SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 28
Baixar para ler offline
Edição
Histórica
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BRASIL
A INTENTONA COMUNISTA DE 1935
ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO
LEMBRAI-VOS DE 35!
Há na Praia Vermelha,
na cidade do Rio de Ja-
neiro, um monumento voti-
vo edificado em memória
dos mortos da conhecida In-
tentona Comunista de 1935.
Diante dele, todos os anos,
democratas se postam em
sinal de respeito, com a es-
perança de que tempos fatí-
dicos de revoluções totali-
tárias nunca mais tenham
lugar entre nós. Essas ati-
tudes mórbidas e treslouca-
das que, 66 anos atrás, le-
varam ao derramamento de
sangue de inocentes em quar-
téis do Exército, no Nordes-
te e no Rio de Janeiro, são
apenas sombras indesejá-
veis em nossa História, coi-
sas que o tempo dissolverá
por completo. Nem por isso,
no entanto, deixarão de ser
lamentáveis, porque contra-
põem-se à idéia de liberda-
de e democracia.
A insurreição de 35, co-
mo bem recordamos, teve en-
volvimento de militares con-
taminados pela doutrina co-
munista que alguns deseja-
vam impor ao Brasil. Co-
meçou em Natal, com a par-
ticipação de graduados e sol-
dados e de quase 300 ho-
mens da guarda civil. Os re-
beldes sujeitaram a cidade,
durante quatro dias, à vio-
lência e ao saque de esta-
Uma Intentona que nunca mais deverá acontecer!
Honras fúnebres aos mortos
da Intentona Comunista de 1935,
na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro
Amemória de uma nação é um bem precioso que necessita
ser preservado, a todo custo, e relembrada constantemen-
te, para impedir que erros históricos não mais se repitam
impunemente.
A fidelidade às provas documentais existentes e disponí-
veis, deve ser a pedra de toque, da ética dos historiadores, dos
professores e dos jornalistas, quando da transmissão dos fatos
aos seus leitores, alunos e ouvintes.
Ignorá-las e/ou distorcê-las, premeditadamente, configu-
ra um crime de lesa-pátria difícil de se compreender e de
aceitar.
Todos os grandes jornais e revistas do país dispõem em
seus arquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a
Intentona Comunista de 1935, bem como daqueles vivenciados
nos anos 60. Porque então o silêncio? Porque então a prática
sistemática do engôdo intencional àqueles que desejam se
informar?
É preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer
sobre a falsidade e que a maior farsa do século XX, o comunis-
mo, seja renegada definitivamente pela sociedade brasileira.
Desejamos e esperamos que isso aconteça o mais rápido possí-
vel e assim continue durante o governo do Presidente Bolsonaro.
A FARSA CONTINUARÁ?
“O COMUNISMO não é a fraternidade: é a inver-
são do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos
homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a ban-
deira do Evangelho: bane a Deus das almas e das reivin-
dicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhe-
ce a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extingui-
ria a religião. Desumanaria a humanidade. Everteria,
subverteria, inverteria a obra do Criador”.
Rui Barbosa (1918)
O COMUNISMO
EDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICA
BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2020 - ANO XXVI - Nº 284
Site: www.jornalinconfidencia.com.br
E-mail: jornal@jornalinconfidencia.com.br
• •
Esta Edição Histórica é dedicada especialmente aos jo-
vens, civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam
somente FATOS VERDADEIROS, que não podem ser contes-
tados e necessitam ser do conhecimento daqueles que foram
vítimas de uma das maiores manipulações de consciências de
que se tem notícia em nossa História Pátria, patrocinado
pelos governos federais anteriores (FHC, Lula e Dilma),
através do Ministério da Educação.
belecimentos bancários e co-
merciais. Tropas do então 20º
Batalhão de Caçadores, de
Alagoas, e da polícia da Pa-
raíba os contiveram e resta-
beleceram a ordem.
Em Pernambuco, revol-
tosos civis, reforçados por ofi-
ciais e praças equivocados, en-
carregaram-se das atrocida-
des. Durante dois dias, com-
bates violentos foram trava-
dos em vários pontos do es-
tado, sem que os rebelados
lograssem entrar em Recife.
Duas unidades do Exército e
a polícia bloquearam-lhes a
passagem e puseram fim à re-
belião.
No Rio de Janeiro, as
proporções do movimento fo-
ram mais amplas e cruéis,
tendo sido deflagrado, simul-
taneamente, no 3º Regimen-
to de Infantaria, na Praia Ver-
melha; no 2º Regimento de
Infantaria e no Batalhão de
Comunicações, na Vila Mili-
tar; e na Escola de Aviação,
no Campo dos Afonsos. Os
amotinados, companheiros
de véspera, feriram e mata-
ram indiscriminadamente,
tentando expandir a rebelião
a todo custo. Esbarraram na
mais férrea resistência das
forças legalistas. E perderam
a luta.
Não foi essa a última
tentativa desses radicais de
conquistar o poder para es-
tabelecer uma tirania no Bra-
sil. Nas décadas seguintes,
tentaram novamente. O Exér-
cito viu-se compelido a con-
trapor-se a eles, vencendo-
os em combates de rua e em
selvas inóspitas, mesmo ex-
perimentando o desgaste de
um conflito prolongado. Não
apenas os derrotou, mas aju-
dou também a desenvolver
o País.
Quase ao final do sé-
culo passado, o tempo se en-
carregou de mostrar ao mun-
do a decadência do comu-
nismo, aniquilado por suas
próprias contradições, por
seus inúmeros erros, por sua
violência exacerbada, por
milhões de mortos que im-
puseram à humanidade. Ses-
senta e seis anos depois da-
quele trágico novembro, os
quartéis do Exército Brasi-
leiro param, por alguns mo-
mentos, para refletir sobre
essa página negra de nossa
História. Estamos conven-
cidos, mais do que nunca,
que nossa luta não foi em
vão, e que estivemos ao lado
da sociedade brasileira todas
as vezes em que esta, em sua
maioria, rejeitou o radicalis-
mo, a desordem e o terror.
Brasília, 27 de novembro de 2001
Gen Ex Gleuber Vieira
Comandante do Exército
AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR,
A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL.
LEIA NA PÁGINA 3
2Nº 284 - Novembro/2020
25 de novembro - edição das 9 horas
25 de novembro - edição das 11 horas
edição
A.
