRADICIONAIS
Quando analiso o comércio da atualidade, observo que existem dois tipos de lojas – as
novas e as tradicionais. As primeiras são dinâmicas, objetivando expandir-se amplamente,
mas ainda não ganharam plena confiança do povo, pois este desconhece a qualidade das suas
mercadorias, não sabendo se os preços são razoáveis. Preocupadas, as pessoas compram
nelas apenas a título de experiência, ou para atender às suas próprias necessidades.
Entretanto, se a loja é tradicional, merece absoluta confiança dos fregueses. Para eles, sendo
artigos dessa loja, por certo são bons. Ao invés de comprar na incerteza, em outros locais,
preferem ir a um lugar de confiança, ainda que seja mais distante. No caso de uma compra de
certo vulto, é certo dirigirem-se às lojas tradicionais, pelo nome que elas possuem,
conseguido através de um longo tempo de vendas. Em face disso, as lojas novas empenham-
se arduamente para atrair pelo menos algumas pessoas acostumadas a comprar nas casas
tradicionais. Trata-se de uma situação que todos conhecem, e por isso dispensa maiores
comentários.
Interessante é que no campo religioso ocorre o mesmo. O aparecimento de uma nova
religião ainda é cercado de dificuldades maiores que o das pequenas lojas comerciais. De
imediato, ela é tachada de supersticiosa e maléfica, ou até mesmo de trapaceira. É realmente
cruel. Existem, sem dúvida, muitas religiões novas às quais se possam atribuir esses
adjetivos, mas, de vez em quando, aparecem religiões verdadeiras. Também não podemos
esquecer que todas as religiões respeitadas atualmente já foram novas; com o passar do
tempo é que elas ganharam tradição. A loja nova, esforçando-se para oferecer preços e
mercadorias equivalentes aos das lojas tradicionais, acaba tornando-se uma delas. Sendo
assim, é errado tachar de trapaceiras e maléficas todas as religiões que surgem.
Pelos motivos expostos, creio que o primeiro dever das pessoas que criticam as religiões
novas é analisá-las bastante, para poderem classificá-las de “boas” ou “más”. Só depois é que
devem escrever a seu respeito.
30 de março de 1949
RELIGIÃO E SEITAS
As religiões estão subdivididas em seitas. O cristianismo, por exemplo, entre outras
seitas, subdivide-se em catolicismo e protestantismo, que se destacam sobre as demais.
Quanto ao budismo, só no Japão existe o Shingon, Jodo, Shinshu, Zen, Nitiren e outras, as
quais, por sua vez, também estão subdivididas; atualmente, há cinqüenta e oito subseitas. No
xintoísmo, excetuado o Shinto de Templo, há treze seitas principais: Taisha, Mitake, Fusso,
Missogui, Tenri, Konko, etc.
A subdivisão das religiões parece ilógica, mas vejo o caso da seguinte maneira: será que
a causa não está nos cânones? Isto porque tanto a Bíblia como os preceitos búdicos contêm
muitos pontos incompreensíveis, cuja interpretação varia de pessoa para pessoa, contribuindo
forçosamente para a criação de várias seitas. Quanto ao xintoísmo, não possui um fundador
como o cristianismo e o budismo. Formou-se baseado nos livros clássicos, entre os quais o
“Kojiki” e o “Nihon Shoki”, ou através de ensinamentos transmitidos por médiuns.
Embora as religiões citadas sejam religiões por natureza, sua subdivisão em seitas tende
a ocasionar conflitos, prejudiciais à obra educacional de fraternidade, que é a missão prin-
cipal da Religião. A causa da subdivisão, sem dúvida alguma, está na dificuldade de
interpretação dos ensinamentos. Entretanto, se a finalidade das religiões é salvar toda a
humanidade, creio que tudo deveria ser claro para todos.
Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um novo método, de modo que ela
possa ser facilmente assimilada pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião,
publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política, Economia, Educação, Arte, etc.
25 de janeiro de 1949
RELIGIÃO CELESTIAL E RELIGIÃO INFERNAL
Como as principais religiões que existem sofreram perseguições na época da sua
fundação, tornou-se comum associar Religião e perseguição. Os exemplos de que foram
vítimas os adeptos, contam-se em grande quantidade na história das religiões. Entre eles,
figuram casos aterradores, como a perseguição dos fariseus e a crucificação de Cristo,
fundador do cristianismo, religião que predomina no mundo inteiro. No Japão, embora
diferisse o grau de sofrimento, todos os religiosos também tiveram de atravessar um período
espinhoso. As únicas exceções foram Sakyamuni e Shotoku, que não sofreram perseguições
pelo fato de serem príncipes.
Os fundadores de religião superam os outros homens em honestidade, sendo dotados de
um extraordinário sentimento de amor e caridade. São homens santos, modelados pela
essência do bem, por arriscarem a própria vida na salvação dos sofredores. Entretanto, ao
invés de reconhecerem devidamente o seu esforço e, agradecidos, acolherem-nos com
honrarias, o governo e o povo os têm odiado como se eles fossem enviados do demônio,
perseguindo-os a ponto de lhes tirarem a vida. A injustiça está mais do que evidente.
Semelhante fato, à luz do raciocínio, leva-nos a considerar como demoníacos os homens que
odeiam, torturam e tentam eliminar esses grandes benfeitores.
O homem, por natureza, pertence ao bem ou ao mal; não existe estado intermediário. Em
outras palavras, ele está associado a Deus ou a Satanás. Assim, quem alimenta idéias ateístas
e mostra-se contrário às boas ações, abomina Deus, tornando-se, evidentemente, sem o saber,
um servo do demônio.
Até os fundadores de religiões hoje consideradas importantes, inicialmente foram
tratados como demônios e tenazmente perseguidos. Mas, como a própria História mostra, o
mal foi derrotado pelo bem. As santas palavras de Cristo, “Venci o Mundo”, encerram o
mesmo sentido e são dignas de reflexão. Assim, longos anos após a morte dos seus
fundadores, a maioria das religiões foram reconhecidas e tiveram suas divindades
reverenciadas. Isso aconteceu devido à alegria que eles proporcionaram ao povo, com seus
ensinamentos, e à notável contribuição que trouxeram ao aumento do bem-estar social.
Nenhuma religião foi devidamente reconhecida durante a existência do seu fundador, e
as perseguições tornaram-se fatos comuns. Os crentes até adquiriram o hábito de se
comprazer com uma vida atribulada. A leitura da história trágica dos missionários cristãos
que, seguindo o exemplo do ato redentor de Cristo, enfrentaram a morte em territórios
selvagens, é realmente comovedora. Nenhuma outra religião encontra-se, hoje, tão
solidamente enraizada em todos os recantos do mundo como o cristianismo.
A perseguição religiosa ocorrida no Japão e conhecida como “Conflito de Amakussa”,
pode dar uma idéia da realidade mencionada acima. Foram sofrimentos inevitáveis, causados
por terceiros, mas existem religiões que até procuram o martírio. O maometismo, o taoísmo,
o lamaísmo e o bramanismo da Índia caracterizam-se pela prática de penitências e do
ascetismo, considerando-os como essência da fé. Embora com alguma diferença, ocorrem
fatos semelhantes entre diversas religiões tradicionais do Japão, onde continuam a existir
algumas seitas que levam ao extremo o cumprimento dos mandamentos, fazem penitências e
vivem à procura de aperfeiçoamentos. Como vemos, essas religiões são infernais, pois
consideram o martírio um meio fundamental para polir a alma. Assim, o homem torna-se
uma espécie de ser anormal, que transforma o sofrimento em prazer. Em verdade, isso
acontece devido à necessidade que ele tem de suprir, com as próprias forças, a insuficiência
do poder da Religião.
A Igreja Messiânica Mundial surgiu por uma necessidade imperativa, neste momento em
que o mundo está repleto de religiões de fé infernal. No que diz respeito às pregações e às ati-
vidades, a nossa Igreja difere radicalmente das outras, vindo a ser até mesmo o seu oposto.
Ela repudia principalmente a penitência, considerando a vida celestial como a verdadeira for-
ma de professar a Fé. Além disso, caracteriza-se pelo seu amplo conteúdo, abrangendo
Religião, Filosofia, Ciência, Arte e demais setores do conhecimento humano, sobretudo os
referentes à saúde e à agricultura, que são pontos fundamentais da salvação. Tudo isso, pode-
se dizer, constitui a condição fundamental para transformar o Inferno em Paraíso. E o que
seria senão o próprio Amor Divino? Por conseguinte, as penitências constituem heresias, e a
verdadeira salvação implica numa situação de vida celestial, transbordante de alegria.
Quando esta situação abranger o mundo inteiro, surgirá o autêntico Paraíso Terrestre.
Nesses termos, o Paraíso Terrestre, que vem a ser a meta da nossa Igreja, inicia-se no lar.
O aumento gradativo de lares celestiais chegará a transformar o mundo num paraíso. Se essa
verdade fosse compreendida, ninguém deixaria de louvar a Igreja Messiânica Mundial e nela
ingressar. Como os homens têm a mente afetada por conceitos materialistas e ateístas, ou por
religiões de caráter limitado, perdem a oportunidade de conhecer essa alegria, por
desconfianças e equívocos. Entretanto, a verdade sobre a nossa Igreja não deixará de vir à
luz; estou à espera desse dia, lutando incessantemente, sob Orientação Divina.
25 de março de 1953
FÉ
FÉ E RELIGIÃO
É comum as pessoas pensarem que Religião e fé significam a mesma coisa, mas, na
verdade, há muitos aspectos em que uma e outra se diferenciam. O provérbio popular “Não
importa qual seja a crença, contanto que se creia”, é próprio da fé, e não da Religião. O
mesmo se pode dizer em relação ao ato de adorar monstruosas esculturas de pedra ou de
madeira feitas por selvagens. Por esse motivo, não é de admirar que, atualmente, as pessoas
civilizadas não dêem atenção ao tipo de fé em que se adoram ídolos, considerando-o como de
baixo nível. Entretanto, não quero dizer que uma religião seja boa pelo simples fato de ser
religião. Isso porque há religiões de nível superior, médio e inferior. A que pode realmente
salvar a humanidade é a de nível superior.
Parecerá estranho ouvir-se afirmar que entre as religiões existem níveis; o fato é que em
todas as coisas há uma hierarquia, e as religiões não fogem à regra. Logicamente, quem
dirige a religião de nível mais alto é o Supremo Deus; sendo assim, sua autoridade e virtude
são muito elevadas e poderosas. É mais do que óbvio, portanto, que essa religião possua força
de salvação própria daquele nível. A melhor prova disso consiste na evidência de inúmeros
milagres. Eis por que ocorrem tantos milagres em nossa Igreja. Verifica-se a cura de doenças
consideradas incuráveis pela Medicina, evita-se o perigo de desastres, incêndios e outras
ocorrências desagradáveis que poderiam ter acontecido às pessoas, etc. Por conseguinte,
quanto mais benefícios materiais se manifestam, mais devemos nos conscientizar de que, no
centro da Igreja Messiânica Mundial, está presente o Supremo Deus.
20 de abril de 1950
INSENSIBILIDADE EM RELAÇÃO À FÉ
De acordo com o senso comum, não há dúvidas de que servir em prol do bem-estar
social e fazer feliz o próximo são boas ações. Por conseguinte, deveria ser próprio da
natureza humana apoiá-las e ter vontade de Servir; entretanto, por incrível que pareça,
freqüentemente vejo pessoas que agem friamente com referência a essa questão. Parece que
não se interessam por aquilo que não lhes diz respeito, nem pelo bem da sociedade. Para elas,
estas coisas só as fazem perder tempo; em tudo, o que importa mesmo são elas próprias; se
tiverem lucros, está ótimo. Acham que agir assim é que é ser inteligente, pois, de outro modo,
é impossível ganhar dinheiro ou subir na vida. De fato, o mundo é engraçado, porque pessoas
desse tipo é que são tidas como espertas.
Criaturas assim pensam de forma calculada e materialista quando deparam com qualquer
sofrimento. No caso de ficarem doentes, por exemplo, basta-lhes consultar um médico; em
assuntos complicados, basta-lhes pedir ajuda à Lei; a quem não lhes obedece, bastam carões
ou castigos. Dessa forma, simplesmente acomodam os problemas. Como acham que, se
estiverem bem, não importa como estejam os outros, procuram comodidade apenas para si.
Ora, por não pensarem também no próximo, não são merecedores de estima nem de
consideração. Os que se juntam à sua volta são interesseiros, e por isso, quando a situação
começa a piorar, todos se afastam. É natural que, justamente para tais pessoas, problemas e
sofrimentos sejam uma constante. Quando tudo principia a correr mal e fracassar, elas se
afobam, tentando recuperar-se com suas próprias forças; forçam a situação que já estava
forçada e, assim, acabam num estado calamitoso, nunca mais voltando ao que eram antes.
Exemplos como esses são muito freqüentes na sociedade. Obviamente, pessoas desse
tipo não querem nem ouvir falar em Fé. Acham que Deus não existe, que tudo não passa de
superstição, ou que Deus existe dentro de cada um. Além de se jactarem de também serem
deuses, dizem que gastar tempo e dinheiro com semelhantes coisas é a maior tolice que
existe. Acham que a Fé não passa de consolo mental para covardes ou passatempo de quem
não tem nada a fazer.
Consideramos tais pessoas insensíveis em relação à Fé.
8 de abril de 1950
FÉ “SHOJO”
Falando sobre Religião, ouço muitas críticas a respeito dos líderes religiosos. Dizem que
eles deveriam viver com mais sobriedade, comer, beber e morar pobremente, assim como
andar de trem, de ônibus ou até mesmo a pé.
É fato que, antigamente, para fazerem suas pregações, os fundadores de religiões
calçavam sandálias de palha e usavam panos enrolados nas pernas, como se fossem polainas,
a fim de facilitar-lhes as longas caminhadas. Às vezes, retiravam-se para as montanhas,
faziam jejuns, tomavam banhos de cascata, experimentavam todos os tipos de sofrimentos e
sacrifícios; outras vezes, eram jogados na prisão, ou exilados em ilhas longínquas. Ainda hoje
sentimos tristeza ao pensar nos sofrimentos que eles tiveram que passar. Entretanto, apesar de
tantos sacrifícios, só conseguiram estender suas doutrinas a um território restrito; para que
elas se expandissem mais amplamente, foram necessárias dezenas de gerações. Comparadas
aos dias atuais, as condições precárias a que esses pregadores tiveram de se sujeitar a vida
inteira vão muito além de nossa imaginação.
A lembrança das práticas religiosas a que nos referimos permanece gravada na mente das
pessoas, e por isso é natural que elas tenham uma visão errada sobre as religiões novas. As
religiões caracterizadas por tais práticas particularizam-se pela fé “Shojo”, que é anterior ao
nascimento de Sakyamuni e tem sua origem no bramanismo da Índia. Seus ensinamentos
valorizam, principalmente, a Iluminação através da ascese. Segundo dizem, ainda hoje existe,
naquele país, um pequeno número de bramanistas que conseguem fazer milagres graças a um
enorme esforço espiritual. O jejum praticado pelo famoso Mahatma Gandhi talvez fosse uma
decorrência do fato de ele ter professado o bramanismo quando jovem.
Há uma história interessante sobre a origem dos oitenta e quatro mil sutras budistas
divulgados por Sakyamuni.
Naquele tempo, o bramanismo estava em grande expansão na Índia, e acreditava-se que a
Iluminação só podia ser alcançada por meio da ascese, considerada o verdadeiro caminho da
Fé. Vendo a expressão das esculturas e pinturas representativas de ascetas brâmanes
existentes em diversos locais do Japão, podemos imaginar a situação deles naquela época.
Não suportando semelhante estado de coisas, Sakyamuni, com sua grande misericórdia,
descobriu uma forma para as pessoas obterem a Iluminação sem precisar recorrer às práticas
ascéticas: os sutras budistas. Segundo ele, a simples leitura desses textos seria bastante.
Obviamente o povo se alegrou com isso e passou a considerá-lo o mais respeitável e benéfico
de todos os santos. Foi assim que o budismo se espalhou por toda a Índia. Podemos mesmo
dizer que essa foi a maior realização de Sakyamuni entre as suas atividades de salvação.
Diante do exposto, é fácil entender quão erradas estão as práticas ascéticas da fé “Shojo”,
que contrariam a vontade e a grande misericórdia de Sakyamuni, aproximando-se do
bramanismo, o qual foi alvo de sua atividade salvadora. Creio que, do Paraíso, ele estará
lamentando essa situação. Assim, podemos concluir que a fé “Shojo”, além de errada, é
inadequada ao nosso tempo.
Por outro lado, no que se refere à difusão religiosa, observamos que aquilo que
antigamente se levava dez anos para conseguir, hoje pode ser feito apenas em um dia, graças
ao progresso tecnológico da imprensa e dos meios de transporte. O correto, por conseguinte,
é nos adequarmos à época em que vivemos, utilizando-nos de todos os recursos que a
civilização moderna nos oferece. Se a religião se basear unicamente nos métodos antigos,
obviamente não conseguirá atingir seus verdadeiros objetivos. Isso se evidencia na tendência
que as religiões tradicionais têm de se afastar da época atual.
Quando as pessoas de fé “Shojo” vêem as atividades religiosas que estamos realizando,
limitam-se a ficar admiradas e não tentam sequer compreender aquilo que verdadeiramente
objetivamos. Se elas se restringissem a isso, não haveria nada de mau; algumas, porém,
começam a espalhar boatos contra nós, dizendo que levamos vida de nababos. Entretanto, nós
dependemos apenas das contribuições dos fiéis; não temos necessidade de dinheiro. Se
dermos atenção aos comentários, deixaremos que essas contribuições em gêneros
alimentícios, feitas com tanto sacrifício, apodreçam, obrigando-nos a jogá-las fora. Por outro
lado, não podemos vendê-las nem devolvê-las. Da mesma forma, não poderíamos deixar de
utilizar as casas que nos são oferecidas de boa vontade pelos fiéis. Ao invés de dar ouvidos a
comentários, devemos atentar para o grande trabalho que essas doações nos estão
possibilitando realizar: a salvação da humanidade. Diante disso, poder-se-á entender o quanto
é errado o pensamento “Shojo”.
Como o ideal de nossa Igreja é construir um mundo sem doença, pobreza e conflito, as
pessoas que nela ingressam adquirem uma vida alegre e saudável, cheia de harmonia e
prosperidade. Todavia, para os que vivem no lamentável inferno da sociedade atual, isso é
algo inconcebível. Além de negarem a concretização desse ideal, eles pensam, naturalmente,
que tudo não passa de uma boa isca para iludir o povo. Pode ser também que, para essas
pessoas, o protótipo do Paraíso Terrestre que estamos construindo sejam meros palacetes
luxuosos. O nosso objetivo, no entanto, é cultivar os nobres sentimentos dos homens,
possibilitando-lhes oportunidade para se distanciarem, de vez em quando, da sociedade
infernal de hoje em dia e visitarem terras paradisíacas, que os envolvam nos ares celestiais de
Verdade, Bem e Belo, fazendo-os sentir-se no estado de suprema alegria. Assim, evidencia-se
a grande necessidade da construção do protótipo do Paraíso Terrestre para o homem
contemporâneo.
Se a sociedade continuar como está, crescerá cada vez mais o número de pessoas de
baixo nível, de jovens degradados, e não haverá um lugar sequer que não seja um viveiro
para a maldade social. Por isso podemos afirmar que o único “oásis” do mundo hodierno é
este protótipo do Paraíso Terrestre. Se as pessoas compreenderem realmente a grandiosidade
do nosso sublime projeto, ao invés de nos censurarem, o que elas deverão fazer é manifestar-
se seu inteiro apoio.
