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ÍNDICE
INTRODUÇÃO
O que é a Igreja Messiânica Mundial.....................................................9
Doutrina da Igreja Messiânica Mundial...............................................10
Formação do mundo novo....................................................................11
O primeiro mundo................................................................................12
Capítulo 1
CARACTERÍSTICAS DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
O que é a verdadeira salvação.............................................................17
Características da salvação pela Igreja Messiânica Mundial..............18
Igreja abrangente..................................................................................20
Ultra-Religião..........................................................................................21
Religião ativa..........................................................................................23
Religião criadora de pessoas felizes....................................................26
Religião que revela Deus........................................................................29
Eliminação da tragédia.........................................................................30
A Luz de Deus e a doutrina..................................................................32
Capítulo 2
VERDADE
Concretização da Verdade.....................................................................37
Verdade, Bem e Belo.............................................................................39
Verdade e Pseudoverdade.....................................................................42
Eu escrevo a Verdade............................................................................44
A dialética da harmonia.......................................................................46
Capítulo 3
CRIAÇÃO DA CULTURA
Palestra ao público em Tóquio................................................................49
Daijo, Shojo, Izunome...........................................................................59
O Bem e o Mal são relativos..................................................................61
Criação da Cultura.................................................................................61
A transição da Velha Cultura para a Nova Cultura............................63
A construção do Paraíso e a eliminação do Mal.................................66
O Bem e o Mal.......................................................................................72
A época semicivilizada e semi-selvagem.............................................75
Era semicivilizada...................................................................................77
Materialismo e Espiritualismo...............................................................79
O materialismo cria o homem mau........................................................80
A Ciência cria as superstições...............................................................82
Inadequação do estudo.........................................................................84
A respeito do ateísmo.........................................................................88
A Cultura de “Su”..................................................................................90
Capítulo 4
TEMPO
O Juízo Final.........................................................................................95
Ciclos Cósmicos.....................................................................................98
A grande transição do mundo...............................................................99
Concretização da profecia do Reino dos Céus
– o Paraíso Terrestre.................................................................100
Capítulo 5
JOHREI
Transição da Noite para o Dia..............................................................105
Sou um cientista em Religião...............................................................109
O espírito precede a matéria...............................................................113
Medicina espiritual.............................................................................115
Princípio do Johrei.................................................................................117
A força absoluta...................................................................................124
Sermão, Johrei e felicidade................................................................127
O Johrei é tratamento científico (1).......................................................129
O Johrei é tratamento científico (2).......................................................131
Capítulo 6
O FUNDADOR MEISHU-SAMA
6.1 – Sua personalidade
Deus existe?........................................................................................137
O valor do homem reside no seu espírito de justiça.........................139
Está errado dizer que os honestos saem perdendo.............................141
Minha natureza..................................................................................144
Ostentação religiosa..............................................................................145
Minha maneira de pensar...................................................................147
6.2 – Sua força de Salvação
Eu e a Igreja Messiânica Mundial...........................................................150
Estado de união com Deus.................................................................156
Minha Luz............................................................................................157
Quem é o Salvador..................................................................................160
O Herói da Paz.....................................................................................161
O QUE É A IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
A Igreja Messiânica Mundial tem por finalidade construir o Paraíso Terrestre, criando e
difundindo uma civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o progresso material.
Não há dúvida de que “Paraíso Terrestre” é uma expressão que se refere ao mundo ideal,
onde não existe doença, pobreza nem conflito. O “Mundo de Miroku”, anunciado por Buda, a
chegada do “Reino dos Céus”, profetizada por Cristo, a “Agricultura Justa”, proclamada por
Nitiren, e o “Pavilhão da Doçura”, idealizado pela Igreja Tenrikyo, têm o mesmo significado.
A diferença é que não se fez indicação de tempo. Mas eu cheguei à conclusão de que o
momento se aproxima. E o que significa isto? É a hora da “Destruição da Lei”, prevista por
Buda, e do “Fim do Mundo” ou “Juízo Final”, profetizado por Cristo.
Seria uma felicidade se o Paraíso Terrestre pudesse ser estabelecido sem que isso
afetasse o homem. Antes, porém, é indispensável destruir o velho mundo a que pertencemos.
Para a construção do novo edifício, faz-se necessária a demolição do prédio velho e a limpeza
do terreno. Deus poupará o que for aproveitável – e a seleção será feita por Ele. Eis a razão
pela qual é importante que o homem se torne útil para o mundo vindouro.
Ultrapassar a grande fase de transição significa ser aprovado no exame divino, e a Fé é o
único caminho para obtermos aprovação. As qualificações para ultrapassar essa fase são as
seguintes:
a) tornar-se um homem verdadeiramente sadio, e não apenas na aparência;
b) um homem que se libertou do sofrimento da pobreza;
c) um homem que ama a paz e detesta o conflito.
Deus resguardará aqueles que tiverem essas três grandes qualificações e deles se
utilizará, como entes preciosos, no mundo que vai surgir. Certamente não há discordância
entre os desígnios de Deus e os ideais do ser humano. Portanto, haverá um caminho que
permita estabelecer as condições requeridas. Mas como poderemos obtê-las?
Nossa Igreja tem por objetivo orientar as pessoas e transmitir-lhes a Graça Divina,
possibilitando-lhes criar tais condições.
25 de janeiro de 1949
DOUTRINA DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
Nós, messiânicos, cremos em Deus, Criador do Universo. Cremos que, desde o início da
Criação, Deus objetivou estabelecer o Céu na Terra e tem atuado continuamente para a
concretização desse objetivo. Com tal propósito, fez do ser humano o Seu instrumento para
servir ao bem-estar da humanidade, condicionando a ele todas as demais criaturas e coisas.
Cremos, portanto, que a história humana do passado constitui estágios preparatórios, degraus
para se alcançar o Céu na Terra. Para cada época, Deus envia o Seu mensageiro e as religiões
necessárias, cada qual com sua missão.
Cremos que, no presente, quando o mundo vagueia em tão caótica situação, Deus enviou
o Mestre Meishu-Sama, fundador da Igreja Messiânica Mundial, com a suprema missão de
realizar o Seu sagrado objetivo de salvar toda a humanidade. Por conseguinte, visando à
concretização do Mundo Ideal, de eterna paz, perfeitamente consubstanciado na Verdade-
Bem-Belo, empenhamo-nos em fazer sempre o melhor, erradicando a doença, a pobreza e o
conflito, as três grandes desgraças que assolam este mundo.
11 de março de 1950
FORMAÇÃO DO MUNDO NOVO
Conforme venho esclarecendo, a nossa Igreja é uma religião que abarca todos os campos
da atividade humana e que poderia ser denominada Empresa Construtora do Novo Mundo.
Entretanto, como isso pareceria fachada de alguma construtora civil, o jeito é chamá-la, por
enquanto, Igreja Messiânica Mundial. O objetivo dessa organização religiosa é o progresso e
desenvolvimento da civilização conciliando a ciência material e a ciência espiritual.
Sabemos que o conhecimento científico caminha velozmente, ao passo que o espiritual,
baseado na Religião, caminha desesperadamente lento. A religião conservou seu estado inato,
sem alcançar muito progresso, desde o início da civilização, há milhares de anos. Isso explica
a grande distância entre ela e a Ciência. Esta última veio a destacar-se, e a parte espiritual
distanciou-se a ponto de desaparecer da nossa vida. Por fim, o homem tornou-se indiferente
ao espírito, chegando a confundir Ciência com Civilização. Ele se ajoelha diante do trono da
Ciência e se satisfaz na sua condição de escravo. Este é o aspecto do mundo moderno. Por
acaso o homem não prova isso entregando nas mãos da Ciência o que ele tem de mais
precioso, que é a vida? Embora ela não consiga garantir a vida humana, os homens modernos
não o percebem e continuam depositando-lhe cega confiança.
Deus compadeceu-se dessa cegueira e está procurando orientar o homem através de
nossa Igreja. Por meio da realidade, o Todo-Poderoso revela que a vida não pertence à
matéria, que apenas ela é invisível aos olhos humanos, mas possui existência absoluta sob
Sua direção. A melhor prova consiste no fato de que pessoas desenganadas pela medicina são
salvas freqüentemente pelo Poder Divino.
Surge, então, a seguinte pergunta: “Por que uma questão de vital importância, como a
vida, permaneceu na obscuridade?” Efetivamente, isso ocorreu pela necessidade de
impulsionar a cultura científica até certo ponto. Tal acontecimento faz parte da Providência
Divina; é um fenômeno passageiro, proveniente da época e, na sua fase transitória, levado ao
exagero. Mas Deus corrigirá tal exagero. Como Ele esclarece, nitidamente, o limite entre a
ciência material e a ciência espiritual, esta acertará os passos com a primeira, progredindo e
desenvolvendo-se até constituir-se um mundo realmente civilizado. Em resumo, o mundo
presente termina aqui para dar origem a um novo mundo.
30 de julho de 1952
O PRIMEIRO MUNDO
Ao analisarmos a civilização atual, percebemos que a base de sua estrutura é a ciência da
matéria. Escreverei sobre isso a seguir, mas, em primeiro lugar, explicarei a constituição do
Universo. Serão dispensados os detalhes que não se relacionam diretamente com o homem,
abordando-se apenas os pontos mais importantes.
O Universo é constituído de três elementos fundamentais: Sol, Lua e Terra. Esses
elementos são formados respectivamente pela essência do fogo, da água e da terra, que
constituem o Mundo Espiritual, o Mundo Atmosférico e o Mundo Material, os quais se
fundem e se harmonizam perfeitamente. Até agora, no entanto, só eram conhecidos o Mundo
Atmosférico e o Mundo Material; desconhecia-se a existência de mais um mundo, isto é, o
Espiritual, que a ciência da matéria não conseguiu detectar. A cultura atual formou-se com o
progresso obtido naqueles dois mundos, razão pela qual ela abrange apenas dois terços. Na
realidade, porém, o Mundo Espiritual, justamente o terço considerado inexistente, é mais
importante que os outros dois juntos, constituindo a fonte da força fundamental. Ignorando-se
a sua existência, jamais surgirá a civilização perfeita. O fato do homem, apesar do
considerável avanço da cultura baseada no Mundo Material e no Mundo Atmosférico, não
conseguir realizar o seu maior desejo – a felicidade – comprova muito bem o que estou
afirmando.
Examinando-se atentamente a origem dessa contradição, descobrimos que há uma
profunda razão para ela. Se a humanidade, desde o começo, conhecesse a existência do
Primeiro Mundo, ou seja, o Mundo Espiritual, a civilização material não teria alcançado o
maravilhoso progresso que vemos hoje. Isso porque do desconhecimento do Mundo
Espiritual é que nasceu o pensamento ateísta, que deu origem ao mal. Atormentada pelo
sofrimento decorrente da luta entre o mal e o bem, a humanidade só teve um recurso:
desenvolver a cultura material. Portanto, pensando bem, que representa isso senão o profundo
Plano de Deus? Há um perigo, contudo: ocorrer um colapso da cultura material se ela
progredir além de certo limite. A invenção da bomba atômica é uma das facetas desse
progresso, mas, atingido esse nível, é chegado o tempo determinado pelos Céus de haver uma
grande mudança no desenvolvimento da cultura. Como primeiro passo, está sendo revelada a
toda a humanidade a existência do Primeiro Mundo, do qual não se tinha conhecimento;
tratando-se, porém, de uma existência invisível, logicamente não se poderá comprová-la
pelos métodos científicos. Daí a manifestação de uma grandiosa força jamais experimentada
pela humanidade, isto é, o Poder de Deus. Como o homem contemporâneo há longo tempo
está obstinado na concepção materialista, é muito difícil convencê-lo. Entretanto, em nossa
Igreja existe o único método para se conseguir isso: o milagre do JOHREI. Por mais ateísta
que seja, o indivíduo não poderá deixar de aceitar e se submeter. Assim, à medida que o
JOHREI se tornar conhecido por toda a humanidade, haverá inevitavelmente uma mudança
de cento e oitenta graus no rumo da cultura, surgindo, então, a Verdadeira Civilização,
comum ao mundo todo.
Resta, no entanto, um problema: como a cultura atual foi erigida ao longo de milhares de
anos, não se sabe quanto mal foi praticado até agora. Por “mal” refiro-me obviamente ao
pecado e, conseqüentemente, às máculas espirituais, cujo grande acúmulo constituirá um
obstáculo para a construção do mundo novo. É como se durante a construção de uma casa
houvesse sujeira espalhada por todo lado, como pedaços de madeira, tijolos quebrados, etc.,
tornando-se indispensável uma ação de limpeza. Deve ser isto o Juízo Final profetizado por
Cristo.
Os maravilhosos e incontáveis milagres manifestados pela nossa Igreja não poderão ser
senão o plano de Deus para mostrar a existência do Primeiro Mundo. E Deus me encarregou
desta grandiosa missão.
4 de julho de 1951
O QUE É A VERDADEIRA SALVAÇÃO
Hoje em dia, a crítica mais freqüente em relação à nossa Igreja é que, tratando-se de uma
entidade religiosa, não deveria empenhar-se na cura de doenças. Entretanto, se pensarmos
bem, concluiremos que não há nada tão sem sentido como essa observação. Ela provém do
pensamento limitado dos críticos, segundo os quais a Religião deve ocupar-se apenas da
salvação do espírito, não lhe cabendo a salvação da matéria. Para eles, a cura de doenças é
uma questão material, e por isso acham que ela não compete à Religião. Excluem das
atribuições religiosas a salvação material, limitando a essência da Religião à parte espiritual.
Logicamente, de acordo com o seu conceito, a salvação espiritual, em síntese, consiste na
renúncia. Não tendo o Poder da Salvação para eliminar materialmente o sofrimento e não
encontrando outro recurso, as religiões, pelo menos, tentam diminuí-lo espiritualmente,
através da renúncia. Essa é a maneira como muitas pessoas têm encarado a Religião até
agora.
Não obstante, se a Religião excluir a matéria e preocupar-se unicamente com a salvação
do espírito, ela não estará promovendo a verdadeira salvação, pois a crença na possibilidade
da solução dos problemas materiais é que nos permitirá obter a verdadeira tranqüilidade
espiritual. Quando sentimos fome, por exemplo, só podemos ficar tranqüilos se tivermos
certeza de que alguém nos trará comida; se soubermos que ninguém o fará, é natural que
fiquemos desesperados, temendo morrer de inanição. O mesmo acontece em relação à
doença, dificuldades financeiras e outros problemas. Só pelo reconhecimento de que tudo
será solucionado através da Fé teremos tranqüilidade absoluta. Dessa forma, a salvação das
duas partes – a material e a espiritual – é que nos fará sentir-nos salvos, alcançando o estado
de verdadeira paz e segurança.
A base da salvação material e espiritual – aquela que é a mais perfeita – consiste,
portanto, unicamente, em eliminar a doença, tornando as pessoas sadias. Por maior que seja a
nossa fortuna ou a quantidade e variedade dos mais saborosos alimentos, provenientes do mar
e da terra, em nossas refeições, por maiores honrarias e por mais elevada posição social que
tenhamos, isso de nada adiantará, se estivermos sofrendo com doenças. A primeira condição
para salvação da humanidade é, antes de mais nada, alcançar a saúde. Por esse motivo, a meta
de nossa religião é formar indivíduos e sociedades saudáveis.
24 de dezembro de 1949
CARACTERÍSTICAS DA SALVAÇÃO
PELA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL
A missão da nossa Igreja é tirar as pessoas das torturas do Inferno e conduzi-las ao Céu,
transformando a sociedade num paraíso.
Para que o homem seja conduzido ao Céu, é necessário que ele próprio se eleve,
tornando-se um ente celestial, a fim de que, por sua vez, possa salvar o seu semelhante. Isso
significa pendurar a escada do Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem,
degrau por degrau. É nesse ponto que nossa religião difere das demais, sendo antes o seu
oposto.
Todos sabem que os antigos religiosos contentavam-se com o mínimo necessário à sua
subsistência. Eles se entregavam a penitências e procuravam salvar o próximo colocando-se
numa situação miserável. Isso significa que estavam usando a escada em sentido contrário. O
salvador empurrava os necessitados de baixo para cima, ao invés de puxá-los lá do alto; é
fácil calcular o duplo esforço exigido. Mas não havia alternativa, visto que, nessa época,
ainda não existia a noção do plano do Paraíso.
Naturalmente não havia chegado o tempo, pois a noite cobria o Mundo Espiritual.
Entretanto, a partir de 1931, o Mundo Espiritual vem gradualmente se transformando em dia,
facilitando a construção do Paraíso na Terra. Sendo Deus o construtor, a obra progride à
mercê do tempo, bastando ao homem agir de acordo com a Vontade Divina. Deus traçou o
plano, fiscalizando e utilizando livremente um número considerável de criaturas.
A idéia exata que se pode ter da minha função, é a de mestre-de-obras local. Os nossos
fiéis sabem perfeitamente que estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, como parte
dessa função. Aparecem-me, então, vendedores que me oferecem terrenos em momentos e
locais inesperados. Assim que percebo a Vontade Divina de adquirir determinado terreno,
surge a quantia requerida, sem que eu empregue o mínimo esforço. Logo a seguir consigo,
infalivelmente e à vontade, não só os mais adequados projetistas, engenheiros e construtores,
como também o material necessário. Até mesmo uma árvore aparece oportunamente, já
existindo lugar apropriado para ela. Às vezes eu me sinto perplexo ao receber árvores às
dezenas, de uma só vez. Planto-as estudando o espaço, interpretando a Vontade Divina, e
verifico que elas se encaixam maravilhosamente no jardim, sem falhas nem excesso. Sempre
que isso acontece, não posso deixar de sentir, claramente, a Vontade de Deus em tudo. Se
desejo colocar uma pedra ou uma planta em determinado lugar, recebo-as dentro de um ou
dois dias no máximo. O que vêm a ser todas essas ocorrências senão milagres? Caso eu
começasse a enumerá-los, não acabaria mais. E o que estou dizendo não passa de uma
pequena parte do que pretendo expor com o tempo.
Escrevi este capítulo com o objetivo de ajudar os leitores a compreenderem que o
homem nada empreende, que ele apenas age sob a Orientação Divina. Pelos fatos relatados,
fica bem claro que Deus pretende formar o protótipo do Paraíso como início do advento do
Paraíso Terrestre. Mas isso não é o bastante. Compete a cada homem tornar-se um ente
celestial, e é chegado esse momento. Naturalmente, seu lar será paradisíaco e todos os
componentes da família virão a ter uma vida celestial. Somente assim poderão ser salvas as
pessoas que sofrem no “inferno”.
Daí a razão por que aconselho os fiéis a criarem uma vida sem sofrimentos, que é a
Vontade do Altíssimo. Enquanto o homem não conseguir eliminar as três desgraças – doença,
pobreza e conflito – não poderá ser salvo. Isso era impossível na Era das Trevas, mas hoje é
possível. Terminou a época de sofrimento a que se referiu Sakyamuni. Se os leitores
compreenderem o sentido desta verdade, sentir-se-ão dominados por uma alegria infinita,
ainda desconhecida na experiência da humanidade.
5 de outubro de 1949
IGREJA ABRANGENTE
Poderão compreender melhor a nossa Igreja, se a compararmos com uma loja de
departamentos. A comparação talvez não seja muito apropriada, mas considero-a a mais
adequada e de mais fácil compreensão. Eis os motivos:
Sempre tenho afirmado que a Igreja Messiânica Mundial abrange o cristianismo, o
xintoísmo, o budismo, o confucionismo, a Filosofia, a Ciência, a Arte, enfim, todas as
expressões da cultura. Entre elas, dedicamos especial atenção aos problemas concernentes à
doença, à saúde e à agricultura, no campo da Ciência, e também às artes.
Logicamente, como o seu nome está mostrando, a nossa Igreja tem por objetivo
empreender a grandiosa obra de Salvação do Mundo. É natural, portanto, que apontemos as
falhas existentes em todos os setores relacionados com a vida do homem, dispensando a este
a mais elevada orientação.
Não obstante o maravilhoso progresso da cultura contemporânea, as falhas apresentadas
por ela são tão numerosas que causam espanto. As falhas superficiais não são muito graves,
porque a própria sociedade as percebe e pode corrigi-las; as falhas interiores, no entanto, por
não serem divisadas a olho nu, só podem ser corrigidas por um meio: desvelando-as através
da Luz de Deus. Por essa razão, estamos dissecando todos os setores da cultura atual, a fim
de que, trazendo à tona a verdadeira natureza de cada um deles, possamos planejar a
concretização de um mundo melhor. Somente dessa forma poderemos alimentar esperanças
quanto ao advento da era da Civilização Celestial.
Eis, em breves palavras, o sentido da expressão “Igreja Abrangente.”
28 de março de 1951
ULTRA-RELIGIÃO
Qualquer pessoa tomará por um sonho descabido o objetivo da nossa Igreja – construir
um mundo sem doenças, pobreza e conflitos, ou seja, o Paraíso Terrestre, que corresponde ao
“Advento do Reino dos Céus”, pregado por Cristo, ou à “Vinda do Messias”, da religião
judaica. Sakyamuni disse que, depois de sua morte, surgiria um mundo perfeito. Não
afirmou, entretanto, que esse mundo estivesse iminente; ao contrário, disse estar
infinitamente longe: 5.670.000.000 de anos.
Todas essas profecias foram de grande utilidade. Se não houve referência a um plano de
execução, devemos interpretar que ainda não era chegado o tempo, mas sabemos que a
aceitação e a prática dos ensinamentos pregados pelas religiões antigas tornaram-se o alicerce
das religiões atuais. Naturalmente, cada religião criou e divulgou os seus protótipos, formas e
métodos, adaptáveis aos diferentes povos e países. Evidentemente, as religiões foram criadas
sob o desígnio de Deus, para serem condicionadas a determinadas épocas, localidades, povos,
tradições, costumes, etc. Graças a essa força, a cultura alcançou o deslumbrante progresso
que hoje apresenta. Não fossem as religiões, o mundo estaria à mercê de Satanás, ou talvez,
destruído.
Ao refletirmos sobre esses assuntos, não podemos deixar de levar em consideração os
grandes méritos dos fundadores de religiões. Todavia, embora estas últimas hajam evitado a
destruição do mundo, é duvidoso que o seu poder seja eficiente para o mundo atual ou para o
futuro. Isto porque a humanidade padece de um sofrimento infernal, o que comprova a
deficiência das Igrejas, as quais não conseguem conduzir os sofredores ao estado celestial. Só
um número restrito de povos participa dos benefícios da civilização moderna. Presentemente,
a humanidade carece muito do espírito de paz.
Uma observação sobre o mundo atual faz com que as pessoas prudentes sintam a
necessidade do aparecimento de uma grande luz que dissipe as trevas, isto é, o poder salvador
de uma Ultra-Religião. Nesse sentido, consciente da responsabilidade que lhe cabe como
sendo esta Ultra-Religião, nossa Igreja vem apresentando resultados surpreendentes.
20 de julho de 1949
RELIGIÃO ATIVA
Os leitores poderão estranhar quando eu disser que há religiões ativas e religiões inativas.
É justamente o que pretendo explicar agora.
Religião ativa é aquela que está relacionada com a vida prática, e a inativa ou morta,
exatamente o oposto. Infelizmente, é raro encontrar uma religião, dentre as muitas existentes,
que esteja perfeitamente entrosada com a vida prática.
