1. O documento apresenta uma introdução à estética musical de Mário de Andrade, abordando sua vida e obra.
2. Como poeta, Andrade participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922 e mais tarde amadureceu seu pensamento, buscando uma aproximação maior com a cultura popular brasileira.
3. Como musicólogo, Andrade escreveu ensaios fundamentais sobre a música brasileira e influenciou compositores modernistas.
O plano de aula tem como objetivo apresentar, ensinar e reconhecer os elementos musicais da melodia, harmonia e ritmo. Os alunos irão cantar trechos musicais, executar harmonias em grupo e ritmos de valsa. As atividades incluem apresentações de músicas, vídeos e exercícios práticos com instrumentos.
Este documento descreve um projeto musical na Escola Estadual Paulo Freire que tem como objetivo promover a integração de alunos do 5o ano através da música. O projeto consiste em 3 etapas: escolha de músicas, ouvir e cantar as músicas em sala de aula, e produzir desenhos e slides representando as letras das músicas na sala de tecnologia. Os recursos incluem aparelho de som, data show, câmera digital e computadores. A avaliação ocorrerá ao longo de todas as
O documento discute a história da música, dividida em períodos: Renascimento, Barroco, Clássico e Romântico. Descreve as principais características musicais e eventos históricos de cada período, assim como seus compositores mais importantes, como Monteverdi, Bach, Mozart, Beethoven e Chopin. O texto fornece um panorama geral da evolução da música ao longo dos séculos.
O documento discute o uso da música no ensino de história, apresentando estratégias pedagógicas como ouvir músicas, analisar letras e contextos históricos. Também destaca a música como fonte histórica valiosa para compreender culturas e períodos do passado.
O documento discute a importância da música na educação escolar. Apresenta benefícios da música no desenvolvimento integral das crianças, como melhor desempenho acadêmico, expressão de emoções, socialização e aprendizagem. Também destaca a lei de 2008 que tornou o ensino de música obrigatório nas escolas brasileiras.
Projeto interdisciplinar com músicas. Este projeto visa trabalhar a criatividade, a autoestima, o individual, o lúdico, o senso crítico, a sensibilidade, entre outros aspectos relevantes que, contribuem para a melhoria da aprendizagem do educando. É possível desenvolvê-lo em todas as séries, basta adaptá-lo.
O plano de curso apresenta os conteúdos de arte para alunos do 1o e 2o ano da Escola Estadual São João da Escócia. O plano inclui dois eixos temáticos principais: Expressão e Elementos Formais da Obra de Artes Visuais e Percepção Visual e Sensibilidade Estética. Cada eixo tema contém temas e subtemas específicos com habilidades, detalhamentos e estratégias de ensino a serem abordados ao longo do ano letivo.
O plano de aula tem como objetivo apresentar, ensinar e reconhecer os elementos musicais da melodia, harmonia e ritmo. Os alunos irão cantar trechos musicais, executar harmonias em grupo e ritmos de valsa. As atividades incluem apresentações de músicas, vídeos e exercícios práticos com instrumentos.
Este documento descreve um projeto musical na Escola Estadual Paulo Freire que tem como objetivo promover a integração de alunos do 5o ano através da música. O projeto consiste em 3 etapas: escolha de músicas, ouvir e cantar as músicas em sala de aula, e produzir desenhos e slides representando as letras das músicas na sala de tecnologia. Os recursos incluem aparelho de som, data show, câmera digital e computadores. A avaliação ocorrerá ao longo de todas as
O documento discute a história da música, dividida em períodos: Renascimento, Barroco, Clássico e Romântico. Descreve as principais características musicais e eventos históricos de cada período, assim como seus compositores mais importantes, como Monteverdi, Bach, Mozart, Beethoven e Chopin. O texto fornece um panorama geral da evolução da música ao longo dos séculos.
O documento discute o uso da música no ensino de história, apresentando estratégias pedagógicas como ouvir músicas, analisar letras e contextos históricos. Também destaca a música como fonte histórica valiosa para compreender culturas e períodos do passado.
O documento discute a importância da música na educação escolar. Apresenta benefícios da música no desenvolvimento integral das crianças, como melhor desempenho acadêmico, expressão de emoções, socialização e aprendizagem. Também destaca a lei de 2008 que tornou o ensino de música obrigatório nas escolas brasileiras.
Projeto interdisciplinar com músicas. Este projeto visa trabalhar a criatividade, a autoestima, o individual, o lúdico, o senso crítico, a sensibilidade, entre outros aspectos relevantes que, contribuem para a melhoria da aprendizagem do educando. É possível desenvolvê-lo em todas as séries, basta adaptá-lo.
O plano de curso apresenta os conteúdos de arte para alunos do 1o e 2o ano da Escola Estadual São João da Escócia. O plano inclui dois eixos temáticos principais: Expressão e Elementos Formais da Obra de Artes Visuais e Percepção Visual e Sensibilidade Estética. Cada eixo tema contém temas e subtemas específicos com habilidades, detalhamentos e estratégias de ensino a serem abordados ao longo do ano letivo.
Este documento apresenta os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação para as disciplinas de Dança, Teatro e Música do 1o ano do Ensino Fundamental. Os objetivos incluem compreender essas artes como produtos culturais, sociais e históricos e compreender suas linguagens específicas. Os conteúdos incluem cantigas, brincadeiras, danças populares e elementos das linguagens como movimento e som. Os critérios de avaliação avaliam a compreensão dos alunos dessas artes e sua capacidade de experiment
Apostila de educação musical 8º ano ensino fundamentalPartitura de Banda
O documento discute a história da notação musical ocidental e seus principais elementos. Em 3 frases:
1) A notação musical teve origem nos neumas, símbolos que representavam notas musicais em cantos gregorianos na Idade Média.
2) O sistema de notação moderno evoluiu a partir desses símbolos iniciais para permitir a escrita e preservação de músicas.
3) A notação permite que intérpretes recriem músicas conforme prescritas pelo compositor, preservando obras ao longo do
Este projeto visa desenvolver a musicalidade de crianças através de atividades com músicas populares brasileiras. O projeto usará músicas, danças, dramatizações e a confecção de instrumentos musicais para ajudar as crianças a desenvolver habilidades como percepção musical, criatividade e socialização. O objetivo é despertar o prazer pela música e contribuir para o desenvolvimento integral das crianças.
Este projeto visa ensinar dança de salão para alunos do ensino fundamental como forma de expressão, autoconhecimento e alívio do estresse. Os objetivos incluem respeitar diferentes culturas, conhecer a história do Brasil por meio da dança e melhorar a autoestima e qualidade de vida dos estudantes.
O ENSINO DA HISTÓRIA DA ARTE NA ESCOLA PROFESSOR JOSE AUGUSTO DE ARAUJO.Vis-UAB
Este documento resume um trabalho de conclusão de curso sobre o ensino da história da arte na Escola Municipal Professor José Augusto de Araújo. A pesquisa investigou como é ministrada a disciplina de arte nas séries do 6o ao 9o ano através de entrevistas com coordenadores, professores e alunos. O trabalho buscou identificar a metodologia utilizada e refletir sobre a importância do ensino artístico na formação dos estudantes.
O documento discute a importância da música na educação infantil. Ele explica que a música deve ser usada para favorecer o desenvolvimento integral das crianças, não como uma atividade mecânica. Também discute a importância de usar ferramentas musicais que explorem as potencialidades das crianças de forma prazerosa.
Este documento descreve um projeto chamado "Música na Escola" que será implementado na Escola Estadual Antônio João Ribeiro. O projeto tem como objetivo usar a música para melhorar o aprendizado dos alunos, desenvolvendo suas habilidades linguísticas, criatividade e sensibilidade. Ele será implementado com alunos do 2o e 3o ano do ensino fundamental e incluirá atividades como ouvir músicas, cantar, produzir textos e imagens relacionadas às letras das músicas.
O projeto visa recuperar cantigas de roda tradicionais por meio da leitura, escrita e interpretação musical com crianças de até 3 anos. As atividades incluem identificar sons, ritmos e formar novas palavras a partir das letras das músicas. O objetivo é desenvolver diferentes áreas das crianças de forma lúdica e contextualizada. Será produzido um caderno com as cantigas e um vídeo da apresentação final.
Este documento descreve um projeto musical para alunos do 5o ano chamado "Música na Escola". O projeto tem como objetivo promover a integração das crianças e ampliar seu conhecimento através da música, utilizando canções, danças e produções artísticas relacionadas às letras das músicas. Será realizado em três etapas: escolha de músicas, apresentação das músicas em sala de aula e produção de artefatos representando as letras na sala de tecnologia.
O mapa mental apresenta as principais características do teatro, incluindo os elementos fundamentais como atores, roteiro e cenário, além de conceitos como dramaturgia, direção e produção que fazem parte integral da arte cênica.
O documento discute a importância da linguagem na educação infantil, incluindo a linguagem oral e escrita, a linguagem na natureza e sociedade, na matemática, nas artes visuais e na música. A música é descrita como uma linguagem que expressa sensações, sentimentos e pensamentos por meio da organização do som e silêncio.
O documento discute a definição de música e seu papel na educação infantil. A música é definida como uma arte que combina sons de forma agradável e como uma forma de refletir e abrir a mente do ouvinte. A linguagem musical se tornou parte obrigatória do currículo escolar por lei. Na educação infantil, a música ajuda a atingir objetivos de outras áreas e deve ser trabalhada de forma diversificada, não apenas em apresentações.
O documento discute a importância da música na educação infantil para o desenvolvimento da criança. Ele descreve os objetivos de estimular as crianças por meio de atividades musicais, de movimento e artísticas para desenvolver habilidades como expressão, comunicação, interação social e aprendizagem. Também lista os materiais e estratégias necessárias para as atividades com as crianças.