Ainda tenho algo importante a dizer. Os japoneses, por causa das invasões bélicas que
empreenderam há algum tempo, foram tão mal interpretados que perderam a confiança do
mundo. Sentimos que é preciso recuperar, o mais breve possível, essa confiança. Justamente
por esse motivo é que o protótipo do Paraíso Terrestre constitui um patrimônio
importantíssimo, para mostrar não só a beleza natural do nosso país, como também o
indiscutível pendor artístico dos japoneses. Doravante, surge uma grande oportunidade para
que os turistas nos visitem cada vez mais e compreendam o nosso alto nível cultural, ao
mesmo tempo que desfrutam o prazer da viagem. Fico na expectativa da grande admiração
que o protótipo do Paraíso Terrestre despertará, quando ficar concluído.
Com o que foi dito acima, fica explicado o que é fé “Shojo” e fé “Daijo”.
11 de março de 1950
RELIGIÃO E MILAGRE
BENEFÍCIOS MATERIAIS
Modéstia à parte, em nossa Igreja ocorrem maravilhosas Graças Divinas.
Na antigüidade surgiram religiões magníficas, e até hoje isso vem acontecendo. Entre
elas, as três mais importantes – o cristianismo, o islamismo e o budismo – e mais algumas já
conquistaram suas respectivas posições. A maioria, porém, desde o início, sempre se ocupou
unicamente da salvação espiritual.
A Igreja Messiânica Mundial ainda tem pouco tempo de vida, e, comparada com outras,
é uma religião pequena. Apesar disso, a rapidez de seu progresso pode ser considerada
inédita e está sendo alvo de muita atenção, o que, às vezes, até se torna um problema. Mas
isso é um fenômeno transitório, uma das inevitáveis experiências pelas quais temos de passar.
É uma questão de tempo; naturalmente, virá o dia em que, por opinião imparcial, será
reconhecido seu verdadeiro valor.
Como todas as religiões, nossa Igreja tem seus ideais, seus princípios religiosos, e vem se
esforçando para progredir. Vou mostrar os pontos em que ela difere das religiões tradicionais,
pois, se não os conhecerem, não conseguirão compreendê-la verdadeiramente.
A grande diferença é que nela ocorrem muitos benefícios materiais. Entretanto, as
pessoas que se dizem entendidas no assunto acham que esse tipo de religião é de baixo nível
e por isso não lhe dão atenção. Se pensarmos bem, encontraremos uma explicação para essa
atitude.
Atualmente, analisando as inúmeras religiões do Japão, constatamos que existem dois
tipos: as que são populares e as que não o são. No primeiro caso, por exemplo, a fé está
voltada para este ou aquele ídolo ou deus, e seus adeptos – as pessoas de baixo nível cultural,
que nada entendem de teorias religiosas ou de Filosofia – têm um único objetivo: receber
benefícios materiais. Ora, do ponto de vista dos intelectuais, isso é tolice e não merece a
mínima atenção. Assim, eles concluem que a busca desses benefícios é própria da Fé de nível
inferior. Por outro lado, valorizam as religiões que, não se importando com os benefícios
materiais, colocam os princípios religiosos em termos didáticos, dotando-os de inteligentes
razões. Se tais religiões tiverem uma longa tradição e durante esse tempo nela tiverem
surgido grandes líderes ou sacerdotes de alta virtude, eles as valorizam ainda mais,
considerando-as de alto nível. Em síntese, para os intelectuais o que vale é a força do nome e
a tradição. A propósito disso, desejo expor minha sincera crítica.
Dos dois tipos de Fé mencionados, o primeiro pode ser de baixo nível, mas a verdade é
que ele está atingindo a massa popular mais do que podemos supor. Como as pessoas que o
professam têm pouca cultura, não lhes interessam princípios nem teorias; elas vão de vez em
quando à Igreja, fazem pedidos de graça, dão uma esmola e se satisfazem com isso. Trata-se
de uma fé muito simples, mas é indiscutível que impressiona bem e contribui para mudar o
sentimento de outras pessoas. Se essas religiões acreditam no invisível, é porque têm uma
visão espiritualista; portanto, elas contribuem de alguma forma para o bem social, mais do
que aquelas que estão baseadas num sólido materialismo. Seus seguidores cultivam o bom
sentimento de pedir ajuda a Deus, por isso não haverá motivos para que cometam,
inescrupulosamente, os crimes horríveis a que ficam sujeitos os materialistas.
Quanto ao segundo tipo de fé, diferentemente do primeiro, é seguido por pessoas que,
acreditando somente no que vêem, desprezam aqueles que crêem no invisível, considerando-
os supersticiosos. Parece que, atualmente, a maioria pertence à classe dos intelectuais.
Naturalmente, uma vez que são materialistas, eles acham que devem lidar com as religiões
didaticamente; quando discutem sobre o assunto, não ficam satisfeitos se não o colocarem em
termos lógicos e filosóficos. Por isso, a nosso ver, suas teses são superficiais, e as críticas que
fazem à nossa Igreja não passam de comentários malévolos.
Para fazer a verdadeira análise de uma religião, é preciso penetrar nela profundamente,
procurando averiguar seu conteúdo com os olhos bem abertos. Deve-se analisá-la livre de
conceitos pessoais. Originariamente, a natureza de uma religião não está na sua forma, mas
no seu conteúdo. Portanto, é necessário que os intelectuais mudem bastante suas atitudes
críticas.
De acordo com o exposto acima, criticar nossa Igreja vendo apenas as aparências
externas e classificá-la como religião vulgar por estar centralizada no recebimento de
benefícios materiais, é uma grande leviandade ou descortesia. Enquanto se persistir nessa
atitude, as críticas não terão nenhum sentido. Se fizerem uma profunda análise da Igreja
Messiânica Mundial, compreenderão que ela não só é de caráter popular como teórico.
Podemos dizer mesmo que é uma Ultra-Religião, inédita para a humanidade. E não é só isso.
O que defendemos não se restringe apenas à Religião. Nosso objetivo é dar a mais alta
diretriz ao campo da Medicina, da Agricultura, da Arte, da Educação, da Economia, da
Política, enfim, a tudo quanto diz respeito ao homem. Em suma: queremos colocar a teoria
em prática, de maneira que a Fé seja vivida no nosso dia-a-dia.
8 de novembro de 1950
MILAGRE E RELIGIÃO
Seria desnecessário dizer que milagre é o acontecimento de algo considerado impossível,
algo que, não coincidindo com a lógica e não se podendo medir com o senso comum, só
podemos afirmar que é um mistério.
Mas desde quando existe esse mistério chamado milagre? Temos registrados os milagres
de Cristo, os quais são muito conhecidos e dispensam comentários; no Japão, evidenciaram-
se, entre outros, o milagre acontecido a Nitiren e os realizados pelos fundadores das Igrejas
Tenrikyo, Oomotokyo, Konkokyo e Hito-no-Miti (atualmente Igreja P.L.). Sabe-se que em
vários outros lugares ocorreram pequenos milagres, mas o interessante é que nas mais antigas
e abalizadas religiões eles quase não ocorrem. Enquanto seus fundadores estavam vivos, é
possível que muitos milagres tenham sido realizados, porém, com o passar do tempo, eles se
extinguiram por completo. Por esse motivo, em certas religiões tradicionais, as pessoas de
posição elevada precisaram encontrar algo de valor que substituísse os milagres, pela
necessidade de fazê-las sobreviver. Como resultado, apareceram as religiões filosóficas, as
ciências religiosas, a Teologia e outras formas de estudos sistematizados. Obviamente, elas
consideram que o ponto mais importante da Religião é a salvação do espírito, razão pela qual
desprezam as graças materiais. Além disso, acrescentam as formalidades tradicionais de cada
uma. Assim, vieram mantendo sua existência como organização religiosa. As pessoas
conscientes e os povos civilizados não as aceitam, e, não encontrando uma Fé cujo teor os
satisfaça, muitos se tornam incrédulos, como vemos atualmente. Torna-se claro, portanto, que
a Fé ardentemente desejada pelas pessoas é, antes de mais nada, uma nova Fé, que se tenha
despojado das velhas roupagens e cujos princípios sejam racionais e comprovados por provas
autênticas.
Existem, no momento, algumas religiões que estão se expandindo muito, como a Narita-
no-Fudosson, Toyokawa, Fushimi-Inari, Kompira Gonguem e certas seitas da Religião
Nitiren, as quais, indubitavelmente, de certa forma estão sendo úteis à sociedade. Entretanto,
elas visam apenas os benefícios materiais, e seus níveis são tão baixos, que não exercem
nenhuma atração sobre as pessoas de cultura elevada nem sobre a camada jovem. Em
verdade, satisfazem apenas um número limitado de pessoas.
De acordo com o que acabo de expor, podemos dizer que, atualmente, só há duas
espécies de Fé no Japão: as religiões teóricas e as religiões práticas, ou seja, as que visam
unicamente as graças. Essa é a situação inexpressiva do campo religioso japonês. Portanto,
pensando naquilo que as circunstâncias atuais estão exigindo, concluímos que é necessário o
aparecimento de uma religião nova e ideal.
A peculiaridade da nossa Igreja é que, através de princípios religiosos, ela formula
conceitos inéditos sobre a Teologia, a Ciência e a Filosofia, dando-lhes novas interpretações.
Além disso, aponta os defeitos da cultura contemporânea, ensina como deve ser a nova
cultura e indica o caminho para a criação da nova civilização mundial. Por conseguinte,
podemos dizer que ela está acima da conceituação de uma simples religião.
Uma vez ingressando na Fé Messiânica e analisando-a minuciosamente, a pessoa se
surpreenderá com a veracidade do que acabamos de dizer. Tornando-se fiel, compreenderá,
também, que uma das grandes características da nossa religião é a ocorrência de muitos
milagres. Certamente a História das Religiões não registra nenhuma outra em que eles sejam
tão numerosos. Milagre, como já dissemos, é benefício material, por isso não há dúvida de
que conseguiremos atingir o nosso objetivo: construir um mundo absolutamente isento de
doença, pobreza e conflito. Mas não basta lerem o que escrevi; antes de mais nada, é
necessário conhecerem a Igreja Messiânica Mundial.
5 de março de 1952
RELIGIÃO É MILAGRE
Várias heranças literárias provam que Religião e milagre são coisas inseparáveis.
Religião sem milagre deixa de ser Religião. Isto porque o homem é totalmente incapaz de
operar qualquer milagre, o qual é obra de Deus. Sendo assim, uma religião que não apresente
milagres é como uma existência nula. Falta-lhe a essência, embora ostente aparência
religiosa.
A magnitude de uma religião é proporcional à ocorrência de milagres. Milagre, em
outras palavras, significa o aparecimento de benefícios inesperados. Isso estimula e dá
origem a um profundo sentimento religioso, que conduz o homem à Fé e salva-o da desgraça.
Que religião podemos chamar de verdadeira a não ser essa? É desnecessário dizer que
uma única prova vale por mil argumentos. Embora a situação que vivemos atualmente seja
uma conseqüência da Segunda Grande Guerra, o aumento do mal social, principalmente os
pensamentos insanos que infestam os jovens – verdadeiros sustentáculos do futuro – e o
estado confuso em que estes se encontram, não deixam de representar uma realidade
apavorante. A causa de tudo isso é a educação recebida pelos jovens, a qual os levou a aceitar
o materialismo como norma de ouro. Enquanto os homens não despertarem desse engano,
não haverá solução para o problema.
Naturalmente, para combater os conceitos materialistas, é preciso despertar o homem
para a Religião, começando por convencê-lo da existência de Deus. Nossa Igreja vem
insistindo neste ponto, e o milagre é o único recurso para ela atingir seu propósito.
Milagre é tornar possível aquilo que se considera impossível realizar pela ação do
homem. Como ele mostra, na realidade, o que não se pode interpretar teoricamente,
quaisquer dúvidas a respeito serão, logicamente, dissipadas de imediato. Assim, mesmo na
exclusão do mal social ou na criação de países pacíficos, não se poderão obter resultados
satisfatórios a não ser que se dê a exata consciência de Deus através do milagre, cultivando,
dessa forma, a espiritualidade.
Na história da humanidade, não se conhece nenhuma religião que tenha apresentado
tantos milagres como a nossa. Neste sentido e nesta fase de grande transição que estamos
atravessando, o objetivo da Igreja Messiânica Mundial é sacudir a alma do mundo, que está
adormecida, despertando-a com o poderoso sopro do milagre.
Deus, Todo-Poderoso, veio à Terra como Kanzeon-Bossatsu (encarnação da
Misericórdia), conhecido também como Komyo-Nyorai (encarnação da Luz) e, após
transformar-se em Oshim-Miroku (encarnação da Ação Livre e Desimpedida), está
manifestando, pelas Divinas Mãos do Messias, os mais variados e incontáveis milagres,
utilizando livremente a sagrada energia vital. Dessa forma, através da Igreja Messiânica
Mundial, Deus está realizando a grandiosa obra da salvação do mundo.
11 de junho de 1949
RELIGIÃO É MILAGRE
Desde tempos remotos costuma-se dizer que os milagres são inerentes à Religião, o que
realmente é verdade. Modéstia à parte, nunca houve religião que evidenciasse tantos milagres
como a Igreja Messiânica Mundial. Em poucas palavras, direi que isso ocorre porque ela é
dirigida pelo Supremo Deus.
Pensando que todas as divindades são iguais, as pessoas geralmente tendem a cultuá-las
da mesma forma. Entretanto, precisamos saber que até entre as divindades existe hierarquia:
superior, média e inferior. Em ordem decrescente, essa hierarquia, iniciando pelo Altíssimo,
vai até Ubussunagami, Tengu, Ryujin, Inari e outros.
Gostaria de falar detalhadamente sobre todas essas classes, mas assim eu estaria
desvelando divindades de outras religiões. Portanto, por uma questão de respeito, não o farei.
Desejo apenas mostrar, através de um fato, quão elevado é o deus que dirige a Igreja
Messiânica Mundial. Nem preciso falar sobre a maravilha que é o Johrei, pois, com o passar
do tempo, na medida que vai se tornando conhecido, ele está constituindo o elemento mais
eficiente para a expansão da nossa Igreja. Aliás, sobre a solução de doenças através do Johrei,
devo esclarecer que, mesmo a pessoa duvidando e recebendo-o apenas a título de
experiência, ou achando impossível obter a cura por meio de “uma tolice dessas”, a graça
será alcançada da mesma forma, e rapidamente, o que muitos acham um mistério. Até o
presente acreditava-se imprescindível a pessoa ter fé para ficar curada de uma doença. Era
corrente este pensamento: “Acredite; você não pode duvidar.” Assim, é natural que,
condicionadas a essa idéia fixa, as pessoas estranhem o que acabo de dizer. Vou explicar a
razão.
Primeiramente, crer na validade de algo sem ter nada que a comprove é enganar a si
próprio, pois ninguém pode acreditar numa coisa antes de ter provas. Assim, é óbvio que
aquele pensamento está errado. Empregar todos os esforços para crer porque nos foi dito para
crer, produz algum efeito, pois isso é melhor do que duvidar. Tal efeito, porém, não provém
de Deus, como muitos pensam, mas da própria força de cada um. Mas por que motivo um
pensamento tão errado vinha sendo aceito como a coisa mais natural? É que, até agora,
ignorando que a divindade à qual se dirigiam não tinha poder suficiente, as pessoas tentavam
suprir essa deficiência com a força humana. Nesse sentido, em nossa Igreja, as pessoas
melhoram mesmo que duvidem. Isso acontece por conta da grande força de Deus não sendo
necessário, portanto, acrescentar a força humana. Logo, se uma divindade não tem poder para
curar uma doença, é porque seu nível é inferior.
Muitas vezes, quando as graças não ocorrem do modo desejado, o ministro ou o
orientador dão desculpa de que a pessoa tem pouca fé. Parece-me que eles acham que a graça
é conseguida com o esforço do homem, ao invés de ser concedida por Deus. Na verdade,
Deus é infinitamente piedoso; por isso, mesmo que façamos apenas um pedido,
infalivelmente Ele nos atenderá. Quando o homem emprega demasiado esforço para alcançar
uma graça e ultrapassa os limites, Deus não fica satisfeito, se é que se trata do Verdadeiro
Deus. Principalmente fazer penitências, jejuns e abstenções são atitudes que estão em
desacordo com a Vontade de Deus, pois Seu grande amor vê com tristeza o sofrimento
humano. Pensemos bem. Nós, seres humanos, somos filhos de Deus. Como nosso pai, não há
razão para Ele se alegrar com o nosso sofrimento. Ainda que a pessoa tenha conseguido
receber uma graça através de penitência, quem a concedeu não foi Deus, mas algum espírito
pertencente à falange dos demônios. Graças desse tipo são efêmeras, não duram muito tempo.
As graças concedidas por Deus são diferentes. À medida que nos dedicamos à Fé, nossos
infortúnios irão diminuindo gradativamente, atingiremos um estado espiritual de paz e
segurança e seremos felizes.
Em síntese: trata-se de religião de baixo nível aquela em que a pessoa, embora não creia,
esforça-se para crer, com o objetivo de alcançar graças; trata-se de religião de nível superior
aquela em que Deus concede a graça mesmo que a pessoa duvide ou não acredite.
11 de abril de 1951
ANÁLISE DO MILAGRE
Em poucas palavras, chama-se milagre a realização daquilo que achamos impossível,
mas, na verdade, nada acontece por acaso. Quem pensa de forma diferente, está
redondamente enganado. Parece um tanto complicado, contudo vou mostrar por que estou
fazendo essa afirmativa.
A idéia preconcebida de que determinada coisa nunca poderá acontecer, já constitui um
erro, pois leva em consideração apenas aquilo que se manifesta exteriormente, isto é, as
aparências. Como até agora o pensamento da maioria dos homens baseava-se em conceitos
materialistas, se às vezes sucede algo diferente, eles pensam que se trata de milagre. Por
exemplo: uma criança cair de um penhasco e não sofrer nada; um carro bater numa bicicleta e
não haver ferimentos nem prejuízos; uma pessoa se salvar por ter se atrasado e perdido um
trem que depois descarrilhou, virou ou colidiu com outro; um ladrão que estava entrando
numa casa fugir, pela ministração do Johrei; uma pessoa recuperar o que lhe foi roubado; um
incêndio que havia se alastrado até à casa do vizinho ser desviado, devido à repentina
mudança de direção do vento, por efeito do Johrei.
Com os fiéis da nossa Igreja ocorrem constantemente grandes e pequenos milagres, isto
é, fatos fora do comum. E por que motivo eles ocorrem? Onde está a causa? Creio que todos
querem sabê-lo.
É claro que a verdadeira razão do milagre está no Mundo Espiritual. Entretanto, há
milagres decorrentes da força pessoal de cada um e outros decorrentes da força de terceiros.
Inicialmente falarei sobre o primeiro tipo.
O homem possui aquilo a que chamamos aura, que é como se fosse a vestimenta do
espírito. Ela tem o formato do corpo, que parece coberto por uma espécie de névoa branca, e
não é visível às pessoas de sensibilidade comum. Sua largura é variável, e isso se deve ao
grau de pureza do espírito; quanto mais puro ele for, mais larga é a aura. Nas pessoas
comuns, ela varia de três a seis centímetros; a dos virtuosos tem de sessenta a noventa
centímetros; nos salvadores da humanidade, ela é infinita. Ao contrário, se o corpo e o
espírito são impuros, a aura é estreita e tênue. Em caso de desastre, por exemplo, na hora
exata em que um carro – que também possui espírito – vai bater numa pessoa, não conseguirá
atingi-la se for alguém de aura larga. Ela se salva, porque é afastada para o lado. Pessoas
assim, quando caem de um local alto, mesmo indo de encontro ao espírito da terra ou de uma
pedra, não se machucam, apenas batem de leve.