As doutrinas são elaboradas com perfeição, mas não podemos esperar muito do seu
poder doutrinário. No período da fundação de muitas religiões, há centenas ou milhares de
anos, talvez suas doutrinas estivessem de acordo com a situação social da época, exercendo
sobre ela grande influência. Sabemos, no entanto, que esse poder foi enfraquecendo com o
passar do tempo, até atingir o estado em que hoje se encontra. Lamentavelmente, esta é a
ordem natural das coisas; tudo sofre essa mudança, que acabou ocorrendo também no âmbito
da Religião. O surto de novas religiões adaptadas à época no decorrer destes anos, é um fato
inegável, observado em todos os países. Mas essas religiões acabam sempre desaparecendo,
por faltar-lhes poder suficiente para superar as anteriores.
Exemplifiquei as mudanças ocorridas nas religiões; agora desejo falar sobre as
características das religiões modernas.
É do conhecimento geral que o desenvolvimento da Ciência, a partir do século XVIII,
vem constituindo uma verdadeira ameaça para as religiões, e não se pode negar que ele tenha
contribuído para a sua decadência. A Ciência dominou a tal ponto a mente humana, que o
homem só aceita aquilo que tem explicação científica. O fato ainda seria desculpável, se não
tivesse dado origem ao pensamento ateísta e à corrupção moral sem fim, criando confusão
social e transformando este mundo num verdadeiro caos. Ainda há religiões antigas que se
esforçam para doutrinar o povo com ensinamentos, os quais foram sendo aperfeiçoados após
sua elaboração, centenas de anos atrás. Mas falta poder doutrinário a essas religiões, distantes
da atualidade, e a carência de realismo torna sua existência equivalente à das antigüidades.
Na época em que surgiram, elas foram úteis, mas hoje seu valor não vai além de uma
preciosidade histórica e cultural. Dentre as novas religiões, há algumas que se aproveitam
dessas preciosidades históricas adornando-as ricamente, para atrair as pessoas; mas, com
certeza, terão seus dias contados.
Diante de tudo isso, é admissível que a Religião tenha ficado abandonada por muito
tempo, sendo superada pelo maravilhoso progresso da cultura. Exemplificando, é como se
quiséssemos usar carro de bois numa época em que nos servimos de aviões, automóveis e
telégrafo. A nossa Igreja respeita a História, mas não se prende a ela, progredindo de acordo
com a Vontade Divina e através dos seus próprios métodos.
As atividades relativas à obra que estamos realizando, abrangem a reforma da agricultura
e da medicina, apontam as falhas de todas as culturas e adotam, como princípio orientador, o
ideal de uma nova civilização. Uma de suas principais realizações vem a ser a construção do
protótipo do Paraíso Terrestre e do Museu de Arte. Além de servir-se dessas construções
como recintos sagrados, onde os espíritos maculados e exaustos possam se sentir
reconfortados, a Igreja pretende, visando o enobrecimento do caráter do homem, torná-las um
baluarte contra os divertimentos fúteis e pecaminosos de hoje em dia.
De acordo com o exposto acima, a atividade da Igreja Messiânica Mundial, no plano
individual, consiste em salvar o homem da pobreza e contribuir para sua saúde física e
mental; no plano social, sua finalidade é construir uma sociedade sadia e pacífica. Sentimo-
nos imensamente felizes ao saber que, ultimamente, o nosso trabalho está sendo reconhecido
pelos eruditos e tornando-se alvo de suas atenções. Embora, no momento, seja uma obra
insignificante, no dia em que ela for ampliada e difundida no mundo inteiro, surgirá em todos
os países a idéia de um mundo ideal, repleto de paz e felicidade. Afianço que isso não é um
sonho.
Que vem a ser, portanto, uma religião ativa, viva, senão a nossa, com todos esses
exemplos? Infelizmente, a sociedade atual olha as novas religiões com indiferença e
desprezo, e isso se acentua principalmente na classe dos intelectuais, que assumem uma
atitude cautelosa perante o povo, mesmo quando se referem à nossa Igreja. Entretanto, eu
compreendo perfeitamente a razão dessa atitude. As religiões antigas geralmente contam com
espantoso número de adeptos, mas estes, na maioria, são pessoas de pouca cultura. Entre as
religiões novas, há algumas que não despertam nenhum interesse, devido às suas palavras e
práticas excêntricas; outras, possuem elementos supersticiosos em grande proporção, que o
bom senso nos leva a repelir. Creio que isso não durará por muito tempo, mas desejo que os
responsáveis por essas religiões usem de reflexão.
Há, também, teólogos que, para adaptá-las à época, reproduzem e vestem de uma nova
roupagem as doutrinas dos antigos santos, sábios e mestres. Isso confere a elas uma aparência
progressista e de fácil aceitação pela classe intelectual, mas resta dúvida quanto à sua
validade em relação à vida prática.
O assunto me faz recordar o pragmatismo de William James, o famoso filósofo
americano. Essa doutrina filosófica preconiza a “filosofia em ação”, e eu pretendo estendê-la
também à Religião, isto é, a Religião deve ser prática e ativa.
4 de novembro de 1953
RELIGIÃO CRIADORA DE PESSOAS FELIZES
A Religião não é nada mais do que a cristalização do amor de Deus para guiar os
infelizes ao caminho da felicidade. Ninguém ignora que muitos lutam em vão para conseguir
a felicidade almejada; raras são as pessoas que a conseguem, depois de uma vida inteira de
lutas.
É de pouca utilidade colocar em prática a teoria que nos foi legada através da instrução e
de biografias e leituras referentes aos exemplos de grandes personagens. A teoria bem
formada merece admiração, mas todos sabem, por experiência própria, que é difícil pô-la em
prática.
Tem-se como crédulo ou simplório aquele que age com honestidade; entretanto, se a
pessoa procede diferente, cai no descrédito social e nas malhas da Lei. Por fim, o indivíduo
não sabe como agir. O que os homens consideram bem-viver e se apressam por adotar, é a
vida desonesta sob a capa da honestidade. Os melhores adeptos dessa filosofia tornam-se os
campeões dos bem-sucedidos, razão por que as pessoas tendem a seguir tais exemplos e o
mal social não diminui.
Dizem que os honestos levam desvantagem, e tudo nos faz chegar a tal conclusão, a
julgar pelo aspecto do mundo, de modo que quanto mais honesto for o indivíduo, tanto mais
ele se arrisca a cair no conceito de “antiquado”. Observa-se com freqüência que os homens
que proclamam a justiça são repelidos e fracassam na sociedade.
É enorme o meu esforço para manter constantemente o conceito de justiça diante de
semelhante mundo. O homem comum escarnece das minhas palavras, que ele considera
crendices. Julga-me caprichoso e covarde, porque não sou interesseiro. Sente-se importunado
por enfrentarmos o mal e destemidamente escrevermos a respeito, e também pelo nosso
rápido progresso. Ultimamente, porém, em vista da firmeza de atitude com que nos temos
mantido, apesar de todas as pressões – atitude que visa unicamente o bem – está despertando
certa consideração por nós no espírito das pessoas. Alegra-nos, acima de tudo, que a situação
tenha abrandado, facilitando o nosso trabalho. Isso se deve à resistência que oferecemos a
todas as perseguições, tendo Deus por nosso apoio, e ao fato de a Igreja Messiânica Mundial
possuir o Johrei, inexistente nas demais religiões.
Felizmente, alcançamos a liberdade religiosa com o advento da democracia. O ambiente
ficou favorável, em comparação com o do Japão anterior à Guerra, tornando possível, através
da justiça, eliminar o mal e caminhar ao encontro do bem.
A seguir, tratarei do problema concernente à felicidade do homem.
Naturalmente, o bem constitui a base da felicidade, sendo óbvio insistir sobre a
necessidade de ele ter força suficiente para vencer o mal. Até agora, entretanto, na sua
maioria, as religiões careciam dessa força; por conseguinte, não proporcionavam a felicidade
desejada. Sendo assim, tiveram de pregar a Iluminação para satisfazer o povo, no seu desejo
de atingir, pelo menos, a paz espiritual, uma vez que não conseguiam obtê-la na sua
totalidade, isto é, espiritual e materialmente. Ou então pregaram a resignação, através do
espírito de expiação e do princípio de não-resistência contra o mal. Criaram, portanto, a
teoria da negação da graça na vida presente, o que explica ser classificada de superior a
religião que visa a salvação do espírito, e de inferior aquela que consegue obter, também, os
benefícios do mundo. Mas essa teoria não passou de um recurso para determinada época.
Darei exemplos.
Há pessoas que, embora torturadas por uma doença prolongada, dizem-se alegres,
alegando estarem salvas quando na realidade estão apenas resignadas, sufocando seus
verdadeiros sentimentos. Isso é uma espécie de auto-traição. Por natureza, a verdadeira
satisfação nasce com o restabelecimento da saúde, se for esse o caso.
Em todos os tempos houve famílias que, não obstante o ardor de sua fé, não foram
agraciadas materialmente, permanecendo vítimas de desgraças. Dessa forma, acabaram por
se iludir, julgando que a essência da Religião só objetiva a salvação espiritual.
A Igreja Messiânica Mundial salva tanto o espírito como a matéria. Podemos afirmar que
vai além disso. As obras de construção dos protótipos do Paraíso Terrestre em diversas
localidades, assim como a construção de museus de arte que estamos realizando dependem
inteiramente dos donativos dos fiéis. A Igreja abomina a exploração, contando apenas com
recebimento do donativo espontâneo. Apesar disso, é realmente milagroso o fato de se
conseguir a quantia necessária para o empreendimento de uma obra de tal envergadura. Isso
prova a prosperidade dos fiéis. O donativo, longe de ser temporário, tende a aumentar, razão
por que nunca me preocupei com dinheiro.
Na época em que apareceram as religiões antigas, os ensinamentos podiam ser de caráter
limitado, de Fé “Shojo”, mas hoje a realidade é outra. Tudo adquiriu caráter universal, de
modo que é preciso uma organização grandiosa, para salvar a humanidade. Quanto maior a
organização, maior o número de pessoas salvas. Por isso, ao tomar conhecimento dos seus
objetivos, ninguém deixará de reconhecer a importância da nossa Igreja.
10 de junho de 1953
RELIGIÃO QUE REVELA DEUS
Quando incentivamos as pessoas descrentes a crerem em Deus, a maioria reage, pede que
provemos com clareza a Sua existência, e assume uma atitude intelectual, dizendo não poder
perder tempo com superstições.
Essa tendência é notadamente acentuada entre as pessoas cultas. Mas não podemos
criticá-las, porque elas têm suas razões. Sua atitude explica-se pelo fato de que a maior parte
das religiões é anticientífica, sendo raras as que não estão afetadas por superstições. Muitas
não conseguem dar provas claras da existência de Deus e criam hesitação entre a Sua
existência ou inexistência. Portanto, não é de se estranhar que haja tantas pessoas indiferentes
à Fé.
A Igreja Messiânica Mundial mostra claramente a existência de Deus. Todos aqueles que
entram em contato com ela, sentem-se maravilhados ante a constatação dessa verdade. A
melhor prova está nos inúmeros milagres e graças alcançados, através da Igreja, pelos seus
fiéis. Infelizmente, são pouquíssimas as pessoas que crêem por meio da simples leitura ou
explanação oral das experiências de fé dos fiéis. A maioria acha-se impedida de aceitar os
fatos como realmente são, por professarem uma fé de baixo nível. Em parte, isso se entende,
mas não deixa de ser deplorável. Costumo sempre afirmar que a nossa Igreja não é uma
religião, e sim uma Ultra-Religião, uma grandiosa obra salvadora.
Os novos fiéis costumam dizer que, no início, quando leram as nossas publicações pela
primeira vez, não conseguiram crer integralmente no que elas expunham, achando a doutrina
messiânica muito diferente não só das doutrinas professadas por outras Igrejas, como também
das teorias científicas. Considerando que nenhuma experiência é perdida, eles começaram a
receber Johrei cheios de desconfiança. Assombrados com o fato de ele consistir apenas no
levantar das mãos, pensaram em desistir, julgando impossível a cura por meio de um ato tão
simples. Entretanto, sentindo-se mais dispostos no dia seguinte, continuaram a recebê-lo e
melhoraram rapidamente. Esse é o testemunho unânime dos que relatam sua experiência.
É justamente porque a nossa Igreja evidencia graças imediatas, pouco comuns, que os
intelectuais cometem um engano, chamando a isso de superstição. Esse modo de interpretar e
pensar não deixa de ser um grande obstáculo; contudo, dentre os que se têm na conta de
eruditos, há muitas pessoas de mente sã que se tornam felizes por ingressarem na Fé,
aceitando plenamente a realidade evidenciada. Tanto os mais obstinados, como os devotos da
Ciência, acabam se dando por vencidos diante das provas da existência de Deus apresentadas
pela Igreja Messiânica Mundial através de milagres sem conta, nunca manifestados antes.
9 de janeiro de 1952
ELIMINAÇÃO DA TRAGÉDIA
Entre todas as coisas do mundo, o que o homem mais detesta é a tragédia. Eliminá-la
totalmente é impossível, mas, de certo modo, não será tão difícil diminuí-la. Passemos a
estudar sua natureza.
A realidade evidencia que a maioria das tragédias é causada pela doença. Entretanto, elas
também são geradas por problemas sentimentais e pela desonestidade proveniente de
interesses materiais. Através de uma pesquisa acurada, no entanto, descobri que todas as
tragédias têm sua raiz na enfermidade espiritual. Dizem que um espírito são habita um corpo
são, e isso é uma grande verdade. Verifiquei, após longos anos de pesquisa, que a
imoralidade, a injustiça, a impaciência, o alcoolismo, a preguiça e a corrupção de jovens
existem quase sempre em físicos doentes.
Infelizmente, ainda não se descobriram métodos positivos para solucionar o problema da
doença e restabelecer a saúde física e espiritual, nem mesmo apelando para a medicina ou
para outros meios. Ainda que se tivesse encontrado a causa das doenças, não existiria uma
forma para resolver o problema verdadeiramente. Há quem se orgulhe de ter descoberto a
origem delas e o processo de cura; a maioria dos processos, contudo, não passa de paliativos.
É realmente desolador. Todavia, dentre os casos milagrosos relatados em nossas publicações,
encontramos muitos exemplos da cura de doenças gravíssimas, e a alegria e gratidão dos
agraciados nos comovem até as lágrimas.
A verdadeira solução das doenças e de outras desgraças depende de uma força invisível,
e só aos que a experimentaram é dado reconhecer o incomensurável Poder Divino. Os
homens modernos não se convencem senão através da realidade ou de provas; portanto, sem
a apresentação de resultados concretos, é inútil pregar princípios elevados e divulgá-los. Para
esses homens, a salvação da humanidade e a obra em prol da sociedade não passam de um
sonho.
A essência da verdadeira Fé consiste em mover o que é visível por ação de um poder
invisível. Esse poder maravilhoso está sendo manifestado pela nossa Igreja e, por essa razão,
creio eu, poderíamos dizer que ela é a Religião do Poder.
Como a maioria das religiões hoje existentes se limita a pregar doutrinas, suas forças
agem do exterior para a alma. Mas o ato purificador empregado pela Igreja Messiânica
Mundial – o Johrei – projeta a Luz Espiritual diretamente na alma, despertando-a
instantaneamente. Isto é, a Igreja converte a pessoa sem a intervenção humana, deixando os
sermões para segundo plano. Os que nela ingressam, alcançam rapidamente uma percepção
superficial, e, em seguida, uma percepção mais profunda. Além de superarem as suas
próprias tragédias, tornam-se aptos, também, a eliminar as tragédias alheias.
11 de junho de 1949
A LUZ DE DEUS E A DOUTRINA
Não é a doutrina mas sim a Luz de Deus que transforma o homem. As pessoas que
consideram a Igreja Messiânica Mundial uma religião comum, muitas vezes se perguntam
por que ela não possui uma doutrina. Não penso que ela seja importante. A doutrina é um
conjunto de regras e preceitos; não pode salvar o homem. Desde os tempos antigos quase
todas as religiões tiveram algumas de suas doutrinas bem elaboradas e consideradas.
Conseguiram elas aperfeiçoar o mundo?
Numa novela que li recentemente, o autor faz um dos seus personagens contar o
seguinte: “Quando eu era jovem assistia a aulas de religião e, um dia, comentamos os
milagres narrados na Bíblia. Alguns acreditaram neles, enquanto que outros não. Os
comentários transformaram-se em inflamado debate. Já que eu próprio não acreditava em
milagres, ao voltar para casa, procurei arrancar as páginas da Bíblia que a eles se referiam.
Mas, quando voltei a ler, já sem essas passagens, constatei que a Bíblia era apenas um livro
de Moral”.
Isto é bastante interessante. E é verdade. Se a religião consistisse apenas em doutrina,
não ofereceria mais do que padrões morais. Eles não bastam. Fundamentando os princípios
de moral, a religião deveria dar a consciência do grandioso poder místico e operador de
milagres em ação no Universo, e que não pode ser explicado pela lógica. A força da religião
está na apresentação deste poder místico. Quanto maiores milagres uma religião evidenciar,
tanto mais valiosa poderá ser considerada.
Vou explicar. Os mandamentos são como leis decretadas para evitar os crimes. As leis
são feitas para manter a ordem estabelecida pela sociedade e impor penalidades nos casos de
violação. Muitas religiões são fundamentadas em mandamentos. Os mais antigos, dos
conhecidos, são os Dez Mandamentos dados a Moisés os quais, durante a Era das Trevas
foram fundamentais. Mas: “Você deve fazer isto...” ou “Você não pode fazer aquilo...”
implicam penalidades — penalidades espirituais e não físicas.
As ameaças e os castigos não são os melhores meios para evitar que o homem pratique
maldades. Um alcoólatra provavelmente não deixará de beber apenas porque lhe dizem que o
álcool lhe faz mal. Um meio muito melhor é dissolver as máculas do seu corpo espiritual,
elevando-o a um nível onde a sua Divina natureza possa ser despertada, o que o levará a
sentir uma natural repugnância pelo álcool, ou pela maldade, conforme o caso.
É a tendência para fazer o mal ou agir desonestamente que deve ser eliminada, pois a
pessoa inclinada à prática de ações corruptas, têm preferência por elas. Por exemplo, a essas
pessoas parece, por vezes, que ganhar dinheiro por meios desonestos é mais fascinante do
que adquiri-lo honestamente. Em tais casos, a natureza Divina ou primária encontra-se num
estado enfraquecido, enquanto que a natureza animal ou secundária está fortalecida, o que
significa que a alma está num nível baixo. Quando a alma está em plano mais elevado, a
pessoa é incapaz de tais ações.
Até que a sociedade supere esse baixo nível de consciência, é perigoso ficar sem
regulamentos legais e instituições penais. A despeito da forte ação coercitiva das leis
reguladoras, existirão muitas pessoas inclinadas a transgredi-las. Entre elas podem ser
incluídos homens que ocupam altas funções e que têm responsabilidade social, homens que
são vistos como grandes personagens. Posição social e cargos políticos não indicam
necessariamente desenvolvimento espiritual.
Abster-se de fazer o mal, apenas pela ameaça das penalidades ou da crítica, não é o
bastante. Somente quando o homem atinge um nível onde não sente mais o desejo de fazer o
mal, onde não são as leis e regulamentos que o impedem, quando realmente encontrou a
alegria de fazer o Bem, é que ele desperta para a sua verdadeira natureza.
O homem pode não atingir subitamente os níveis mais altos, mas deve alcançá-lo degrau
por degrau. Os dogmas são necessários de certo modo, mas o supremo objetivo é muitíssimo
mais elevado. A Igreja Messiânica Mundial empenha-se em elevar o indivíduo ao mais
iluminado estado de consciência.
A invisível Luz de Deus, canalizada através do Johrei, alcança as profundezas do espírito
e o ilumina, mesmo quando o Johrei é recebido com atitude cética. O Johrei desperta a
natureza Divina do homem, colocando-o em contato com a sua alma. Por isso a nossa
religião não é uma religião comum.
Do ponto de vista material, esta compreensão pode ser difícil. Mas quando se
experimenta o efeito do Johrei, intui-se a Luz de Deus. Mesmo aqueles que dão excessiva
importância ao intelecto serão despertados para o poder do Espírito sobre a Matéria, e
curvarão a cabeça reverentemente.
Extraído do livro “Os Novos Tempos”
CONCRETIZAÇÃO DA VERDADE
O verdadeiro objetivo da Religião é a concretização da Verdade.
Mas que é a Verdade?
A Verdade é o próprio estado natural das coisas. O Sol desponta no nascente e
desaparece no poente; o homem inevitavelmente caminha para a morte (essa morte a que o
budismo se refere com as expressões “tudo que nasce está sujeito a desaparecer” e “todo
encontro está condenado à separação”). O homem manter-se vivo através da respiração e da
alimentação também é Verdade. A mente humana anda tão confusa, que preciso insistir sobre
assunto tão óbvio.
Observando os revoltantes acontecimentos deste mundo, o caos reinante na sociedade, os
conflitos, a desordem, o pecado, é impossível negar que tudo contribui mais para a
infelicidade do que para a felicidade do homem. Precisamos, pois, conhecer a razão de tais
coisas. Tudo se baseia no fato de estarmos longe da Verdade – isso é evidente. O problema é
que não temos consciência disso.
Vou explicar meu ponto de vista.
Vejo que o homem moderno perdeu a noção da Verdade. Parece que a vida se mostra tão
difícil para ele, que lhe falta tempo para refletir sobre o assunto. A Religião, também, até hoje
não tinha condições para esclarecer o que é a Verdade, e transmitia noções falsas acreditando
serem verdadeiras. Se a Verdade pudesse ter sido revelada tal qual é, a situação humana seria
muito melhor. Talvez até tivéssemos construído algo semelhante ao Paraíso Terrestre.
Mas é chegado o tempo de revelar a Vontade de Deus e pregar a Verdade, para que esta
possa se concretizar. E a Vontade de Deus é que ela seja transmitida claramente. Se aqueles
que lerem minhas palavras tiverem a mente livre de preconceitos, certamente hão de obter a
correta visão da Verdade.
Gostaria de dar uma explicação que todos compreendessem.
O homem adoece porque se distancia da Verdade e por motivo idêntico não consegue
curar-se. Política errônea, má ideologia, aumento de crimes, crise financeira, inflação e
deflação, tudo isso se deve, também, ao fato de o homem desviar-se da Verdade.
Tudo que desejamos logo se realizaria se estivéssemos de acordo com a Verdade; foi
com esse propósito que Deus criou a sociedade humana. Eis por que não é difícil a formação
de uma sociedade ideal, nem é impossível ser feliz. Nisto reside a possibilidade do advento
do Paraíso Terrestre.
Alguns, talvez, achem estranhos os meus pontos de vista, mas não há razão para isso.
Tudo que estou dizendo tem muita lógica. Minhas idéias só parecerão estranhas a quem não
estiver voltado para a Verdade. Quanto mais absurdas elas parecerem, mais evidente se
tornará a distância do mundo em relação à Verdade.
Deus concedeu ao homem a liberdade infinita. Eis a Verdade. As outras criaturas, como
os animais e os vegetais, gozam de liberdade limitada. Aqui se percebe a superioridade do
homem. Falar da sua liberdade, é dizer que ele ocupa o ponto médio entre os dois extremos –
o animal e o Divino.