1
NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE–SEGUNDA-FEIRA,25DENOVEMBRODE1935 ANNOV–MÚMERO1.455
Sangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forças
legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –
Vencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois de
seria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridos
Rebentouummovimentomilitarextremista
em MACEIO’, RECIFE E NATAL
Os rebeldes
dominam a
capital
potyguar, cujo
governo se
transferiu para
Macahyba
Enviados para o Norte dois
cruzadores e duas esquadri-
lhas de aviões de bombardeio e
de caça – Rumaram para Re-
cife as forças do Exercito e da
Polícia da Parahyba, uma ba-
teria de artilharia e o 20º B.C.,
de Maceió
O governo organizou
séria resistencia e
espera desalojar hoje,
de seus reductos os
revoltosos
Sangrentos
combates em
Recife
As tropas legaes
retomaram a cidade
de Olinda
JornalAManhãdaAliançaNacionalLibertadora,Rio,27/11/1935
27 de novembro de 1935 - 1700h
Declarado o estado de sítio, por trinta
dias, em todo território nacional
Estado de Minas, 27 de novembro de 1935
Texto do sobreaviso dado hon-
tem, por Luís Carlos Prestes aos
seus companheiros de revolução.
“O Comitê Revolucionario, sob
a minha direção, frente aos aconte-
cimentos que se desencadeiam no
norte do paiz e à ameaça de ins-
tallação de uma dictadura reaciona-
ria decide que todas as forças da
Revolução estejam promptas para
lutar pelas liberdades populares e
para dar o golpe definitivo no governo
de traição nacional de Getulio Var-
gas
Dia e hora serão opportuna-
mente marcados".
Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1935
Luís Carlos Prestes
O AVISO DE PRESTES
aos seus companheiros
2
Em nosso poder o livro “EPISÓDIOS MILITARES” editado recentemente pelo
EME, CCOMSEX e 3º RCGd (?), sem ficha catalográfica e sem data de sua edição.
Em rica edição e esmerada diagramação e editoração, papel gessado, a cores,
apresenta cópias dos quadros pintados pelo coronel Pedro Paulo Estigarríbia, com
os principais episódios da História Militar do Brasil, desde Guararapes, passando
pelo Império, República e se encerrando com a FEB.
No capítulo 8 – As águias chegaram: – Em 1927, a Aviação passou a ser a 5ª Ar-
ma do Exército, ...a criação do 7º Regimento de Aviação e do definitivo alojamento
da Esquadrilha em Realengo, na Escola Militar... O Exército lembra-se com
orgulho desses pioneiros. (Página 90)
E omite o acontecido na Escola de Aviação Militar e do 1º Regimento de
Aviação a 27 de novembro de 1935? Os aviões Waco e Kurtiss Falcon passaram
“voando” sobre o Campo dos Afonsos e não “aterrisaram” durante a intentona
comunista naquele local. Por quê? (Inconfidência nº 134 de 27/11/2008)
EPISÓDIOS MILITARES "As águias chegaram" -
Acervo do QG/V Comar,
Canoas/RS - Episódios
militares - Pág. 91
Tela de autoria do Cel Pedro Paulo Estigarríbia
As águias chegaram
3Nº 284 - Novembro/2020
Saindo do Clube Militar, o
Presidente Vargas e o
deputado Antônio Carlos,
presidente da Câmara de
Deputados carregam o
caixão de um oficial do 3º RI
PRONUNCIAMENTO DE GETÚLIO VARGAS
Opresidente Getúlio Vargas, em pronunciamento nas primeiras horas do
ano de 1936, sobre a "Intentona", afirmou: "... Padrão eloqüente e in-
sofismável do que seria o comunismo no Brasil, tivemo-lo nos episódios da baixa
rapina e negro vandalismo de que foram teatro as ruas de Natal e de Recife,
durante o surto vergonhoso do credo russo, assim como na rebelião de 27 de
novembro, nesta capital, com o
registro de cenas de revoltantes
traições e até de assassínio, frio
e calculado, de companheiros
confiantes e adormecidos..."
Oitenta e cinco anos depois, esses bravos militares, mortos em serviço,
cujos familiares nunca pediram e nunca receberam indenizações, certamente
ainda merecem o respeito de todo o povo brasileiro. Eles tiveram a honra e o
privilégio de sacrificar a própria vida, defendendo a Pátria!
A FARSA CONTINUARÁ?
Amaior farsa do século XX, o comu-
nismo, teve sua origem na Revolu-
ção Russa de 1917, quando os bolchevi-
ques, liderados por Lênin e inspirados na
doutrina do “Manifesto Comunista”, der-
rubaram o governo provisório de Kerens-
ky, trucidaram o Czar e sua família, além
de milhões de cidadãos, para conquistar
o poder. Instalada a ditadura comunista,
é criada a União das Repúblicas Socialis-
tas Soviéticas (URSS). Lênin, Bukharin,
Stálin, Trotsky e outros cometem os maio-
res crimes contra a humanidade, assas-
sinando os adversários e os “camaradas”
ou os condenando a trabalhos forçados
nos gulags das estepes geladas da Sibé-
ria. O regime comunista soviético, em no-
me dessa ideologia ultrapassada, o mar-
xismo-leninismo, fez mais de cem mi-
lhões de vítimas e finalmente termina ru-
indo com o Muro de Berlim, em novem-
bro de 1989.
Terá sido o marco final da desvai-
rada utopia comunista? Não cremos. A Chi-
na, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã, Vene-
zuela, Bolívia e o Brasil ainda não sabem
que o muro da vergonha caiu há 31 anos.
Em nosso País, essa data passa quase
despercebida e os defensores dos “Direi-
tos Humanos”, o grupo “Tortura Nunca
Mais”, a Comissão Nacional da Verdade
e o PNDH3 e outros, se omitem perma-
nentemente (principalmente a mídia brasi-
leira venal e vendida), quando seria opor-
tuno lembrar o assassinato de estudan-
tes chineses na Praça da Paz Celestial, em
Pequim, o "paredón" e constantes pedi-
dos de asilo político de desportistas, jor-
nalistas e artistas cubanos, além dos "bal-
seros" que, diariamente, arriscam suas vi-
das fugindo da ilha da fantasia...