As casas também possuem espírito, de modo que, se o dono for virtuoso, a aura da casa
será larga; no caso de incêndio, o espírito do fogo não a atinge, pois é barrado pela aura. Por
isso, na ocasião do grande incêndio de Atami, a sede provisória da nossa Igreja foi
milagrosamente poupada. Se ocorre o contrário – o que é difícil – é porque há necessidade de
queimar impurezas; por conseguinte, o fato obedece ao Plano de Deus.
Vejamos, a seguir, os milagres decorrentes da força de terceiros.
O homem tem três espíritos: o Primordial, o Guardião e o Secundário. Vou me abster de
maiores explicações sobre a relação existente entre eles, pois já falei sobre isso em outras
oportunidades.
O Espírito Guardião é escolhido entre os ancestrais; ele salva seu protegido no caso de
um perigo, ou lhe faz avisos importantes através de sonhos. Quando se trata de pessoa que
tem missões especiais, há casos em que uma divindade vem em seu socorro (em geral, o
padroeiro do local onde a pessoa nasceu). Por exemplo, se um trem está prestes a colidir com
outro, como essa divindade tem conhecimento do fato, pode fazer parar o espírito do trem
instantaneamente. Mesmo que o fato esteja ocorrendo a milhares de quilômetros, ela chega
ao local numa rapidez extraordinária.
Como vemos, o milagre não ocorre absolutamente por coincidência ou por acaso; há
sempre uma razão. Se compreenderem isso, verão que ele não tem nada de sobrenatural. Para
mim, o natural é haver milagres; se não houver é que eu acho estranho.
Às vezes, quando me encontro diante de um problema difícil, cuja solução está
demorando, começo a esperar que repentinamente aconteça um milagre, e geralmente ele
acontece, solucionando o problema. Isso é muito freqüente. Creio que aqueles que têm fé
profunda e acumularam virtudes, já passaram por muitas experiências nesse sentido.
Portanto, se o homem pensar e praticar o bem, acumular virtudes e fizer esforços para tornar
mais larga sua aura, jamais lhe acontecerão desgraças inesperadas.
Em nosso contacto com as pessoas, quanto mais espessa for sua aura, mais calor
sentiremos, surgindo, daí, grandes afeições. Tais pessoas sempre cativam outras, que se
reúnem à sua volta em grande número, e assim elas terão êxito e progresso no trabalho.
5 de junho de 1951
PREFÁCIO
PREFÁCIO DO LIVRO
“O MUNDO ESPIRITUAL”
Neste volume estão coligidos os Ensinamentos que escrevi sobre os fenômenos do
Mundo Espiritual, como resultado de estudos e pesquisas efetuados durante mais de vinte
anos. Não há fantasia nem exagero em minhas palavras.
Dizem que a cultura humana progrediu muito, mas o que houve foi apenas progresso da
parte material; a parte espiritual, lamentavelmente, progrediu muito pouco. E o que é
progresso da cultura? Em verdade, progresso da cultura significa o desenvolvimento paralelo
do concreto e do abstrato. Apesar do propalado avanço cultural, o homem até hoje não
conseguiu alcançar a felicidade, e a razão principal é que o progresso se efetuou num único
sentido. Em outras palavras, porque a cultura material se desenvolveu muito, mas a cultura
espiritual não acompanhou esse desenvolvimento.
Diante disso, eu desejo despertar a humanidade imprimindo um extraordinário progresso
à cultura espiritual. Visto que os fenômenos espirituais, em decorrência de sua própria
natureza, não podem ser percebidos pelos cinco sentidos do homem, torna-se muito difícil
apreendê-los. Mesmo assim, como não vou evidenciar o que não existe, e sim mostrar o que
de fato existe, tenho absoluta certeza de que esse objetivo será alcançado.
Crendo nos fenômenos espirituais, torna-se claro que poderemos apreender a causa
fundamental da verdadeira felicidade. Em outras palavras, para se obter a perfeita paz de
espírito, é necessário profundo conhecimento de tais fenômenos, seja qual for a Fé que se
professe.
O homem não pode evitar a morte, mas conhece muito pouco sobre a vida após a morte.
Meditemos. Embora possa viver muito tempo, geralmente o homem não passa dos setenta ou
oitenta anos. Se isso representa o fim de tudo, a vida não é realmente vã? Caso ele pense
assim, é porque desconhece totalmente que, após a morte, existe a vida no Mundo Espiritual.
Suponhamos, entretanto, que o homem chegue a adquirir profundo conhecimento a esse
respeito: viveria uma vida feliz neste mundo e também depois de morrer. Existe, portanto, a
possibilidade de ele se tornar eternamente venturoso.
É pelos motivos acima expostos que escrevi o presente volume.
25 de agosto de 1949
A NATUREZA E O MUNDO ESPIRITUAL
O PODER DA NATUREZA
Segundo meus estudos, a Grande Natureza, isto é, o mundo em que respiramos e
vivemos, está constituída de três elementos – o Fogo, a Água e o Solo – conforme já explanei
em outra oportunidade. Atualmente, a Ciência e o homem, pelos seus cincos sentidos, têm
conhecimento do eletromagnetismo, do ar, da matéria, dos elementos, etc., mas o meu
propósito é falar sobre a energia espiritual, que a Ciência e os cinco sentidos do homem
ignoram.
A expressão “energia espiritual” ou “espírito” tem sido usada até hoje circunscrita à
Religião ou à Metafísica. Por isso, na maioria das vezes, é associada à superstição. A
tendência é considerar intelectual aquele que nega a existência do espírito, mas como estão
enganados os que pensam assim...
A essência daquilo a que dou o nome de espírito é a fonte do grandioso poder que dirige
tudo que existe neste Universo e do qual dependem o nascimento, o crescimento, o
movimento e a transformação de todas as coisas. Chamo-o de Poder Invisível. Sendo assim,
daqui por diante chamarei o mundo conhecido simplesmente de Mundo Material, e o
desconhecido, de Mundo Espiritual.
Como lei fundamental de tudo que existe, todos os fenômenos ocorridos no Mundo
Material são projeções daquilo que já foi gerado e acionado no Mundo Espiritual. Isso pode
ser exemplificado pelos movimentos das mãos ou das pernas, os quais são precedidos pela
nossa vontade. Até agora, contudo, os estudiosos têm procurado soluções analisando apenas
os fenômenos do Mundo Material, e é por essa razão que embora se diga que houve
progresso na cultura, ele não trouxe bem-estar à humanidade. Portanto, para resolver
qualquer problema, é necessário solucioná-lo primeiro no Mundo Espiritual; inclusive as
doenças, cujo verdadeiro método de tratamento consiste em tratar o espírito por processos
espirituais.
Mesmo nos seres vivos, o corpo espiritual está subordinado ao Mundo Espiritual, e o
corpo físico, logicamente, ao Mundo Material. A doença, como já tenho explicado, é a
eliminação de toxinas acumuladas, ou melhor, o processo de dissolução das toxinas
solidificadas. Relacionando matéria e espírito, a acumulação de toxinas numa determinada
região representa a existência de máculas na correspondente região do corpo espiritual, e o
processo de dissolução significa a eliminação das máculas. Por conseguinte, todo e qualquer
tratamento que se proponha a curar apenas o corpo físico é método contrário, não levando à
verdadeira solução da doença.
Se o método fundamental para a erradicação das doenças é a eliminação das máculas do
corpo espiritual, qual é o poder que dissipará essas máculas? É a Luz emanada de Deus e
irradiada através do corpo humano. A profunda compreensão desse princípio só se tornará
possível através da prática do Johrei por vários anos. No momento, creio que os leitores
poderão obter apenas uma noção geral; por isso, peço-lhes que leiam com esse espírito.
Antes de explicar o que é o corpo espiritual do homem, torna-se necessário explicar o
que é a morte. Quando o corpo material fica imprestável, por velhice, doença, ferimento,
perda de sangue, etc., o corpo espiritual e o corpo material se separam. A esta separação é
que chamamos morte. Ela ocorre quando o corpo espiritual se liberta do corpo material. O
primeiro regressa ao Mundo Espiritual e, passado algum tempo, reencarna; o segundo, como
todos sabem, apodrece e retorna à terra. Pelo exposto, compreende-se que o corpo espiritual
tem vida infinita, e o corpo material, vida finita, existência secundária. Conseqüentemente,
quando se trata de questões relativas ao homem, o verdadeiro alvo é o corpo espiritual.
Na ciência contemporânea, está se tornando conhecida a existência de uma espécie de
radioatividade em todos os seres, inclusive nos minerais e nos vegetais. Meus estudos
revelaram que a radioatividade do corpo humano é de qualidade superior. É como se falava
nos velhos tempos: “Espiritualmente, o homem é superior a todos os outros seres.”
Quanto mais elevado o espírito, maior é o seu grau de rarefação (pureza), e, quanto mais
aumenta o grau de rarefação, mais difícil se torna detectá-lo através de instrumentos.
Portanto, opondo-se aos conceitos materialistas, é muito mais fácil captar a presença de
espíritos de níveis inferiores, assim como acontece com o rádio, entre os minerais, e a
fosforescência, em alguns vegetais. Todavia, é importante compreendermos este princípio:
quanto mais rarefeito (puro) é o espírito, maior é o seu poder de atuação.
A irradiação do corpo humano é a mais poderosa, mas a grande diferença que há de umas
para outras pessoas, está além da imaginação. Quanto mais poderosa for essa irradiação,
maior será a atuação do Johrei. Assim, para irradiá-la com maior potência, concentrei-a numa
parte do corpo, alcançando, com isso, pleno sucesso na eliminação das máculas. Consegui,
também, aumentar ainda mais a força da irradiação que cada um possui, através de um
método todo peculiar. Aplicando esses dois métodos, conhecendo o seu princípio e somando
experiências, consegue-se manifestar um poder extraordinário.
5 de fevereiro de 1947
OS ELEMENTOS FOGO, ÁGUA E SOLO
Tudo que existe, é composto de três elementos básicos. O nascimento e o
desenvolvimento de todas as coisas dependem da energia destes três elementos: o Sol, a Lua
e a Terra. O Sol é a origem do elemento Fogo; a Lua, a origem do elemento Água; a Terra, a
origem do elemento Solo.
As energias do Fogo, da Água e do Solo movem-se, cruzam-se e fundem-se em sentido
vertical e horizontal. Verticalmente, significa que do Céu à Terra há três níveis: o Sol, a Lua
e a Terra. Isso pode ser claramente observado por ocasião de um eclipse solar. O Céu é o
Mundo do Fogo, centralizado no Sol; o espaço intermediário é o Mundo da Água,
centralizado na Lua; a Terra é o Mundo do Solo, centralizado no Globo Terrestre.
Horizontalmente, significa a própria realidade em que nós, seres humanos, estamos vivendo
na face da Terra, ou melhor, o Mundo Material, constituído do espaço e da matéria. A
existência da matéria é perceptível por meio dos cinco sentidos do homem, mas por algum
tempo o espaço foi considerado vazio. Com a evolução da cultura, nele se descobriu a
existência do meio-matéria (digo provisoriamente meio-matéria) conhecido como ar.
Entretanto, nesse espaço em que até há pouco se pensava existir apenas o ar, identifiquei a
existência de mais um elemento – denominei-o de “espírito”.
Algumas religiões falam sobre o Mundo Espiritual, sobre espírito dos vivos, sobre
espírito dos mortos, sobre encostos, etc. Ascetas e médiuns também falam a respeito dos
espíritos. Com a evolução da Ciência Espiritual nos Estados Unidos e na Europa, as
pesquisas sobre o assunto estão em franco desenvolvimento, e até certo ponto podemos crer
nas explanações de obras como “Raymond”, da autoria de Sir Oliver Joseph Lodge (1851-
1940), e “Exploration in the Spiritual World”, do Dr. Ward. Mas o objetivo do meu estudo
situa-se num campo completamente diverso.
Por princípio, o elemento da matéria é o Solo. Qualquer pessoa sabe que toda matéria
surge do Solo e retorna ao Solo. O elemento Água, que é meio-matéria, procede da Lua e está
contido no ar. O espírito, entretanto, não é matéria nem meio-matéria; irradiado do Sol, é
imaterial, e por esse motivo sua existência até hoje não foi comprovada. Resumindo: o Solo é
matéria; a Água é meio-matéria; o Fogo é imaterial. Da união desses três elementos surge a
energia. Cientificamente, quer dizer que os três, como partículas atômicas infinitesimais, tão
pequeninas que estão além da imaginação, fundem-se e agem conjuntamente. Eis a realidade
do Universo. Portanto, a existência da umidade e a temperatura adequada para a
sobrevivência das criaturas no espaço em que respiramos, são decorrentes da fusão e
harmonização do elemento Fogo e do elemento Água. Se o elemento Fogo se reduzir a zero,
restando apenas o elemento Água, o Universo ficará congelado instantaneamente. Ao
contrário, se restar apenas o elemento Fogo, e o elemento Água se reduzir a zero, haverá uma
explosão e tudo se anulará. Os elementos Fogo e Água unem-se com o elemento Solo, e
dessa união produz-se a energia que dá existência a todas as coisas. Por essa razão, o fogo,
pela sua natureza, arde em sentido vertical, e a água corre em sentido horizontal; o fogo arde
pela ação da água e a água se move pela ação do fogo.
Desde a antigüidade o homem é considerado um pequeno universo, porque o princípio
acima se aplica ao corpo humano. Isto é, o Fogo, a Água e o Solo correspondem,
respectivamente, ao coração, ao pulmão e ao estômago. O estômago digere o que é produzido
pelo Solo; o pulmão absorve o elemento Água; o coração, o elemento Fogo. Sendo assim,
podemos compreender por que esses órgãos desempenham papel tão importante na
constituição do corpo humano. Entretanto, até hoje o coração é visto apenas como órgão
bombeador do sangue, o qual, cheio de impurezas, é levado ao pulmão para ser purificado
pelo oxigênio. Assim, ele é tido unicamente como órgão do sistema circulatório, pois se
desconhece por completo a existência do elemento Fogo.
Como dissemos, o estômago digere o alimento, ou melhor, o elemento Solo ingerido pela
boca; o pulmão aspira o elemento Água pela respiração; e o coração absorve o elemento
Fogo pelas contrações cardíacas. Portanto, a febre que sobrevém quando se adoece, tem por
finalidade dissolver as toxinas solidificadas na parte enferma, e o calor necessário ao corpo,
isto é, o elemento Fogo, é absorvido do Mundo Espiritual pelo coração. Isso quer dizer que as
contrações cardíacas são movimentos bombeadores por meio dos quais esse elemento é
retirado do Mundo Espiritual. O aumento das contrações cardíacas, ou melhor, da pulsação,
antes de surgir a febre, deve-se à aceleração da aspiração do elemento Fogo. Os calafrios que
se têm na ocasião são motivados pelo desvio de calor necessário ao processo de purificação, e
assim, provisoriamente, diminui-se a quantidade de calor que mantinha a temperatura do
corpo. A diminuição da febre significa o fim do processo de dissolução das toxinas. Sendo
assim, a temperatura do corpo é resultante da aspiração incessante do elemento Fogo do
Mundo Espiritual, por meio do coração.
Também o pulmão absorve incessantemente, através da respiração, o elemento Água do
mundo atmosférico, e por essa razão, além do volume de líquido ingerido pela boca, a água
existente no corpo humano também é absorvida, em grande parte, por intermédio dos
pulmões. É graças a esse processo que, tão logo a pessoa falece, imediatamente sua
temperatura cai, o corpo fica gelado e perde a umidade, o sangue coagula e o cadáver começa
a secar. Explicando melhor, com a morte o espírito separa-se do corpo carnal e entra no
Mundo Espiritual. Como desaparece o espírito, que é o elemento Fogo, a parte líquida
solidifica-se. Em outras palavras, o espírito retorna ao Mundo Espiritual; a parte líquida, ao
mundo atmosférico, e o corpo carnal, ao solo.
5 de outubro de 1943
MUNDO ESPIRITUAL
O MUNDO DESCONHECIDO
Vivemos e respiramos no Mundo Material, o Mundo Temporal, mas, com a morte,
tornamo-nos habitantes do Mundo Espiritual, o Mundo Desconhecido, isto é, o Mundo
Intemporal.
O Mundo Espiritual é invisível, impalpável. Não sendo perceptível pelos sentidos, torna-
se difícil crer na sua existência apenas por meio de palavras, através de uma simples
explicação. Entretanto, visto que se trata de uma realidade e não de um vazio, seria
impossível ele não se manifestar por algum fenômeno, sob qualquer forma.
Com efeito, os fenômenos espirituais – grandes, médios ou pequenos – apresentam-se em
todos os aspectos da vida humana, nos seus mínimos detalhes e em todos os locais do mundo.
Só que o homem não os percebe. Essa falta de percepção é causada pelo desinteresse da
educação da cultura tradicional em relação ao espírito, em decorrência da fase noturna que o
mundo atravessava. No escuro da noite, com a luz da Lua, só se consegue enxergar
escassamente, mas de dia, com a luz do Sol, é possível distinguir claramente todas as coisas,
de forma global e instantânea. Num futuro bem próximo, o Mundo Conhecido, que era regido
pela Lua, será o mundo regido pelo Sol, isto é, o mundo sob a Grande Luz. Como resultado
dessa mudança de regência, serão revelados todos os segredos, falsidades e erros.
5 de fevereiro de 1947
A EXISTÊNCIA DO MUNDO ESPIRITUAL
Em primeiro lugar, é preciso entender a finalidade do nascimento do homem.
Deus criou o homem para construir o Mundo Ideal, que é o objetivo do Seu governo na
Terra, concedendo-lhe missões específicas e utilizando-o conforme Sua vontade. A evolução
da era primitiva para a brilhante era cultural de hoje e também o desenvolvimento da
inteligência humana até chegar ao estágio atual, foram dirigidos exclusivamente para esse
fim.
Não só o homem – criatura de nível mais elevado – mas todas as outras criaturas,
inclusive os vegetais e minerais, enfim tudo aquilo que tem forma, está constituído de dois
elementos fundamentais: espírito e corpo. Havendo separação desses elementos, o ser deixa
de existir, seja ele qual for. Mas pretendo falar apenas sobre o homem.
Quando o corpo carnal se torna inútil, por velhice, doença, perda de sangue, etc., o
espírito o abandona e dirige-se ao Mundo Espiritual, onde passa a viver. Esse fenômeno é
idêntico no mundo inteiro, seja qual for a raça. Há muitas obras de autores famosos tratando
do assunto, entre elas a que se intitula “Raymond”, da autoria de Sir Oliver Lodge (1851-
1940), editada na Inglaterra logo após a Primeira Guerra Mundial. Ele registra as mensagens
que lhe foram enviadas do Mundo Espiritual por um filho seu que falecera na Bélgica,
durante uma batalha daquela guerra. Na época, o livro foi lido por muitas pessoas de diversos
países, surgindo daí inusitado movimento de pesquisa do Mundo Espiritual e também
grandes médiuns.
Também o famoso autor de “O Pássaro Azul”, o belga Maurice Maeterlinck (1862-
1949), tornou-se um estudioso dos fenômenos sobrenaturais após reconhecer a existência do
espírito. Com a publicação, logo a seguir, do livro “Exploration in the Spiritual World”, do
Dr. Ward, as pesquisas tomaram um impulso ainda mais extraordinário. Nesta obra ele
descreve minuciosamente o Mundo Espiritual. Conta que, uma vez por semana, entra em
estado de transe, sentado numa cadeira, e se transporta para lá. Nessas ocasiões, o espírito de
um tio seu acompanha-o para mostrar-lhe todos os aspectos daquele mundo, orientando-o
sobre a sua verdadeira natureza. Também os espíritos de seus amigos e conhecidos
desempenham papel de instrutores, enriquecendo sobremaneira os conhecimentos que lhe são
ministrados. Trata-se de uma obra muito interessante, que pode ser de grande validade para o
conhecimento da vida no Mundo Espiritual, razão pela qual espero que os leitores a leiam.
