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A
CASA
DO
SENHOR
Versão formatada por
SUDBR
2014
A
CASA
DO
SENHOR
Um Estudo dos Santuários Sagrados,
Antigos e Modernos
James E. Talmage
Publicado por
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Salt Lake City, Utah, USA
Tradução do original inglês:
"THE HOUSE OF THE LORD",
1976
2." Edição 1987.
Copyright 1968
Deseret Book Company
SUDBR © 2014. Todos direitos reservados.
Versão digital formatada por SUDBR (contato@sudbr.org) www.sudbr.org
SUDBR disponibiliza o livro com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e
estudos, bem como o simples teste da qualidade. Este conteúdo deve ser usado somente de forma digital e
sem fins lucrativos, proibida a impressão, venda ou qualquer uso comercial do mesmo.
Obra disponibilizada, gratuitamente em formato digital, para atingir a MISSÃO SUDBR (D&C 108:7-8).
Convidamos a todos que desejarem ser nosso colaborador nesse trabalho que entre em contato pelo link:
http://www.sudbr.org/colaboradores ou pelo email: contato@sudbr.org
SUDBR não é afiliado ou propriedade de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias (conhecida por Mórmon, Igreja SUD ou LDSChurch).
Prefácio
Dentre as numerosas seitas e igrejas atuais, os santos
dos últimos dias são conhecidos como edificadores de tem-
plos . Neste aspecto, eles são semelhantes à antiga Israel.
Não é surpreendente que um grande e amplo interesse é
manifestado com referência a esta peculiaridade de A Igre-
ja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias, nem que
questões são continuamente levantadas, quanto ao propó-
sito e razão desta grande obra, e quanto à natureza das or-
denanças administradas nestas modernas Casas do Se-
nhor . Este livro foi escrito com o propósito de responder a
algumas destas questões e colocar ao alcance de pesquisa-
dores sinceros, informações autênticas concernentes à
doutrina e prática das ordenanças do templo.
Tendo a finalidade de proporcionar meios fáceis de
comparação das realizações das edificações de templos do
passado com as do presente, foi incluído neste livro um
breve tratado dos santuários das antigas dispensações.
Embora informações pormenorizadas sobre templos, e
santuários antigos estejam disponíveis a todos, nas enci-
clopédias, Bíblia, dicionários e obras de maior escopo,
bem pouco tem sido publicado a respeito dos templos de
hoje e do serviço sagrado realizado neles . A oficial "His-
tória de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos
Dias" contém informações abundantes a respeito do as-
sunto ; entretanto, as informações encontram-se distribuí-
das em tomos, e são acessíveis a, comparativamente, pou -
cas pessoas.
Na presente obra o autor recebeu muita cortesia e assis-
tência dos oficiais dos vários templos, do Historiador da
Igreja e seus assistentes, das Autoridades Gerais da Igreja,
e de muitos outros . A participação de todos que colabora-
ram neste agradável trabalho é respeitosamente apreciada.
JAMES E. TALMAGE
Cidade do Lago Salgado, Utah
21 de setembro de 1912 .
Índice
PREFÁCIO
CAPÍTULO I
Apresentação Antecipada do Tema
CAPÍTULO II
Santuários nas Antigas Dispensações
CAPÍTULO III
Necessidade de Templos na Presente Dispensação
CAPÍTULO IV
As Ordenanças dos Templos Modernos
CAPÍTULO V
Templos dos Dias Modernos — Os Templos de
Kirtland e Nauvoo
CAPÍTULO VI
q
	
Grande Templo da Cidade do Lago Salgado,
Utah — Histórico
CAPÍTULO VII
q
	
Grande Templo da Cidade do Lago Salgado —
Parte Externa
CAPÍTULO VIII
q
	
Grande Templo da Cidade do Lago Salgado —
Parte Interna
CAPÍTULO IX
A Praça do Templo
CAPÍTULO X
Outros Templos de Utah
CAPÍTULO XI
Conclusão
APÊNDICE I
q
	
Grande Templo na Cidade do Lago Salgado —
Parte Interna
APÊNDICE II
A Praça do Templo
APÊNDICE III
Outros Templos da Igreja
ÍNDICE REMISSIVO
v
1
13
47
67
83
103
131
139
155
161
181
185
199
205
213
CAPÍTULO I
Apresentação do Tema
Tanto pela etimologia, como pelo uso generalizado, o termo
"templo"., em sua aplicação literal, tem um significado restrito
e específico . A idéia essencial de um templo é, e sempre foi, a de
um lugar especialmente designado para o serviço considerado
sagrado, e de real ou suposta santidade ; num sentido mais res-
trito, o templo é um prédio construído e devotado, exclusiva-
mente, a cerimônias e ritos sagrados.
O termo latino templum era o equivalente do hebraico Beth-
-Elohim e significava a habitação da Deidade; por esta razão,
associado com divina adoração, significava literalmente A CA-
SA DO SENHOR . 1
Construções consideradas em seu conjunto como santuários
ou recintos fechados, têm sido erigidas em. muitas épocas dife-
rentes, tanto por adoradores de ídolos, como por seguidores do
Deus vivo e verdadeiro. Os templos pagãos da antigüidade eram
considerados lugares de habitação dos deuses e deusas mitológi-
cos, cujos nomes ostentavam, e a cujo serviço as construções
eram dedicadas . Embora os pátios de tais templos fossem usa-
dos como lugares de assembléias gerais e cerimônias públicas,
sempre havia recintos internos, , nos quais, somente os sacerdo-
'Em relação a isto, é interessante considerar o significado do nome Bethel, uma
contratação de Beth Elohim, dado por Jacó ao lugar onde a presença do Senhor lhe fora
manifestada . "Na verdade o Senhor está neste-lugar ; e eu não o sabia . E, temeu, e disse:
Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus ; e esta é a porta
dos céus. Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha
posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela . E chamou
o nome daquele lugar Betel : o nome porém daquela cidade era .Luz. (Gênesis 28 :16-19;
leia versículos 10-22.)
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A CASA DO SENHOR
tes designados podiam entrar, e onde clamavam que a presença
da deidade se manifestava. Como evidência da exclusividade
dos templos antigos, mesmo daqueles de origem idólatra, verifi-
camos que o altar de adoração pagã não ficava propriamente
dentro do templo, mas em frente à entrada . Os templos nunca
foram considerados lugares de assembléia pública ordinária,
mas lugares consagrados às mais solenes cerimônias daquele sis-
tema particular de adoração, idólatra ou divina, do qual o tem -
plo permanecia como símbolo visível e concreto.
No passado, o povo de Israel se distinguia das nações, como
edificador de santuários em nome do Deus vivo . Este serviço era
particularmente requerido deles por Jeová, a quem professavam
servir. A história de Israel, como nação, tem início no êxodo.
Durante os dois séculos de escravidão no Egito, os filhos de Ja-
có tinham se tornado um povo numeroso e poderoso ; não obs-
tante, estavam em cativeiro. No devido tempo, porém, suas tris-
tezas e súplicas vieram ao Senhor, e ele os guiou com sua pode-
rosa mão. Tão logo haviam saído do ambiente da idolatria egíp-
cia, foi requerido que preparassem um santuário, onde Jeová
manifestaria sua presença e tornaria conhecida sua vontade, na
qualidade de seu Senhor e Rei.
O tabernáculo, a partir da data de sua edificação no deser-
to, e daí em diante, no período de peregrinação e por vários sé-
culos após, era sagrado para Israel como o santuário de Jeová, e
tinha sido construído de acordo com a planta e especificações
reveladas. Era uma estrutura compacta e portátil, como as exi-
gências da migração requeriam . Embora o tabernáculo fosse
simplesmente uma tenda, era feito do melhor, do mais trabalha-
do e do mais caro material que o povo possuía. Esta condição
de excelência era apropriada e cabível, pois a estrutura represen-
tava a oferta de uma nação ao Senhor. Sua construção foi pres-
crita nos mínimos detalhes, tanto na planta quanto no material,
sob todos os aspectos, era o melhor que o povo poderia ofere-
cer, e Jeová santificou o presente oferecido demonstrando sua
divina aceitação . Gostaríamos de observar o fato de que a ofer-
ta de um homem ou de uma nação será a melhor, se for ofereci-
da de livre vontade e pura intenção, e será sempre excelente aos
olhos de Deus, não importando quão pobre possa parecer, me-
diante qualquer comparação.
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APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA
	
3
Quanto à solicitação do material para construir o taberná-
culo, houve tanta boa vontade que a necessidade foi satisfeita
ao máximo : "Porque tinham matéria bastante para toda a obra
que havia de fazer-se, e ainda sobejava . "2 A solicitação foi feita
adequadamente, sendo o povo até impedido de trazer mais . Os
artesãos e trabalhadores empenhados na construção do taberná-
culo foram designados por revelação direta, ou escolhidos por
autoridade divinamente estabelecida, dando-se especial referên-
cia às suas habilidades e devoção . Após ter sido concluído, se
comparado ao que o rodeava, e consideradas as circunstâncias
de sua criação, o tabernáculo era uma estrutura imponente.
Suas armações eram de madeira rara, suas suspensões internas
de linho fino e bordados elaborados, de acordo com os dese-
nhos prescritos, em azul, púrpura e escarlate ; suas cortinas ex-
ternas e do meio, eram de peles selecionadas; suas partes metáli-
cas eram de bronze, prata e ouro.
Do lado de fora do tabernáculo, mas dentro de seu átrio cer-
cado, ficava o altar de sacrifícios e a pia, ou fonte batismal . O
primeiro compartimento do tabernáculo propriamente dito, era
uma sala externa ou Lugar Santo ; em seguida, escondido da ob-
servação, pelo segundo véu, estava o santuário interno, o Lugar
Santíssimo, particularmente conhecido como o Santo dos San-
tos. Pela ordem indicada, somente aos sacerdotes era permitida
a entrada no recinto externo; enquanto que no recinto interno,
o "mais santo de todos", ninguém podia entrar, exceto o sumo
sacerdote, e apenas uma vez por ano, mesmo assim, somente
após um longo período de purificação e santificação . 3
Dentre os mais sagrados pertences do tabernáculo estava a
Arca do Convênio . Era um cofre, ou baú, feito da melhor ma-
' deira, revestido de ouro puro, tendo quatro argolas de ouro pa-
ra receber os bastões ou varais usados para carregar a Arca du-
rante as jornadas . A Arca continha certos objetos de importân-
cia sagrada, tal como o vaso de ouro de maná, preservado como
lembrança; e depois foram adicionadas a vara de Aarão, que ti-
nha florescido, e as tábuas de pedra, escritas pela mão de Deus.
Quando o tabernáculo foi erguido no acampamento de Israel, a
Arca foi colocada dentro da sala interna, no Santo dos Santos.
'Êxodo 36:7.
3Hebreus 9 :1-7; Levitico cap . 16.
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A CASA DO SENHOR
Sobre a Arca estava o Propiciatório, tendo em cada lado um par
de querubins feito de ouro batido . Deste lugar o Senhor mani-
festava sua presença, mesmo como fora prometido antes da Ar-
ca ou do tabernáculo terem sido feitos . "E ali virei a ti, e falarei
contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins
(que estão sobre a arca do testemunho), tudo que eu te ordenar
para os filhos de Israel . " 4
A descrição detalhada do tabernáculo, seus pertences e
utensílios, não serão tratados nesta parte; é suficiente para o
nosso propósito, saber que o acampamento de Israel tinha tal
santuário ; que foi construído de acordo com um plano revela-
do ; que era a expressão do melhor que o povo poderia oferecer,
quanto ao material e ao artesanato; que era a oferta do povo ao
seu Deus, e que foi devidaménte aceita por ele . 5 Como ainda se-
rá demonstrado, o tabernáculo era o protótipo do templo mais
sólido e magnífico, o qual, com o passar do tempo, foi substi-
tuído.
Após Israel ter-se estebelecido na terra da promessa ocasião
em que, depois de quatro décadas de peregrinação no deserto, o
povo do convênio finalmente obteve a sua própria Canãa, o. ta-
bernáculo, com seu conteúdo sagrado, recebeu um lugar de des-
cansó em Silo ; e daí vieram as tribos a aprender a palavra e a
vontade de Deus . 6 Depois foi levado para Gibeom 7, e mais tar-
de, para a cidade de Davi, ou Sião . 8
Davi, o segundo rei de Israel, desejou e planejou construir
uma casa ao Senhor, declarando ser impróprio que ele, o rei,
habitasse num palácio de cedros, enquanto que o santuário de
Deus era uma simples tenda . 9 O senhor, porém falou pela boca
do Profeta Natã, recusando a oferta, e tornando claro o fato de
que, para ser aceitável a ele, não era suficiente que a oferta fosse
apropriada mas também que o doador fosse digno . Davi, rei de
Israel, havia pecado, embora sob muitos aspectos fosse um ho-
melwsegundo o desejo de Deus; e o seu pecado ainda não havia
encontrado expiação. Então disse o rei: "Em meu coração pro-
4Êxodo 25 :22.
5Êxodo 40 :34-38.
6Josué 18 :1, também 19:51, 21 :2; Juizes 18:31 ; I Samuel 1 :3, 24, 4:3, 4.
71 Crônicas 21 :29; II Crônicas 1 :3.
81I Samuel 6:12; II Crônicas 5:2.
9II Samuel 7:2.
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APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA
	
5
pus eu edificar casa de repouso para a arca do concerto do Se-
nhor e para o escabelo dos pés do nosso Deus, eu tinha feito o
preparo para edificar. Porém, Deus me disse : Não edificarás
casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e derramaste
muito sangue. 10 Contudo, Davi recebeu permissão para coletar
material para a Casa do Senhor, cujo edifício seu filho Salo-
mão, e não ele, deveria construir.
Logo depois da ascensão de Salomão ao trono, iniciou ele a
obra que, como herança e honra, tinha recebido junto com a co-
roa. Lançou os alicerces no quarto ano de seu reinado, e a cons-
trução foi concluída em sete anos e meio . Com a grande riqueza
acumulada pelo seu nobre pai, e especificamente reservada para
a construção do templo, Salomão estava apto a atrair a admira-
ção do mundo conhecido e a conseguir a cooperação das nações
no seu grandioso empreendimento . Os trabalhadores na cons-
trução do templo somavam a milhares, e cada setor estava sob a
responsabilidade de mestres artesãos . Servir na grande constru-
ção, em qualquer cargo, era uma honra, e o trabalho exigia uma
dignidade nunca antes reconhecida . A alvenaria tornou-se uma
profissão, e os métodos então estabelecidos, têm prevalecido até
os dias de hoje. A edificação do Templo de Salomão foi um
acontecimento que marcou época, não só na história de Israel,
mas também na do mundo inteiro.
De acordo com a cronologia geralmente aceita, o templo foi
terminado por volta do ano 1005 A .C . Em arquitetura e cons-
trução, em desenho e dispendiosidade, o templo ficou conheci-
do como um dos mais notáveis edifícios da história. Os serviços
de dedicação duraram sete dias — uma semana de sagrado rego-
zijo em Israel. Com cerimônia apropriada, o Tabernáculo da
Congregação e a Arca do Concerto foram trazidos para dentro
do templo; e a Arca foi colocada no santuário mais interno, no
Lugar Santíssimo. A benévola aceitação do Senhor foi manifes-
tada numa nuvem, que encheu as câmaras sagradas, enquanto
os sacerdotes se afastavam: "E não podiam os sacerdotes ter-se
em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do
Senhor encheu a casa de Deus ." 11 Assim, o templo substituiu e
1°1 Crônicas 28:2, 3; compare com II Samuel 7 :1-13.
"II Crônicas 5 :14; também 7 :1, 2 e compare com Êxodo 40 :35 .
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6
	
A CASA DO SENHOR
ao mesmo tempo incluiu o tabernáculo, do qual era realmente
um esplêndido sucessor.
Uma comparação da planta do templo de Salomão com a
do antigo tabernáculo, mostra que em todos os pormenores de
arranjo e proporção os dois eram tão semelhantes que pareciam
praticamente idênticos. Na verdade, o tabernáculo tinha somen-
te um cercado, enquanto que o templo era rodeado de átrios,
mas a estrutura interna em si, ou o templo propriamente dito,
seguia exatamente o desenho antigo. As dimensões do Santo
dos Santos, do Lugar Santo, e do Pórtico do Templo, eram exa-
tamente o dobro das partes correspondentes no tabernáculo.
A gloriosa preeminência desta esplêndida estrutura teve cur-
ta duração. Trinta e quatro anos após sua dedicação, e somente
cinco anos após a morte de Salomão, começou sua decadência;
e esta decadência devia, dentro de pouco tempo, transformar-se
em espoliação geral, e finalmente, verdadeira profanação. Salo-
mão, o rei, o homem de sabedoria, o construtor-chefe, tinha si-
do corrompido pela astúcia de mulheres idólatras, e seu com-
portamento volúvel fomentou a iniqüidade em Israel. A nação
não era mais unida ; havia facções e seitas, partidos e credos, al-
guns adorando nos cumes dos montes, outros sob as árvores,
cada qual clamando excelência para o seu santuário particular.
O templo logo perdeu sua santidade . A oferta foi depreciada pe-
la deslealdade do doador, e Jeová afastou sua presença proteto-
ra, daquele lugar outrora sagrado.
Os egípcios, de cujo cativeiro o povo havia sido libertado,
tinham agora permissão para oprimir Israel . Sisaque, rei do Egi-
to, tomou Jerusalém — a cidade de Davi e o local do templo —
"E tomou os tesouros da casa do Senhor." 12 Parte dos utensí-
lios anteriormente sagrados, que os egípcios deixaram, foi leva-
da por outros e oferecida aos ídolos. 13 A obra de profanação
continuou através dos séculos . Duzentos e dezesseis anos depois
da espoliação egípcia, Acaz, rei de Judá, roubou alguns dos te-
souros remanescentes do templo, e mandou parte do ouro e da
prata que restavam como presente a um rei pagão, cuja prote-
ção procurava obter . Além disso, removeu o altar e a fonte, e
12j Reis 14 :25, 26.
13II Crônicas 24 :7.
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APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA
	
7
deixou apenas uma casa, onde se achava o templo . 14 Mais tarde,
Nabucodonosor, rei da Babilônia, completou a espoliação e le-
vou consigo os poucos tesouros remanescentes. Depois disso
destruiu o próprio templo com fogo . 15
Assim, cerca de seiscentos anos antes da vinda do nosso Se-
nhor à terra, Israel foi deixada sem um templo . O povo se divi-
dira; havia dois reinos — Israel e Judá — cada qual inimigo do
outro ; tinham se tornado idólatras e-totalmente pervertidos ; o
Senhor havia rejeitado a eles e ao seu santuário . O reino de, Is-
rael, abrangendo aproximadamente dez das doze tribos, tinha
sido dominado pela Assíria por volta do ano 721 A.C., e um sé-
culo mais tarde o reino de Judá foi subjugado pelos babilônios.
Durante setenta anos o povo de Judá — daí em diante conheci-
do como judeus — ficou sob cativeiro, da maneira como havia
sido profetizado. 16 Depois, sob o governo flexível de Ciro 17 e
Dario, 18 recebeu permissão para voltar a Jerusalém, e mais uma
vez erguer um templo de acordo com sua fé . Em memória ao di-
rigente da obra, o templo restaurado é conhecido na História
como o Templo de Zorobabel . Os alicerces foram lançados com
cerimônia solene e naquela ocasião, os veteranos que se lembra-
vam do antigo templo choraram de alegria. 19 A_ despeito das
condições técnicas legais20 e outros impedimentos, a. obra conti-
nuou, e dentro de vintes anos após o retorno do cativeiro, os ju-
deus tinham um templo pronto para dedicação .. O Templo de
Zorobabel foi concluídono ano 515 A .C., mais especificamen-
te, no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do
Rei Dario . Os serviços de dedicação foram -feitos imediatamen-
te.21 Embora esse templo fosse bastante inferior quanto à rique-
za de acabamento e acessórios, se comparado com o esplêndido
Templo de Salomão era, no entanto, o melhor que o povo pode-
ria construir, e o Senhor aceitou-o como uma oferta simbolizan-
do o amor e a devoção dos seus filhos do convênio . Como prova
14II Reis 16:7-9,.17 e 18; também II Crônicas 28 :24, 25.
15II Crônicas 36 :18; 19; veja também TI Reis 24:13,25:9.
16Jeremias 25 :11 ; 12; 29:10.
17Esdras caps . 1 e 2. .
18Esdras cap. 6.
19Esdras 3:12, 13.
20Esdras 4:4-24.
21Esdras 6:15-22.
	
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A CASA DO SENHOR
desta aceitação divina, testemunham-se as ministrações, dentro
de seus muros, de profetas como Zacarias, Ageu e Malaquias.
Cerca de dezesseis anos antes do nascimento de Cristo, He-
rodes I, rei da Judéia, começou a reconstrução do então decom-
posto e quase desmoronado Templo de Zorobabel . Durante cin-
co séculos aquela construção havia permanecido de pé, e sem
dúvida com o passar do tempo, tinha se transformado em gran-
de ruína. Muitos incidentes da vida terrena do Senhor estão as-
sociados com o Templo de Herodes. É evidente, pelas escritu-
ras, que embora opondo-se aos usos degradantes e comerciais
aos quais o templo tinha sido induzido, Cristo reconheceu e
confirmou a santidade de seus recintos. O Templo de Herodes
era uma construção sagrada, não importava o nome pelo qual
fosse conhecido, para ele era a Casa do Senhor. E depois, quan-
do a cortina de pele desceu sobre a descomunal tragédia do Cal-
vário, quando finalmente o grito agonizante, "está
consumado", se elevou da cruz, o véu do templo foi rasgado, e
aquele lugar outrora o Santo dos Santos, agora estava desnudo.
A completa destruição do templo tinha sido profetizada pelo
Senhor, enquanto ainda vivia na carne .22 No ano 70 D .C. o
templo foi completamente destruído pelo fogo, como resultado
da tomada de Jerusalém pelos romanos, comandados por Tito.
O Templo de Herodes foi o último a ser erigido no hemisfé-
rio oriental . Desde a época da destruição daquele grandioso edi-
fício, até o tempo da restauração da Igreja de Jesus Cristo, no
século dezenove, nosso único registro de edificação dè templos
encontra-se nas crônicas nefitas . As escrituras do Livro de Mór-
mon afirmam -que os templos foram erigidos pelos colonizado-
res nefitas, no lugar ora conhecido como continente americano;
todavia, temos poucos detalhes sobre sua construção e menos
fatos quanto às ordenanças administrativas pertinentes a estes
templos ocidentais. Este povo construiu um templo, por volta
do ano 570 A.C., e sabemos que seguiu o modelo do Templo de
Salomão, embora bastante inferior em esplendor e dispendiosi-
dade, se comparado com a majestosa construção de Salomão .23
É interessante citar que, quando o Cristo ressuscitado se mani-
22Mateus 24:2; Marcos 13:2; Lucas 21 :6.
23Veja no Livro de Mórmon, 2 Néfi 5 :16.
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APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA
	