Este documento apresenta uma proposta curricular para o ensino médio integral em Pernambuco, Brasil. Ele descreve os fundamentos legais e teóricos, eixos metodológicos e avaliação de competências. Também inclui propostas de currículo para as áreas de conhecimento de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e Matemática, e Ciências Humanas, com competências, habilidades e conteúdos programáticos para cada disciplina.
(1) O plano de ensino apresenta as habilidades, conteúdos, estratégias e atividades que serão abordados no 1o bimestre da disciplina de Arte para a 8a série; (2) Os conteúdos incluem elementos constitutivos da música, instrumentos musicais de matriz indígena e africana, e usos e funções da música nesses contextos; (3) As atividades envolverão apreciação musical, pesquisas, confecção de instrumentos, dinâmicas, entre outras.
PROJETO CULTURA POPULAR: "AS LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO E LENDAS CAXIENSES".Paulo David
Este documento descreve um projeto cultural sobre lendas populares brasileiras e lendas locais aplicado em uma escola municipal. O projeto tem como objetivo resgatar a cultura popular através de contos e histórias do folclore nacional e regional. Serão realizadas atividades em grupo para pesquisa, leitura e dramatização de lendas de diferentes regiões do país. Os resultados serão expostos em painéis e no Seminário Municipal de Ciência e Tecnologia.
Este documento apresenta diferentes gêneros musicais brasileiros, incluindo sertanejo, funk, samba, MPB, forró, axé, maracatu, frevo, eletrônica, hip hop, rap, pop, rock e reggae. O objetivo é aumentar o conhecimento dos alunos sobre a diversidade da música e cultura brasileira.
Apostila de educação musical - 6º ano ensino fundamentlPartitura de Banda
Este documento fornece informações sobre som, música e notação musical. Ele discute o que é som e seus parâmetros, o que é música, a história da notação musical ocidental e como a notação moderna foi desenvolvida. Ele também aborda a formação da música brasileira e fornece exemplos de repertório musical e exercícios.
A importância da música no desenvolvimento infantil finalellendenisedutra
O documento discute a importância da música no desenvolvimento infantil. Apresenta como a musicalização estimula a criatividade, concentração, memória e outras habilidades nas crianças. Também descreve como brincadeiras musicais e cantigas populares contribuem para o aprendizado, desenvolvimento motor e socialização das crianças.
modelo de projeto de CASA DE CULTURA com sustentabilidade a ser financiada pela LIC/RS. É um modelo padrão com 600 m2 e com 2 pavimentos. No entanto, pode ser adaptada às necessidades de cada cidade.
Mário de Andrade - Introdução à estética musicalIan S.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, tela maior e processador mais rápido. O dispositivo também possui melhorias na bateria e armazenamento. O lançamento está programado para o próximo mês com preço inicial sugerido de US$799.
Anais - Semináro Sobre Leitura e Produção no Ensino Superiorslpes
1. A autora analisa propostas didáticas de língua portuguesa para o ensino médio focadas no ensino da argumentação.
2. Ela observa que as diretrizes nacionais apontam para a importância do desenvolvimento da capacidade de argumentar.
3. A autora analisa uma coleção didática popular para identificar quais gêneros discursivos que fazem uso da argumentação são ensinados e como a argumentação é tratada.
Este documento apresenta os objetivos, conteúdos e critérios de avaliação para as disciplinas de Dança, Teatro e Música do 1o ano do Ensino Fundamental. Os objetivos incluem compreender essas artes como produtos culturais, sociais e históricos e compreender suas linguagens específicas. Os conteúdos incluem cantigas, brincadeiras, danças populares e elementos das linguagens como movimento e som. Os critérios de avaliação avaliam a compreensão dos alunos dessas artes e sua capacidade de experiment
Apostila de educação musical 8º ano ensino fundamentalPartitura de Banda
O documento discute a história da notação musical ocidental e seus principais elementos. Em 3 frases:
1) A notação musical teve origem nos neumas, símbolos que representavam notas musicais em cantos gregorianos na Idade Média.
2) O sistema de notação moderno evoluiu a partir desses símbolos iniciais para permitir a escrita e preservação de músicas.
3) A notação permite que intérpretes recriem músicas conforme prescritas pelo compositor, preservando obras ao longo do
Este projeto visa desenvolver a musicalidade de crianças através de atividades com músicas populares brasileiras. O projeto usará músicas, danças, dramatizações e a confecção de instrumentos musicais para ajudar as crianças a desenvolver habilidades como percepção musical, criatividade e socialização. O objetivo é despertar o prazer pela música e contribuir para o desenvolvimento integral das crianças.
Este projeto visa ensinar dança de salão para alunos do ensino fundamental como forma de expressão, autoconhecimento e alívio do estresse. Os objetivos incluem respeitar diferentes culturas, conhecer a história do Brasil por meio da dança e melhorar a autoestima e qualidade de vida dos estudantes.
O ENSINO DA HISTÓRIA DA ARTE NA ESCOLA PROFESSOR JOSE AUGUSTO DE ARAUJO.Vis-UAB
Este documento resume um trabalho de conclusão de curso sobre o ensino da história da arte na Escola Municipal Professor José Augusto de Araújo. A pesquisa investigou como é ministrada a disciplina de arte nas séries do 6o ao 9o ano através de entrevistas com coordenadores, professores e alunos. O trabalho buscou identificar a metodologia utilizada e refletir sobre a importância do ensino artístico na formação dos estudantes.
O documento discute a importância da música na educação infantil. Ele explica que a música deve ser usada para favorecer o desenvolvimento integral das crianças, não como uma atividade mecânica. Também discute a importância de usar ferramentas musicais que explorem as potencialidades das crianças de forma prazerosa.
Este documento descreve um projeto chamado "Música na Escola" que será implementado na Escola Estadual Antônio João Ribeiro. O projeto tem como objetivo usar a música para melhorar o aprendizado dos alunos, desenvolvendo suas habilidades linguísticas, criatividade e sensibilidade. Ele será implementado com alunos do 2o e 3o ano do ensino fundamental e incluirá atividades como ouvir músicas, cantar, produzir textos e imagens relacionadas às letras das músicas.
O projeto visa recuperar cantigas de roda tradicionais por meio da leitura, escrita e interpretação musical com crianças de até 3 anos. As atividades incluem identificar sons, ritmos e formar novas palavras a partir das letras das músicas. O objetivo é desenvolver diferentes áreas das crianças de forma lúdica e contextualizada. Será produzido um caderno com as cantigas e um vídeo da apresentação final.
Este documento descreve um projeto musical para alunos do 5o ano chamado "Música na Escola". O projeto tem como objetivo promover a integração das crianças e ampliar seu conhecimento através da música, utilizando canções, danças e produções artísticas relacionadas às letras das músicas. Será realizado em três etapas: escolha de músicas, apresentação das músicas em sala de aula e produção de artefatos representando as letras na sala de tecnologia.
O mapa mental apresenta as principais características do teatro, incluindo os elementos fundamentais como atores, roteiro e cenário, além de conceitos como dramaturgia, direção e produção que fazem parte integral da arte cênica.
O documento discute a importância da linguagem na educação infantil, incluindo a linguagem oral e escrita, a linguagem na natureza e sociedade, na matemática, nas artes visuais e na música. A música é descrita como uma linguagem que expressa sensações, sentimentos e pensamentos por meio da organização do som e silêncio.
O documento discute a definição de música e seu papel na educação infantil. A música é definida como uma arte que combina sons de forma agradável e como uma forma de refletir e abrir a mente do ouvinte. A linguagem musical se tornou parte obrigatória do currículo escolar por lei. Na educação infantil, a música ajuda a atingir objetivos de outras áreas e deve ser trabalhada de forma diversificada, não apenas em apresentações.
O documento discute a importância da música na educação infantil para o desenvolvimento da criança. Ele descreve os objetivos de estimular as crianças por meio de atividades musicais, de movimento e artísticas para desenvolver habilidades como expressão, comunicação, interação social e aprendizagem. Também lista os materiais e estratégias necessárias para as atividades com as crianças.
Este documento apresenta uma proposta curricular para o ensino médio integral em Pernambuco, Brasil. Ele descreve os fundamentos legais e teóricos, eixos metodológicos e avaliação de competências. Também inclui propostas de currículo para as áreas de conhecimento de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e Matemática, e Ciências Humanas, com competências, habilidades e conteúdos programáticos para cada disciplina.
(1) O plano de ensino apresenta as habilidades, conteúdos, estratégias e atividades que serão abordados no 1o bimestre da disciplina de Arte para a 8a série; (2) Os conteúdos incluem elementos constitutivos da música, instrumentos musicais de matriz indígena e africana, e usos e funções da música nesses contextos; (3) As atividades envolverão apreciação musical, pesquisas, confecção de instrumentos, dinâmicas, entre outras.
PROJETO CULTURA POPULAR: "AS LENDAS DO FOLCLORE BRASILEIRO E LENDAS CAXIENSES".Paulo David
Este documento descreve um projeto cultural sobre lendas populares brasileiras e lendas locais aplicado em uma escola municipal. O projeto tem como objetivo resgatar a cultura popular através de contos e histórias do folclore nacional e regional. Serão realizadas atividades em grupo para pesquisa, leitura e dramatização de lendas de diferentes regiões do país. Os resultados serão expostos em painéis e no Seminário Municipal de Ciência e Tecnologia.
Este documento apresenta diferentes gêneros musicais brasileiros, incluindo sertanejo, funk, samba, MPB, forró, axé, maracatu, frevo, eletrônica, hip hop, rap, pop, rock e reggae. O objetivo é aumentar o conhecimento dos alunos sobre a diversidade da música e cultura brasileira.
Apostila de educação musical - 6º ano ensino fundamentlPartitura de Banda
Este documento fornece informações sobre som, música e notação musical. Ele discute o que é som e seus parâmetros, o que é música, a história da notação musical ocidental e como a notação moderna foi desenvolvida. Ele também aborda a formação da música brasileira e fornece exemplos de repertório musical e exercícios.