Inegavelmente há alguns aspectos diferentes entre o Mundo Espiritual do Ocidente e o
do Japão. Pretendo posteriormente, através de diversos exemplos, explicar os fenômenos de
um e de outro.
Notícias procedentes da Inglaterra há mais de dez anos, dizem que surgiram naquele país
centenas de sociedades de pesquisas psíquicas desenvolvendo intensas atividades, e que até
foi fundada uma universidade para esse fim, mas eu gostaria de saber a situação presente,
porque, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, não tive mais notícias a respeito.
25 de agosto de 1949
A SITUAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO E O MUNDO
ESPIRITUAL
A situação do mundo contemporâneo apresenta-se realmente periclitante, talvez como
jamais se tenha visto na História. O temor pela Terceira Guerra Mundial domina quase toda a
humanidade. É um problema seriíssimo, pois o conflito envolveria todos os países, e não
apenas os litigantes; seria inédita, portanto, a extensão da sua influência.
Essa é a imagem do mundo atual, que se projeta à vista de qualquer um; todavia, se não
conhecermos a verdade sobre o Mundo Espiritual, onde está a origem de tudo que acontece
neste mundo, não poderemos descobrir a causa do problema. Só depois disso conseguiremos
prever o futuro e ter tranqüilidade de espírito. É sobre esse tema que vou escrever agora.
O Plano de Deus é construir o Paraíso Terrestre, e para isso era necessário que a cultura
material progredisse até certo ponto. Com esse objetivo, Ele criou o bem e o mal, e foi pelo
atrito entre ambos que alcançamos o extraordinário progresso material da atualidade e
estamos agora a um passo do advento do Paraíso. Já expliquei isso muitas vezes, mas vou
tornar a fazê-lo, caso contrário, as pessoas que nunca ouviram falar sobre o assunto teriam
dificuldade de compreender aquilo que hoje pretendo expor.
A luta entre os homens iniciou-se no Mundo Espiritual a partir do momento em que o ser
humano foi criado. Os mais fortes queriam apoderar-se de todas as regiões conhecidas àquela
época, governando-as conforme sua vontade. Para isso, recorriam à violência, sem distinguir
o bem e o mal, tal como vemos presentemente. Assim, pouco a pouco, a inteligência do
homem foi se desenvolvendo, e, paralelamente ao aumento da população, ampliou-se a escala
da luta, tendo-se chegado, enfim, à situação atual.
O plano de conquista da supremacia mundial foi elaborado há cerca de três mil anos, e
seu chefe era um dragão possuidor de grande poder no Mundo Espiritual. Esse dragão
incorporou numa divindade e, através dela, quis apoderar-se do mundo, tendo utilizado os
métodos mais atrozes. Durante algum tempo a divindade se saiu bem, recorrendo a tudo para
atingir seu objetivo, mas, quando já estava prestes a atingi-lo, falhou e recebeu severa
punição de Deus. Arrependendo-se, voltou ao seu estado natural. A partir daí, o dragão
passou a incorporar nas grandes personalidades de cada época, procurando despertar nelas a
ambição de dominar o mundo. Fracassou sempre, mas não aprendeu, e até hoje está lutando
tenazmente, com toda a força. Muitos homens considerados importantes estão nesse caso. A
História nos mostra que, embora eles tivessem grandes poderes na época, acabaram tendo um
triste fim. César, Napoleão, Guilherme II, Hitler e outros podem servir de exemplo.
Creio que agora já podem ter mais ou menos uma idéia da origem da situação atual.
Referindo-me a personagens como os que mencionamos acima, eu sempre digo que são
chefes dos demolidores do mundo, pois até agora este não era verdadeiramente civilizado,
ainda restando ao homem cerca de cinqüenta por cento de características selvagens.
Espiritualmente falando, significa que o homem pecou muito e acumulou máculas; portanto,
surge de vez em quando a necessidade de uma ação purificadora. Como para isso é preciso
haver demolidores e também limpadores, compreendemos que o aparecimento deles sob
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  • 1. ÍNDICE Capítulo 1 RELIGIÃO 1.1 – A respeito da religião Como encarar a Religião.......................................................................11 Religião e mandamentos.......................................................................13 A lógica em religião..............................................................................14 1.2 – Missão da religião Exclusão do temor.....................................................................................15 Paz e segurança.....................................................................................16 Religião progressista............................................................................18 1.3 – A religião e o universalismo A verdadeira religião............................................................................20 Religião à luz da verdade (Religião “Daijo”)........................................20 A verdadeira religião “Daijo”..................................................................21 A religião precisa ser universal............................................................23 1.4 – Tipos de religião Práticas ascéticas...................................................................................24 Religião antiga e religião moderna.......................................................25 O que é uma religião nova.....................................................................27 Religiões novas e religiões tradicionais...............................................30 Religião e seitas.....................................................................................31 Religião celestial e religião infernal..........................................................32 1.5 – Fé Fé e religião...........................................................................................35 Insensibilidade em relação à fé................................................................36 Fé “Shojo”..............................................................................................37 1.6 –Religião e milagre Benefícios materiais...............................................................................41 Milagre e religião..................................................................................44
  • 2. Religião é milagre..................................................................................46 Religião é milagre..................................................................................47 Análise do milagre..................................................................................50 Capítulo 2 O MUNDO ESPIRITUAL 2.1 – Prefácio Prefácio do livro “O Mundo Espiritual”..............................................55 2.2 – A natureza e o Mundo Espiritual O poder da Natureza.................................................................................57 Os elementos fogo, água e solo...............................................................60 2.3 – Mundo Espiritual O mundo desconhecido........................................................................63 A existência do Mundo Espiritual............................................................64 A situação do mundo contemporâneo e o Mundo Espiritual..................................................................65 2.4 – Constituição do Mundo Espiritual Mundo Espiritual e Mundo Material.....................................................68 Constituição do Mundo Espiritual........................................................71 2.5 – Atuação do Mal Atuação dos demônios...........................................................................84 Derrota do demônio...............................................................................87 Religião e obstáculo...............................................................................88 2.6 – Manifestação espiritual Incorporação..........................................................................................92 Incorporação e encosto de espírito encarnado....................................93 2.7 – Doença e espírito As diversas expressões faciais após a morte.........................................97 Doença e espírito...................................................................................101 Os japoneses e as doenças psíquicas...................................................102
  • 3. 2.8 – Elo espiritual Elo espiritual.......................................................................................107 A respeito dos sonhos..........................................................................114 2.9 – Origem das calamidades As três grandes calamidades e as três pequenas calamidades.................................................116 A tempestade é uma calamidade humana.........................................120 Considerações espirituais sobre os incêndios.......................................123 Incêndio e Johrei.................................................................................125 A RESPEITO DA RELIGIÃO COMO ENCARAR A RELIGIÃO Tenho observado que, quando as pessoas analisam a Religião, não compreendem o ponto mais importante: sua posição. A Religião está acima de qualquer outro valor. A Filosofia, a Moral e a Ciência ocupam uma posição inferior. Entretanto, por ignorância dessa verdade, usam-se expressões como “Religião Filosófica” e outras parecidas, baseadas na interpretação filosófica da Religião, o que é absolutamente errado. Explicar a Religião sob o ponto de vista da Filosofia, é tentar explicar algo que não possui forma através de algo que a possui. A Religião foi criada por Deus, e a Filosofia, pelos homens. A Moral também difere da Religião. Tal como a Filosofia, ela foi criada pelo homem, mas há uma diferença entre ambas: a Filosofia é de caráter ocidental e científico, ao passo que a Moral é de caráter oriental e psicológico. Comparada com a Filosofia e a Moral, a Ciência é muito mais materialista, sendo patente a distância que há entre ela e a Religião. Por todas essas razões, podemos perceber como está errado o conceito que os intelectuais da atualidade têm sobre esta última. Todavia, se analisarmos mais profundamente, veremos que a Filosofia é o conjunto das teorias criadas pelo homem até hoje, e por isso, quando a comparamos com a Religião, a importância desta revela-se por si mesma. Se tentamos descobrir, através da Filosofia, o ponto mais profundo de uma questão, encontramos barreira e nada conseguimos. Uma prova disso é que, quanto mais pesquisamos através dela, mais confusos ficamos. Uma dúvida puxa outra, e na maioria das vezes não recebemos resposta para as nossas perguntas. A conseqüência é nos cansarmos facilmente da vida, havendo pessoas que chegam ao extremo de pensar que a única solução para tal angústia é o suicídio. Esse é um fato que ninguém desconhece. Quanto à Moral, não se pode negar que tem contribuído muito para o bem da sociedade. Entretanto, embora ela tenha surgido com o objetivo de melhorar a conduta do homem por
  • 4. meio de códigos, não conseguiu dominar-lhe totalmente o espírito, pois também nasceu do cérebro dos intelectuais. No antigo Japão, talvez fosse possível aceitá-la, mas hoje em dia, tendo a Moral caráter oriental e estando tudo dominado pela cultura ocidental, ela já não consegue convencer as pessoas e, obviamente, tende a desaparecer. A respeito da ciência materialista, que nós sempre criticamos, não há necessidade de maiores comentários. Atualmente, falar em cultura é o mesmo que falar em Ciência; interpreta-se progresso cultural como progresso científico. É duvidoso, porém, que o homem tenha se tornado mais feliz com o progresso da Ciência. Ao contrário, somos levados a pensar que a infelicidade cresceu proporcionalmente a ele. Ante a terrível ameaça de guerra nuclear que paira sobre a humanidade, não é preciso dizer mais nada. Evidentemente, o desejo dos homens, excetuando-se uma parte, é alcançar a felicidade. A expansão e o progresso da Ciência também têm esse objetivo. Mas é muito triste constatar que na realidade acontece justamente o oposto. Urge, portanto, averiguar a causa disso. Se a Filosofia, a Moral e a Ciência, como acabei de expor, não têm força suficiente para resolver o problema, o que é que poderá resolvê-lo a não ser a Religião? Certamente, os intelectuais têm consciência do fato, mas na verdade, enquanto o consenso geral tomar como padrão as religiões tradicionais, acho que o problema continuará sem solução. Dessa forma, não é possível prever quando se concretizará a felicidade do ser humano. Vemos, pois, que são muito sombrias as condições da sociedade atual. Todavia, neste mundo resignado, apareceu a nossa Ultra-Religião, com enorme poder salvador. Talvez seja difícil aceitá-la, pois ninguém poderia imaginar uma religião semelhante, mas o fato é que não se pode negar aquilo que é evidente. Uma vez conhecendo a sua verdadeira essência, como os cegos que experimentam a alegria de ver a luz, todos despertarão. A prova do que dizemos está nos relatos cheios de alegria que enchem as nossas publicações. Por isso, aqueles que desejam a verdadeira felicidade, façam uma experiência, entrem em contacto com a nossa Igreja! Por mais saborosa que seja uma comida, é impossível avaliarmos seu sabor apenas ouvindo explicações sobre ela ou olhando-a; antes de mais nada, é preciso prová-la. Tenho a certeza de que todos ficarão satisfeitos com o sabor jamais experimentado até então. 29 de abril de 1950 RELIGIÃO E MANDAMENTOS Assim como a Política, as religiões também podem ter características liberais ou despóticas. A maioria das religiões tradicionais é do segundo tipo. Os inúmeros mandamentos que possuem, preconizando o que deve ser feito, comprovam-no. Elas são de caráter “Shojo”, ao contrário da Igreja Messiânica Mundial, que é de caráter “Daijo”, liberal, e que quase não tem mandamentos. Os mandamentos religiosos assemelham-se às leis da sociedade. É falso que os homens só conseguem conter o mal pela força da Lei. Se um homem for realmente íntegro, esteja ele onde estiver, mesmo num local onde não haja leis moderadoras, jamais praticará o mal, porque é um homem verdadeiro. Os mandamentos constituem as leis das religiões. Caso só se consiga um comportamento bom e correto por meio deles, é porque a Fé professada não é
  • 5. verdadeira. Apesar dessa observação, sabemos que no tempo dos homens primitivos e selvagens, sendo bem precária a inteligência humana, não havia condições de se compreender realmente a Religião. Por isso foi necessário prevenir o mal através dos mandamentos. Está claro, pois, que a religião de uma época altamente civilizada, na qual os homens conseguirão evoluir a ponto de compreenderem profundamente a Vontade Divina, prescindirá dos castigos estabelecidos pelos mandamentos. Ela será de fato uma religião capaz de construir o Paraíso Terrestre, mundo de autêntica e eterna paz. 17 de dezembro de 1949 A LÓGICA EM RELIGIÃO O critério para distinguirmos se uma religião é ou não é boa e correta, o método mais simples e que apresenta menos margem de erros, consiste em averiguar se ela é de natureza lógica ou ilógica. Nesse ponto, as religiões mediúnicas são perigosas; entretanto, não estou dizendo que todas elas devam ser evitadas. Na verdade, entre os fundadores de religiões que hoje são consideradas grandes, muitos eram médiuns. Mesmo se tratando de religiões mediúnicas, cada uma é boa ou má de acordo com a sua própria natureza. Sendo assim, para distinguir as religiões, o melhor é começar a analisá-las pelo senso comum. 23 de julho de 1949 MISSÃO DA RELIGIÃO EXCLUSÃO DO TEMOR Conforme venho repetindo, o objetivo de nossa Igreja é a salvação da humanidade. Em poucas palavras, significa eliminar toda espécie de temor da sociedade humana. Evidentemente, os maiores temores do homem vêm a ser o da doença, o da pobreza e o dos conflitos. Dentre os três, o pior, indiscutivelmente, é o temor da doença; nada tão ameaçador para o ser humano. Certamente, durante sua vida, ninguém consegue livrar-se dessa ameaça. Com o progresso da civilização, ao invés de diminuir, ela tende até a aumentar. O segundo temor é a pobreza, geralmente motivada pela própria doença. Atualmente, julga-se que quase todas as doenças são causadas por vírus. A doença nunca foi tão temida como nos dias atuais, motivo pelo qual estão se tomando as medidas consideradas adequadas, tais como atestados de saúde, vacinação e radiografias, entre outras. Todas as organizações criadas para evitar as doenças, ou seja, centros de saúde, hospitais públicos e particulares, etc., dispõem de muitos recursos, e é realmente grande o sacrifício do povo para sustentar as incalculáveis despesas e o trabalho dispendido. A vultosa quantia empregada no tratamento de uma doença e o prejuízo sofrido com a impossibilidade de trabalhar, principalmente quando o enfermo é o chefe da casa, acarretam as maiores dificuldades econômicas para os seus familiares. Isso constitui uma das principais causas do surpreendente aumento de crimes que vêm sendo cometidos após a guerra.