Quando ele se eleva, torna-se Divino; quando se corrompe, equipara-se ao animal. Se
desenvolvermos esse princípio, veremos que basta o homem querer para que o mundo se
converta em paraíso. Caso contrário, ele faz do mundo um inferno. Esta é a Verdade. Não há
dúvidas quanto à escolha: a não ser uma pessoa de espírito satânico, ninguém desejará ocupar
a extremidade animal.
De acordo com o que acabamos de expor, a formação do Paraíso Terrestre vem a ser o
objetivo final do ser humano, e o único recurso para atingi-lo é a concretização da Verdade.
Sendo esta a missão básica da Religião, eu prego a Verdade e me esforço e trabalho
incessantemente para concretizá-la.
16 de julho de 1949
VERDADE, BEM E BELO
Conforme tenho dito, o Paraíso Terrestre que idealizamos é um mundo de perfeita
Verdade, Bem e Belo. Mas gostaria de escrever a respeito com maiores detalhes.
Para seguir a ordem, começarei explicando o que entendemos por VERDADE.
Evidentemente, referimo-nos à manifestação concreta da Verdade, isto é, a própria realidade,
autêntica, expressa corretamente, sem o mínimo erro, impureza ou obscuridade. A cultura
desenvolvida até o presente vinha confundindo e considerando como verdade muita coisa que
não o era, e por isso muitos conceitos falsos eram tidos como verdadeiros. Entretanto,
ninguém percebeu isso, porque, obviamente, a cultura era de baixo nível.
Basta observarmos a sociedade atual para percebermos que a maioria dos homens são
forçados a trabalhar desde a manhã até a noite para ganhar o pão de cada dia, fazendo-o sem
nenhuma parcela de ânimo, alegria e esperança, mas apenas para se manterem vivos. Embora
estejam se afogando num lamaçal de preocupações, motivadas pela doença, pelas
dificuldades financeiras e pelo medo da guerra, eles insistem em dizer que este mundo em
que vivemos é avançado, civilizado. Não obstante, observando com rigorosa imparcialidade,
percebemos que quase todos os homens lutam entre si, odeiam-se e entram em choque, tal
como os animais, agonizando num redemoinho de insegurança e ansiedade; é como se
estivéssemos olhando o próprio Inferno. E este é justamente o resultado da cultura da
pseudoverdade, à qual me referi há pouco. Os próprios intelectuais não percebem isso e,
acreditando tratar-se de um mundo civilizado, continuam a enaltecê-lo. Coitados, são dignos
de nossa compaixão...
O mesmo acontece com a doença, por exemplo. Justamente porque a Medicina está em
desacordo com a Verdade, todos os lugares estão repletos de pessoas doentes. É tuberculose,
é disenteria infecciosa, é meningite, é derrame cerebral, é paralisia infantil, enfim são
inúmeras espécies de doenças. E eis a justificativa que dão para isso: “Antigamente também
existiam várias enfermidades, só que a Medicina não estava desenvolvida a ponto de
descobri-las; hoje, porém, ela adquiriu essa capacidade”. Insistindo sobre o assunto, o que
nós desejamos é que o número de doentes diminua e o número de homens realmente
saudáveis aumente. Apenas isso. Vejamos.
Os homens contemporâneos temem exageradamente a doença. Por essa razão, as
autoridades e os especialistas preocupam-se com a higiene e empenham-se na prevenção das
doenças. O mais engraçado nisso é a vacina preventiva: ela mesmo é que não cura; não passa
de simples paliativo. Dessa forma, a Medicina nem ao menos sabe distinguir a cura
temporária da cura verdadeira e radical. E, mesmo que soubesse, não adiantaria nada, pois
desconhece o método para erradicar a doença. Além do mais, como ignora completamente
que ela é uma Providência de Deus para aumentar a saúde, empenha-se tão simplesmente em
deter sua marcha, pensando que isso é progresso. Outrossim, por total desconhecimento de
que esse método se torna origem da doença – como mostra a realidade – quanto mais a
Ciência progride, mais se multiplicam as enfermidades e o número de doentes, diminuindo
cada vez mais a resistência física. Por isso, os homens sofrem de cansaço e insônia, não têm
persistência, não podem fazer qualquer excesso; caso pratiquem um exercício um pouco
pesado, acabam sentindo-se “quebrados”. Por quê? Isso não é incompreensível? A realidade
mostra-nos, porém, que, seguindo-se o princípio da doença ensinado pela nossa Igreja e
recebendo-se Johrei, as doenças desaparecem e as pessoas tornam-se verdadeiramente
saudáveis.
A seguir, escreverei a respeito do BEM, que, evidentemente, é o contrário do MAL. Mas
o que é o MAL? Ele é causado pelo ateísmo nascido do pensamento materialista, e o Bem é o
seu oposto: nasceu do teísmo. Esta é a Verdade. Entretanto, como a razão da Ciência consiste
na negação do teísmo, que é a Verdade, quanto mais ela progride, mais aumenta o Mal; sendo
assim, o progresso da cultura não passa de superficial. Dessa forma, reconhecemos os méritos
da Ciência, mas não podemos deixar de levar em conta o Mal que ela produz. Sem perceber
isso, os homens enaltecem apenas os seus pontos positivos e, elaborando habilidosas teorias
para ocultar-lhe os pontos negativos, subjugam as classes dirigentes e levam-nas a concluir
que, sem a Ciência, nada terá solução. Assim, acabaram por afastar-se da felicidade
espiritual.
Em seguida, analisemos o BELO, que também constitui um problema.
De fato, acompanhando o desenvolvimento da cultura, os elementos representativos do
Belo multiplicaram-se e, individualmente, estão em nível satisfatório, mas o povo não
consegue usufruir deles. Somente uma parte – a classe privilegiada – desfruta de boas roupas,
boa alimentação e boas moradias, enquanto a classe popular mal consegue alimentar-se, não
tendo condições para pensar no Belo. Talvez isso ocorra apenas no Japão, mas essas pessoas
dispõem de alimento simplesmente para matar a fome; de casa, para dormir; de ruas, para
passagem e condução, e onde têm de enfrentar os empurra-empurras. Da mesma forma, a
sociedade não consegue gozar das belezas naturais, que são dádivas de Deus, tal como as
montanhas, as águas, as plantas e as flores, nem das belezas artísticas criadas pelo homem.
Assim, não obstante o grande desenvolvimento da civilização, uma vez que toda a
humanidade não pode usufruir de tais dádivas, o mundo contemporâneo é realmente o paraíso
dos ricos e o inferno dos pobres. A causa disso é a existência de uma grande falha em algum
lugar da civilização; quando essa falha for corrigida e a felicidade desfrutada
eqüitativamente, o mundo será de fato civilizado. Essa é a missão da Igreja Messiânica
Mundial.
Por tudo que aqui foi exposto, creio que puderam entender o verdadeiro significado da
Verdade, do Bem e do Belo, mas o mais importante é o poder de concretizá-los. De nada
adiantarão as palavras se elas constituírem apenas um lema pintado num quadro. Todavia,
devemos alegrar-nos, pois este sonho tão almejado está para se tornar uma realidade em
nosso planeta.
25 de setembro de 1953
VERDADE E PSEUDOVERDADE
Desde tempos remotos fala-se a respeito da Verdade, mas parece que sobre a
Pseudoverdade, ou melhor, sobre a verdade aparente, ninguém fala. Entretanto, para
analisarmos qualquer problema, é necessário saber diferenciá-las, pois essa distinção exerce
enorme influência no resultado da análise. Muitas vezes a Pseudoverdade passa por Verdade
e as pessoas comuns não o percebem.
A Verdade e a Pseudoverdade existem na Religião, na Filosofia, na Arte e até na
Educação. A Pseudoverdade desmorona com o passar dos anos, porém a Verdade é eterna.
Quando surge uma nova teoria ou se faz alguma descoberta, as pessoas acreditam tratar-se da
maior de todas as verdades; todavia, com o aparecimento de novas teses e descobertas, é
comum que aquelas venham a ser superadas. Da mesma forma, por mais notável que seja
uma religião, quem pode garantir que ela não se extinguirá após centenas ou milhares de
anos? Não seria uma extinção total, e sim a extinção de sua parte falsa; é óbvio que se
preservaria a parte verdadeira. Contudo, mesmo que não houvesse algo a preservar, essa
religião não seria alvo de críticas, pois cumpriu sua missão para o progresso da cultura.
Quanto mais próxima da Verdade estiver a Pseudoverdade, mais longa será sua vida; quanto
mais distante, vida mais curta. Isso é inegável.
Apesar da distinção entre a Verdade e a Pseudoverdade caber aos intelectuais e aos
dirigentes de cada época, raros são aqueles que têm esse poder de discernimento. Às vezes, a
Pseudoverdade pode ser mantida por longo tempo. O absolutismo e o feudalismo usaram-na
como Verdade. O mesmo se pode dizer em relação ao fascismo de Mussolini, ao nazismo de
Hitler e ao “hakkoiti-u” (“fazer do mundo uma só casa”) de Tojo, que tiveram pouca duração.
É interessante que, na época, o fato passou despercebido, e momentaneamente os povos
acreditaram tratar-se da Verdade. Por causa dessa crença, até se sacrificaram vidas humanas
levianamente, e não podemos esquecer quantas pessoas foram vítimas de tais enganos. Diante
disso, percebemos como é terrível a Pseudoverdade.
A respeito da Verdade e da Pseudoverdade, não podemos deixar de observar que elas,
como já dissemos, também existem na Religião. Quantas religiões já surgiram e já
desapareceram! Apesar de terem sido gloriosas no início, tiveram vida curta, não deixando
qualquer vestígio. Isso ocorreu por serem religiões falsas. Entretanto, se for uma religião com
valor idêntico ao da Verdade, mesmo que por algum tempo sofra uma forte perseguição, um
dia, sem dúvida alguma, conseguirá expandir-se e tornar-se uma grande religião. Podemos
fazer essa afirmativa observando as grandes religiões da atualidade.
30 de janeiro de 1950
EU ESCREVO A VERDADE
Comecei a escrever há mais de dez anos; naturalmente, apenas sobre assuntos
relacionados à Fé. Ao contrário de outros fundadores de religiões, procurei eliminar
formalidades e palavras difíceis, utilizando uma linguagem que todos pudessem compreender
facilmente.
De modo geral, as religiões são boas. Entretanto, se por um lado elas possuem o que
poderíamos chamar de característica peculiar a toda religião, por outro lado têm um certo
mistério que ora julgamos entender, ora nos parece incompreensível, e talvez seja por isso
mesmo que elas exercem atração. Sendo difícil compreendê-las, as religiões podem ser
interpretadas de várias maneiras, dependendo da pessoa, o que facilita a formação de seitas.
Além disso, quanto mais adeptos tiver uma religião, mais probabilidade ela terá de
subdividir-se. A História nos mostra a luta que travaram entre si essas facções. Assim, não
conseguindo captar a essência da Fé, os fiéis sentem freqüentes dúvidas, tornando-se difícil
alcançarem a verdadeira paz e iluminação espiritual.
Através dos métodos utilizados até agora, não conseguiremos obter a unificação
harmoniosa nem mesmo de uma só religião. Conseqüentemente, a unificação de todas elas
torna-se uma utopia. Esse deve ser, também, o motivo do aparecimento de novas religiões a
cada ano que passa. Observando somente o Japão, notamos que a tendência atual é aumentar
o número de religiões proporcionalmente ao aumento da
população.
Jeová, Deus, Logos, Tentei, Mukyoku, Amaterassu-Okami, Kunitokotati no Mikoto,
Cristo, Shaka, Amida e Kannon constituem o alvo da adoração de diversas religiões. Além
destes, que são os principais, poderíamos citar Mikoto, Nyorai, Daishi e inúmeros outros.
Sem dúvida alguma, não levando em conta Inari, Tengu, Ryujin e mais alguns, que
pertencem a crenças inferiores, todos eles são divindades de alto nível.
Remontando às origens, é óbvio que só existe um deus verdadeiro, isto é, DEUS. Até
hoje, contudo, cada religião se considera mais elevada que as demais, havendo, também,
certa dose de discriminação entre elas. Dessa forma, é impossível promover-se a união de
todas. Apesar disso, o objetivo final de todas as religiões é o mesmo; não há uma sequer que
não deseje o Céu ou o Paraíso neste mundo, ou melhor, a concretização do Mundo Ideal, um
mundo onde todas as criaturas sejam felizes.
Mas o que é preciso para que esse mundo se concretize?
É preciso que surja uma religião universal, que englobe o mundo inteiro. Deverá ter as
características de uma Ultra-Religião, ser tão grandiosa que toda a humanidade possa crer
nela incondicionalmente. Não quero dizer que essa religião seja a Igreja Messiânica Mundial,
mas a missão de nossa Igreja é ensinar o meio que possibilitará a realização do Mundo Ideal,
ou seja, mostrar como elaborar o plano, o projeto para a construção desse mundo. Na medida
em que aumentar, em cada país, o número de intelectos conscientes disso, estaremos
marchando passo a passo para atingir nosso objetivo.
Em síntese, será a concretização da Verdade. Através dela, todos os erros se tornarão
claros e serão corrigidos, surgindo o Mundo de Luz, claro e límpido. Naturalmente, a
humanidade se libertará do Mal; o Bem, que estava subjugado por ele, triunfará, e o homem
alcançará a felicidade. Portanto, em primeiro lugar, é fundamental que a Verdade seja
conhecida pelas pessoas do mundo inteiro. O empreendimento que agora estou realizando –
um grande esforço para revelar a Verdade através de explanações escritas – constitui uma
fase importantíssima para a concretização desse mundo.
25 de setembro de 1951
A DIALÉTICA DA HARMONIA
Harmonia é um velho termo que impressiona bem e sugere um princípio da Verdade.
Contudo, não deve ser aceito cegamente, pois, embora essa interpretação não esteja errada, é
muito superficial. Sendo assim, precisamos aprofundá-la.
Tudo que há no Universo acha-se em perfeita harmonia. Só há desarmonia para quem vê
as coisas superficialmente – é um erro de ponto de vista. A desarmonia que se apresenta aos
olhos do homem, é apenas aparente. Isso porque ela é criada pelos homens, e a sua causa é a
ação antinatural. Ou seja, do ponto de vista da Grande Natureza, a desarmonia decorrente da
ação antinatural é a verdadeira harmonia. Essa é a Verdade Absoluta.
Neste sentido, basta que o homem obedeça às Leis do Universo, para que todas as coisas
se harmonizem e progridam normalmente. Assim, quando se provoca desarmonia, surge a
desarmonia; caso contrário, surge a harmonia. Nisto consiste a Grandiosa Harmonia da
Natureza. Para ser feliz, o homem precisa aprofundar seu conhecimento sobre este assunto.
Temos tido freqüentes provas de que, com o tempo, a desarmonia momentânea se transforma
em harmonia, e vice-versa. Essa é a realidade da vida, e reclama profunda reflexão.
Sintetizando: a desarmonia é produto da visão estreita (“Shojo”); a harmonia, produto da
visão ampla (“Daijo”).
1º de outubro de 1952
PALESTRA AO PÚBLICO EM TÓQUIO
Creio que minha palestra é bastante original. Pretendo tratar de assuntos que nunca foram
tratados antes.
Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que muita gente, confundindo cultura com
civilização, diz que a cultura da atualidade é avançada, ou que estamos na Era da Cultura. Na
verdade, porém, cultura e civilização são coisas diferentes. Civilização é um mundo ideal,
sem nenhuma selvageria; a isso nós chamamos de mundo civilizado. Já a cultura é o estágio
intermediário entre a selvageria e a civilização. Portanto, o que se chama BUN-NO-KE, ou
seja, BUNKA (Cultura), é uma sombra, é um fantasma.
Observando o estado atual da humanidade, notamos que os homens estão apaixonados
por essa sombra, achando que ela é o que há de melhor e que, com o seu progresso, o mundo
se tornará aprazível. Mas o mundo civilizado a que eu me refiro é diferente daquilo que as
pessoas têm em mente.
O que é a verdadeira civilização? Em palavras simples, é sinônimo de vida. Deve ser a
época em que a humanidade possa viver com segurança. Mas, como o Sr. Suzuki disse há
pouco, hoje há coisas realmente temíveis, como a bomba atômica, a bomba bacteriológica, o
Juízo Final, etc. São temíveis porque põem em risco a segurança da vida. Isso não é um
mundo civilizado. É a cultura; a Era da Cultura. Isto é, estamos na fase de transição entre a
selvageria e a civilização. O que vou falar agora não é sobre a cultura, e sim sobre a
civilização.
As doenças e as guerras são o que mais põe em risco a vida. Se não tivéssemos guerras
nem doenças, teríamos garantia de vida, e este seria o verdadeiro mundo civilizado. Já
chegamos à época em que precisamos ir até aí. Daí a razão de ser do lema da Igreja
Messiânica Mundial: o mundo absolutamente isento de doença, pobreza e conflito. Como a
guerra é um conflito em maior escala, propomos a construção do mundo sem doença, pobreza
e guerra.
Todos os infortúnios são decorrentes da doença. Costuma-se entender como doença
aquilo que provoca dores, coceira ou outras reações; interpreta-se sempre no sentido físico.
Mas não é bem assim. Há dois tipos de doenças: doenças físicas e doenças do espírito. Dizem
que este ano a tuberculose e outras doenças contagiosas, a disenteria, etc. aumentaram
bastante e por isso as pessoas estão receosas. Entretanto, se hoje não se conseguir encontrar
solução para esse problema, jamais se formará um mundo civilizado, nem mesmo daqui a
centenas ou milhares de anos.
Quanto à pobreza, sua origem é a doença do corpo. Basta escolher uma pessoa pobre e
procurar saber a causa da sua pobreza. É invariavelmente a doença. São casos como a perda
de emprego devido à enfermidade, ou a impossibilidade de trabalhar pelo mesmo motivo. A
doença, acrescida do fato de não se receber salário, constitui uma dose dupla de sofrimento.
Isso se reflete negativamente não só no próprio doente como em seus parentes e amigos.
A causa das guerras também é a doença. Trata-se da doença mental. É comum utilizar-se
a expressão “fabricantes de guerras”, para aqueles que as causam. Observando-se a História,
encontramos inúmeros exemplos. E eles recebem o nome de heróis. Esses indivíduos
importantes têm força e inteligência, mas no fundo sofrem de uma espécie de doença
nervosa. Por isso torna-se necessário erradicar não só a doença do corpo como também a do
espírito. Quanto à do corpo, as pessoas acreditam que é possível curá-la através da Medicina
e se esforçam nesse sentido, mas não há nada que resolva a doença espiritual. Para isso, só
existe um meio: a Religião.
Na teoria pode ser assim, mas surge a dúvida: conseguir-se-á, na prática, erradicar ambos
os tipos de doenças? Aí é que entra o JOHREI, ao qual se referiu há pouco o Sr. Suzuki: ele
irá erradicar a doença da mente e a do corpo. Dessa forma, surgirá o mundo civilizado.
Observando o estado em que se encontra a humanidade e a cultura, concluo que de
maneira alguma isto é civilização. Pelo contrário, é até um estado extremamente bárbaro. As
guerras de hoje são mais terríveis que as da época selvagem. Sendo assim, podemos afirmar
que a cultura ou civilização da atualidade não passa de aparência; a humanidade está iludida
com essa aparência, e as pessoas se sentem gratas. Analisando seu conteúdo, veremos que ele
é selvagem; ou melhor, meio civilizado e meio selvagem. A cultura contemporânea
assemelha-se a uma bela mulher, vestida com um bonito quimono, com a qual todos ficassem
impressionados, mas que, quando tirasse a roupa, se mostrasse corroída pela sífilis, toda
coberta de pus.
Acredito, por conseguinte, que a nossa Igreja Messiânica Mundial não é uma religião. Se
fosse possível resolver os problemas do homem com a Religião, eles já teriam sido
resolvidos, pois até o presente apareceram importantes líderes e fundadores de religiões,
filósofos, moralistas, etc. É verdade que selvagens nus e de rosto pintado restam poucos.
Conseguiu-se, também, que tudo assumisse um aspecto bonito, culto. Mas ainda não foi
possível garantir a vida humana, porque as religiões que surgiram até hoje não tinham força
suficiente. Tiveram força para tornar cultos os selvagens, mas não para ir além, ou seja, para
tornar os homens civilizados.
Há, ainda, inúmeros inventos que não são utilizados no bom sentido; muito pelo
contrário. Dizem que a bomba atômica pode matar vinte milhões de pessoas de uma só vez;
entretanto, se essa energia for aplicada para o bem, com uma pequena porção do tamanho da
ponta de um dedo, poder-se-á fazer rodar trens ou automóveis por muitos dias. O avião,
sendo utilizado como meio de transporte, não existe nada mais rápido e útil; utilizado para
lançar bombas, não há máquina mais temível.
Esta é a cultura científica de hoje. Chegamos até aqui com o progresso da cultura
científica, mas falta algo – algo muito importante. Devido a essa falta tende-se a fazer mau
emprego das coisas. Eis o motivo da aflição da humanidade. Para utilizar as coisas em
sentido positivo, torna-se necessário ir às raízes, isto é, ao Espírito. Mudando o Espírito das
criaturas do mal para o bem, elas saberão utilizar tudo no bom sentido e assim se conseguirá
um mundo maravilhoso. Cristo referiu-se a isso com a expressão “É chegado o Reino dos
Céus”. Sakyamuni, por sua vez, disse: “Após a extinção do Budismo, aparecerá Miroku
Bossatsu, e surgirá o Mundo de Miroku”. Só que Sakyamuni falou que seria após 5,67
bilhões de anos. Acredito, entretanto, que ele quis apenas se referir aos números 5, 6, 7. Se
realmente estivesse profetizando algo para daí a 5,67 bilhões de anos, Sakyamuni não estaria
bom da cabeça, pois não há nenhum sentido em profetizar algo para um futuro tão distante.
Nessa época, a humanidade e a Terra já teriam passado por uma mudança tão grande que
nem se poderia imaginar.
Os messiânicos conhecem bem o significado dos números 5, 6, 7. Caso eu fosse explicá-
lo, isso me tomaria bastante tempo e aí eu não poderia falar de coisas importantes.Com
relação à profecia de Cristo, ao invés de dizer “E chegado o Reino dos Céus”, ele poderia ter
dito “Vou construir o Reino dos Céus”. Mas naquela época o mundo ainda não havia
alcançado o estágio necessário para isso, ou seja, o progresso da cultura ainda era insuficiente
para a construção do verdadeiro mundo civilizado.
No entanto, a cultura material progrediu, chegando ao estágio em que se encontra
atualmente; o progresso foi tal, que se estendeu ao mundo todo. O que eu estou dizendo pode
ser ouvido, através dos modernos meios de comunicação, nos quatro cantos do mundo. Os
meios de transporte se desenvolveram tanto, que é possível ir de avião até os Estados Unidos
num dia. Dessa forma, o progresso da cultura material já atingiu o ponto em que estão
preenchidas quase todas as condições necessárias ao mundo civilizado. O primordial dessa
questão é que a alma humana ainda não se evoluiu o suficiente para utilização do progresso
no bom sentido. Sobre essa alma, é imperativo empenhar-nos para que as pessoas a utilizem
positivamente e, ao mesmo tempo, para que a humanidade tome conhecimento disso. Em
várias oportunidades falei sobre o assunto, e os fiéis já têm alguma noção a respeito.