9
festou aos nefitas no continente ocidental, ele os encontrou nos
arredores do templo .24 O Livro de Mórmon no entanto, não faz
mais nenhuma menção de templos, mesmo até a época da des-
truição do Templo de Jerusalém; além disso, a nação nefita foi
exterminada dentro de aproximadamente quatro séculos depois
de Cristo. Está claro, portanto, que os templos deixaram de
existir em ambos os hemisférios no período inicial da apostasia,
e a verdadeira concepção de um templo, no seu sentido restrito,
perdeu-se na humanidade.
Durante muitos séculos nenhuma oferta de santuário foi fei-
ta ao Senhor ; na verdade, parece que tal necessidade não era re-
conhecida. A igreja apóstata declarou que a comunicação direta
de Deus havia cessado e, no lugar da administração divina, um
governo estabelecido por conta própria alegava possuir o poder
supremo . É evidente que, no que concernia à Igreja, a voz do
Senhor havia silenciado; que o povo não mais desejava ouvir
a palavra da revelação, e que o governo da Igreja tinha sido
substituído pela intervenção humana .25
Quando no reinado de Constantino, um cristianismo per-
vertido tinha se tornado a religião do estado, a necessidade de
um lugar onde Deus se revelaria era ainda totalmente desconhe-
cida ou ignorada . Na verdade, muitos edifícios, a maioria deles
dispendiosos e imponentes, foram dedicados a Pedro e Paulo,
Tiago e João; outros a Madalena e à Virgem; mas nenhum foi
edificado pela autoridade e denominado em honra de Jesus, o
Cristo . Dentre a variedade de capelas e santuários, de igrejas e
catedrais, o Filho do Homem não tinha sequer um lugar que po-
deria chamar de seu. Foi declarado que o papa, em Roma, era o
representante pessoal de Cristo e que, sem revelação, tinha o
poder de declarar a vontade de Deus . 26
O santo sacerdócio ainda não tinha sido manifestado aos
homens até a restauração do evangelho, no século dezenove,
com seus antigos poderes e privilégios . E lembremo-nos de que a
autoridade para falar e agir em nome de Deus é essencial em um
templo, o qual é inútil sem a sagrada autoridade do santo sacer-
dócio . No ano de nosso Senhor, 1820, Joseph Smith, o profeta
24Veja no Livro de Mórmon, 3 Néfi 11 :1.
25Veja "A Grande Apostasia", do autor, cap . IX.
26Veja "A Grande Apostasia", do autor, cap . X.
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A CASA DO SENHOR
da última dispensação, naquela ocasião um rapaz de 15 anos,
recebeu uma manifestação divina, 27 na qual Deus, o Pai, e seu
Filho, Jesus Cristo, apareceram e instruíram o jovem suplican-
te. Por meio de Joseph Smith, o evangelho do passado foi res-
taurado à terra, e a antiga lei foi restabelecida . Com o passar do
tempo, pelo ministério do profeta, A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, foi organizada, e seu estabelecimento
foi marcado por manifestações do poder divino . 28
É significativo o fato de que esta Igreja, fiel à distinção que
afirma — de que é a Igreja do Deus vivo, como está evidenciado
em seu nome — nos primeiros dias de sua história, tratou de
providenciar a edificação de um templo . 29 A Igreja foi organiza-
da como instituição terrena no dia 6 de abril de 1830 ; e em julho
do ano seguinte, uma revelação foi recebida designando o local
para o futuro templo, perto de Independence, Missouri. A cons-
trução de um templo, neste lugar escolhido, está ainda adiada,
como é o caso de um outro a oeste do Missouri, 30 em cujo lugar
os alicerces foram lançados em 1838 . A Igreja considera uma
responsabilidade sagrada, o encargo de construir os templos
nesses dois lugares, mas, até agora, o caminho não foi aberto
para a consumação do plano. Neste ínterim, têm sido erigidos
templos em outros lugares, estando a atual dispensação marca-
da pela edificação de seis destes sagrados edifícios.
No dia 1? de junho de 1833, numa revelação ao Profeta Jo-
seph Smith, o Senhor ordenou a imediata construção de uma
casa santa, na qual prometeu dotar seus servos escolhidos, com
poder e autoridade . 31 O povo respondeu a este chamado, com
boa vontade e devoção . A despeito da terrível escassez, e em fa-
ce da impiedosa perseguição, a obra chegou ao término, e em
março de 1836 o primeiro templo dos dias modernos foi dedica-
do em Kirtland, Ohio. 32 Os serviços de dedicação foram marca-
dos por manifestações divinas, comparáveis àquelas observadas
no oferecimento do primeiro templo do passado ; e em ocasiões
posteriores, mensageiros celestiais apareceram nos recintos sa-
27Veja "Regras de Fé", do autor, cap. I e referências.
28Veja "Regras de Fé", do autor, especificamente o cap . 1 e notas.
29Veja D&C 36:8; 42:36; 133:2.
30Veja D&C 115 :7-16.
31Veja D&C seção 95.
32Veja D&C seção 109 .
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APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA
	
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grados, com revelações da vontade divina ao homem . Naquele
lugar, o Senhor Jesus foi novamente visto, e ouvido.33 Dois
anos depois de sua dedicação, o Templo de Kirtland foi abando-
nado pelo povo que o construiu, pois foram forçados a fugir,
por causa da perseguição; com sua saída, o santo templo
tornou-se uma casa comum, renegado pelo Senhor, a cujo nome
havia sido erigido . A construção ainda se acha em pé e está sen-
do usada como capela por uma pequena e praticamente desco-
nhecida seita.
A migração dos santos dos últimos dias foi dirigida para o
oeste; e eles se estabeleceram primeiramente em Missouri, e de-
pois em Illinois, tendo Nauvoo como sede da Igreja . Mal ti-
nham eles se estabelecido em sua nova habitação, quando a voz
da revelação foi ouvida, chamando o povo novamente a cons -
truir uma casa consagrada ao nome de Deus.
Os alicerces do Templo de Nauvoo foram lançados no dia 6
de abril de 1841 e a cimalha foi colocada na sua posição, em 24
de maio de 1845 ; cada acontecimento foi celebrado por uma so-
lene assembléia e serviço sagrado . Embora fosse evidente que o
povo seria forçado a fugir novamente, e embora soubessem que
o templo teria de ser abandonado logo depois de terminado, tra-
balharam com toda força e diligência, para terminar e mobiliar
adequadamente a construção . Foi dedicado no dia 30 de abril de
1846, não obstante certas dependências, tais como a fonte batis-
mal, tenham sido anteriormente dedicadas e utilizadas no servi-
ço de ordenanças . Muitos dos santos receberam suas bênçãos e
as sagradas investiduras no Templo de Nauvoo, embora, mesmo
antes do término da construção, o êxodo do povo houvesse co-
meçado. O templo foi abandonado por aqueles que, em pobreza
e com sacrifício o edificaram . Em novembro de 1848, foi consu-
mido pelas chamas, e em maio de 1850, um furacão demoliu o
que restava das paredes enegrecidas.
No dia 24 de julho de 1847, os pioneiros mórmons chegaram
aos vales de Utah, quando a região ainda era território mexica-
no, e se estabeleceram onde agora é a Cidade do Lago Salgado.
Quatro dias depois, Brigham Young, líder e profeta, indicou um .
local, onde havia algumas artemísias silvestres, e com seu bastão
tocou o árido solo, dizendo : "Aqui será o templo de nosso
33Veja D&C seção 110:1-10.
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A CASA DO SENHOR
Deus ." Aquele local é agora a linda Praça do Templo, em redor
da qual a cidade se desenvolveu . Em fevereiro de 1853, a área
foi dedicada com serviço sagrado, e no dia 6 de abril do ano se-
guinte, os alicerces da construção foram lançados, acompanha-
dos de solene e majestosa cerimônia . O Templo da Cidade do
Lago Salgado ficou quarenta anos em construção; a pedra an-
gular foi colocada no dia 6 de abril de 1892, e o templo concluí-
do, foi dedicado um ano depois.
Dos quatro templos já erguidos em Utah, o da Cidade do
Lago Salgado foi o primeiro a ser iniciado e o último a ser con-
cluído. Durante a construção, três outros templos foram cons-
truídos pelos santos dos últimos dias, um em Saint George, ou-
tro em Logan, e outro em Manti, Utah. Adicionando a estes os
dois templos anteriores — Kirtland, Ohio, e de Nauvoo, Illinois
— temos seis destas construções sagradas já erigidas na presente
e última dispensação do sacerdócio — a dispensação da pleni-
tude dos tempos.
O propósito deste capítulo não é considerar em detalhes
qualquer templo em particular, antigo ou moderno; mas, sim-
plesmente, mostrar seus traços essenciais e peculiares, tornando
claro o fato de que, nos tempos antigos e modernos o povo do
convênio tem considerado a edificação dos templos como urna
obra particularmente exigida de suas mãos . De tudo o que foi
dito, é óbvio que um templo é mais do que uma capela ou igre-
ja, mais do que uma sinagoga ou catedral ; é uma estrutura er-
guida como a Casa do Senhor, consagrada ao mais íntimo con-
vívio do Senhor com o santo sacerdócio, devotada às mais ele-
vadas e sagradas ordenanças características da era ou dispensa-
ção a que pertence o templo . Além disso, para ser realmente um
templo santo — aceito por Deus, e reconhecido por ele como
sua Casa — tal oferta deve ter sido solicitada, e tanto a oferta
quanto o doador devem ser dignos.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias decla-
ra ser possuidora do santo sacerdócio, novamente restaurado à
terra, e que está investida com a comissão divina de erigir e
manter templos dedicados ao nome e ao serviço do Deus vivo e
verdadeiro, e também para administrar as ordenanças do sacer-
dócio em suas dependências, cuja eficácia terá validade tanto na
terra quanto além da sepultura.
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CAPÍTULO II
Santuários nas Antigas Dispensações
Como é entendido e aplicado aqui, a designação "templo"
restringe-se ao sentido de uma estrutura real, erigida pelo ho-
mem, consagrada e santificada ao serviço especial da Deidade,
sendo que este serviço inclui a administração autorizada das or-
denanças pertencentes ao santo sacerdócio, e não significa sim-
plesmente um lugar, não importando quão sagrado este lugar se
tenha tornado . Se lugares sagrados tivessem que ser classifica-
dos como edifícios sagrados, do mesmo modo que templos, a
categoria incluiria muitos "betéis" sagrados que raramente são
considerados como tal . Na aplicação mais ampla do termo, o
Jardim do Éden foi o primeiro santuário da terra, pois que lá o
Senhor falou ao homem, pela primeira vez, e tornou conhecida
a lei divina. Da mesma maneira, o Sinai tornou-se um santuá-
rio, porque o monte foi consagrado como habitação especial do
Senhor, enquanto ele conversava com o profeta, e dava-lhe a
conhecer os seus decretos. A santidade de tais lugares era idênti-
ca à de Horebe, onde Deus falou com Moisés, do meio da cha-
ma; e onde, ao se aproximar, o homem foi detido pela ordem:
"Não te chegues para cá ; tira os teus sapatos de teus pés ; por-
que o lugar em que tu estás é terra santa ."" Um templo, no en-
tanto, é caracterizado não só como um lugar onde Deus se reve-
la ao homem, mas também como a Casa onde são solenizadas as
ordenanças prescritas do sacerdócio.
1Êxodo 3:5.
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A CASA DO SENHOR
O "Testemunho"
Antes da construção do tabernáculo no deserto, e mesmo
durante os primeiros estágios da memorável jornada para longe
do Egito, o povo de Israel possuía um certo depositário para
coisas sagradas, conhecido como o Testemunho. Isto é defini-
damente mencionado com relação ao seguinte incidente . Sob
orientação divina, deveria ser preservado um vaso de maná, pa-
ra que o povo não se esquecesse do poder e da bondade de Deus,
por meio dos quais tinham sido alimentados:
"E disse Moisés : Esta é a palavra que o Senhor tem mandado : Encherás
um gômer dele e o guardarás para as vossas gerações, para que vejam o pão
que vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu vos tirei da terra do Egi-
to.
Disse também Moisés a Aarão : Toma um vaso, e mete nele um gômer
cheio de maná, e põe-no diante do Senhor, em guarda para as vossas gerações.
Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Aarão o pôs diante do
Testemunho em guarda.'''
Resta pouca margem a dúvidas de que o Testemunho aqui
mencionado era uma estrutura material, e que o seu nome suge-
re uma testificação divina quanto ao seu caráter sagrado . Visto
que o relato do êxodo não contém nenhuma menção do feitio de
tal estrutura, e além do mais, como a sua existência e utilização
foram definitivamente afirmadas, antes que o povo tivesse tido
tempo ou oportunidade de fazê-lo no deserto, parece que eles
trouxeram o sagrado Testemunho consigo do Egito . Este inci-
dente é de interesse e importância, pois indica a existência de um
santuário sagrado durante os estágios de formação de Israel co-
mo nação, e enquanto o povo estava sob dominação de gover-
nadores idólatras. Esta aplicação do termo Testemunho não de-
ve ser confundida com a do uso posterior, pelo qual as tábuas
de pedra, contendo o Decálogo divinamente inscrito, são assim
designadas.3 Deve ser notado que o tabernáculo, no qual foi
alojada a Arca do Convênio, contendo as sagradas tábuas de
pedra; é distintamente chamado de Tabernáculo do Testemu-
nho. As várias utilizações deste termo não levarão à confusão,
se o contexto for devidamente considerado em cada caso.
'Êxodo 16:32-34.
3Veja Êxodo 31 :18; 25:16; 32:15; 34:28-29.
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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES
	
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O Tabernáculo Provisório
Enquanto Moisés conversava com o Senhor no Sinai, o po-
vo que fora deixado temporariamente sozinho, fez um bezerro
de ouro em imitação a Apis, um ídolo egípcio ; e em conseqüên-
cia de suas orgias idólatras, a ira do Senhor se acendeu contra
eles . Durante o período do afastamento resultante, antes de
efetuar-se a reconciliação de Jeová com seu povo, as manifesta-
ções divinas dentro do acampamento cessaram, e somente bem
distante dali poderia o Senhor ser encontrado. Devido a esta
condição, lemos sobre o estabelecimento de um lugar de reunião
temporário — possivelmente a tenda em que habitava Moisés,
que se tornou santificada pela presença divina. Assim diz o re-
gistro:
"E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada
longe do arraial, chamou-lhe a tenda da congregação, e aconteceu que todo
aquele que buscava o Senhor saiu à tenda da congregação, que estava fora do
arraial.
E aconteceu que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cada
um, ficou em pé à porta da sua tenda : e olhavam para Moisés pelas costas, até
ele entrar na tenda.
E aconteceu que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e
punha-se à porta da tenda: e o Senhor falava com Moisés.
E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, to-
do o povo se levantou e inclinaram-secada um à porta da sua tenda.
E falava o Senhor a Moisés cara a cara, como qualquer fala com o seu
amigo : depois tornou ao arraial : mas o seu servidor Josué, filho de Num,
mancebo, nunca se apartava do meio da tenda ."4
Que a tenda aqui chamada de Tabernáculo da
Congregação 5 não é a estrutura dispendiosa e elaborada, espe-
cialmente construída nas condições que o Senhor ordenara, é
evidenciado pelo fato de que o tabernáculo maior e mais resis-
tente não havia sido construído na época da escritura acima . Ao
contrário do tabernáculo posterior que ficava no centro do
acampamento com as tribos dispostas ao seu redor em ordem
especificada, este tabernáculo provisório era armado fora do
acampamento — bem longe — talvez, como uma indicação do
4Êxodo 33 :7-11.
5Na Versão Autorizada da Bíblia Sagrada, este santuário é chamado de Taberná-
culo da Congregação; na versão revisada é designado como Tenda da Congregação: este
termo parece ser mais autorizado.
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A CASA DO SENHOR
afastamento do Senhor, devido a Israel ter se desviado dele em
sua idolatria. Que o tabernáculo provisório era, não obstante,
um santuário sagrado, ficou provado pela comunicação pes-
soal, dentro dele, de Jeová com seu servo Moisés.
O Tabernáculo da Congregação
Do meio das nuvens, acompanhado de trovões e relâmpagos
no Sinai, o Senhor deu a Moisés a lei e o testemunho . Não só
Moisés falou com o Senhor em pessoa, mas por divina ordena-
ção, Aarão e seus filhos Nadabe e Abiú, junto com setenta dos
élderes de Israel, subiram ao monte e viram Deus, mesmo o
Deus de Israel . A glória do Senhor habitou no monte Sinai, du-
rante muitos dias: "E Moisés entrou no meio da nuvem, depois
que subiu ao monte: e Moisés esteve no Monte quarenta dias e
quarenta noites." 6
Ao. descer, Moisés trazia consigo a comissão de solicitar aos
filhos de Israel contribuições e ofertas de seus bens e todas as
suas coisas preciosas, que seriam apropriadas para a construção
de um santuário para o serviço religioso no deserto.
"Então falou o Senhor a Moisés, dizendo:
Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada de todo o ho-
mem cujo coração o mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta al-
çada.
E esta é a oferta alçada que tomareis deles : ouro, 'e prata, e cobre,
E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabra,
E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de
cetim,
Azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o
incenso,
Pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.
Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para mo-
delo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.'
A reação do povo foi tão liberal e inspiradóra que logo hou-
ve excesso de material.
"E falaram a Moisés, dizendo : O povo traz muito mais do que basta para
o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse.
6Êxodo 24 :9, 10, 18; leia o capítulo inteiro.
'Êxodo 25 :1-9. Para detalhes de construção e acessórios do Tabernáculo da Con -
gregação, veja Êxodo capítulos 25-31, mais particularmente o capítulo 25, cujo relato é
em parte repetido em 36 :8-38.
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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES
	
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Então mandou Moisés que fizessem passar uma voz pelo arraial, dizendo:
Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do
santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais.
Porque tinham matéria bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e
ainda sobejava."'
A orientação divina se manifestou na indicação de homens
que deveriam ficar encarregados da obra . Bezabel, filho de Uri,
e Aoliabe, filho de Aisamaque, foram designados por revelação
como mestres de obra, sob cuja direção os outros trabalhadores
deveriam executar a obra, até que tudo estivesse terminado exa-
tamente de acordo com a planta e modelo revelados . E quando
foi concluído o tabernáculo era a concretização do melhor, em
material, e artesanato.
O tabernáculo ficava dentro de um compartimento ou átrio
externo, cercado de telas de lona, com as cortinas da entrada fi-
namente bordadas . As cortinas que formavam as paredes do
átrio eram penduradas em colunas fixadas a intervalos ao longo
do quadrilátero. As paredes mais compridas estendiam-se no
sentido leste-oeste, com entrada principal para o átrio, no lado
oriental . Dos dois quadrados no interior das cortinas, a divisão
oriental era reservada para assembléias do povo, enquanto que
a ocidental constituía a área mais sagrada pertencente ao taber-
náculo propriamente dito.
Todo o espaço assim cercado tinha cem côvados de ocidente
a oriente, e cinqüenta côvados de norte a sul, ou aproximada-
mente quarenta e seis por vinte e três metros . 9 Na seção oriental,
e portanto, afastado do tabernáculo, ficava o altar de holocaus-
tos. Entre o altar e o tabernáculo ficava a pia, um grande vaso
de cobre sobre um pedestal, que continha água para a lavagem
ritual das mãos e dos pés dos sacerdotes . É interessante notar
que a pia e o pedestal que a sustentava, foram feitos de contri-
buições especiais das mulheres, que deram seus espelhos para es-
te propósito. O tabernáculo tinha seu eixo longitudinal no senti-
do leste-oeste, ficando a entrada no lado oriental . A estrutura
'Êxodo 36:5-7.
90 côvado é uma antiga medida de comprimento, cujo valor variava conforme os
países e épocas . Da maneira como ocorre na Bíblia, o côvado denota comprimentos va-
riáveis. De acordo com enciclopédias modernas, dicionários bíblicos, etc ., o compri-
mento aqui adotado é de quarenta e seis centímetros . Veja a Enciclopédia Britânica,
Smith's Bible Dictionary, etc .
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A CASA DO SENHOR
tinha apenas trinta côvados de comprimento por dez de largura,
ou seja, treze metros e oitenta centímetros por quatro metros e
sessenta centímetros ; estas são as dimensões dadas por Jose-
phus, e estão praticamente de acordo com a descrição em Êxo-
do, o qual afirma que as paredes tinham vinte tábuas de um la-
do, cada uma com um côvado e meio de largura; na extremida-
de ocidental havia seis tábuas, cada uma com um côvado .de lar-
gura ou nove côvados ao todo ; estas tábuas com as colunas an-
gulares completariam a largura dada por Josephus, dez côva-
dos . As tábuas das paredes eram unidas por juntas de encaixe
tendo bases de prata, duas para cada tábua ; as próprias tábuas
eram revestidas de ouro e tinham argolas do mesmo metal, para
receberem as barras, que também era revestidas de ouro.
Notar-se-á que o tabernáculo era uma estrutura pequena,
inteiramente inadequada para a acomodação de grandes assem-
bléias, mas é preciso lembrar que tal não era o seu propósito.
Dentro do tabernáculo, somente oficiavam os portadores do sa-
cerdócio designados ; e destes, nenhum, a não ser os poucos
realmente encarregados do serviço do dia, poderiam ser admiti-
dos .
O tabernáculo era dividido por uma cortina, chamada espe-
cificamente de Véu, em dois compartimentos: o exterior era co-
nhecido como o Lugar Santo, e o interior como o Lugar Santís-
simo ou o Santo dos Santos . Josephus e alguns outros, decla-
ram que o tabernáculo compreendia três partes ; a terceira divi-
são, no entanto, ficava realmente do lado de fora da tenda prin-
cipal parecendo um pórtico, na extremidade oriental, com cinco
côvados de profundidade, estendendo-se por toda a frente . O
Véu, que separava o Lugar Santo, do Santo dos Santos, era ar-
tisticamente tecido de "azul, e de púrpura, e de carmesim, e de
linho fino torcido" e bordado com querubins. Pendia de quatro
colunas de madeira, revestidas de ouro ; os colchetes eram de
ouro, e as bases, de prata. A madeira utilizada nestas colunas,
como também em outras partes da estrutura, era a rara, dispen-
diosa, e durável acácia (ou cetim), às vezes conhecida como ma-
deira de espinheiro . Atrás do Véu, o recinto era mais sagrado, e
dentro dele foi colocada a Arca do Convênio com seu propicia-
tório, ostentando os sagrados querubins, cuja descrição aparece
no seguinte registro:
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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES
	
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"Fez também Bezaleel a arca de madeira de cetim: o seu comprimento era
de dois côvados e meio; e a sua largura dum côvado e meio; e a sua altura dum
côvado e meio.
E cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora ; e fez-lhe uma coroa de ou-
ro ao redor.
E fundiu-lhe quatro argolas de ouro aos seus quatro cantos, num lado
duas, e no outro lado duas argolas;
E fez varais de madeira de cetim, e os cobriu de ouro;
E meteu os varais pelas argolas aos lados da arca, para levar a arca.
Fez também de ouro puro o propiciatório : o seu comprimento era de dois
côvados e meio, e a sua largura dum côvado e meio;
Fez também dois querubins de ouro; de obra batida os fez, às duas extre-
midades do propiciatório;
Um querubim a uma extremidade desta banda, e o outro querubim à ou-
tra extremidade da outra banda : do mesmo propiciatório fez sair os querubins
às duas extremidades deles:
E os querubins estendiam as asas por cima, cobrindo com as suas asas o
propiciatório: e os seus rostos estavam defronte um do outro : os rostos dos
querubins estavam virados para o propiciatório ."10
Fora do véu, mas ainda dentro do tabernáculo, ficava o Lu-
gar Santo, dentro do qual foi colocada a mesa do pão da propo-
sição, o altar do incenso, e o candelabro de ouro puro com sete
hásteas. 1"
Os ricos tecidos, de delicado artesanato, que formavam as
paredes e o teto do tabernáculo, eram protegidos por repostei-
ros de pêlos de cabra mais grosseiros, e estes por sua vez, tinham
uma cobertura de peles. A estrutura concluída é às vezes men-
cionada nas escrituras como Tenda da Congregação, e em ou-
tras, como Tabernáculo da Congregação ; a primeira expressão
ocorre treze vezes, a outra cento e trinta e três vezes ; mas apesar
desta diferença, o original de cada uma era Ohel Moed, cuja tra-
dução mais autêntica é Tenda de Reunião . Não devemos, po-
rém, supor que isto significa, no sentido comum, uma capela,
porque "reunião" neste caso, não se refere a afluência de devo-
tos, mas o lugar de comunicação de Deus com o seu sacerdócio.
A Tenda de Reunião, ou o Tabernáculo da Congregação, em Is-
rael, era a tenda do Senhor, onde ele se encontrava com os re-
presentantes autorizados de seu povo.
No primeiro dia do segundo ano depois do êxodo do Egito,
o tabernáculo foi armado pela primeira vez, e todos os utensí-
10Êxodo 37:1-9; compare com 25 :10-22.
"Veja Êxodo 37:10-29; compare com 25 :23-40.
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A CASA DO SENHOR
lios sagrados foram dispostos de acordo com as ordens dadas
pelo Senhor . O véu foi pendurado, e o lugar foi consagrado co-
mo um dos mais santos, tão santo quanto a própria habitação
de Jeová. Então, da mesma maneira que no Sinai, uma nuvem
havia envolvido a habitação temporária de Deus, assim também
aconteceu com o tabernáculo:
"Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor en-
cheu o tabernáculo:
De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, por-
quanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
Quando pois a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então os filhos
de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.
Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que
ela se levantava;
Porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo
estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as
suas jornadas." 1z
A intenção dominante e primordial da edificação desse san-
tuário portátil, era expressar a íntima associação de Jeová com
seu povo . Aquele povo deveria considerar-se especificamente .
como o povo de Deus, e no meio deles, estaria a sua habitação,
sobrepujando num grau transcendental a presença dos deuses
de madeira e de pedra, acolhidos pelas nações idólatras, com as
quais Israel tinha de contender. Esta intenção foi expressa no
primeiro mandamento com respeito à construção do tabernácu-
lo : "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles ." 13
Na verdade, o sacerdócio é muito mais indispensável para a
preservação da relação íntima com a Deidade, do que o taberná-
culo ou templo. Por isso, era de se esperar que, com o estabele-
cimento de um santuário sagrado, seriam feitas designações e
ordenações, por intermédio das quais, os homens estariam ver-
dadeiramente autorizados nos ofícios sagrados do sacerdócio.
Embora Moisés fosse o grande sumo sacerdote de Israel, perma-
necendo à testa de uma distinta dispensação de autoridade e po-
der divinos, havia muitas funções sacerdotais pertencentes às
ordens menos exaltadas, e a estas Aarão e seus quatro filhos Na-
dabe, Abiú, Eleazar e Itamar foram designados . O tabernáculo
fora construído sob expressa orientação, estendendo-se até mes-
'2Êxodo 40 :34-38.
13Êxodo 25 :8.
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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES
	