  • 6. Naturalmente esse fato não deixa de ser conseqüência da guerra, cujos danos são passageiros; a doença, no entanto, assume maior gravidade, por ser permanente. A agitação por que a humanidade passa, atualmente, revela a intensidade do seu temor à guerra. Isto porque as relações entre os países tendem a se agravar. Até hoje, o homem viveu num mundo de sofrimentos ininterruptos. Entretanto, como a existência de Deus é uma realidade, Seu incomensurável amor não permitirá que a humanidade permaneça por longo tempo nessa condição. Indubitavelmente, esta época de agonia terá um fim, para dar lugar ao magnífico Paraíso Terrestre. Estamos absolutamente convictos disso e, imbuídos de tal convicção, prosseguimos com fé inabalável. Que outro sentido poderia ter a profecia de Jesus sobre o advento do Reino dos Céus a não ser a predição desse acontecimento? Por essa razão, estou convencido de que a verdadeira missão da Religião é eliminar os três grandes temores aqui citados. 7 de janeiro de 1950 PAZ E SEGURANÇA As pessoas acham que as expressões “paz” e “segurança” limitam-se apenas ao espírito, mas esse modo de pensar constitui um grande erro, uma vez que, para obtermos a verdadeira paz e segurança, não podemos excluir a matéria. Pensem bem: se houver uma que seja das três grandes desgraças – doença, pobreza e conflito – onde estará a paz? Quando as pessoas estiverem certas de que, durante toda a sua vida, não terão preocupações com doenças, não ficarão pobres, nem haverá possibilidade de se envolverem em conflitos, aí sim, elas terão a verdadeira paz e segurança. Entretanto, no mundo contemporâneo, possuir essas três condições ao mesmo tempo não passa de utopia. Diríamos que provavelmente não existe uma pessoa sequer, no mundo inteiro, que possa afirmar possuí-las. Observando este mundo, logo percebemos que nada ocorre conforme desejamos; as coisas más acontecem incessantemente, e as boas, só de vez em quando. O mundo em que vivemos é a própria imagem do inferno. No que se refere à saúde, por exemplo, não sabemos quando vamos ficar doentes. Um simples resfriado pode acabar logo, como também perdurar e gerar uma doença terrível. Portanto, não podemos estar despreocupados, pensando que um resfriado não é nada. Como diz a Medicina, os vírus estão em toda parte, e por isso é impossível saber quando vamos contrair uma doença contagiosa ou a que hora um bacilo vai nos atacar. Conseqüentemente, as autoridades são muito exigentes em matéria de higiene, aconselhando-nos a conservar a limpeza, não comer nem beber em demasia, fazer gargarejo ao voltar da rua, lavar as mãos antes das refeições, tomar cuidado com os alimentos e outras medidas semelhantes. São tantas as advertências, que até ficamos saturados. Levar tudo isso em consideração é o mesmo que viver sob a constante ameaça de todos os tipos de perigos. Quanto à pobreza e aos conflitos, na maior parte dos casos provêm de problemas financeiros, que se originam do desequilíbrio entre o espírito e a matéria. Assim, é óbvio que, se não conservarmos o espírito e o corpo sadios, jamais conseguiremos a tranqüilidade absoluta. Talvez as pessoas achem impossível consegui-la; contudo, se pudermos realmente
  • 7. obtê-la, não será uma maravilhosa Graça do Céu? Eu afirmo, sem qualquer sombra de dúvida, que é possível alcançar essa Graça. 10 de dezembro de 1952 RELIGIÃO PROGRESSISTA Observando atentamente a sociedade atual, constato que tudo progride rapidamente; não há nada que não esteja acompanhando esse progresso. Entretanto, por incrível que pareça, a Religião, entidade que tem a mais profunda relação com a humanidade, continua da mesma forma, não apresentando nenhum progresso. Pelo contrário. Como prova, as religiões tradicionais nos ensinam a voltar ao início, ao ponto de partida dos seus fundadores. Ora, se devemos voltar à origem, é porque saímos do caminho certo; caso o fato se repita várias vezes, não progrediremos nada, ficando em total desacordo com a cultura. Tais religiões nos mostram isso claramente na medida em que perdem o poder de atrair pessoas e teimam em permanecer na situação em que se encontram. De fato, todas as religiões que existem, sofreram perseguições e pressões na época de sua fundação. Podemos mesmo dizer que esse é o destino de toda religião nova. Apesar disso, com fôlego renovado, expandiram-se vigorosamente, passando por épocas maravilhosas. A verdade, porém, é que, com o tempo, a maioria das religiões tende a estacionar. Vamos analisar por que isso acontece. Sem dúvida alguma, as religiões entram em decadência por não acompanharem a marcha do tempo. Quando cumprem rigorosamente os ensinamentos do seu fundador, considerando- os como as mais sublimes e importantes determinações, mas não dão atenção a outros fatores, tornam-se anacrônicas. Como a brecha vai ficando cada vez maior, passam a ser acusadas de incapazes, conforme está ocorrendo atualmente. Se todas as coisas estão sujeitas à Lei de Causa e Efeito, faz-se absolutamente imprescindível que as religiões tradicionais reflitam muito sobre o assunto, pois não há motivos para elas continuarem eternamente transcendentais. Um dos princípios básicos de nossa religião é que tudo deve progredir e acompanhar o tempo. Essa é a razão pela qual não damos atenção às formalidades das religiões tradicionais, dispensando o tempo e os gastos que elas requerem. Na realidade, as formalidades não trazem benefício algum. Assim, não há motivo para as divindades ficarem contentes com elas. Em face do que dissemos, a missão da verdadeira religião é dar orientações no sentido de melhorar, cada vez mais, a vida do homem atual. Resumindo, só uma religião progressista poderá realmente salvar a humanidade. 5 de novembro de 1950 A RELIGIÃO E O UNIVERSALISMO
  • 8. A VERDADEIRA RELIGIÃO A verdadeira religião deve fundamentar-se no universalismo. Não será verdadeira se for limitada a um país, povo ou classe, porque tal limitação provoca disputa de poderes, o que contraria a própria essência das religiões, cuja missão é eliminar conflitos e promover a paz. Qualquer hostilidade significa afastar-se do objetivo da Religião. Por isso, é estranho que a História registre tantas lutas religiosas. Chamamos “Shojo” a religião limitada, e “Daijo”, a de objetivos universais. Logo se vê que só esta última pode ser considerada verdadeira. 5 de novembro de 1949 RELIGIÃO À LUZ DA VERDADE (RELIGIÃO “DAIJO”) Embora se saiba que existe a classificação “Daijo” e “Shojo” referente às religiões – classificação usada principalmente no budismo – até nossos dias ainda não foi divulgada uma explicação radical sobre o assunto. Procurarei expor o meu ponto de vista. Resumindo, “Daijo” significa Natureza e refere-se às atividades de criação e desenvolvimento de todas as coisas existentes no Universo. Portanto, “Daijo” abrange tudo, nada lhe escapa. De acordo com este sentido, falarei não sobre o “Daijo” búdico, mas sobre o “Daijo” universal. Isto é, não somente Religião, Filosofia, Ciência, Política, Educação, Economia e Arte, mas também a guerra e a paz, o bem e o mal. Podemos observar uma ordem natural nas atividades de todo o Universo. Considera-se realmente homem o indivíduo que reconhece a obediência à ordem como fator natural do progresso. Por essa razão, o desvio da ordem acarreta, infalivelmente, obstáculos, estacionamento ou destruição. A obediência ou a desobediência à ordem constrói ou destrói, e a realidade mostra que no mundo sempre tem ocorrido construção e destruição. As religiões podem servir como exemplo. Embora os homens as condenem, tachando-as de supersticiosas ou heréticas, elas progredirão se forem necessárias à humanidade; caso contrário, submeter- se-ão à seleção natural. Devemos confiar até certo ponto na ação da Natureza. Se as religiões tiverem realmente vida e valor, a perseguição humana contribuirá para o seu progresso. Temos um exemplo vivo no cristianismo. Quem objetará contra a sua predominância atualmente, apesar da crucificação do seu fundador? O homem moderno possui uma visão demasiadamente estreita e curta, cujo erro, creio eu, deve ser analisado seriamente. 25 de outubro de 1949 A VERDADEIRA RELIGIÃO “DAIJO”
  • 9. É do conhecimento de todos que há religiões de caráter universal e outras de caráter restrito. As opiniões dos religiosos e filósofos a esse respeito são extremamente ambíguas e quase se acham desviadas da Verdade. Portanto, exponho o assunto, aqui, de maneira mais clara. Primeiramente, precisamos conhecer a natureza de todas as religiões existentes no mundo. Elas diferem entre si, possuindo suas próprias formas e meios doutrinários, baseados nos princípios dos respectivos fundadores. Basta uma simples reflexão para sentirmos o absurdo da existência de seitas, com características próprias, dentro de religiões consideradas universais, como o budismo, o cristianismo e, no Japão, o xintoísmo. Pensemos no que vem a ser a Religião. Se ela tem por princípio, como sabemos, o amor fraternal e o espírito de conciliação e paz, todas as religiões devem possuir um único objetivo. Não seria sensato, portanto, estabelecer unidade nos sistemas doutrinários? A separação influi na ideologia da humanidade, tornando-se uma das causas da confusão social. Como a força dos que estão ao lado da Religião, ou seja, do bem, é dispersada, os homens perdem, também, a resistência contra o poder do mal. A realidade mostra freqüentemente a vitória do mal. No fim, Deus vencerá, por ser onipotente, mas imaginemos a luta que terá de ser travada pelo bem. Como o mal é prepotente e controla quase tudo, fica à espreita, aproveitando a menor oportunidade para influenciar-nos. Parece que as conhecidas relações entre Cristo e Satanás, e entre Buda e Daiba (Devadatta), não sofreram nenhuma modificação até a presente data. Vemos, portanto, que a Religião precisa ter maior poder que o mal; do contrário, não conseguirá transformar este mundo num mundo feliz, onde triunfe o bem. Somente assim haverá unidade religiosa, dando lugar a um mundo de felicidade, isento de inquietações. Será uma obra difícil, mas não impossível. Isso, porque está próximo o advento do Paraíso Terrestre, que é o objetivo de Deus. A condição básica para a sua concretização é substituir o espírito restrito pelo universal, ou melhor, desenvolver uma superatividade cultural que abranja todos os setores: Religião, Ciência, Política, Economia, Arte, etc. É também necessário que, para desempenhar a função de liderança, apareça um gigante com poder e sabedoria sobre-humanos. 6 de janeiro de 1954 A RELIGIÃO PRECISA SER UNIVERSAL Não adianta uma religião ter todas as condições; se não tiver base universal, não será uma religião verdadeira. Caso ela se restrinja a uma nação ou povo, ocorrerá aquilo que vemos no mundo atual: surgirão motivos para conflitos. Cada qual se orgulhará da superioridade da sua religião e rebaixará as outras, acabando por haver atritos. Pode acontecer, também, que as religiões sejam utilizadas na política governamental. A exploração exagerada do xintoísmo pelo exército japonês, durante a Segunda Guerra Mundial, e as Cruzadas da Europa exemplificam o que estamos dizendo. Os exemplos não são poucos, e a causa está no fato de que as religiões se restringiam a determinados povos. Mas não havia outro recurso, pois, naquela época em que a civilização
  • 10. ainda estava engatinhando, não existiam os rápidos meios de transporte que existem atualmente, e as relações internacionais estavam limitadas a pequenas áreas. Hoje, tudo se tornou mundial e internacional, e as religiões também deveriam seguir esse caminho. É por isso que passamos a chamar nossa Igreja de Igreja Messiânica Mundial, e não mais de Igreja Japonesa, como antes. 11 de fevereiro de 1950 TIPOS DE RELIGIÃO PRÁTICAS ASCÉTICAS Desde a antigüidade, a fé e as práticas ascéticas são vistas pelo povo como se tivessem íntima relação entre si. As práticas ascéticas tiveram origem no bramanismo, que predominava na metade da antiga Índia, antes do nascimento de Sakyamuni (Buda). A pintura e a escultura “Arhat” revelam a crueldade dessas práticas. Por exemplo: os praticantes suspendiam algo só com um braço, sentavam-se entre a bifurcação de dois galhos, ou chegavam ao cúmulo de praticar o “Zazen” (meditação profunda, com as pernas cruzadas) sentados numa tábua cheia de pregos. Houve religiosos que se mantiveram anos seguidos na mesma posição. Eles acreditavam que, perseverando em tais sofrimentos, conseguiriam atingir a Iluminação, ou melhor, sentir-se- iam iluminados. É muito famoso o martírio de Dharma, o qual abraçou a Verdade no momento em que se sentiu profundamente iluminado pelo luar, que ele estava contemplando numa noite de prática ascética. Segundo a tradição, Dharma não tem pernas porque elas ficaram atrofiadas, deixando de funcionar durante os nove anos que ele passou sentado diante de uma parede, em estado de meditação. Dizem que ainda há muitos ascetas brâmanes na Índia, os quais chegam a operar milagres. A meditação do falecido Rabindranath Tagore, nas profundezas de uma floresta, e o jejum praticado diversas vezes por Mahatma Gandhi devem ser práticas ascéticas brâmanes. A ascese era amplamente praticada na época em que surgiu Sakyamuni. Não contendo sua compaixão por aqueles que se entregavam ao martírio da autotortura, ele pregou a possibilidade de qualquer pessoa tornar-se mais iluminada através da leitura das escrituras búdicas. Emocionado com a eminente virtude de Sakyamuni, o povo hindu fez dele objeto de adoração. Assim, pela lógica, os budistas que praticam a ascese estão contrariando as boas- novas de Sakyamuni. Não posso concordar com os religiosos japoneses que ainda persistem nas práticas ascéticas brâmanes. Isto porque os fiéis da nossa Igreja abraçam a Verdade, seguem o Caminho e conseguem cumprir sua missão sem fazer prática ascética de espécie alguma. 25 de janeiro de 1949 RELIGIÃO ANTIGA E RELIGIÃO MODERNA
  • 11. Embora simples, os princípios religiosos utilizados por mim na obra salvadora que venho empreendendo, diferem grandemente dos princípios religiosos existentes até hoje. Os antigos fundadores ou pregadores de religiões adotavam a frugalidade na alimentação, vestiam-se sumariamente e levavam uma vida simples. Para se aperfeiçoarem, faziam penitências, permanecendo isolados em montanhas quase inacessíveis, debaixo de cascatas (ato considerado purificador), lendo os livros sagrados dia após dia. Dessa maneira, entre Verdade, Bem e Belo, este último era negligenciado. Poucos religiosos se interessavam pelas artes. O milagre era vagamente conhecido; entretanto, eles tinham especial consideração pelos princípios dos livros búdicos, apreciavam as formalidades e as celebrações religiosas e procuravam salvar a humanidade unicamente com a pregação. Essa análise limita-se ao budismo. Tomei-o como exemplo porque o xintoísmo e o cristianismo são religiões modernas. Deixo de fazer referência ao antigo xintoísmo, anterior à introdução do budismo, porque quase não consta da História nem da tradição. O trabalho que estou realizando, é bem diferente do que era feito pelos antigos. Em primeiro lugar porque, objetivando o mundo isento de doença, pobreza e conflito, proclamei, audaciosamente, a construção do Paraíso Terrestre, o que já é suficiente para evidenciar a grande diferença entre a Igreja Messiânica Mundial e as demais religiões. Como primeira meta para atingir o nosso objetivo, estamos libertando o homem do seu maior inimigo – a doença – e os resultados são cada vez mais evidentes e indiscutíveis. A condição fundamental para a concretização do Paraíso Terrestre, é ser saudável de corpo e alma, o que, por sua vez, elimina a pobreza e o conflito. Os fiéis da nossa Igreja estão trabalhando dia e noite, unidos por esse princípio. Assim, a construção do Paraíso Terrestre, longe de ser um mero ideal, é uma realidade que está apresentando surpreendentes resultados. Projetamos o protótipo do Paraíso Terrestre escolhendo locais maravilhosos, em Atami e Hakone, onde estão sendo edificados magníficos edifícios e jardins. Com a conclusão dessas obras, pretendo mostrar ao mundo a sublimidade e formosura do Supremo Céu. O Paraíso Terrestre pode ser considerado, essencialmente, o Mundo da Arte, razão por que a nossa Igreja confere às manifestações artísticas uma atenção toda especial. Paralelamente à marcha do Plano Divino, pretendo publicar projetos mais recentes, elaborados sob a Orientação de Deus, os quais abrangem Política, Economia, Educação, etc. Através deles, os leitores poderão reconhecer a magnitude dos objetivos da Igreja Messiânica Mundial. 9 de julho de 1949 O QUE É UMA RELIGIÃO NOVA Atualmente, em vários setores sociais, fala-se sobre o tema Religião Nova, sendo ele também abordado, com muita seriedade, em jornais e revistas. Isso é bastante animador. Observamos, entretanto, que esses órgãos de comunicação consideram nova uma religião apenas porque ela surgiu recentemente, sem se interessar pelo seu conteúdo. E é muito triste constatar que até mesmo as pessoas que fazem parte de tais religiões pensem assim. A propósito, devo dizer que não tem sentido uma religião apresentar-se com o nome de nova e seu conteúdo não corresponder a essa designação. Se a religião apenas mudar ou acrescentar, de acordo com o entendimento do seu fundador, algumas interpretações ou
  • 12. sentidos às palavras que há muito tempo vêm sendo ditas em livros ou ensinamentos muito conhecidos, revelados pelo fundador de uma religião antiga, não se poderá dizer que ela é uma religião nova. Aliás, conservando as mesmas formas e construções e chegando ao ponto de aconselhar a volta aos ensinamentos desse fundador, ela se distancia cada vez mais da época atual. É impressionante haver quem não ache estranho esse procedimento. Se tivermos de lidar com pessoas inteligentes, de nível cultural elevado, principalmente entre a camada jovem, certamente elas não aceitarão uma doutrina cheirando a mofo. Assim, podemos dizer que, atualmente, a maioria dos seguidores das religiões tradicionais são arrastados apenas pelas tradições e costumes. Quanto às religiões novas, seus adeptos ingressam nelas à procura de algo novo; parece, todavia, que os crentes verdadeiramente firmes são muito poucos. Por conseguinte, para fazermos com que o homem da atualidade creia sinceramente, é preciso oferecer-lhe uma teoria baseada na razão e acompanhada de insofismáveis Graças Divinas; caso contrário, de nada adiantará tentar convencê-lo. Diante de tudo isso, é muito natural ser efêmera a fé daqueles que seguem uma religião apenas como seguem a moda. Não quero dizer que o homem contemporâneo seja destituído de sentimentos religiosos, mas, observando a realidade que nos cerca, constatamos que não existem muitas religiões nas quais possamos crer. Se houvesse alguma, quase todos, indubitavelmente, a procurariam; não a encontrando, as pessoas tornam-se descrentes, por não terem outra alternativa. Uma vez que a Ciência é mais compreensível, pelo fato de ser concreta e satisfazer os desejos humanos, essas pessoas apóiam-se nela naturalmente. Por isso eu acho que não podemos censurar os descrentes. Analisemos a questão: Como, inúmeras vezes, nem a Ciência, na qual têm tanta confiança, nem a própria Religião conseguem resolver-lhes os problemas, as criaturas ficam num dilema. Entre os intelectuais, alguns, não podendo prever os acontecimentos futuros, passam a duvidar; outros, sentindo-se fartos da vida, perdem o gosto de viver ou vivem apenas para o momento presente; outros, ainda, em melhores condições financeiras, procuram mais divertimentos. Além disso, a crença de que não mais aparecerá um líder na história religiosa também contribui para o desespero das pessoas. Algumas estão quase desistindo, quase desligadas da realidade, pesquisando doutrinas ultrapassadas. Essa é a realidade da época em que vivemos. O pensamento do mundo atual está totalmente confuso, não se encontrando uma saída. Contudo, em meio desta confusão, repentinamente surgiu a Igreja Messiânica Mundial, que, com muita coragem, pretende alertar todos os setores da cultura tradicional, apontar um por um de seus erros e mostrar como deve ser a verdadeira civilização. Como essa grande força de atuação já está sendo manifestada continuamente, podemos afirmar, sem nenhuma parcialidade, que ela é o assombro do século XX. Tal afirmação fundamenta-se naquilo que sempre digo: o mundo, até agora, estava na Era da Noite, iluminado unicamente pela fraca luz da Lua, mas surgiu a luz do Sol, e todas as coisas desnecessárias e prejudiciais que estavam encobertas começaram a aparecer abertamente. Eis o significado da expressão “Luz do Oriente”, usada pelos antigos. Atualmente, estamos atravessando a fase da aurora; com o passar do tempo, o Sol se levantará até o centro do Céu e iluminará o mundo inteiro. Por esse motivo, as teorias que venho divulgando, desconhecidas por todos até o momento, causam espanto e até muitos mal-entendidos.
  • 13. Como o mundo esteve durante longo tempo na Era da Noite, não é de se admirar que os olhos tenham se acostumado à escuridão e fiquem ofuscados ante a repentina revelação da Cultura do Dia. Existe, no entanto, um problema: uma vez chegado o Mundo do Dia, Deus aproveitará da Cultura da Noite apenas as coisas úteis, não havendo outro recurso senão eliminar as inúteis. Além do mais, sendo a luz do Sol sessenta vezes mais clara do que o luar, até as doenças não identificadas ou consideradas incuráveis serão facilmente solucionadas. Os fatos reais evidenciados diariamente através do Johrei de nossa Igreja mostram isso muito nitidamente. Falando com mais clareza, assim como a Lua perde seu brilho ante o esplendor do Sol, também a civilização sofrerá uma grande transformação. Com o que acabo de dizer, creio que poderão entender a grandiosidade dos empreendimentos da Igreja Messiânica Mundial. 8 de abril de 1953 RELIGIÕES NOVAS E RELIGIÕES TRADICIONAIS Quando analiso o comércio da atualidade, observo que existem dois tipos de lojas – as novas e as tradicionais. As primeiras são dinâmicas, objetivando expandir-se amplamente, mas ainda não ganharam plena confiança do povo, pois este desconhece a qualidade das suas mercadorias, não sabendo se os preços são razoáveis. Preocupadas, as pessoas compram nelas apenas a título de experiência, ou para atender às suas próprias necessidades. Entretanto, se a loja é tradicional, merece absoluta confiança dos fregueses. Para eles, sendo artigos dessa loja, por certo são bons. Ao invés de comprar na incerteza, em outros locais, preferem ir a um lugar de confiança, ainda que seja mais distante. No caso de uma compra de certo vulto, é certo dirigirem-se às lojas tradicionais, pelo nome que elas possuem, conseguido através de um longo tempo de vendas. Em face disso, as lojas novas empenham- se arduamente para atrair pelo menos algumas pessoas acostumadas a comprar nas casas tradicionais. Trata-se de uma situação que todos conhecem, e por isso dispensa maiores comentários. Interessante é que no campo religioso ocorre o mesmo. O aparecimento de uma nova religião ainda é cercado de dificuldades maiores que o das pequenas lojas comerciais. De imediato, ela é tachada de supersticiosa e maléfica, ou até mesmo de trapaceira. É realmente cruel. Existem, sem dúvida, muitas religiões novas às quais se possam atribuir esses adjetivos, mas, de vez em quando, aparecem religiões verdadeiras. Também não podemos esquecer que todas as religiões respeitadas atualmente já foram novas; com o passar do tempo é que elas ganharam tradição. A loja nova, esforçando-se para oferecer preços e mercadorias equivalentes aos das lojas tradicionais, acaba tornando-se uma delas. Sendo assim, é errado tachar de trapaceiras e maléficas todas as religiões que surgem. Pelos motivos expostos, creio que o primeiro dever das pessoas que criticam as religiões novas é analisá-las bastante, para poderem classificá-las de “boas” ou “más”. Só depois é que devem escrever a seu respeito. 30 de março de 1949
  • 14. RELIGIÃO E SEITAS As religiões estão subdivididas em seitas. O cristianismo, por exemplo, entre outras seitas, subdivide-se em catolicismo e protestantismo, que se destacam sobre as demais. Quanto ao budismo, só no Japão existe o Shingon, Jodo, Shinshu, Zen, Nitiren e outras, as quais, por sua vez, também estão subdivididas; atualmente, há cinqüenta e oito subseitas. No xintoísmo, excetuado o Shinto de Templo, há treze seitas principais: Taisha, Mitake, Fusso, Missogui, Tenri, Konko, etc. A subdivisão das religiões parece ilógica, mas vejo o caso da seguinte maneira: será que a causa não está nos cânones? Isto porque tanto a Bíblia como os preceitos búdicos contêm muitos pontos incompreensíveis, cuja interpretação varia de pessoa para pessoa, contribuindo forçosamente para a criação de várias seitas. Quanto ao xintoísmo, não possui um fundador como o cristianismo e o budismo. Formou-se baseado nos livros clássicos, entre os quais o “Kojiki” e o “Nihon Shoki”, ou através de ensinamentos transmitidos por médiuns. Embora as religiões citadas sejam religiões por natureza, sua subdivisão em seitas tende a ocasionar conflitos, prejudiciais à obra educacional de fraternidade, que é a missão prin- cipal da Religião. A causa da subdivisão, sem dúvida alguma, está na dificuldade de interpretação dos ensinamentos. Entretanto, se a finalidade das religiões é salvar toda a humanidade, creio que tudo deveria ser claro para todos. Para evitar tais dificuldades, pregarei a doutrina por um novo método, de modo que ela possa ser facilmente assimilada pelas pessoas. Pretendo, ainda, do ponto de vista da Religião, publicar, gradativamente, interpretações novas sobre Política, Economia, Educação, Arte, etc. 25 de janeiro de 1949 RELIGIÃO CELESTIAL E RELIGIÃO INFERNAL Como as principais religiões que existem sofreram perseguições na época da sua fundação, tornou-se comum associar Religião e perseguição. Os exemplos de que foram vítimas os adeptos, contam-se em grande quantidade na história das religiões. Entre eles, figuram casos aterradores, como a perseguição dos fariseus e a crucificação de Cristo, fundador do cristianismo, religião que predomina no mundo inteiro. No Japão, embora diferisse o grau de sofrimento, todos os religiosos também tiveram de atravessar um período espinhoso. As únicas exceções foram Sakyamuni e Shotoku, que não sofreram perseguições pelo fato de serem príncipes. Os fundadores de religião superam os outros homens em honestidade, sendo dotados de um extraordinário sentimento de amor e caridade. São homens santos, modelados pela essência do bem, por arriscarem a própria vida na salvação dos sofredores. Entretanto, ao invés de reconhecerem devidamente o seu esforço e, agradecidos, acolherem-nos com honrarias, o governo e o povo os têm odiado como se eles fossem enviados do demônio, perseguindo-os a ponto de lhes tirarem a vida. A injustiça está mais do que evidente. Semelhante fato, à luz do raciocínio, leva-nos a considerar como demoníacos os homens que odeiam, torturam e tentam eliminar esses grandes benfeitores.
