7. Introdução
• Preocupação com a utilização de
antibióticos e seus resíduos
• Necessidade em aves e suínos de
promotores de crescimento alternativos,
economicamente viáveis, sustentáveis e
multifuncionais
• Alternativa para potencializar a digestão e
absorção da dieta em algumas fases
críticas, conduzindo melhor o
desempenho e saúde
9. Introdução
• Os acidificantes estão inseridos no grupo
dos ADITIVOS equilibradores da
microbiota do trato gastrointestinal,
composto por ácidos orgânicos e
inorgânicos, que reduzem o pH do meio
facilitando a digestão e reduzindo a
proliferação de microrganismos
indesejáveis
10. Introdução
• Os ácidos podem estar na forma líquida
ou pó, oferecidos via água ou ração, com
o objetivo de equilibrar a microbiota do
intestino para menor produção de gases e
aumentar a população de bactérias
produtoras de ácidos graxos voláteis
11. Ácidos
• Em geral, quando o termo ácido orgânico é
empregado na produção animal, refere-se aos
ácidos fracos, de cadeia curta (C1-C7) (DIBNER e
BUTTIN, 2002) que produzem menor quantidade
de prótons por molécula ao se dissociarem.
• A maior parte do efeito nutricional dos ácidos
orgânicos em aves acontece devido à influência
do ácido sobre a microflora intestinal (porém,
muitos precisam estar protegidos para chegar ao
intestino) e aqui está a diferença em relação aos
produtos disponíveis .
12. Acidificação
• Os ácidos reduzem o pH do trato gastrintestinal.
Dessa forma, ajudam a criar um ambiente
intestinal favorável ao desenvolvimento dos
microorganismos probióticos e inibem o
desenvolvimento de microorganismos
patogênicos
• Diversos trabalhos mostram que estimulam o
desenvolvimento da mucosa intestinal,
aumentando o tamanho dos vilos e
profundidade das criptas, melhorando a
absorção dos nutrientes
13.
14. Acidificação
Tem um efeito antibacteriano específico à semelhança
dos antibióticos, principalmente para ácidos de cadeia
curta, sendo particularmente efetivos contra E. coli,
Salmonella e Campylobacter;
As funções dos ácidos são variadas e amplas, nem
todas relacionadas à nutrição:
Produzem acidez, a qual por sua vez age como
flavorizante e também retarda a degradação
enzimática.
15. Ácidos
Adams, 1999
• Atuam como agentes quelantes que se
ligam a metais formando os quelatos
metálicos, os quais previnem ou reduzem a
oxidação oriunda da catálise dos metaisíons.
• Agem diretamente como fortes inibidores
do crescimento microbiano podendo ter uso
na preservação de grãos e rações,
sanitização da água e das carnes e como
aditivo promotor de crescimento.
18. Acidificação
• (Hinton et al., 2000).
• Em aves, as bactérias patogênicas (e.g. Salmonela)
atingem o trato digestivo após vencerem a barreira do
papo (inglúvio). A existência de um ambiente ácido com
pH baixo no papo é muito importante para impedir ou
diminuir a colonização de patógenos no trato digestivo.
A quantidade alta de Lactobacilus e pH baixo no papo
têm mostrado reduzir a ocorrência de Salmonella
19. Ácidos
• Modo de ação dos ácidos orgânicos (Eidelsburger,
2001).
• a ) Efeito antimicrobiano nos alimentos em si.
• b ) Diminuição do pH na parte inicial do trato digestivo,
ação bactericida e bacteriostática na microflora
(bactérias, fungos e leveduras) do trato digestivo.
•
A ação antimicrobiana se dá porque o ácido diminui a
capacidade de aderência da bactéria com fimbria à
parede intestinal,
• Capacidade de desnaturação sobre as proteínas;
20. Ácidos
• c ) Capacidade aniônica tamponante com cátions das
dietas (Ca++, Mg++, Fe++, Cu++, Zn++), aumentando a
digestibilidade e retenção desses elementos.
• d ) Utilização da energia do ácido no metabolismo com
ácido propiônico. Hume et al. (1993)
21. Ácidos
• (Thompson e Hinton, 1997).
