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Fungos - seres dependentes de matéria orgânica - Foto Paulo Gil - ZooSP
Informativo de inovação, pesquisa e conservação da
Fundação Parque Zoológico de São Paulo
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OS FUNGOS PODEM INTERFERIR NA CONSERVAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES? / EXAME COPROPARASITOLÓGICO: POR QUE UTILIZAR TÉCNICAS DIFERENTES? /
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Edição n. 40 - Março de 2019
Os fungos são organismos do Reino Fungi que possuem várias formas, tamanhos e estruturas
celulares, não produzem o próprio alimento e dependem de matéria orgânica para sobreviver. São
encontrados no solo, em vegetais, na água e principalmente em lugares úmidos e com grandes
quantidades de matéria orgânica.
São classificados em cinco grupos:
Ascomicetos - utilizados na fabricação de alimentos e medicamentos;
Basidiomicetos - são os cogumelos, que incluem espécies comestíveis como o champignon;
Deuteromicetos - causam doenças em humanos, animais e vegetais;
Quitridiomicetos - considerados ancestrais, por ser o grupo mais antigo de fungos;
Zigomicetos - causam o mofo preto em alimentos e decompõem matéria orgânica, contribuindo
com a manutenção do ecossistema.
Muitos fungos são estudados por serem capazes de causar doenças em animais silvestres como,
por exemplo, a Quitridiomicose, causada pela espécie Batrachochytrium dendrobatidis, que pode
causar a morte de anfíbios; a Criptococose, causada pelo fungo
Cryptococcus neoformans, que pode afetar o sistema nervoso central e a Aspergilose,
causada por fungos do gênero Aspergillus sp., que atinge o sistema respiratório, cérebro, rins e a
corrente sanguínea.
As técnicas mais utilizadas para o diagnóstico de doenças causadas por fungos são o exame micros-
cópico direto, onde a amostra obtida é avaliada diretamente, e a cultura fúngica, quando há a
necessidade de promover o crescimento do fungo para a identificação da espécie.
A rápida detecção ou identificação das infecções fúngicas em instituições mantenedouras
de fauna silvestre é muito importante, pois contribui para a manutenção da saúde e do
bem estar dos animais, além de evitar a disseminação do patógeno e a contaminação de outros
indivíduos.
Por Fernanda Oliveira Leal e Irys Hany Lima Gonzalez
Assim como nos humanos, os animais podem ser infectados por parasitas intestinais que podem
ocasionar sintomas como desconforto abdominal, diarréia, perda de peso e algumas vezes, até
levar a morte.
Para identificar a presença desses parasitas é feito o exame parasitológico de fezes, que consiste na
realização de métodos de análises laboratoriais com capacidade de detectar diferentes estágios
parasitários.
Dentre essas técnicas podemos citar:
Método direto: Eficaz para analisar a presença de trofozoítos de protozoários e larvas de
helmintos em movimento. Como não se trata de um método de concentração, o ideal é sempre
associá-lo a outra técnica.
Método de concentração por flutuação: Consiste na utilização de uma solução com densidade
alta o suficiente para fazer com que os parasitas (ovos, larvas, adultos, cistos ou trofozoítos)
flutuem. Dentre as técnicas mais utilizadas podemos destacar a solução saturada de Cloreto de
Sódio (NaCl), Sulfato de Zinco (ZnSO4) e açúcar.
Método de concentração por sedimentação: Indicado principalmente para a pesquisa de ovos
pesados como os de trematódeos, porém também é possível encontrar ovos e larvas de outros
helmintos e cistos de protozoários.
O Núcleo de Análises Clínicas do Departamento de Pesquisas Aplicadas da FPZSP utiliza as 3 técni-
cas citadas para a realização de exames coproparasitológicos. Como não existe um método capaz
de diagnosticar ao mesmo tempo todas as formas parasitárias, o ideal é utilizar uma combinação
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tras recebidas para chegar a um diagnóstico adequado e eficaz.
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OPAPELDASAVESNADISPERSÃODESEMENTES
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As atividades antrópicas afetam a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Essas ações prejudi-
cam as interações animal-planta, especialmente aquelas que envolvem aves frugívoras. A disper-
são por aves permite que espécies vegetais colonizem áreas distantes, potencializando o risco de
invasão quando se tratam de espécies exóticas. Essas plantas exóticas competem com espécies
nativas por recursos e podem causar alterações significativas nas comunidades vegetais.
No âmbito do Programa de Pós-Graduação em Conservação da Fauna, foi desenvolvido um projeto
que analisou as aves que se alimentam dos frutos da espécie exótica Cheflera (Schefflera
actinophylla), além da germinação das sementes, buscando avaliar o potencial de invasibilidade
dessa espécie.