Mistificadores por excelência, repe-
tem hipocritamente, “ad nauseam”, sua
fidelidade à democracia e o respeito aos
direitos humanos. Tentam, por todos os
meios, mudar a História do Brasil, trans-
formando seqüestradores, assassinos,
assaltantes de bancos e terroristas em “he-
róis”, dando a eles nomes de ruas, praças
e criando espaços culturais, etc.
Criado em 1922, o PCB – Partido
Comunista do Brasil, tenta pela primei-
ra vez a conquista do poder em fins de
novembro de 1935 com a sublevação de
unidades militares, assassinando trai-
çoeiramente seus companheiros, na ca-
lada da noite, em Natal, Recife e no Rio
de Janeiro.
São derrotados pelo Governo Fe-
deral e pela total falta de apoio da po-
pulação. Do livro “Meu Companheiro”
de Maria Prestes: “Em 1935, o casal (Pres-
tes e Olga Benário) estava se dirigin-
do ao Brasil, onde se preparava o levan-
te armado que abriria uma perspecti-
va socialista para o maior país da Améri-
ca do Sul”.
No início da década de 1960, no auge
da guerra fria, a Nação sente-se ameaçada
pela falta de autoridade, inflação em alta,
greves constantes da CGT, saques, agi-
tações no campo (MST de hoje), tentati-
vas de quebra da hierarquia e da discipli-
na nas Forças Armadas e percebe a revo-
lução comuno-sindicalista iminente. Em
31 de março de 1964, Minas Gerais, repre-
sentando os sentimentos patrióticos e
espontâneos da população brasileira, aten-
dendo ao clamor popular, com o gover-
no estadual e a Polícia Militar, apóia a con-
tra-revolução iniciada pela 4ª RM (Juiz
de Fora) e ID/4 (Belo Horizonte). Mar-
charam para o Rio e Brasília, sem encon-
trar qualquer resistência. A adesão foi to-
tal e pela segunda vez os comunistas
são derrotados, sem qualquer vítima. No
Rio, a “Marcha da Família com Deus
pela Liberdade” reúne um milhão de
pessoas em homenagem às Forças Ar-
madas.
Impedidos de conquistar o poder,
os derrotados de 1964 formam grupos
subversivos treinados em Cuba, China e
URSS, que têm por finalidade a implanta-
ção de um regime comunista. Perpetram
atos de terrorismo, seqüestros de diplo-
matas e de aviões, assaltos a bancos, "jus-
tiçamentos", assassinatos, atentados
com bomba e ações de guerrilha urbana e
rural. No início da década de 1970 são der-
rotados pela terceira vez!!
Passado o profícuo regime militar,
que levou o Brasil a ser a 8ª economia
mundial, a pleno emprego, sem massacre da
classe média e do funcionalismo, com um
PIB de 9,3%, jamais alcançado pelos gover-
nos subseqüentes, todos de triste lembran-
ça, é promulgada a Constituição “cidadã”
de 1988 que, a toda hora, é estuprada se-
gundo os interesses dos porões do Palá-
cio do Planalto, conforme se constatou
nos governos de FHC, Lula e Dilma.
A Lei da Anistia, proposta pelos ven-
cedores, no governo Figueiredo, parece
obra e conquista dos derrotados. Foram
criadas a “Comissão dos Mortos e Desapa-
recidos Políticos”, a “Secretaria Especial de
Direitos Humanos” e a "Comissão Nacional
da Verdade", que premiam as famílias de
“desaparecidos” e até de vivos, com cente-
nas de milhões de reais, com o apoio de um
governo corrupto e pleno de ex-guerrilhei-
ros, ex-terroristas e ex-seqüestradores.
O ex-guerrilheiro urbano, Alfredo
Hélio Sirkis, que participou dos seqües-
tros dos embaixadores da Alemanha e da
Suíça, no livro “Os Carbonários”, lembra
que, apesar de derrotados na “guerra”,
conseguiram criar uma outra versão da
história, “nas obras literárias, memorialís-
ticas, nos audiovisuais, na TV e em CD-
ROM” – Diz ele “Se na primeira perdemos
fragorosamente, na segunda não nos saí-
mos de todo mal”. Ao final do livro, é de-
monstrado o posicionamento de grande
número de ex-guerrilheiros e ex-terroris-
tas, em atividades editoriais, na cátedra
universitária, na mídia e em cargos públi-
cos, onde muito fazem sucesso contra as
Forças Armadas, tentando denegri-las.
O “Comandante” Fidel (e seu irmão
Raúl) foi recebido festivamente no Brasil
pelas autoridades e visitado constantemen-
te pelo então presidente Lula e por comiti-
vas do PT, quando o comissário José (Daniel)
Dirceu chorava em seus ombros e a presi-
dente Dilma, presenteou Cu-
ba com milhões de dólares
que jamais voltarão e com a
construção de um moderno
porto em Havana. Che Gue-
vara é capa permanente em
cadernos e camisetas de nos-
sos estudantes e é promovi-
do constantemente no cine-
ma e pela PTV Globo. Mao
Tsé Tung e Lamarca apare-
cem na carteira estudantil da
União Colegial de Minas Ge-
rais. Mao, Fidel e Guevara ex-
portaram para nós o ódio, o
terrorismo, a subversão e a
morte e são exemplos para a
nossa juventude e endeusa-
dos pela mídia venal e pelos
livros didáticos então ado-
tados pelo Ministério da Edu-
cação.
Agora, continuam ten-
tando pela quarta vez. É a
hora e a vez do Foro de São
Paulo, que procura interfe-
rir em nossas relações inter-
nacionais, sendo o espelho
do ex-Presidente Lula, que foi ridiculiza-
do pelas ações de Evo Morales, Rafael Cor-
rea, Cristina Kirchner e até do "bispo" Fer-
nando Lugo do Paraguai, que foi defenes-
trado da presidência contra a vontade do
governo brasileiro, do próprio Foro de
São Paulo e da UNASUL. E a farsa con-
tinuou...
Entretanto, com o impeachment
da presidente Dilma, a indignação popu-
lar foi comprovada no resultado das elei-
ções municipais de 2016, onde o corrupto
PT só conseguiu eleger um prefeito, o de
Porto Velho – AC, porquanto o povo
acordou e não mais acreditou em “bolsa-
esmola” ou promessas vazias que não se
cumprem nunca, enquanto “petralhas” e
seus apoiadores de outros partidos con-
tinuavam se enriquecendo ilicitamente e
se safando da Justiça.