A propósito, comecei a escrever, há cerca de seis meses, um livro intitulado “A Criação
da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a verdadeira
civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem diferentes.
A parte que se refere à Medicina já está quase pronta, mas tenciono escrever, ainda este ano,
a parte referente às outras áreas. Quando o livro estiver concluído, pretendo traduzi-lo para o
inglês e tomar providências para que ele seja lido por professores universitários, cientistas,
enfim, por intelectuais do mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à Comissão Examinadora do
Prêmio Nobel, mas acredito que, no início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada
por eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se trata de um livro que
aborda justamente aquilo que as pessoas eminentes estão buscando, acredito que os
integrantes da Comissão não deixarão de entendê-lo e exclamar: “É isto!” Assim, poderiam
conceder-me dez ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for publicado, eu gostaria que
todos os povos o lessem.
Dessa forma, ao mesmo tempo que mostramos como estará constituída a verdadeira
civilização, damos a conhecer o JOHREI. Com o JOHREI as doenças saram milagrosamente,
mas ele não se destina a curar doenças. Em resumo, o JOHREI cura o espírito, ou seja, o mal
que existe nele. Em termos mais claros, o mal é o caráter selvagem, e este não pode ser
removido, pois não se pode viver sem espírito. O que se pode fazer é mudar a maneira de
pensar das pessoas, ou seja,diminuir-lhes as partes más, fazendo com que as partes boas
aumentem. Assim, todos farão apenas coisas boas, isto é, acharão que devem fazer o bem.
Costumo dizer aos fiéis que os homens da atualidade estão sempre pensando em praticar
o mal. Mesmo que não queiram fazê-lo, acham que é bobagem praticar o bem, que isso só
traz prejuízos, que se deve fazer as coisas de maneira mais “fácil”. Entretanto, essa forma de
pensar é o oposto da verdade. Faço tal afirmativa porque já houve época em que eu também
pensava assim. Gradativamente, porém, comecei a ter melhor compreensão sobre Deus,
através da Fé, e vi que estava totalmente do “avesso”. Aí passei a querer praticar o bem e
sempre buscava um meio para isso. Estava sempre procurando fazer algo em benefício das
outras pessoas, algo que as deixasse felizes, satisfeitas. Com essa atitude, minha sorte
melhorou. Mesmo antes de me dedicar inteiramente à Fé, aconteciam-me coisas boas quando
eu ficava nesse estado de espírito. Assim, pensei como seria bom se as pessoas soubessem os
benefícios que nos advêm quando procuramos fazer a felicidade do próximo.
À medida que eu ia acumulando tais experiências da vida real, comecei a ter plena
compreensão de que realmente Deus e o demônio existiam. A partir daí passei por uma fase
de aprimoramento espiritual. Com a ocorrência de vários milagres, pude compreender a
grande missão que me era destinada. Foi assim que instituí a Igreja Messiânica Mundial e
estou desenvolvendo minhas atividades.
Outro ponto que eu gostaria de abordar é o “Juízo Final”, do cristianismo, e o “Fim do
Budismo”, profetizado por Sakyamuni. Apesar de muitos líderes e fundadores de religiões
terem feito profecias semelhantes, vou tratar, aqui, apenas destas duas.
Que vem a ser o Juízo Final? Os homens estão imaginando que virá um deus para fazer o
julgamento neste mundo, mas isso não corresponde à verdade. É um ponto de difícil
entendimento para os não-fiéis, mas o Mundo Espiritual é uma realidade. O mundo em que
vemos e sentimos a matéria é o Mundo Material; além deste, há o Mundo Espiritual e, no
meio dos dois, o Mundo Atmosférico. Este último já é conhecido, mas ainda não se conhece
o Mundo Espiritual. É como a ordem em que se dispõem a era do barbarismo, a era da cultura
e a era da civilização. Da mesma forma, o Universo obedece a uma constituição tripla:
Mundo Material. Mundo Atmosférico e Mundo Espiritual.
Há, ainda, os ciclos do mundo: assim como existe transição entre o claro e o escuro,
entre o dia e a noite no espaço de um dia, há a mesma transição no espaço de um ano. O claro
e o escuro em um ano podem ser comparados ao verão e ao inverno, respectivamente. Os
raios solares são mais furtes no verão e mais fracos no inverno, ocasionando o contraste entre
o claro e o escuro. E existem períodos idênticos no espaço de dez e de cem anos. A História
registra épocas de paz e de guerra, que correspondem ao claro e ao escuro. Refiro-me,
portanto, a esse ritmo. Igual período existe também no espaço de mil e de dez mil anos.
Estávamos até agora na escuridão, no período das trevas; vamos passar para o período da
claridade. Passando-se para o período da claridade, tudo que existia no período das trevas
sofrerá uma seleção. Esses ciclos do mundo, nós os designamos com as expressões Mundo da
Noite, Mundo do Dia, Cultura da Noite, Cultura do Dia. Assim, desaparecerá uma série de
coisas que não serão mais necessárias. Durante o dia, por exemplo, não é preciso lâmpadas.
Tudo aquilo que pertence à Era da Noite e se tornar desnecessário será eliminado.
O Juízo Final representa a separação do que é do Dia e do que é da Noite. Oque for inútil
ficará inativo ou será destruído. A partir de agora, as coisas do Dia irão sendo construídas
gradativamente.
O que acontecerá quando o Mundo Espiritual se tornar claro? Vejamos o homem. Nele,
entre a matéria e o espírito existe a água, que corresponde ao ar. Ela existe em grande
quantidade no corpo humano. Assim, o homem apresenta uma constituição tripla; dela, faz
parte o espírito a que também se poderia chamar alma. O espírito está subordinado ao Mundo
Espiritual. Tornando-se claro esse mundo, aqueles cujo espírito não corresponder a essa
claridade terão de ter as suas máculas removidas. Não significa que elas serão arrancadas,
mas ocorrerá naturalmente a purificação, para limpar o que está sujo. À medida que o Mundo
Espiritual vai clareando, as pessoas possuidoras de máculas no espírito passam por uma
limpeza, que é o sofrimento. O princípio da doença obedece a essa explicação. Através dela
pode-se compreender perfeitamente o que é a doença.
Até agora não se conhecia o espírito. Desprezava-se a sua existência. Como o Sr.
Tokugawa disse há pouco, é uma questão de alma. A ação da alma é muito grande.
Ontem fui visitado por uma pessoa que eu não via há cerca de um ano. Anteontem eu
tinha pensado: “Como estará ele passando?” No dia seguinte ele apareceu. Aí eu disse para
mim mesmo: “Ah, o espírito dele veio aqui antes!” Digamos, por exemplo, que o Sr.
Tokugawa pense: “O Sr. Matsunami está escrevendo com afinco.” Então este pensamento vai
até o Sr. Matsunami, penetra no seu corpo e se aloja na sua cabeça. Aí, ele se lembra do Sr.
Tokugawa. É como se a pessoa chegasse, após ter avisado. Nessas ocasiões, as criaturas se
comunicam através dos elos espirituais. O trabalho desses elos, no caso do relacionamento
amoroso, é muito interessante. Mas o meu objetivo, no momento, não é o problema do amor.
O assunto se tornará claro, para os senhores, quando abraçarem a Fé. O amor é muito bom,
mas quase sempre acaba em tragédia. Para entender melhor esse fim trágico, é necessário
conhecer o lado espiritual, a existência dos elos espirituais. Isso não pode ser menosprezado.
Em vários problemas da vida há mulheres; dizem mesmo que por trás dos crimes existe
sempre uma mulher, ou melhor, o amor. Com a compreensão das causas, é possível eliminar
as tragédias e os males sociais. Mas vamos deixar este assunto por aqui.
Como eu estava falando há pouco, as máculas do espírito irão sendo eliminadas para ele
corresponder à claridade do Mundo Espiritual. Se isso terminar numa simples doença, está
tudo bem, mas pode acontecer que a pessoa fique gravemente enferma e acabe falecendo. A
doença chega aos poucos, e por isso é que se chama doença. Se vier de uma vez, a pessoa
morre. Juízo Final é isso. Com o clarear do Mundo Espiritual, a transformação pode ocorrer
repentinamente e aí as criaturas não resistiriam. Haveria mortes em massa. Deus quer evitá-
las e por isso manda avisos. E vontade de Deus que a humanidade seja avisada, para que ela
se salve. E Ele me incumbiu dessa tarefa. Estou, portanto, avisando.
Tanto Sakyamuni como Cristo profetizaram o advento do Paraíso, a chegada do Novo
Mundo. Eles foram os profetas, e eu sou o concretizador. Deus me ordenou que concretizasse
essas profecias, ou seja, que eu construísse o Paraíso Terrestre, livre de doença, pobreza e
conflito. Entretanto, eu não me canso, pois não sou eu quem planeja. Tudo é planejado por
Deus. Apenas dou forma às coisas. Isso realmente é fácil, mas de enorme responsabilidade.
Provavelmente não houve ninguém com responsabilidade maior que a minha em toda a
história da humanidade. Dessa maneira, as profecias de Cristo e Sakyamuni começam a ter
sentido; se elas não tivessem possibilidade de ser concretizadas, seriam falsas profecias.
Falsas profecias significam mentiras. Mas não seria possível pessoas tão importantes terem
mentido. Por conseguinte, era preciso haver alguém que tornasse realidade tais profecias, e o
escolhido fui eu. Na verdade, me é penoso afirmar um empreendimento de tamanha
grandeza. Não falei nisso até agora justamente por ser uma missão demasiado grande. Mas o
tempo se aproxima, já é chegada a Era do Dia. Para salvar a humanidade, preciso avisar
rapidamente o maior número de pessoas, e é por isso que estou hoje falando aos senhores.
O Sr. Suzuki falou há pouco sobre o Dilúvio e a Arca de Noé, mas isso é algo semelhante
ao Juízo Final. Há duas versões a respeito: uma diz que choveu quarenta dias seguidos, outra
diz que foram cem dias. Fossem quarenta ou cem, o que interessa é que choveu durante
muitos dias consecutivos. A água foi subindo cada vez mais e se tornou um dilúvio,
salvando-se apenas os que estavam na arca. Aqueles que estavam em barcos comuns ou que
subiram às montanhas acabaram perecendo; estes últimos, devorados por animais que
também haviam subido. Apenas oito pessoas se salvaram, e dizem que os representantes da
raça branca são seus descendentes. Acredito que, em linhas gerais, essa história não está
errada.
No Japão, conta-se a história de Izanagui-no-Mikoto e de Izanami-no-Mikoto. Estes dois
deuses, de cima da ponte flutuante dos Céus, empunhando uma espada, mexeram algo
semelhante a espuma, e daí surgiram as ilhas e os continentes. Essa deve ter sido a causa do
Dilúvio. De acordo com a tese xintoísta, houve ação da maré alta e da maré baixa. A maré
baixa é o recuo das águas, e Izanagui-no-Mikoto encarregou-se disso. O nascimento das ilhas
e das nações significa que se jogou fora a água do Dilúvio, fazendo emergir aquilo que estava
submerso. Penso que essa ocorrência corresponde à época do Dilúvio.
Com relação ao cristianismo, dizem que João fez o batismo pela água e Cristo fará o
batismo pelo fogo. Agora está para vir o batismo pelo fogo, o extraordinário acontecimento
que promoverá a eliminação do Mal. Isso tem muitos outros sentidos, mas, como já está se
esgotando o tempo, vou parar por aqui.
Palestra de Meishu-Sama
no “Hibiya Public Hall”, Tóquio
22 de maio de 1951
DAIJO, SHOJO, IZUNOME
“Daijo” ilustra o aspecto horizontal da vida; “Shojo”, o vertical. A atividade de “Daijo” é
semelhante à da água, que se estende perpetuamente em nível horizontal. “Shojo” é a
atividade do fogo. Restrito, queima em profundidade e dirige suas chamas para o alto; une o
homem a Deus. “Daijo” une irmão com irmão.
O princípio de “Shojo” é estrito e intransigente. A vida das pessoas com temperamento
“Shojo” é regida por padrões freqüentemente rígidos e restritos. O indivíduo “Shojo” tende a
ser mais crítico do que os outros e a classificar as coisas como “boas” ou “más”.
Os indivíduos de temperamento “Daijo” são geralmente liberais e estão sempre dispostos
a mudar. Por outro lado, podem tender a um liberalismo excessivo, faltando-lhes uma
orientação espiritualmente profunda.
Izunome simboliza a cruz equilibrada, indicando a perfeita harmonia entre os princípios
horizontal e vertical.
Até agora, o Leste se manteve no nível vertical e o Oeste no nível horizontal. Durante a
Era da Noite, foi assim que a Providência Divina estabeleceu o plano espiritual.
Os povos orientais mostram-se mais inclinados a reverenciar o culto aos ancestrais, a
virtude da lealdade e a piedade filial. Por isso, mantêm um estrito sistema hierárquico.
No Oeste, enfatiza-se a afeição entre marido e mulher, expandindo o amor ao próximo e
a toda a humanidade.
O Cristianismo é “Daijo” e, assim, difundiu-se pelo mundo inteiro. Nele se acentua a
importância do amor fraterno, atividade em nível horizontal.
O Budismo é “Shojo”; sua essência fica restrita a grupos específicos. Acentua-se a
importância da meditação, com o fim de alcançar a sabedoria e a auto-realização. Essa
atividade é vertical — profunda e dirigida para o alto — e induz seus discípulos a viverem
retirados do mundo.
Como o Leste representa o nível vertical e o Oeste o nível horizontal, há muito pouca
compreensão entre ambos, o que freqüentemente tem dado margem a conflitos.
É chegado, contudo, o momento de os princípios vertical e horizontal se harmonizarem
para formar a cruz equilibrada — Izunome. O resultado será uma feliz união das civilizações
oriental e ocidental. Só então a humanidade poderá viver o Paraíso na Terra. A Igreja
Messiânica Mundial nos dá a consciência de que esse Paraíso pode tornar-se uma realidade
através da Luz de Deus.
Devemos ser flexíveis e agir de acordo com as situações, ora aderindo ao princípio de
“Shojo”, ora aplicando o método “Daijo”, mas sempre voltando ao ponto central, Izunome.
“Daijo” é abrangente incluindo tudo, inclui também “Shojo”. De modo geral, é bom agir
conforme as circunstâncias, mas nunca esquecendo o princípio sobre o qual baseamos a nossa
ação. Mesmo tendo “Shojo” como princípio orientador, convém agir à maneira “Daijo”.
Não obstante, seria perigoso empregarmos somente “Daijo”. Os jovens, especialmente,
poderiam tender a uma demasiada auto-indulgência. “Shojo” estabelece o princípio vertical,
no qual tudo deve ser baseado, antes de adotar o princípio “Daijo”, de expansão horizontal.
Assim, pode-se atingir o perfeito equilíbrio entre ambos, ou seja a cruz equilibrada Izunome.
Extraído do livro “Os Novos Tempos”
O BEM E O MAL SÃO RELATIVOS
Há leis naturais no Universo que regem todos os processos e mutações. Essas leis
também governam a Religião, a Filosofia, a Ciência, a Política, a Educação, a Economia, as
Artes, a paz e a guerra, o Bem e o Mal.
Quando nos adaptamos a essas leis naturais e reguladoras, o nosso caminho se torna mais
suave. Quando fazemos resistência a elas, surgem as dificuldades.
As criaturas de pensamento “Daijo” falam menos no Bem e no Mal ou nos erros alheios
do que as criaturas de pensamento “Shojo”. Como o Bem e o Mal são termos relativos de
uma determinada situação, verdadeiramente não podemos julgar os atos alheios. Deveríamos,
portanto, aplicar a tolerância do pensamento “Daijo” em todos os nossos relacionamentos.
Quando pensamos e agimos de acordo com as imutáveis Leis Divinas, que regem toda a
criação e todas as ações, os resultados são benéficos. A despeito da opinião dos homens, o
que importa é o resultado final.
Extraído do livro “Os Novos Tempos”
CRIAÇÃO DA CULTURA
A nossa religião é denominada Igreja Messiânica Mundial. Naturalmente, tendo ela
surgido para promover a última salvação do mundo, não há disparidade entre seu nome e sua
missão, mas também poderíamos chamá-la de Igreja Criadora. Explicarei por quê.
Durante dezenas de séculos, a humanidade veio empregando todas as suas forças para o
progresso e desenvolvimento cultural, e, como podemos constatar, atingimos uma cultura
notável e exuberante, que chega a deixar-nos maravilhados. Não haveria palavras suficientes
para enaltecer esse mérito. O ideal da humanidade, obviamente, era promover a felicidade do
homem; entretanto, graças à descoberta da desintegração do átomo, a realidade foi bem
diferente daquilo que se esperava. O adjetivo “pavoroso” ainda seria fraco para qualificar tal
descoberta, pois ela é capaz de ceifar milhares de vidas num instante.
Indubitavelmente, o sonho de felicidade foi traído, mais do que se possa imaginar. Quem
poderia prever tão grande desgraça? Haverá existido maior desencontro que esse em toda
História? A humanidade – ou pelo menos os homens cultos – precisa descobrir a verdadeira
causa do problema, pois, enquanto ela não for descoberta e solucionada, o progresso da
cultura obtido de agora em diante não terá nenhum sentido. A própria energia atômica, no
entanto, torna-se demoníaca porque é utilizada como arma de guerra; se não o for,
logicamente torna-se um maravilhoso anjo da paz. De acordo com esse princípio, não há
motivo para fazermos alarde contra a bomba atômica, pois o problema está na guerra em si;
conseqüentemente, não existe problema mais importante que o da sua extinção. Há milhares
de anos, com efeito, a humanidade vem empregando todos os seus esforços para fugir desse
horror; é um fato que todos estão fartos de conhecer. Não obstante, ao invés de ele estacionar,
a realidade mostra o seu incremento, a cada guerra que é travada. Talvez isso também seja
motivado pelo crescimento demográfico, mas a causa principal é o aperfeiçoamento das
armas, que culminou com a invenção da bomba atômica. O que mais poderia estar indicando
esse acontecimento senão a aproximação da hora de colocar-se um ponto final nas guerras?
Acredito que este é o “Fim do Mundo” profetizado por Cristo.
Pensando dessa forma, podemos considerar que a civilização atual seja um sucesso, mas
também não podemos deixar de admitir a existência de uma falha tão grande que anula esse
sucesso. Analisando desse ângulo, o certo seria despertar das falhas da cultura, as quais
descrevi acima, e partir para a criação de uma cultura nova e inédita. Em outras palavras,
seria o reinício da cultura.
E como se criaria essa nova cultura? Eis o grande desafio que a humanidade vive
atualmente. Acredito que a Igreja Messiânica Mundial foi criada para corresponder a esse
propósito. Portanto, com tão importante missão, ela visa a desenvolver, de acordo com a
Ordem de Deus, a grandiosa obra de construção do Paraíso Terrestre. Como condição básica
para atingir esse objetivo, propomo-nos, antes de tudo, a eliminar a doença da humanidade.
Julgo desnecessário falar muito a esse respeito, dados os maravilhosos resultados que vimos
obtendo. Obviamente, a verdadeira causa da guerra é a doença; não somente a doença física,
mas também a espiritual – a dos doentes do espírito que ainda não são considerados loucos
ou insanos. Fazer deles pessoas verdadeiramente saudáveis, deverá ser a base para solucionar
o problema da guerra. Acredito que as demais soluções apontadas não passam de palavras
vazias.
13 de setembro de 1950
A TRANSIÇÃO DA VELHA CULTURA
PARA A NOVA CULTURA
A cultura atual, comparada à cultura primitiva, de milhares de anos atrás, alcançou um
progresso assombroso e está se expandindo cada vez mais. Todavia, o homem muito sofreu e
lutou para chegar a esse ponto, enfrentando catástrofes naturais, guerras, doenças e outros
males. A história da humanidade mostra-nos as terríveis batalhas que viemos travando contra
esses sofrimentos.
É desnecessário dizer que, por trás dos objetivos do progresso, havia um plano no sentido
de proporcionar a todos os homens um mundo mais feliz, de eterna paz. Para a concretização
desse ideal, no entanto, os homens promoveram apenas o progresso da cultura material e
consideraram a Ciência como única verdade, não dando atenção a nada mais. Toda vez que
havia uma descoberta ou invenção, a humanidade as aplaudia, achando-as maravilhosas,
crente de que, através delas, a felicidade aumentaria e, passo a passo, aquele ideal estaria
mais próximo. Foi assim que os homens viveram correndo atrás do sonho de alcançar a
felicidade.
Entretanto, o progresso da Ciência atingiu o ponto de se descobrir a desintegração do
átomo. Essa grande descoberta deveria ser digna de comemoração, mas, ao contrário do que
se esperava, foi uma descoberta aterradora. O caminho que percorríamos pensando ser o
caminho para o Céu, na verdade era o caminho indesejável para o Inferno. Inventou-se um
material que, num segundo, pode acabar com milhares de vidas. Talvez a História ainda não
tenha registrado nenhum acontecimento tão contrário à previsão dos homens.
A humanidade ou, mais especificamente, os povos civilizados que inventaram esse
terrível material, acabaram criando, também, o problema de precisarmos fugir, a todo custo,
da ameaça que paira sobre as nossas cabeças. É realmente paradoxal. Contudo, pensando
bem, trata-se de uma invenção que, em si mesma, nada tem de temível; pelo contrário, é uma
maravilha que vem contribuir para a felicidade do homem. Ela é temida porque pode ser
empregada como instrumento de guerra, mas, se for utilizada para a paz, será realmente uma
grande aquisição para a humanidade. No primeiro caso, seu emprego está baseado no mal; no
segundo caso, está baseado no bem. Logo, tanto pode se tornar um instrumento benéfico
como maléfico. Nesse sentido, se a pessoa que o manipula estiver do lado do bem, não
haverá nenhum problema.
Mas o caso não é tão simples assim. Em termos concretos, é preciso transformar o mal
em bem. Torna-se desnecessário dizer que esta é a sagrada missão da Religião. Até agora, a
Religião, a Moral, a Educação e a Lei contribuíram para isso de certa forma, conseguindo
alguns bons resultados, porém, ainda hoje, ao contrário do que se esperava, o bem está sendo
subjugado pelo mal. A preocupação existente de que o material atômico venha a ser utilizado
por este último, é uma prova do que dizemos. Entretanto, precisamos aprofundar outro
aspecto da questão. Se o ato diabólico e destruidor representado pelo lançamento da bomba
atômica for permitido, obviamente advirá o fim da humanidade. Sendo assim, é inadmissível
que o Criador do Céu e da Terra e de tudo que neles existe, e também arquiteto do progresso
atingido pela civilização, consinta passivamente essa catástrofe.
Interpretando desse modo, que mais poderia ser isso senão o “Fim do Mundo”
profetizado por Cristo? Caso não houvesse nenhuma outra profecia, a humanidade nada mais
teria a fazer do que aguardar seu fim, mas Cristo também disse: “É chegado o Reino dos
Céus”. Torna-se evidente, portanto, que essas duas grandes profecias estão indicando o futuro
do mundo, ou seja, que virá o Fim do Mundo e se estabelecerá o Céu na Terra.
Foi previsto, ainda, o Retorno de Cristo e a Vinda do Messias. A propósito, também
devemos pensar que, para ficarmos absolutamente livres da destruição atômica, é necessário
transformar o mal em bem, conforme já explanei. E quem poderia ter força ou poder para isso
senão o próprio Messias? Não obstante, mesmo ocorrendo essa grande transformação, haverá
muitos que não se converterão ao bem. A estes, para os quais não é possível esperar mais
nada, só poderá acontecer o pior dos piores. Cristo referiu-se a esse acontecimento com a
expressão “Juízo Final”.