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mo aos mínimos detalhes, e da mesma maneira as ministrações
do sacerdócio foram prescritas e a ordem de adoração foi esta-
belecida, pelas quais o povo deveria ser lémbrado que no meio
deles habitava Jeová, perante quem não deveriam ter outros
deuses . 14
O tabernáculo foi preparado principalmente para o serviço
migratório ; por causa disso, suas partes foram acabadas separa-
damente, e adaptadas de modo a permitir fácil armação ou des-
montagem. Quando montado dentro de seu átrio, o tabernáculo
ocupava o lugar de honra no centro do acampamento.
No lado oriental, e portanto imediatamente à frente da en-
trada do átrio, ficavam as tendas dos sacerdotes ; enquanto que
os levitas acampavam nos outros três lados. Estes, como fica-
vam mais próximos, têm sido comparados à guarda do Grande
Rei, 15 cujo trono ficava dentro do santuário ; e atrás deles esta-
vam acampadas as outras tribos na ordem preestabelecida . En-
quanto desmontado e em trânsito, quando o povo estava em
marcha, o tabernáculo ainda ocupava o lugar central ; seus car-
regadores eram os levitas, e todo o exército de Israel era a sua
guarda.
Até Israel estabelecer-se permanentemente na terra da pro-
messa, o Tabernáculo da Congregação teve apenas lugares tem-
porários de repouso. À medida que o povo mudava, o santuário
era carregado, até que teve, em Silo, um lar um pouco mais per-
manente. Nesse lugar, à porta do tabernáculo, foi feita a parti-
lha final de Canaã entre as tribos de Israel . 16 Lá permaneceu o
tabernáculo durante o período dos Juízes, e até depois de ter si-
do permitido que a custódia da arca de Deus passasse de Israel
aos filisteus, por causa do pecado. 17 A glória do santuário foi
perdida em grande parte e embora o tabernáculo continuasse a
existir, seu sagrado serviço estava em inatividade . Com profun-
da tristeza, a verdade foi declarada: "De Israel a glória é levada
presa: pois é tomada a arca de Deus ." 18 Há evidência de que
por um curto período4de tempo, no reinado de Saul, o taberná-
14Veja Êxodo capitulo 28.
15Veja Smith's Dictionary of the Bible (ed . de Barnum) art . "Tabernacle".
16Josué 18:1-3, 19 :51, também 21 :2; Juizes 18:31 ; 1 Samuel 1 :3-24; 4:3, 4.
17Veja I Samuel 4:10-18.
181 Samuel 4:22.
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A CASA DO SENHOR
culo foi estabelecido em Nobe ; pois lá encontramos o sacerdote
Aquimeleque mantendo o serviço do pão da proposição, 19 no
entanto, a Arca do Convênio certamente não estava lá .20 Depois
disso, ficamos sabendo que o tabernáculo foi levantado em Gi-
beon, não obstante, as condições resultantes de sua mudança
daquele lugar, não sejam inteiramente declaradas. 21 A arca foi
abrigada em outra tenda, e por fim, ambas foram trazidas para
dentro do esplêndido Templo de Salomão, que suplantava to-
dos os santuários anteriores.
O Terceiro Tabernáculo
Todavia, uma outra tenda de santuário foi feita e utilizada
em Israel, antes da edificação do grande templo . Por conveniên-
cia podemos chamá-la de terceiro tabernáculo ; foi erigida pelo
rei Davi, em sua própria cidade, como um abrigo para a Arca
do Convênio. Como já foi citado, as escrituras falam da captura
da arca pelos filisteus, e de seu retorno a Israel . Este incidente
ocorreu durante a última parte da administração dos juízes, an-
tes de Israel ter-se curvado perante um rei em Canaã. 22
Durante todo o reinado de Saul, a arca permaneceu numa
residência particular ; onde, todavia, um sacerdote era mantido
para seu cuidado e ministério . Um dos primeiros atos de Davi
depois de tornar-se rei, foi planejar a mudança da arca para um
local mais adequado . No curso dessa mudança, Uzá foi ferido,
porque, sem autoridade, tentou segurar o recipiente sagrado ; e
esta manifestação de descontentamento divino afetou Davi de
tal maneira que adiou seu propósito de estabelecer a arca em sua
própria cidade, e colocou-a em outra residência particular — na
de Obede-Edom, o Geteu . 23 Enquanto a arca permaneceu sob
aquele teto, a família foi abençoada e prosperou . Com o passar
do tempo, executou-se o plano original e a arca foi colocada nu-
ma tenda especialmente preparada para abrigá-la, na cidade de
Davi: "E introduzindo a arca do Senhor, a puseram em seu lu-
gar, na tenda que Davi lhe armara : e ofereceu Davi holocaustos
19Veja I Samuel 21 :1-6.
20Veja 1 Samuel 7 :1, 2.
21Veja 1 Crônicas 21 :28-30; compare com II Crônicas 1 :3-6.
221
Samuel 4:10-22; também capítulos 5 e 6 ; 7:1-2.
23I
Samuel 6:1-12; também 1 Crônicas cap. 13.
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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÓES
	
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e ofertas pacificas perante o Senhor ." 24
Portanto, durante o reinado de Davi havia dois lugares con-
siderados como santuários, e a adoração do povo estava dividi-
da. Salomão parece ter reconhecido a santidade de ambos os lu-
gares — o lugar de repouso da arca em Jerusalém, e o lugar do
Tabernáculo da Congregação em Gibeon .25 Por intermédio de-
le, ambos os santuários foram novamente reunidos . 26
O Templo de Salomão
Mal tinha a Arca do Convênio sido depositada na capital do
reino — a cidade de Davi, quando o rei sentiu o desejo de edifi-
car, para sua acomodação, um abrigo mais durável do que a
tenda na qual tinha sido instalada com pompa e cerimônia . Pa-
rece que a consciência do rei era perturbada pelo pensamento de
que ele estava melhor instalado do que o santuário do Senhor:
"Sucedeu pois que, estando o rei Davi em sua casa, disse o rei
Davi ao profeta Natã : Ora, olha, eu moro em casa de cedros. . ."
e a arca de Deus mora dentro de cortinas .27 Era desejo de Davi
construir uma casa adequada para o Senhor, e o Profeta Natã a
princípio encorajou a idéia. No entanto, o Senhor falou a Natã
e o instruiu a recusar a oferta do rei . Embora Jeová estivesse
sem lugar fixo reconhecido pelo povo como seu, embora tivesse
dito que não habitava uma casa em Israel, mas andara de tenda
em tenda e de tabernáculo em tabernáculo, 28 conquanto como
implica o contexto, o Senhor houvesse sido negligenciado na
longa demora da edificação de uma casa ao seu nome, não obs-
tante Davi não poderia ser honrado com a permissão de cons-
truir tal casa, pois que era tido como homem de guerra . 29 Não
nos cabe julgar a extensão da ofensa de Davi ; fazer tal coisa, se-
ria usurpar a prerrogativa divina; é suficiente sabermos que
mesmo uma oferta magnífica pode ser recusada, se houver algo
que exija uma reconciliação do mortal com seu Deus . Contudo,
Davi recebeu permissão de providenciar os recursos e ajuntar
24II Sámuel 6:17; também I Crônicas 15 :1 e 16 :1.
25Veja I Reis 3 :15 e II Crônicas 1 :3, 4.
26Veja I Reis 8:1-4.
27I
Crônicas 17:1; também II Samuel 7 :1, 2.
28I
Crônicas 17 :4, 5.
29Veja I Crônicas 22 :8; compare com 28 :3 ; e I Reis 5 :3.
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A CASA DO SENHOR
materiais que posteriormente seriam empregados na edificação
do templo, 30 e além disso, o próprio local onde o grande edifício
seria erigido, foi escolhido e santificado por seu intermédio.
Uma grande peste havia caído sobre Israel, e o anjo do Senhor,
enviado com ordem de destruição, foi visto por Davi, de pé,
com a espada na mão, no Monte Moriá, na eira de Araúna, o je-
buseu . 31 Aquele local, consagrado pela presença de um mensa-
geiro celestial, embora aquele mensageiro fosse o anjo da mor-
te, foi marcado pelo levantamento de um altar, como havia sido
orientado pelo Senhor, por meio do Profeta Gade . 32
Compreendendo que lhe restavam poucos anos de vida, Da-
vi imputou a Salomão, seu filho e sucessor escolhido, o encargo
solene de edificar a casa que lhe fora proibido construir . O rei
discorreu enternecedoramente sobre sua própria desqualifica-
ção, e depois repetiu a promessa de aceitação do Senhor, das
mãos de Salomão . As escrituras falam assim:
" . ..assim preparou Davi materiais em abundância, antes da sua morte.
Então chamou a Salomão seu filho, e lhe ordenou que edificasse uma ca-
sa ao Senhor Deus de Israel.
E disse Davi a Salomão : Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração o
edificar casa ao nome do Senhor meu Deus.
Porém a mim a palavra do Senhor veio, dizendo : Tu derramaste sangue
em abundância, e fizeste grandes guerras ; não edificarás casa ao meu nome;
porquanto muito sangue tens derramado na terra, perante a minha face.
Eis que o filho que te nascer será homem de repouso ; porque repouso lhe
hei de dar de todos os seus inimigos em redor ; portanto Salomão será o seu no-
me e paz e descanso darei a Israel nos seus dias.
Este edificará casa ao meu nome e ele me será por filho, e eu a ele por pai;
e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel, para sempre.
Agora pois, meu filho, o Senhor seja contigo; e prospera, e edifica a casa
do Senhor teu Deus, como ele disse de ti.
O Senhor te dê tão-somente prudência e entendimento, e te instrua acerca
de Israel; e isso para guardar a lei do Senhor teu Deus.
Então prosperarás, se tiveres cuidado de fazer os estatutos e os juízos,
que o Senhor mandou a Moisés acerca de Israel: esforça-te, e tem bom ânimo;
não temas, nem tenhas pavor.
Eis que na minha opressão preparei para a casa do Senhor cem mil talen-
tos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e de cobre e de ferro sem peso,
porque em abundância é : também madeira e pedras preparei, e tu supre o que
faltar.
30Veja I Crônicas 22 :1-5.
31 II Samuel 24 :15-25 ; também 1 Crônicas 21 :15-17; e 11 Crônicas 3 :1.
32Veja 1 Crônicas 21 :18-30; compare com II Samuel 24 :18-25 .
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Também tens contigo oficiais mecânicos em multidão, cortadores e artífi-
ces em obra de pedra e madeira; e toda sorte de sábios em toda a sorte de obra.
Do ouro, da prata, e do cobre e do ferro não há número : levanta-te pois,
e faze a obra, e o Senhor seja contigo.
E Davi deu ordem a todos os príncipes de Israel que ajudassem a Salo-
mão, seu filho, dizendo:
Porventura não está convosco o Senhor vosso Deus, e não vos deu repou-
so em roda? Porque tem entregado na minha mão os moradores da terra ; e a
terra foi sujeita perante o Senhor e perante o seu povo.
Disponde pois agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao,Se-
nhor vosso Deus; e levantai-vos, e edificai o santuário do Senhor Deus para
que a arca do concerto do Senhor, e os vasos sagrados de Deus se tragam a esta
casa, que se há de edificar ao nome do Senhor ." 33
Davi deu a Salomão instruções pormenorizadas concernen-
tes ao desenho e especificações da casa e seus pertences, a planta
do pórtico, da estrutura principal e dos edifícios suplementares,
"e a planta de tudo quanto tinha recebido, através -do
Espírito" . Além disso, deu orientações quanto ao ministério
dos vários procedimentos dos sacerdotes e levitas, "e de toda a
obra do ministério da casa do Senhor e de todos os vasos do mi-
nistério da casa do Senhor" . 34
A construção em si, teve início no quarto ano do-reinado de
Salomão, e o templo estava pronto para a dedicação, no décimo
segundo ano, ou aproximadamente 1005 . A.C. No começo da
obra, Salomão entrou em acordo com Hirão, um rei . das proxi-
midades, pelo qual os recursos de Tiro e Sidom foram incorpo-
rados ao grandioso empreendimento . Com esta aliança, as es-
plêndidas florestas do Líbano se tornaram acessíveis ; cedro e pi-
nheiro e outras árvores foram cortadas e flutuaram aos milhares
até o ponto mais conveniente, para o transporte por terra até Je-
rusalém . Tinha sido anteriormente explicado a Hirão que a de-
manda seria enorme, pois como Salomão havia dito : "A casa
que estou para edificar há de ser grande ; porque o nosso Deus é
maior do que todos os. deuses ."35 Lenhadores sidonianos foram
postos a trabalhar — os mais hábeis de todos os lenhadores co-
nhecidos; e as madeiras do Líbano foram fornecidas em abun-
dância. A extensão da demanda pode ser avaliada pelo enorme
33I
Crônicas 22 :5-19; também 28 :1-8; 29:1-7.
34I
Crônicas 28 :11-13.
35II Crônicas 2:5; leia o capítulo inteiro.
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A CASA DO SENHOR
pagamento oferecido e feito por Salomão . 36
Trabalhadores israelitas foram utilizados em grande núme-
ro, tanto na cooperação com os sidonianos quanto no próprio
país . Desta maneira, está escrito:
E o rei Salomão fez subir leva de gente dentre todo o Israel : e foi a leva de
gente trinta mil homens.
E os enviou ao Líbano, cada mês dez mil por sua vez : um mês estavam no
Líbano, e dois meses cada um em sua casa : e Adonirão estava sobre a leva de
gente.
Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil
que cortavam nas montanhas.
Afora os chefes dos oficiais de Salomão, os quais estavam sobre aquela
obra, três mil e trezentos, que davam as ordens ao povo que fazia aquela obra.
E mandou o rei que trouxessem pedras grandes e pedras preciosas, pedras
lavradas, para fundarem a casa.
E as lavraram os edificadores de Hirão e os giblitas : e preparavam a ma-
deira e as pedras para edificar a casa ." 37
Para o emprego bem sucedido de um tão grande número de
trabalhadores, era necessário um sistema eficiente de organiza-
ção; não nos surpreendemos, portanto, quando lemos que três
mil e trezentos supervisores estavam sendo utilizados . A eficiên-
cia do sistema ficou provada pelo sucesso daquele grandioso
empreendimento . Os israelitas e os homens de Tiro e Sidom tra-
balhavam em harmonia, e grande parte do material de constru-
ção era preparado segundo as plantas e medidas, nas próprias
florestas e pedreiras ; portanto, "edificava-se a casa com pedras
preparadas, como as traziam 'se edificava; de maneira que nem
martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de fer-
ro se ouviu na casa quando a edificavam ." 38
Nossa principal fonte de informação, referente à edificação
do grande templo, são as escrituras contidas em I Reis , capítu-
los 3 e 4, cujo relato, bem como a descrição dada por
Josephus, 39 parecem ter sido derivadas do primeiro registro ci-
tado.
Em linhas gerais, a planta do Templo de Salomão era idênti-
ca à do Tabernáculo da Congregação, especialmente construí-
do, embora as dimensões do templo fossem o dobro das -do ta-
36Veja I Reis 5 :11 ; e II Crônicas 2 :10, 15.
371
Reis 5:13-18.
38I
Reis 6:7; compare com Deuteronômio 27 :5, 6.
39Josephus, Antiquities of the Jews, Livro VIII : caps. 2, 3 e'4 .
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bernáculo. Deve ser lembrado que o pórtico do tabernáculo ti-
nha cinco côvados de fundo; e o pórtico do templo media 10 cô-
vados de fundo ; em ambos os casos, o pórtico estendia-se na
largura toda do edifício . O Lugar Santo, ou primeiro comparti-
mento dentro das paredes do tabernáculo, media vinte côvados
de comprimento, dez côvados de largura e dez de altura ; no
templo, media quarenta côvados por vinte, e vinte de altura . O
santuário interior, o oráculo, ou o Santo dos Santos, tinha a
forma de um cubo, e media dez côvados de cada lado ; no tem-
plo este recinto sagrado media vinte côvados em cada sentido.
Portanto, a planta baixa do tabernáculo cobria trinta é cinco
côvados por vinte, e a do templo, setenta côvados por quarenta.
Estas medidas não levam' em conta as câmaras laterais, que no
tabernáculo mediam 5 côvados de largura ; e os do templo me-
diam dez côvados de largura; com estas medidas incluídas, a
área total do tabernáculo era de quarenta côvados por vinte, en-
quanto que a do templo era oitenta por quarenta côvados ; ou,
segundo a medida equivalente do côvado, comumente aceita, o
tabernáculo media dezoito metros e quarenta centímetros por
nove metros e vinte centímetros, e o templo, trinta e seis metros
e oitenta centímetros por dezoito metros e quarenta centíme-
tros. Na altura, a mesma proporção foi mantida ; o tabernáculo
elevava-se a quinze côvados e o templo a trinta côvados . O pór-
tico do templo parece ter-se elevado acima da altura da estrutu-
ra principal. 40
Dentro do pórtico, permanecendo como guardas à entrada
do templo, havia duas colunas de cobre com desenhos esmera-
dos, e, sem dúvida, de significado simbólico . Eram considera-
das de tal importância que mereceram uma descrição detalhada,
e o nome daquele que as fez, foi inscrito nos arquivos do tem-
plo. Foram trabalhadas por Hirão de Tiro — não o rei, que ti-
nha o mesmo nome - mas, um mestre de artesanato, perito nas
obras de cobre . Hirão formou as duas colunas, cada uma com
doze côvados de circunferência e dezoito côvados de altura,
além dos capitéis maciços, que eram ornamentados com romãs e
lírios . A coluna à direita da entrada chamava-se Jaquim, que
significava "Ele estabelecerá", e a da esquerda chamava-se
^Veja II Crônicas 3 :4.
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A CASA DO SENHOR
Boaz, que significava "Dentro está o poder" . 41: Qualquer que
seja o significado mais profundo que possa ter sido atribuído a
essas colunas maciças, seu simbolismo sugestivo de força e fir-
meza é plenamente evidente . As escrituras não definem clara-
mente se as colunas realmente sustentavam o teto do pórtico, ou
se estavam livres, apenas como símbolos e ornamento ..
As paredes do grande templo eram construídas de pedra la
vrada, embora do . lado de dentro não se visse pedra . alguma,
pois as paredes eram revestidas de cedro, do assoalho até o teto,
ricamente decorado com entalhes de flores, árvores, e outros
desenhos, e o assoalho era de madeira de faia . 42 Além disso, o
interior era ricamente embelezado com obras de revestimento
em ouro. puro . A parede divisória pela qual o oráculo, ou Santo
dos Santos era dividido, correspondendo ao : véu do tabernácu-
lo, foi revestida desta maneira e pendurada com cadeias de ou-
ro.43 Os querubins que guardavam simbolicamente o oráculo,
eram de madeira de oliveira, revestido de ouro, sendo que o me-
tal precioso se adaptava sobre a obra lavrada . 44
O vestíbulo ou pórtico ficava na extremidade . oriental; e esta
constituía' a única entrada do templo propriamente dito . Ao
longo dos, outros três lados, cercando portanto o Lugar Santo e
o oráculo, havia inúmeras câmaras construídas em três fileiras
ou andares. A largura delas era de cinco côvados no andar infe-
rior, seis côvados no do meio, e sete côvados no superior ; esta
peculiaridade da largura aumentando com a altura, foi possível
devido à diminuição da espessura das paredes . Com esta redu-
ção das paredes, as câmaras de cedro eram bem firmes, todavia,
não faziam parte da estrutura principal ; eram construídas de
forma "que as vigas não fossem cravadas nas. . paredes ."45 Estes
pequenos compartimentos eram, portanto, "câmaras, em redor
das' paredes da casa ; não obstante, eram de construção indepen-
dente. Pela declaração de Ezequiel,46 supõe-se que fossem em
número de trinta, embora não se encontre descrição minuciosa.
Provavelmente eram utilizadas para o serviço exigido dos sacer-
41Veja I Reis 7:13-22.
42j Reis 6 :15-18; 29.
43Versículos 19-22.
"Versículo 35.
45Versículos 5, 6.
4óEzequiel 41 :6-7.
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29
dotes, além do trabalho cerimonial, ligado ao ritual geral-: As
entradas para estas câmaras ficavam no lado direito da constru-
ção, com escadas em caracol que levavam às salas superiores.
Acima do nível das câmaras superiores, havia janelas pelas
quais o recinto externo, ou Lugar Santo, era iluminado; o Santo
dos Santos, entretanto, não possuía luz natural .
	