A importância da música no desenvolvimento infantil finalellendenisedutra
O documento discute a importância da música no desenvolvimento infantil. Apresenta como a musicalização estimula a criatividade, concentração, memória e outras habilidades nas crianças. Também descreve como brincadeiras musicais e cantigas populares contribuem para o aprendizado, desenvolvimento motor e socialização das crianças.
modelo de projeto de CASA DE CULTURA com sustentabilidade a ser financiada pela LIC/RS. É um modelo padrão com 600 m2 e com 2 pavimentos. No entanto, pode ser adaptada às necessidades de cada cidade.
Mário de Andrade - Introdução à estética musicalIan S.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, tela maior e processador mais rápido. O dispositivo também possui melhorias na bateria e armazenamento. O lançamento está programado para o próximo mês com preço inicial sugerido de US$799.
Anais - Semináro Sobre Leitura e Produção no Ensino Superiorslpes
1. A autora analisa propostas didáticas de língua portuguesa para o ensino médio focadas no ensino da argumentação.
2. Ela observa que as diretrizes nacionais apontam para a importância do desenvolvimento da capacidade de argumentar.
3. A autora analisa uma coleção didática popular para identificar quais gêneros discursivos que fazem uso da argumentação são ensinados e como a argumentação é tratada.
Resenha do livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes zmcampos
PAIS BRILHANTES, PROFESSORES FASCINANTES
O livro de Cury, Augusto Jorge,1958-Pais Brilhantes, professores fascinantes- Rio de Janeiro, editora Sextante,2003, mostra que atualmente algumas crianças, adolescentes e adultos estão inclusos em uma cultura de massa onde novas tecnologias, consumo alienado, entre outros fazem parte da vida em sociedade. Além disso,segundo ele, existe a Sindrome do Pensamento Acelerado(SPA) que pode nos transformar em repetidores de informação e também uma necesidade imdiata de reconstruir a educação e não consertá-la. Comenta que nem mesmo as grandes teorias de pensadores como Freud, Piaget e outros aparentemente não funcionam mais.
A educação pode mudar quando forem aplicadas novas técnicas de ensino e
Augusto Cury convoca as pessoas que trabalham com educação e também os pais a descobrirem seus alunos e filhos."Há um mundo a ser descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não consegue descobri-lo quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo". As falhas na educação podem ter como causa a distância nas nossas relações com nossos filhos ou alunos.
1. Muitas escolas brasileiras ainda não possuem bibliotecas, com apenas 30,4% das escolas nos anos iniciais do ensino fundamental tendo bibliotecas.
2. A nova lei de 2010 prevê a universalização das bibliotecas escolares no Brasil nos próximos 10 anos, mas enfrenta o desafio de implementar esse plano dado o cenário atual.
3. As bibliotecas escolares precisam ser espaços essenciais na vida acadêmica e cultural das escolas para cumprirem seu papel de promover a leit
Projeto ler e escrever compromisso de todas as áreas GEOGRAFIAAdriana Melo
O documento apresenta um projeto pedagógico para promover o prazer pela leitura e escrita entre os alunos da Escola Municipal Vida Nova. O projeto visa envolver todas as áreas do conhecimento no estímulo à leitura, compreensão e produção textual, considerando a leitura um elemento essencial para a formação dos estudantes como cidadãos. A justificativa aponta que muitos alunos leem pouco ou não compreendem o que leem, e que é papel da escola despertar o interesse pelos textos de forma
Este documento discute a reprovação escolar no 1o ano do ensino fundamental, com base em dados do Censo Escolar de 2010. 151 municípios brasileiros reprovam 20% ou mais dos alunos nessa série. Especialistas criticam a reprovação de crianças de 6 anos de idade, defendendo que a escola deve acompanhar o desenvolvimento de cada estudante ao invés de culpá-los.
Este documento apresenta uma matriz de habilidades para alunos do 1o ano do ensino fundamental em Português, Matemática, Ciências, História e Geografia. A matriz descreve as habilidades esperadas para cada disciplina e indica se o aluno já desenvolveu completamente, parcialmente ou ainda não desenvolveu cada habilidade no 1o trimestre.
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COGNITIVO DO SER HUMANO:...Jede Silva
Este resumo analisa uma pesquisa sobre a importância da leitura no desenvolvimento cognitivo e social de alunos do 9o ano do ensino fundamental. O estudo aplicou questionários com alunos e professores para verificar se a escola promove a formação de leitores, identificar causas do desinteresse pela leitura e analisar dificuldades no ensino da leitura. Os resultados indicaram que as experiências de leitura dos alunos e professores podem ser consideradas lentas e em desenvolvimento.
O documento discute a arte e a experiência estética, definindo-as e relacionando-as. Explica que o que agrada ao nosso gosto não necessariamente é arte e que para apreciar arte é necessário ter sensibilidade e estar aberto a novos conceitos. Também discute como a época, sociedade e cultura influenciam a arte, citando exemplos como a arte rupestre, Barroco, Arte Moderna e Surrealismo.
1) O documento discute o Modernismo no Brasil, incluindo sua poética, características da linguagem modernista e eventos importantes como a Semana de Arte Moderna.
2) A Semana de Arte Moderna em 1922 marcou o início do Modernismo no Brasil e permitiu a troca de ideias entre artistas modernistas.
3) Os principais nomes do Modernismo brasileiro incluem Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.
O documento discute o poema "Minh'alma é triste", de Casimiro de Abreu, analisando como os recursos linguísticos constroem o sentido de tristeza, melancolia e pessimismo expressos no poema. O autor contextualiza a poesia no Romantismo e discute a importância da forma estética na obra de Abreu.
O documento apresenta um resumo sobre a história da arte, descrevendo suas principais manifestações ao longo dos períodos pré-histórico, antigo e moderno. Aborda conceitos como arte, artista e classificação das artes. Explica a evolução da arte ao longo dos séculos e como reflete os diferentes contextos culturais e sociais.
O documento apresenta um resumo sobre a história da arte, abordando:
1) A definição de arte e suas principais manifestações como arquitetura, música, pintura e escultura;
2) Uma visão geral da evolução da arte desde a pré-história até a arte contemporânea, destacando os principais períodos e estilos;
3) A importância do artista e suas características como a criatividade, imaginação e sensibilidade.
Este artigo analisa a vasta obra crítica de Mário Pedrosa sobre arte brasileira entre 1933 e 1981, examinando como os contextos sociais, políticos e culturais se expressam nesse trabalho e iluminam as produções artísticas. Mário Pedrosa teve papel fundamental na crítica de arte brasileira no século 20, combinando análise especializada com visão mais ampla. Seu trabalho passou por diferentes fases, mas manteve características centrais como a combinação única de especialização e atenção generalizante.
O documento descreve a artista brasileira Tarsila do Amaral, uma das principais figuras do Modernismo no Brasil. Ela liderou o movimento modernista no país e sua obra Cartão Postal do Brasil, de 1928, mostra a cidade do Rio de Janeiro, incluindo um macaco, animal típico do Brasil.
Resumo do período marcante da Literatura Brasileira, conhecido como o Modernismo, que abriu as portas para a inovação da arte e da cultura, na Semana de Arte Moderna.
O documento descreve a origem das artes como uma forma de expressão humana que surgiu da necessidade de abrigo e comunicação. As primeiras artes foram a arquitetura, escultura, pintura, literatura e música, que se desenvolveram a partir da adaptação de cavernas e da decoração e uso de habitações. Apesar de ter formas diversas, a arte é essencialmente única em sua capacidade de expressar sentimentos e sensações.
A Semana de Arte de 1922 marcou o início do Modernismo no Brasil ao promover novos estilos nas artes plásticas, literatura e música que buscavam uma identidade cultural brasileira original, rompendo com a estética acadêmica européia da época. Organizada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade e outros, o evento apresentou obras de artistas como Anita Malfatti, Victor Brecheret e Villa-Lobos que influenciaram o desenvolvimento das artes no país.
O documento descreve o Modernismo em Portugal, dividido em três gerações. A primeira geração foi lançada pela revista Orpheu em 1915, liderada por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. A segunda geração surgiu com a revista Presença em 1927, consolidando as ideias modernistas. A terceira geração, chamada de Neorrealismo, emergiu na década de 1940 influenciada pelo realismo norte-americano e brasileiro.
O documento descreve a Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, que teve como objetivo renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com a apresentação de novas tendências modernistas. O evento contou com a participação de escritores, artistas, arquitetos e músicos e marcou o início do Modernismo brasileiro, rompendo com a arte acadêmica do passado.
A obra de eurico goncalves na perspectiva do surrealismo português e internac...Álvaro Rodrigues
This thesis examines the work of Portuguese artist Eurico Gonçalves within the context of Portuguese and international Surrealism from 1949 to 2007. It analyzes how Gonçalves' poetry, painting, teaching and art criticism were influenced by Surrealist concepts like psychic automatism, chance, and the marvelous. The work also explores Gonçalves' transition from figurative to abstract Surrealism and his fusion of Dada vitalism and Zen philosophy in his "Dada-Zen" period from 1962 onward.
O documento discute as muitas definições possíveis de arte ao longo da história, como ela foi entendida em diferentes épocas e culturas, e como passou a representar mais do que apenas o belo. Também aborda como a arte reflete o artista e sua época cultural, e lista diversas formas de arte reconhecidas atualmente.
1. O documento discute o conceito de arte ao longo da história, desde a antiguidade até a era contemporânea. 2. São abordados os fatores que influenciam a obra de arte, como a personalidade do artista, as ideias da época e os conhecimentos técnicos. 3. Também são discutidas teorias sobre a função da arte, como imitação da realidade, expressão de emoções e mudança social.
O documento discute o movimento artístico do Romantismo entre 1820-1850. Aborda suas características como a valorização dos sentimentos e da imaginação, temáticas ligadas à vida cotidiana e à natureza. Apresenta exemplos de artistas românticos como Goya, Delacroix, Blake e os pintores de paisagem Constable e Turner.