  • 15. O homem, por natureza, pertence ao bem ou ao mal; não existe estado intermediário. Em outras palavras, ele está associado a Deus ou a Satanás. Assim, quem alimenta idéias ateístas e mostra-se contrário às boas ações, abomina Deus, tornando-se, evidentemente, sem o saber, um servo do demônio. Até os fundadores de religiões hoje consideradas importantes, inicialmente foram tratados como demônios e tenazmente perseguidos. Mas, como a própria História mostra, o mal foi derrotado pelo bem. As santas palavras de Cristo, “Venci o Mundo”, encerram o mesmo sentido e são dignas de reflexão. Assim, longos anos após a morte dos seus fundadores, a maioria das religiões foram reconhecidas e tiveram suas divindades reverenciadas. Isso aconteceu devido à alegria que eles proporcionaram ao povo, com seus ensinamentos, e à notável contribuição que trouxeram ao aumento do bem-estar social. Nenhuma religião foi devidamente reconhecida durante a existência do seu fundador, e as perseguições tornaram-se fatos comuns. Os crentes até adquiriram o hábito de se comprazer com uma vida atribulada. A leitura da história trágica dos missionários cristãos que, seguindo o exemplo do ato redentor de Cristo, enfrentaram a morte em territórios selvagens, é realmente comovedora. Nenhuma outra religião encontra-se, hoje, tão solidamente enraizada em todos os recantos do mundo como o cristianismo. A perseguição religiosa ocorrida no Japão e conhecida como “Conflito de Amakussa”, pode dar uma idéia da realidade mencionada acima. Foram sofrimentos inevitáveis, causados por terceiros, mas existem religiões que até procuram o martírio. O maometismo, o taoísmo, o lamaísmo e o bramanismo da Índia caracterizam-se pela prática de penitências e do ascetismo, considerando-os como essência da fé. Embora com alguma diferença, ocorrem fatos semelhantes entre diversas religiões tradicionais do Japão, onde continuam a existir algumas seitas que levam ao extremo o cumprimento dos mandamentos, fazem penitências e vivem à procura de aperfeiçoamentos. Como vemos, essas religiões são infernais, pois consideram o martírio um meio fundamental para polir a alma. Assim, o homem torna-se uma espécie de ser anormal, que transforma o sofrimento em prazer. Em verdade, isso acontece devido à necessidade que ele tem de suprir, com as próprias forças, a insuficiência do poder da Religião. A Igreja Messiânica Mundial surgiu por uma necessidade imperativa, neste momento em que o mundo está repleto de religiões de fé infernal. No que diz respeito às pregações e às ati- vidades, a nossa Igreja difere radicalmente das outras, vindo a ser até mesmo o seu oposto. Ela repudia principalmente a penitência, considerando a vida celestial como a verdadeira for- ma de professar a Fé. Além disso, caracteriza-se pelo seu amplo conteúdo, abrangendo Religião, Filosofia, Ciência, Arte e demais setores do conhecimento humano, sobretudo os referentes à saúde e à agricultura, que são pontos fundamentais da salvação. Tudo isso, pode- se dizer, constitui a condição fundamental para transformar o Inferno em Paraíso. E o que seria senão o próprio Amor Divino? Por conseguinte, as penitências constituem heresias, e a verdadeira salvação implica numa situação de vida celestial, transbordante de alegria. Quando esta situação abranger o mundo inteiro, surgirá o autêntico Paraíso Terrestre. Nesses termos, o Paraíso Terrestre, que vem a ser a meta da nossa Igreja, inicia-se no lar. O aumento gradativo de lares celestiais chegará a transformar o mundo num paraíso. Se essa verdade fosse compreendida, ninguém deixaria de louvar a Igreja Messiânica Mundial e nela ingressar. Como os homens têm a mente afetada por conceitos materialistas e ateístas, ou por religiões de caráter limitado, perdem a oportunidade de conhecer essa alegria, por
  • 16. desconfianças e equívocos. Entretanto, a verdade sobre a nossa Igreja não deixará de vir à luz; estou à espera desse dia, lutando incessantemente, sob Orientação Divina. 25 de março de 1953 FÉ FÉ E RELIGIÃO É comum as pessoas pensarem que Religião e fé significam a mesma coisa, mas, na verdade, há muitos aspectos em que uma e outra se diferenciam. O provérbio popular “Não importa qual seja a crença, contanto que se creia”, é próprio da fé, e não da Religião. O mesmo se pode dizer em relação ao ato de adorar monstruosas esculturas de pedra ou de madeira feitas por selvagens. Por esse motivo, não é de admirar que, atualmente, as pessoas civilizadas não dêem atenção ao tipo de fé em que se adoram ídolos, considerando-o como de baixo nível. Entretanto, não quero dizer que uma religião seja boa pelo simples fato de ser religião. Isso porque há religiões de nível superior, médio e inferior. A que pode realmente salvar a humanidade é a de nível superior. Parecerá estranho ouvir-se afirmar que entre as religiões existem níveis; o fato é que em todas as coisas há uma hierarquia, e as religiões não fogem à regra. Logicamente, quem dirige a religião de nível mais alto é o Supremo Deus; sendo assim, sua autoridade e virtude são muito elevadas e poderosas. É mais do que óbvio, portanto, que essa religião possua força de salvação própria daquele nível. A melhor prova disso consiste na evidência de inúmeros milagres. Eis por que ocorrem tantos milagres em nossa Igreja. Verifica-se a cura de doenças consideradas incuráveis pela Medicina, evita-se o perigo de desastres, incêndios e outras ocorrências desagradáveis que poderiam ter acontecido às pessoas, etc. Por conseguinte, quanto mais benefícios materiais se manifestam, mais devemos nos conscientizar de que, no centro da Igreja Messiânica Mundial, está presente o Supremo Deus. 20 de abril de 1950 INSENSIBILIDADE EM RELAÇÃO À FÉ De acordo com o senso comum, não há dúvidas de que servir em prol do bem-estar social e fazer feliz o próximo são boas ações. Por conseguinte, deveria ser próprio da natureza humana apoiá-las e ter vontade de Servir; entretanto, por incrível que pareça, freqüentemente vejo pessoas que agem friamente com referência a essa questão. Parece que não se interessam por aquilo que não lhes diz respeito, nem pelo bem da sociedade. Para elas, estas coisas só as fazem perder tempo; em tudo, o que importa mesmo são elas próprias; se tiverem lucros, está ótimo. Acham que agir assim é que é ser inteligente, pois, de outro modo, é impossível ganhar dinheiro ou subir na vida. De fato, o mundo é engraçado, porque pessoas desse tipo é que são tidas como espertas. Criaturas assim pensam de forma calculada e materialista quando deparam com qualquer sofrimento. No caso de ficarem doentes, por exemplo, basta-lhes consultar um médico; em assuntos complicados, basta-lhes pedir ajuda à Lei; a quem não lhes obedece, bastam carões ou castigos. Dessa forma, simplesmente acomodam os problemas. Como acham que, se estiverem bem, não importa como estejam os outros, procuram comodidade apenas para si. Ora, por não pensarem também no próximo, não são merecedores de estima nem de consideração. Os que se juntam à sua volta são interesseiros, e por isso, quando a situação
  • 17. começa a piorar, todos se afastam. É natural que, justamente para tais pessoas, problemas e sofrimentos sejam uma constante. Quando tudo principia a correr mal e fracassar, elas se afobam, tentando recuperar-se com suas próprias forças; forçam a situação que já estava forçada e, assim, acabam num estado calamitoso, nunca mais voltando ao que eram antes. Exemplos como esses são muito freqüentes na sociedade. Obviamente, pessoas desse tipo não querem nem ouvir falar em Fé. Acham que Deus não existe, que tudo não passa de superstição, ou que Deus existe dentro de cada um. Além de se jactarem de também serem deuses, dizem que gastar tempo e dinheiro com semelhantes coisas é a maior tolice que existe. Acham que a Fé não passa de consolo mental para covardes ou passatempo de quem não tem nada a fazer. Consideramos tais pessoas insensíveis em relação à Fé. 8 de abril de 1950 FÉ “SHOJO” Falando sobre Religião, ouço muitas críticas a respeito dos líderes religiosos. Dizem que eles deveriam viver com mais sobriedade, comer, beber e morar pobremente, assim como andar de trem, de ônibus ou até mesmo a pé. É fato que, antigamente, para fazerem suas pregações, os fundadores de religiões calçavam sandálias de palha e usavam panos enrolados nas pernas, como se fossem polainas, a fim de facilitar-lhes as longas caminhadas. Às vezes, retiravam-se para as montanhas, faziam jejuns, tomavam banhos de cascata, experimentavam todos os tipos de sofrimentos e sacrifícios; outras vezes, eram jogados na prisão, ou exilados em ilhas longínquas. Ainda hoje sentimos tristeza ao pensar nos sofrimentos que eles tiveram que passar. Entretanto, apesar de tantos sacrifícios, só conseguiram estender suas doutrinas a um território restrito; para que elas se expandissem mais amplamente, foram necessárias dezenas de gerações. Comparadas aos dias atuais, as condições precárias a que esses pregadores tiveram de se sujeitar a vida inteira vão muito além de nossa imaginação. A lembrança das práticas religiosas a que nos referimos permanece gravada na mente das pessoas, e por isso é natural que elas tenham uma visão errada sobre as religiões novas. As religiões caracterizadas por tais práticas particularizam-se pela fé “Shojo”, que é anterior ao nascimento de Sakyamuni e tem sua origem no bramanismo da Índia. Seus ensinamentos valorizam, principalmente, a Iluminação através da ascese. Segundo dizem, ainda hoje existe, naquele país, um pequeno número de bramanistas que conseguem fazer milagres graças a um enorme esforço espiritual. O jejum praticado pelo famoso Mahatma Gandhi talvez fosse uma decorrência do fato de ele ter professado o bramanismo quando jovem. Há uma história interessante sobre a origem dos oitenta e quatro mil sutras budistas divulgados por Sakyamuni. Naquele tempo, o bramanismo estava em grande expansão na Índia, e acreditava-se que a Iluminação só podia ser alcançada por meio da ascese, considerada o verdadeiro caminho da Fé. Vendo a expressão das esculturas e pinturas representativas de ascetas brâmanes existentes em diversos locais do Japão, podemos imaginar a situação deles naquela época. Não suportando semelhante estado de coisas, Sakyamuni, com sua grande misericórdia,
  • 18. descobriu uma forma para as pessoas obterem a Iluminação sem precisar recorrer às práticas ascéticas: os sutras budistas. Segundo ele, a simples leitura desses textos seria bastante. Obviamente o povo se alegrou com isso e passou a considerá-lo o mais respeitável e benéfico de todos os santos. Foi assim que o budismo se espalhou por toda a Índia. Podemos mesmo dizer que essa foi a maior realização de Sakyamuni entre as suas atividades de salvação. Diante do exposto, é fácil entender quão erradas estão as práticas ascéticas da fé “Shojo”, que contrariam a vontade e a grande misericórdia de Sakyamuni, aproximando-se do bramanismo, o qual foi alvo de sua atividade salvadora. Creio que, do Paraíso, ele estará lamentando essa situação. Assim, podemos concluir que a fé “Shojo”, além de errada, é inadequada ao nosso tempo. Por outro lado, no que se refere à difusão religiosa, observamos que aquilo que antigamente se levava dez anos para conseguir, hoje pode ser feito apenas em um dia, graças ao progresso tecnológico da imprensa e dos meios de transporte. O correto, por conseguinte, é nos adequarmos à época em que vivemos, utilizando-nos de todos os recursos que a civilização moderna nos oferece. Se a religião se basear unicamente nos métodos antigos, obviamente não conseguirá atingir seus verdadeiros objetivos. Isso se evidencia na tendência que as religiões tradicionais têm de se afastar da época atual. Quando as pessoas de fé “Shojo” vêem as atividades religiosas que estamos realizando, limitam-se a ficar admiradas e não tentam sequer compreender aquilo que verdadeiramente objetivamos. Se elas se restringissem a isso, não haveria nada de mau; algumas, porém, começam a espalhar boatos contra nós, dizendo que levamos vida de nababos. Entretanto, nós dependemos apenas das contribuições dos fiéis; não temos necessidade de dinheiro. Se dermos atenção aos comentários, deixaremos que essas contribuições em gêneros alimentícios, feitas com tanto sacrifício, apodreçam, obrigando-nos a jogá-las fora. Por outro lado, não podemos vendê-las nem devolvê-las. Da mesma forma, não poderíamos deixar de utilizar as casas que nos são oferecidas de boa vontade pelos fiéis. Ao invés de dar ouvidos a comentários, devemos atentar para o grande trabalho que essas doações nos estão possibilitando realizar: a salvação da humanidade. Diante disso, poder-se-á entender o quanto é errado o pensamento “Shojo”. Como o ideal de nossa Igreja é construir um mundo sem doença, pobreza e conflito, as pessoas que nela ingressam adquirem uma vida alegre e saudável, cheia de harmonia e prosperidade. Todavia, para os que vivem no lamentável inferno da sociedade atual, isso é algo inconcebível. Além de negarem a concretização desse ideal, eles pensam, naturalmente, que tudo não passa de uma boa isca para iludir o povo. Pode ser também que, para essas pessoas, o protótipo do Paraíso Terrestre que estamos construindo sejam meros palacetes luxuosos. O nosso objetivo, no entanto, é cultivar os nobres sentimentos dos homens, possibilitando-lhes oportunidade para se distanciarem, de vez em quando, da sociedade infernal de hoje em dia e visitarem terras paradisíacas, que os envolvam nos ares celestiais de Verdade, Bem e Belo, fazendo-os sentir-se no estado de suprema alegria. Assim, evidencia-se a grande necessidade da construção do protótipo do Paraíso Terrestre para o homem contemporâneo. Se a sociedade continuar como está, crescerá cada vez mais o número de pessoas de baixo nível, de jovens degradados, e não haverá um lugar sequer que não seja um viveiro para a maldade social. Por isso podemos afirmar que o único “oásis” do mundo hodierno é este protótipo do Paraíso Terrestre. Se as pessoas compreenderem realmente a grandiosidade
  • 19. do nosso sublime projeto, ao invés de nos censurarem, o que elas deverão fazer é manifestar- se seu inteiro apoio. Ainda tenho algo importante a dizer. Os japoneses, por causa das invasões bélicas que empreenderam há algum tempo, foram tão mal interpretados que perderam a confiança do mundo. Sentimos que é preciso recuperar, o mais breve possível, essa confiança. Justamente por esse motivo é que o protótipo do Paraíso Terrestre constitui um patrimônio importantíssimo, para mostrar não só a beleza natural do nosso país, como também o indiscutível pendor artístico dos japoneses. Doravante, surge uma grande oportunidade para que os turistas nos visitem cada vez mais e compreendam o nosso alto nível cultural, ao mesmo tempo que desfrutam o prazer da viagem. Fico na expectativa da grande admiração que o protótipo do Paraíso Terrestre despertará, quando ficar concluído. Com o que foi dito acima, fica explicado o que é fé “Shojo” e fé “Daijo”. 11 de março de 1950 RELIGIÃO E MILAGRE BENEFÍCIOS MATERIAIS Modéstia à parte, em nossa Igreja ocorrem maravilhosas Graças Divinas. Na antigüidade surgiram religiões magníficas, e até hoje isso vem acontecendo. Entre elas, as três mais importantes – o cristianismo, o islamismo e o budismo – e mais algumas já conquistaram suas respectivas posições. A maioria, porém, desde o início, sempre se ocupou unicamente da salvação espiritual. A Igreja Messiânica Mundial ainda tem pouco tempo de vida, e, comparada com outras, é uma religião pequena. Apesar disso, a rapidez de seu progresso pode ser considerada inédita e está sendo alvo de muita atenção, o que, às vezes, até se torna um problema. Mas isso é um fenômeno transitório, uma das inevitáveis experiências pelas quais temos de passar. É uma questão de tempo; naturalmente, virá o dia em que, por opinião imparcial, será reconhecido seu verdadeiro valor. Como todas as religiões, nossa Igreja tem seus ideais, seus princípios religiosos, e vem se esforçando para progredir. Vou mostrar os pontos em que ela difere das religiões tradicionais, pois, se não os conhecerem, não conseguirão compreendê-la verdadeiramente. A grande diferença é que nela ocorrem muitos benefícios materiais. Entretanto, as pessoas que se dizem entendidas no assunto acham que esse tipo de religião é de baixo nível e por isso não lhe dão atenção. Se pensarmos bem, encontraremos uma explicação para essa atitude. Atualmente, analisando as inúmeras religiões do Japão, constatamos que existem dois tipos: as que são populares e as que não o são. No primeiro caso, por exemplo, a fé está voltada para este ou aquele ídolo ou deus, e seus adeptos – as pessoas de baixo nível cultural, que nada entendem de teorias religiosas ou de Filosofia – têm um único objetivo: receber benefícios materiais. Ora, do ponto de vista dos intelectuais, isso é tolice e não merece a mínima atenção. Assim, eles concluem que a busca desses benefícios é própria da Fé de nível inferior. Por outro lado, valorizam as religiões que, não se importando com os benefícios