.
Os acessórios do templo compreendiam apenas uns poucos
objetos, não obstante, cada peça era de modelo especial e para
uso exclusivo . No Lugar Santo havia uma mesa, ou uma, série de
mesas, para se colocar o sagrado pão da proposição . Também é
mencionado um altar de ouro, e dez candelabros de ouro puro
dispostos diante da entrada do oráculo, cinco de- cada lado;
além disso, havia tenazes de ouro, vasos e espevitadeiras, bacias
e colheres. O oráculo foi preparado para receber a Arca do
Convênio e para proteger este receptáculo sagrado, dois grandes
querubins haviam sido preparados, cada um com dez côvados
da altura; esses querubins eram de madeira de oliveira revestida
de ouro.
O templo ficava dentro de recintos cercados, geralmente re-
feridos como átrio interno e externo, respectivamente . A parede
do átrio interno consistia de três ordens de pedras cortadas, na
qual foi colocada uma ordem de vigas de cedro . Isto correspon-
dia ao recinto único do antigo tabernáculo . Como todas as me-
didas especificadas mostram que o templo tinha o dobro do ta-
manho do tabernáculo, este átrio parece ter sido feito em pro-
porção correspondente; acredita-se, portanto, que se estendia a
cem côvados de norte a sul e a duzentos côvados de leste a .
oeste. 4?
Dentro do átrio, "diante do pórtico do Senhor", ficava o
altar do sacrifício . Este era de cobre e media vinte côvados qua-
drados e dez côvados de altura. Pertenciam ao serviço do . altar
muitos utensílios tais como bacias, caldeirões e pás, feitos espe-
cialmente sob a direção do mestre de obras Hirãode Tiro . Um
outro objeto importante dentro do átrio era o mar de fundição,
também chamado de mar de bronze. 48 Esta grande pia media
trinta côvados de circunferência e elevava-se a cinco côvados de
47Para especificações quanto aos átrios, veja I Reis 6 :36; compare com 7:12; tam-
bém II Reis 23 :12; II Crônicas 4:9, 33 :5.
48I Reis 7:23-26; II Crônicas 4:2; também II Reis 25 :13; compare com Jeremias
52:17 .
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A CASA DO SENHOR
altura, sendo ricamente ornamentada. As paredes tinham qua-
tro dedos de espessura, e a borda era ornamentada com flores
lavradas. Assentava-se sobre doze bois de bronze em grupos de
três, e cada grupo olhava respectivamente para o norte, sul, les-
te e o oeste . O mar de fundição ficava entre o altar e o pórtico,
"ao lado direito da casa para a banda do oriente, da parte do
sul." 49 Em associação com o mar de fundição, havia dez vasos
menores chamados de pias, montados em suportes de constru-
ção especial e providos de rodas para facilitar sua remoção . 50 As
pias eram usadas em conexão com o serviço do altar, para a pu-
rificação das ofertas; mas a pia principal, ou mar de fundição,
era reservada para a cerimônia de purificação dos sacerdotes.
Quando a Casa do Senhor estava pronta, preparações cui-
dadosas foram feitas para a sua dedicação . Primeiramente hou-
ve a instalação da Arca do Convênio e seus pertences, o Taber-
náculo da Congregação e os vasos sagrados. Com grande soleni-
dade e para acompanhar o sacrifício cerimonial, a arca foi trazi-
da pelos sacerdotes e colocada no Santo dos Santos, debaixo
das asas dos querubins . Naquela ocasião, a arca continha so-
mente as duas tábuas de pedra "que Moisés ali pusera" . Os va-
rais, pelos quais a arca era segurada, sobressaíam tanto que po-
diam ser vistos do Lugar Santo, e então "sucedeu que, saindo
os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Se-
nhor, e não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar,
por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a casa
do Senhor". 51
Então, Salomão dirigiu-se à multidão reunida, citando no-
vamente as circunstâncias sob as quais a construção do templo
tinha sido concebida por seu pai, Davi, e executada por ele pró-
prio, e proclamou a misericórdia e bondade do Deus de Israel.
De pé, diante do altar do Senhor, no átrio do templo, o rei es-
tendeu as mãos para os céus, e proferiu a oração dedicatória.
Depois disso, o rei abençoou o povo, dizendo: "Bendito seja o
Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o
que disse: nem uma só palavra caiu de todas as suas boas pala-
vras que falou pelo ministério de Moisés, seu servo . O Senhor
491 Reis 7:39.
5°I Reis 7:27-39; compare com II Crônicas 4 :6.
511 Reis 8:10, 11 .
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nosso Deus seja conosco, como foi com nossos pais ; não nos de-
sampare, e não nos deixe ."52
Os serviços principais juntamente com as festividades, dura-
ram sete dias, e "no oitavo dia despediu o povo, e eles abençoa-
ram o rei; então se foram às suas tendas, alegres e gozosos de
coração, por causa de todo o bem que o Senhor fizera a Davi
seu servo, e a Israel seu povo" . 53
Este esplêndido edifício manteve sua supremacia e glória so-
mente durante um terço de século . Nos últimos anos de seu rei-
nado, Salomão tinha agido iniquamente diante de Deus, e o po-
vo não foi vagaroso em seguir o rei em seus maus caminhos . Is-
rael tornou-se fraca na sua fidelidade a Jeová, seguindo a deuses
estranhos . Após a morte de Salomão, a nação foi dividida : No
quinto ano do reinado de Jeroboão, Sisaque, rei do Egito, asse-
diou a cidade de Davi e assaltou até mesmo o templo e carregou
parte de seus tesouros sagrados . Depois disso, Jeoás, rei de uma
parte da nação dividida, tomou o ouro e a prata e os vasos sa-
grados da Casa do Senhor e os levou para Samaria. 54 Assim no-
tamos que a violação do templo não foi inteiramente efetuada
pelos inimigos de Israel ; o próprio povo para quem a casa ou-
trora fora sagrada, contribuiu para a sua profanação . Acaz, o
rei iníquo de Judá retirou o altar de seu lugar e o substituiu por
outro feito por sua ordem segundo modelo dos altares pagãos;
além disso, tirou o mar de fundição e desmontou as pias.55 Ma-
nassés, outro rei iníquo que reinou em Judá, seguiu a Baal e es-
tabeleceu santuários idólatras dentro dos átrios do templo . 56 Os
objetos preciosos da Casa do Senhor foram usados para permu-
ta entre reis . Deste modo, Asa, rei de Judá, comprou a ajuda de
Benadade para lutar contra Israel ; 57 da mesma forma procedeu
Joás para comprar a paz de Hazael, rei da Síria, 58 e igualmente
fez Ezequias, que roubou a Casa do Senhor, despojando-a dos
objetos com os quais pagaria tributo aos assírios . 59
52I Reis 8:56, 57; para o completo serviço dedicatório, leia o capítulo todo.
53Versículo 66.
sa
II Reis 14:13, 14.
55II Reis 16:10-18; também II Crônicas 28 :24.
56II Reis 21 :1-7; também II Crônicas 33 :1-7.
571
Reis 15 :18.
58II Reis 12:18.
59II Reis 18:15, 16.
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A CASADO SENHOR
Algumas tentativas foram feitas para reparar os estragos
maiores do templo ;60 no entanto, parece que aquela casa tinha
sido abandonada ao seu destino . No ano 586 A.C ., Nabucodo-
nosor, rei da Babilônia, completou a destruição do templo em
conexão com sua conquista do reino de Judá . Tudo de valor que
ainda restava, foi por ele pilhado, e a construção foi destruída
pelo fogo . 61
Ocorre ainda, uma menção posterior sobre alguns dos vasos
que tinham sido feitos para o serviço sagrado de Jeová — quan-
do foram trazidos para coroar o triunfo de Belsazar em sua fes-
ta pagã . Em seguida manifestou-se o descontentamento do Se-
nhor, e o rei, tremendo, ouviu dos lábios de Daniel a sua des-
truição — porque não havia considerado o destino que sur-
preendera seu pai, e tinha se levantado contra o Senhor dos
céus; e havia trazido os vasos da casa de Deus para que ele e seus
senhores, suas esposas e concubinas pudessem beber vinho de-
les; e tinha louvado aos deuses de prata e ouro, de cobre, ferro,
madeira e pedra, os quais não vêem, não ouvem, nem sabem;
mas o Deus em cujas mãos estava a sua vida e todos os seus ca-
minhos, a ele não havia glorificado . Havia sido pesado e achado
em falta; e o reino foi tirado dele. Naquela mesma noite, Belsa-
zar, o rei, foi morto.62
O Templo da Visão de Ezequiel
No vigésimo quinto ano do cativeiro da Babilônia, enquan-
to o povo estava ainda exilado em terra estranha, a palavra do
Senhor veio ao Profeta Ezequiel ; o poder de Deus pousou sobre
ele; ele viu, em visão, um glorioso templo, cuja planta descreveu
minuciosamente . 63 Quanto a ter o profeta considerado o proje-
to apresentado como um projeto a ser realizado ou simplesmen-
te como um grande, porém inatingível ideal, não é declarado . O
certo é que o templo dessa visão ainda não foi construído.
Na maioria de seus traços essenciais, o modelo de Ezequiel
60Veja II Reis 12 :2-14; compare com II Crônicas 24 :7-14; também II Reis 22 :3-7;
compare II Crônicas 34 :8-13.
61II Reis 24:13 ; 25:9-17; II Crônicas 36 :7, 19; compare com Isaías 64 :11 ; Jeremias
27 :16, 19-22 ; 28:3 ; 52:13, 17-23 ; Lamentações 2 :7; 4:1 ; Esdras 1 :7.
62Veja Daniel, capítulo 5.
63Vejá Ezequiel, capítulo de 40 a 43 .
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33
seguia de perto a planta do Templo de Salomão ; na verdade, era
tão grande a semelhança, que muitos dos pormenores mencio-
nados por Ezequiel têm sido aceitos como se fossem os daquele
esplêndido edifício destruído pdr Nabucodonosor . Uma carac-
terística predominante do templo descrito por Ezequiel, era a
amplitude dos prédios e átrios e a simetria tanto da casa santa
como dos edifícios secundários . A .área deveria ser um quadrado
de quinhentos côvados, com muros ao redor e providos de por-
tas e arcos nos três lados; no lado ocidental o muro não deveria
ser quebrado por nenhum arco ou portal . Em cada uma das
portas, havia pequenas câmaras, chamadas vestíbulos, 64 e pro-
vidas de pórticos . No átrio externo, havia outras câmaras . Toda
a área deveria ser elevada, e alguns degraus levavam a cada por-
ta . No átrio interno via-se um grande altar diante do templo, o
qual ocupava o centro de uma área quadrada de cem côvados.65
Havia dispositivos diversos para toda sorte de sacrifícios e ofer-
tas e instalações para acomodação dos sacerdotes, cantores e to-
dos que se empenhavam no sagrado ritual . 66 A estrutura princi-
pal compreendia um pórtico, um Lugar Santo, e um santuário
interior ou Lugar Santíssimo, o qual era elevado acima do resto,
e alcançado por meio de degraus . A planta proporcionava uma
exclusividade muito maior do que aquela que havia caracteriza-
do a área do Templo de Salomão ; os átrios duplos contribuíam
para isso . O serviço do templo foi prescrito em pormenores; as
ordenanças do altar, os deveres dos sacerdotes, o ministério dos
levitas, os regulamentos que governavam as ofertas e celebra-
ções foram estabelecidos .67
O propósito imediato dessa revelação na visão do profeta,
parece ter sido o de despertar o povo de Israel para uma com-
preensão de seu estado decaído e uma concepção de sua glória
perdida. Assim foi ordenado ao profeta:
"Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel esta casa, para que
se envergonhe das suas maldades: sirva-lhe ela de modelo.
E envergonhando-se eles de tudo quanto fizeram, faze-lhes saber a forma
desta casa, e a sua figura, e as suas saídas, e as suas entradas, e todas as suas
64Conforme designado na versão revisada.
65Ezequiel 40:47.
66Versículos 44-46.
67Ezequiel capítulos 44-48 .
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A CASA DO SENHOR
formas, e todos os seus estatutos, todas as suas formas, e todas as suas leis ; e
escreve isto aos seus olhos, para que guardem toda a sua forma e todos os seus
estatutos, e os cumpram.
Esta é a lei da casa : Sobre o cume do monte todo o seu contorno em redor
será santíssimo; eis que esta é a lei da casa .''68
0 Templo de Zorobabel
Durante setenta anos, os judeus tinham sofrido e padecido
sob o poder dos babilônios. A maior parte do orgulhoso reino
de Judá fora levado cativo e, aqueles que permaneceram na ter-
ra de seus pais, haviam perdido sua nacionalidade, misturando-
-se em larga escala com os gentios. Com terrível exatidão, havia-
-se cumprido a triste profecia de Jeremias . Por intermédio da-
quele profeta, o Senhor havia dito:
"Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos : Visto que não escutastes mi-
nhas palavras,
Eis que eu enviarei, e tomarei a todas as gerações do norte, diz o Senhor,
como também a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e os trarei sobre
esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os
destruirei totalmente, e pô-los-ei em espanto, e em assobio, e em perpétuos de-
sertos.
E farei perecer entre eles a voz de folguedo, e a voz de alegria, a voz do es-
poso, e a voz da esposa, o som das mós, e a luz do candeeiro.
E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto ; e estas nações servi-
rão ao rei de Babilônia setenta anos. "69
Entretanto, o sombrio da triste profecia fora iluminado por
um raio de esperança e promessa — a certeza de que quando os
setenta anos da punição do Senhor se completassem, o povo
voltaria à terra da sua herança, e mais uma vez seria reconheci-
do como o povo do Senhor ." O povo viveu no encorajamento
dessa esperança; inspirados por ela, os profetas, mesmo durante
o cativeiro, haviam buscado o Senhor e declaravam sua vontade
ao povo; à luz dela, Ezequiel tinha visto na visão profética o res-
tabelecimento de seu povo e a possibilidade de um, templo maior
e mais grandioso do que o primeiro . No devido tempo, o Deus
de Israel cumpriu sua palavra, e reivindicou novamente o seu
poder como Rei dos reis; ele governou é controlou as paixões
"Ezequiel 43 :10-12.
69Jeremias 25 :8-11 . Ver também 29:10.
70Veja Jeremias 25 :12-14. Também "Regras de Fé" do autor, capítulo XVII, "A
Dispersão de Israel" .
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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES
	
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das nações e os atos dos governantes terrenos, e mais uma vez
retirou o seu povo da terra do cativeiro . A Pérsia tornara-se o
poder controlador entre as nações, e pelo decreto do rei da Pér-
sia, Judá foi emancipada . Eis o poder de Deus dirigindo os go-
vernadores dos mortais:
"No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, (para que se cumprisse a palavra
do Senhor, por boca de Jeremias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei
da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por es-
crito, dizendo:
Assim diz Ciro, rei da Pérsia : O Senhor Deus dos céus me deu todos os
reinos da terra ; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém,
que é em Judá.
Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a
Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel ; ele é o
Deus que habita em Jerusalém.
E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os
homens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazenda e com
gados, afora as dádivas voluntárias para a casa do Senhor, que habita em Je-
rusalém." 7
Sob esta benévola permissão, o povo retornou à terra de
seus pais e iniciou a construção de uma nova Casa do Senhor.
Ciro tinha baixado um decreto real para que a estrutura fosse
digna do grande nome ao qual deveria ser erigido — os alicerces
deveriam ser firmemente assentados; a altura deveria ter sessen-
ta côvados e a largura o mesmo; deveria haver três carreiras de
grandes pedras e uma carreira de madeira nova ; além de tudo,
as despesas seriam por conta do tesouro real. 72 O rei restituiu ao
povo os vasos que tinham sido retirados por Nabucodonosor do
primeiro templo — todos estes, somando a milhares, foram for-
malmente entregues pelo tesoureiro do rei . 73
Tão grande foi o entusiasmo do povo, tão forte o seu desejo
de participar individualmente do santo empreendimento, que
muitos dos que haviam descurado sua herança, agora reclama-
vam seu direito ao sacerdócio ; como, porém, suas genealogias
não tinham sido preservadas, foram excluídos do sacerdócio,
embora lhes fosse permitido voltar com o resto do povo . As
prerrogativas de ordem sacerdotal foram-lhes negadas até que
71Esdras 1 :1-4.
72Esdras 6:3-4.
73Esdras 1 :7-11 .
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A CASA DO SENHOR
alguém se erguesse com poder para declarar sua genealogia por
meio do Urim e Tumim.74
Zorobabel e Jesua estavam encarregados da obra ; e sem de-
mora construíram de novo o altar do Deus de Israel erestabele -
ceram o ritual do sacrifício e a observância das festas
sagradas. 75 Pedreiros e carpinteiros, trabalhadores e artesãos de
toda espécie e grau, foram trazidos para, o serviço; novamente
Tiro e Sidom foram postas sob tributo amigável, e mais uma vez
a riqueza das florestas do Líbano foi trazida a Jerusalém. Sacer-
dotes e levitas eram dirigidos conforme a antiga ordem, e o som
das trombetas e címbalos combinava-se com as vozes dos canto-
res . Haverá motivo para se admirar de que quando os alicerces
foram lançados, os homens idosos que se lembravam da primei-
ra Casa e de sua glória, choraram em altas vozes e no seu pranto
gritavam de alegria?76
Não obstante, surgiram adversários para. colocar obstáculos
no caminho dos edificadores . O povo de Canaã — israelitas que
haviam esquecido sua fidelidade para com Deus, e que se ti-
nham misturado com os idólatras, ofendeu-se com a atividade
dos judeus que haviam retornado . Primeiramente, ofereceram-
se para ajudar na obra, mas tendo sido rejeitados por causa de
suas associações idólatras, tentaram obstruir, e "debilitavam as
mãos do povo de Judá e inquietava-os no edificar . E alugaram
contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, todos os
dias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pér-
sia."77 Alegavam que antigamente o povo de Judá tinha sido
um transtorno para outras nações, e que com a restauração de
seu templo se tornariam novamente sediciosas . Por fim os pro-
testos e acusações chegaram até Dario, o monarca reinante ; e,
tendo ele investigado, todo o caso, baixou um decreto, que não
só os judeus deveriam ficar livres de qualquer interrupção na
construção do templo, mas que também uma porção do tributo
real, os impostos regulares da terra, deveria ser dedicada à obra;
e disse o rei:
"Também por mim se decreta que todo homem que mudar este decreto,
74Veja Esdras 2 :61-63.
"Esdras 3 :1-6.
76Esdras 3:8-13.
"Esdras 4:1-6. Veja também 7-24 e cap . 5.
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um madeiro se arrancará da sua casa e, levantado, o pendurarão nele, e da sua
casa se fará por isso um monturo . Ó Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome
derribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem e
para destruirem esta casa de Deus, que está em Jerusalém . Eu, Dario, dei o de-
creto ; apressuradamente se execute ."78
Com tal apoio, o povo logo terminou o edifício . Embora
houvessem passado quase vinte anos desde o lançamento do ali-
cerce até a conclusão, a maior parte do trabalho foi feita duran-
te os últimos quatro anos . Os serviços de dedicação foram sole-
nes e inspiradores . Durante sete dias celebraram a festa dos pães
asmos; a páscoa foi comida por aqueles que retornaram do cati-
veiro e por outros que "se apartaram da imundície das gentes da
terra, para buscarem o Senhor, Deus de Israel ". 79
Este, o segundo templo, foi terminado no ano 515 A .C . ; é
conhecido na história como o Templo de Zorobabel . Em linhas
gerais foi construído segundo a planta do Templo de Salomão,
embora muitas de suas dimensões superassem as do seu protóti-
po. O átrio foi dividido em uma seção somente para os sacerdo-
tes e outra para o público; de acordo com Josephus, a divisão
foi feita por uma cerca de madeira. 80 Um altar de pedra bruta
foi erigido em lugar do magnífico altar de cobre anterior . 81 O
Lugar Santo foi agraciado com apenas um candelabro em vez de
dez; e com somente uma mesa para o pão da proposição, em lu-
gar das dez mesas revestidas de ouro que havia no primeiro tem-
plo . Também lemos acerca de um altar de incenso feito de ouro,
e de alguns acessórios menores . O Lugar Santíssimo estava va-
zio, pois desconhecia-se o paradeiro da Arca do Convênio desde
que o povo fora levado para o cativeiro.
Em muitos aspectos o Templo de Zorobabel parecia pobre
em comparação com seu esplêndido antecessor e em certas par-
ticularidades, na verdade, era inferior ao antigo Tabernáculo da
Congregação — o santuário das tribos errantes . Os críticos eru-
ditos especificam os seguintes traços característicos do Templo
de Salomão não existentes no Templo de Zorobabel : (1) a Arca
do Convênio; (2) o fogo sagrado ; (3) o "shekinah", ou glória
78Esdras 6:11, 12; veja versículos 7-10.
79Esdras 6:21.
80Josephus, Antiquities of the Jews : XIII, 13:5.
81Compare com Êxodo 20 :25; Deuteronômio 27:5; Josué 8:31 .
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A CASA DO SENHOR
do Senhor, que antigamente se manifestava como a Presença
Divina; (4) o Urim e Tumim, por meio do qual Jeová tornava
clara sua vontade aos sacerdotes da ordem Aarônica; (5) o dom
ou espírito de profecia, indicador da comunhão mais íntima dos
mortais com seu Deus . Apesar dessas diferenças, o Templo de
Zorobabel foi reconhecido por Deus e foi, sem dúvida, o local
da revelação divina aos profetas devidamente constituídos.
A inferioridade do segundo templo em comparação com o
primeiro, é geralmente admitida; a diferença, no entanto, era
mais uma questão de esplendor do que de tamanho.82 Mesmo,
porém, possuindo tal glória, não deveria persistir por muito
tempo. Novamente, o povo tornara-se infiel ao seu Deus, e a
voz do profeta era ignorada . Outra vez, Jeová permitiu que Ju-
dá fosse oprimida pelos bárbaros . Sobre a história posterior
deste templo, a Bíblia traz poucos pormenores ; mas outras fon-
tes nos falam de suas vicissitudes . Em conexão com a persegui-
ção aos Macabeus, a casa do Senhor foi profanada . Um rei sí-
rio, Antíoco Epifânio, capturou Jerusalém (168 a 165 A.C.) e
cometeu irreverentes atrocidades contra a religião do povo . Sa-
queou o templo e levou consigo o candelabro de ouro, o altar de
incenso dourado, a mesa do pão da proposição e até rasgou os
véus sagrados, os quais eram de linho puro e carmesim . Sua per-
versidade foi tão longe, que propositadamente profanou o altar
do sacrifício imolando porcos sobre ele, e erigiu um altar pagão
no recinto sagrado. Não contente com a violação do templo, es-
te iníquo monarca erigiu altares nas cidades e ordenou a oferta
de animais imundos sobre eles. O ritual da circuncisão foi proi-
bido sob pena de morte, e o culto a Jeová foi declarado um cri-
me. 83 Como resultado dessa perseguição, muitos dos judeus
apostataram e declararam que pertenciam aos medos e persas —
as nações de cujo domínio tinham sido livrados pelo poder de
Deus.
Entre aqueles que permaneceram fiéis à religião de seus
pais, encontrava-se Matatias, um sacerdote e homem preemi-
nente . Foi-lhe pedido que oferecesse sacrifícios pagãos ; não so-
mente recusou, mas em justa indignação, matou todos aqueles
que tentaram tal sacrilégio . Esse ato provocou lutas adicionais
82Veja Ageu 2:1-4; compare com Zacarias 4:10.
83Veja Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XII, 5 :3-5 .
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SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES
	