Mas o ano de 2018 chegou radioso
e, finalmente, no mês de abril, deu-se a
prisão do finório delinquente Lula da Sil-
va, sem que houvesse a alardeada “revol-
ta popular”, tão badalada pela esquer-
Os gulags soviéticos
A "Marcha da Família com
Deus pela Liberdade"
“É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude
afrontosa com que saíram das ruínas do 3º RI, os autores daqueles crimes, a
maneira ostensiva com que alardeavam os processos traiçoeiros que consegui-
ram dominar pelo terror.
Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar,
porque a maior virtude do brasileiro é ó esquecimento e essa virtude é quase
sempre o seu maior defeito’’.
Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1937
Gen Eurico Gaspar Dutra - Ministro da Guerra
PRONUNCIAMENTO DO GENERAL DUTRA
3
dalha, o que evidencia, à
larga, que a farsa, a menti-
ra, a enganação, a rouba-
lheira e a impunidade já não
encontram tanta guarida no
Brasil!
E vieram as eleições
de outubro/2018. Um depu-
tado federal, capitão oriun-
do do Exército, sem gran-
de projeção parlamentar,
se lança candidato à pre-
sidência da República, por
um partido nanico, sem
tempo na mídia e sem re-
cursos partidários e finan-
ceiros. Contudo, ele con-
seguiu empolgar a nação,
a despeito de lutar con-
tra um aparentemente in-
vencível aparato finan-
ceiro-eleitoral e vencer ga-
lhardamente as eleições,
derrotando corruptos e es-
querdistas de todos os ma-
tizes!
Tal episódio nacio-
nal possui relevantes di-
mensões históricas. Sim, pois de fato ocor-
reu um ponto de parada, de ruptura, um
ponto de inflexão na História-Pátria, eis
que pelo VOTO, o povo repudiou na re-
cente eleição municipal de 15 de novem-
bro petistas e comunistas, condenando,
em particular, as políticas de lesa-pátria,
há muito praticadas, de acelerada bol-
chevização do ensino e de ideologiza-
ção do ministério das Relações Exterio-
res. Como dizem renomados intelectuais,
aconteceu um “divortium aquarum” (di-
visor ou divisória de águas) nos rumos
do Brasil!!
Rendamos graças a Deus!!
Assim, hoje, respondendo ao título
deste Editorial, ousamos dizer que a Far-
sa Não Deverá Mais Continuará!!
Saudemos, pois, com alegria, o nosso
presidente, Jair Messias Bolsonaro e seu
vice, General Hamilton Mourão!!
“BRASIL ACIMA DE TUDO!
DEUS ACIMA DE TODOS!”
Publicado no Inconfidência nº 271
de 27 de novembro de 2019 e hoje atualizado
Publicado na página 3 do número 63 de 10/12/2003
4Nº 284 - Novembro/2020
27 de novembro - edição das 15 horas
Sexta-feira - 29 de novembro - edição das 11 horas
E
ste é um breve relato da rebelião comu-
nista de 27 de novembro de 1935. Por
ser apenas um resumo foram omitidos
muitos detalhes e nomes envolvidos nos acon-
tecimentos que enlutaram o País. Mesmo as-
sim, ficou demonstrado de modo insofismável
até que ponto pode chegar a ambição política
aqualquerpreço,ademagogiainconseqüentee
deletéria,adissimulação,amentiraeocinismo
de receberem dinheiro e orientação externos
para entregar a Pátria ao domínio estrangeiro.
Sejam quais forem os disfarces e os
processos utilizados, os adeptos do comunis-
mo perseguem sempre os mesmos fins. Para
isso são capazes, como vimos, de revoltantes
traições e, até, de frios assassinatos de compa-
nheiros adormecidos.
É oportuno transcrever um trecho da
Ordem do Dia do General Dutra, em 27 de
novembro de 1937:
"É preciso relembrar o vandalismo
desencadeado naquele dia, a atitude
afrontosa com que saíram das ruínas do 3º
Regimento de Infantaria os autores daque-
le crime, a maneira ostensiva com que
alardeavam os processos traiçoeiros e infa-
mes com que abateram os companheiros
que conseguiram dominar pelo terror".
"Relembrar esses fatos é certamente
doloroso. Mas é preciso relembrar, porque
a maior virtude do brasileiro é o esquecimen-
to e essa virtude é quase sempre o seu maior
defeito".
Não sabia, porém , o General Dutra que
as suas palavras eram, na realidade, uma pro-
fecia. Os revoltosos de 1935 foram anistiados
e perdoados pela sociedade, mas nem por isso
desistiram de implantar, no Brasil, um regime
comunista contrário à vontade e à índole do
nosso povo. Voltaram a perseguir os mesmos
objetivos de tomada do Poder em 1964, sendo
barradospelaRevoluçãodemocráticade31de
Março de 1964. Não conseguindo seus inten-
tos retornaram, em 1968, os insanos importa-
dores do ódio e da violência, a praticar seqües-
tros, assassinatos brutais de civis e militares,
assaltos a bancos, atitudes do mais baixo e
repugnante padrão moral, agindo em nome da
mesma soturna ideologia de seus mestres co-
munistasde1935.Deixaramumrastrodemais
de 200 mortos civis e militares, 500 mutilados
e feridos, vítimas da sanha assassina dos her-
deiros da intentona de 1935.
Podemos afirmar que o sacrifício da-
queles que combateram o comunismo não
foi em vão. Hoje no poder, os derrotados de
ontem estão podendo dar vazão plena ao ódio
que os mobilizara naquela época. No entanto é
preciso manter a vigilância, pois as intenções
deles parecem estar latentes, só aguardando
uma oportunidade para se fazer presentes.
Tudo devidamente comprovado com as cam-
panhas sórdidas e mentirosas constantemente
veiculadaspelamídiavenalevendidacontraas
ForçasArmadase,emparticular,apermanente
tentativa de denegrir o Exército Brasileiro.
A lição de 1935 permanecerá viva. As
Forças Armadas e as Polícias Militares jamais
esquecerão as páginas de luto, traição e covar-
dia que o comunismo inseriu na nossa História
e, mesmo à custa do sacrifício de vidas, nunca
permitirão que seja imposto ao Brasil um
regime contrário à sua tradição.
Esse é um dever constitucional.