  • 20. materiais, colocam os princípios religiosos em termos didáticos, dotando-os de inteligentes razões. Se tais religiões tiverem uma longa tradição e durante esse tempo nela tiverem surgido grandes líderes ou sacerdotes de alta virtude, eles as valorizam ainda mais, considerando-as de alto nível. Em síntese, para os intelectuais o que vale é a força do nome e a tradição. A propósito disso, desejo expor minha sincera crítica. Dos dois tipos de Fé mencionados, o primeiro pode ser de baixo nível, mas a verdade é que ele está atingindo a massa popular mais do que podemos supor. Como as pessoas que o professam têm pouca cultura, não lhes interessam princípios nem teorias; elas vão de vez em quando à Igreja, fazem pedidos de graça, dão uma esmola e se satisfazem com isso. Trata-se de uma fé muito simples, mas é indiscutível que impressiona bem e contribui para mudar o sentimento de outras pessoas. Se essas religiões acreditam no invisível, é porque têm uma visão espiritualista; portanto, elas contribuem de alguma forma para o bem social, mais do que aquelas que estão baseadas num sólido materialismo. Seus seguidores cultivam o bom sentimento de pedir ajuda a Deus, por isso não haverá motivos para que cometam, inescrupulosamente, os crimes horríveis a que ficam sujeitos os materialistas. Quanto ao segundo tipo de fé, diferentemente do primeiro, é seguido por pessoas que, acreditando somente no que vêem, desprezam aqueles que crêem no invisível, considerando- os supersticiosos. Parece que, atualmente, a maioria pertence à classe dos intelectuais. Naturalmente, uma vez que são materialistas, eles acham que devem lidar com as religiões didaticamente; quando discutem sobre o assunto, não ficam satisfeitos se não o colocarem em termos lógicos e filosóficos. Por isso, a nosso ver, suas teses são superficiais, e as críticas que fazem à nossa Igreja não passam de comentários malévolos. Para fazer a verdadeira análise de uma religião, é preciso penetrar nela profundamente, procurando averiguar seu conteúdo com os olhos bem abertos. Deve-se analisá-la livre de conceitos pessoais. Originariamente, a natureza de uma religião não está na sua forma, mas no seu conteúdo. Portanto, é necessário que os intelectuais mudem bastante suas atitudes críticas. De acordo com o exposto acima, criticar nossa Igreja vendo apenas as aparências externas e classificá-la como religião vulgar por estar centralizada no recebimento de benefícios materiais, é uma grande leviandade ou descortesia. Enquanto se persistir nessa atitude, as críticas não terão nenhum sentido. Se fizerem uma profunda análise da Igreja Messiânica Mundial, compreenderão que ela não só é de caráter popular como teórico. Podemos dizer mesmo que é uma Ultra-Religião, inédita para a humanidade. E não é só isso. O que defendemos não se restringe apenas à Religião. Nosso objetivo é dar a mais alta diretriz ao campo da Medicina, da Agricultura, da Arte, da Educação, da Economia, da Política, enfim, a tudo quanto diz respeito ao homem. Em suma: queremos colocar a teoria em prática, de maneira que a Fé seja vivida no nosso dia-a-dia. 8 de novembro de 1950 MILAGRE E RELIGIÃO Seria desnecessário dizer que milagre é o acontecimento de algo considerado impossível, algo que, não coincidindo com a lógica e não se podendo medir com o senso comum, só podemos afirmar que é um mistério. Mas desde quando existe esse mistério chamado milagre? Temos registrados os milagres de Cristo, os quais são muito conhecidos e dispensam comentários; no Japão, evidenciaram-
  • 21. se, entre outros, o milagre acontecido a Nitiren e os realizados pelos fundadores das Igrejas Tenrikyo, Oomotokyo, Konkokyo e Hito-no-Miti (atualmente Igreja P.L.). Sabe-se que em vários outros lugares ocorreram pequenos milagres, mas o interessante é que nas mais antigas e abalizadas religiões eles quase não ocorrem. Enquanto seus fundadores estavam vivos, é possível que muitos milagres tenham sido realizados, porém, com o passar do tempo, eles se extinguiram por completo. Por esse motivo, em certas religiões tradicionais, as pessoas de posição elevada precisaram encontrar algo de valor que substituísse os milagres, pela necessidade de fazê-las sobreviver. Como resultado, apareceram as religiões filosóficas, as ciências religiosas, a Teologia e outras formas de estudos sistematizados. Obviamente, elas consideram que o ponto mais importante da Religião é a salvação do espírito, razão pela qual desprezam as graças materiais. Além disso, acrescentam as formalidades tradicionais de cada uma. Assim, vieram mantendo sua existência como organização religiosa. As pessoas conscientes e os povos civilizados não as aceitam, e, não encontrando uma Fé cujo teor os satisfaça, muitos se tornam incrédulos, como vemos atualmente. Torna-se claro, portanto, que a Fé ardentemente desejada pelas pessoas é, antes de mais nada, uma nova Fé, que se tenha despojado das velhas roupagens e cujos princípios sejam racionais e comprovados por provas autênticas. Existem, no momento, algumas religiões que estão se expandindo muito, como a Narita- no-Fudosson, Toyokawa, Fushimi-Inari, Kompira Gonguem e certas seitas da Religião Nitiren, as quais, indubitavelmente, de certa forma estão sendo úteis à sociedade. Entretanto, elas visam apenas os benefícios materiais, e seus níveis são tão baixos, que não exercem nenhuma atração sobre as pessoas de cultura elevada nem sobre a camada jovem. Em verdade, satisfazem apenas um número limitado de pessoas. De acordo com o que acabo de expor, podemos dizer que, atualmente, só há duas espécies de Fé no Japão: as religiões teóricas e as religiões práticas, ou seja, as que visam unicamente as graças. Essa é a situação inexpressiva do campo religioso japonês. Portanto, pensando naquilo que as circunstâncias atuais estão exigindo, concluímos que é necessário o aparecimento de uma religião nova e ideal. A peculiaridade da nossa Igreja é que, através de princípios religiosos, ela formula conceitos inéditos sobre a Teologia, a Ciência e a Filosofia, dando-lhes novas interpretações. Além disso, aponta os defeitos da cultura contemporânea, ensina como deve ser a nova cultura e indica o caminho para a criação da nova civilização mundial. Por conseguinte, podemos dizer que ela está acima da conceituação de uma simples religião. Uma vez ingressando na Fé Messiânica e analisando-a minuciosamente, a pessoa se surpreenderá com a veracidade do que acabamos de dizer. Tornando-se fiel, compreenderá, também, que uma das grandes características da nossa religião é a ocorrência de muitos milagres. Certamente a História das Religiões não registra nenhuma outra em que eles sejam tão numerosos. Milagre, como já dissemos, é benefício material, por isso não há dúvida de que conseguiremos atingir o nosso objetivo: construir um mundo absolutamente isento de doença, pobreza e conflito. Mas não basta lerem o que escrevi; antes de mais nada, é necessário conhecerem a Igreja Messiânica Mundial. 5 de março de 1952 RELIGIÃO É MILAGRE
  • 22. Várias heranças literárias provam que Religião e milagre são coisas inseparáveis. Religião sem milagre deixa de ser Religião. Isto porque o homem é totalmente incapaz de operar qualquer milagre, o qual é obra de Deus. Sendo assim, uma religião que não apresente milagres é como uma existência nula. Falta-lhe a essência, embora ostente aparência religiosa. A magnitude de uma religião é proporcional à ocorrência de milagres. Milagre, em outras palavras, significa o aparecimento de benefícios inesperados. Isso estimula e dá origem a um profundo sentimento religioso, que conduz o homem à Fé e salva-o da desgraça. Que religião podemos chamar de verdadeira a não ser essa? É desnecessário dizer que uma única prova vale por mil argumentos. Embora a situação que vivemos atualmente seja uma conseqüência da Segunda Grande Guerra, o aumento do mal social, principalmente os pensamentos insanos que infestam os jovens – verdadeiros sustentáculos do futuro – e o estado confuso em que estes se encontram, não deixam de representar uma realidade apavorante. A causa de tudo isso é a educação recebida pelos jovens, a qual os levou a aceitar o materialismo como norma de ouro. Enquanto os homens não despertarem desse engano, não haverá solução para o problema. Naturalmente, para combater os conceitos materialistas, é preciso despertar o homem para a Religião, começando por convencê-lo da existência de Deus. Nossa Igreja vem insistindo neste ponto, e o milagre é o único recurso para ela atingir seu propósito. Milagre é tornar possível aquilo que se considera impossível realizar pela ação do homem. Como ele mostra, na realidade, o que não se pode interpretar teoricamente, quaisquer dúvidas a respeito serão, logicamente, dissipadas de imediato. Assim, mesmo na exclusão do mal social ou na criação de países pacíficos, não se poderão obter resultados satisfatórios a não ser que se dê a exata consciência de Deus através do milagre, cultivando, dessa forma, a espiritualidade. Na história da humanidade, não se conhece nenhuma religião que tenha apresentado tantos milagres como a nossa. Neste sentido e nesta fase de grande transição que estamos atravessando, o objetivo da Igreja Messiânica Mundial é sacudir a alma do mundo, que está adormecida, despertando-a com o poderoso sopro do milagre. Deus, Todo-Poderoso, veio à Terra como Kanzeon-Bossatsu (encarnação da Misericórdia), conhecido também como Komyo-Nyorai (encarnação da Luz) e, após transformar-se em Oshim-Miroku (encarnação da Ação Livre e Desimpedida), está manifestando, pelas Divinas Mãos do Messias, os mais variados e incontáveis milagres, utilizando livremente a sagrada energia vital. Dessa forma, através da Igreja Messiânica Mundial, Deus está realizando a grandiosa obra da salvação do mundo. 11 de junho de 1949 RELIGIÃO É MILAGRE Desde tempos remotos costuma-se dizer que os milagres são inerentes à Religião, o que realmente é verdade. Modéstia à parte, nunca houve religião que evidenciasse tantos milagres como a Igreja Messiânica Mundial. Em poucas palavras, direi que isso ocorre porque ela é dirigida pelo Supremo Deus.
  • 23. Pensando que todas as divindades são iguais, as pessoas geralmente tendem a cultuá-las da mesma forma. Entretanto, precisamos saber que até entre as divindades existe hierarquia: superior, média e inferior. Em ordem decrescente, essa hierarquia, iniciando pelo Altíssimo, vai até Ubussunagami, Tengu, Ryujin, Inari e outros. Gostaria de falar detalhadamente sobre todas essas classes, mas assim eu estaria desvelando divindades de outras religiões. Portanto, por uma questão de respeito, não o farei. Desejo apenas mostrar, através de um fato, quão elevado é o deus que dirige a Igreja Messiânica Mundial. Nem preciso falar sobre a maravilha que é o Johrei, pois, com o passar do tempo, na medida que vai se tornando conhecido, ele está constituindo o elemento mais eficiente para a expansão da nossa Igreja. Aliás, sobre a solução de doenças através do Johrei, devo esclarecer que, mesmo a pessoa duvidando e recebendo-o apenas a título de experiência, ou achando impossível obter a cura por meio de “uma tolice dessas”, a graça será alcançada da mesma forma, e rapidamente, o que muitos acham um mistério. Até o presente acreditava-se imprescindível a pessoa ter fé para ficar curada de uma doença. Era corrente este pensamento: “Acredite; você não pode duvidar.” Assim, é natural que, condicionadas a essa idéia fixa, as pessoas estranhem o que acabo de dizer. Vou explicar a razão. Primeiramente, crer na validade de algo sem ter nada que a comprove é enganar a si próprio, pois ninguém pode acreditar numa coisa antes de ter provas. Assim, é óbvio que aquele pensamento está errado. Empregar todos os esforços para crer porque nos foi dito para crer, produz algum efeito, pois isso é melhor do que duvidar. Tal efeito, porém, não provém de Deus, como muitos pensam, mas da própria força de cada um. Mas por que motivo um pensamento tão errado vinha sendo aceito como a coisa mais natural? É que, até agora, ignorando que a divindade à qual se dirigiam não tinha poder suficiente, as pessoas tentavam suprir essa deficiência com a força humana. Nesse sentido, em nossa Igreja, as pessoas melhoram mesmo que duvidem. Isso acontece por conta da grande força de Deus não sendo necessário, portanto, acrescentar a força humana. Logo, se uma divindade não tem poder para curar uma doença, é porque seu nível é inferior. Muitas vezes, quando as graças não ocorrem do modo desejado, o ministro ou o orientador dão desculpa de que a pessoa tem pouca fé. Parece-me que eles acham que a graça é conseguida com o esforço do homem, ao invés de ser concedida por Deus. Na verdade, Deus é infinitamente piedoso; por isso, mesmo que façamos apenas um pedido, infalivelmente Ele nos atenderá. Quando o homem emprega demasiado esforço para alcançar uma graça e ultrapassa os limites, Deus não fica satisfeito, se é que se trata do Verdadeiro Deus. Principalmente fazer penitências, jejuns e abstenções são atitudes que estão em desacordo com a Vontade de Deus, pois Seu grande amor vê com tristeza o sofrimento humano. Pensemos bem. Nós, seres humanos, somos filhos de Deus. Como nosso pai, não há razão para Ele se alegrar com o nosso sofrimento. Ainda que a pessoa tenha conseguido receber uma graça através de penitência, quem a concedeu não foi Deus, mas algum espírito pertencente à falange dos demônios. Graças desse tipo são efêmeras, não duram muito tempo. As graças concedidas por Deus são diferentes. À medida que nos dedicamos à Fé, nossos infortúnios irão diminuindo gradativamente, atingiremos um estado espiritual de paz e segurança e seremos felizes.
  • 24. Em síntese: trata-se de religião de baixo nível aquela em que a pessoa, embora não creia, esforça-se para crer, com o objetivo de alcançar graças; trata-se de religião de nível superior aquela em que Deus concede a graça mesmo que a pessoa duvide ou não acredite. 11 de abril de 1951 ANÁLISE DO MILAGRE Em poucas palavras, chama-se milagre a realização daquilo que achamos impossível, mas, na verdade, nada acontece por acaso. Quem pensa de forma diferente, está redondamente enganado. Parece um tanto complicado, contudo vou mostrar por que estou fazendo essa afirmativa. A idéia preconcebida de que determinada coisa nunca poderá acontecer, já constitui um erro, pois leva em consideração apenas aquilo que se manifesta exteriormente, isto é, as aparências. Como até agora o pensamento da maioria dos homens baseava-se em conceitos materialistas, se às vezes sucede algo diferente, eles pensam que se trata de milagre. Por exemplo: uma criança cair de um penhasco e não sofrer nada; um carro bater numa bicicleta e não haver ferimentos nem prejuízos; uma pessoa se salvar por ter se atrasado e perdido um trem que depois descarrilhou, virou ou colidiu com outro; um ladrão que estava entrando numa casa fugir, pela ministração do Johrei; uma pessoa recuperar o que lhe foi roubado; um incêndio que havia se alastrado até à casa do vizinho ser desviado, devido à repentina mudança de direção do vento, por efeito do Johrei. Com os fiéis da nossa Igreja ocorrem constantemente grandes e pequenos milagres, isto é, fatos fora do comum. E por que motivo eles ocorrem? Onde está a causa? Creio que todos querem sabê-lo. É claro que a verdadeira razão do milagre está no Mundo Espiritual. Entretanto, há milagres decorrentes da força pessoal de cada um e outros decorrentes da força de terceiros. Inicialmente falarei sobre o primeiro tipo. O homem possui aquilo a que chamamos aura, que é como se fosse a vestimenta do espírito. Ela tem o formato do corpo, que parece coberto por uma espécie de névoa branca, e não é visível às pessoas de sensibilidade comum. Sua largura é variável, e isso se deve ao grau de pureza do espírito; quanto mais puro ele for, mais larga é a aura. Nas pessoas comuns, ela varia de três a seis centímetros; a dos virtuosos tem de sessenta a noventa centímetros; nos salvadores da humanidade, ela é infinita. Ao contrário, se o corpo e o espírito são impuros, a aura é estreita e tênue. Em caso de desastre, por exemplo, na hora exata em que um carro – que também possui espírito – vai bater numa pessoa, não conseguirá atingi-la se for alguém de aura larga. Ela se salva, porque é afastada para o lado. Pessoas assim, quando caem de um local alto, mesmo indo de encontro ao espírito da terra ou de uma pedra, não se machucam, apenas batem de leve. As casas também possuem espírito, de modo que, se o dono for virtuoso, a aura da casa será larga; no caso de incêndio, o espírito do fogo não a atinge, pois é barrado pela aura. Por isso, na ocasião do grande incêndio de Atami, a sede provisória da nossa Igreja foi milagrosamente poupada. Se ocorre o contrário – o que é difícil – é porque há necessidade de queimar impurezas; por conseguinte, o fato obedece ao Plano de Deus.