39
que duraram três anos . Judas, filho de Matatias, também alcan-
çou renome e ficou conhecido como Judas Macabeu — o pri-
meiro dos Macabeus . Sob sua liderança o povo retornou a Jeru-
salém, encontrando o templo abandonado, como havia sido
deixado pelo exército de Antíoco . Suas portas tinham sido que-
bradas e queimadas ; e dentro de suas paredes cresciam ervas da-
ninhas . Judas tentou limpar e reabilitar o templo ; trouxe novos
vasos e repôs o candelabro, o altar do incenso, a mesa do pão da
proposição e os véus, e construiu um novo altar para as ofertas
queimadas. Então, no ano 163 A .C. o templo foi novamente de-
dicado; e dali em diante, o acontecimento era lembrado anual-
mente sob o nome de festa da dedicação . 84
No interesse da própria preservação, os judeus fizeram
aliança 'com os romanos, que eventualmente se tornaram seus
mestres . Durante o reinado dos Macabeus, o templo começou a
decompor-se, e quando o último daquela dinastia foi sucedido
por Herodes o Grande, a casa era pouco mais que uma ruína.
Não obstante, as ordens sacerdotais tinham sido preservadas,
restando alguma aparência de adoração ritual . A história do
templo de Zorobabel fundiu-se na história do templo de Hero-
des.
0 Templo de Herodes
No ano 37 A.C ., Herodes I, conhecido na história como
Herodes o Grande, foi colocado no trono como rei da Judéia.
Ele já tinha servido sucessivamente como procurador e tetrarca,
e, na verdade, havia sido rei de nome durante algum tempo, an-
tes de ser levado ao trono, durante cujo período tinha estado em
conflito hostil com o povo, que governava por decreto do sena-
do romano . Ele chegou ao trono conhecido por sua arrogância e
crueldade ; e o seu reinado foi de tirania, no qual relações fami -
liares e os mais estreitos laços de sangue se provaram inúteis na
proteção das vítimas de seu descontentamento . Na primeira par-
te de seu reinado, levou à morte quase todos os membros do si-
nédrio, o grande conselho judaico, e daí em diante, governou
com severidade cada vez maior. Mesmo assim, foi bem sucedido
84Veja Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XII, cap . 6 e 7, e II Macabeus
2 :19, 10:1-8; veja também João 10 :22.
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A CASA DO SENHOR
em manter a paz com os outros governos, sendo considerado
por seus chefes romanos como um hábil governador . Dentre os
seus atos de crueldade está a matança das criancinhas de Belém,
um assassinio planejado na esperança de incluir entre as vítimas
o menino Jesus . 85
Este era o caráter do homem que se propôs substituir o tem-
plo de Zorobabel, arruinado pelo tempo, por uma nova e mais
esplêndida edificação . Seria imaginável que a oferta feita por tal
doador fosse aceitável ao Senhor? Davi havia-se oferecido para
edificar uma casa ao Senhor, mas foi impedido, porque era ho-
mem de guerra. O propósito de Herodes nesse grandioso em-
preendimento, era o de engrandecer a si mesmo e a nação, mui-
to mais do que render uma homenagem a Jeová . A sua proposta
para reconstruir ou restaurar o templo numa escala de maior
magnificência foi encarada com suspeita e recebida com desa-
grado pelos judeus, os quais temiam que o antigo edifício fosse
demolido, e que o monarca arbitrário abandonasse o seu plano
e o povo ficasse sem um templo. Para desfazer tais temores, o
rei passou a reconstruir e restaurar o velho edifício, parte por
parte, dirigindo a obra dé tal modo que em nenhuma ocasião os
serviços do templo fossem seriamente interrompidos . Contudo,
restou tão pouco da antiga estrutura, que o templo de Herodes
deve ser considerado uma nova criação . A obra foi iniciada cer-
ca de dezesseis anos antes do nascimento de Cristo; e, embora a
sagrada casa propriamente dita estivesse praticamente concluída
dentro de um ano e meio, sendo que esta parte do trabalho fora
feita por um grupo de mil sacerdotes especialmente treinados
para aquele propósito, a área do templo foi uma cena de opera-
ções de construção ininterruptas até o ano 63 A .D. Lemos que
no tempo do ministério de Cristo, o templo tinha estado em
construção durante quarenta e seis anos ; 86 e naquela ocasião
ttVeja Mateus 2 :1-10, 16-18 . "Uma criancinha fez o grande Herodes tremer em
seu trono. Quando soube que os magos haviam chegado para saudar seu Rei e Senhor,
não se detendo no palácio, mas passando para uma residência mais humilde, e quando
descobriu que eles não retornariam para denunciar a criança, mandou matar todas as
criancinhas de Belém com menos de dois anos . O crime foi grande; porém o número de
vítimas num pequenino lugar como Belém, foi insuficiente para merecer menção espe-
cial nos escritos de Josephus e outros historiadores entre os atos iníqüos de Herodes,
porque não havia interesse político ." Smith's Comprehensive Dictionary of the Bible,
art. "Jesus, o Cristo", p . 466.
s6João 2:20.
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  • 1.
  • 3. A CASA DO SENHOR Um Estudo dos Santuários Sagrados, Antigos e Modernos James E. Talmage Publicado por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Salt Lake City, Utah, USA
  • 4. Tradução do original inglês: "THE HOUSE OF THE LORD", 1976 2." Edição 1987. Copyright 1968 Deseret Book Company SUDBR © 2014. Todos direitos reservados. Versão digital formatada por SUDBR (contato@sudbr.org) www.sudbr.org SUDBR disponibiliza o livro com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos, bem como o simples teste da qualidade. Este conteúdo deve ser usado somente de forma digital e sem fins lucrativos, proibida a impressão, venda ou qualquer uso comercial do mesmo. Obra disponibilizada, gratuitamente em formato digital, para atingir a MISSÃO SUDBR (D&C 108:7-8). Convidamos a todos que desejarem ser nosso colaborador nesse trabalho que entre em contato pelo link: http://www.sudbr.org/colaboradores ou pelo email: contato@sudbr.org SUDBR não é afiliado ou propriedade de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (conhecida por Mórmon, Igreja SUD ou LDSChurch).
  • 5. Prefácio Dentre as numerosas seitas e igrejas atuais, os santos dos últimos dias são conhecidos como edificadores de tem- plos . Neste aspecto, eles são semelhantes à antiga Israel. Não é surpreendente que um grande e amplo interesse é manifestado com referência a esta peculiaridade de A Igre- ja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias, nem que questões são continuamente levantadas, quanto ao propó- sito e razão desta grande obra, e quanto à natureza das or- denanças administradas nestas modernas Casas do Se- nhor . Este livro foi escrito com o propósito de responder a algumas destas questões e colocar ao alcance de pesquisa- dores sinceros, informações autênticas concernentes à doutrina e prática das ordenanças do templo. Tendo a finalidade de proporcionar meios fáceis de comparação das realizações das edificações de templos do passado com as do presente, foi incluído neste livro um breve tratado dos santuários das antigas dispensações. Embora informações pormenorizadas sobre templos, e santuários antigos estejam disponíveis a todos, nas enci- clopédias, Bíblia, dicionários e obras de maior escopo, bem pouco tem sido publicado a respeito dos templos de hoje e do serviço sagrado realizado neles . A oficial "His- tória de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias" contém informações abundantes a respeito do as- sunto ; entretanto, as informações encontram-se distribuí- das em tomos, e são acessíveis a, comparativamente, pou - cas pessoas. Na presente obra o autor recebeu muita cortesia e assis- tência dos oficiais dos vários templos, do Historiador da Igreja e seus assistentes, das Autoridades Gerais da Igreja, e de muitos outros . A participação de todos que colabora- ram neste agradável trabalho é respeitosamente apreciada. JAMES E. TALMAGE Cidade do Lago Salgado, Utah 21 de setembro de 1912 .
  • 6. Índice PREFÁCIO CAPÍTULO I Apresentação Antecipada do Tema CAPÍTULO II Santuários nas Antigas Dispensações CAPÍTULO III Necessidade de Templos na Presente Dispensação CAPÍTULO IV As Ordenanças dos Templos Modernos CAPÍTULO V Templos dos Dias Modernos — Os Templos de Kirtland e Nauvoo CAPÍTULO VI q Grande Templo da Cidade do Lago Salgado, Utah — Histórico CAPÍTULO VII q Grande Templo da Cidade do Lago Salgado — Parte Externa CAPÍTULO VIII q Grande Templo da Cidade do Lago Salgado — Parte Interna CAPÍTULO IX A Praça do Templo CAPÍTULO X Outros Templos de Utah CAPÍTULO XI Conclusão APÊNDICE I q Grande Templo na Cidade do Lago Salgado — Parte Interna APÊNDICE II A Praça do Templo APÊNDICE III Outros Templos da Igreja ÍNDICE REMISSIVO v 1 13 47 67 83 103 131 139 155 161 181 185 199 205 213
  • 7. CAPÍTULO I Apresentação do Tema Tanto pela etimologia, como pelo uso generalizado, o termo "templo"., em sua aplicação literal, tem um significado restrito e específico . A idéia essencial de um templo é, e sempre foi, a de um lugar especialmente designado para o serviço considerado sagrado, e de real ou suposta santidade ; num sentido mais res- trito, o templo é um prédio construído e devotado, exclusiva- mente, a cerimônias e ritos sagrados. O termo latino templum era o equivalente do hebraico Beth- -Elohim e significava a habitação da Deidade; por esta razão, associado com divina adoração, significava literalmente A CA- SA DO SENHOR . 1 Construções consideradas em seu conjunto como santuários ou recintos fechados, têm sido erigidas em. muitas épocas dife- rentes, tanto por adoradores de ídolos, como por seguidores do Deus vivo e verdadeiro. Os templos pagãos da antigüidade eram considerados lugares de habitação dos deuses e deusas mitológi- cos, cujos nomes ostentavam, e a cujo serviço as construções eram dedicadas . Embora os pátios de tais templos fossem usa- dos como lugares de assembléias gerais e cerimônias públicas, sempre havia recintos internos, , nos quais, somente os sacerdo- 'Em relação a isto, é interessante considerar o significado do nome Bethel, uma contratação de Beth Elohim, dado por Jacó ao lugar onde a presença do Senhor lhe fora manifestada . "Na verdade o Senhor está neste-lugar ; e eu não o sabia . E, temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus ; e esta é a porta dos céus. Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela . E chamou o nome daquele lugar Betel : o nome porém daquela cidade era .Luz. (Gênesis 28 :16-19; leia versículos 10-22.) www.SUDBR.org
  • 8. A CASA DO SENHOR tes designados podiam entrar, e onde clamavam que a presença da deidade se manifestava. Como evidência da exclusividade dos templos antigos, mesmo daqueles de origem idólatra, verifi- camos que o altar de adoração pagã não ficava propriamente dentro do templo, mas em frente à entrada . Os templos nunca foram considerados lugares de assembléia pública ordinária, mas lugares consagrados às mais solenes cerimônias daquele sis- tema particular de adoração, idólatra ou divina, do qual o tem - plo permanecia como símbolo visível e concreto. No passado, o povo de Israel se distinguia das nações, como edificador de santuários em nome do Deus vivo . Este serviço era particularmente requerido deles por Jeová, a quem professavam servir. A história de Israel, como nação, tem início no êxodo. Durante os dois séculos de escravidão no Egito, os filhos de Ja- có tinham se tornado um povo numeroso e poderoso ; não obs- tante, estavam em cativeiro. No devido tempo, porém, suas tris- tezas e súplicas vieram ao Senhor, e ele os guiou com sua pode- rosa mão. Tão logo haviam saído do ambiente da idolatria egíp- cia, foi requerido que preparassem um santuário, onde Jeová manifestaria sua presença e tornaria conhecida sua vontade, na qualidade de seu Senhor e Rei. O tabernáculo, a partir da data de sua edificação no deser- to, e daí em diante, no período de peregrinação e por vários sé- culos após, era sagrado para Israel como o santuário de Jeová, e tinha sido construído de acordo com a planta e especificações reveladas. Era uma estrutura compacta e portátil, como as exi- gências da migração requeriam . Embora o tabernáculo fosse simplesmente uma tenda, era feito do melhor, do mais trabalha- do e do mais caro material que o povo possuía. Esta condição de excelência era apropriada e cabível, pois a estrutura represen- tava a oferta de uma nação ao Senhor. Sua construção foi pres- crita nos mínimos detalhes, tanto na planta quanto no material, sob todos os aspectos, era o melhor que o povo poderia ofere- cer, e Jeová santificou o presente oferecido demonstrando sua divina aceitação . Gostaríamos de observar o fato de que a ofer- ta de um homem ou de uma nação será a melhor, se for ofereci- da de livre vontade e pura intenção, e será sempre excelente aos olhos de Deus, não importando quão pobre possa parecer, me- diante qualquer comparação. www.SUDBR.org
  • 9. APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA 3 Quanto à solicitação do material para construir o taberná- culo, houve tanta boa vontade que a necessidade foi satisfeita ao máximo : "Porque tinham matéria bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava . "2 A solicitação foi feita adequadamente, sendo o povo até impedido de trazer mais . Os artesãos e trabalhadores empenhados na construção do taberná- culo foram designados por revelação direta, ou escolhidos por autoridade divinamente estabelecida, dando-se especial referên- cia às suas habilidades e devoção . Após ter sido concluído, se comparado ao que o rodeava, e consideradas as circunstâncias de sua criação, o tabernáculo era uma estrutura imponente. Suas armações eram de madeira rara, suas suspensões internas de linho fino e bordados elaborados, de acordo com os dese- nhos prescritos, em azul, púrpura e escarlate ; suas cortinas ex- ternas e do meio, eram de peles selecionadas; suas partes metáli- cas eram de bronze, prata e ouro. Do lado de fora do tabernáculo, mas dentro de seu átrio cer- cado, ficava o altar de sacrifícios e a pia, ou fonte batismal . O primeiro compartimento do tabernáculo propriamente dito, era uma sala externa ou Lugar Santo ; em seguida, escondido da ob- servação, pelo segundo véu, estava o santuário interno, o Lugar Santíssimo, particularmente conhecido como o Santo dos San- tos. Pela ordem indicada, somente aos sacerdotes era permitida a entrada no recinto externo; enquanto que no recinto interno, o "mais santo de todos", ninguém podia entrar, exceto o sumo sacerdote, e apenas uma vez por ano, mesmo assim, somente após um longo período de purificação e santificação . 3 Dentre os mais sagrados pertences do tabernáculo estava a Arca do Convênio . Era um cofre, ou baú, feito da melhor ma- ' deira, revestido de ouro puro, tendo quatro argolas de ouro pa- ra receber os bastões ou varais usados para carregar a Arca du- rante as jornadas . A Arca continha certos objetos de importân- cia sagrada, tal como o vaso de ouro de maná, preservado como lembrança; e depois foram adicionadas a vara de Aarão, que ti- nha florescido, e as tábuas de pedra, escritas pela mão de Deus. Quando o tabernáculo foi erguido no acampamento de Israel, a Arca foi colocada dentro da sala interna, no Santo dos Santos. 'Êxodo 36:7. 3Hebreus 9 :1-7; Levitico cap . 16. www.SUDBR.org
  • 10. 4 A CASA DO SENHOR Sobre a Arca estava o Propiciatório, tendo em cada lado um par de querubins feito de ouro batido . Deste lugar o Senhor mani- festava sua presença, mesmo como fora prometido antes da Ar- ca ou do tabernáculo terem sido feitos . "E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo que eu te ordenar para os filhos de Israel . " 4 A descrição detalhada do tabernáculo, seus pertences e utensílios, não serão tratados nesta parte; é suficiente para o nosso propósito, saber que o acampamento de Israel tinha tal santuário ; que foi construído de acordo com um plano revela- do ; que era a expressão do melhor que o povo poderia oferecer, quanto ao material e ao artesanato; que era a oferta do povo ao seu Deus, e que foi devidaménte aceita por ele . 5 Como ainda se- rá demonstrado, o tabernáculo era o protótipo do templo mais sólido e magnífico, o qual, com o passar do tempo, foi substi- tuído. Após Israel ter-se estebelecido na terra da promessa ocasião em que, depois de quatro décadas de peregrinação no deserto, o povo do convênio finalmente obteve a sua própria Canãa, o. ta- bernáculo, com seu conteúdo sagrado, recebeu um lugar de des- cansó em Silo ; e daí vieram as tribos a aprender a palavra e a vontade de Deus . 6 Depois foi levado para Gibeom 7, e mais tar- de, para a cidade de Davi, ou Sião . 8 Davi, o segundo rei de Israel, desejou e planejou construir uma casa ao Senhor, declarando ser impróprio que ele, o rei, habitasse num palácio de cedros, enquanto que o santuário de Deus era uma simples tenda . 9 O senhor, porém falou pela boca do Profeta Natã, recusando a oferta, e tornando claro o fato de que, para ser aceitável a ele, não era suficiente que a oferta fosse apropriada mas também que o doador fosse digno . Davi, rei de Israel, havia pecado, embora sob muitos aspectos fosse um ho- melwsegundo o desejo de Deus; e o seu pecado ainda não havia encontrado expiação. Então disse o rei: "Em meu coração pro- 4Êxodo 25 :22. 5Êxodo 40 :34-38. 6Josué 18 :1, também 19:51, 21 :2; Juizes 18:31 ; I Samuel 1 :3, 24, 4:3, 4. 71 Crônicas 21 :29; II Crônicas 1 :3. 81I Samuel 6:12; II Crônicas 5:2. 9II Samuel 7:2. www.SUDBR.org
  • 11. APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA 5 pus eu edificar casa de repouso para a arca do concerto do Se- nhor e para o escabelo dos pés do nosso Deus, eu tinha feito o preparo para edificar. Porém, Deus me disse : Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra, e derramaste muito sangue. 10 Contudo, Davi recebeu permissão para coletar material para a Casa do Senhor, cujo edifício seu filho Salo- mão, e não ele, deveria construir. Logo depois da ascensão de Salomão ao trono, iniciou ele a obra que, como herança e honra, tinha recebido junto com a co- roa. Lançou os alicerces no quarto ano de seu reinado, e a cons- trução foi concluída em sete anos e meio . Com a grande riqueza acumulada pelo seu nobre pai, e especificamente reservada para a construção do templo, Salomão estava apto a atrair a admira- ção do mundo conhecido e a conseguir a cooperação das nações no seu grandioso empreendimento . Os trabalhadores na cons- trução do templo somavam a milhares, e cada setor estava sob a responsabilidade de mestres artesãos . Servir na grande constru- ção, em qualquer cargo, era uma honra, e o trabalho exigia uma dignidade nunca antes reconhecida . A alvenaria tornou-se uma profissão, e os métodos então estabelecidos, têm prevalecido até os dias de hoje. A edificação do Templo de Salomão foi um acontecimento que marcou época, não só na história de Israel, mas também na do mundo inteiro. De acordo com a cronologia geralmente aceita, o templo foi terminado por volta do ano 1005 A .C . Em arquitetura e cons- trução, em desenho e dispendiosidade, o templo ficou conheci- do como um dos mais notáveis edifícios da história. Os serviços de dedicação duraram sete dias — uma semana de sagrado rego- zijo em Israel. Com cerimônia apropriada, o Tabernáculo da Congregação e a Arca do Concerto foram trazidos para dentro do templo; e a Arca foi colocada no santuário mais interno, no Lugar Santíssimo. A benévola aceitação do Senhor foi manifes- tada numa nuvem, que encheu as câmaras sagradas, enquanto os sacerdotes se afastavam: "E não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus ." 11 Assim, o templo substituiu e 1°1 Crônicas 28:2, 3; compare com II Samuel 7 :1-13. "II Crônicas 5 :14; também 7 :1, 2 e compare com Êxodo 40 :35 . www.SUDBR.org
  • 12. 6 A CASA DO SENHOR ao mesmo tempo incluiu o tabernáculo, do qual era realmente um esplêndido sucessor. Uma comparação da planta do templo de Salomão com a do antigo tabernáculo, mostra que em todos os pormenores de arranjo e proporção os dois eram tão semelhantes que pareciam praticamente idênticos. Na verdade, o tabernáculo tinha somen- te um cercado, enquanto que o templo era rodeado de átrios, mas a estrutura interna em si, ou o templo propriamente dito, seguia exatamente o desenho antigo. As dimensões do Santo dos Santos, do Lugar Santo, e do Pórtico do Templo, eram exa- tamente o dobro das partes correspondentes no tabernáculo. A gloriosa preeminência desta esplêndida estrutura teve cur- ta duração. Trinta e quatro anos após sua dedicação, e somente cinco anos após a morte de Salomão, começou sua decadência; e esta decadência devia, dentro de pouco tempo, transformar-se em espoliação geral, e finalmente, verdadeira profanação. Salo- mão, o rei, o homem de sabedoria, o construtor-chefe, tinha si- do corrompido pela astúcia de mulheres idólatras, e seu com- portamento volúvel fomentou a iniqüidade em Israel. A nação não era mais unida ; havia facções e seitas, partidos e credos, al- guns adorando nos cumes dos montes, outros sob as árvores, cada qual clamando excelência para o seu santuário particular. O templo logo perdeu sua santidade . A oferta foi depreciada pe- la deslealdade do doador, e Jeová afastou sua presença proteto- ra, daquele lugar outrora sagrado. Os egípcios, de cujo cativeiro o povo havia sido libertado, tinham agora permissão para oprimir Israel . Sisaque, rei do Egi- to, tomou Jerusalém — a cidade de Davi e o local do templo — "E tomou os tesouros da casa do Senhor." 12 Parte dos utensí- lios anteriormente sagrados, que os egípcios deixaram, foi leva- da por outros e oferecida aos ídolos. 13 A obra de profanação continuou através dos séculos . Duzentos e dezesseis anos depois da espoliação egípcia, Acaz, rei de Judá, roubou alguns dos te- souros remanescentes do templo, e mandou parte do ouro e da prata que restavam como presente a um rei pagão, cuja prote- ção procurava obter . Além disso, removeu o altar e a fonte, e 12j Reis 14 :25, 26. 13II Crônicas 24 :7. www.SUDBR.org
  • 13. APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA 7 deixou apenas uma casa, onde se achava o templo . 14 Mais tarde, Nabucodonosor, rei da Babilônia, completou a espoliação e le- vou consigo os poucos tesouros remanescentes. Depois disso destruiu o próprio templo com fogo . 15 Assim, cerca de seiscentos anos antes da vinda do nosso Se- nhor à terra, Israel foi deixada sem um templo . O povo se divi- dira; havia dois reinos — Israel e Judá — cada qual inimigo do outro ; tinham se tornado idólatras e-totalmente pervertidos ; o Senhor havia rejeitado a eles e ao seu santuário . O reino de, Is- rael, abrangendo aproximadamente dez das doze tribos, tinha sido dominado pela Assíria por volta do ano 721 A.C., e um sé- culo mais tarde o reino de Judá foi subjugado pelos babilônios. Durante setenta anos o povo de Judá — daí em diante conheci- do como judeus — ficou sob cativeiro, da maneira como havia sido profetizado. 16 Depois, sob o governo flexível de Ciro 17 e Dario, 18 recebeu permissão para voltar a Jerusalém, e mais uma vez erguer um templo de acordo com sua fé . Em memória ao di- rigente da obra, o templo restaurado é conhecido na História como o Templo de Zorobabel . Os alicerces foram lançados com cerimônia solene e naquela ocasião, os veteranos que se lembra- vam do antigo templo choraram de alegria. 19 A_ despeito das condições técnicas legais20 e outros impedimentos, a. obra conti- nuou, e dentro de vintes anos após o retorno do cativeiro, os ju- deus tinham um templo pronto para dedicação .. O Templo de Zorobabel foi concluídono ano 515 A .C., mais especificamen- te, no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do Rei Dario . Os serviços de dedicação foram -feitos imediatamen- te.21 Embora esse templo fosse bastante inferior quanto à rique- za de acabamento e acessórios, se comparado com o esplêndido Templo de Salomão era, no entanto, o melhor que o povo pode- ria construir, e o Senhor aceitou-o como uma oferta simbolizan- do o amor e a devoção dos seus filhos do convênio . Como prova 14II Reis 16:7-9,.17 e 18; também II Crônicas 28 :24, 25. 15II Crônicas 36 :18; 19; veja também TI Reis 24:13,25:9. 16Jeremias 25 :11 ; 12; 29:10. 17Esdras caps . 1 e 2. . 18Esdras cap. 6. 19Esdras 3:12, 13. 20Esdras 4:4-24. 21Esdras 6:15-22. - www.SUDBR.org