• O efeito antibacteriano tem efeito maior na parte anterior do
trato digestivo, houve recuperação dos ácidos fórmico e
propiônico principalmente no papo e moela, mostrando
maior ação nesses compartimentos.
• (Bolton e Dewar, (1964).
• Os ácidos acético, propiônico e butírico usados no nível de
2,5% na forma de sais de cálcio, são completamente
digeridos antes do divertículo de Meckel.
• (Hume et al., 1993).
• Apenas uma pequena porção de ácido propiônico da dieta
alcança os cecos e final trato digestivo
22. Ácidos
• O resultado do uso é portanto dependente
da concentração e das combinações dos
ácidos empregados bem como da
capacidade tamponante da dieta utilizada,
daí a importância do uso de “blends” pois
cada classe possui uma determinada
função, potencial de dissociação e local
de atuação.
23. Ácidos orgânicos
O efeito dos ácidos orgânicos está relacionado com a
capacidade de ceder ânions e portanto, com o seu
peso molecular e valência;
Os ácidos atuam diminuindo o pH intracelular e podem
causar alteração na permeabilidade da membrana com
o bloqueio do substrato do sistema de transporte de
elétrons;
24. Resumindo:
• Além da redução do pH eliminando
grande parte das bactérias patogênicas e
selecionando as benéficas, sua principal
ação acontece sem reduzir o pH do meio,
onde na absorção pela parede celular das
bactérias, internamente:
– a porção aniônica do ácido danifica a
estrutura do DNA no núcleo das células e
assim as bactérias não se dividem ou morrem
– a porção catiônica reduz o pH da célula
obrigando-a a utilizar sua energia para liberar
os prótons, levando a uma exaustão celular
34. Sarvory, 2010
Em condição termoneutralidade,
galináceos consomem de 1,6 a 2,0 vezes
seu consumo de alimento.
35. Singleton, 2004
Depois de 20oC, para cada 1ºC de aumento de
temperatura o consumo de água aumenta 6%
e o consumo de alimento diminui 1,2%.
36.
37. • pH
Limite
Comentários
-Implicações de pH muito ácido: Corrosão de equipamentos,
redução de desempenho, diminuição da efetividade de
substâncias terapêuticas e vacinas, quando colocadas na água.
4,0 a 8,0
-Implicações de pH muito básico: Precipitação de algumas
moléculas de substâncias terapêuticas (sulfonamidas são a
preocupação, pois quando precipitadas podem permanecer nas
tubulações e os animais podem ter acesso durante o período de
carência, contaminando a carcaça) e inativação ou diminuição
da eficiência do cloro.
38. Perda de efeito do cloro
Matéria orgânica com nitrogênio reage
com cloro e forma cloraminas (cloro
residual combinado) e sem efeito
bacteriano.
Cloro Residual
NH3, NH4
Livre
HClO
ClO-
Combinado
(cloraminas)
NHCl2
NCl3
NH2Cl
39. Perda de efeito do cloro
pH da água elevado – maior formação de
CIO- (ion hipoclorito) em detrimento de
ácido hipocloroso (HClO). Este ácido
residual livre é que tem a ação
bactericida. Este é o caso de altos níveis
de sólidos dissolvidos totais.
41. Hayashi, 2012
Práticas de acidificação via água são comuns
apenas na fase que antecede o abate, com o
objetivo na prevenção da contaminação de
carcaças no abatedouro, entretanto sabe-se
que os efeitos da alteração da microbiota,
não ocorrem apenas no papo mas em toda
extensão intestinal, sendo importante a
adoção estratégica de uso contínuo durante
todo o período de produção.
