O documento discute a abordagem oralista na aquisição da linguagem por surdos, apresentando seus defensores e críticos. Apresenta o relato de um surdo oralizado que defende a aprendizagem da fala. Discorre também sobre os limites do implante coclear para a aquisição completa da linguagem.
A linguagem oral santana, ana paula. surdez e linguagem
1. Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Núcleo de Ciências Humanas - NCH
Departamento de Língua Brasileira de Sinais – DLIBRAS
Curso:Letras Libras
Disciplina:Aquisição da Língua
Docente: Márcio Pontes
Discentes:
Cristian da Silva Pereira Jeffryes
Tiago Real Souza
Tema: A linguagem Oral (Capítulo 4)
2. O DIAGNÓSTICO DA SURDEZ
•Traz consigo os pré-construídos culturais em
relação ao "ser surdo": impossibilidade de
falar e de aprender, falta de inteligência,
insucesso na escola, incapacidade de
conseguir um bom emprego etc.
4. A LINGUAGEM ORAL
• Nós, mais do que ninguém, sabemos que somente a oralização
amplia nossas possibilidades e iniciativas como qualquer ser
humano e, por isso mesmo, acreditamos que somente o
oralismo é capaz, como um todo, de nos incluir na sociedade,
sem sermos marginalizados. Por este motivo não concordamos
com o fato de a língua de sinais ser a língua exclusiva e única
do surdo. [...] Na nossa opinião, a língua de sinais favorece a
formação de guetos.
TRECHOS DA CARTA ABERTA DOS SURDOS
ORALIZADOS (EM 8 DE SETEMBRO DE 2002)
5.
6. ABORDAGEM ORALISTA: DA TEORIA
DOS FATOS
•A fala sempre foi e é, em geral, o objetivo
dos pais ouvintes em relação aos filhos
surdos. Os surdos adultos que participaram
de uma abordagem oralista desde o seu
nascimento também defendem essa ideia.
7.
8. RELATO DE SURDO ORALIZADO
• Pesquisadora: Você acha que surdo deve aprender a falar?
• Ricardo: Eu acho que tem que aprender a falar. Sabe por quê? Mesmo
que não fale bem, tem que aprender muito bem português por causa da
leitura. A escola [referindo-se à escola em que estudou] tinha por
filosofia pedagógica a integração surdo/ouvinte. Era uma sala
misturada com ouvinte para que o surdo possa aprender a conversar
com ouvinte desde pequeno. Aí, quando ele sair da escola, já está
preparado para isso. Porque se for urna escola de surdo... Imagine
quando! Na hora que for para outra escola só de ouvintes, seria um
choque.
9.
10. •Esse é o relato oral de Ricardo, atualmente
presidente de uma Associação de Surdos de
uma cidade no interior de São Paulo. Ele
ressalta a importância da aquisição da
linguagem oral, não só para ele, mas também
para outros surdos. Em momento algum
considera a abordagem oral uma opressão dos
ouvintes sobre os surdos.
11. SOBRE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ORAL
• A ideia de que a fala é individual, biológica e dependente
apenas da "competência" natural da criança e da audição.
Tem como consequência o surgimento da crença de que o
surdo deve falar quando possui uma prótese auditiva ou um
implante coclear. As próteses auditivas tem sido
desenvolvidas com o objetivo de minimizar os efeitos da
deficiência auditiva e de promover a audição, para que se
consiga adquirir uma língua audioverbal.
12.
13. O IMPLANTE COCLEAR: UMA LUZ NO
FIM DO TÚNEL
•A busca pela fala é uma cobrança social e
independente da família. Mas o fato
comprometedor é que se exige sempre uma fala
“perfeita” e também “natural”, como se bastasse
ouvir para falar, como se a linguagem não fosse
um processo nem dependesse de interações e
usos efetivos da linguagem.
14.
15. •Em busca dessa fala surge uma tecnologia que
pretende suprir as deficiências da prótese auditiva: o
implante coclear.
•A pergunta é: ele pode mesmo erradicar ou contornar
essa deficiência? Como as próteses tradicionais o
implante coclear não garante resultados, ou mesmo
audição, a todas as crianças surdas.
16. • NUSSBAUM (2003) ressalta que a mídia trata o implante coclear
como cura. Para ela, é importante deixar claro que o implante coclear
pode:
• Promover acesso ao som ultrapassando as células aladas. Permitindo
ao usuário perceber os sons;
• Transformar sinais elétricos e enviar os sons ao nervo auditivo e ao
cérebro;
• oferecer mais acesso que as próteses tradicionais para a informação da
fala;
• Melhorar a percepção de crianças que já realizam treinamento
auditivo.
17. • Contudo, o implante coclear não pode:
• Interpretar o som;
• Garantir acesso completo à linguagem;
• Permitir que uma criança completamente surda adquira fala
como uma ouvinte;
• Fazer um som elétrico ser interpretado do mesmo modo que
um som acústico.
18. CONSIDERAÇÕES FINAIS
•O surdo não tem como criar hipóteses sobre
as regras de uma língua audiovisual sem
exposição e práticas efetivas com essa
língua.
19. Referência
Coloque a referência e use a capa do livro
que utilizou para o surdo saber qual é.
SANTANA, Ana Paula. Surdez e linguagem: Aspectos e implicações
neurológicas. 4ª Edição. SÃO PAULO SP: Sumus Editora, 2007.