  • 14. A CASA DO SENHOR desta aceitação divina, testemunham-se as ministrações, dentro de seus muros, de profetas como Zacarias, Ageu e Malaquias. Cerca de dezesseis anos antes do nascimento de Cristo, He- rodes I, rei da Judéia, começou a reconstrução do então decom- posto e quase desmoronado Templo de Zorobabel . Durante cin- co séculos aquela construção havia permanecido de pé, e sem dúvida com o passar do tempo, tinha se transformado em gran- de ruína. Muitos incidentes da vida terrena do Senhor estão as- sociados com o Templo de Herodes. É evidente, pelas escritu- ras, que embora opondo-se aos usos degradantes e comerciais aos quais o templo tinha sido induzido, Cristo reconheceu e confirmou a santidade de seus recintos. O Templo de Herodes era uma construção sagrada, não importava o nome pelo qual fosse conhecido, para ele era a Casa do Senhor. E depois, quan- do a cortina de pele desceu sobre a descomunal tragédia do Cal- vário, quando finalmente o grito agonizante, "está consumado", se elevou da cruz, o véu do templo foi rasgado, e aquele lugar outrora o Santo dos Santos, agora estava desnudo. A completa destruição do templo tinha sido profetizada pelo Senhor, enquanto ainda vivia na carne .22 No ano 70 D .C. o templo foi completamente destruído pelo fogo, como resultado da tomada de Jerusalém pelos romanos, comandados por Tito. O Templo de Herodes foi o último a ser erigido no hemisfé- rio oriental . Desde a época da destruição daquele grandioso edi- fício, até o tempo da restauração da Igreja de Jesus Cristo, no século dezenove, nosso único registro de edificação dè templos encontra-se nas crônicas nefitas . As escrituras do Livro de Mór- mon afirmam -que os templos foram erigidos pelos colonizado- res nefitas, no lugar ora conhecido como continente americano; todavia, temos poucos detalhes sobre sua construção e menos fatos quanto às ordenanças administrativas pertinentes a estes templos ocidentais. Este povo construiu um templo, por volta do ano 570 A.C., e sabemos que seguiu o modelo do Templo de Salomão, embora bastante inferior em esplendor e dispendiosi- dade, se comparado com a majestosa construção de Salomão .23 É interessante citar que, quando o Cristo ressuscitado se mani- 22Mateus 24:2; Marcos 13:2; Lucas 21 :6. 23Veja no Livro de Mórmon, 2 Néfi 5 :16. www.SUDBR.org
  • 15. APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA 9 festou aos nefitas no continente ocidental, ele os encontrou nos arredores do templo .24 O Livro de Mórmon no entanto, não faz mais nenhuma menção de templos, mesmo até a época da des- truição do Templo de Jerusalém; além disso, a nação nefita foi exterminada dentro de aproximadamente quatro séculos depois de Cristo. Está claro, portanto, que os templos deixaram de existir em ambos os hemisférios no período inicial da apostasia, e a verdadeira concepção de um templo, no seu sentido restrito, perdeu-se na humanidade. Durante muitos séculos nenhuma oferta de santuário foi fei- ta ao Senhor ; na verdade, parece que tal necessidade não era re- conhecida. A igreja apóstata declarou que a comunicação direta de Deus havia cessado e, no lugar da administração divina, um governo estabelecido por conta própria alegava possuir o poder supremo . É evidente que, no que concernia à Igreja, a voz do Senhor havia silenciado; que o povo não mais desejava ouvir a palavra da revelação, e que o governo da Igreja tinha sido substituído pela intervenção humana .25 Quando no reinado de Constantino, um cristianismo per- vertido tinha se tornado a religião do estado, a necessidade de um lugar onde Deus se revelaria era ainda totalmente desconhe- cida ou ignorada . Na verdade, muitos edifícios, a maioria deles dispendiosos e imponentes, foram dedicados a Pedro e Paulo, Tiago e João; outros a Madalena e à Virgem; mas nenhum foi edificado pela autoridade e denominado em honra de Jesus, o Cristo . Dentre a variedade de capelas e santuários, de igrejas e catedrais, o Filho do Homem não tinha sequer um lugar que po- deria chamar de seu. Foi declarado que o papa, em Roma, era o representante pessoal de Cristo e que, sem revelação, tinha o poder de declarar a vontade de Deus . 26 O santo sacerdócio ainda não tinha sido manifestado aos homens até a restauração do evangelho, no século dezenove, com seus antigos poderes e privilégios . E lembremo-nos de que a autoridade para falar e agir em nome de Deus é essencial em um templo, o qual é inútil sem a sagrada autoridade do santo sacer- dócio . No ano de nosso Senhor, 1820, Joseph Smith, o profeta 24Veja no Livro de Mórmon, 3 Néfi 11 :1. 25Veja "A Grande Apostasia", do autor, cap . IX. 26Veja "A Grande Apostasia", do autor, cap . X. www.SUDBR.org
  • 16. 10 A CASA DO SENHOR da última dispensação, naquela ocasião um rapaz de 15 anos, recebeu uma manifestação divina, 27 na qual Deus, o Pai, e seu Filho, Jesus Cristo, apareceram e instruíram o jovem suplican- te. Por meio de Joseph Smith, o evangelho do passado foi res- taurado à terra, e a antiga lei foi restabelecida . Com o passar do tempo, pelo ministério do profeta, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, foi organizada, e seu estabelecimento foi marcado por manifestações do poder divino . 28 É significativo o fato de que esta Igreja, fiel à distinção que afirma — de que é a Igreja do Deus vivo, como está evidenciado em seu nome — nos primeiros dias de sua história, tratou de providenciar a edificação de um templo . 29 A Igreja foi organiza- da como instituição terrena no dia 6 de abril de 1830 ; e em julho do ano seguinte, uma revelação foi recebida designando o local para o futuro templo, perto de Independence, Missouri. A cons- trução de um templo, neste lugar escolhido, está ainda adiada, como é o caso de um outro a oeste do Missouri, 30 em cujo lugar os alicerces foram lançados em 1838 . A Igreja considera uma responsabilidade sagrada, o encargo de construir os templos nesses dois lugares, mas, até agora, o caminho não foi aberto para a consumação do plano. Neste ínterim, têm sido erigidos templos em outros lugares, estando a atual dispensação marca- da pela edificação de seis destes sagrados edifícios. No dia 1? de junho de 1833, numa revelação ao Profeta Jo- seph Smith, o Senhor ordenou a imediata construção de uma casa santa, na qual prometeu dotar seus servos escolhidos, com poder e autoridade . 31 O povo respondeu a este chamado, com boa vontade e devoção . A despeito da terrível escassez, e em fa- ce da impiedosa perseguição, a obra chegou ao término, e em março de 1836 o primeiro templo dos dias modernos foi dedica- do em Kirtland, Ohio. 32 Os serviços de dedicação foram marca- dos por manifestações divinas, comparáveis àquelas observadas no oferecimento do primeiro templo do passado ; e em ocasiões posteriores, mensageiros celestiais apareceram nos recintos sa- 27Veja "Regras de Fé", do autor, cap. I e referências. 28Veja "Regras de Fé", do autor, especificamente o cap . 1 e notas. 29Veja D&C 36:8; 42:36; 133:2. 30Veja D&C 115 :7-16. 31Veja D&C seção 95. 32Veja D&C seção 109 . www.SUDBR.org
  • 17. APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DO TEMA 11 grados, com revelações da vontade divina ao homem . Naquele lugar, o Senhor Jesus foi novamente visto, e ouvido.33 Dois anos depois de sua dedicação, o Templo de Kirtland foi abando- nado pelo povo que o construiu, pois foram forçados a fugir, por causa da perseguição; com sua saída, o santo templo tornou-se uma casa comum, renegado pelo Senhor, a cujo nome havia sido erigido . A construção ainda se acha em pé e está sen- do usada como capela por uma pequena e praticamente desco- nhecida seita. A migração dos santos dos últimos dias foi dirigida para o oeste; e eles se estabeleceram primeiramente em Missouri, e de- pois em Illinois, tendo Nauvoo como sede da Igreja . Mal ti- nham eles se estabelecido em sua nova habitação, quando a voz da revelação foi ouvida, chamando o povo novamente a cons - truir uma casa consagrada ao nome de Deus. Os alicerces do Templo de Nauvoo foram lançados no dia 6 de abril de 1841 e a cimalha foi colocada na sua posição, em 24 de maio de 1845 ; cada acontecimento foi celebrado por uma so- lene assembléia e serviço sagrado . Embora fosse evidente que o povo seria forçado a fugir novamente, e embora soubessem que o templo teria de ser abandonado logo depois de terminado, tra- balharam com toda força e diligência, para terminar e mobiliar adequadamente a construção . Foi dedicado no dia 30 de abril de 1846, não obstante certas dependências, tais como a fonte batis- mal, tenham sido anteriormente dedicadas e utilizadas no servi- ço de ordenanças . Muitos dos santos receberam suas bênçãos e as sagradas investiduras no Templo de Nauvoo, embora, mesmo antes do término da construção, o êxodo do povo houvesse co- meçado. O templo foi abandonado por aqueles que, em pobreza e com sacrifício o edificaram . Em novembro de 1848, foi consu- mido pelas chamas, e em maio de 1850, um furacão demoliu o que restava das paredes enegrecidas. No dia 24 de julho de 1847, os pioneiros mórmons chegaram aos vales de Utah, quando a região ainda era território mexica- no, e se estabeleceram onde agora é a Cidade do Lago Salgado. Quatro dias depois, Brigham Young, líder e profeta, indicou um . local, onde havia algumas artemísias silvestres, e com seu bastão tocou o árido solo, dizendo : "Aqui será o templo de nosso 33Veja D&C seção 110:1-10. www.SUDBR.org
  • 18. 12 A CASA DO SENHOR Deus ." Aquele local é agora a linda Praça do Templo, em redor da qual a cidade se desenvolveu . Em fevereiro de 1853, a área foi dedicada com serviço sagrado, e no dia 6 de abril do ano se- guinte, os alicerces da construção foram lançados, acompanha- dos de solene e majestosa cerimônia . O Templo da Cidade do Lago Salgado ficou quarenta anos em construção; a pedra an- gular foi colocada no dia 6 de abril de 1892, e o templo concluí- do, foi dedicado um ano depois. Dos quatro templos já erguidos em Utah, o da Cidade do Lago Salgado foi o primeiro a ser iniciado e o último a ser con- cluído. Durante a construção, três outros templos foram cons- truídos pelos santos dos últimos dias, um em Saint George, ou- tro em Logan, e outro em Manti, Utah. Adicionando a estes os dois templos anteriores — Kirtland, Ohio, e de Nauvoo, Illinois — temos seis destas construções sagradas já erigidas na presente e última dispensação do sacerdócio — a dispensação da pleni- tude dos tempos. O propósito deste capítulo não é considerar em detalhes qualquer templo em particular, antigo ou moderno; mas, sim- plesmente, mostrar seus traços essenciais e peculiares, tornando claro o fato de que, nos tempos antigos e modernos o povo do convênio tem considerado a edificação dos templos como urna obra particularmente exigida de suas mãos . De tudo o que foi dito, é óbvio que um templo é mais do que uma capela ou igre- ja, mais do que uma sinagoga ou catedral ; é uma estrutura er- guida como a Casa do Senhor, consagrada ao mais íntimo con- vívio do Senhor com o santo sacerdócio, devotada às mais ele- vadas e sagradas ordenanças características da era ou dispensa- ção a que pertence o templo . Além disso, para ser realmente um templo santo — aceito por Deus, e reconhecido por ele como sua Casa — tal oferta deve ter sido solicitada, e tanto a oferta quanto o doador devem ser dignos. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias decla- ra ser possuidora do santo sacerdócio, novamente restaurado à terra, e que está investida com a comissão divina de erigir e manter templos dedicados ao nome e ao serviço do Deus vivo e verdadeiro, e também para administrar as ordenanças do sacer- dócio em suas dependências, cuja eficácia terá validade tanto na terra quanto além da sepultura. www.SUDBR.org
  • 19. CAPÍTULO II Santuários nas Antigas Dispensações Como é entendido e aplicado aqui, a designação "templo" restringe-se ao sentido de uma estrutura real, erigida pelo ho- mem, consagrada e santificada ao serviço especial da Deidade, sendo que este serviço inclui a administração autorizada das or- denanças pertencentes ao santo sacerdócio, e não significa sim- plesmente um lugar, não importando quão sagrado este lugar se tenha tornado . Se lugares sagrados tivessem que ser classifica- dos como edifícios sagrados, do mesmo modo que templos, a categoria incluiria muitos "betéis" sagrados que raramente são considerados como tal . Na aplicação mais ampla do termo, o Jardim do Éden foi o primeiro santuário da terra, pois que lá o Senhor falou ao homem, pela primeira vez, e tornou conhecida a lei divina. Da mesma maneira, o Sinai tornou-se um santuá- rio, porque o monte foi consagrado como habitação especial do Senhor, enquanto ele conversava com o profeta, e dava-lhe a conhecer os seus decretos. A santidade de tais lugares era idênti- ca à de Horebe, onde Deus falou com Moisés, do meio da cha- ma; e onde, ao se aproximar, o homem foi detido pela ordem: "Não te chegues para cá ; tira os teus sapatos de teus pés ; por- que o lugar em que tu estás é terra santa ."" Um templo, no en- tanto, é caracterizado não só como um lugar onde Deus se reve- la ao homem, mas também como a Casa onde são solenizadas as ordenanças prescritas do sacerdócio. 1Êxodo 3:5. www.SUDBR.org
  • 20. 14 A CASA DO SENHOR O "Testemunho" Antes da construção do tabernáculo no deserto, e mesmo durante os primeiros estágios da memorável jornada para longe do Egito, o povo de Israel possuía um certo depositário para coisas sagradas, conhecido como o Testemunho. Isto é defini- damente mencionado com relação ao seguinte incidente . Sob orientação divina, deveria ser preservado um vaso de maná, pa- ra que o povo não se esquecesse do poder e da bondade de Deus, por meio dos quais tinham sido alimentados: "E disse Moisés : Esta é a palavra que o Senhor tem mandado : Encherás um gômer dele e o guardarás para as vossas gerações, para que vejam o pão que vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu vos tirei da terra do Egi- to. Disse também Moisés a Aarão : Toma um vaso, e mete nele um gômer cheio de maná, e põe-no diante do Senhor, em guarda para as vossas gerações. Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Aarão o pôs diante do Testemunho em guarda.''' Resta pouca margem a dúvidas de que o Testemunho aqui mencionado era uma estrutura material, e que o seu nome suge- re uma testificação divina quanto ao seu caráter sagrado . Visto que o relato do êxodo não contém nenhuma menção do feitio de tal estrutura, e além do mais, como a sua existência e utilização foram definitivamente afirmadas, antes que o povo tivesse tido tempo ou oportunidade de fazê-lo no deserto, parece que eles trouxeram o sagrado Testemunho consigo do Egito . Este inci- dente é de interesse e importância, pois indica a existência de um santuário sagrado durante os estágios de formação de Israel co- mo nação, e enquanto o povo estava sob dominação de gover- nadores idólatras. Esta aplicação do termo Testemunho não de- ve ser confundida com a do uso posterior, pelo qual as tábuas de pedra, contendo o Decálogo divinamente inscrito, são assim designadas.3 Deve ser notado que o tabernáculo, no qual foi alojada a Arca do Convênio, contendo as sagradas tábuas de pedra; é distintamente chamado de Tabernáculo do Testemu- nho. As várias utilizações deste termo não levarão à confusão, se o contexto for devidamente considerado em cada caso. 'Êxodo 16:32-34. 3Veja Êxodo 31 :18; 25:16; 32:15; 34:28-29. www.SUDBR.org
  • 21. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 15 O Tabernáculo Provisório Enquanto Moisés conversava com o Senhor no Sinai, o po- vo que fora deixado temporariamente sozinho, fez um bezerro de ouro em imitação a Apis, um ídolo egípcio ; e em conseqüên- cia de suas orgias idólatras, a ira do Senhor se acendeu contra eles . Durante o período do afastamento resultante, antes de efetuar-se a reconciliação de Jeová com seu povo, as manifesta- ções divinas dentro do acampamento cessaram, e somente bem distante dali poderia o Senhor ser encontrado. Devido a esta condição, lemos sobre o estabelecimento de um lugar de reunião temporário — possivelmente a tenda em que habitava Moisés, que se tornou santificada pela presença divina. Assim diz o re- gistro: "E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, chamou-lhe a tenda da congregação, e aconteceu que todo aquele que buscava o Senhor saiu à tenda da congregação, que estava fora do arraial. E aconteceu que, saindo Moisés à tenda, todo o povo se levantava, e cada um, ficou em pé à porta da sua tenda : e olhavam para Moisés pelas costas, até ele entrar na tenda. E aconteceu que, entrando Moisés na tenda, descia a coluna de nuvem, e punha-se à porta da tenda: e o Senhor falava com Moisés. E, vendo todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, to- do o povo se levantou e inclinaram-secada um à porta da sua tenda. E falava o Senhor a Moisés cara a cara, como qualquer fala com o seu amigo : depois tornou ao arraial : mas o seu servidor Josué, filho de Num, mancebo, nunca se apartava do meio da tenda ."4 Que a tenda aqui chamada de Tabernáculo da Congregação 5 não é a estrutura dispendiosa e elaborada, espe- cialmente construída nas condições que o Senhor ordenara, é evidenciado pelo fato de que o tabernáculo maior e mais resis- tente não havia sido construído na época da escritura acima . Ao contrário do tabernáculo posterior que ficava no centro do acampamento com as tribos dispostas ao seu redor em ordem especificada, este tabernáculo provisório era armado fora do acampamento — bem longe — talvez, como uma indicação do 4Êxodo 33 :7-11. 5Na Versão Autorizada da Bíblia Sagrada, este santuário é chamado de Taberná- culo da Congregação; na versão revisada é designado como Tenda da Congregação: este termo parece ser mais autorizado. www.SUDBR.org
  • 22. 16 A CASA DO SENHOR afastamento do Senhor, devido a Israel ter se desviado dele em sua idolatria. Que o tabernáculo provisório era, não obstante, um santuário sagrado, ficou provado pela comunicação pes- soal, dentro dele, de Jeová com seu servo Moisés. O Tabernáculo da Congregação Do meio das nuvens, acompanhado de trovões e relâmpagos no Sinai, o Senhor deu a Moisés a lei e o testemunho . Não só Moisés falou com o Senhor em pessoa, mas por divina ordena- ção, Aarão e seus filhos Nadabe e Abiú, junto com setenta dos élderes de Israel, subiram ao monte e viram Deus, mesmo o Deus de Israel . A glória do Senhor habitou no monte Sinai, du- rante muitos dias: "E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte: e Moisés esteve no Monte quarenta dias e quarenta noites." 6 Ao. descer, Moisés trazia consigo a comissão de solicitar aos filhos de Israel contribuições e ofertas de seus bens e todas as suas coisas preciosas, que seriam apropriadas para a construção de um santuário para o serviço religioso no deserto. "Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada de todo o ho- mem cujo coração o mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta al- çada. E esta é a oferta alçada que tomareis deles : ouro, 'e prata, e cobre, E azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabra, E peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim, Azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, Pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para mo- delo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.' A reação do povo foi tão liberal e inspiradóra que logo hou- ve excesso de material. "E falaram a Moisés, dizendo : O povo traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse. 6Êxodo 24 :9, 10, 18; leia o capítulo inteiro. 'Êxodo 25 :1-9. Para detalhes de construção e acessórios do Tabernáculo da Con - gregação, veja Êxodo capítulos 25-31, mais particularmente o capítulo 25, cujo relato é em parte repetido em 36 :8-38. www.SUDBR.org
  • 23. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 17 Então mandou Moisés que fizessem passar uma voz pelo arraial, dizendo: Nenhum homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais. Porque tinham matéria bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava."' A orientação divina se manifestou na indicação de homens que deveriam ficar encarregados da obra . Bezabel, filho de Uri, e Aoliabe, filho de Aisamaque, foram designados por revelação como mestres de obra, sob cuja direção os outros trabalhadores deveriam executar a obra, até que tudo estivesse terminado exa- tamente de acordo com a planta e modelo revelados . E quando foi concluído o tabernáculo era a concretização do melhor, em material, e artesanato. O tabernáculo ficava dentro de um compartimento ou átrio externo, cercado de telas de lona, com as cortinas da entrada fi- namente bordadas . As cortinas que formavam as paredes do átrio eram penduradas em colunas fixadas a intervalos ao longo do quadrilátero. As paredes mais compridas estendiam-se no sentido leste-oeste, com entrada principal para o átrio, no lado oriental . Dos dois quadrados no interior das cortinas, a divisão oriental era reservada para assembléias do povo, enquanto que a ocidental constituía a área mais sagrada pertencente ao taber- náculo propriamente dito. Todo o espaço assim cercado tinha cem côvados de ocidente a oriente, e cinqüenta côvados de norte a sul, ou aproximada- mente quarenta e seis por vinte e três metros . 9 Na seção oriental, e portanto, afastado do tabernáculo, ficava o altar de holocaus- tos. Entre o altar e o tabernáculo ficava a pia, um grande vaso de cobre sobre um pedestal, que continha água para a lavagem ritual das mãos e dos pés dos sacerdotes . É interessante notar que a pia e o pedestal que a sustentava, foram feitos de contri- buições especiais das mulheres, que deram seus espelhos para es- te propósito. O tabernáculo tinha seu eixo longitudinal no senti- do leste-oeste, ficando a entrada no lado oriental . A estrutura 'Êxodo 36:5-7. 90 côvado é uma antiga medida de comprimento, cujo valor variava conforme os países e épocas . Da maneira como ocorre na Bíblia, o côvado denota comprimentos va- riáveis. De acordo com enciclopédias modernas, dicionários bíblicos, etc ., o compri- mento aqui adotado é de quarenta e seis centímetros . Veja a Enciclopédia Britânica, Smith's Bible Dictionary, etc . www.SUDBR.org
  • 24. 18 A CASA DO SENHOR tinha apenas trinta côvados de comprimento por dez de largura, ou seja, treze metros e oitenta centímetros por quatro metros e sessenta centímetros ; estas são as dimensões dadas por Jose- phus, e estão praticamente de acordo com a descrição em Êxo- do, o qual afirma que as paredes tinham vinte tábuas de um la- do, cada uma com um côvado e meio de largura; na extremida- de ocidental havia seis tábuas, cada uma com um côvado .de lar- gura ou nove côvados ao todo ; estas tábuas com as colunas an- gulares completariam a largura dada por Josephus, dez côva- dos . As tábuas das paredes eram unidas por juntas de encaixe tendo bases de prata, duas para cada tábua ; as próprias tábuas eram revestidas de ouro e tinham argolas do mesmo metal, para receberem as barras, que também era revestidas de ouro. Notar-se-á que o tabernáculo era uma estrutura pequena, inteiramente inadequada para a acomodação de grandes assem- bléias, mas é preciso lembrar que tal não era o seu propósito. Dentro do tabernáculo, somente oficiavam os portadores do sa- cerdócio designados ; e destes, nenhum, a não ser os poucos realmente encarregados do serviço do dia, poderiam ser admiti- dos . O tabernáculo era dividido por uma cortina, chamada espe- cificamente de Véu, em dois compartimentos: o exterior era co- nhecido como o Lugar Santo, e o interior como o Lugar Santís- simo ou o Santo dos Santos . Josephus e alguns outros, decla- ram que o tabernáculo compreendia três partes ; a terceira divi- são, no entanto, ficava realmente do lado de fora da tenda prin- cipal parecendo um pórtico, na extremidade oriental, com cinco côvados de profundidade, estendendo-se por toda a frente . O Véu, que separava o Lugar Santo, do Santo dos Santos, era ar- tisticamente tecido de "azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido" e bordado com querubins. Pendia de quatro colunas de madeira, revestidas de ouro ; os colchetes eram de ouro, e as bases, de prata. A madeira utilizada nestas colunas, como também em outras partes da estrutura, era a rara, dispen- diosa, e durável acácia (ou cetim), às vezes conhecida como ma- deira de espinheiro . Atrás do Véu, o recinto era mais sagrado, e dentro dele foi colocada a Arca do Convênio com seu propicia- tório, ostentando os sagrados querubins, cuja descrição aparece no seguinte registro: www.SUDBR.org