O trabalho foi desenvolvido no Parque Carlos Alberto de Souza e no Parque Zoológico Municipal
Quinzinho de Barros, em Sorocaba-SP. Foram amostradas as espécies, comportamento alimentar,
frequência e a estratégia de manipulação dos frutos de Cheflera por aves de vida livre. Também
foram oferecidos frutos maduros para aves cativas do Zoológico de Sorocaba para análise das
sementes após passarem pelo trato digestório das mesmas. Já para estimar a porcentagem de
germinação foram feitos testes com sementes coletadas de frutos das árvores focais e encontradas
nas fezes coletadas das aves cativas.
Como resultados, o estudo identificou uma alta porcentagem de germinação das sementes (83,2%)
em todos os tratamentos e não houve germinação das sementes de frutos verdes. As aves que
apresentaram predominantemente o comportamento de engolir o fruto inteiro, somado com a alta
frequência de visitação e alto número de frutos engolidos (46 a 315 frutos) foram consideradas
potenciais dispersoras.
Considerando o comportamento das aves frugívoras que se alimentam da espécie, o potencial de
germinação de suas sementes e a presença de plântulas no campo, o estudo indicou que Schefflera
actinophylla possui potencial de invasão e, portanto, seu plantio não deve ser realizado.
Por Paula Guarini Marcelino, Fatima C. M. Piña-Rodrigues e Augusto João Piratelli
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ESTRATIFICAÇÃOVERTICALDEQUIRÓPTEROS
NAFLORESTAATLÂNTICA
Por serem ativamente inseridos na dinâmica das florestas, os morcegos desempenham uma gama
de serviços ecossistêmicos o que torna o grupo chave para interesses ecológicos, agrícolas e
econômicos.
Devido à estrutura de uma floresta exercer influência sobre a distribuição vertical de recursos, a
comunidade de morcegos também varia dentro dessa estrutura, porém são poucos os estudos que
exploram mais de um estrato florestal. Assim, o conhecimento existente sobre a ecologia de morce-
gos, sobretudo na floresta Atlântica, passa a ser subestimado.
É neste contexto que, dentro do Programa de Pós-Graduação em Conservação da Fauna, desenvol-
veu-se um estudo cujo objetivo foi caracterizar a estrutura da comunidade de morcegos no uso do
espaço vertical na Reserva Biológica de Paranapiacaba (Santo André – SP), através da captura de
morcegos por redes de neblina instaladas nos diferentes estratos verticais da floresta.
Durante o estudo foram capturados 117 indivíduos de 14 espécies. Os resultados apontaram que a
comunidade de morcegos da região é regulada pela estrutura vertical, com a espécie
Carollia perspicillata preferindo exclusivamente o sub-bosque. Também o uso de estratos
superiores está associado com o tamanho corpóreo para os morcegos frugívoros e à temperatura
para morcegos insetívoros.
Os resultados obtidos com este trabalho demonstram a necessidade da exploração dos extratos
superiores de florestas em inventários e programas de monitoramento de fauna.
Por Rodrigo Fescina Paste e Vlamir José Rocha
Edição n. 40 - Março de 2019
Platyrrhinus lineatus - espécie registrada no dossel da
Floresta de Paranapiacaba - Foto Rodrigo Paste
Redes de neblina instaladas no Dossel e Sub-dossel da Floresta - Foto Rodrigo Paste
Zoo é Notícia
Textos
Depto. de Pesquisas Aplicadas,
discentes do PPGCFau
e colaboradores
Diagramação
Danilo Leite/ Fuse Design
Editora científica:
Patrícia Locosque Ramos
Editora executiva:
Kátia Rancura
Fundação Parque Zoológico de São Paulo
Diretor Presidente e Técnico-Científico
Paulo Magalhães Bressan
Diretora Administrativa
Fátima Ap. V. Valente
Edição n. 40 - Março de 2019
Carollia perspicillata - espécie de sub-bosque - Foto Rodrigo Paste

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40ª edição - Zoo é Notícia

  • 1. Fungos - seres dependentes de matéria orgânica - Foto Paulo Gil - ZooSP Informativo de inovação, pesquisa e conservação da Fundação Parque Zoológico de São Paulo Edição n. 40 - Março de 2019 OS FUNGOS PODEM INTERFERIR NA CONSERVAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES? / EXAME COPROPARASITOLÓGICO: POR QUE UTILIZAR TÉCNICAS DIFERENTES? / O PAPEL DAS AVES NA DISPERSÃO DE SEMENTES DE CHEFLERA: POTENCIAL DE INVASIBILIDADE / ESTRATIFICAÇÃO VERTICAL DE QUIRÓPTEROS NA FLORESTA ATLÂNTICA