Avenida Pasteur, 28/11/35: Oficiais e praças
insurretos do 3º RI quando, em atitude de
zombaria, deixam, presos, o quartel.
O chefe do movimento, Agildo Barata está
assinalado com um X
edição
A.
3
NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE–QUARTA-FEIRA,27DENOVEMBRODE1935 ANNOV–NÚMERO1.457
Dominado, no Rio, o movimento subversivo
O 3º. R.I. rendeu-se às 14 horas e 30 minutos, tendo sido a
sublevação da E. de Aviação suffocada desde cêdo
“Estou vencido.
Fui preso”
RIO, 27 (Meridional) – A reprotagem dos “Diá-
rios Associados” conseguiu falar ao capitão
Agildo Barata, minutos após a rendição do 3º R.I.
O conhecido official, que era o cabeça do movi-
mento sedicioso da tropa Praia Vermelha, foi incisivo:
- “Estou vencido. Fui preso”.
Fuzilado pelos rebeldes o 1.º tenente
Benedicto Lopes Bragança
Segundo communicações recebidas hoje pela família Bragrança o 1.º tenente Benedicto
Lopes Bragança foi fuzilado pelos rebeldes por não ter querido adherir ao movimento da
insurreição na Escola de Aviação, na qual commandava um corpo de instrucção.
O malogrado official era relacionadissimo, em Bello Horizonte, aqui tendo servido
no 10.º R.I, e aqui feito o seu curso de humanidade.
O corpo do tenente Bragança chegará amanhã nesta capital.
Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935
CONCLUSÕES
Publicado no Inconfidência nº 63 de 10 de dezembro/2003
4
O |General de Exército Pedro Luís de Araújo Braga, recebendo um
dos 200 exemplares da edição histórica do Inconfidência,
distribuídos após a cerimônia
Cel Miguez e generais Figueiredo, Campos (Comandante da
ECEME), Lessa, Castro e Bandeira
Os Generais de Exército Enzo Martins Peri,
Comandante do Exército e Rui Alves Catão,
Comandante Militar do Leste,
cumprimentando, respectivamente,
a Sra. Irma Paladini da Silveira (filha do
Capitão Danilo Paladini, assassinado
na intentona) e a sua sobrinha
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
27 DE NOVEMBRO DE 2009 NA PRAIA VERMELHA
NR: O General Campos é o atual Secretário de Segurança
Pública do governador João Doria, em São Paulo
Publicado no Inconfidência nº 147 de 21 de dezembro de 2009
5Nº 284 - Novembro/2020
EDIÇÃO DE HOJE – 10 PAGINAS NÚMERO AVULSO: - 200 RÉIS
Extinctos o 21º. e o 29º. Batalhões de Caçadores e o 3º. Reg. de Infantaria
Genese e desenvolvimento da rebellião communista
O capitão Felinto Muller, chefe de Polícia do Districto Federal, expõe detal hadamente aos “Diários
Associados” a trama sinistra e as providencias rapidas e energicas do governo federal
Luiz Carlos Prestes perdeu, em um lance, a legenda que conquistou em 11 annos
Posso assegurar-lhe que, a principio,
organisara-se um movimento políti-
co-militar de caracter verde e amarello, no
estylo dos golpes a que a Republica libe-
ral democrática nos acostumou, na longa
história de sua adaptação ao genio polí-
tico do povo brasileiro. A formação da
Alliança Nacional Libertadora, porém,
lançou os agentes e possíveis chefes
desse movimento para o segundo plano.
Este partido tinha uma ideologia
definida nos princípios communistas e o
seu chefe, sr. Luiz Carlos Prestes, há cin-
co annos anunnciára ao povo brasileiro
as suas novas inclinações anti-democra-
ticas. A rápida expansão desse partido, a
propaganda intensa dos seus ideaes nesta
capital e nos Estados, deram aos lide-
res a impressão de uma força capaz de
prescindir da collaboração das outras
correntes políticas, podendo agir por
conta própria e realizar com a figura le-
gendária do sr. Luiz Carlos Prestes, a con-
quista do poder que tantos outros de-
sejavam.
A polícia, como já tive occasião de
demonstrar pela imprensa, numa abun-
dante documentação estava certa da ab-
soluta identidade de ponto de vista da
Alliança Nacional Libertadora com o pro-
gramma communista de Prestes. A cons-
piração político-militar deixára cahir a
bandeira verde-amarella, e surgira em seu
logar e pavilhão vermelho do bolchevis-
mo.
Deante das provas irrefutáveis
de que a A. N. L. tramava a subversão
violenta do regime social e político do
paiz, o governo decidiu fechar a sua
séde e os seus núcleos em toda a Re-
publica, e desde este momento os seus
dirigentes resolveram levar avante o
plano conspiratorio, sob a chefia direc-
ta e pessoal de Luiz Carlos Prestes. Deu-
se, portanto, uma evolução na trama pri-
mitiva, de natureza política, com o in-
tuito de mudar os homens conservan-
do as instituições, para uma extensão
conspiração extremista destinada a im-
plantar em nossa terra o regime russo,
ingenuamente disfarçado na fórma de
um governo popular revolucionário.
A TACTICA
DE MOSCOU
-Convém não esquecer que os
alliancistas seguiam habilmente a tác-
tica de Moscou. Como ficára resolvido
no ultimo Congresso do Komintem, os
agentes bolchevistas e deveriam traba-
lhar sempre com os disfarces da liberal
democrocia, fingindo uma alliança com
os partidos republicanos para com-ba-
ter o fascismo, e desta fórma obter a sua
collaboração para a obra revoluciona-
ria. Os alliancista que desejavam a coope-
ração dos grupos políticos dissiden-
tes, e para não afugental-os, fingiam ter
abandonado os propósitos vermelhos
da ideologia moscovita, allegando que
o comunismo rigido seria inadaptavel ás
condições psychologicas da socieda-
de brasileira.
Nesse sentido, procuraram arti-
cular-se com elementos políticos e mi-
litares, que, a tempo, perceberam o en-
contro e retiraram a solidariedade que
haviam empenhado.
A polícia possue documentos pre-
ciosos para provar que os communis-
tas pretendiam jogar esses collabo-
radores numa cilada.