  • 25. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 19 "Fez também Bezaleel a arca de madeira de cetim: o seu comprimento era de dois côvados e meio; e a sua largura dum côvado e meio; e a sua altura dum côvado e meio. E cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora ; e fez-lhe uma coroa de ou- ro ao redor. E fundiu-lhe quatro argolas de ouro aos seus quatro cantos, num lado duas, e no outro lado duas argolas; E fez varais de madeira de cetim, e os cobriu de ouro; E meteu os varais pelas argolas aos lados da arca, para levar a arca. Fez também de ouro puro o propiciatório : o seu comprimento era de dois côvados e meio, e a sua largura dum côvado e meio; Fez também dois querubins de ouro; de obra batida os fez, às duas extre- midades do propiciatório; Um querubim a uma extremidade desta banda, e o outro querubim à ou- tra extremidade da outra banda : do mesmo propiciatório fez sair os querubins às duas extremidades deles: E os querubins estendiam as asas por cima, cobrindo com as suas asas o propiciatório: e os seus rostos estavam defronte um do outro : os rostos dos querubins estavam virados para o propiciatório ."10 Fora do véu, mas ainda dentro do tabernáculo, ficava o Lu- gar Santo, dentro do qual foi colocada a mesa do pão da propo- sição, o altar do incenso, e o candelabro de ouro puro com sete hásteas. 1" Os ricos tecidos, de delicado artesanato, que formavam as paredes e o teto do tabernáculo, eram protegidos por repostei- ros de pêlos de cabra mais grosseiros, e estes por sua vez, tinham uma cobertura de peles. A estrutura concluída é às vezes men- cionada nas escrituras como Tenda da Congregação, e em ou- tras, como Tabernáculo da Congregação ; a primeira expressão ocorre treze vezes, a outra cento e trinta e três vezes ; mas apesar desta diferença, o original de cada uma era Ohel Moed, cuja tra- dução mais autêntica é Tenda de Reunião . Não devemos, po- rém, supor que isto significa, no sentido comum, uma capela, porque "reunião" neste caso, não se refere a afluência de devo- tos, mas o lugar de comunicação de Deus com o seu sacerdócio. A Tenda de Reunião, ou o Tabernáculo da Congregação, em Is- rael, era a tenda do Senhor, onde ele se encontrava com os re- presentantes autorizados de seu povo. No primeiro dia do segundo ano depois do êxodo do Egito, o tabernáculo foi armado pela primeira vez, e todos os utensí- 10Êxodo 37:1-9; compare com 25 :10-22. "Veja Êxodo 37:10-29; compare com 25 :23-40. www.SUDBR.org
  • 26. 20 A CASA DO SENHOR lios sagrados foram dispostos de acordo com as ordens dadas pelo Senhor . O véu foi pendurado, e o lugar foi consagrado co- mo um dos mais santos, tão santo quanto a própria habitação de Jeová. Então, da mesma maneira que no Sinai, uma nuvem havia envolvido a habitação temporária de Deus, assim também aconteceu com o tabernáculo: "Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor en- cheu o tabernáculo: De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, por- quanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. Quando pois a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava; Porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas." 1z A intenção dominante e primordial da edificação desse san- tuário portátil, era expressar a íntima associação de Jeová com seu povo . Aquele povo deveria considerar-se especificamente . como o povo de Deus, e no meio deles, estaria a sua habitação, sobrepujando num grau transcendental a presença dos deuses de madeira e de pedra, acolhidos pelas nações idólatras, com as quais Israel tinha de contender. Esta intenção foi expressa no primeiro mandamento com respeito à construção do tabernácu- lo : "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles ." 13 Na verdade, o sacerdócio é muito mais indispensável para a preservação da relação íntima com a Deidade, do que o taberná- culo ou templo. Por isso, era de se esperar que, com o estabele- cimento de um santuário sagrado, seriam feitas designações e ordenações, por intermédio das quais, os homens estariam ver- dadeiramente autorizados nos ofícios sagrados do sacerdócio. Embora Moisés fosse o grande sumo sacerdote de Israel, perma- necendo à testa de uma distinta dispensação de autoridade e po- der divinos, havia muitas funções sacerdotais pertencentes às ordens menos exaltadas, e a estas Aarão e seus quatro filhos Na- dabe, Abiú, Eleazar e Itamar foram designados . O tabernáculo fora construído sob expressa orientação, estendendo-se até mes- '2Êxodo 40 :34-38. 13Êxodo 25 :8. www.SUDBR.org
  • 27. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 21 mo aos mínimos detalhes, e da mesma maneira as ministrações do sacerdócio foram prescritas e a ordem de adoração foi esta- belecida, pelas quais o povo deveria ser lémbrado que no meio deles habitava Jeová, perante quem não deveriam ter outros deuses . 14 O tabernáculo foi preparado principalmente para o serviço migratório ; por causa disso, suas partes foram acabadas separa- damente, e adaptadas de modo a permitir fácil armação ou des- montagem. Quando montado dentro de seu átrio, o tabernáculo ocupava o lugar de honra no centro do acampamento. No lado oriental, e portanto imediatamente à frente da en- trada do átrio, ficavam as tendas dos sacerdotes ; enquanto que os levitas acampavam nos outros três lados. Estes, como fica- vam mais próximos, têm sido comparados à guarda do Grande Rei, 15 cujo trono ficava dentro do santuário ; e atrás deles esta- vam acampadas as outras tribos na ordem preestabelecida . En- quanto desmontado e em trânsito, quando o povo estava em marcha, o tabernáculo ainda ocupava o lugar central ; seus car- regadores eram os levitas, e todo o exército de Israel era a sua guarda. Até Israel estabelecer-se permanentemente na terra da pro- messa, o Tabernáculo da Congregação teve apenas lugares tem- porários de repouso. À medida que o povo mudava, o santuário era carregado, até que teve, em Silo, um lar um pouco mais per- manente. Nesse lugar, à porta do tabernáculo, foi feita a parti- lha final de Canaã entre as tribos de Israel . 16 Lá permaneceu o tabernáculo durante o período dos Juízes, e até depois de ter si- do permitido que a custódia da arca de Deus passasse de Israel aos filisteus, por causa do pecado. 17 A glória do santuário foi perdida em grande parte e embora o tabernáculo continuasse a existir, seu sagrado serviço estava em inatividade . Com profun- da tristeza, a verdade foi declarada: "De Israel a glória é levada presa: pois é tomada a arca de Deus ." 18 Há evidência de que por um curto período4de tempo, no reinado de Saul, o taberná- 14Veja Êxodo capitulo 28. 15Veja Smith's Dictionary of the Bible (ed . de Barnum) art . "Tabernacle". 16Josué 18:1-3, 19 :51, também 21 :2; Juizes 18:31 ; 1 Samuel 1 :3-24; 4:3, 4. 17Veja I Samuel 4:10-18. 181 Samuel 4:22. www.SUDBR.org
  • 28. 22 A CASA DO SENHOR culo foi estabelecido em Nobe ; pois lá encontramos o sacerdote Aquimeleque mantendo o serviço do pão da proposição, 19 no entanto, a Arca do Convênio certamente não estava lá .20 Depois disso, ficamos sabendo que o tabernáculo foi levantado em Gi- beon, não obstante, as condições resultantes de sua mudança daquele lugar, não sejam inteiramente declaradas. 21 A arca foi abrigada em outra tenda, e por fim, ambas foram trazidas para dentro do esplêndido Templo de Salomão, que suplantava to- dos os santuários anteriores. O Terceiro Tabernáculo Todavia, uma outra tenda de santuário foi feita e utilizada em Israel, antes da edificação do grande templo . Por conveniên- cia podemos chamá-la de terceiro tabernáculo ; foi erigida pelo rei Davi, em sua própria cidade, como um abrigo para a Arca do Convênio. Como já foi citado, as escrituras falam da captura da arca pelos filisteus, e de seu retorno a Israel . Este incidente ocorreu durante a última parte da administração dos juízes, an- tes de Israel ter-se curvado perante um rei em Canaã. 22 Durante todo o reinado de Saul, a arca permaneceu numa residência particular ; onde, todavia, um sacerdote era mantido para seu cuidado e ministério . Um dos primeiros atos de Davi depois de tornar-se rei, foi planejar a mudança da arca para um local mais adequado . No curso dessa mudança, Uzá foi ferido, porque, sem autoridade, tentou segurar o recipiente sagrado ; e esta manifestação de descontentamento divino afetou Davi de tal maneira que adiou seu propósito de estabelecer a arca em sua própria cidade, e colocou-a em outra residência particular — na de Obede-Edom, o Geteu . 23 Enquanto a arca permaneceu sob aquele teto, a família foi abençoada e prosperou . Com o passar do tempo, executou-se o plano original e a arca foi colocada nu- ma tenda especialmente preparada para abrigá-la, na cidade de Davi: "E introduzindo a arca do Senhor, a puseram em seu lu- gar, na tenda que Davi lhe armara : e ofereceu Davi holocaustos 19Veja I Samuel 21 :1-6. 20Veja 1 Samuel 7 :1, 2. 21Veja 1 Crônicas 21 :28-30; compare com II Crônicas 1 :3-6. 221 Samuel 4:10-22; também capítulos 5 e 6 ; 7:1-2. 23I Samuel 6:1-12; também 1 Crônicas cap. 13. www.SUDBR.org
  • 29. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÓES 23 e ofertas pacificas perante o Senhor ." 24 Portanto, durante o reinado de Davi havia dois lugares con- siderados como santuários, e a adoração do povo estava dividi- da. Salomão parece ter reconhecido a santidade de ambos os lu- gares — o lugar de repouso da arca em Jerusalém, e o lugar do Tabernáculo da Congregação em Gibeon .25 Por intermédio de- le, ambos os santuários foram novamente reunidos . 26 O Templo de Salomão Mal tinha a Arca do Convênio sido depositada na capital do reino — a cidade de Davi, quando o rei sentiu o desejo de edifi- car, para sua acomodação, um abrigo mais durável do que a tenda na qual tinha sido instalada com pompa e cerimônia . Pa- rece que a consciência do rei era perturbada pelo pensamento de que ele estava melhor instalado do que o santuário do Senhor: "Sucedeu pois que, estando o rei Davi em sua casa, disse o rei Davi ao profeta Natã : Ora, olha, eu moro em casa de cedros. . ." e a arca de Deus mora dentro de cortinas .27 Era desejo de Davi construir uma casa adequada para o Senhor, e o Profeta Natã a princípio encorajou a idéia. No entanto, o Senhor falou a Natã e o instruiu a recusar a oferta do rei . Embora Jeová estivesse sem lugar fixo reconhecido pelo povo como seu, embora tivesse dito que não habitava uma casa em Israel, mas andara de tenda em tenda e de tabernáculo em tabernáculo, 28 conquanto como implica o contexto, o Senhor houvesse sido negligenciado na longa demora da edificação de uma casa ao seu nome, não obs- tante Davi não poderia ser honrado com a permissão de cons- truir tal casa, pois que era tido como homem de guerra . 29 Não nos cabe julgar a extensão da ofensa de Davi ; fazer tal coisa, se- ria usurpar a prerrogativa divina; é suficiente sabermos que mesmo uma oferta magnífica pode ser recusada, se houver algo que exija uma reconciliação do mortal com seu Deus . Contudo, Davi recebeu permissão de providenciar os recursos e ajuntar 24II Sámuel 6:17; também I Crônicas 15 :1 e 16 :1. 25Veja I Reis 3 :15 e II Crônicas 1 :3, 4. 26Veja I Reis 8:1-4. 27I Crônicas 17:1; também II Samuel 7 :1, 2. 28I Crônicas 17 :4, 5. 29Veja I Crônicas 22 :8; compare com 28 :3 ; e I Reis 5 :3. www.SUDBR.org
  • 30. 24 A CASA DO SENHOR materiais que posteriormente seriam empregados na edificação do templo, 30 e além disso, o próprio local onde o grande edifício seria erigido, foi escolhido e santificado por seu intermédio. Uma grande peste havia caído sobre Israel, e o anjo do Senhor, enviado com ordem de destruição, foi visto por Davi, de pé, com a espada na mão, no Monte Moriá, na eira de Araúna, o je- buseu . 31 Aquele local, consagrado pela presença de um mensa- geiro celestial, embora aquele mensageiro fosse o anjo da mor- te, foi marcado pelo levantamento de um altar, como havia sido orientado pelo Senhor, por meio do Profeta Gade . 32 Compreendendo que lhe restavam poucos anos de vida, Da- vi imputou a Salomão, seu filho e sucessor escolhido, o encargo solene de edificar a casa que lhe fora proibido construir . O rei discorreu enternecedoramente sobre sua própria desqualifica- ção, e depois repetiu a promessa de aceitação do Senhor, das mãos de Salomão . As escrituras falam assim: " . ..assim preparou Davi materiais em abundância, antes da sua morte. Então chamou a Salomão seu filho, e lhe ordenou que edificasse uma ca- sa ao Senhor Deus de Israel. E disse Davi a Salomão : Filho meu, quanto a mim, tive em meu coração o edificar casa ao nome do Senhor meu Deus. Porém a mim a palavra do Senhor veio, dizendo : Tu derramaste sangue em abundância, e fizeste grandes guerras ; não edificarás casa ao meu nome; porquanto muito sangue tens derramado na terra, perante a minha face. Eis que o filho que te nascer será homem de repouso ; porque repouso lhe hei de dar de todos os seus inimigos em redor ; portanto Salomão será o seu no- me e paz e descanso darei a Israel nos seus dias. Este edificará casa ao meu nome e ele me será por filho, e eu a ele por pai; e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel, para sempre. Agora pois, meu filho, o Senhor seja contigo; e prospera, e edifica a casa do Senhor teu Deus, como ele disse de ti. O Senhor te dê tão-somente prudência e entendimento, e te instrua acerca de Israel; e isso para guardar a lei do Senhor teu Deus. Então prosperarás, se tiveres cuidado de fazer os estatutos e os juízos, que o Senhor mandou a Moisés acerca de Israel: esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem tenhas pavor. Eis que na minha opressão preparei para a casa do Senhor cem mil talen- tos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e de cobre e de ferro sem peso, porque em abundância é : também madeira e pedras preparei, e tu supre o que faltar. 30Veja I Crônicas 22 :1-5. 31 II Samuel 24 :15-25 ; também 1 Crônicas 21 :15-17; e 11 Crônicas 3 :1. 32Veja 1 Crônicas 21 :18-30; compare com II Samuel 24 :18-25 . www.SUDBR.org
  • 31. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 25 Também tens contigo oficiais mecânicos em multidão, cortadores e artífi- ces em obra de pedra e madeira; e toda sorte de sábios em toda a sorte de obra. Do ouro, da prata, e do cobre e do ferro não há número : levanta-te pois, e faze a obra, e o Senhor seja contigo. E Davi deu ordem a todos os príncipes de Israel que ajudassem a Salo- mão, seu filho, dizendo: Porventura não está convosco o Senhor vosso Deus, e não vos deu repou- so em roda? Porque tem entregado na minha mão os moradores da terra ; e a terra foi sujeita perante o Senhor e perante o seu povo. Disponde pois agora o vosso coração e a vossa alma para buscardes ao,Se- nhor vosso Deus; e levantai-vos, e edificai o santuário do Senhor Deus para que a arca do concerto do Senhor, e os vasos sagrados de Deus se tragam a esta casa, que se há de edificar ao nome do Senhor ." 33 Davi deu a Salomão instruções pormenorizadas concernen- tes ao desenho e especificações da casa e seus pertences, a planta do pórtico, da estrutura principal e dos edifícios suplementares, "e a planta de tudo quanto tinha recebido, através -do Espírito" . Além disso, deu orientações quanto ao ministério dos vários procedimentos dos sacerdotes e levitas, "e de toda a obra do ministério da casa do Senhor e de todos os vasos do mi- nistério da casa do Senhor" . 34 A construção em si, teve início no quarto ano do-reinado de Salomão, e o templo estava pronto para a dedicação, no décimo segundo ano, ou aproximadamente 1005 . A.C. No começo da obra, Salomão entrou em acordo com Hirão, um rei . das proxi- midades, pelo qual os recursos de Tiro e Sidom foram incorpo- rados ao grandioso empreendimento . Com esta aliança, as es- plêndidas florestas do Líbano se tornaram acessíveis ; cedro e pi- nheiro e outras árvores foram cortadas e flutuaram aos milhares até o ponto mais conveniente, para o transporte por terra até Je- rusalém . Tinha sido anteriormente explicado a Hirão que a de- manda seria enorme, pois como Salomão havia dito : "A casa que estou para edificar há de ser grande ; porque o nosso Deus é maior do que todos os. deuses ."35 Lenhadores sidonianos foram postos a trabalhar — os mais hábeis de todos os lenhadores co- nhecidos; e as madeiras do Líbano foram fornecidas em abun- dância. A extensão da demanda pode ser avaliada pelo enorme 33I Crônicas 22 :5-19; também 28 :1-8; 29:1-7. 34I Crônicas 28 :11-13. 35II Crônicas 2:5; leia o capítulo inteiro. www.SUDBR.org
  • 32. 26 A CASA DO SENHOR pagamento oferecido e feito por Salomão . 36 Trabalhadores israelitas foram utilizados em grande núme- ro, tanto na cooperação com os sidonianos quanto no próprio país . Desta maneira, está escrito: E o rei Salomão fez subir leva de gente dentre todo o Israel : e foi a leva de gente trinta mil homens. E os enviou ao Líbano, cada mês dez mil por sua vez : um mês estavam no Líbano, e dois meses cada um em sua casa : e Adonirão estava sobre a leva de gente. Tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil que cortavam nas montanhas. Afora os chefes dos oficiais de Salomão, os quais estavam sobre aquela obra, três mil e trezentos, que davam as ordens ao povo que fazia aquela obra. E mandou o rei que trouxessem pedras grandes e pedras preciosas, pedras lavradas, para fundarem a casa. E as lavraram os edificadores de Hirão e os giblitas : e preparavam a ma- deira e as pedras para edificar a casa ." 37 Para o emprego bem sucedido de um tão grande número de trabalhadores, era necessário um sistema eficiente de organiza- ção; não nos surpreendemos, portanto, quando lemos que três mil e trezentos supervisores estavam sendo utilizados . A eficiên- cia do sistema ficou provada pelo sucesso daquele grandioso empreendimento . Os israelitas e os homens de Tiro e Sidom tra- balhavam em harmonia, e grande parte do material de constru- ção era preparado segundo as plantas e medidas, nas próprias florestas e pedreiras ; portanto, "edificava-se a casa com pedras preparadas, como as traziam 'se edificava; de maneira que nem martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de fer- ro se ouviu na casa quando a edificavam ." 38 Nossa principal fonte de informação, referente à edificação do grande templo, são as escrituras contidas em I Reis , capítu- los 3 e 4, cujo relato, bem como a descrição dada por Josephus, 39 parecem ter sido derivadas do primeiro registro ci- tado. Em linhas gerais, a planta do Templo de Salomão era idênti- ca à do Tabernáculo da Congregação, especialmente construí- do, embora as dimensões do templo fossem o dobro das -do ta- 36Veja I Reis 5 :11 ; e II Crônicas 2 :10, 15. 371 Reis 5:13-18. 38I Reis 6:7; compare com Deuteronômio 27 :5, 6. 39Josephus, Antiquities of the Jews, Livro VIII : caps. 2, 3 e'4 . www.SUDBR.org
  • 33. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 27 bernáculo. Deve ser lembrado que o pórtico do tabernáculo ti- nha cinco côvados de fundo; e o pórtico do templo media 10 cô- vados de fundo ; em ambos os casos, o pórtico estendia-se na largura toda do edifício . O Lugar Santo, ou primeiro comparti- mento dentro das paredes do tabernáculo, media vinte côvados de comprimento, dez côvados de largura e dez de altura ; no templo, media quarenta côvados por vinte, e vinte de altura . O santuário interior, o oráculo, ou o Santo dos Santos, tinha a forma de um cubo, e media dez côvados de cada lado ; no tem- plo este recinto sagrado media vinte côvados em cada sentido. Portanto, a planta baixa do tabernáculo cobria trinta é cinco côvados por vinte, e a do templo, setenta côvados por quarenta. Estas medidas não levam' em conta as câmaras laterais, que no tabernáculo mediam 5 côvados de largura ; e os do templo me- diam dez côvados de largura; com estas medidas incluídas, a área total do tabernáculo era de quarenta côvados por vinte, en- quanto que a do templo era oitenta por quarenta côvados ; ou, segundo a medida equivalente do côvado, comumente aceita, o tabernáculo media dezoito metros e quarenta centímetros por nove metros e vinte centímetros, e o templo, trinta e seis metros e oitenta centímetros por dezoito metros e quarenta centíme- tros. Na altura, a mesma proporção foi mantida ; o tabernáculo elevava-se a quinze côvados e o templo a trinta côvados . O pór- tico do templo parece ter-se elevado acima da altura da estrutu- ra principal. 40 Dentro do pórtico, permanecendo como guardas à entrada do templo, havia duas colunas de cobre com desenhos esmera- dos, e, sem dúvida, de significado simbólico . Eram considera- das de tal importância que mereceram uma descrição detalhada, e o nome daquele que as fez, foi inscrito nos arquivos do tem- plo. Foram trabalhadas por Hirão de Tiro — não o rei, que ti- nha o mesmo nome - mas, um mestre de artesanato, perito nas obras de cobre . Hirão formou as duas colunas, cada uma com doze côvados de circunferência e dezoito côvados de altura, além dos capitéis maciços, que eram ornamentados com romãs e lírios . A coluna à direita da entrada chamava-se Jaquim, que significava "Ele estabelecerá", e a da esquerda chamava-se ^Veja II Crônicas 3 :4. www.SUDBR.org
  • 34. 28 A CASA DO SENHOR Boaz, que significava "Dentro está o poder" . 41: Qualquer que seja o significado mais profundo que possa ter sido atribuído a essas colunas maciças, seu simbolismo sugestivo de força e fir- meza é plenamente evidente . As escrituras não definem clara- mente se as colunas realmente sustentavam o teto do pórtico, ou se estavam livres, apenas como símbolos e ornamento .. As paredes do grande templo eram construídas de pedra la vrada, embora do . lado de dentro não se visse pedra . alguma, pois as paredes eram revestidas de cedro, do assoalho até o teto, ricamente decorado com entalhes de flores, árvores, e outros desenhos, e o assoalho era de madeira de faia . 42 Além disso, o interior era ricamente embelezado com obras de revestimento em ouro. puro . A parede divisória pela qual o oráculo, ou Santo dos Santos era dividido, correspondendo ao : véu do tabernácu- lo, foi revestida desta maneira e pendurada com cadeias de ou- ro.43 Os querubins que guardavam simbolicamente o oráculo, eram de madeira de oliveira, revestido de ouro, sendo que o me- tal precioso se adaptava sobre a obra lavrada . 44 O vestíbulo ou pórtico ficava na extremidade . oriental; e esta constituía' a única entrada do templo propriamente dito . Ao longo dos, outros três lados, cercando portanto o Lugar Santo e o oráculo, havia inúmeras câmaras construídas em três fileiras ou andares. A largura delas era de cinco côvados no andar infe- rior, seis côvados no do meio, e sete côvados no superior ; esta peculiaridade da largura aumentando com a altura, foi possível devido à diminuição da espessura das paredes . Com esta redu- ção das paredes, as câmaras de cedro eram bem firmes, todavia, não faziam parte da estrutura principal ; eram construídas de forma "que as vigas não fossem cravadas nas. . paredes ."45 Estes pequenos compartimentos eram, portanto, "câmaras, em redor das' paredes da casa ; não obstante, eram de construção indepen- dente. Pela declaração de Ezequiel,46 supõe-se que fossem em número de trinta, embora não se encontre descrição minuciosa. Provavelmente eram utilizadas para o serviço exigido dos sacer- 41Veja I Reis 7:13-22. 42j Reis 6 :15-18; 29. 43Versículos 19-22. "Versículo 35. 45Versículos 5, 6. 4óEzequiel 41 :6-7. www.SUDBR.org
  • 35. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 29 dotes, além do trabalho cerimonial, ligado ao ritual geral-: As entradas para estas câmaras ficavam no lado direito da constru- ção, com escadas em caracol que levavam às salas superiores. Acima do nível das câmaras superiores, havia janelas pelas quais o recinto externo, ou Lugar Santo, era iluminado; o Santo dos Santos, entretanto, não possuía luz natural . . Os acessórios do templo compreendiam apenas uns poucos objetos, não obstante, cada peça era de modelo especial e para uso exclusivo . No Lugar Santo havia uma mesa, ou uma, série de mesas, para se colocar o sagrado pão da proposição . Também é mencionado um altar de ouro, e dez candelabros de ouro puro dispostos diante da entrada do oráculo, cinco de- cada lado; além disso, havia tenazes de ouro, vasos e espevitadeiras, bacias e colheres. O oráculo foi preparado para receber a Arca do Convênio e para proteger este receptáculo sagrado, dois grandes querubins haviam sido preparados, cada um com dez côvados da altura; esses querubins eram de madeira de oliveira revestida de ouro. O templo ficava dentro de recintos cercados, geralmente re- feridos como átrio interno e externo, respectivamente . A parede do átrio interno consistia de três ordens de pedras cortadas, na qual foi colocada uma ordem de vigas de cedro . Isto correspon- dia ao recinto único do antigo tabernáculo . Como todas as me- didas especificadas mostram que o templo tinha o dobro do ta- manho do tabernáculo, este átrio parece ter sido feito em pro- porção correspondente; acredita-se, portanto, que se estendia a cem côvados de norte a sul e a duzentos côvados de leste a . oeste. 4? Dentro do átrio, "diante do pórtico do Senhor", ficava o altar do sacrifício . Este era de cobre e media vinte côvados qua- drados e dez côvados de altura. Pertenciam ao serviço do . altar muitos utensílios tais como bacias, caldeirões e pás, feitos espe- cialmente sob a direção do mestre de obras Hirãode Tiro . Um outro objeto importante dentro do átrio era o mar de fundição, também chamado de mar de bronze. 48 Esta grande pia media trinta côvados de circunferência e elevava-se a cinco côvados de 47Para especificações quanto aos átrios, veja I Reis 6 :36; compare com 7:12; tam- bém II Reis 23 :12; II Crônicas 4:9, 33 :5. 48I Reis 7:23-26; II Crônicas 4:2; também II Reis 25 :13; compare com Jeremias 52:17 . www.SUDBR.org