O documento discute o que é arte, abordando diferentes perspectivas como imitação da realidade, criação e expressão. Também apresenta os campos artísticos como artes visuais, dança, música e teatro. Explora como a arte se conecta à realidade por meio da obra "Retirantes" de Cândido Portinari e pode ser pensada como movimento político.
O documento discute o que é arte, definindo-a como uma criação humana com valores estéticos que expressa as emoções e cultura do artista. Explica que qualquer pessoa pode ser um artista e que a arte ajuda a entender o mundo através da visão de outros. A arte também ajuda a descrever a história e mostrar as transformações sociais ao longo do tempo.
1. O documento descreve a Missão Artística Francesa que chegou ao Rio de Janeiro em 1816 com o objetivo de fundar a primeira Academia de Arte no Brasil. 2. Faziam parte da missão os pintores Debret e Nicolas Antoine Taunay, além do escultor Auguste-Marie Taunay. 3. A missão contribuiu para a construção de um repertório visual sobre o Brasil através das obras e registros dos artistas.
O documento descreve o Modernismo no Brasil, incluindo sua introdução no início do século XX como uma reação contra o tradicionalismo, sua consolidação com temas nacionalistas e regionalistas, e sua continuação até os dias atuais. Eventos importantes como a Semana de Arte Moderna de 1922 e o Movimento Antropófago são detalhados, assim como artistas e obras chave do período.
Guerra-Peixe: Obras para violino e piano - encartegersonastolfi
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, maior tela e melhor desempenho. O dispositivo também possui recursos adicionais de inteligência artificial e segurança de dados aprimorados. O lançamento do novo smartphone está programado para o final deste ano.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, tela maior e bateria de longa duração por um preço acessível. O dispositivo tem como objetivo atrair mais consumidores em mercados emergentes com suas especificações equilibradas e preço baixo. Analistas esperam que as melhorias e o preço baixo impulsionem as vendas do novo aparelho.
Mario de Andrade: O Artista e o Artesãogersonastolfi
O documento discute a relação entre arte e artesanato, afirmando que:
1) Todo artista deve ser também um artesão, pois é necessário dominar a técnica do material artístico.
2) A técnica artística pode ser dividida em artesanato, virtuosidade e solução pessoal, sendo o artesanato o único verdadeiramente ensinável.
3) A solução pessoal é imprescindível para o artista, embora nem sempre evidente em todas as épocas e estilos artísticos.
Francisco carpintero: "Mos italicus", "mos gallicus" y el humanismo racional...gersonastolfi
La Unión Europea ha acordado un paquete de sanciones contra Rusia por su invasión de Ucrania. Las sanciones incluyen restricciones a las transacciones con bancos rusos clave y la prohibición de la venta de aviones y equipos a Rusia. Los líderes de la UE esperan que las sanciones aumenten la presión económica sobre Rusia y la disuadan de continuar su agresión contra Ucrania.
La pandemia de COVID-19 ha tenido un impacto significativo en la economía mundial. Muchos países experimentaron caídas récord en el crecimiento del PIB y aumentos masivos en el desempleo en 2020. A medida que se implementaron las vacunas en 2021, la mayoría de las economías comenzaron a recuperarse, aunque el panorama económico mundial sigue siendo incierto debido a la aparición de nuevas variantes del virus.
Jesús Ballesteros - Postmodernidad: decadencia o resistencia
A introdução à estética musical
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE ARTES – DEPARTAMENTO DE MÚSICA
CADEIRA DE ESTÉTICA DA MÚSICA
A INTRODUÇÃO À ESTÉTICA MUSICAL DE
MÁRIO DE ANDRADE
PORTO ALEGRE, NOVEMBRO DE 2011
2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE ARTES – DEPARTAMENTO DE MÚSICA
CADEIRA DE ESTÉTICA DA MÚSICA
A INTRODUÇÃO À ESTÉTICA MUSICAL DE
MÁRIO DE ANDRADE
GERSON TADEU ASTOLFI VIVAN FILHO
Trabalho apresentado para a avaliação na
cadeira de Estética da Música, pelo
Departamento de Música do Instituto da
Artes da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, ministrada pelo professor
Fernando Lewis de Mattos.
PORTO ALEGRE, NOVEMBRO DE 2011
3. Através de todos os filósofos que percorri,
num primeiro e talvez fátuo anseio de
saber, jamais um conceito deixou de se
quebrar diante de novas experiências. Eu
não sei o que é o Belo. Eu não sei o que é
a Arte.
Mário de Andrade
O artista e o Artesão1
Eu tenho desejo de uma arte que, social
sempre, tenha uma liberdade mais estética
em que o homem possa criar a sua forma
de belezas mais convertido aos seus
sentimentos e justiças do tempo de paz. A
arte é filha da dor, é filha sempre de
algum impedimento vital. Mas o bom, o
grande, o livre, o verdadeiro será cantar
as dores fatais, as dores profundas,
nascidas exatamente desta grandeza de
ser e de viver.
Mário de Andrade
Posfácio para “Café”
1
Aula Inaugural dos cursos de Filosofia e História da Arte, do Instituto de Artes, Universidade do
Distrito Federal, em 1938.
4. SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. O AUTOR ................................................................................................................ 1
2.1. O poeta: da Semana de Arte Moderna aos anos 40 ...................................... 1
2.2. O musicólogo: guru dos compositores modernistas...................................... 3
3. A OBRA ................................................................................................................... 5
4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 14
5. 1. INTRODUÇÃO
A proposta deste breve estudo é, apesar das empenhadas tentativas de
aprofundamento e da relativa riqueza de fontes consultadas, de cunho bastante
superficial. Tanto a julgar pelo conhecimento limitado e em construção daquele
que o escreve quanto pela proposta do trabalho: não quer nem pode almejar ser
um estudo criterioso e estanque pelo próprio caráter intrínseco parcial que a
proposta de uma resenha deve encerrar.
Em um primeiro momento, iremos nos ater a duas das principais
dimensões do autor, que julgamos fundamentais à formação do pensamento
estético de Mário de Andrade, assim como da aplicação prática desse mesmo
pensamento: suas atividades poéticas e musicológicas. Na segunda parte, a
análise da Introdução à Estética Musical restringir-se-á basicamente aos
capítulos solicitados na Cadeira de Estética da Música, à qual serve o presente
trabalho, a saber, os pontos de 1 a 4, não excluindo-se, todavia, a menção ou
comentário a outras obras do autor. Em especial, traçaremos algumas breves
noções a partir do texto O artista e o artesão, que revela o pensamento estético
mais amadurecido de Mário de Andrade, já no final da década de 1930.
2. O AUTOR
2.1. O poeta: da Semana de Arte Moderna aos anos 40
Remetamo-nos ao ambiente da década de 1920, quando explodiria um
dos movimentos mais cruciais na formação da arte brasileira contemporânea.
Nesse primeiro momento, teve plano destacadíssimo a literatura, e, em especial,
a poesia. Mário de Andrade, ao contrário de boa parte dos outros poetas de sua
geração, saídos das Faculdades de Direito, teve por título de estudos superiores
um curso de piano no Conservatório de São Paulo. Arrogava-se da condição de
musicólogo, tendo mais tarde escrito relevantes ensaios acerca da música
brasileira e sua história2, além de outros importantes livros e ensaios. Como
poeta engajado no movimento da Primeira Geração Modernista e constante
pensador do fazer artístico e da cultura, ele conseguiu traduzir sintética e
brilhantemente o espírito do movimento modernista de 1922 em um único verso:
“Sou um tupi tangendo um alaúde!”3.
Nesse sentido, “percebendo a arte e a literatura com uma dimensão
coletiva e organizacional da sociedade, o escritor modernista pesquisa a arte e a
cultura popular brasileira, utilizando sua produção literária como veículo
agregador e formador da idéia de nação, através de conteúdos já presentes na
alma do povo”4. Isso implica um consequente rompimento com a “arte culta”
que se vinha praticando historicamente no país, de caráter essencialmente
2
Cite-se Ensaio sobre a Música Brasileira, de 1928, Compêndio sobre a Música Brasileira, de 1929,
Música do Brasil, de 1941.
3
“O Trovador” (de Pauliceia Desvairada, São Paulo, 1922). Disponível em:
<http://www.horizonte.unam.mx/brasil/Mário1.html>. Acesso em 22 out. 2011.
4
SILVA E ALVIN; RAMOS, 2009.
1
6. europeu, com poucas e dificilmente bem-sucedidas tentativas de formação de
uma identidade literária nacional com base na cultura popular, recorrendo-se não
poucas vezes a estereótipos sociais, se não pejorativos, no mínimo ingênuos.
Guardando-se louváveis e dignas exceções, a produção literária esteve
muito ligada às elites econômicas, transparecendo um considerável desprezo em
relação à tradição cultural oriunda do povo5. A obra de Mário reflete, assim, o
ideal de ruptura presente no movimento modernista, tanto em relação à estética
parnasiano-naturalista, quanto ao “comportamento social, decoroso e
acomodatício, da nossa intelectualidade”6.
Tendo se abrandado a inicial efervescência, Andrade inicia um processo
de ruminação e crítica do modernismo, e, consequentemente, de autocrítica.
Como observa Benedito Nunes, “o tratamento pejorativo dos operários (...)
revela-nos o caráter aristocrático, a ‘gratuidade antipopular’ do movimento de
1922 quando nasceu, conforme reconheceria o autor de As Enfibraturas ao fazer,
em 1942, o retrospecto histórico da Semana”7. De espírito amadurecido, já
distante das “juvenilidades modernistas”, nosso autor inaugura uma nova fase,
mais consciente e social, numa busca de real aproximação com o povo. É
precisamente nesse momento de amadurecimento e reflexão filosófico-artística e
também da consolidação de uma carreira docente acadêmica que se dará o
nascimento da “Introdução à Estética Musical”.