Com base no que acabo de expor, os homens devem conscientizar-se de que estamos na
fase imediatamente anterior à efetiva transição do Mal para o Bem, da Destruição para a
Construção, da Velha para Nova Cultura. O plano para a Nova Cultura já está muito bem
preparado. Não foi elaborado pela inteligência nem pela força humana; há milhares de anos
Deus o vem preparando com toda a meticulosidade. Estou vendo tudo isso de forma muito
clara, e não apenas espiritualmente, mas inclusive através de fenômenos de ordem material.
Vejo realmente com tanta clareza que, sem vacilação, posso afirmar que não há, em absoluto,
nenhuma parcela de erro no que estou dizendo.
6 de setembro de 1950
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  • 1. ÍNDICE INTRODUÇÃO O que é a Igreja Messiânica Mundial.....................................................9 Doutrina da Igreja Messiânica Mundial...............................................10 Formação do mundo novo....................................................................11 O primeiro mundo................................................................................12 Capítulo 1 CARACTERÍSTICAS DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL O que é a verdadeira salvação.............................................................17 Características da salvação pela Igreja Messiânica Mundial..............18 Igreja abrangente..................................................................................20 Ultra-Religião..........................................................................................21 Religião ativa..........................................................................................23 Religião criadora de pessoas felizes....................................................26 Religião que revela Deus........................................................................29 Eliminação da tragédia.........................................................................30 A Luz de Deus e a doutrina..................................................................32 Capítulo 2 VERDADE Concretização da Verdade.....................................................................37 Verdade, Bem e Belo.............................................................................39 Verdade e Pseudoverdade.....................................................................42 Eu escrevo a Verdade............................................................................44 A dialética da harmonia.......................................................................46 Capítulo 3 CRIAÇÃO DA CULTURA Palestra ao público em Tóquio................................................................49 Daijo, Shojo, Izunome...........................................................................59 O Bem e o Mal são relativos..................................................................61 Criação da Cultura.................................................................................61 A transição da Velha Cultura para a Nova Cultura............................63 A construção do Paraíso e a eliminação do Mal.................................66
  • 2. O Bem e o Mal.......................................................................................72 A época semicivilizada e semi-selvagem.............................................75 Era semicivilizada...................................................................................77 Materialismo e Espiritualismo...............................................................79 O materialismo cria o homem mau........................................................80 A Ciência cria as superstições...............................................................82 Inadequação do estudo.........................................................................84 A respeito do ateísmo.........................................................................88 A Cultura de “Su”..................................................................................90 Capítulo 4 TEMPO O Juízo Final.........................................................................................95 Ciclos Cósmicos.....................................................................................98 A grande transição do mundo...............................................................99 Concretização da profecia do Reino dos Céus – o Paraíso Terrestre.................................................................100 Capítulo 5 JOHREI Transição da Noite para o Dia..............................................................105 Sou um cientista em Religião...............................................................109 O espírito precede a matéria...............................................................113 Medicina espiritual.............................................................................115 Princípio do Johrei.................................................................................117 A força absoluta...................................................................................124 Sermão, Johrei e felicidade................................................................127 O Johrei é tratamento científico (1).......................................................129 O Johrei é tratamento científico (2).......................................................131 Capítulo 6 O FUNDADOR MEISHU-SAMA 6.1 – Sua personalidade Deus existe?........................................................................................137 O valor do homem reside no seu espírito de justiça.........................139 Está errado dizer que os honestos saem perdendo.............................141
  • 3. Minha natureza..................................................................................144 Ostentação religiosa..............................................................................145 Minha maneira de pensar...................................................................147 6.2 – Sua força de Salvação Eu e a Igreja Messiânica Mundial...........................................................150 Estado de união com Deus.................................................................156 Minha Luz............................................................................................157 Quem é o Salvador..................................................................................160 O Herói da Paz.....................................................................................161 O QUE É A IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL A Igreja Messiânica Mundial tem por finalidade construir o Paraíso Terrestre, criando e difundindo uma civilização religiosa que se desenvolva lado a lado com o progresso material. Não há dúvida de que “Paraíso Terrestre” é uma expressão que se refere ao mundo ideal, onde não existe doença, pobreza nem conflito. O “Mundo de Miroku”, anunciado por Buda, a chegada do “Reino dos Céus”, profetizada por Cristo, a “Agricultura Justa”, proclamada por Nitiren, e o “Pavilhão da Doçura”, idealizado pela Igreja Tenrikyo, têm o mesmo significado. A diferença é que não se fez indicação de tempo. Mas eu cheguei à conclusão de que o momento se aproxima. E o que significa isto? É a hora da “Destruição da Lei”, prevista por Buda, e do “Fim do Mundo” ou “Juízo Final”, profetizado por Cristo. Seria uma felicidade se o Paraíso Terrestre pudesse ser estabelecido sem que isso afetasse o homem. Antes, porém, é indispensável destruir o velho mundo a que pertencemos. Para a construção do novo edifício, faz-se necessária a demolição do prédio velho e a limpeza do terreno. Deus poupará o que for aproveitável – e a seleção será feita por Ele. Eis a razão pela qual é importante que o homem se torne útil para o mundo vindouro. Ultrapassar a grande fase de transição significa ser aprovado no exame divino, e a Fé é o único caminho para obtermos aprovação. As qualificações para ultrapassar essa fase são as seguintes: a) tornar-se um homem verdadeiramente sadio, e não apenas na aparência; b) um homem que se libertou do sofrimento da pobreza; c) um homem que ama a paz e detesta o conflito. Deus resguardará aqueles que tiverem essas três grandes qualificações e deles se utilizará, como entes preciosos, no mundo que vai surgir. Certamente não há discordância entre os desígnios de Deus e os ideais do ser humano. Portanto, haverá um caminho que permita estabelecer as condições requeridas. Mas como poderemos obtê-las? Nossa Igreja tem por objetivo orientar as pessoas e transmitir-lhes a Graça Divina, possibilitando-lhes criar tais condições. 25 de janeiro de 1949
  • 4. DOUTRINA DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL Nós, messiânicos, cremos em Deus, Criador do Universo. Cremos que, desde o início da Criação, Deus objetivou estabelecer o Céu na Terra e tem atuado continuamente para a concretização desse objetivo. Com tal propósito, fez do ser humano o Seu instrumento para servir ao bem-estar da humanidade, condicionando a ele todas as demais criaturas e coisas. Cremos, portanto, que a história humana do passado constitui estágios preparatórios, degraus para se alcançar o Céu na Terra. Para cada época, Deus envia o Seu mensageiro e as religiões necessárias, cada qual com sua missão. Cremos que, no presente, quando o mundo vagueia em tão caótica situação, Deus enviou o Mestre Meishu-Sama, fundador da Igreja Messiânica Mundial, com a suprema missão de realizar o Seu sagrado objetivo de salvar toda a humanidade. Por conseguinte, visando à concretização do Mundo Ideal, de eterna paz, perfeitamente consubstanciado na Verdade- Bem-Belo, empenhamo-nos em fazer sempre o melhor, erradicando a doença, a pobreza e o conflito, as três grandes desgraças que assolam este mundo. 11 de março de 1950 FORMAÇÃO DO MUNDO NOVO Conforme venho esclarecendo, a nossa Igreja é uma religião que abarca todos os campos da atividade humana e que poderia ser denominada Empresa Construtora do Novo Mundo. Entretanto, como isso pareceria fachada de alguma construtora civil, o jeito é chamá-la, por enquanto, Igreja Messiânica Mundial. O objetivo dessa organização religiosa é o progresso e desenvolvimento da civilização conciliando a ciência material e a ciência espiritual. Sabemos que o conhecimento científico caminha velozmente, ao passo que o espiritual, baseado na Religião, caminha desesperadamente lento. A religião conservou seu estado inato, sem alcançar muito progresso, desde o início da civilização, há milhares de anos. Isso explica a grande distância entre ela e a Ciência. Esta última veio a destacar-se, e a parte espiritual distanciou-se a ponto de desaparecer da nossa vida. Por fim, o homem tornou-se indiferente ao espírito, chegando a confundir Ciência com Civilização. Ele se ajoelha diante do trono da Ciência e se satisfaz na sua condição de escravo. Este é o aspecto do mundo moderno. Por acaso o homem não prova isso entregando nas mãos da Ciência o que ele tem de mais precioso, que é a vida? Embora ela não consiga garantir a vida humana, os homens modernos não o percebem e continuam depositando-lhe cega confiança. Deus compadeceu-se dessa cegueira e está procurando orientar o homem através de nossa Igreja. Por meio da realidade, o Todo-Poderoso revela que a vida não pertence à matéria, que apenas ela é invisível aos olhos humanos, mas possui existência absoluta sob Sua direção. A melhor prova consiste no fato de que pessoas desenganadas pela medicina são salvas freqüentemente pelo Poder Divino. Surge, então, a seguinte pergunta: “Por que uma questão de vital importância, como a vida, permaneceu na obscuridade?” Efetivamente, isso ocorreu pela necessidade de impulsionar a cultura científica até certo ponto. Tal acontecimento faz parte da Providência Divina; é um fenômeno passageiro, proveniente da época e, na sua fase transitória, levado ao
  • 5. exagero. Mas Deus corrigirá tal exagero. Como Ele esclarece, nitidamente, o limite entre a ciência material e a ciência espiritual, esta acertará os passos com a primeira, progredindo e desenvolvendo-se até constituir-se um mundo realmente civilizado. Em resumo, o mundo presente termina aqui para dar origem a um novo mundo. 30 de julho de 1952 O PRIMEIRO MUNDO Ao analisarmos a civilização atual, percebemos que a base de sua estrutura é a ciência da matéria. Escreverei sobre isso a seguir, mas, em primeiro lugar, explicarei a constituição do Universo. Serão dispensados os detalhes que não se relacionam diretamente com o homem, abordando-se apenas os pontos mais importantes. O Universo é constituído de três elementos fundamentais: Sol, Lua e Terra. Esses elementos são formados respectivamente pela essência do fogo, da água e da terra, que constituem o Mundo Espiritual, o Mundo Atmosférico e o Mundo Material, os quais se fundem e se harmonizam perfeitamente. Até agora, no entanto, só eram conhecidos o Mundo Atmosférico e o Mundo Material; desconhecia-se a existência de mais um mundo, isto é, o Espiritual, que a ciência da matéria não conseguiu detectar. A cultura atual formou-se com o progresso obtido naqueles dois mundos, razão pela qual ela abrange apenas dois terços. Na realidade, porém, o Mundo Espiritual, justamente o terço considerado inexistente, é mais importante que os outros dois juntos, constituindo a fonte da força fundamental. Ignorando-se a sua existência, jamais surgirá a civilização perfeita. O fato do homem, apesar do considerável avanço da cultura baseada no Mundo Material e no Mundo Atmosférico, não conseguir realizar o seu maior desejo – a felicidade – comprova muito bem o que estou afirmando. Examinando-se atentamente a origem dessa contradição, descobrimos que há uma profunda razão para ela. Se a humanidade, desde o começo, conhecesse a existência do Primeiro Mundo, ou seja, o Mundo Espiritual, a civilização material não teria alcançado o maravilhoso progresso que vemos hoje. Isso porque do desconhecimento do Mundo Espiritual é que nasceu o pensamento ateísta, que deu origem ao mal. Atormentada pelo sofrimento decorrente da luta entre o mal e o bem, a humanidade só teve um recurso: desenvolver a cultura material. Portanto, pensando bem, que representa isso senão o profundo Plano de Deus? Há um perigo, contudo: ocorrer um colapso da cultura material se ela progredir além de certo limite. A invenção da bomba atômica é uma das facetas desse progresso, mas, atingido esse nível, é chegado o tempo determinado pelos Céus de haver uma grande mudança no desenvolvimento da cultura. Como primeiro passo, está sendo revelada a toda a humanidade a existência do Primeiro Mundo, do qual não se tinha conhecimento; tratando-se, porém, de uma existência invisível, logicamente não se poderá comprová-la pelos métodos científicos. Daí a manifestação de uma grandiosa força jamais experimentada pela humanidade, isto é, o Poder de Deus. Como o homem contemporâneo há longo tempo está obstinado na concepção materialista, é muito difícil convencê-lo. Entretanto, em nossa Igreja existe o único método para se conseguir isso: o milagre do JOHREI. Por mais ateísta que seja, o indivíduo não poderá deixar de aceitar e se submeter. Assim, à medida que o
  • 6. JOHREI se tornar conhecido por toda a humanidade, haverá inevitavelmente uma mudança de cento e oitenta graus no rumo da cultura, surgindo, então, a Verdadeira Civilização, comum ao mundo todo. Resta, no entanto, um problema: como a cultura atual foi erigida ao longo de milhares de anos, não se sabe quanto mal foi praticado até agora. Por “mal” refiro-me obviamente ao pecado e, conseqüentemente, às máculas espirituais, cujo grande acúmulo constituirá um obstáculo para a construção do mundo novo. É como se durante a construção de uma casa houvesse sujeira espalhada por todo lado, como pedaços de madeira, tijolos quebrados, etc., tornando-se indispensável uma ação de limpeza. Deve ser isto o Juízo Final profetizado por Cristo. Os maravilhosos e incontáveis milagres manifestados pela nossa Igreja não poderão ser senão o plano de Deus para mostrar a existência do Primeiro Mundo. E Deus me encarregou desta grandiosa missão. 4 de julho de 1951 O QUE É A VERDADEIRA SALVAÇÃO Hoje em dia, a crítica mais freqüente em relação à nossa Igreja é que, tratando-se de uma entidade religiosa, não deveria empenhar-se na cura de doenças. Entretanto, se pensarmos bem, concluiremos que não há nada tão sem sentido como essa observação. Ela provém do pensamento limitado dos críticos, segundo os quais a Religião deve ocupar-se apenas da salvação do espírito, não lhe cabendo a salvação da matéria. Para eles, a cura de doenças é uma questão material, e por isso acham que ela não compete à Religião. Excluem das atribuições religiosas a salvação material, limitando a essência da Religião à parte espiritual. Logicamente, de acordo com o seu conceito, a salvação espiritual, em síntese, consiste na renúncia. Não tendo o Poder da Salvação para eliminar materialmente o sofrimento e não encontrando outro recurso, as religiões, pelo menos, tentam diminuí-lo espiritualmente, através da renúncia. Essa é a maneira como muitas pessoas têm encarado a Religião até agora. Não obstante, se a Religião excluir a matéria e preocupar-se unicamente com a salvação do espírito, ela não estará promovendo a verdadeira salvação, pois a crença na possibilidade da solução dos problemas materiais é que nos permitirá obter a verdadeira tranqüilidade espiritual. Quando sentimos fome, por exemplo, só podemos ficar tranqüilos se tivermos certeza de que alguém nos trará comida; se soubermos que ninguém o fará, é natural que fiquemos desesperados, temendo morrer de inanição. O mesmo acontece em relação à doença, dificuldades financeiras e outros problemas. Só pelo reconhecimento de que tudo será solucionado através da Fé teremos tranqüilidade absoluta. Dessa forma, a salvação das duas partes – a material e a espiritual – é que nos fará sentir-nos salvos, alcançando o estado de verdadeira paz e segurança. A base da salvação material e espiritual – aquela que é a mais perfeita – consiste, portanto, unicamente, em eliminar a doença, tornando as pessoas sadias. Por maior que seja a nossa fortuna ou a quantidade e variedade dos mais saborosos alimentos, provenientes do mar e da terra, em nossas refeições, por maiores honrarias e por mais elevada posição social que tenhamos, isso de nada adiantará, se estivermos sofrendo com doenças. A primeira condição para salvação da humanidade é, antes de mais nada, alcançar a saúde. Por esse motivo, a meta de nossa religião é formar indivíduos e sociedades saudáveis.
  • 7. 24 de dezembro de 1949 CARACTERÍSTICAS DA SALVAÇÃO PELA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL A missão da nossa Igreja é tirar as pessoas das torturas do Inferno e conduzi-las ao Céu, transformando a sociedade num paraíso. Para que o homem seja conduzido ao Céu, é necessário que ele próprio se eleve, tornando-se um ente celestial, a fim de que, por sua vez, possa salvar o seu semelhante. Isso significa pendurar a escada do Céu até o Inferno e estender as mãos para puxar o homem, degrau por degrau. É nesse ponto que nossa religião difere das demais, sendo antes o seu oposto. Todos sabem que os antigos religiosos contentavam-se com o mínimo necessário à sua subsistência. Eles se entregavam a penitências e procuravam salvar o próximo colocando-se numa situação miserável. Isso significa que estavam usando a escada em sentido contrário. O salvador empurrava os necessitados de baixo para cima, ao invés de puxá-los lá do alto; é fácil calcular o duplo esforço exigido. Mas não havia alternativa, visto que, nessa época, ainda não existia a noção do plano do Paraíso. Naturalmente não havia chegado o tempo, pois a noite cobria o Mundo Espiritual. Entretanto, a partir de 1931, o Mundo Espiritual vem gradualmente se transformando em dia, facilitando a construção do Paraíso na Terra. Sendo Deus o construtor, a obra progride à mercê do tempo, bastando ao homem agir de acordo com a Vontade Divina. Deus traçou o plano, fiscalizando e utilizando livremente um número considerável de criaturas. A idéia exata que se pode ter da minha função, é a de mestre-de-obras local. Os nossos fiéis sabem perfeitamente que estou construindo o protótipo do Paraíso Terrestre, como parte dessa função. Aparecem-me, então, vendedores que me oferecem terrenos em momentos e locais inesperados. Assim que percebo a Vontade Divina de adquirir determinado terreno, surge a quantia requerida, sem que eu empregue o mínimo esforço. Logo a seguir consigo, infalivelmente e à vontade, não só os mais adequados projetistas, engenheiros e construtores, como também o material necessário. Até mesmo uma árvore aparece oportunamente, já existindo lugar apropriado para ela. Às vezes eu me sinto perplexo ao receber árvores às dezenas, de uma só vez. Planto-as estudando o espaço, interpretando a Vontade Divina, e verifico que elas se encaixam maravilhosamente no jardim, sem falhas nem excesso. Sempre que isso acontece, não posso deixar de sentir, claramente, a Vontade de Deus em tudo. Se desejo colocar uma pedra ou uma planta em determinado lugar, recebo-as dentro de um ou dois dias no máximo. O que vêm a ser todas essas ocorrências senão milagres? Caso eu começasse a enumerá-los, não acabaria mais. E o que estou dizendo não passa de uma pequena parte do que pretendo expor com o tempo. Escrevi este capítulo com o objetivo de ajudar os leitores a compreenderem que o homem nada empreende, que ele apenas age sob a Orientação Divina. Pelos fatos relatados, fica bem claro que Deus pretende formar o protótipo do Paraíso como início do advento do Paraíso Terrestre. Mas isso não é o bastante. Compete a cada homem tornar-se um ente celestial, e é chegado esse momento. Naturalmente, seu lar será paradisíaco e todos os
  • 8. componentes da família virão a ter uma vida celestial. Somente assim poderão ser salvas as pessoas que sofrem no “inferno”. Daí a razão por que aconselho os fiéis a criarem uma vida sem sofrimentos, que é a Vontade do Altíssimo. Enquanto o homem não conseguir eliminar as três desgraças – doença, pobreza e conflito – não poderá ser salvo. Isso era impossível na Era das Trevas, mas hoje é possível. Terminou a época de sofrimento a que se referiu Sakyamuni. Se os leitores compreenderem o sentido desta verdade, sentir-se-ão dominados por uma alegria infinita, ainda desconhecida na experiência da humanidade. 5 de outubro de 1949 IGREJA ABRANGENTE Poderão compreender melhor a nossa Igreja, se a compararmos com uma loja de departamentos. A comparação talvez não seja muito apropriada, mas considero-a a mais adequada e de mais fácil compreensão. Eis os motivos: Sempre tenho afirmado que a Igreja Messiânica Mundial abrange o cristianismo, o xintoísmo, o budismo, o confucionismo, a Filosofia, a Ciência, a Arte, enfim, todas as expressões da cultura. Entre elas, dedicamos especial atenção aos problemas concernentes à doença, à saúde e à agricultura, no campo da Ciência, e também às artes. Logicamente, como o seu nome está mostrando, a nossa Igreja tem por objetivo empreender a grandiosa obra de Salvação do Mundo. É natural, portanto, que apontemos as falhas existentes em todos os setores relacionados com a vida do homem, dispensando a este a mais elevada orientação. Não obstante o maravilhoso progresso da cultura contemporânea, as falhas apresentadas por ela são tão numerosas que causam espanto. As falhas superficiais não são muito graves, porque a própria sociedade as percebe e pode corrigi-las; as falhas interiores, no entanto, por não serem divisadas a olho nu, só podem ser corrigidas por um meio: desvelando-as através da Luz de Deus. Por essa razão, estamos dissecando todos os setores da cultura atual, a fim de que, trazendo à tona a verdadeira natureza de cada um deles, possamos planejar a concretização de um mundo melhor. Somente dessa forma poderemos alimentar esperanças quanto ao advento da era da Civilização Celestial. Eis, em breves palavras, o sentido da expressão “Igreja Abrangente.” 28 de março de 1951 ULTRA-RELIGIÃO Qualquer pessoa tomará por um sonho descabido o objetivo da nossa Igreja – construir um mundo sem doenças, pobreza e conflitos, ou seja, o Paraíso Terrestre, que corresponde ao “Advento do Reino dos Céus”, pregado por Cristo, ou à “Vinda do Messias”, da religião judaica. Sakyamuni disse que, depois de sua morte, surgiria um mundo perfeito. Não
  • 9. afirmou, entretanto, que esse mundo estivesse iminente; ao contrário, disse estar infinitamente longe: 5.670.000.000 de anos. Todas essas profecias foram de grande utilidade. Se não houve referência a um plano de execução, devemos interpretar que ainda não era chegado o tempo, mas sabemos que a aceitação e a prática dos ensinamentos pregados pelas religiões antigas tornaram-se o alicerce das religiões atuais. Naturalmente, cada religião criou e divulgou os seus protótipos, formas e métodos, adaptáveis aos diferentes povos e países. Evidentemente, as religiões foram criadas sob o desígnio de Deus, para serem condicionadas a determinadas épocas, localidades, povos, tradições, costumes, etc. Graças a essa força, a cultura alcançou o deslumbrante progresso que hoje apresenta. Não fossem as religiões, o mundo estaria à mercê de Satanás, ou talvez, destruído. Ao refletirmos sobre esses assuntos, não podemos deixar de levar em consideração os grandes méritos dos fundadores de religiões. Todavia, embora estas últimas hajam evitado a destruição do mundo, é duvidoso que o seu poder seja eficiente para o mundo atual ou para o futuro. Isto porque a humanidade padece de um sofrimento infernal, o que comprova a deficiência das Igrejas, as quais não conseguem conduzir os sofredores ao estado celestial. Só um número restrito de povos participa dos benefícios da civilização moderna. Presentemente, a humanidade carece muito do espírito de paz. Uma observação sobre o mundo atual faz com que as pessoas prudentes sintam a necessidade do aparecimento de uma grande luz que dissipe as trevas, isto é, o poder salvador de uma Ultra-Religião. Nesse sentido, consciente da responsabilidade que lhe cabe como sendo esta Ultra-Religião, nossa Igreja vem apresentando resultados surpreendentes. 20 de julho de 1949 RELIGIÃO ATIVA Os leitores poderão estranhar quando eu disser que há religiões ativas e religiões inativas. É justamente o que pretendo explicar agora. Religião ativa é aquela que está relacionada com a vida prática, e a inativa ou morta, exatamente o oposto. Infelizmente, é raro encontrar uma religião, dentre as muitas existentes, que esteja perfeitamente entrosada com a vida prática. As doutrinas são elaboradas com perfeição, mas não podemos esperar muito do seu poder doutrinário. No período da fundação de muitas religiões, há centenas ou milhares de anos, talvez suas doutrinas estivessem de acordo com a situação social da época, exercendo sobre ela grande influência. Sabemos, no entanto, que esse poder foi enfraquecendo com o passar do tempo, até atingir o estado em que hoje se encontra. Lamentavelmente, esta é a ordem natural das coisas; tudo sofre essa mudança, que acabou ocorrendo também no âmbito da Religião. O surto de novas religiões adaptadas à época no decorrer destes anos, é um fato inegável, observado em todos os países. Mas essas religiões acabam sempre desaparecendo, por faltar-lhes poder suficiente para superar as anteriores. Exemplifiquei as mudanças ocorridas nas religiões; agora desejo falar sobre as características das religiões modernas. É do conhecimento geral que o desenvolvimento da Ciência, a partir do século XVIII, vem constituindo uma verdadeira ameaça para as religiões, e não se pode negar que ele tenha contribuído para a sua decadência. A Ciência dominou a tal ponto a mente humana, que o homem só aceita aquilo que tem explicação científica. O fato ainda seria desculpável, se não
  • 10. tivesse dado origem ao pensamento ateísta e à corrupção moral sem fim, criando confusão social e transformando este mundo num verdadeiro caos. Ainda há religiões antigas que se esforçam para doutrinar o povo com ensinamentos, os quais foram sendo aperfeiçoados após sua elaboração, centenas de anos atrás. Mas falta poder doutrinário a essas religiões, distantes da atualidade, e a carência de realismo torna sua existência equivalente à das antigüidades. Na época em que surgiram, elas foram úteis, mas hoje seu valor não vai além de uma preciosidade histórica e cultural. Dentre as novas religiões, há algumas que se aproveitam dessas preciosidades históricas adornando-as ricamente, para atrair as pessoas; mas, com certeza, terão seus dias contados. Diante de tudo isso, é admissível que a Religião tenha ficado abandonada por muito tempo, sendo superada pelo maravilhoso progresso da cultura. Exemplificando, é como se quiséssemos usar carro de bois numa época em que nos servimos de aviões, automóveis e telégrafo. A nossa Igreja respeita a História, mas não se prende a ela, progredindo de acordo com a Vontade Divina e através dos seus próprios métodos. As atividades relativas à obra que estamos realizando, abrangem a reforma da agricultura e da medicina, apontam as falhas de todas as culturas e adotam, como princípio orientador, o ideal de uma nova civilização. Uma de suas principais realizações vem a ser a construção do protótipo do Paraíso Terrestre e do Museu de Arte. Além de servir-se dessas construções como recintos sagrados, onde os espíritos maculados e exaustos possam se sentir reconfortados, a Igreja pretende, visando o enobrecimento do caráter do homem, torná-las um baluarte contra os divertimentos fúteis e pecaminosos de hoje em dia. De acordo com o exposto acima, a atividade da Igreja Messiânica Mundial, no plano individual, consiste em salvar o homem da pobreza e contribuir para sua saúde física e mental; no plano social, sua finalidade é construir uma sociedade sadia e pacífica. Sentimo- nos imensamente felizes ao saber que, ultimamente, o nosso trabalho está sendo reconhecido pelos eruditos e tornando-se alvo de suas atenções. Embora, no momento, seja uma obra insignificante, no dia em que ela for ampliada e difundida no mundo inteiro, surgirá em todos os países a idéia de um mundo ideal, repleto de paz e felicidade. Afianço que isso não é um sonho. Que vem a ser, portanto, uma religião ativa, viva, senão a nossa, com todos esses exemplos? Infelizmente, a sociedade atual olha as novas religiões com indiferença e desprezo, e isso se acentua principalmente na classe dos intelectuais, que assumem uma atitude cautelosa perante o povo, mesmo quando se referem à nossa Igreja. Entretanto, eu compreendo perfeitamente a razão dessa atitude. As religiões antigas geralmente contam com espantoso número de adeptos, mas estes, na maioria, são pessoas de pouca cultura. Entre as religiões novas, há algumas que não despertam nenhum interesse, devido às suas palavras e práticas excêntricas; outras, possuem elementos supersticiosos em grande proporção, que o bom senso nos leva a repelir. Creio que isso não durará por muito tempo, mas desejo que os responsáveis por essas religiões usem de reflexão. Há, também, teólogos que, para adaptá-las à época, reproduzem e vestem de uma nova roupagem as doutrinas dos antigos santos, sábios e mestres. Isso confere a elas uma aparência progressista e de fácil aceitação pela classe intelectual, mas resta dúvida quanto à sua validade em relação à vida prática.