O plano era servir-se de seu apoio
para conquistar o poder popular revolu-
cionário e, depois de installado este, con-
vertel-o rapidamente, com o auxílio das
massas operarias, camponesas e arma-
das, no regimem communista, segundo o
espírito das infiltrações soviéticas. Pos-
suo no archivo da polícia, cartas em que
os líderes communistas explicam este pro-
jecto a camaradas que se mostram sur-
prehendidos com a “entente” de allian-
cismo com os grupos da burguesia liberal
democrática.
O governo popular revolucionário
era apenas uma fachada para attrahir in-
gênuos. Viria, logo depois, atrás delle, a
verdadeira revolução social, inspirada
no lemma: “pão, terra e liberdade”, com
um governo de operários, camponeses,
marinheiros e soldados de accordo com
os moldes práticos consagrados pelo
golpe de 1917 na Rússia. Prestes, ladeado pela Polícia Especial de Vargas,
depõe no Conselho de Justiça Militar, fev/37
Medidas energicas para
combater o communismo
As modificações à Lei de Segurança
Nacional, apresentadas pelo deputado
Pedro Aleixo, corrigem as deficiências da
legislação em vigor – Definidos novos
crimes contra a ordem política e social
Rio, 3 (Meridional) – Foi assignado na
pasta da Guerra um decreto concebido nos
seguintes termos:
“OpresidentedaRepublicadosEstados
Unidos do Brasil, considerando ser acto de
justiça e afim de que perdera elle nos annaes
militares, estigmatizando o crime de rebel-
dia que cometteram, decreta:
Ficam extinctos os 21º e 29º Batalhões
de Caçadores e o 3º Regimento de Infan-
taria.
Artigo 2º - São creados os 30º e 31º
BatalhõesdeCaçadoreseo14ºRegimentode
Infantaria que deverão ser immediatamente
organizadosparaconservar-sesemalteração
o effectivo consignado na organização do
Exército.
Artigo 3º - Revogam-se as disposições
em contrario.
Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1935.
104º da Independência e 47.º da República
(a) Getulio Vargas,
Presidente da Republica"
Estigmatizandoo
crimederebeldia
Extinctos o 21.º e
o 29.º B. C. e o 3º R.I.
NOSSOCOMENTÁRIO
Qualquer semelhança com os dias
atuais não é mera coincidência.
A leitura da entrevista do Chefe de
Polícia do Distrito Federal, em 1935,
revela que o processo revolucionário
comunista continua tendo as mesmas
características nos dias de hoje. Nas
fases que antecedem a tomada do poder
todas as aparências de legalidade e de
participação democrática no jogo polí-
tico. A formação de frentes e alianças
eleitorais com os partidos de esquerda e
coma"burguesialiberal"paraaforma-
ção de um "governo popular democráti-
co" continua a ser a tática dos partidos
comunistas e também de partidos que se
dizem socialistas, escondendo sua ten-
dência revolucionária.
É a tática da "via pacífica" cujo
primeiro objetivo é a conquista do go-
verno pelo caminho eleitoral legítimo. A
partir daí, o partido comunista ou parti-
do socialista revolucionário, simulando
um programa social-democrata, faz a
"acumulaçãodeforça"aqueTarsoGen-
ro (PT/RS) denomina de "reformismo
radical", tendo por objetivo a tomada
do poder.
A Intentona Comunista de 1935
que surpreendeu pela violência, pode
repetir-se de forma pacífica, pelo menos
nassuasfasesiniciais,realizadaoqueos
neo-comunistasdenominam"Revolução
Nacional Popular".
Com a chegada de elementos do
22º Batalhão de Caçadores e de uma
bateria de Artilharia da Parahyba,
os communistas pressionados,
começaram a recuar no Recife
5
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
DEPUTADO JAIR BOLSONARO
(Extrato)
Odeputado federal Jair Bolsonaro sempre foi pre-
sença constante nas solenidades da Intentona
Comunista na Praia Vermelha, conforme podemos com-
provar com fotografias publicadas em nossos jornais.
Geralmente era acompanhado de seus filhos Flávio, de-
putado estadual e Carlos, vereador pelo Rio de Janeiro.
Como é sabido foi "proibido" pelo governo petista
- comunista qualquer manifestação das Forças Arma-
das em 31 de março e 27 de novembro. Mesmo assim,
diversos Comandos continuaram realizando cerimôni-
as / formaturas nessas datas merecendo destaque as da
Praia Vermelha junto ao Monumento Votivo em home-
nagem as vítimas da Intentona Comunista de 1935, por
iniciativa do CML - Comando Militar do Leste e DECEX
- Departamento de Educação e Cultura do Exército. No
entanto, em outros destinos essas datas históricas foram completamente olvidadas e os
Comandantes da Marinha e da Aeronáutica jamais organizaram ou participaram de algum
solenidade. O Comandante do Exército, General Enzo esteve presente na Praia Vermelha.
ANO VIII NUM. 2779
Publicado no Inconfidência nº 63 de 10/12/2003
General Curado, Brigadeiro Ivan Frota, Generais Modesto, Cherém,
Denys, Deputado Bolsonaro e Generais Montezano e Burmann
Foto publicada no Inconfidência nº 185 de dezembro de 2012
E o que dizer de Natal onde foi deflagrada a Intentona e estão
sediados os Comandos da 7ª Brigada de Infantaria, da Base
Naval e da Base Aérea e ali não é promovida qualquer for-
matura sobre esse traiçoeiro evento?
Gostaria que ao assumir a presidência do Brasil
determinasse ao Ministro da Defesa que "convidasse" os
principais Comandos das Forças Armadas a realizar sole-
nidades cívica-militares relembrando 31 de março de 1964
e 27 de novembro de 1935, tal qual a Ordem do Dia do
General Hamilton Mourão quando Comandante da Briga-
da de Infantaria de Selva. São datas inesquecíveis para a
História Militar e do Brasil.
Desde sempre, o nosso futuro presidente se posicionou
contra o comunismo internacionalista, materialista e ateu.
Que o Altíssimo o proteja e ilumine para que o nosso
amado Brasil seja, de fato, um país ocidental, cristão e democrático!
Publicado no Inconfidência nº 258 de 27/11/2018
"BRASIL ACIMA DE TUDO! DEUS ACIMA DE TODOS!"