Se por um lado, esse amadurecimento da personalidade artística de Mário
de Andrade lhe permitiu a transição para uma nova fase de produção artística e
para uma nova concepção a respeito da função do artista, pendendo ora à
expressão da subjetividade, ora ao cumprimento de um papel social ao qual toda
arte estaria condicionada, por outro, ele nunca chegou a desmerecer
completamente a importância da Semana de Arte Moderna. Analisando
brevemente a história que se seguiu àqueles três dias, verifica-se que teve um
papel importantíssimo, servindo de arrancada inicial a uma tomada de
consciência cultural, mais elevada que o indianismo gratuito e ingênuo de
outrora. Inegável é a determinância histórica e a influência basal do movimento
na produção artística do século XX.
Mais a diante, à análise das compreensões estéticas do musicólogo, em
especial em O artista e o artesão, essa auto-contradição entre teoria estética e
obra prático-literária de Andrade irá se mostrar mais evidente. A observação de
Dante Gatto faz-se pertinente:
“A falta de resolução dialética entre o seu individualismo e suas
intenções sociais não lhe permitiu, por mais que quisesse, objetivar o
próprio conselho [...] que consiste em aproximar a arte literária do
povo. [...] Viveu, enfim, a utopia de uma consciência universal, em
que o absoluto, aquela necessidade essencial de superação, seria
acessível a todos os homens por meio da arte e lhes daria um sentido
5
Exemplo interessante é o caso do maxixe, dança popular carioca, considerada por Luís Cosme (1957) “o
primeiro tipo de dança urbana criada no Brasil”, que, pela sensualidade de seus movimentos, escandalizou
a elite social e intelectual, sendo censurado oficialmente, ao ponto de Ernesto Nazareth, segundo Carlos
Sandroni (2001, pg. 79), “chamar todos seus maxixes de tango”, e muitos escritores, aí incluso Machado
de Assis, nem sequer nominarem-no em suas obras literárias (AVELAR, 2006).
6
NUNES, 1984, pg. 2.
7
NUNES, 1984.
2
7. profundo de estar no mundo. Viveu a utopia na mais profunda
acepção da palavra, do homem da arte do povo.”8
2.2. O musicólogo: guru dos compositores modernistas
A questão central do pensamento do Mário de Andrade musicólogo em
relação à música nacional era aquilo a que ele reiteradas vezes se referiu como
movimento de universalização: a partir da pesquisa folclórico-temática do país,
construir uma música nacional que, através de um diálogo com as linguagens
artísticas contemporâneas, tornasse o material oriundo da cultura popular em
conteúdo estético universal. No sentido da incansável busca e documentação
desse material, é válido mencionar que as décadas de 30 e 40, especialmente,
foram de intenso trabalho de pesquisa, registro e catalogação da cultura popular
do Brasil, destacando-se a Missão de Pesquisas Folclóricas de 1938 e a fundação
da Discoteca Pública Municipal.
Devemos, mais uma vez, ter em conta o ambiente musical em que o
Brasil se encontrava, bastante fechado à estética das vanguardas européias,
sendo a música voltada à pura satisfação da classe burguesa: era não muito mais
que um artefato de valor utilitário, um pano de fundo à vida das elites. A arte
como um todo era valorizada como “uma simples imitação da natureza”9.
Arnaldo Contier10 lembra que, naquele contexto de pós-guerra (Primeira Guerra
Mundial) e, por isso mesmo, de fortalecimento das identidades nacionais, não foi
exclusividade brasileira a tentativa de formação de uma música “erudita”
permeada de profunda ligação com o folclore das nações. Assim, teremos, por
exemplo, Bartók na Hungria, Satie na França, Ginastera na Argentina.
Observa Contier que “O lema modernista ‘do nacional para o universal’,
em sua essência, referia-se a uma circularidade de idéias estético-ideológicas
surgidas, concomitantemente no pós-guerra (1918), por meio de uma
circularidade de idéias estético-políticas, afloradas em muitos países da Europa
Ocidental, Oriental e nas Américas.”11
Percebe-se claramente nos escritos que Mário deixou relacionados à
teorização do modernismo nacional, a necessidade de uma, antes de estética,
ética do músico, do compositor brasileiro. Ele acreditava que o verdadeiro artista
devia, antes de tudo, respeito à obra de arte, e, ainda, despojar-se das suas
vaidades artísticas de modo a coletivizar o seu destino: o individualismo puro, a
“torre de marfim” dos românticos do século XIX era-lhe algo não só inútil e vão,
como deplorável. É essa necessidade que o levará a engajar-se no projeto
desastroso do Departamento de Cultura de São Paulo, em 1935, de onde seria
demitido dois anos depois12.
Em relação à arte popular, antes da artificialidade com que tratam muitos
dos românticos nacionalistas, notamos não só uma grande paixão como um
profundo respeito, de maneira que “a idéia de arte popular não pode servir de álibi
8
GATTO, 2006.
9
CONTIER, 2004, pg. 4.
10
CONTIER, 2004, pg 11.
11
CONTIER, 2004, pg. 11.
12
SOUZA, 2005, pg. 4.
3
8. para qualquer tipo de sentimentalismo e facilidade, da mesma forma que é rejeitada
a noção de uma arte que se pretenda vinculada a eternidade e não ao seu tempo.
Entre estes opostos, Mário se equilibra na tentativa de criação de uma estética.”13
É antes necessário, para ele, que o artista represente seu tempo e seu lugar,
algo que ao decorrer de sua trajetória vai se transformando em um conceito de
objetividade nacional. O artista deve criar a partir de sua experiência, não a partir de
conceitos teóricos pré-formulados e isso, no fundo, significa criar a partir da cultura
popular, visto que ela é, com efeito, a experiência do criador. A ideia, todavia, não
“quer dizer obrigatoriedade de produzir-se música que tenha caráter étnico. Trata-se
de utilizar o material popular não para mimetizá-lo, mas para produzir cultura
erudita.”14. Nesse sentido, ainda, deve se estabelecer, um processo dialético, de
retroalimentação entre arte popular e arte “erudita”. Existe cultura erudita, mas não
existem assuntos eruditos; assim como não existem exotismos15.
Tal projeto encontra, porém, um obstáculo: falta originalidade à
civilização brasileira. Ela é, na expressão de Mário, uma civilização
de empréstimo cujo desenvolvimento é artificial e mais ou menos
forçado. Falta a ela, inocência. A música, por exemplo, não teve como
se desenvolver livre de preocupações quanto à afirmação social e
nacional. Ela teve que instrumentalizar-se para alcançar seus objetivos
e tal postura gerou em algumas ocasiões, o artifício e a imitação.16
Em seu ensaio Evolução Social da Música no Brasil, de 1939, Mário
pontua a dificuldade da afirmação nacional encontrada nos países americanos,
coisa que a Europa não sofreu, pois o desenvolvimento de sua música foi
bastante inconsciente. A América tem uma “civilização de empréstimo”17, e,
dessa maneira, necessita realizar um esforço no sentido de construir uma
identidade musical que seja universalizável. Nesse ponto, todavia, Mário coloca
que propriamente “não há música internacional e muito menos música universal;
o que existe são gênios que se universalizaram por demasiado fundamentais,
Palestrina, Bach, Beethoven [...] Porém, dentro dessa internacionalidade, tais
músicos não deixam nunca de ser funcionalmente nacionais”.18 É inevitável!
A proposta Márioandradiana de construção de uma música erudita
verdadeiramente brasileira encontrará cânone inicial em Villa-Lobos, Guarnieri,
Luciano Gallet e Lorenzo Fernandez, seus contemporâneos, que ele indica como
“a fase nacionalista pela aquisição de uma consciência de si mesma” e
acrescenta: “ela terá que se elevar ainda um dia à fase que chamei de Cultural,
livremente estética, e sempre se entendendo que não pode haver cultura que não
reflita as realidades profundas da terra em que se realiza”19. Nesse ponto de
evolução, a música Brasileira deixaria de ser nacionalista, para se tornar
nacional, pois tudo que é nacional, só o é porque é vivo20.
13
SOUZA, 2005, pg. 9.
14
SOUZA, 2005, pg. 15.
15
SOUZA, 2005, pg. 18.
16
SOUZA, 2005, pg. 26.
17
ANDRADE, 1965, pg. 15.
18
ANDRADE, 1965, pg. 29.
19
ANDRADE, 1965, pg. 35.
20
“A língua realmente viva, a que vive pela bôca e é irredutível a sinais convencionais, é o que dá o
sentido expressional duma nacionalidade” (ANDRADE, 1965, pg. 122). Mário, analogamente, propôs a
4
9. Esse grupo de compositores, evidentemente, sofreu certa influência de
Mário de Andrade, em especial do Ensaio sobre a Música Brasileira, de 1928. É
possível notas em Villa-Lobos, por exemplo, que concentrou sua música
basicamente sobre a música popular urbana, especialmente nos Choros, uma das
melhores representações do pensamento marioandradiano, seja na politonalidade
e polirritmia, que explorou muitos aspectos dos ritmos sincopados da música
popular, seja nas formações instrumentais totalmente inusitadas à tradição
europeia, como, por exemplo, a combinação de flauta e clarineta – bastante
comum nas rodas de choro – nos Choros nº2, obra de 1924, dedicada, não por
coincidência, a Mário de Andrade.