  • 11. O assunto me faz recordar o pragmatismo de William James, o famoso filósofo americano. Essa doutrina filosófica preconiza a “filosofia em ação”, e eu pretendo estendê-la também à Religião, isto é, a Religião deve ser prática e ativa. 4 de novembro de 1953 RELIGIÃO CRIADORA DE PESSOAS FELIZES A Religião não é nada mais do que a cristalização do amor de Deus para guiar os infelizes ao caminho da felicidade. Ninguém ignora que muitos lutam em vão para conseguir a felicidade almejada; raras são as pessoas que a conseguem, depois de uma vida inteira de lutas. É de pouca utilidade colocar em prática a teoria que nos foi legada através da instrução e de biografias e leituras referentes aos exemplos de grandes personagens. A teoria bem formada merece admiração, mas todos sabem, por experiência própria, que é difícil pô-la em prática. Tem-se como crédulo ou simplório aquele que age com honestidade; entretanto, se a pessoa procede diferente, cai no descrédito social e nas malhas da Lei. Por fim, o indivíduo não sabe como agir. O que os homens consideram bem-viver e se apressam por adotar, é a vida desonesta sob a capa da honestidade. Os melhores adeptos dessa filosofia tornam-se os campeões dos bem-sucedidos, razão por que as pessoas tendem a seguir tais exemplos e o mal social não diminui. Dizem que os honestos levam desvantagem, e tudo nos faz chegar a tal conclusão, a julgar pelo aspecto do mundo, de modo que quanto mais honesto for o indivíduo, tanto mais ele se arrisca a cair no conceito de “antiquado”. Observa-se com freqüência que os homens que proclamam a justiça são repelidos e fracassam na sociedade. É enorme o meu esforço para manter constantemente o conceito de justiça diante de semelhante mundo. O homem comum escarnece das minhas palavras, que ele considera crendices. Julga-me caprichoso e covarde, porque não sou interesseiro. Sente-se importunado por enfrentarmos o mal e destemidamente escrevermos a respeito, e também pelo nosso rápido progresso. Ultimamente, porém, em vista da firmeza de atitude com que nos temos mantido, apesar de todas as pressões – atitude que visa unicamente o bem – está despertando certa consideração por nós no espírito das pessoas. Alegra-nos, acima de tudo, que a situação tenha abrandado, facilitando o nosso trabalho. Isso se deve à resistência que oferecemos a todas as perseguições, tendo Deus por nosso apoio, e ao fato de a Igreja Messiânica Mundial possuir o Johrei, inexistente nas demais religiões. Felizmente, alcançamos a liberdade religiosa com o advento da democracia. O ambiente ficou favorável, em comparação com o do Japão anterior à Guerra, tornando possível, através da justiça, eliminar o mal e caminhar ao encontro do bem. A seguir, tratarei do problema concernente à felicidade do homem. Naturalmente, o bem constitui a base da felicidade, sendo óbvio insistir sobre a necessidade de ele ter força suficiente para vencer o mal. Até agora, entretanto, na sua maioria, as religiões careciam dessa força; por conseguinte, não proporcionavam a felicidade desejada. Sendo assim, tiveram de pregar a Iluminação para satisfazer o povo, no seu desejo de atingir, pelo menos, a paz espiritual, uma vez que não conseguiam obtê-la na sua totalidade, isto é, espiritual e materialmente. Ou então pregaram a resignação, através do espírito de expiação e do princípio de não-resistência contra o mal. Criaram, portanto, a
  • 12. teoria da negação da graça na vida presente, o que explica ser classificada de superior a religião que visa a salvação do espírito, e de inferior aquela que consegue obter, também, os benefícios do mundo. Mas essa teoria não passou de um recurso para determinada época. Darei exemplos. Há pessoas que, embora torturadas por uma doença prolongada, dizem-se alegres, alegando estarem salvas quando na realidade estão apenas resignadas, sufocando seus verdadeiros sentimentos. Isso é uma espécie de auto-traição. Por natureza, a verdadeira satisfação nasce com o restabelecimento da saúde, se for esse o caso. Em todos os tempos houve famílias que, não obstante o ardor de sua fé, não foram agraciadas materialmente, permanecendo vítimas de desgraças. Dessa forma, acabaram por se iludir, julgando que a essência da Religião só objetiva a salvação espiritual. A Igreja Messiânica Mundial salva tanto o espírito como a matéria. Podemos afirmar que vai além disso. As obras de construção dos protótipos do Paraíso Terrestre em diversas localidades, assim como a construção de museus de arte que estamos realizando dependem inteiramente dos donativos dos fiéis. A Igreja abomina a exploração, contando apenas com recebimento do donativo espontâneo. Apesar disso, é realmente milagroso o fato de se conseguir a quantia necessária para o empreendimento de uma obra de tal envergadura. Isso prova a prosperidade dos fiéis. O donativo, longe de ser temporário, tende a aumentar, razão por que nunca me preocupei com dinheiro. Na época em que apareceram as religiões antigas, os ensinamentos podiam ser de caráter limitado, de Fé “Shojo”, mas hoje a realidade é outra. Tudo adquiriu caráter universal, de modo que é preciso uma organização grandiosa, para salvar a humanidade. Quanto maior a organização, maior o número de pessoas salvas. Por isso, ao tomar conhecimento dos seus objetivos, ninguém deixará de reconhecer a importância da nossa Igreja. 10 de junho de 1953 RELIGIÃO QUE REVELA DEUS Quando incentivamos as pessoas descrentes a crerem em Deus, a maioria reage, pede que provemos com clareza a Sua existência, e assume uma atitude intelectual, dizendo não poder perder tempo com superstições. Essa tendência é notadamente acentuada entre as pessoas cultas. Mas não podemos criticá-las, porque elas têm suas razões. Sua atitude explica-se pelo fato de que a maior parte das religiões é anticientífica, sendo raras as que não estão afetadas por superstições. Muitas não conseguem dar provas claras da existência de Deus e criam hesitação entre a Sua existência ou inexistência. Portanto, não é de se estranhar que haja tantas pessoas indiferentes à Fé. A Igreja Messiânica Mundial mostra claramente a existência de Deus. Todos aqueles que entram em contato com ela, sentem-se maravilhados ante a constatação dessa verdade. A melhor prova está nos inúmeros milagres e graças alcançados, através da Igreja, pelos seus fiéis. Infelizmente, são pouquíssimas as pessoas que crêem por meio da simples leitura ou explanação oral das experiências de fé dos fiéis. A maioria acha-se impedida de aceitar os fatos como realmente são, por professarem uma fé de baixo nível. Em parte, isso se entende,
  • 13. mas não deixa de ser deplorável. Costumo sempre afirmar que a nossa Igreja não é uma religião, e sim uma Ultra-Religião, uma grandiosa obra salvadora. Os novos fiéis costumam dizer que, no início, quando leram as nossas publicações pela primeira vez, não conseguiram crer integralmente no que elas expunham, achando a doutrina messiânica muito diferente não só das doutrinas professadas por outras Igrejas, como também das teorias científicas. Considerando que nenhuma experiência é perdida, eles começaram a receber Johrei cheios de desconfiança. Assombrados com o fato de ele consistir apenas no levantar das mãos, pensaram em desistir, julgando impossível a cura por meio de um ato tão simples. Entretanto, sentindo-se mais dispostos no dia seguinte, continuaram a recebê-lo e melhoraram rapidamente. Esse é o testemunho unânime dos que relatam sua experiência. É justamente porque a nossa Igreja evidencia graças imediatas, pouco comuns, que os intelectuais cometem um engano, chamando a isso de superstição. Esse modo de interpretar e pensar não deixa de ser um grande obstáculo; contudo, dentre os que se têm na conta de eruditos, há muitas pessoas de mente sã que se tornam felizes por ingressarem na Fé, aceitando plenamente a realidade evidenciada. Tanto os mais obstinados, como os devotos da Ciência, acabam se dando por vencidos diante das provas da existência de Deus apresentadas pela Igreja Messiânica Mundial através de milagres sem conta, nunca manifestados antes. 9 de janeiro de 1952 ELIMINAÇÃO DA TRAGÉDIA Entre todas as coisas do mundo, o que o homem mais detesta é a tragédia. Eliminá-la totalmente é impossível, mas, de certo modo, não será tão difícil diminuí-la. Passemos a estudar sua natureza. A realidade evidencia que a maioria das tragédias é causada pela doença. Entretanto, elas também são geradas por problemas sentimentais e pela desonestidade proveniente de interesses materiais. Através de uma pesquisa acurada, no entanto, descobri que todas as tragédias têm sua raiz na enfermidade espiritual. Dizem que um espírito são habita um corpo são, e isso é uma grande verdade. Verifiquei, após longos anos de pesquisa, que a imoralidade, a injustiça, a impaciência, o alcoolismo, a preguiça e a corrupção de jovens existem quase sempre em físicos doentes. Infelizmente, ainda não se descobriram métodos positivos para solucionar o problema da doença e restabelecer a saúde física e espiritual, nem mesmo apelando para a medicina ou para outros meios. Ainda que se tivesse encontrado a causa das doenças, não existiria uma forma para resolver o problema verdadeiramente. Há quem se orgulhe de ter descoberto a origem delas e o processo de cura; a maioria dos processos, contudo, não passa de paliativos. É realmente desolador. Todavia, dentre os casos milagrosos relatados em nossas publicações, encontramos muitos exemplos da cura de doenças gravíssimas, e a alegria e gratidão dos agraciados nos comovem até as lágrimas. A verdadeira solução das doenças e de outras desgraças depende de uma força invisível, e só aos que a experimentaram é dado reconhecer o incomensurável Poder Divino. Os homens modernos não se convencem senão através da realidade ou de provas; portanto, sem a apresentação de resultados concretos, é inútil pregar princípios elevados e divulgá-los. Para
  • 14. esses homens, a salvação da humanidade e a obra em prol da sociedade não passam de um sonho. A essência da verdadeira Fé consiste em mover o que é visível por ação de um poder invisível. Esse poder maravilhoso está sendo manifestado pela nossa Igreja e, por essa razão, creio eu, poderíamos dizer que ela é a Religião do Poder. Como a maioria das religiões hoje existentes se limita a pregar doutrinas, suas forças agem do exterior para a alma. Mas o ato purificador empregado pela Igreja Messiânica Mundial – o Johrei – projeta a Luz Espiritual diretamente na alma, despertando-a instantaneamente. Isto é, a Igreja converte a pessoa sem a intervenção humana, deixando os sermões para segundo plano. Os que nela ingressam, alcançam rapidamente uma percepção superficial, e, em seguida, uma percepção mais profunda. Além de superarem as suas próprias tragédias, tornam-se aptos, também, a eliminar as tragédias alheias. 11 de junho de 1949 A LUZ DE DEUS E A DOUTRINA Não é a doutrina mas sim a Luz de Deus que transforma o homem. As pessoas que consideram a Igreja Messiânica Mundial uma religião comum, muitas vezes se perguntam por que ela não possui uma doutrina. Não penso que ela seja importante. A doutrina é um conjunto de regras e preceitos; não pode salvar o homem. Desde os tempos antigos quase todas as religiões tiveram algumas de suas doutrinas bem elaboradas e consideradas. Conseguiram elas aperfeiçoar o mundo? Numa novela que li recentemente, o autor faz um dos seus personagens contar o seguinte: “Quando eu era jovem assistia a aulas de religião e, um dia, comentamos os milagres narrados na Bíblia. Alguns acreditaram neles, enquanto que outros não. Os comentários transformaram-se em inflamado debate. Já que eu próprio não acreditava em milagres, ao voltar para casa, procurei arrancar as páginas da Bíblia que a eles se referiam. Mas, quando voltei a ler, já sem essas passagens, constatei que a Bíblia era apenas um livro de Moral”. Isto é bastante interessante. E é verdade. Se a religião consistisse apenas em doutrina, não ofereceria mais do que padrões morais. Eles não bastam. Fundamentando os princípios de moral, a religião deveria dar a consciência do grandioso poder místico e operador de milagres em ação no Universo, e que não pode ser explicado pela lógica. A força da religião está na apresentação deste poder místico. Quanto maiores milagres uma religião evidenciar, tanto mais valiosa poderá ser considerada. Vou explicar. Os mandamentos são como leis decretadas para evitar os crimes. As leis são feitas para manter a ordem estabelecida pela sociedade e impor penalidades nos casos de violação. Muitas religiões são fundamentadas em mandamentos. Os mais antigos, dos conhecidos, são os Dez Mandamentos dados a Moisés os quais, durante a Era das Trevas foram fundamentais. Mas: “Você deve fazer isto...” ou “Você não pode fazer aquilo...” implicam penalidades — penalidades espirituais e não físicas. As ameaças e os castigos não são os melhores meios para evitar que o homem pratique maldades. Um alcoólatra provavelmente não deixará de beber apenas porque lhe dizem que o
  • 15. álcool lhe faz mal. Um meio muito melhor é dissolver as máculas do seu corpo espiritual, elevando-o a um nível onde a sua Divina natureza possa ser despertada, o que o levará a sentir uma natural repugnância pelo álcool, ou pela maldade, conforme o caso. É a tendência para fazer o mal ou agir desonestamente que deve ser eliminada, pois a pessoa inclinada à prática de ações corruptas, têm preferência por elas. Por exemplo, a essas pessoas parece, por vezes, que ganhar dinheiro por meios desonestos é mais fascinante do que adquiri-lo honestamente. Em tais casos, a natureza Divina ou primária encontra-se num estado enfraquecido, enquanto que a natureza animal ou secundária está fortalecida, o que significa que a alma está num nível baixo. Quando a alma está em plano mais elevado, a pessoa é incapaz de tais ações. Até que a sociedade supere esse baixo nível de consciência, é perigoso ficar sem regulamentos legais e instituições penais. A despeito da forte ação coercitiva das leis reguladoras, existirão muitas pessoas inclinadas a transgredi-las. Entre elas podem ser incluídos homens que ocupam altas funções e que têm responsabilidade social, homens que são vistos como grandes personagens. Posição social e cargos políticos não indicam necessariamente desenvolvimento espiritual. Abster-se de fazer o mal, apenas pela ameaça das penalidades ou da crítica, não é o bastante. Somente quando o homem atinge um nível onde não sente mais o desejo de fazer o mal, onde não são as leis e regulamentos que o impedem, quando realmente encontrou a alegria de fazer o Bem, é que ele desperta para a sua verdadeira natureza. O homem pode não atingir subitamente os níveis mais altos, mas deve alcançá-lo degrau por degrau. Os dogmas são necessários de certo modo, mas o supremo objetivo é muitíssimo mais elevado. A Igreja Messiânica Mundial empenha-se em elevar o indivíduo ao mais iluminado estado de consciência. A invisível Luz de Deus, canalizada através do Johrei, alcança as profundezas do espírito e o ilumina, mesmo quando o Johrei é recebido com atitude cética. O Johrei desperta a natureza Divina do homem, colocando-o em contato com a sua alma. Por isso a nossa religião não é uma religião comum. Do ponto de vista material, esta compreensão pode ser difícil. Mas quando se experimenta o efeito do Johrei, intui-se a Luz de Deus. Mesmo aqueles que dão excessiva importância ao intelecto serão despertados para o poder do Espírito sobre a Matéria, e curvarão a cabeça reverentemente. Extraído do livro “Os Novos Tempos” CONCRETIZAÇÃO DA VERDADE O verdadeiro objetivo da Religião é a concretização da Verdade. Mas que é a Verdade? A Verdade é o próprio estado natural das coisas. O Sol desponta no nascente e desaparece no poente; o homem inevitavelmente caminha para a morte (essa morte a que o budismo se refere com as expressões “tudo que nasce está sujeito a desaparecer” e “todo encontro está condenado à separação”). O homem manter-se vivo através da respiração e da alimentação também é Verdade. A mente humana anda tão confusa, que preciso insistir sobre assunto tão óbvio. Observando os revoltantes acontecimentos deste mundo, o caos reinante na sociedade, os conflitos, a desordem, o pecado, é impossível negar que tudo contribui mais para a
  • 16. infelicidade do que para a felicidade do homem. Precisamos, pois, conhecer a razão de tais coisas. Tudo se baseia no fato de estarmos longe da Verdade – isso é evidente. O problema é que não temos consciência disso. Vou explicar meu ponto de vista. Vejo que o homem moderno perdeu a noção da Verdade. Parece que a vida se mostra tão difícil para ele, que lhe falta tempo para refletir sobre o assunto. A Religião, também, até hoje não tinha condições para esclarecer o que é a Verdade, e transmitia noções falsas acreditando serem verdadeiras. Se a Verdade pudesse ter sido revelada tal qual é, a situação humana seria muito melhor. Talvez até tivéssemos construído algo semelhante ao Paraíso Terrestre. Mas é chegado o tempo de revelar a Vontade de Deus e pregar a Verdade, para que esta possa se concretizar. E a Vontade de Deus é que ela seja transmitida claramente. Se aqueles que lerem minhas palavras tiverem a mente livre de preconceitos, certamente hão de obter a correta visão da Verdade. Gostaria de dar uma explicação que todos compreendessem. O homem adoece porque se distancia da Verdade e por motivo idêntico não consegue curar-se. Política errônea, má ideologia, aumento de crimes, crise financeira, inflação e deflação, tudo isso se deve, também, ao fato de o homem desviar-se da Verdade. Tudo que desejamos logo se realizaria se estivéssemos de acordo com a Verdade; foi com esse propósito que Deus criou a sociedade humana. Eis por que não é difícil a formação de uma sociedade ideal, nem é impossível ser feliz. Nisto reside a possibilidade do advento do Paraíso Terrestre. Alguns, talvez, achem estranhos os meus pontos de vista, mas não há razão para isso. Tudo que estou dizendo tem muita lógica. Minhas idéias só parecerão estranhas a quem não estiver voltado para a Verdade. Quanto mais absurdas elas parecerem, mais evidente se tornará a distância do mundo em relação à Verdade. Deus concedeu ao homem a liberdade infinita. Eis a Verdade. As outras criaturas, como os animais e os vegetais, gozam de liberdade limitada. Aqui se percebe a superioridade do homem. Falar da sua liberdade, é dizer que ele ocupa o ponto médio entre os dois extremos – o animal e o Divino. Quando ele se eleva, torna-se Divino; quando se corrompe, equipara-se ao animal. Se desenvolvermos esse princípio, veremos que basta o homem querer para que o mundo se converta em paraíso. Caso contrário, ele faz do mundo um inferno. Esta é a Verdade. Não há dúvidas quanto à escolha: a não ser uma pessoa de espírito satânico, ninguém desejará ocupar a extremidade animal. De acordo com o que acabamos de expor, a formação do Paraíso Terrestre vem a ser o objetivo final do ser humano, e o único recurso para atingi-lo é a concretização da Verdade. Sendo esta a missão básica da Religião, eu prego a Verdade e me esforço e trabalho incessantemente para concretizá-la. 16 de julho de 1949 VERDADE, BEM E BELO Conforme tenho dito, o Paraíso Terrestre que idealizamos é um mundo de perfeita Verdade, Bem e Belo. Mas gostaria de escrever a respeito com maiores detalhes. Para seguir a ordem, começarei explicando o que entendemos por VERDADE. Evidentemente, referimo-nos à manifestação concreta da Verdade, isto é, a própria realidade, autêntica, expressa corretamente, sem o mínimo erro, impureza ou obscuridade. A cultura