6Nº 284 - Novembro/2020
DISCURSO DO DEPUTADO FEDERAL AFONSO DE CARVALHO26 de novembro de 1946
CARÍSSIMOS LEITORES / HISTORIADORES / MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS
“Sr. Presidente:
Os tempos são outros. Nunca o
Brasil esteve tão intensamente pene-
trado de sentimento democrático e de
amor à liberdade, como atualmente. E
esse é o sentimento que prepondera
nas nossas classes armadas. Foi o que
as impulsionou para o 29 de outubro
[deposição do presidente Vargas], e,
agora, determina novamente o seu pro-
nunciamento, em defesa da Pátria e da
Democracia.
Positivismo e Comunismo vieram
a ser, no Brasil, as forças negativas,
dissolventes da ideia de Pátria, impli-
cando em desviar as forças armadas
dos seus verdadeiros rumos. De início
é o Positivismo que visa corromper o
espírito nacionalista das nossas gera-
ções militares e em favor da utopia –
humanidade, relegando para plano se-
cundário a ideia de Pátria.
O Apostolado Positivista passou
a ser o esquisito laboratório dessas
ideias, onde os adeptos de Augusto
Comte, como mais tarde o farão os dis-
cípulos de Marx e Engels, agitarão as
retortas de violentos ácidos corrosi-
vos, contra a noção de Pátria.
O Sr. Teixeira Mendes, “Papa Ver-
de” do Positivismo, prega, então, ideias,
que, hoje, dificilmente se acreditaria
pudessem ser apresentadas, se não cons-
tassem, como constam, das suas ora-
ções apostolares. Prega, antes de mais
nada, o esfacelamento do Brasil, crian-
do as chamadas Pátrias Brasileiras. Afir-
ma que os positivistas – e é grande,
então, o seu número no Exército – não
têm “o menor preconceito de integrida-
de política”. Admira-se que os demo-
cratas “olhem com tamanho horror” para
o que chama “a inevitável fragmenta-
ção política do Brasil”. Considera, des-
denhosamente, a integridade brasileira
como um simples preconceito.
Ataca o Império “porque não re-
cuou nem diante da violência e da cor-
rupção para manter a Monarquia e a
integridade da nacionalidade brasilei-
ra”. Escreve textualmente: “O Exército
não garante a tranquilidade pública
porque é insuficiente para a guerra e é
supérfluo para a paz”. Incentiva a sa-
botagem da guerra do Paraguai, cujas
glórias militares considera como sinais
de vergonha, o que levou certa vez o
General Tasso Fragoso a escrever:
“Lembro-me dessa época quan-
do os velhos generais, que haviam lu-
tado no Paraguai, escondiam as suas
condecorações de guerra, como se fos-
sem símbolos do opróbrio” [duas ob-
Transcrevemos abaixo, excertos do discurso pronunciado em 26 de novembro de 1946, na Câmara dos Deputados, pelo deputado federal por Alagoas,
Coronel do Exército Afonso de Carvalho. Trata-se de um importantíssimo documento de cunho histórico-filosófico, que foi publicado pela revista
“Nação Armada”, n° 81, de janeiro de 1947. O título da matéria é “O Militar não pode ser Comunista”. Diga-se que quando do citado discurso, o Bra-
sil, há pouco mais de um ano, retornara ao estado democrático, após a deposição, pelas Forças Armadas, do ditador Getúlio Vargas. O Partido Comunista
foi então legalizado e lançou candidatos a vários cargos eletivos. O seu líder, Luiz Carlos Prestes, foi eleito Senador. Em 1947, esse Partido foi posto
na ilegalidade, eis que subordinado ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS), do qual era uma simples Seção, e pelas agitações subversivas que
promovia em todo o Brasil. É disso e mais da nefasta ação da ideologia do Positivismo - “a Religião da Humanidade” -, que versa o magnífico Discurso.
Afonso de Carvalho foi um notável historiador, intelectual, pensador militar, escritor, poeta, político (foi Interventor em Alagoas, em 1933, membro
da Assembleia Nacional Constituinte de 1946, e deputado federal pelo estado de Alagoas), sócio de diversas instituições histórico-culturais. Ele foi um
dos maiores biógrafos do Duque de Caxias, sendo o seu referencial livro, “CAXIAS”, editado por cinco vezes; a Biblioteca do Exército o editou em
1938 e tornou a fazê-lo, em 1976, em uma edição especial, de luxo. Eis alguns trechos do antológico, histórico e científico Discurso que todo patriota
deveria ler com redobrada atenção, custodiar com esmero, e, em especial, refletir, comparativamente, com a atual e muito hostil conjuntura nacional,
sob os influxos da ação “gramscista”, orquestrada pelo Foro de São Paulo:
servações particulares: 1) o Senador
Gaspar da Silveira Martins sempre cri-
ticou, acerbamente, o pacifismo dos
positivistas, para os quais os Exércitos
deveriam se transformar em gendar-
merias e “os generais eram os grandes
assassinos dos povos”.
Ainda mais: 2) a impoluta figura
do Duque de Caxias era assaz denegrida
e apequenada pelos militares pro-
fitentes do Positivismo. Caxias só seria
reabilitado pelo Exército, de um semi-
anonimato não condizente com os tan-
tos e tamanhos serviços por ele presta-
dos ao Brasil, na paz
e na guerra, no ano
de 1925, pelo minis-
tro da Guerra, Gene-
ral Setembrino de
Carvalho...].
Enfim,oExérci-
to diminuído à sim-
ples gendarmeria e a
Pátria reduzida a vin-
te republiquetas! Era
o que queria o Apos-
toladoPositivista,fiel
intérprete das ideias
de Augusto Comte,
apóstolo ainda mais
intransigente que
Marx, das teorias do
materialismo históri-
co. Foi grande o trabalho dos constitu-
intes para que a nova Carta Magna da
República saísse escoimada dos aleijões
positivistas.
Os chefes militares, no decorrer dos
governos republicanos, tudo fizeram para
que o Exército se fortalecesse em seu
espírito profissional e no seu amor à Pá-
tria, da qual é a armadura de aço.
Na verdade, os nossos chefes mi-
litares souberam, com elevação e habili-
dade, livrar as forças armadas do primeiro
cancro (o Positivismo) que ia corroendo
as suas energias e solapando os funda-
mentos da Nação.