  • 36. 30 A CASA DO SENHOR altura, sendo ricamente ornamentada. As paredes tinham qua- tro dedos de espessura, e a borda era ornamentada com flores lavradas. Assentava-se sobre doze bois de bronze em grupos de três, e cada grupo olhava respectivamente para o norte, sul, les- te e o oeste . O mar de fundição ficava entre o altar e o pórtico, "ao lado direito da casa para a banda do oriente, da parte do sul." 49 Em associação com o mar de fundição, havia dez vasos menores chamados de pias, montados em suportes de constru- ção especial e providos de rodas para facilitar sua remoção . 50 As pias eram usadas em conexão com o serviço do altar, para a pu- rificação das ofertas; mas a pia principal, ou mar de fundição, era reservada para a cerimônia de purificação dos sacerdotes. Quando a Casa do Senhor estava pronta, preparações cui- dadosas foram feitas para a sua dedicação . Primeiramente hou- ve a instalação da Arca do Convênio e seus pertences, o Taber- náculo da Congregação e os vasos sagrados. Com grande soleni- dade e para acompanhar o sacrifício cerimonial, a arca foi trazi- da pelos sacerdotes e colocada no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins . Naquela ocasião, a arca continha so- mente as duas tábuas de pedra "que Moisés ali pusera" . Os va- rais, pelos quais a arca era segurada, sobressaíam tanto que po- diam ser vistos do Lugar Santo, e então "sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Se- nhor, e não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor". 51 Então, Salomão dirigiu-se à multidão reunida, citando no- vamente as circunstâncias sob as quais a construção do templo tinha sido concebida por seu pai, Davi, e executada por ele pró- prio, e proclamou a misericórdia e bondade do Deus de Israel. De pé, diante do altar do Senhor, no átrio do templo, o rei es- tendeu as mãos para os céus, e proferiu a oração dedicatória. Depois disso, o rei abençoou o povo, dizendo: "Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o que disse: nem uma só palavra caiu de todas as suas boas pala- vras que falou pelo ministério de Moisés, seu servo . O Senhor 491 Reis 7:39. 5°I Reis 7:27-39; compare com II Crônicas 4 :6. 511 Reis 8:10, 11 . www.SUDBR.org
  • 37. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 31 nosso Deus seja conosco, como foi com nossos pais ; não nos de- sampare, e não nos deixe ."52 Os serviços principais juntamente com as festividades, dura- ram sete dias, e "no oitavo dia despediu o povo, e eles abençoa- ram o rei; então se foram às suas tendas, alegres e gozosos de coração, por causa de todo o bem que o Senhor fizera a Davi seu servo, e a Israel seu povo" . 53 Este esplêndido edifício manteve sua supremacia e glória so- mente durante um terço de século . Nos últimos anos de seu rei- nado, Salomão tinha agido iniquamente diante de Deus, e o po- vo não foi vagaroso em seguir o rei em seus maus caminhos . Is- rael tornou-se fraca na sua fidelidade a Jeová, seguindo a deuses estranhos . Após a morte de Salomão, a nação foi dividida : No quinto ano do reinado de Jeroboão, Sisaque, rei do Egito, asse- diou a cidade de Davi e assaltou até mesmo o templo e carregou parte de seus tesouros sagrados . Depois disso, Jeoás, rei de uma parte da nação dividida, tomou o ouro e a prata e os vasos sa- grados da Casa do Senhor e os levou para Samaria. 54 Assim no- tamos que a violação do templo não foi inteiramente efetuada pelos inimigos de Israel ; o próprio povo para quem a casa ou- trora fora sagrada, contribuiu para a sua profanação . Acaz, o rei iníquo de Judá retirou o altar de seu lugar e o substituiu por outro feito por sua ordem segundo modelo dos altares pagãos; além disso, tirou o mar de fundição e desmontou as pias.55 Ma- nassés, outro rei iníquo que reinou em Judá, seguiu a Baal e es- tabeleceu santuários idólatras dentro dos átrios do templo . 56 Os objetos preciosos da Casa do Senhor foram usados para permu- ta entre reis . Deste modo, Asa, rei de Judá, comprou a ajuda de Benadade para lutar contra Israel ; 57 da mesma forma procedeu Joás para comprar a paz de Hazael, rei da Síria, 58 e igualmente fez Ezequias, que roubou a Casa do Senhor, despojando-a dos objetos com os quais pagaria tributo aos assírios . 59 52I Reis 8:56, 57; para o completo serviço dedicatório, leia o capítulo todo. 53Versículo 66. sa II Reis 14:13, 14. 55II Reis 16:10-18; também II Crônicas 28 :24. 56II Reis 21 :1-7; também II Crônicas 33 :1-7. 571 Reis 15 :18. 58II Reis 12:18. 59II Reis 18:15, 16. www.SUDBR.org
  • 38. 32 A CASADO SENHOR Algumas tentativas foram feitas para reparar os estragos maiores do templo ;60 no entanto, parece que aquela casa tinha sido abandonada ao seu destino . No ano 586 A.C ., Nabucodo- nosor, rei da Babilônia, completou a destruição do templo em conexão com sua conquista do reino de Judá . Tudo de valor que ainda restava, foi por ele pilhado, e a construção foi destruída pelo fogo . 61 Ocorre ainda, uma menção posterior sobre alguns dos vasos que tinham sido feitos para o serviço sagrado de Jeová — quan- do foram trazidos para coroar o triunfo de Belsazar em sua fes- ta pagã . Em seguida manifestou-se o descontentamento do Se- nhor, e o rei, tremendo, ouviu dos lábios de Daniel a sua des- truição — porque não havia considerado o destino que sur- preendera seu pai, e tinha se levantado contra o Senhor dos céus; e havia trazido os vasos da casa de Deus para que ele e seus senhores, suas esposas e concubinas pudessem beber vinho de- les; e tinha louvado aos deuses de prata e ouro, de cobre, ferro, madeira e pedra, os quais não vêem, não ouvem, nem sabem; mas o Deus em cujas mãos estava a sua vida e todos os seus ca- minhos, a ele não havia glorificado . Havia sido pesado e achado em falta; e o reino foi tirado dele. Naquela mesma noite, Belsa- zar, o rei, foi morto.62 O Templo da Visão de Ezequiel No vigésimo quinto ano do cativeiro da Babilônia, enquan- to o povo estava ainda exilado em terra estranha, a palavra do Senhor veio ao Profeta Ezequiel ; o poder de Deus pousou sobre ele; ele viu, em visão, um glorioso templo, cuja planta descreveu minuciosamente . 63 Quanto a ter o profeta considerado o proje- to apresentado como um projeto a ser realizado ou simplesmen- te como um grande, porém inatingível ideal, não é declarado . O certo é que o templo dessa visão ainda não foi construído. Na maioria de seus traços essenciais, o modelo de Ezequiel 60Veja II Reis 12 :2-14; compare com II Crônicas 24 :7-14; também II Reis 22 :3-7; compare II Crônicas 34 :8-13. 61II Reis 24:13 ; 25:9-17; II Crônicas 36 :7, 19; compare com Isaías 64 :11 ; Jeremias 27 :16, 19-22 ; 28:3 ; 52:13, 17-23 ; Lamentações 2 :7; 4:1 ; Esdras 1 :7. 62Veja Daniel, capítulo 5. 63Vejá Ezequiel, capítulo de 40 a 43 . www.SUDBR.org
  • 39. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 33 seguia de perto a planta do Templo de Salomão ; na verdade, era tão grande a semelhança, que muitos dos pormenores mencio- nados por Ezequiel têm sido aceitos como se fossem os daquele esplêndido edifício destruído pdr Nabucodonosor . Uma carac- terística predominante do templo descrito por Ezequiel, era a amplitude dos prédios e átrios e a simetria tanto da casa santa como dos edifícios secundários . A .área deveria ser um quadrado de quinhentos côvados, com muros ao redor e providos de por- tas e arcos nos três lados; no lado ocidental o muro não deveria ser quebrado por nenhum arco ou portal . Em cada uma das portas, havia pequenas câmaras, chamadas vestíbulos, 64 e pro- vidas de pórticos . No átrio externo, havia outras câmaras . Toda a área deveria ser elevada, e alguns degraus levavam a cada por- ta . No átrio interno via-se um grande altar diante do templo, o qual ocupava o centro de uma área quadrada de cem côvados.65 Havia dispositivos diversos para toda sorte de sacrifícios e ofer- tas e instalações para acomodação dos sacerdotes, cantores e to- dos que se empenhavam no sagrado ritual . 66 A estrutura princi- pal compreendia um pórtico, um Lugar Santo, e um santuário interior ou Lugar Santíssimo, o qual era elevado acima do resto, e alcançado por meio de degraus . A planta proporcionava uma exclusividade muito maior do que aquela que havia caracteriza- do a área do Templo de Salomão ; os átrios duplos contribuíam para isso . O serviço do templo foi prescrito em pormenores; as ordenanças do altar, os deveres dos sacerdotes, o ministério dos levitas, os regulamentos que governavam as ofertas e celebra- ções foram estabelecidos .67 O propósito imediato dessa revelação na visão do profeta, parece ter sido o de despertar o povo de Israel para uma com- preensão de seu estado decaído e uma concepção de sua glória perdida. Assim foi ordenado ao profeta: "Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel esta casa, para que se envergonhe das suas maldades: sirva-lhe ela de modelo. E envergonhando-se eles de tudo quanto fizeram, faze-lhes saber a forma desta casa, e a sua figura, e as suas saídas, e as suas entradas, e todas as suas 64Conforme designado na versão revisada. 65Ezequiel 40:47. 66Versículos 44-46. 67Ezequiel capítulos 44-48 . www.SUDBR.org
  • 40. 34 A CASA DO SENHOR formas, e todos os seus estatutos, todas as suas formas, e todas as suas leis ; e escreve isto aos seus olhos, para que guardem toda a sua forma e todos os seus estatutos, e os cumpram. Esta é a lei da casa : Sobre o cume do monte todo o seu contorno em redor será santíssimo; eis que esta é a lei da casa .''68 0 Templo de Zorobabel Durante setenta anos, os judeus tinham sofrido e padecido sob o poder dos babilônios. A maior parte do orgulhoso reino de Judá fora levado cativo e, aqueles que permaneceram na ter- ra de seus pais, haviam perdido sua nacionalidade, misturando- -se em larga escala com os gentios. Com terrível exatidão, havia- -se cumprido a triste profecia de Jeremias . Por intermédio da- quele profeta, o Senhor havia dito: "Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos : Visto que não escutastes mi- nhas palavras, Eis que eu enviarei, e tomarei a todas as gerações do norte, diz o Senhor, como também a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e pô-los-ei em espanto, e em assobio, e em perpétuos de- sertos. E farei perecer entre eles a voz de folguedo, e a voz de alegria, a voz do es- poso, e a voz da esposa, o som das mós, e a luz do candeeiro. E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto ; e estas nações servi- rão ao rei de Babilônia setenta anos. "69 Entretanto, o sombrio da triste profecia fora iluminado por um raio de esperança e promessa — a certeza de que quando os setenta anos da punição do Senhor se completassem, o povo voltaria à terra da sua herança, e mais uma vez seria reconheci- do como o povo do Senhor ." O povo viveu no encorajamento dessa esperança; inspirados por ela, os profetas, mesmo durante o cativeiro, haviam buscado o Senhor e declaravam sua vontade ao povo; à luz dela, Ezequiel tinha visto na visão profética o res- tabelecimento de seu povo e a possibilidade de um, templo maior e mais grandioso do que o primeiro . No devido tempo, o Deus de Israel cumpriu sua palavra, e reivindicou novamente o seu poder como Rei dos reis; ele governou é controlou as paixões "Ezequiel 43 :10-12. 69Jeremias 25 :8-11 . Ver também 29:10. 70Veja Jeremias 25 :12-14. Também "Regras de Fé" do autor, capítulo XVII, "A Dispersão de Israel" . www.SUDBR.org
  • 41. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 35 das nações e os atos dos governantes terrenos, e mais uma vez retirou o seu povo da terra do cativeiro . A Pérsia tornara-se o poder controlador entre as nações, e pelo decreto do rei da Pér- sia, Judá foi emancipada . Eis o poder de Deus dirigindo os go- vernadores dos mortais: "No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, (para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por es- crito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia : O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra ; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel ; ele é o Deus que habita em Jerusalém. E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazenda e com gados, afora as dádivas voluntárias para a casa do Senhor, que habita em Je- rusalém." 7 Sob esta benévola permissão, o povo retornou à terra de seus pais e iniciou a construção de uma nova Casa do Senhor. Ciro tinha baixado um decreto real para que a estrutura fosse digna do grande nome ao qual deveria ser erigido — os alicerces deveriam ser firmemente assentados; a altura deveria ter sessen- ta côvados e a largura o mesmo; deveria haver três carreiras de grandes pedras e uma carreira de madeira nova ; além de tudo, as despesas seriam por conta do tesouro real. 72 O rei restituiu ao povo os vasos que tinham sido retirados por Nabucodonosor do primeiro templo — todos estes, somando a milhares, foram for- malmente entregues pelo tesoureiro do rei . 73 Tão grande foi o entusiasmo do povo, tão forte o seu desejo de participar individualmente do santo empreendimento, que muitos dos que haviam descurado sua herança, agora reclama- vam seu direito ao sacerdócio ; como, porém, suas genealogias não tinham sido preservadas, foram excluídos do sacerdócio, embora lhes fosse permitido voltar com o resto do povo . As prerrogativas de ordem sacerdotal foram-lhes negadas até que 71Esdras 1 :1-4. 72Esdras 6:3-4. 73Esdras 1 :7-11 . www.SUDBR.org
  • 42. 36 A CASA DO SENHOR alguém se erguesse com poder para declarar sua genealogia por meio do Urim e Tumim.74 Zorobabel e Jesua estavam encarregados da obra ; e sem de- mora construíram de novo o altar do Deus de Israel erestabele - ceram o ritual do sacrifício e a observância das festas sagradas. 75 Pedreiros e carpinteiros, trabalhadores e artesãos de toda espécie e grau, foram trazidos para, o serviço; novamente Tiro e Sidom foram postas sob tributo amigável, e mais uma vez a riqueza das florestas do Líbano foi trazida a Jerusalém. Sacer- dotes e levitas eram dirigidos conforme a antiga ordem, e o som das trombetas e címbalos combinava-se com as vozes dos canto- res . Haverá motivo para se admirar de que quando os alicerces foram lançados, os homens idosos que se lembravam da primei- ra Casa e de sua glória, choraram em altas vozes e no seu pranto gritavam de alegria?76 Não obstante, surgiram adversários para. colocar obstáculos no caminho dos edificadores . O povo de Canaã — israelitas que haviam esquecido sua fidelidade para com Deus, e que se ti- nham misturado com os idólatras, ofendeu-se com a atividade dos judeus que haviam retornado . Primeiramente, ofereceram- se para ajudar na obra, mas tendo sido rejeitados por causa de suas associações idólatras, tentaram obstruir, e "debilitavam as mãos do povo de Judá e inquietava-os no edificar . E alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pér- sia."77 Alegavam que antigamente o povo de Judá tinha sido um transtorno para outras nações, e que com a restauração de seu templo se tornariam novamente sediciosas . Por fim os pro- testos e acusações chegaram até Dario, o monarca reinante ; e, tendo ele investigado, todo o caso, baixou um decreto, que não só os judeus deveriam ficar livres de qualquer interrupção na construção do templo, mas que também uma porção do tributo real, os impostos regulares da terra, deveria ser dedicada à obra; e disse o rei: "Também por mim se decreta que todo homem que mudar este decreto, 74Veja Esdras 2 :61-63. "Esdras 3 :1-6. 76Esdras 3:8-13. "Esdras 4:1-6. Veja também 7-24 e cap . 5. www.SUDBR.org
  • 43. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 37 um madeiro se arrancará da sua casa e, levantado, o pendurarão nele, e da sua casa se fará por isso um monturo . Ó Deus, pois, que fez habitar ali o seu nome derribe a todos os reis e povos que estenderem a sua mão para o mudarem e para destruirem esta casa de Deus, que está em Jerusalém . Eu, Dario, dei o de- creto ; apressuradamente se execute ."78 Com tal apoio, o povo logo terminou o edifício . Embora houvessem passado quase vinte anos desde o lançamento do ali- cerce até a conclusão, a maior parte do trabalho foi feita duran- te os últimos quatro anos . Os serviços de dedicação foram sole- nes e inspiradores . Durante sete dias celebraram a festa dos pães asmos; a páscoa foi comida por aqueles que retornaram do cati- veiro e por outros que "se apartaram da imundície das gentes da terra, para buscarem o Senhor, Deus de Israel ". 79 Este, o segundo templo, foi terminado no ano 515 A .C . ; é conhecido na história como o Templo de Zorobabel . Em linhas gerais foi construído segundo a planta do Templo de Salomão, embora muitas de suas dimensões superassem as do seu protóti- po. O átrio foi dividido em uma seção somente para os sacerdo- tes e outra para o público; de acordo com Josephus, a divisão foi feita por uma cerca de madeira. 80 Um altar de pedra bruta foi erigido em lugar do magnífico altar de cobre anterior . 81 O Lugar Santo foi agraciado com apenas um candelabro em vez de dez; e com somente uma mesa para o pão da proposição, em lu- gar das dez mesas revestidas de ouro que havia no primeiro tem- plo . Também lemos acerca de um altar de incenso feito de ouro, e de alguns acessórios menores . O Lugar Santíssimo estava va- zio, pois desconhecia-se o paradeiro da Arca do Convênio desde que o povo fora levado para o cativeiro. Em muitos aspectos o Templo de Zorobabel parecia pobre em comparação com seu esplêndido antecessor e em certas par- ticularidades, na verdade, era inferior ao antigo Tabernáculo da Congregação — o santuário das tribos errantes . Os críticos eru- ditos especificam os seguintes traços característicos do Templo de Salomão não existentes no Templo de Zorobabel : (1) a Arca do Convênio; (2) o fogo sagrado ; (3) o "shekinah", ou glória 78Esdras 6:11, 12; veja versículos 7-10. 79Esdras 6:21. 80Josephus, Antiquities of the Jews : XIII, 13:5. 81Compare com Êxodo 20 :25; Deuteronômio 27:5; Josué 8:31 . www.SUDBR.org
  • 44. 38 A CASA DO SENHOR do Senhor, que antigamente se manifestava como a Presença Divina; (4) o Urim e Tumim, por meio do qual Jeová tornava clara sua vontade aos sacerdotes da ordem Aarônica; (5) o dom ou espírito de profecia, indicador da comunhão mais íntima dos mortais com seu Deus . Apesar dessas diferenças, o Templo de Zorobabel foi reconhecido por Deus e foi, sem dúvida, o local da revelação divina aos profetas devidamente constituídos. A inferioridade do segundo templo em comparação com o primeiro, é geralmente admitida; a diferença, no entanto, era mais uma questão de esplendor do que de tamanho.82 Mesmo, porém, possuindo tal glória, não deveria persistir por muito tempo. Novamente, o povo tornara-se infiel ao seu Deus, e a voz do profeta era ignorada . Outra vez, Jeová permitiu que Ju- dá fosse oprimida pelos bárbaros . Sobre a história posterior deste templo, a Bíblia traz poucos pormenores ; mas outras fon- tes nos falam de suas vicissitudes . Em conexão com a persegui- ção aos Macabeus, a casa do Senhor foi profanada . Um rei sí- rio, Antíoco Epifânio, capturou Jerusalém (168 a 165 A.C.) e cometeu irreverentes atrocidades contra a religião do povo . Sa- queou o templo e levou consigo o candelabro de ouro, o altar de incenso dourado, a mesa do pão da proposição e até rasgou os véus sagrados, os quais eram de linho puro e carmesim . Sua per- versidade foi tão longe, que propositadamente profanou o altar do sacrifício imolando porcos sobre ele, e erigiu um altar pagão no recinto sagrado. Não contente com a violação do templo, es- te iníquo monarca erigiu altares nas cidades e ordenou a oferta de animais imundos sobre eles. O ritual da circuncisão foi proi- bido sob pena de morte, e o culto a Jeová foi declarado um cri- me. 83 Como resultado dessa perseguição, muitos dos judeus apostataram e declararam que pertenciam aos medos e persas — as nações de cujo domínio tinham sido livrados pelo poder de Deus. Entre aqueles que permaneceram fiéis à religião de seus pais, encontrava-se Matatias, um sacerdote e homem preemi- nente . Foi-lhe pedido que oferecesse sacrifícios pagãos ; não so- mente recusou, mas em justa indignação, matou todos aqueles que tentaram tal sacrilégio . Esse ato provocou lutas adicionais 82Veja Ageu 2:1-4; compare com Zacarias 4:10. 83Veja Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XII, 5 :3-5 . www.SUDBR.org
  • 45. SANTUÁRIOS NAS ANTIGAS DISPENSAÇÕES 39 que duraram três anos . Judas, filho de Matatias, também alcan- çou renome e ficou conhecido como Judas Macabeu — o pri- meiro dos Macabeus . Sob sua liderança o povo retornou a Jeru- salém, encontrando o templo abandonado, como havia sido deixado pelo exército de Antíoco . Suas portas tinham sido que- bradas e queimadas ; e dentro de suas paredes cresciam ervas da- ninhas . Judas tentou limpar e reabilitar o templo ; trouxe novos vasos e repôs o candelabro, o altar do incenso, a mesa do pão da proposição e os véus, e construiu um novo altar para as ofertas queimadas. Então, no ano 163 A .C. o templo foi novamente de- dicado; e dali em diante, o acontecimento era lembrado anual- mente sob o nome de festa da dedicação . 84 No interesse da própria preservação, os judeus fizeram aliança 'com os romanos, que eventualmente se tornaram seus mestres . Durante o reinado dos Macabeus, o templo começou a decompor-se, e quando o último daquela dinastia foi sucedido por Herodes o Grande, a casa era pouco mais que uma ruína. Não obstante, as ordens sacerdotais tinham sido preservadas, restando alguma aparência de adoração ritual . A história do templo de Zorobabel fundiu-se na história do templo de Hero- des. 0 Templo de Herodes No ano 37 A.C ., Herodes I, conhecido na história como Herodes o Grande, foi colocado no trono como rei da Judéia. Ele já tinha servido sucessivamente como procurador e tetrarca, e, na verdade, havia sido rei de nome durante algum tempo, an- tes de ser levado ao trono, durante cujo período tinha estado em conflito hostil com o povo, que governava por decreto do sena- do romano . Ele chegou ao trono conhecido por sua arrogância e crueldade ; e o seu reinado foi de tirania, no qual relações fami - liares e os mais estreitos laços de sangue se provaram inúteis na proteção das vítimas de seu descontentamento . Na primeira par- te de seu reinado, levou à morte quase todos os membros do si- nédrio, o grande conselho judaico, e daí em diante, governou com severidade cada vez maior. Mesmo assim, foi bem sucedido 84Veja Josephus, Antiquities of the Jews, Livro XII, cap . 6 e 7, e II Macabeus 2 :19, 10:1-8; veja também João 10 :22. www.SUDBR.org
  • 46. 40 A CASA DO SENHOR em manter a paz com os outros governos, sendo considerado por seus chefes romanos como um hábil governador . Dentre os seus atos de crueldade está a matança das criancinhas de Belém, um assassinio planejado na esperança de incluir entre as vítimas o menino Jesus . 85 Este era o caráter do homem que se propôs substituir o tem- plo de Zorobabel, arruinado pelo tempo, por uma nova e mais esplêndida edificação . Seria imaginável que a oferta feita por tal doador fosse aceitável ao Senhor? Davi havia-se oferecido para edificar uma casa ao Senhor, mas foi impedido, porque era ho- mem de guerra. O propósito de Herodes nesse grandioso em- preendimento, era o de engrandecer a si mesmo e a nação, mui- to mais do que render uma homenagem a Jeová . A sua proposta para reconstruir ou restaurar o templo numa escala de maior magnificência foi encarada com suspeita e recebida com desa- grado pelos judeus, os quais temiam que o antigo edifício fosse demolido, e que o monarca arbitrário abandonasse o seu plano e o povo ficasse sem um templo. Para desfazer tais temores, o rei passou a reconstruir e restaurar o velho edifício, parte por parte, dirigindo a obra dé tal modo que em nenhuma ocasião os serviços do templo fossem seriamente interrompidos . Contudo, restou tão pouco da antiga estrutura, que o templo de Herodes deve ser considerado uma nova criação . A obra foi iniciada cer- ca de dezesseis anos antes do nascimento de Cristo; e, embora a sagrada casa propriamente dita estivesse praticamente concluída dentro de um ano e meio, sendo que esta parte do trabalho fora feita por um grupo de mil sacerdotes especialmente treinados para aquele propósito, a área do templo foi uma cena de opera- ções de construção ininterruptas até o ano 63 A .D. Lemos que no tempo do ministério de Cristo, o templo tinha estado em construção durante quarenta e seis anos ; 86 e naquela ocasião ttVeja Mateus 2 :1-10, 16-18 . "Uma criancinha fez o grande Herodes tremer em seu trono. Quando soube que os magos haviam chegado para saudar seu Rei e Senhor, não se detendo no palácio, mas passando para uma residência mais humilde, e quando descobriu que eles não retornariam para denunciar a criança, mandou matar todas as criancinhas de Belém com menos de dois anos . O crime foi grande; porém o número de vítimas num pequenino lugar como Belém, foi insuficiente para merecer menção espe- cial nos escritos de Josephus e outros historiadores entre os atos iníqüos de Herodes, porque não havia interesse político ." Smith's Comprehensive Dictionary of the Bible, art. "Jesus, o Cristo", p . 466. s6João 2:20. www.SUDBR.org