  • 17. desenvolvida até o presente vinha confundindo e considerando como verdade muita coisa que não o era, e por isso muitos conceitos falsos eram tidos como verdadeiros. Entretanto, ninguém percebeu isso, porque, obviamente, a cultura era de baixo nível. Basta observarmos a sociedade atual para percebermos que a maioria dos homens são forçados a trabalhar desde a manhã até a noite para ganhar o pão de cada dia, fazendo-o sem nenhuma parcela de ânimo, alegria e esperança, mas apenas para se manterem vivos. Embora estejam se afogando num lamaçal de preocupações, motivadas pela doença, pelas dificuldades financeiras e pelo medo da guerra, eles insistem em dizer que este mundo em que vivemos é avançado, civilizado. Não obstante, observando com rigorosa imparcialidade, percebemos que quase todos os homens lutam entre si, odeiam-se e entram em choque, tal como os animais, agonizando num redemoinho de insegurança e ansiedade; é como se estivéssemos olhando o próprio Inferno. E este é justamente o resultado da cultura da pseudoverdade, à qual me referi há pouco. Os próprios intelectuais não percebem isso e, acreditando tratar-se de um mundo civilizado, continuam a enaltecê-lo. Coitados, são dignos de nossa compaixão... O mesmo acontece com a doença, por exemplo. Justamente porque a Medicina está em desacordo com a Verdade, todos os lugares estão repletos de pessoas doentes. É tuberculose, é disenteria infecciosa, é meningite, é derrame cerebral, é paralisia infantil, enfim são inúmeras espécies de doenças. E eis a justificativa que dão para isso: “Antigamente também existiam várias enfermidades, só que a Medicina não estava desenvolvida a ponto de descobri-las; hoje, porém, ela adquiriu essa capacidade”. Insistindo sobre o assunto, o que nós desejamos é que o número de doentes diminua e o número de homens realmente saudáveis aumente. Apenas isso. Vejamos. Os homens contemporâneos temem exageradamente a doença. Por essa razão, as autoridades e os especialistas preocupam-se com a higiene e empenham-se na prevenção das doenças. O mais engraçado nisso é a vacina preventiva: ela mesmo é que não cura; não passa de simples paliativo. Dessa forma, a Medicina nem ao menos sabe distinguir a cura temporária da cura verdadeira e radical. E, mesmo que soubesse, não adiantaria nada, pois desconhece o método para erradicar a doença. Além do mais, como ignora completamente que ela é uma Providência de Deus para aumentar a saúde, empenha-se tão simplesmente em deter sua marcha, pensando que isso é progresso. Outrossim, por total desconhecimento de que esse método se torna origem da doença – como mostra a realidade – quanto mais a Ciência progride, mais se multiplicam as enfermidades e o número de doentes, diminuindo cada vez mais a resistência física. Por isso, os homens sofrem de cansaço e insônia, não têm persistência, não podem fazer qualquer excesso; caso pratiquem um exercício um pouco pesado, acabam sentindo-se “quebrados”. Por quê? Isso não é incompreensível? A realidade mostra-nos, porém, que, seguindo-se o princípio da doença ensinado pela nossa Igreja e recebendo-se Johrei, as doenças desaparecem e as pessoas tornam-se verdadeiramente saudáveis. A seguir, escreverei a respeito do BEM, que, evidentemente, é o contrário do MAL. Mas o que é o MAL? Ele é causado pelo ateísmo nascido do pensamento materialista, e o Bem é o seu oposto: nasceu do teísmo. Esta é a Verdade. Entretanto, como a razão da Ciência consiste na negação do teísmo, que é a Verdade, quanto mais ela progride, mais aumenta o Mal; sendo assim, o progresso da cultura não passa de superficial. Dessa forma, reconhecemos os méritos da Ciência, mas não podemos deixar de levar em conta o Mal que ela produz. Sem perceber isso, os homens enaltecem apenas os seus pontos positivos e, elaborando habilidosas teorias
  • 18. para ocultar-lhe os pontos negativos, subjugam as classes dirigentes e levam-nas a concluir que, sem a Ciência, nada terá solução. Assim, acabaram por afastar-se da felicidade espiritual. Em seguida, analisemos o BELO, que também constitui um problema. De fato, acompanhando o desenvolvimento da cultura, os elementos representativos do Belo multiplicaram-se e, individualmente, estão em nível satisfatório, mas o povo não consegue usufruir deles. Somente uma parte – a classe privilegiada – desfruta de boas roupas, boa alimentação e boas moradias, enquanto a classe popular mal consegue alimentar-se, não tendo condições para pensar no Belo. Talvez isso ocorra apenas no Japão, mas essas pessoas dispõem de alimento simplesmente para matar a fome; de casa, para dormir; de ruas, para passagem e condução, e onde têm de enfrentar os empurra-empurras. Da mesma forma, a sociedade não consegue gozar das belezas naturais, que são dádivas de Deus, tal como as montanhas, as águas, as plantas e as flores, nem das belezas artísticas criadas pelo homem. Assim, não obstante o grande desenvolvimento da civilização, uma vez que toda a humanidade não pode usufruir de tais dádivas, o mundo contemporâneo é realmente o paraíso dos ricos e o inferno dos pobres. A causa disso é a existência de uma grande falha em algum lugar da civilização; quando essa falha for corrigida e a felicidade desfrutada eqüitativamente, o mundo será de fato civilizado. Essa é a missão da Igreja Messiânica Mundial. Por tudo que aqui foi exposto, creio que puderam entender o verdadeiro significado da Verdade, do Bem e do Belo, mas o mais importante é o poder de concretizá-los. De nada adiantarão as palavras se elas constituírem apenas um lema pintado num quadro. Todavia, devemos alegrar-nos, pois este sonho tão almejado está para se tornar uma realidade em nosso planeta. 25 de setembro de 1953 VERDADE E PSEUDOVERDADE Desde tempos remotos fala-se a respeito da Verdade, mas parece que sobre a Pseudoverdade, ou melhor, sobre a verdade aparente, ninguém fala. Entretanto, para analisarmos qualquer problema, é necessário saber diferenciá-las, pois essa distinção exerce enorme influência no resultado da análise. Muitas vezes a Pseudoverdade passa por Verdade e as pessoas comuns não o percebem. A Verdade e a Pseudoverdade existem na Religião, na Filosofia, na Arte e até na Educação. A Pseudoverdade desmorona com o passar dos anos, porém a Verdade é eterna. Quando surge uma nova teoria ou se faz alguma descoberta, as pessoas acreditam tratar-se da maior de todas as verdades; todavia, com o aparecimento de novas teses e descobertas, é comum que aquelas venham a ser superadas. Da mesma forma, por mais notável que seja uma religião, quem pode garantir que ela não se extinguirá após centenas ou milhares de anos? Não seria uma extinção total, e sim a extinção de sua parte falsa; é óbvio que se preservaria a parte verdadeira. Contudo, mesmo que não houvesse algo a preservar, essa religião não seria alvo de críticas, pois cumpriu sua missão para o progresso da cultura.
  • 19. Quanto mais próxima da Verdade estiver a Pseudoverdade, mais longa será sua vida; quanto mais distante, vida mais curta. Isso é inegável. Apesar da distinção entre a Verdade e a Pseudoverdade caber aos intelectuais e aos dirigentes de cada época, raros são aqueles que têm esse poder de discernimento. Às vezes, a Pseudoverdade pode ser mantida por longo tempo. O absolutismo e o feudalismo usaram-na como Verdade. O mesmo se pode dizer em relação ao fascismo de Mussolini, ao nazismo de Hitler e ao “hakkoiti-u” (“fazer do mundo uma só casa”) de Tojo, que tiveram pouca duração. É interessante que, na época, o fato passou despercebido, e momentaneamente os povos acreditaram tratar-se da Verdade. Por causa dessa crença, até se sacrificaram vidas humanas levianamente, e não podemos esquecer quantas pessoas foram vítimas de tais enganos. Diante disso, percebemos como é terrível a Pseudoverdade. A respeito da Verdade e da Pseudoverdade, não podemos deixar de observar que elas, como já dissemos, também existem na Religião. Quantas religiões já surgiram e já desapareceram! Apesar de terem sido gloriosas no início, tiveram vida curta, não deixando qualquer vestígio. Isso ocorreu por serem religiões falsas. Entretanto, se for uma religião com valor idêntico ao da Verdade, mesmo que por algum tempo sofra uma forte perseguição, um dia, sem dúvida alguma, conseguirá expandir-se e tornar-se uma grande religião. Podemos fazer essa afirmativa observando as grandes religiões da atualidade. 30 de janeiro de 1950 EU ESCREVO A VERDADE Comecei a escrever há mais de dez anos; naturalmente, apenas sobre assuntos relacionados à Fé. Ao contrário de outros fundadores de religiões, procurei eliminar formalidades e palavras difíceis, utilizando uma linguagem que todos pudessem compreender facilmente. De modo geral, as religiões são boas. Entretanto, se por um lado elas possuem o que poderíamos chamar de característica peculiar a toda religião, por outro lado têm um certo mistério que ora julgamos entender, ora nos parece incompreensível, e talvez seja por isso mesmo que elas exercem atração. Sendo difícil compreendê-las, as religiões podem ser interpretadas de várias maneiras, dependendo da pessoa, o que facilita a formação de seitas. Além disso, quanto mais adeptos tiver uma religião, mais probabilidade ela terá de subdividir-se. A História nos mostra a luta que travaram entre si essas facções. Assim, não conseguindo captar a essência da Fé, os fiéis sentem freqüentes dúvidas, tornando-se difícil alcançarem a verdadeira paz e iluminação espiritual. Através dos métodos utilizados até agora, não conseguiremos obter a unificação harmoniosa nem mesmo de uma só religião. Conseqüentemente, a unificação de todas elas torna-se uma utopia. Esse deve ser, também, o motivo do aparecimento de novas religiões a cada ano que passa. Observando somente o Japão, notamos que a tendência atual é aumentar o número de religiões proporcionalmente ao aumento da população. Jeová, Deus, Logos, Tentei, Mukyoku, Amaterassu-Okami, Kunitokotati no Mikoto, Cristo, Shaka, Amida e Kannon constituem o alvo da adoração de diversas religiões. Além destes, que são os principais, poderíamos citar Mikoto, Nyorai, Daishi e inúmeros outros. Sem dúvida alguma, não levando em conta Inari, Tengu, Ryujin e mais alguns, que pertencem a crenças inferiores, todos eles são divindades de alto nível.
  • 20. Remontando às origens, é óbvio que só existe um deus verdadeiro, isto é, DEUS. Até hoje, contudo, cada religião se considera mais elevada que as demais, havendo, também, certa dose de discriminação entre elas. Dessa forma, é impossível promover-se a união de todas. Apesar disso, o objetivo final de todas as religiões é o mesmo; não há uma sequer que não deseje o Céu ou o Paraíso neste mundo, ou melhor, a concretização do Mundo Ideal, um mundo onde todas as criaturas sejam felizes. Mas o que é preciso para que esse mundo se concretize? É preciso que surja uma religião universal, que englobe o mundo inteiro. Deverá ter as características de uma Ultra-Religião, ser tão grandiosa que toda a humanidade possa crer nela incondicionalmente. Não quero dizer que essa religião seja a Igreja Messiânica Mundial, mas a missão de nossa Igreja é ensinar o meio que possibilitará a realização do Mundo Ideal, ou seja, mostrar como elaborar o plano, o projeto para a construção desse mundo. Na medida em que aumentar, em cada país, o número de intelectos conscientes disso, estaremos marchando passo a passo para atingir nosso objetivo. Em síntese, será a concretização da Verdade. Através dela, todos os erros se tornarão claros e serão corrigidos, surgindo o Mundo de Luz, claro e límpido. Naturalmente, a humanidade se libertará do Mal; o Bem, que estava subjugado por ele, triunfará, e o homem alcançará a felicidade. Portanto, em primeiro lugar, é fundamental que a Verdade seja conhecida pelas pessoas do mundo inteiro. O empreendimento que agora estou realizando – um grande esforço para revelar a Verdade através de explanações escritas – constitui uma fase importantíssima para a concretização desse mundo. 25 de setembro de 1951 A DIALÉTICA DA HARMONIA Harmonia é um velho termo que impressiona bem e sugere um princípio da Verdade. Contudo, não deve ser aceito cegamente, pois, embora essa interpretação não esteja errada, é muito superficial. Sendo assim, precisamos aprofundá-la. Tudo que há no Universo acha-se em perfeita harmonia. Só há desarmonia para quem vê as coisas superficialmente – é um erro de ponto de vista. A desarmonia que se apresenta aos olhos do homem, é apenas aparente. Isso porque ela é criada pelos homens, e a sua causa é a ação antinatural. Ou seja, do ponto de vista da Grande Natureza, a desarmonia decorrente da ação antinatural é a verdadeira harmonia. Essa é a Verdade Absoluta. Neste sentido, basta que o homem obedeça às Leis do Universo, para que todas as coisas se harmonizem e progridam normalmente. Assim, quando se provoca desarmonia, surge a desarmonia; caso contrário, surge a harmonia. Nisto consiste a Grandiosa Harmonia da Natureza. Para ser feliz, o homem precisa aprofundar seu conhecimento sobre este assunto. Temos tido freqüentes provas de que, com o tempo, a desarmonia momentânea se transforma em harmonia, e vice-versa. Essa é a realidade da vida, e reclama profunda reflexão. Sintetizando: a desarmonia é produto da visão estreita (“Shojo”); a harmonia, produto da visão ampla (“Daijo”). 1º de outubro de 1952 PALESTRA AO PÚBLICO EM TÓQUIO
  • 21. Creio que minha palestra é bastante original. Pretendo tratar de assuntos que nunca foram tratados antes. Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que muita gente, confundindo cultura com civilização, diz que a cultura da atualidade é avançada, ou que estamos na Era da Cultura. Na verdade, porém, cultura e civilização são coisas diferentes. Civilização é um mundo ideal, sem nenhuma selvageria; a isso nós chamamos de mundo civilizado. Já a cultura é o estágio intermediário entre a selvageria e a civilização. Portanto, o que se chama BUN-NO-KE, ou seja, BUNKA (Cultura), é uma sombra, é um fantasma. Observando o estado atual da humanidade, notamos que os homens estão apaixonados por essa sombra, achando que ela é o que há de melhor e que, com o seu progresso, o mundo se tornará aprazível. Mas o mundo civilizado a que eu me refiro é diferente daquilo que as pessoas têm em mente. O que é a verdadeira civilização? Em palavras simples, é sinônimo de vida. Deve ser a época em que a humanidade possa viver com segurança. Mas, como o Sr. Suzuki disse há pouco, hoje há coisas realmente temíveis, como a bomba atômica, a bomba bacteriológica, o Juízo Final, etc. São temíveis porque põem em risco a segurança da vida. Isso não é um mundo civilizado. É a cultura; a Era da Cultura. Isto é, estamos na fase de transição entre a selvageria e a civilização. O que vou falar agora não é sobre a cultura, e sim sobre a civilização. As doenças e as guerras são o que mais põe em risco a vida. Se não tivéssemos guerras nem doenças, teríamos garantia de vida, e este seria o verdadeiro mundo civilizado. Já chegamos à época em que precisamos ir até aí. Daí a razão de ser do lema da Igreja Messiânica Mundial: o mundo absolutamente isento de doença, pobreza e conflito. Como a guerra é um conflito em maior escala, propomos a construção do mundo sem doença, pobreza e guerra. Todos os infortúnios são decorrentes da doença. Costuma-se entender como doença aquilo que provoca dores, coceira ou outras reações; interpreta-se sempre no sentido físico. Mas não é bem assim. Há dois tipos de doenças: doenças físicas e doenças do espírito. Dizem que este ano a tuberculose e outras doenças contagiosas, a disenteria, etc. aumentaram bastante e por isso as pessoas estão receosas. Entretanto, se hoje não se conseguir encontrar solução para esse problema, jamais se formará um mundo civilizado, nem mesmo daqui a centenas ou milhares de anos. Quanto à pobreza, sua origem é a doença do corpo. Basta escolher uma pessoa pobre e procurar saber a causa da sua pobreza. É invariavelmente a doença. São casos como a perda de emprego devido à enfermidade, ou a impossibilidade de trabalhar pelo mesmo motivo. A doença, acrescida do fato de não se receber salário, constitui uma dose dupla de sofrimento. Isso se reflete negativamente não só no próprio doente como em seus parentes e amigos. A causa das guerras também é a doença. Trata-se da doença mental. É comum utilizar-se a expressão “fabricantes de guerras”, para aqueles que as causam. Observando-se a História, encontramos inúmeros exemplos. E eles recebem o nome de heróis. Esses indivíduos importantes têm força e inteligência, mas no fundo sofrem de uma espécie de doença nervosa. Por isso torna-se necessário erradicar não só a doença do corpo como também a do espírito. Quanto à do corpo, as pessoas acreditam que é possível curá-la através da Medicina e se esforçam nesse sentido, mas não há nada que resolva a doença espiritual. Para isso, só existe um meio: a Religião.
  • 22. Na teoria pode ser assim, mas surge a dúvida: conseguir-se-á, na prática, erradicar ambos os tipos de doenças? Aí é que entra o JOHREI, ao qual se referiu há pouco o Sr. Suzuki: ele irá erradicar a doença da mente e a do corpo. Dessa forma, surgirá o mundo civilizado. Observando o estado em que se encontra a humanidade e a cultura, concluo que de maneira alguma isto é civilização. Pelo contrário, é até um estado extremamente bárbaro. As guerras de hoje são mais terríveis que as da época selvagem. Sendo assim, podemos afirmar que a cultura ou civilização da atualidade não passa de aparência; a humanidade está iludida com essa aparência, e as pessoas se sentem gratas. Analisando seu conteúdo, veremos que ele é selvagem; ou melhor, meio civilizado e meio selvagem. A cultura contemporânea assemelha-se a uma bela mulher, vestida com um bonito quimono, com a qual todos ficassem impressionados, mas que, quando tirasse a roupa, se mostrasse corroída pela sífilis, toda coberta de pus. Acredito, por conseguinte, que a nossa Igreja Messiânica Mundial não é uma religião. Se fosse possível resolver os problemas do homem com a Religião, eles já teriam sido resolvidos, pois até o presente apareceram importantes líderes e fundadores de religiões, filósofos, moralistas, etc. É verdade que selvagens nus e de rosto pintado restam poucos. Conseguiu-se, também, que tudo assumisse um aspecto bonito, culto. Mas ainda não foi possível garantir a vida humana, porque as religiões que surgiram até hoje não tinham força suficiente. Tiveram força para tornar cultos os selvagens, mas não para ir além, ou seja, para tornar os homens civilizados. Há, ainda, inúmeros inventos que não são utilizados no bom sentido; muito pelo contrário. Dizem que a bomba atômica pode matar vinte milhões de pessoas de uma só vez; entretanto, se essa energia for aplicada para o bem, com uma pequena porção do tamanho da ponta de um dedo, poder-se-á fazer rodar trens ou automóveis por muitos dias. O avião, sendo utilizado como meio de transporte, não existe nada mais rápido e útil; utilizado para lançar bombas, não há máquina mais temível. Esta é a cultura científica de hoje. Chegamos até aqui com o progresso da cultura científica, mas falta algo – algo muito importante. Devido a essa falta tende-se a fazer mau emprego das coisas. Eis o motivo da aflição da humanidade. Para utilizar as coisas em sentido positivo, torna-se necessário ir às raízes, isto é, ao Espírito. Mudando o Espírito das criaturas do mal para o bem, elas saberão utilizar tudo no bom sentido e assim se conseguirá um mundo maravilhoso. Cristo referiu-se a isso com a expressão “É chegado o Reino dos Céus”. Sakyamuni, por sua vez, disse: “Após a extinção do Budismo, aparecerá Miroku Bossatsu, e surgirá o Mundo de Miroku”. Só que Sakyamuni falou que seria após 5,67 bilhões de anos. Acredito, entretanto, que ele quis apenas se referir aos números 5, 6, 7. Se realmente estivesse profetizando algo para daí a 5,67 bilhões de anos, Sakyamuni não estaria bom da cabeça, pois não há nenhum sentido em profetizar algo para um futuro tão distante. Nessa época, a humanidade e a Terra já teriam passado por uma mudança tão grande que nem se poderia imaginar. Os messiânicos conhecem bem o significado dos números 5, 6, 7. Caso eu fosse explicá- lo, isso me tomaria bastante tempo e aí eu não poderia falar de coisas importantes.Com relação à profecia de Cristo, ao invés de dizer “E chegado o Reino dos Céus”, ele poderia ter dito “Vou construir o Reino dos Céus”. Mas naquela época o mundo ainda não havia alcançado o estágio necessário para isso, ou seja, o progresso da cultura ainda era insuficiente para a construção do verdadeiro mundo civilizado.