43. Granja região de Tietê-SP
• Água dura; pH ao redor de 9,0
• 2 lotes tratados (30 ppm) e um lote
controle
• Uso nos 7 primeiros dias; entre 19 a 21d
na troca de ração; e nos últimos 3 dias
antes da saída do lote
• Produto “blend” de 4 ácidos orgânicos +
peróxido de hidrogênio
44. Lotes
Fiorentino
Adriano
Ivan
n de
aves reprodutora
10.970
50 sem
14.880
50 sem
17.050
49 sem
Lotes
Fiorentino
Adriano
Ivan
PM
2.996
3.015
3.033
ração
consumida/av
e
tratamento
só cloro
tratado
tratado
GPD
65,9
66,3
65,2
Total (g)
idade
abate viabilidade mortalidade
45,5
91,08
8,92
45,5
94,35
5,65
46,5
95,53
4,47
CA
1,86
1,79
1,84
CAC
1,56
1,48
1,53
FP
323
350
338
Diferença(g)
a menos
custo/Kg 0,60 n de aves
Fiorentino
2,5Kg x CAC
3.900
0
0
9.991
Adriano
2,5Kg x CAC
3.700
200
12
14.039
Ivan
2,5Kg x CAC
3.825
75
4,5
16.287
45. Grande Integração Amparo-SP
• Água pH neutro (ao redor de 7,0)
• 2 lotes (31.000 aves) tratados (30 ppm) e
2 não tratados
• Uso nos últimos 7 dias antes da saída do
lote
• Comparação com resultado de lotes
anteriores
• Produto “blend” de 4 ácidos orgânicos +
peróxido de hidrogênio
47. Trabalho de pesquisa
realizado em conjunto com
Universidade de São Paulo
“Eficácia de VETHECH H5 na acidificação da água de
bebida de frangos de corte como melhorador de
desempenho e na redução da contaminação frente aos
desafios de Salmonella Enteritidis e de Clostridium
perfringens.”
Ferreira, AJP; Ferreira, CSA; Bernardino, A. 2013
48. Experimento
• 3 grupos de 40 aves tratadas com 30 ppm via água de
bebida nos 7 primeiros dias, de 19 a 21 dias e de 39 a
41d de idade
• Desafio aos 5d – Salmonella Enteritidis, via papo; coleta
dos cecos com 10d para reisolamento
• Desafio aos 20d – Clostridium perfringens, via papo;
necrópsia e observação de enterites aos 27d
• Desafio aos 40d – Salmonella Enteritidis, via cama;
coleta de papos com 41d para reisolamento
49.
50. Desafio 5d; coleta aos 10d
Tabela 2 – Re-isolamento da Salmonella Enteritidis nas amostras de ceco.
Identificação do
laboratório
(LABOR)
Número
de
amostras
Identificação da
empresa no do
protocolo
520-1
40 cecos
520-2
40 cecos
Ceco de pintinhos de
10 dias de idade –
controle não tratado
Ceco de pintinhos de
10 dias de idade –
tratados
Diferença de 7,5%
Detecção de Salmonela
spp:
Número de amostras
positivas/número de
amostras examinadas
17/40
14/40
54. desafiadas via cama.
Desafio 40d; coleta 41d
Identificação do
laboratório
(LABOR)
Númer
o de
amostr
as
Identificação da
empresa no do
protocolo
Detecção de Salmonela
spp:
Número de amostras
positivas/número de
amostras examinadas
521-1
40
papos
Papo de frangos de 42
dias de idade – controle
não tratado
10/40
521-2
38
papos
Papo de frangos de 42
dias de idade tratados
0/38
55. Peso final dos grupos
Idade - dias
Controle
VETHECH H5
1
46,5
46,5
41
1.653
1.707
56. Como Acidificante
• Ex: lote de 25.000 aves
• Produto a 15% (150.000ppm)
• Consumo de 36 – 42d = 70 mil litros
– 150.000 x V = 30 x 70.000
– V= 2.100.000/150.000
– V= 14 litros
1 milhão de aves = 560 litros
57. Indicações de uso
•
•
•
•
•
•
Alojamento – 1-7 dias
Manutenção de flora benéfica – 2-3 dias
Após tratamento ATB – 2-3 dias
Estresse – 2-3 dias
Debicagem – 2-3 dias
Pré-abate – 2-3 dias
58. Cálculo do volume
Para lote de 20 mil aves :
– 1 a 7 dias – consumo = 7.000 litros (1,4)
– 19 a 21 dias – consumo = 12.000 litros (2,4)
– 40 a 42 dias – consumo = 27.000 litros (5,4)
TOTAL = 9,2 litros
Custo/ave = ao redor de 1 centavo (depende da
região)
59. Conclusão
• Atua no melhor desempenho econômico
das aves – melhor aproveitamento
• Sinergismo com probiótico
• Controla e diminui problemas infecciosos
• Auxilia na melhor ação do cloro (pH baixo)
• Limpa biofilme no sistema de água
• Custo baixo