  • 25. Vejamos, a seguir, os milagres decorrentes da força de terceiros. O homem tem três espíritos: o Primordial, o Guardião e o Secundário. Vou me abster de maiores explicações sobre a relação existente entre eles, pois já falei sobre isso em outras oportunidades. O Espírito Guardião é escolhido entre os ancestrais; ele salva seu protegido no caso de um perigo, ou lhe faz avisos importantes através de sonhos. Quando se trata de pessoa que tem missões especiais, há casos em que uma divindade vem em seu socorro (em geral, o padroeiro do local onde a pessoa nasceu). Por exemplo, se um trem está prestes a colidir com outro, como essa divindade tem conhecimento do fato, pode fazer parar o espírito do trem instantaneamente. Mesmo que o fato esteja ocorrendo a milhares de quilômetros, ela chega ao local numa rapidez extraordinária. Como vemos, o milagre não ocorre absolutamente por coincidência ou por acaso; há sempre uma razão. Se compreenderem isso, verão que ele não tem nada de sobrenatural. Para mim, o natural é haver milagres; se não houver é que eu acho estranho. Às vezes, quando me encontro diante de um problema difícil, cuja solução está demorando, começo a esperar que repentinamente aconteça um milagre, e geralmente ele acontece, solucionando o problema. Isso é muito freqüente. Creio que aqueles que têm fé profunda e acumularam virtudes, já passaram por muitas experiências nesse sentido. Portanto, se o homem pensar e praticar o bem, acumular virtudes e fizer esforços para tornar mais larga sua aura, jamais lhe acontecerão desgraças inesperadas. Em nosso contacto com as pessoas, quanto mais espessa for sua aura, mais calor sentiremos, surgindo, daí, grandes afeições. Tais pessoas sempre cativam outras, que se reúnem à sua volta em grande número, e assim elas terão êxito e progresso no trabalho. 5 de junho de 1951 PREFÁCIO PREFÁCIO DO LIVRO “O MUNDO ESPIRITUAL” Neste volume estão coligidos os Ensinamentos que escrevi sobre os fenômenos do Mundo Espiritual, como resultado de estudos e pesquisas efetuados durante mais de vinte anos. Não há fantasia nem exagero em minhas palavras. Dizem que a cultura humana progrediu muito, mas o que houve foi apenas progresso da parte material; a parte espiritual, lamentavelmente, progrediu muito pouco. E o que é progresso da cultura? Em verdade, progresso da cultura significa o desenvolvimento paralelo do concreto e do abstrato. Apesar do propalado avanço cultural, o homem até hoje não conseguiu alcançar a felicidade, e a razão principal é que o progresso se efetuou num único sentido. Em outras palavras, porque a cultura material se desenvolveu muito, mas a cultura espiritual não acompanhou esse desenvolvimento. Diante disso, eu desejo despertar a humanidade imprimindo um extraordinário progresso à cultura espiritual. Visto que os fenômenos espirituais, em decorrência de sua própria natureza, não podem ser percebidos pelos cinco sentidos do homem, torna-se muito difícil
  • 26. apreendê-los. Mesmo assim, como não vou evidenciar o que não existe, e sim mostrar o que de fato existe, tenho absoluta certeza de que esse objetivo será alcançado. Crendo nos fenômenos espirituais, torna-se claro que poderemos apreender a causa fundamental da verdadeira felicidade. Em outras palavras, para se obter a perfeita paz de espírito, é necessário profundo conhecimento de tais fenômenos, seja qual for a Fé que se professe. O homem não pode evitar a morte, mas conhece muito pouco sobre a vida após a morte. Meditemos. Embora possa viver muito tempo, geralmente o homem não passa dos setenta ou oitenta anos. Se isso representa o fim de tudo, a vida não é realmente vã? Caso ele pense assim, é porque desconhece totalmente que, após a morte, existe a vida no Mundo Espiritual. Suponhamos, entretanto, que o homem chegue a adquirir profundo conhecimento a esse respeito: viveria uma vida feliz neste mundo e também depois de morrer. Existe, portanto, a possibilidade de ele se tornar eternamente venturoso. É pelos motivos acima expostos que escrevi o presente volume. 25 de agosto de 1949 A NATUREZA E O MUNDO ESPIRITUAL O PODER DA NATUREZA Segundo meus estudos, a Grande Natureza, isto é, o mundo em que respiramos e vivemos, está constituída de três elementos – o Fogo, a Água e o Solo – conforme já explanei em outra oportunidade. Atualmente, a Ciência e o homem, pelos seus cincos sentidos, têm conhecimento do eletromagnetismo, do ar, da matéria, dos elementos, etc., mas o meu propósito é falar sobre a energia espiritual, que a Ciência e os cinco sentidos do homem ignoram. A expressão “energia espiritual” ou “espírito” tem sido usada até hoje circunscrita à Religião ou à Metafísica. Por isso, na maioria das vezes, é associada à superstição. A tendência é considerar intelectual aquele que nega a existência do espírito, mas como estão enganados os que pensam assim... A essência daquilo a que dou o nome de espírito é a fonte do grandioso poder que dirige tudo que existe neste Universo e do qual dependem o nascimento, o crescimento, o movimento e a transformação de todas as coisas. Chamo-o de Poder Invisível. Sendo assim, daqui por diante chamarei o mundo conhecido simplesmente de Mundo Material, e o desconhecido, de Mundo Espiritual. Como lei fundamental de tudo que existe, todos os fenômenos ocorridos no Mundo Material são projeções daquilo que já foi gerado e acionado no Mundo Espiritual. Isso pode ser exemplificado pelos movimentos das mãos ou das pernas, os quais são precedidos pela nossa vontade. Até agora, contudo, os estudiosos têm procurado soluções analisando apenas os fenômenos do Mundo Material, e é por essa razão que embora se diga que houve
  • 27. progresso na cultura, ele não trouxe bem-estar à humanidade. Portanto, para resolver qualquer problema, é necessário solucioná-lo primeiro no Mundo Espiritual; inclusive as doenças, cujo verdadeiro método de tratamento consiste em tratar o espírito por processos espirituais. Mesmo nos seres vivos, o corpo espiritual está subordinado ao Mundo Espiritual, e o corpo físico, logicamente, ao Mundo Material. A doença, como já tenho explicado, é a eliminação de toxinas acumuladas, ou melhor, o processo de dissolução das toxinas solidificadas. Relacionando matéria e espírito, a acumulação de toxinas numa determinada região representa a existência de máculas na correspondente região do corpo espiritual, e o processo de dissolução significa a eliminação das máculas. Por conseguinte, todo e qualquer tratamento que se proponha a curar apenas o corpo físico é método contrário, não levando à verdadeira solução da doença. Se o método fundamental para a erradicação das doenças é a eliminação das máculas do corpo espiritual, qual é o poder que dissipará essas máculas? É a Luz emanada de Deus e irradiada através do corpo humano. A profunda compreensão desse princípio só se tornará possível através da prática do Johrei por vários anos. No momento, creio que os leitores poderão obter apenas uma noção geral; por isso, peço-lhes que leiam com esse espírito. Antes de explicar o que é o corpo espiritual do homem, torna-se necessário explicar o que é a morte. Quando o corpo material fica imprestável, por velhice, doença, ferimento, perda de sangue, etc., o corpo espiritual e o corpo material se separam. A esta separação é que chamamos morte. Ela ocorre quando o corpo espiritual se liberta do corpo material. O primeiro regressa ao Mundo Espiritual e, passado algum tempo, reencarna; o segundo, como todos sabem, apodrece e retorna à terra. Pelo exposto, compreende-se que o corpo espiritual tem vida infinita, e o corpo material, vida finita, existência secundária. Conseqüentemente, quando se trata de questões relativas ao homem, o verdadeiro alvo é o corpo espiritual. Na ciência contemporânea, está se tornando conhecida a existência de uma espécie de radioatividade em todos os seres, inclusive nos minerais e nos vegetais. Meus estudos revelaram que a radioatividade do corpo humano é de qualidade superior. É como se falava nos velhos tempos: “Espiritualmente, o homem é superior a todos os outros seres.” Quanto mais elevado o espírito, maior é o seu grau de rarefação (pureza), e, quanto mais aumenta o grau de rarefação, mais difícil se torna detectá-lo através de instrumentos. Portanto, opondo-se aos conceitos materialistas, é muito mais fácil captar a presença de espíritos de níveis inferiores, assim como acontece com o rádio, entre os minerais, e a fosforescência, em alguns vegetais. Todavia, é importante compreendermos este princípio: quanto mais rarefeito (puro) é o espírito, maior é o seu poder de atuação. A irradiação do corpo humano é a mais poderosa, mas a grande diferença que há de umas para outras pessoas, está além da imaginação. Quanto mais poderosa for essa irradiação, maior será a atuação do Johrei. Assim, para irradiá-la com maior potência, concentrei-a numa parte do corpo, alcançando, com isso, pleno sucesso na eliminação das máculas. Consegui, também, aumentar ainda mais a força da irradiação que cada um possui, através de um método todo peculiar. Aplicando esses dois métodos, conhecendo o seu princípio e somando experiências, consegue-se manifestar um poder extraordinário. 5 de fevereiro de 1947 OS ELEMENTOS FOGO, ÁGUA E SOLO
  • 28. Tudo que existe, é composto de três elementos básicos. O nascimento e o desenvolvimento de todas as coisas dependem da energia destes três elementos: o Sol, a Lua e a Terra. O Sol é a origem do elemento Fogo; a Lua, a origem do elemento Água; a Terra, a origem do elemento Solo. As energias do Fogo, da Água e do Solo movem-se, cruzam-se e fundem-se em sentido vertical e horizontal. Verticalmente, significa que do Céu à Terra há três níveis: o Sol, a Lua e a Terra. Isso pode ser claramente observado por ocasião de um eclipse solar. O Céu é o Mundo do Fogo, centralizado no Sol; o espaço intermediário é o Mundo da Água, centralizado na Lua; a Terra é o Mundo do Solo, centralizado no Globo Terrestre. Horizontalmente, significa a própria realidade em que nós, seres humanos, estamos vivendo na face da Terra, ou melhor, o Mundo Material, constituído do espaço e da matéria. A existência da matéria é perceptível por meio dos cinco sentidos do homem, mas por algum tempo o espaço foi considerado vazio. Com a evolução da cultura, nele se descobriu a existência do meio-matéria (digo provisoriamente meio-matéria) conhecido como ar. Entretanto, nesse espaço em que até há pouco se pensava existir apenas o ar, identifiquei a existência de mais um elemento – denominei-o de “espírito”. Algumas religiões falam sobre o Mundo Espiritual, sobre espírito dos vivos, sobre espírito dos mortos, sobre encostos, etc. Ascetas e médiuns também falam a respeito dos espíritos. Com a evolução da Ciência Espiritual nos Estados Unidos e na Europa, as pesquisas sobre o assunto estão em franco desenvolvimento, e até certo ponto podemos crer nas explanações de obras como “Raymond”, da autoria de Sir Oliver Joseph Lodge (1851- 1940), e “Exploration in the Spiritual World”, do Dr. Ward. Mas o objetivo do meu estudo situa-se num campo completamente diverso. Por princípio, o elemento da matéria é o Solo. Qualquer pessoa sabe que toda matéria surge do Solo e retorna ao Solo. O elemento Água, que é meio-matéria, procede da Lua e está contido no ar. O espírito, entretanto, não é matéria nem meio-matéria; irradiado do Sol, é imaterial, e por esse motivo sua existência até hoje não foi comprovada. Resumindo: o Solo é matéria; a Água é meio-matéria; o Fogo é imaterial. Da união desses três elementos surge a energia. Cientificamente, quer dizer que os três, como partículas atômicas infinitesimais, tão pequeninas que estão além da imaginação, fundem-se e agem conjuntamente. Eis a realidade do Universo. Portanto, a existência da umidade e a temperatura adequada para a sobrevivência das criaturas no espaço em que respiramos, são decorrentes da fusão e harmonização do elemento Fogo e do elemento Água. Se o elemento Fogo se reduzir a zero, restando apenas o elemento Água, o Universo ficará congelado instantaneamente. Ao contrário, se restar apenas o elemento Fogo, e o elemento Água se reduzir a zero, haverá uma explosão e tudo se anulará. Os elementos Fogo e Água unem-se com o elemento Solo, e dessa união produz-se a energia que dá existência a todas as coisas. Por essa razão, o fogo, pela sua natureza, arde em sentido vertical, e a água corre em sentido horizontal; o fogo arde pela ação da água e a água se move pela ação do fogo. Desde a antigüidade o homem é considerado um pequeno universo, porque o princípio acima se aplica ao corpo humano. Isto é, o Fogo, a Água e o Solo correspondem, respectivamente, ao coração, ao pulmão e ao estômago. O estômago digere o que é produzido pelo Solo; o pulmão absorve o elemento Água; o coração, o elemento Fogo. Sendo assim, podemos compreender por que esses órgãos desempenham papel tão importante na constituição do corpo humano. Entretanto, até hoje o coração é visto apenas como órgão
  • 29. bombeador do sangue, o qual, cheio de impurezas, é levado ao pulmão para ser purificado pelo oxigênio. Assim, ele é tido unicamente como órgão do sistema circulatório, pois se desconhece por completo a existência do elemento Fogo. Como dissemos, o estômago digere o alimento, ou melhor, o elemento Solo ingerido pela boca; o pulmão aspira o elemento Água pela respiração; e o coração absorve o elemento Fogo pelas contrações cardíacas. Portanto, a febre que sobrevém quando se adoece, tem por finalidade dissolver as toxinas solidificadas na parte enferma, e o calor necessário ao corpo, isto é, o elemento Fogo, é absorvido do Mundo Espiritual pelo coração. Isso quer dizer que as contrações cardíacas são movimentos bombeadores por meio dos quais esse elemento é retirado do Mundo Espiritual. O aumento das contrações cardíacas, ou melhor, da pulsação, antes de surgir a febre, deve-se à aceleração da aspiração do elemento Fogo. Os calafrios que se têm na ocasião são motivados pelo desvio de calor necessário ao processo de purificação, e assim, provisoriamente, diminui-se a quantidade de calor que mantinha a temperatura do corpo. A diminuição da febre significa o fim do processo de dissolução das toxinas. Sendo assim, a temperatura do corpo é resultante da aspiração incessante do elemento Fogo do Mundo Espiritual, por meio do coração. Também o pulmão absorve incessantemente, através da respiração, o elemento Água do mundo atmosférico, e por essa razão, além do volume de líquido ingerido pela boca, a água existente no corpo humano também é absorvida, em grande parte, por intermédio dos pulmões. É graças a esse processo que, tão logo a pessoa falece, imediatamente sua temperatura cai, o corpo fica gelado e perde a umidade, o sangue coagula e o cadáver começa a secar. Explicando melhor, com a morte o espírito separa-se do corpo carnal e entra no Mundo Espiritual. Como desaparece o espírito, que é o elemento Fogo, a parte líquida solidifica-se. Em outras palavras, o espírito retorna ao Mundo Espiritual; a parte líquida, ao mundo atmosférico, e o corpo carnal, ao solo. 5 de outubro de 1943 MUNDO ESPIRITUAL O MUNDO DESCONHECIDO Vivemos e respiramos no Mundo Material, o Mundo Temporal, mas, com a morte, tornamo-nos habitantes do Mundo Espiritual, o Mundo Desconhecido, isto é, o Mundo Intemporal. O Mundo Espiritual é invisível, impalpável. Não sendo perceptível pelos sentidos, torna- se difícil crer na sua existência apenas por meio de palavras, através de uma simples explicação. Entretanto, visto que se trata de uma realidade e não de um vazio, seria impossível ele não se manifestar por algum fenômeno, sob qualquer forma. Com efeito, os fenômenos espirituais – grandes, médios ou pequenos – apresentam-se em todos os aspectos da vida humana, nos seus mínimos detalhes e em todos os locais do mundo. Só que o homem não os percebe. Essa falta de percepção é causada pelo desinteresse da educação da cultura tradicional em relação ao espírito, em decorrência da fase noturna que o mundo atravessava. No escuro da noite, com a luz da Lua, só se consegue enxergar
  • 30. escassamente, mas de dia, com a luz do Sol, é possível distinguir claramente todas as coisas, de forma global e instantânea. Num futuro bem próximo, o Mundo Conhecido, que era regido pela Lua, será o mundo regido pelo Sol, isto é, o mundo sob a Grande Luz. Como resultado dessa mudança de regência, serão revelados todos os segredos, falsidades e erros. 5 de fevereiro de 1947 A EXISTÊNCIA DO MUNDO ESPIRITUAL Em primeiro lugar, é preciso entender a finalidade do nascimento do homem. Deus criou o homem para construir o Mundo Ideal, que é o objetivo do Seu governo na Terra, concedendo-lhe missões específicas e utilizando-o conforme Sua vontade. A evolução da era primitiva para a brilhante era cultural de hoje e também o desenvolvimento da inteligência humana até chegar ao estágio atual, foram dirigidos exclusivamente para esse fim. Não só o homem – criatura de nível mais elevado – mas todas as outras criaturas, inclusive os vegetais e minerais, enfim tudo aquilo que tem forma, está constituído de dois elementos fundamentais: espírito e corpo. Havendo separação desses elementos, o ser deixa de existir, seja ele qual for. Mas pretendo falar apenas sobre o homem. Quando o corpo carnal se torna inútil, por velhice, doença, perda de sangue, etc., o espírito o abandona e dirige-se ao Mundo Espiritual, onde passa a viver. Esse fenômeno é idêntico no mundo inteiro, seja qual for a raça. Há muitas obras de autores famosos tratando do assunto, entre elas a que se intitula “Raymond”, da autoria de Sir Oliver Lodge (1851- 1940), editada na Inglaterra logo após a Primeira Guerra Mundial. Ele registra as mensagens que lhe foram enviadas do Mundo Espiritual por um filho seu que falecera na Bélgica, durante uma batalha daquela guerra. Na época, o livro foi lido por muitas pessoas de diversos países, surgindo daí inusitado movimento de pesquisa do Mundo Espiritual e também grandes médiuns. Também o famoso autor de “O Pássaro Azul”, o belga Maurice Maeterlinck (1862- 1949), tornou-se um estudioso dos fenômenos sobrenaturais após reconhecer a existência do espírito. Com a publicação, logo a seguir, do livro “Exploration in the Spiritual World”, do Dr. Ward, as pesquisas tomaram um impulso ainda mais extraordinário. Nesta obra ele descreve minuciosamente o Mundo Espiritual. Conta que, uma vez por semana, entra em estado de transe, sentado numa cadeira, e se transporta para lá. Nessas ocasiões, o espírito de um tio seu acompanha-o para mostrar-lhe todos os aspectos daquele mundo, orientando-o sobre a sua verdadeira natureza. Também os espíritos de seus amigos e conhecidos desempenham papel de instrutores, enriquecendo sobremaneira os conhecimentos que lhe são ministrados. Trata-se de uma obra muito interessante, que pode ser de grande validade para o conhecimento da vida no Mundo Espiritual, razão pela qual espero que os leitores a leiam. Inegavelmente há alguns aspectos diferentes entre o Mundo Espiritual do Ocidente e o do Japão. Pretendo posteriormente, através de diversos exemplos, explicar os fenômenos de um e de outro. Notícias procedentes da Inglaterra há mais de dez anos, dizem que surgiram naquele país centenas de sociedades de pesquisas psíquicas desenvolvendo intensas atividades, e que até foi fundada uma universidade para esse fim, mas eu gostaria de saber a situação presente, porque, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, não tive mais notícias a respeito. 25 de agosto de 1949
  • 31. A SITUAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO E O MUNDO ESPIRITUAL A situação do mundo contemporâneo apresenta-se realmente periclitante, talvez como jamais se tenha visto na História. O temor pela Terceira Guerra Mundial domina quase toda a humanidade. É um problema seriíssimo, pois o conflito envolveria todos os países, e não apenas os litigantes; seria inédita, portanto, a extensão da sua influência. Essa é a imagem do mundo atual, que se projeta à vista de qualquer um; todavia, se não conhecermos a verdade sobre o Mundo Espiritual, onde está a origem de tudo que acontece neste mundo, não poderemos descobrir a causa do problema. Só depois disso conseguiremos prever o futuro e ter tranqüilidade de espírito. É sobre esse tema que vou escrever agora. O Plano de Deus é construir o Paraíso Terrestre, e para isso era necessário que a cultura material progredisse até certo ponto. Com esse objetivo, Ele criou o bem e o mal, e foi pelo atrito entre ambos que alcançamos o extraordinário progresso material da atualidade e estamos agora a um passo do advento do Paraíso. Já expliquei isso muitas vezes, mas vou tornar a fazê-lo, caso contrário, as pessoas que nunca ouviram falar sobre o assunto teriam dificuldade de compreender aquilo que hoje pretendo expor. A luta entre os homens iniciou-se no Mundo Espiritual a partir do momento em que o ser humano foi criado. Os mais fortes queriam apoderar-se de todas as regiões conhecidas àquela época, governando-as conforme sua vontade. Para isso, recorriam à violência, sem distinguir o bem e o mal, tal como vemos presentemente. Assim, pouco a pouco, a inteligência do homem foi se desenvolvendo, e, paralelamente ao aumento da população, ampliou-se a escala da luta, tendo-se chegado, enfim, à situação atual. O plano de conquista da supremacia mundial foi elaborado há cerca de três mil anos, e seu chefe era um dragão possuidor de grande poder no Mundo Espiritual. Esse dragão incorporou numa divindade e, através dela, quis apoderar-se do mundo, tendo utilizado os métodos mais atrozes. Durante algum tempo a divindade se saiu bem, recorrendo a tudo para atingir seu objetivo, mas, quando já estava prestes a atingi-lo, falhou e recebeu severa punição de Deus. Arrependendo-se, voltou ao seu estado natural. A partir daí, o dragão passou a incorporar nas grandes personalidades de cada época, procurando despertar nelas a ambição de dominar o mundo. Fracassou sempre, mas não aprendeu, e até hoje está lutando tenazmente, com toda a força. Muitos homens considerados importantes estão nesse caso. A História nos mostra que, embora eles tivessem grandes poderes na época, acabaram tendo um triste fim. César, Napoleão, Guilherme II, Hitler e outros podem servir de exemplo. Creio que agora já podem ter mais ou menos uma idéia da origem da situação atual. Referindo-me a personagens como os que mencionamos acima, eu sempre digo que são chefes dos demolidores do mundo, pois até agora este não era verdadeiramente civilizado, ainda restando ao homem cerca de cinqüenta por cento de características selvagens. Espiritualmente falando, significa que o homem pecou muito e acumulou máculas; portanto, surge de vez em quando a necessidade de uma ação purificadora. Como para isso é preciso haver demolidores e também limpadores, compreendemos que o aparecimento deles sob