  • 23. No entanto, a cultura material progrediu, chegando ao estágio em que se encontra atualmente; o progresso foi tal, que se estendeu ao mundo todo. O que eu estou dizendo pode ser ouvido, através dos modernos meios de comunicação, nos quatro cantos do mundo. Os meios de transporte se desenvolveram tanto, que é possível ir de avião até os Estados Unidos num dia. Dessa forma, o progresso da cultura material já atingiu o ponto em que estão preenchidas quase todas as condições necessárias ao mundo civilizado. O primordial dessa questão é que a alma humana ainda não se evoluiu o suficiente para utilização do progresso no bom sentido. Sobre essa alma, é imperativo empenhar-nos para que as pessoas a utilizem positivamente e, ao mesmo tempo, para que a humanidade tome conhecimento disso. Em várias oportunidades falei sobre o assunto, e os fiéis já têm alguma noção a respeito. A propósito, comecei a escrever, há cerca de seis meses, um livro intitulado “A Criação da Civilização”. Meu objetivo é esclarecer que a civilização atual não é a verdadeira civilização e que, nesta, a Medicina, a Política, a Educação, a Arte, etc. serão bem diferentes. A parte que se refere à Medicina já está quase pronta, mas tenciono escrever, ainda este ano, a parte referente às outras áreas. Quando o livro estiver concluído, pretendo traduzi-lo para o inglês e tomar providências para que ele seja lido por professores universitários, cientistas, enfim, por intelectuais do mundo inteiro. Vou enviá-lo, também, à Comissão Examinadora do Prêmio Nobel, mas acredito que, no início, não o receberão bem, pois a Comissão é integrada por eminentes personalidades da cultura material. Todavia, como se trata de um livro que aborda justamente aquilo que as pessoas eminentes estão buscando, acredito que os integrantes da Comissão não deixarão de entendê-lo e exclamar: “É isto!” Assim, poderiam conceder-me dez ou vinte Prêmios Nobel. Quando esse livro for publicado, eu gostaria que todos os povos o lessem. Dessa forma, ao mesmo tempo que mostramos como estará constituída a verdadeira civilização, damos a conhecer o JOHREI. Com o JOHREI as doenças saram milagrosamente, mas ele não se destina a curar doenças. Em resumo, o JOHREI cura o espírito, ou seja, o mal que existe nele. Em termos mais claros, o mal é o caráter selvagem, e este não pode ser removido, pois não se pode viver sem espírito. O que se pode fazer é mudar a maneira de pensar das pessoas, ou seja,diminuir-lhes as partes más, fazendo com que as partes boas aumentem. Assim, todos farão apenas coisas boas, isto é, acharão que devem fazer o bem. Costumo dizer aos fiéis que os homens da atualidade estão sempre pensando em praticar o mal. Mesmo que não queiram fazê-lo, acham que é bobagem praticar o bem, que isso só traz prejuízos, que se deve fazer as coisas de maneira mais “fácil”. Entretanto, essa forma de pensar é o oposto da verdade. Faço tal afirmativa porque já houve época em que eu também pensava assim. Gradativamente, porém, comecei a ter melhor compreensão sobre Deus, através da Fé, e vi que estava totalmente do “avesso”. Aí passei a querer praticar o bem e sempre buscava um meio para isso. Estava sempre procurando fazer algo em benefício das outras pessoas, algo que as deixasse felizes, satisfeitas. Com essa atitude, minha sorte melhorou. Mesmo antes de me dedicar inteiramente à Fé, aconteciam-me coisas boas quando eu ficava nesse estado de espírito. Assim, pensei como seria bom se as pessoas soubessem os benefícios que nos advêm quando procuramos fazer a felicidade do próximo. À medida que eu ia acumulando tais experiências da vida real, comecei a ter plena compreensão de que realmente Deus e o demônio existiam. A partir daí passei por uma fase de aprimoramento espiritual. Com a ocorrência de vários milagres, pude compreender a grande missão que me era destinada. Foi assim que instituí a Igreja Messiânica Mundial e estou desenvolvendo minhas atividades.
  • 24. Outro ponto que eu gostaria de abordar é o “Juízo Final”, do cristianismo, e o “Fim do Budismo”, profetizado por Sakyamuni. Apesar de muitos líderes e fundadores de religiões terem feito profecias semelhantes, vou tratar, aqui, apenas destas duas. Que vem a ser o Juízo Final? Os homens estão imaginando que virá um deus para fazer o julgamento neste mundo, mas isso não corresponde à verdade. É um ponto de difícil entendimento para os não-fiéis, mas o Mundo Espiritual é uma realidade. O mundo em que vemos e sentimos a matéria é o Mundo Material; além deste, há o Mundo Espiritual e, no meio dos dois, o Mundo Atmosférico. Este último já é conhecido, mas ainda não se conhece o Mundo Espiritual. É como a ordem em que se dispõem a era do barbarismo, a era da cultura e a era da civilização. Da mesma forma, o Universo obedece a uma constituição tripla: Mundo Material. Mundo Atmosférico e Mundo Espiritual. Há, ainda, os ciclos do mundo: assim como existe transição entre o claro e o escuro, entre o dia e a noite no espaço de um dia, há a mesma transição no espaço de um ano. O claro e o escuro em um ano podem ser comparados ao verão e ao inverno, respectivamente. Os raios solares são mais furtes no verão e mais fracos no inverno, ocasionando o contraste entre o claro e o escuro. E existem períodos idênticos no espaço de dez e de cem anos. A História registra épocas de paz e de guerra, que correspondem ao claro e ao escuro. Refiro-me, portanto, a esse ritmo. Igual período existe também no espaço de mil e de dez mil anos. Estávamos até agora na escuridão, no período das trevas; vamos passar para o período da claridade. Passando-se para o período da claridade, tudo que existia no período das trevas sofrerá uma seleção. Esses ciclos do mundo, nós os designamos com as expressões Mundo da Noite, Mundo do Dia, Cultura da Noite, Cultura do Dia. Assim, desaparecerá uma série de coisas que não serão mais necessárias. Durante o dia, por exemplo, não é preciso lâmpadas. Tudo aquilo que pertence à Era da Noite e se tornar desnecessário será eliminado. O Juízo Final representa a separação do que é do Dia e do que é da Noite. Oque for inútil ficará inativo ou será destruído. A partir de agora, as coisas do Dia irão sendo construídas gradativamente. O que acontecerá quando o Mundo Espiritual se tornar claro? Vejamos o homem. Nele, entre a matéria e o espírito existe a água, que corresponde ao ar. Ela existe em grande quantidade no corpo humano. Assim, o homem apresenta uma constituição tripla; dela, faz parte o espírito a que também se poderia chamar alma. O espírito está subordinado ao Mundo Espiritual. Tornando-se claro esse mundo, aqueles cujo espírito não corresponder a essa claridade terão de ter as suas máculas removidas. Não significa que elas serão arrancadas, mas ocorrerá naturalmente a purificação, para limpar o que está sujo. À medida que o Mundo Espiritual vai clareando, as pessoas possuidoras de máculas no espírito passam por uma limpeza, que é o sofrimento. O princípio da doença obedece a essa explicação. Através dela pode-se compreender perfeitamente o que é a doença. Até agora não se conhecia o espírito. Desprezava-se a sua existência. Como o Sr. Tokugawa disse há pouco, é uma questão de alma. A ação da alma é muito grande. Ontem fui visitado por uma pessoa que eu não via há cerca de um ano. Anteontem eu tinha pensado: “Como estará ele passando?” No dia seguinte ele apareceu. Aí eu disse para mim mesmo: “Ah, o espírito dele veio aqui antes!” Digamos, por exemplo, que o Sr. Tokugawa pense: “O Sr. Matsunami está escrevendo com afinco.” Então este pensamento vai até o Sr. Matsunami, penetra no seu corpo e se aloja na sua cabeça. Aí, ele se lembra do Sr. Tokugawa. É como se a pessoa chegasse, após ter avisado. Nessas ocasiões, as criaturas se
  • 25. comunicam através dos elos espirituais. O trabalho desses elos, no caso do relacionamento amoroso, é muito interessante. Mas o meu objetivo, no momento, não é o problema do amor. O assunto se tornará claro, para os senhores, quando abraçarem a Fé. O amor é muito bom, mas quase sempre acaba em tragédia. Para entender melhor esse fim trágico, é necessário conhecer o lado espiritual, a existência dos elos espirituais. Isso não pode ser menosprezado. Em vários problemas da vida há mulheres; dizem mesmo que por trás dos crimes existe sempre uma mulher, ou melhor, o amor. Com a compreensão das causas, é possível eliminar as tragédias e os males sociais. Mas vamos deixar este assunto por aqui. Como eu estava falando há pouco, as máculas do espírito irão sendo eliminadas para ele corresponder à claridade do Mundo Espiritual. Se isso terminar numa simples doença, está tudo bem, mas pode acontecer que a pessoa fique gravemente enferma e acabe falecendo. A doença chega aos poucos, e por isso é que se chama doença. Se vier de uma vez, a pessoa morre. Juízo Final é isso. Com o clarear do Mundo Espiritual, a transformação pode ocorrer repentinamente e aí as criaturas não resistiriam. Haveria mortes em massa. Deus quer evitá- las e por isso manda avisos. E vontade de Deus que a humanidade seja avisada, para que ela se salve. E Ele me incumbiu dessa tarefa. Estou, portanto, avisando. Tanto Sakyamuni como Cristo profetizaram o advento do Paraíso, a chegada do Novo Mundo. Eles foram os profetas, e eu sou o concretizador. Deus me ordenou que concretizasse essas profecias, ou seja, que eu construísse o Paraíso Terrestre, livre de doença, pobreza e conflito. Entretanto, eu não me canso, pois não sou eu quem planeja. Tudo é planejado por Deus. Apenas dou forma às coisas. Isso realmente é fácil, mas de enorme responsabilidade. Provavelmente não houve ninguém com responsabilidade maior que a minha em toda a história da humanidade. Dessa maneira, as profecias de Cristo e Sakyamuni começam a ter sentido; se elas não tivessem possibilidade de ser concretizadas, seriam falsas profecias. Falsas profecias significam mentiras. Mas não seria possível pessoas tão importantes terem mentido. Por conseguinte, era preciso haver alguém que tornasse realidade tais profecias, e o escolhido fui eu. Na verdade, me é penoso afirmar um empreendimento de tamanha grandeza. Não falei nisso até agora justamente por ser uma missão demasiado grande. Mas o tempo se aproxima, já é chegada a Era do Dia. Para salvar a humanidade, preciso avisar rapidamente o maior número de pessoas, e é por isso que estou hoje falando aos senhores. O Sr. Suzuki falou há pouco sobre o Dilúvio e a Arca de Noé, mas isso é algo semelhante ao Juízo Final. Há duas versões a respeito: uma diz que choveu quarenta dias seguidos, outra diz que foram cem dias. Fossem quarenta ou cem, o que interessa é que choveu durante muitos dias consecutivos. A água foi subindo cada vez mais e se tornou um dilúvio, salvando-se apenas os que estavam na arca. Aqueles que estavam em barcos comuns ou que subiram às montanhas acabaram perecendo; estes últimos, devorados por animais que também haviam subido. Apenas oito pessoas se salvaram, e dizem que os representantes da raça branca são seus descendentes. Acredito que, em linhas gerais, essa história não está errada. No Japão, conta-se a história de Izanagui-no-Mikoto e de Izanami-no-Mikoto. Estes dois deuses, de cima da ponte flutuante dos Céus, empunhando uma espada, mexeram algo semelhante a espuma, e daí surgiram as ilhas e os continentes. Essa deve ter sido a causa do Dilúvio. De acordo com a tese xintoísta, houve ação da maré alta e da maré baixa. A maré baixa é o recuo das águas, e Izanagui-no-Mikoto encarregou-se disso. O nascimento das ilhas e das nações significa que se jogou fora a água do Dilúvio, fazendo emergir aquilo que estava submerso. Penso que essa ocorrência corresponde à época do Dilúvio.
  • 26. Com relação ao cristianismo, dizem que João fez o batismo pela água e Cristo fará o batismo pelo fogo. Agora está para vir o batismo pelo fogo, o extraordinário acontecimento que promoverá a eliminação do Mal. Isso tem muitos outros sentidos, mas, como já está se esgotando o tempo, vou parar por aqui. Palestra de Meishu-Sama no “Hibiya Public Hall”, Tóquio 22 de maio de 1951 DAIJO, SHOJO, IZUNOME “Daijo” ilustra o aspecto horizontal da vida; “Shojo”, o vertical. A atividade de “Daijo” é semelhante à da água, que se estende perpetuamente em nível horizontal. “Shojo” é a atividade do fogo. Restrito, queima em profundidade e dirige suas chamas para o alto; une o homem a Deus. “Daijo” une irmão com irmão. O princípio de “Shojo” é estrito e intransigente. A vida das pessoas com temperamento “Shojo” é regida por padrões freqüentemente rígidos e restritos. O indivíduo “Shojo” tende a ser mais crítico do que os outros e a classificar as coisas como “boas” ou “más”. Os indivíduos de temperamento “Daijo” são geralmente liberais e estão sempre dispostos a mudar. Por outro lado, podem tender a um liberalismo excessivo, faltando-lhes uma orientação espiritualmente profunda. Izunome simboliza a cruz equilibrada, indicando a perfeita harmonia entre os princípios horizontal e vertical. Até agora, o Leste se manteve no nível vertical e o Oeste no nível horizontal. Durante a Era da Noite, foi assim que a Providência Divina estabeleceu o plano espiritual. Os povos orientais mostram-se mais inclinados a reverenciar o culto aos ancestrais, a virtude da lealdade e a piedade filial. Por isso, mantêm um estrito sistema hierárquico. No Oeste, enfatiza-se a afeição entre marido e mulher, expandindo o amor ao próximo e a toda a humanidade. O Cristianismo é “Daijo” e, assim, difundiu-se pelo mundo inteiro. Nele se acentua a importância do amor fraterno, atividade em nível horizontal. O Budismo é “Shojo”; sua essência fica restrita a grupos específicos. Acentua-se a importância da meditação, com o fim de alcançar a sabedoria e a auto-realização. Essa atividade é vertical — profunda e dirigida para o alto — e induz seus discípulos a viverem retirados do mundo. Como o Leste representa o nível vertical e o Oeste o nível horizontal, há muito pouca compreensão entre ambos, o que freqüentemente tem dado margem a conflitos. É chegado, contudo, o momento de os princípios vertical e horizontal se harmonizarem para formar a cruz equilibrada — Izunome. O resultado será uma feliz união das civilizações oriental e ocidental. Só então a humanidade poderá viver o Paraíso na Terra. A Igreja Messiânica Mundial nos dá a consciência de que esse Paraíso pode tornar-se uma realidade através da Luz de Deus. Devemos ser flexíveis e agir de acordo com as situações, ora aderindo ao princípio de “Shojo”, ora aplicando o método “Daijo”, mas sempre voltando ao ponto central, Izunome. “Daijo” é abrangente incluindo tudo, inclui também “Shojo”. De modo geral, é bom agir conforme as circunstâncias, mas nunca esquecendo o princípio sobre o qual baseamos a nossa ação. Mesmo tendo “Shojo” como princípio orientador, convém agir à maneira “Daijo”.
  • 27. Não obstante, seria perigoso empregarmos somente “Daijo”. Os jovens, especialmente, poderiam tender a uma demasiada auto-indulgência. “Shojo” estabelece o princípio vertical, no qual tudo deve ser baseado, antes de adotar o princípio “Daijo”, de expansão horizontal. Assim, pode-se atingir o perfeito equilíbrio entre ambos, ou seja a cruz equilibrada Izunome. Extraído do livro “Os Novos Tempos” O BEM E O MAL SÃO RELATIVOS Há leis naturais no Universo que regem todos os processos e mutações. Essas leis também governam a Religião, a Filosofia, a Ciência, a Política, a Educação, a Economia, as Artes, a paz e a guerra, o Bem e o Mal. Quando nos adaptamos a essas leis naturais e reguladoras, o nosso caminho se torna mais suave. Quando fazemos resistência a elas, surgem as dificuldades. As criaturas de pensamento “Daijo” falam menos no Bem e no Mal ou nos erros alheios do que as criaturas de pensamento “Shojo”. Como o Bem e o Mal são termos relativos de uma determinada situação, verdadeiramente não podemos julgar os atos alheios. Deveríamos, portanto, aplicar a tolerância do pensamento “Daijo” em todos os nossos relacionamentos. Quando pensamos e agimos de acordo com as imutáveis Leis Divinas, que regem toda a criação e todas as ações, os resultados são benéficos. A despeito da opinião dos homens, o que importa é o resultado final. Extraído do livro “Os Novos Tempos” CRIAÇÃO DA CULTURA A nossa religião é denominada Igreja Messiânica Mundial. Naturalmente, tendo ela surgido para promover a última salvação do mundo, não há disparidade entre seu nome e sua missão, mas também poderíamos chamá-la de Igreja Criadora. Explicarei por quê. Durante dezenas de séculos, a humanidade veio empregando todas as suas forças para o progresso e desenvolvimento cultural, e, como podemos constatar, atingimos uma cultura notável e exuberante, que chega a deixar-nos maravilhados. Não haveria palavras suficientes para enaltecer esse mérito. O ideal da humanidade, obviamente, era promover a felicidade do homem; entretanto, graças à descoberta da desintegração do átomo, a realidade foi bem diferente daquilo que se esperava. O adjetivo “pavoroso” ainda seria fraco para qualificar tal descoberta, pois ela é capaz de ceifar milhares de vidas num instante. Indubitavelmente, o sonho de felicidade foi traído, mais do que se possa imaginar. Quem poderia prever tão grande desgraça? Haverá existido maior desencontro que esse em toda História? A humanidade – ou pelo menos os homens cultos – precisa descobrir a verdadeira causa do problema, pois, enquanto ela não for descoberta e solucionada, o progresso da cultura obtido de agora em diante não terá nenhum sentido. A própria energia atômica, no entanto, torna-se demoníaca porque é utilizada como arma de guerra; se não o for, logicamente torna-se um maravilhoso anjo da paz. De acordo com esse princípio, não há motivo para fazermos alarde contra a bomba atômica, pois o problema está na guerra em si; conseqüentemente, não existe problema mais importante que o da sua extinção. Há milhares
  • 28. de anos, com efeito, a humanidade vem empregando todos os seus esforços para fugir desse horror; é um fato que todos estão fartos de conhecer. Não obstante, ao invés de ele estacionar, a realidade mostra o seu incremento, a cada guerra que é travada. Talvez isso também seja motivado pelo crescimento demográfico, mas a causa principal é o aperfeiçoamento das armas, que culminou com a invenção da bomba atômica. O que mais poderia estar indicando esse acontecimento senão a aproximação da hora de colocar-se um ponto final nas guerras? Acredito que este é o “Fim do Mundo” profetizado por Cristo. Pensando dessa forma, podemos considerar que a civilização atual seja um sucesso, mas também não podemos deixar de admitir a existência de uma falha tão grande que anula esse sucesso. Analisando desse ângulo, o certo seria despertar das falhas da cultura, as quais descrevi acima, e partir para a criação de uma cultura nova e inédita. Em outras palavras, seria o reinício da cultura. E como se criaria essa nova cultura? Eis o grande desafio que a humanidade vive atualmente. Acredito que a Igreja Messiânica Mundial foi criada para corresponder a esse propósito. Portanto, com tão importante missão, ela visa a desenvolver, de acordo com a Ordem de Deus, a grandiosa obra de construção do Paraíso Terrestre. Como condição básica para atingir esse objetivo, propomo-nos, antes de tudo, a eliminar a doença da humanidade. Julgo desnecessário falar muito a esse respeito, dados os maravilhosos resultados que vimos obtendo. Obviamente, a verdadeira causa da guerra é a doença; não somente a doença física, mas também a espiritual – a dos doentes do espírito que ainda não são considerados loucos ou insanos. Fazer deles pessoas verdadeiramente saudáveis, deverá ser a base para solucionar o problema da guerra. Acredito que as demais soluções apontadas não passam de palavras vazias. 13 de setembro de 1950 A TRANSIÇÃO DA VELHA CULTURA PARA A NOVA CULTURA A cultura atual, comparada à cultura primitiva, de milhares de anos atrás, alcançou um progresso assombroso e está se expandindo cada vez mais. Todavia, o homem muito sofreu e lutou para chegar a esse ponto, enfrentando catástrofes naturais, guerras, doenças e outros males. A história da humanidade mostra-nos as terríveis batalhas que viemos travando contra esses sofrimentos. É desnecessário dizer que, por trás dos objetivos do progresso, havia um plano no sentido de proporcionar a todos os homens um mundo mais feliz, de eterna paz. Para a concretização desse ideal, no entanto, os homens promoveram apenas o progresso da cultura material e consideraram a Ciência como única verdade, não dando atenção a nada mais. Toda vez que havia uma descoberta ou invenção, a humanidade as aplaudia, achando-as maravilhosas, crente de que, através delas, a felicidade aumentaria e, passo a passo, aquele ideal estaria mais próximo. Foi assim que os homens viveram correndo atrás do sonho de alcançar a felicidade. Entretanto, o progresso da Ciência atingiu o ponto de se descobrir a desintegração do átomo. Essa grande descoberta deveria ser digna de comemoração, mas, ao contrário do que
  • 29. se esperava, foi uma descoberta aterradora. O caminho que percorríamos pensando ser o caminho para o Céu, na verdade era o caminho indesejável para o Inferno. Inventou-se um material que, num segundo, pode acabar com milhares de vidas. Talvez a História ainda não tenha registrado nenhum acontecimento tão contrário à previsão dos homens. A humanidade ou, mais especificamente, os povos civilizados que inventaram esse terrível material, acabaram criando, também, o problema de precisarmos fugir, a todo custo, da ameaça que paira sobre as nossas cabeças. É realmente paradoxal. Contudo, pensando bem, trata-se de uma invenção que, em si mesma, nada tem de temível; pelo contrário, é uma maravilha que vem contribuir para a felicidade do homem. Ela é temida porque pode ser empregada como instrumento de guerra, mas, se for utilizada para a paz, será realmente uma grande aquisição para a humanidade. No primeiro caso, seu emprego está baseado no mal; no segundo caso, está baseado no bem. Logo, tanto pode se tornar um instrumento benéfico como maléfico. Nesse sentido, se a pessoa que o manipula estiver do lado do bem, não haverá nenhum problema. Mas o caso não é tão simples assim. Em termos concretos, é preciso transformar o mal em bem. Torna-se desnecessário dizer que esta é a sagrada missão da Religião. Até agora, a Religião, a Moral, a Educação e a Lei contribuíram para isso de certa forma, conseguindo alguns bons resultados, porém, ainda hoje, ao contrário do que se esperava, o bem está sendo subjugado pelo mal. A preocupação existente de que o material atômico venha a ser utilizado por este último, é uma prova do que dizemos. Entretanto, precisamos aprofundar outro aspecto da questão. Se o ato diabólico e destruidor representado pelo lançamento da bomba atômica for permitido, obviamente advirá o fim da humanidade. Sendo assim, é inadmissível que o Criador do Céu e da Terra e de tudo que neles existe, e também arquiteto do progresso atingido pela civilização, consinta passivamente essa catástrofe. Interpretando desse modo, que mais poderia ser isso senão o “Fim do Mundo” profetizado por Cristo? Caso não houvesse nenhuma outra profecia, a humanidade nada mais teria a fazer do que aguardar seu fim, mas Cristo também disse: “É chegado o Reino dos Céus”. Torna-se evidente, portanto, que essas duas grandes profecias estão indicando o futuro do mundo, ou seja, que virá o Fim do Mundo e se estabelecerá o Céu na Terra. Foi previsto, ainda, o Retorno de Cristo e a Vinda do Messias. A propósito, também devemos pensar que, para ficarmos absolutamente livres da destruição atômica, é necessário transformar o mal em bem, conforme já explanei. E quem poderia ter força ou poder para isso senão o próprio Messias? Não obstante, mesmo ocorrendo essa grande transformação, haverá muitos que não se converterão ao bem. A estes, para os quais não é possível esperar mais nada, só poderá acontecer o pior dos piores. Cristo referiu-se a esse acontecimento com a expressão “Juízo Final”. Com base no que acabo de expor, os homens devem conscientizar-se de que estamos na fase imediatamente anterior à efetiva transição do Mal para o Bem, da Destruição para a Construção, da Velha para Nova Cultura. O plano para a Nova Cultura já está muito bem preparado. Não foi elaborado pela inteligência nem pela força humana; há milhares de anos Deus o vem preparando com toda a meticulosidade. Estou vendo tudo isso de forma muito clara, e não apenas espiritualmente, mas inclusive através de fenômenos de ordem material. Vejo realmente com tanta clareza que, sem vacilação, posso afirmar que não há, em absoluto, nenhuma parcela de erro no que estou dizendo. 6 de setembro de 1950