Todavia, o Ensaio, teve talvez até mais influência sobre a geração de
compositores ulterior à de Villa-Lobos, aquela que incluiu os dissidentes do
Grupo Música Viva. Guerra-Peixe, por exemplo, faz citações literais de Mário
de Andrade em seus escritos dedicados ao comentário de sua própria obra, em
especial no que se refere às três fases da “arte nacionalizada”: tese nacional,
sentimento nacional e inconsciência nacional. Ainda que tenha aderido mais
tarde à estética do húngaro Georg Lukács, o pensamento de Mário continuará
arraigado até nas suas últimas obras.21
3. A OBRA
A Introdução à Estética Musical não é nem o primeiro nem o último
intento de Mário de Andrade numa teorização nesse sentido. As reflexões
estéticas de Mário de Andrade, estão esparsas em uma série de obras, como em
Klaxon, A Escrava que não é Isaura¸ Ensaio sobre a Música Brasileira,
Pequena História da Música, e sua notabilíssima aula inaugural dos cursos de
Filosofia e História da Arte, do Instituto de Artes, Universidade do Distrito
Federal, de 1938, intitulada O artista e o artesão, deságue de todo o pensamento
que veio desenvolvendo nos textos anteriores. Não obstante, a documentação das
entrevistas e a recuperação de correspondência revelam uma preocupação
constante do autor pelos problemas da estética22:
No período que vai de 1938 até 1945, as reflexões
Márioandradianas sobre a arte ganharam amplitude ainda não
experimentadas. Foi momento também marcado pela desilusão
de projetos frustrados, pela tensão provocada pelo Estado Novo
no meio intelectual, pela expectativa dos desdobramentos da
Guerra, pelas confissões pessoais de desamparo, e, por fim,
pela doença que o levaria à morte.23
Aliás, note-se que, publicada post-mortem, essa obra é, antes, o material
didático para os seus cursos de Estética, enquanto lecionou. Tendo sido aluno
graduado na cadeira de piano do Conservatório Dramático e Musical de São
ideia de uma Gramatiquinha Musical do Brasil por parte dos folcloristas e compositores, no sentido de
ter por base do projeto estético essa música que seria nacional, viva de fato.
21
Acerca do tema, leia-se o excelente artigo de VETROMILLA, Clayton. Guerra-Peixe: considerações
sobre o conceito de “objetividade folclórica”. Per Musi, Belo Horizonte, n.14, 2006, p.82-92
22
GATTO, 2006, p.2.
23
GATTO, 2006, p.2.
5
10. Paulo, Mário de Andrade é nomeado, no mês que antecede a Semana de Arte
Moderna, em 20 de janeiro de 1922, no mesmo conservatório, professor das
cadeiras de Dicção, História do Teatro, Estética e História da Música.
As leituras na biblioteca do Conservatório (...) documentam parte da
formação intelectual de Mário de Andrade. Na bibliografia de Na
pancada do ganzá e do Dicionário musical brasileiro, ordenada
originalmente pelo autor, é possível rastrear a leitura de títulos
ausentes de sua biblioteca pessoal, mas localizados entre os
exemplares da instituição. Muitos desses títulos são fundamentais para
compreender a estrutura de seu pensamento musical, como, por
exemplo, Le langage musical: étude médico-psychologique, de Ernest
Dupré e Marcel Nathan e Die Anfänge der Musik, de Carl Stumpf,
ambos, edições únicas publicadas em 1911.24
O período de 1928 mostrou-se para ele uma ausência de rumo afundada
em solidão, uma sensação de inconformidade, aliada a um desértico areal de
incertezas, sobre o qual caminhava, em especial no tocante a sua carreira
literária, seis anos após o momento eufórico da explosão modernista. Encontra
refúgio na docência musical:
“Tem um temperamento socrático, gosta muito de ensinar e quando
leciona acha fácil dialogar com os alunos ou consigo mesmo,
recapitulando as incertezas, reformulando os conceitos, enfrentando os
riscos inevitáveis da afirmação e da dúvida. (...) A elaboração do
compêndio, que agora se impôs veio a reafirmar nele o senso dos
problemas, a convicção de que não se ensina Música, se ensina
Arte.”25
Gilda de Mello e Souza, no prefácio à obra, chama a atenção para o fato
de nessa Estética o autor omitir quase por completo o nacionalismo que ocupara,
há não muito, lugar central nas suas teorizações anteriores.
É importante notar como Mário esteve nesse momento de sua vida
vinculado tanto a uma instituição extremamente tradicional, o
conservadoríssimo Conservatório, quanto ao movimento mais escandaloso e
revolucionário daquele momento, o Modernismo antropogáfico de 22. As duas
atividades concomitantes, de professor e poeta, terão reflexo no
desenvolvimento de seu pensamento. Em 1924, leciona num curso particular de
Estética e História da Música a um grupo de moças.A preparação dessas aulas as
quais “por excesso de escrúpulo e incapacidade de improvisação, habituou-se a
redigir [...] uma por uma”26.
Flavia Toni, a organizadora da publicação da obra, em 1993, conta:
Graças à gentileza dos professores Gilda de Mello Souza e Jorge Coli
pude analisar os cadernos de apontamentos de duas aulas de Mário de
Andrade, cadernos importantes para o conhecimento da gênese da
Estética. [...] após interromper no quarto ponto, deixa no caderno uma
24
BARONGENO, 2010, pg. 3.
25
SOUZA, 1993, XVI.
26
MELLO E SOUZA, 1993, XII.
6
11. versão nova do primeiro, [...] texto bastante semelhante ao do capítulo
inicial na datilografia do autor no ensaio que prepara para publicar e
deixa inédito. 27
Fica evidente, que, dos projetos que Andrade executou para seus cursos
tiveram influência direta na redação da Introdução, assim como fica claro
também que era intuito do autor publicá-la, pela existência de um datiloscrito
original com vistas de um projeto de publicação, e pelo exame de
correspondência com Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Luís
Câmara Cascudo.28
A Introdução à Estética Musical é, portanto, uma obra notadamente
didática. Está dividida em seis partes – que no projeto inicial eram nove –, a
saber, “Da Estética”, “Do Belo”, “Da Arte”, “Da Música”, “A Manifestação
Musical” e “Do Ritmo”.
Um aspecto desse texto já percebido de início se revela na linguagem
adotada pelo autor, que não é pura obra de acaso, senão que representa já em si
um elemento da sua concepção estética e de seu pensamento, por que não,
filosófico-linguístico. É importantíssimo ter sempre em mente que nenhuma
decisão na elaboração de uma obra reina o imperativo da aleatoriedade;
outrossim, cada passo da elaboração do material, desde a estruturação do
conteúdo à redação do texto, reflete uma determinada postura ideológica, que, de
forma consciente ou nem tanto, é transparecida pelo autor. Como nos aponta
Gilda de Mello e Souza, “O conceito de brasilidade de Mário de Andrade era
complexo e integral, mas não impediu que um de seus [...] se transformasse em
motivo de discórdia dentro do grupo modernista. Nenhum dos companheiros
aceitava sem reservas a sistematização da fala brasileira que ele procurava
impor, e provavelmente só Manuel Bandeira continuava lendo e discutindo, com
disciplina e lucidez, os prefácio e as notas que acrescentava aos trabalhos.”29
Notável, ainda, é a influência de Charles Lalo (1877-1973), autor não
muito reputado e bastante desconhecido atualmente, a cujas ideias Mário, de
praxe, se filia, citando com muito respeito. Será também bastante citada a obra
de Leon Tolstoi, “O que é arte?” de 1916, à qual o autor teve acesso em versão
italiana.
Em todos os quatro primeiros capítulos, Mário inicia com uma definição
direta e bastante geral, da qual desenrola o resto do capítulo. Assim, essas quatro
definições são as seguintes: “Estética é a disciplina do saber que estuda a arte”,
“Belo é uma circunstância fisiológica que agrada imediatamente a uma
necessidade superior e sem interesse prático do ser racional”, “Arte é a
expressão livre e sem interesse imediato do ser racional” e a “Música é a Arte
dos sons em movimento”. Esses postulados, que a princípio parecem ser
colocados por algo definitivo30, serão, dentro dos capítulos, discutidos e
27
TONI, 1993, XXIV.
28
TONI, 1993, XXV.
29
MELLO E SOUZA, 1993, XV.
30
Ele próprio, em seguida, explica: “Ninguém mais hoje pode acreditar que uma definição contenha o
significado total geral e particular duma coisa. [...] Por isso desde logo dei a da Estética. Procurei
abrandar o terreno pra chegar ao objeto dela...” (ANDRADE, 1995, p. 6).
7
12. ratificados. Os quatro capítulos compõem a primeira parte do texto, o que Mário
chama de uma parte mais abstrata e conceitual. Os dois capítulos que se seguem
tratam da Manifestação Musical (que ele divide entre quatro entidades: o
criador, a obra de arte, o intérprete e o ouvinte) e do Ritmo, de forma mais
concreta.
O Capítulo dedicado à Estética traça uma sucinta trajetória, mencionando
a presença, apesar de não nomeada, da preocupação Estética, desde os
primórdios da filosofia, quando, junto do Bem e da Verdade, o Belo figurava
entre as “evidências psicológicas”. De especulação metafísica, a “estética
antiga” passa a considerar os fatores psicológicos, da experiência, no sentimento
do Belo. Comenta a psicologia biológica de Spencer31, em contraposição ao
concomitante “cientismo exagerado”, que ele simboliza na figura da section d’or
de Zeising, que Mário define por “relação entre dois números na qual o primeiro
está pro segundo como este está para ambos”, pela qual Zeising teria julgado
“descobrir essa fórmula nas proporções do corpo humano nos animais nas
plantas nos minerais e nas obras-primas da Arte”.32 “Muito engraçado”,
comenta. É difícil compreender o que surpreende Mário, pois a ideia é muito
semelhante àquela da proporção áurea, que, vinda dos gregos, foi internalizado
pelas artes, perpassando várias das manifestações até hoje.
Dessa exposição, ele depreende dois métodos básicos da Estética: o
filosófico e o experimental, que não são opostos ou contraditórios, mas se
completam, visto que a experiência estética é mutável temporal e espacialmente.
A Estética filosófica “substitui regra por norma, ordem por desejo”. Assim, o
ponto perfeito está no balanceamento, na ponderação dos dois métodos.