  • 2. OSFUNGOSPODEMINTERFERIRNA CONSERVAÇÃODEANIMAISSILVESTRES? Estruturas fúngicas visualizadas em microscópio - Foto Irys Gonzalez - ZooSP Crescimento de fungo filamentoso em meio de cultura - Foto Irys Gonzalez - ZooSP Edição n. 40 - Março de 2019 Os fungos são organismos do Reino Fungi que possuem várias formas, tamanhos e estruturas celulares, não produzem o próprio alimento e dependem de matéria orgânica para sobreviver. São encontrados no solo, em vegetais, na água e principalmente em lugares úmidos e com grandes quantidades de matéria orgânica. São classificados em cinco grupos: Ascomicetos - utilizados na fabricação de alimentos e medicamentos; Basidiomicetos - são os cogumelos, que incluem espécies comestíveis como o champignon; Deuteromicetos - causam doenças em humanos, animais e vegetais; Quitridiomicetos - considerados ancestrais, por ser o grupo mais antigo de fungos; Zigomicetos - causam o mofo preto em alimentos e decompõem matéria orgânica, contribuindo com a manutenção do ecossistema. Muitos fungos são estudados por serem capazes de causar doenças em animais silvestres como, por exemplo, a Quitridiomicose, causada pela espécie Batrachochytrium dendrobatidis, que pode causar a morte de anfíbios; a Criptococose, causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, que pode afetar o sistema nervoso central e a Aspergilose, causada por fungos do gênero Aspergillus sp., que atinge o sistema respiratório, cérebro, rins e a corrente sanguínea. As técnicas mais utilizadas para o diagnóstico de doenças causadas por fungos são o exame micros- cópico direto, onde a amostra obtida é avaliada diretamente, e a cultura fúngica, quando há a necessidade de promover o crescimento do fungo para a identificação da espécie. A rápida detecção ou identificação das infecções fúngicas em instituições mantenedouras de fauna silvestre é muito importante, pois contribui para a manutenção da saúde e do bem estar dos animais, além de evitar a disseminação do patógeno e a contaminação de outros indivíduos. Por Fernanda Oliveira Leal e Irys Hany Lima Gonzalez
  • 3. Assim como nos humanos, os animais podem ser infectados por parasitas intestinais que podem ocasionar sintomas como desconforto abdominal, diarréia, perda de peso e algumas vezes, até levar a morte. Para identificar a presença desses parasitas é feito o exame parasitológico de fezes, que consiste na realização de métodos de análises laboratoriais com capacidade de detectar diferentes estágios parasitários. Dentre essas técnicas podemos citar: Método direto: Eficaz para analisar a presença de trofozoítos de protozoários e larvas de helmintos em movimento. Como não se trata de um método de concentração, o ideal é sempre associá-lo a outra técnica. Método de concentração por flutuação: Consiste na utilização de uma solução com densidade alta o suficiente para fazer com que os parasitas (ovos, larvas, adultos, cistos ou trofozoítos) flutuem. Dentre as técnicas mais utilizadas podemos destacar a solução saturada de Cloreto de Sódio (NaCl), Sulfato de Zinco (ZnSO4) e açúcar. Método de concentração por sedimentação: Indicado principalmente para a pesquisa de ovos pesados como os de trematódeos, porém também é possível encontrar ovos e larvas de outros helmintos e cistos de protozoários. O Núcleo de Análises Clínicas do Departamento de Pesquisas Aplicadas da FPZSP utiliza as 3 técni- cas citadas para a realização de exames coproparasitológicos. Como não existe um método capaz de diagnosticar ao mesmo tempo todas as formas parasitárias, o ideal é utilizar uma combinação de técnicas, englobando a pesquisa dos diversos parasitas que possam estar presentes nas amos- tras recebidas para chegar a um diagnóstico adequado e eficaz. Por Adeline Elisiane Quadrini EXAMECOPROPARASITOLÓGICO: PORQUEUTILIZARTÉCNICASDIFERENTES? Edição n. 40 - Março de 2019 Ovo de Toxascaris sp identificado pelo método direto - Imagem Adeline Quadrini Cisto de protozoário ameboide identificado pelo método de sedimentação Imagem Adeline Quadrini Ovo de Oxyurus sp identificado pelo método de concentração por flutuação Imagem Adeline Quadrini