Para tentar explicar a aparente oscilação do objeto da Estética entre o
Belo e a Arte, Mário recorre à ideia de que a Verdade, o Bem e o Belo são ideias
morais que existem como elementos de normalização do homem, para as quais o
homem buscou criar disciplinas que as conhecessem (ciências morais ou
normativas), visto que enxerga nelas a felicidade. As duas primeiras teriam
originado a Lógica e a Moral. O Belo, porém, porque “não implica atividade ou
melhor a ação, o fazer humano”, não pode ser objeto da Estética, tem uma
manifestação concreta, que é a Arte. Quando o homem, buscando a felicidade, se
serve do belo para agir, cria a Arte, que é o objeto da Estética.
Definido o objeto, Andrade deixa claro que a Estética é una, mas usa-se
dividir a fins de estudo, e assim, a Estética Musical é aquela que se aplica ao
estudo do fenômeno musical. Traçando breve histórico, chama a atenção ao fato
de que, para os antigos, a música era “entidade numérica”, entendida apenas sob
os aspectos da aquisição de sons e construção de escalas: era uma entidade
31
Segundo a organizadora, a “genial definição de Spencer” de que Mário fala é, na verdade, aquela à qual
ele teve acesso através da obra O que é arte?, de Leon Tolstoi, que se transcreve: “Para Spencer, a origem
da arte é a brincadeira [...] Nos animais inferiores, toda a energia da vida é gasta em manter e continuar a
própria vida; mas, no homem, depois que essas necessidades são satisfeitas, resta uma excedente energia.
É esse excedente que é usado na brincadeira e que passa para a arte. A brincadeira é uma cópia da ação
real; a arte é o mesmo” (TOLSTOI, 2002, p. 56).
32
ANDRADE, 1995, p.4.
8
13. abstrata. Os Gregos se preocuparam com os efeitos morais da música33. Com a
modernidade, une-se a parte matemática e física à psicofisiológica e sociológica,
sendo que hoje a Estética musical “é a mais desenvolvida e rica” das estéticas
aplicadas. Frisa que, ao contrário do que pensa Riemann, a estética deve se
basear sobre a técnica.
É na última seção desse capítulo (Necessidade da Estética Musical) que
encontramos a primeira reflexão estética mais propriamente Márioandradiana e
pessoal. Para ele “Todo músico sabe Estética musical e sabe a dele”, senão “não
é músico”34, fazendo-se o estudo sério da Estética cada vez mais necessário,
vista a propensão do moderno à “ilusão de liberdade absoluta”. Observa da
mesma forma uma tendência atual em seu tempo de um esteticismo exagerado,
no qual as teorias dominam e “pesam sobre as asas da inspiração. Dá o exemplo
de Schöenberg e seu dodecafonismo, concluindo com duas reflexões dignas de
nota. Primeiro aduz que “o que carece no aprendizado de uma teoria é saber
ignorá-la em seguida”, coisa a que, podemos dizer seguramente, ele mesmo
praticou ao longo de sua vida, e, por isso mesmo, o vemos, ao longo dos anos,
transformando suas noções, descobrindo e reconhecendo seus equívocos do
passado. É uma lição de constante aperfeiçoamento pessoal.
E, ao final, brinda-nos com uma belíssima ilustração, inclusive, uma das
únicas mostras de conteúdo nacional-folclórico nessa sua obra:
É das águas fundas da subconsciência que surge a Iara da inspiração.
A Iara nasceu duma sucuriju? dum boto? duma piranha? Quem que
sabe! É certo que nasceu feia vestida de medo fazendo mal pros
homens, ruim. Porém a lenda que o índio criou lhe descobre sob as
ondas dos cabelos verdes uma mulher bonita. A inspiração nasce livre
e informe. É o saber que lhe dá a forma propícia que vai despertar o
máximo de amor nos homens e os levará pela contemplação
desinteressada. É então que a Iara se põe a cantar e encantar. A
inspiração não é bela nem feia. A inspiração é uma fatalidade. A
Beleza é uma conseqüência da inspiração de que o espírito regido por
necessidades superiores faz com uma obra-de-arte.35
O Capítulo que trata do Belo é bem mais breve, atendo-se a três pontos
básicos. Primeiro, distingue dois sentidos do Belo: um geral – “tudo o que
desperta um prazer deslumbrado em nós” – e um mais específico – o que
desperta prazer em um sentido “superior”, um prazer sem interesse prático e
imediato. Num segundo momento, se baseando novamente em Lalo, define
Sensação Estética como “é o ser inteiro que a gente projeta sobre o objeto do
nosso pensamento pois que o Belo nos prende sem reservas e é essa a sua mais
primeira e mais profunda característica” e acrescenta que “o Belo não reside
nem dentro da gente nem no mundo exterior, porém na relação estabelecida
entre essas duas entidades”36 .
33
É provável que aqui se refira à parte da República de Platão em que Sócrates e Glauco definem as
harmonias (modos) e ritmos moralmente desejáveis, ao Livro V da Política de Aristóteles e à segunda
parte da sua Retórica.
34
ANDRADE, 1995, p. 10.
35
ANDRADE, 1995, p. 11.
36
ANDRADE, 1995, p. 16.
9
14. É no terceiro ponto que diferencia-se as sensações estéticas puramente
sensuais, elementares (percepção da linha, da cor, do som,...), daquelas mais
elevadas, que ele chama “sensações estéticas propriamente ditas” que nada mais
são que a combinação dessas elementares entre si. O objeto que percebemos
produz em nós sensações simultâneas provenientes de sua forma e
universalidade. Julgamos pertinente mencionar, talvez em dissonância com o
autor, que, mesmo dotado da universalidade, a noção daquilo que é o belo,
evidentemente é uma noção temporal e geográfica, assim como o é a toda e
qualquer noção moral. Nesse sentido, podemos ainda aduzir uma constante, se
não expansão, remodelagem das fronteiras do Belo.
Por conseguinte, a Arte é a expressão desse Belo livre e sem interesse
imediato. Para Mário de Andrade, a felicidade é “o instinto mais primeiro e
irracional de todo ser vivo”. Toda criação humana – até mesmo a criação prática
- é expressão e, por isso mesmo, individual e nacional. São estabelecidos duas
propriedades psicológicas da Arte: imitação e prazer. Em toda expressão
humana, inevitavelmente, há imitação pois “o homem expressa o que sente e
sente o que percebe”. A dimensão do prazer se encontra precisamente em
adicionar elementos desnecessários que torne os objetos, além de úteis,
agradáveis. Nas manifestações artísticas rudimentares, a mímesis não é com
relação à natureza, mas aos fatores diretos do Belo. O que o homem primitivo
reproduzia eram os seus desejo, seus ideais práticos.
A arte nasce de três necessidades: de expressão (o que diferencia os
homens dos animais: controle da expressão), de prazer (interesse idealizado, que
tende para o melhor) e de comunicação (entre homens e homens, e entre homens
e entidades superiores). O primitivo não dissocia interesses imediatos de
mediatos: o Bem do Belo. Nas primeiras civilizações, a arte ainda é utilitária, e,
para alcançar esse fim, o artista não é um ser que obedece aos seus impulsos
individuais: ele é um operário das necessidades líricas e religiosas do povo e o
artista é uno (é poeta, músico e dançarino). Nota-se, todavia, a dissociação da
arte e da utilidade a partir da especialização em uma única arte sobre a qual o
“artista duma Arte só principia a brincar e a virtuosidade aparece”.
Em O artista e o artesão, Mário irá definir o que ele chama de “três
manifestações diferentes ou três etapas” da “técnica de fazer obras de arte”37: o
artesanato38, a virtuosidade39 e a solução pessoal do artista40. Ao longo do
discurso, ele irá reafirmar inúmeras vezes que o verdadeiro objeto e fim da arte
é, precisamente, a obra de arte, entendendo haver “falta de uma atitude
verdadeiramente estética na maioria dos artistas” seus contemporâneos, no
sentido em que transformam eles próprios em objeto da arte, demonstrando, ao
seu ver, puro orgulho e vaidade.41
37
ANDRADE, 1938.
38
“O artesanato é a parte da técnica que se pode ensinar.” (ANDRADE, 1938)
39
“... conhecimento e prática das diversas técnicas históricas da arte.” (ANDRADE, 1938)
40
“Esta parte da técnica obedece a segredos, caprichos e imperativos do ser subjetivo, em tudo o que ele
é, como indivíduo e como ser social. Isto não se ensina e reproduzir é imitação.” (ANDRADE, 1938)
41
“Hoje, o objeto da arte não é mais a obra de arte, mas o artista. E não poderá haver maior engano. Faz-
se imprescindível que adquiramos uma perfeita consciência, [...] uma atitude estética disciplinada,
apaixonadamente insubversível, livre mas legítima, severa apesar de insubmissa, disciplina de todo o ser,
para que alcancemos realmente a arte.” (ANDRADE, 1938)
10
15. Sendo assim, a etapa do artesanato, do próprio domínio da técnica tem
papel fundamental, necessário à realização da obra de arte, é imprescindível para
que exista um artista verdadeiro, de forma que “nos processos de movimentar o
material, a arte se confunde quase inteiramente com o artesanato”42. Este último
se compõe de ensinamentos dogmáticos, cuja negação é “sempre prejudicial à
obra de arte”43. A abstenção em relação ao artesanato, para ele, só prejudica a
obra, mas não o artista. Nesse sentido, é fácil compreender o pessimismo com
que Mário vê o período romântico oitocentista44 – que significou o exagero da
dimensão que ele chamou solução pessoal do artista, dando espaço ao
surgimento de inúmeros artistas medíocres – e a nostalgia com que fala do
classicismo45 – um quase-extremo oposto a essa ideia: tem plena consciência do
artesanato, e o coloca em plano de primado absoluto – explicitados na sua
Pequena História da Música.
Mário aponta também para os perigos da virtuosidade, que:
“pode levar o artista a um tradicionalismo técnico, meramente
imitativo, em que o tradicionalismo perde suas virtudes sociais pra se
tornar simplesmente ‘passadismo’[...], "academismo"; como porque
pode tornar o artista uma vítima de suas próprias habilidades, um
"virtuose" na pior significação da palavra, isto é, um indivíduo que
nem sequer chega ao princípio estético, sempre respeitável, da arte
pela arte, mas que se compraz em meros malabarismos de habilidade
pessoais, entregue à sensualidade do aplauso ignaro.”46
De volta à questão da dissociação arte-utilidade, umas últimas
considerações são feitas: tendo se desintegrado do condicionamento à vida
prática, tornando-se expressão de espírito livre e acidental, a arte fez-se cada vez
mais livre e continua fazendo-se. É por isso que o seu conceito atual é o de
“expressão livre e sem interesse imediato do espírito”. É assim que a intuição é
inerente e necessária à produção artística. E a expressão não é a origem, e sim o
fim do fenômeno artístico, que se realiza através do Belo. Então, para que a
ideia de arte seja compreendida, deve ser dissociada do Belo: o Belo não é o fim
da arte, pois essa é o “conhecimento virtual da vida idealizada”47. O capítulo
finaliza com uma crítica contundente à arte-pura, que o autor considera pobre
por apenas realizarem o Belo e nada mais. Diz Mário dos partidários dessa
estética: “o mal foi que emperrados dentro duma teoria não foram bastante
criadores ou bastante livres para se livrarem dela. [...] Se esqueceram que a arte
42
ANDRADE, 1938.
43
Ibidem.
44
“...os preconceitos e falsificações estéticas da música romântica diminuem o valor, irregularizam muito
a produção musical do séc. XIX; e os compositores menores do Romantismo nos parecem, quando não
insuportáveis, no geral destituídos de intêresse” (sic). (ANDRADE, 1951, p. 118)
45
“O que caracteriza o classicismo dele é ter atingido, como nenhum outro período antes dele, a Música
Pura, isto é: a música que não tem outra significação mais do que ser música; que comove em alegria ou
tristeza pela boniteza das formas, pela boniteza dos elementos sonoros, pela força dinamogênica, pela
perfeição da técnica e equilíbrio do todo. [...] O século XVIII é um tempo em que todo músico escrevia
bem! [...] O que faz essa gente do século XVIII parecer mais numerosa e excepcional é ter o classicismo
equilibrado, enfim o conceito estético da música com a realidade dos elementos sonoros e o efeito deles
no organismo”. (ANDRADE, 1951, p. 117-118)
46
ANDRADE, 1938.
47
ANDRADE, 1995, p. 31.
11
16. é expressão e conhecimento. Por isso os Kandinskis, os Lagers morreram de
pobreza”48.
A música, por fim, como arte, deve ser uma expressão, e, sendo assim,
objeto não só de conhecimento como de compreensão. Todavia, a compreensão
musical não é textual, a consciência não pode determiná-la, senão de maneira
vaga associada aos outros sentidos. Para Andrade, essa compreensão não é
consciente, mas fisiológica. É uma arte sintética:
Procurando um símile que nos possa auxiliar neste trabalho aparece
logo a palavra, irmã-gêmea da Música, tendo ambas nascido juntas do
mesmo grito inicial. [...] O grito só deixou de ser ato reflexo e se
tornou expressão quando foi intelectualizado, isto é, se tornou
consciente. [...](Todavia) ao passo que esta (palavra) se transformou
em símbolo de necessidade imediata [...], o som seguia direto em
busca de necessidades superiores do espírito e procurava satisfazê-
las.49
A música funde o ser psicológico e o fisiológico; seus elementos, por si
só estilizações de elementos naturais. Todavia, mesmo inconsciente, a expressão
musical, ainda que vaga, é plena de valor, passível de compreensão intelectual,
tendo profundos efeitos fisiológicos: ela “é compreendida como intuição pura
pela subconsciência.”50 A música realiza-se através de ideias musicais, que se
compreendem apenas dentro de sua própria linguagem, e não conscientemente,
coisa que é possível nas outras artes: a compreensão musical só é possível
através de uma consciência musical. 51
4. CONCLUSÃO
À guisa de uma reflexão final, faz-se de estimado interesse uma breve
análise da Oração de Paraninfo dos diplomandos do Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo, no ano de 1935, intitulada Cultura Musical. O autor fala
de uma “radical transformação” que teria se dado em sua existência e o
motivado a “revelar coisas escuras”52. Deduz-se que essa transformação de que
ele fala seja o início de seu trabalho no Departamento de Cultura da Prefeitura
de São Paulo53:
“Sempre conservara a ilusão de que era um homem útil apenas porque
escrevia no meu canto, livros de luta em prol da arte, da renovação e
da nacionalização do Brasil” e que desenvolvera uma “filosofia
egoística, de espírito eminentemente esportivo, que fizera de mim
literalmente um gozador [...], afortunado duma fartura vaidosa de
ilusões e defesas pessoais. [...] E já agora, com um sentimento menos
48
ANDRADE, 1995, p. 32.
49
ANDRADE, 1995, p. 46.
50
ANDRADE, 1995, p. 51.
51
ANDRADE, 1995, p. 51.
52
ANDRADE, 1965, p. 235-236
53
“O autor acreditava [...] que é preciso ‘fazer com que o povo viva sua cultura, pois só assim poderá se
reconhecer como nação’, o que fica claro com as obras que realiza entre 1935 e 1937, período em que
atua como diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, dando continuidade objetiva às
suas idéias.” (SILVA E ALVIM; RAMOS, 2009, p. 5)
12
17. teórico da vida, [...] eu só posso, não perdoar-me, porém me
compadecer do que fui, lembrando a escuridão da minha total
ignorância: eu não sabia!”54
Inicia-se, assim, uma sustentada crítica à concepção utilitarista e vazia
em relação à arte presente na sociedade em que se encontrava, mas, de igual
modo, bastante presente para nós mesmos que, como observa Harnoncourt,
ouvimos muito mais música, mas, por isso mesmo, muito menos55. “Não tive até
hoje um só aluno que me respondesse ter vindo estudar música!”, coisa que ele
considera o símbolo da situação precária da nossa “moral cultural”, de modo que
os alunos buscam no Conservatório um fim único, vaidoso, sacrificador dos
valores nobres da arte pela esperança de um aplauso público: a busca por
aprimorar a técnica de um instrumento, reflexo de uma “confusão moral entre
música e virtuosidade” em que a “glória é uma palavra curta em nosso espírito, e
significa apenas aplauso e dinheiro”.
“Não se ensina música no Brasil, vende-se virtuosidade”, vive-se de uma
total ignorância à verdadeira cultura musical, e “em vez de buscarem na música
as elevações morais e sociais da arte, só buscam a sensualidade dum
malabarismo virtuosístico”. Mário defende a oficialização do ensino musical, a
proteção estatal aos conservatórios, visto que aguardar pelo mecenismo privado,
em geral, não “permite garantir quaisquer esperanças”: o privado vive de uma
caridade assustada, supersticiosa; “ninguém compreende a existência como uma
luta, mas como um perigo de ir para o inferno”.56
Nesse sentido, defende, apesar de num plano teórico ser contrário à
“intromissão” das escolas de artes nas universidades, a necessidade de existência
universitária do músico brasileiro, numa época em que o ensino da música
restringia-se, quase sempre, aos conservatórios: “o nosso músico precisa
imediatamente contagiar-se do espírito universitário, porque a inobservância do
nosso músico quanto a cultura geral é simplesmente inenarrável”. Além de
fechar-se no mundo da música, restringe-se, seguidamente, à parte da música
que se especializou, “uma vaidade de zepelin sozinho no ar”57. Mário apela aos
alunos formandos:
“Eu não vos convido siquer à felicidade, pois que da experiência que
dela tenho, a felicidade individual me parece mesquinha, desumana,
muito inútil. [...] eu vos trago o convite da luta [...] por uma realidade
mais alta e mais de todos”.58
A reflexão estética presente na documentação do pensamento de
Mário de Andrade, revela-se-nos “estética” num sentido abrangentíssimo,
mostrando-se preocupado com todas as etapas e dimensões da arte musical: da
produção à percepção, dos fenômenos auditivos à situação social da música. Isso
tudo derivado de um homem que vê esse mundo de forma tanto interna quanto
externa. Mário transita bastante e bem entre os variados campos artísticos de
54
ANDRADE, 1965, p. 237
55
“Ouvimos, atualmente, muito mais música que antes – quase ininterruptamente – mas esta, na prática,
representa bem pouco, possuindo não mais que uma função decorativa.” (HARNONCOURT, 1988, p. 13)
56
ANDRADE, 1965, p. 240.
57
ANDRADE, 1965, p. 242-243.
58
ANDRADE, 1965, p. 246.
13
18. forma a, mesmo tratando de forma específica da Música, despertar uma
problematização estética que engloba o mundo da arte como um todo.
A vasta experiência como instrumentista não profissional, professor de
música, teorizador e concretizador de uma arte nacional, e, talvez mais ainda,
ouvinte, aliada ao constante questionamento da realidade e da vida cultural em
que se insere, deixou-nos em sua obra herança preciosa, fonte para reflexões
extremamente atuais, ainda que não exaustivamente aprofundadas. Com efeito,
podemos aduzir que sua principal virtude está precisamente nessa reflexão
contingencial e integrada das dimensões da música, assim como de suas relações
exteriores, fugindo ao comum hermetismo com que atuam muitos daqueles que
se dedicam ao aprofundamento.
Vosso domínio é a música, e infame será quem julgar menos útil cuidar da
música que do algodão. Tanto num como noutro destino, encontrareis sempre,
como fim final de tudo, a humanidade. E todos os sacrifícios que me custaram
as frases desse discurso, todos eu fiz por vós, fiz contente, buscando abrir-vos
de par a par, em toda a sua soberania insaciável, as portas da humanidade.59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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59
ANDRADE, 1965, p. 246.
14
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