  • 4. Germinação de sementes de Schefflera actinophylla em placa de petri - Foto Paula Marcelino Bem-te-vi se alimentando dos frutos de Schefflera actinophylla - Foto Paula Marcelino OPAPELDASAVESNADISPERSÃODESEMENTES DECHEFLERA:POTENCIALDEINVASIBILIDADE As atividades antrópicas afetam a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Essas ações prejudi- cam as interações animal-planta, especialmente aquelas que envolvem aves frugívoras. A disper- são por aves permite que espécies vegetais colonizem áreas distantes, potencializando o risco de invasão quando se tratam de espécies exóticas. Essas plantas exóticas competem com espécies nativas por recursos e podem causar alterações significativas nas comunidades vegetais. No âmbito do Programa de Pós-Graduação em Conservação da Fauna, foi desenvolvido um projeto que analisou as aves que se alimentam dos frutos da espécie exótica Cheflera (Schefflera actinophylla), além da germinação das sementes, buscando avaliar o potencial de invasibilidade dessa espécie. O trabalho foi desenvolvido no Parque Carlos Alberto de Souza e no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, em Sorocaba-SP. Foram amostradas as espécies, comportamento alimentar, frequência e a estratégia de manipulação dos frutos de Cheflera por aves de vida livre. Também foram oferecidos frutos maduros para aves cativas do Zoológico de Sorocaba para análise das sementes após passarem pelo trato digestório das mesmas. Já para estimar a porcentagem de germinação foram feitos testes com sementes coletadas de frutos das árvores focais e encontradas nas fezes coletadas das aves cativas. Como resultados, o estudo identificou uma alta porcentagem de germinação das sementes (83,2%) em todos os tratamentos e não houve germinação das sementes de frutos verdes. As aves que apresentaram predominantemente o comportamento de engolir o fruto inteiro, somado com a alta frequência de visitação e alto número de frutos engolidos (46 a 315 frutos) foram consideradas potenciais dispersoras. Considerando o comportamento das aves frugívoras que se alimentam da espécie, o potencial de germinação de suas sementes e a presença de plântulas no campo, o estudo indicou que Schefflera actinophylla possui potencial de invasão e, portanto, seu plantio não deve ser realizado. Por Paula Guarini Marcelino, Fatima C. M. Piña-Rodrigues e Augusto João Piratelli Edição n. 40 - Março de 2019
  • 5. ESTRATIFICAÇÃOVERTICALDEQUIRÓPTEROS NAFLORESTAATLÂNTICA Por serem ativamente inseridos na dinâmica das florestas, os morcegos desempenham uma gama de serviços ecossistêmicos o que torna o grupo chave para interesses ecológicos, agrícolas e econômicos. Devido à estrutura de uma floresta exercer influência sobre a distribuição vertical de recursos, a comunidade de morcegos também varia dentro dessa estrutura, porém são poucos os estudos que exploram mais de um estrato florestal. Assim, o conhecimento existente sobre a ecologia de morce- gos, sobretudo na floresta Atlântica, passa a ser subestimado. É neste contexto que, dentro do Programa de Pós-Graduação em Conservação da Fauna, desenvol- veu-se um estudo cujo objetivo foi caracterizar a estrutura da comunidade de morcegos no uso do espaço vertical na Reserva Biológica de Paranapiacaba (Santo André – SP), através da captura de morcegos por redes de neblina instaladas nos diferentes estratos verticais da floresta. Durante o estudo foram capturados 117 indivíduos de 14 espécies. Os resultados apontaram que a comunidade de morcegos da região é regulada pela estrutura vertical, com a espécie Carollia perspicillata preferindo exclusivamente o sub-bosque. Também o uso de estratos superiores está associado com o tamanho corpóreo para os morcegos frugívoros e à temperatura para morcegos insetívoros. Os resultados obtidos com este trabalho demonstram a necessidade da exploração dos extratos superiores de florestas em inventários e programas de monitoramento de fauna. Por Rodrigo Fescina Paste e Vlamir José Rocha Edição n. 40 - Março de 2019 Platyrrhinus lineatus - espécie registrada no dossel da Floresta de Paranapiacaba - Foto Rodrigo Paste Redes de neblina instaladas no Dossel e Sub-dossel da Floresta - Foto Rodrigo Paste
  • 6. Zoo é Notícia Textos Depto. de Pesquisas Aplicadas, discentes do PPGCFau e colaboradores Diagramação Danilo Leite/ Fuse Design Editora científica: Patrícia Locosque Ramos Editora executiva: Kátia Rancura Fundação Parque Zoológico de São Paulo Diretor Presidente e Técnico-Científico Paulo Magalhães Bressan Diretora Administrativa Fátima Ap. V. Valente Edição n. 40 - Março de 2019 Carollia perspicillata - espécie de sub-bosque - Foto Rodrigo Paste