Chegou, agora, a vez de defen-
der-se de um outro inimigo. Os chefes
militares de hoje, e que já falaram com
a boca dos canhões em 27 de novembro
de 1935 [refere-se à hedionda “In-
tentona Comunista de 1935”, que pode
ser resumida em dois vocábulos ape-
nas: traição e covardia; e que foi uma
das ponderáveis causas imediatas para
a deflagração do glorioso Movimento
Cívico-Militar de 31 de março de 1964],
estão novamente com a palavra.
Apreciado o Positivismo [que pre-
ga a “ditadura republicana”] como con-
trário à ideia de Pátria, vejamos agora o
Comunismo [que preconiza a “ditadura
do proletariado]. Desaparece, no Co-
munismo, o conceito clássico de povo
e de Pátria. A unidade política não é
mais o povo, e sim, a classe. Dentro da
unidade – classe, o cidadão oblitera-
se, desaparece. E com ele, o povo. E
com o povo, a Pátria. Cada circunscri-
ção política deve dividir-se na classe
dos marítimos, na classe dos meta-
lúrgicos, etc. A classe é o que se tem em
vista, esteja onde estiver, no país ou
no estrangeiro.
Lê-se no Manifesto Comunista:
“Operários de todo
o mundo: uni-vos!”
O Programa do
Komintern procla-
ma: “O Proletariado
não terá pátria en-
quanto não conquis-
tar o poder político”.
Como o Parti-
do é internacional,
aqueles que o diri-
gem nos demais paí-
ses, como no Brasil,
têm o nome de Se-
cretários.
E, se em dado
momento, colidirem
os interesses de um
país com os da Rús-
sia Soviética, devem preponderar os da
URSS. Desta mesma tribuna o senador
comunista Luiz Carlos Prestes decla-
rou que no caso de uma guerra do Bra-
sil com a Rússia, ou melhor, com a
União Soviética, ele ficaria com a União
Soviética.
Como se pode supor, nessas con-
dições, que um comunista possa deixar
de atender aos compromissos interna-
cionais, intrínsecos, do seu Parido? E
se esta obediência, pelo caráter inter-
nacional do Partido, dimana, imperati-
vamente, da própria essência do comu-
nismo, como admitir-se que o militar
possa pertencer a uma organização in-
ternacional, ele que jurou defender a
Pátria com o sacrifício da própria vida?
Como admitir-se que o militar, o militar
do Brasil, possa ter outra Bandeira que
não seja aquela “que a brisa do Brasil
beija e balança?”
Como admitir-se que ao soldado,
ao marinheiro, ao aviador, se possa, sem
receio de traição, confiar-se uma arma, e
esta arma ser utilizada contra a Pátria, que
nele depositou a sua confiança?
Não podem existir duas respostas
a estas perguntas! Admitir-se um militar
comunista seria conformarmo-nos com o
mais trágico dos paradoxos.
Ninguém pode negar aos Esta-
dos Unidos da América do Norte e à
Inglaterra, o alto espírito democrático
que preside às suas instituições. E, no
entanto, o que hoje se pretende fazer
no Brasil, a Inglaterra e os Estados
Unidos já o fizeram, excluindo das suas
forças armadas todos os militares co-
munistas [acrescente-se que, após a
Contrarrevolução de 1964, foram expur-
gados das FFAA, militares indesejáveis
como os subversivos/comunistas, os cor-
ruptos e os de conduta moral incompatí-
vel com a profissão militar; desafortuna-
damente, tipos dissimulados consegui-
ram escapar daquela oportuna e benéfica
higienização, sendo o caso mais notó-
rio o do capitão desertor e traidor, fa-
cínora crapuloso, Carlos Lamarca].
Sr.Presidente.Srs.Deputados:Vou
terminar. Procurei demonstrar como as
Forças Armadas têm sido sacrificadas
por duas correntes ou partidos de senti-
do filosófico-político, fundamentados na
interpretação materialista da História: o
Positivismo e o Comunismo, e ambos
desencadeados, primeiro, contra a Repú-
blica que sucedeu à Monarquia; depois,
contra a República que substituiu a Dita-
dura, e, também, por coincidência, ambas
em sua fase perigosa de adolescência.
Continuando, Sr. Presidente, pro-
curei provar o caráter internacional do
Positivismo e do Comunismo. E, assim,
contrários à ideia de Pátria. Na Inglaterra,
Srs. Deputados, sempre se sepultaram os
sonhos dos conquistadores e a ideolo-
gia dos extremistas! Se velhos países,
como outros, reagiram às ideias de Marx,
como compreender-se que um país no-
vo, ainda em formação, como o Brasil,
possa admití-las e com a cumplicidade
das próprias classes armadas?
Impõe-se à Democracia brasileira
fortalecer o sentido afirmativo da Pátria.
Não podemos - militares e repre-
sentantes do povo -, permanecer tranqui-
lamente debaixo da abóbada, deixando
que o inimigo nos vença. Se não reagir-
mos, a abóbada ruirá. Pereceremos to-
dos. E de todos nós, que não somos co-
munistas, não sobrará um só Jeremias pa-
ra chorar sobre as cinzas dessas ruínas.
Fortaleçamos a Pátria, prestigiando
as classes armadas. Renunciemos à vas-
tidão das ideias universalistas. E perma-
neçamos intangíveis no nosso sentimen-
to pátrio, no sagrado egoísmo, no amor
ciumento do nosso desvão de telhado,
que é a nossa terra, a nossa família, a
nossa gente, a nossa PÁTRIA!”
6
Publicado no Inconfidência nº 208 de 27 de novembro/2014
7Nº 284 - Novembro/2020
Cópia do original
datilografado do
telegrama com o qual a
direção da Internacional
deu a Prestes e Ewert
ordem para agir
* Por Jarbas
Passarinho
* Coronel - Foi ministro de Estado,
governador e senador pelo Pará.
Partido Comu-
nista Brasileiro,
nascido em 1922, te-
ve vida curta, diri-
gido por Astrogildo
Pereira e Octávio
Brandão, quando em 1929 caíram am-
bos em desgraça da Terceira Interna-
cional fundada por Lênin. Poupados
por Moscou que determinou uma tré-
gua, que não durou senão até 1930. O
Komintern criticava os dirigentes do
PCB, proibiu o partido de fazer qual-
quer aliança nas eleições daquele ano,
para cultivar seus clichês: luta contra o
imperialismo, terra para os campone-
ses, afastamento dos intelectuais (As-
trogildo, Brandão, Basbaum e Paulo
Lacerda) e sua substituição por “traba-
lhadores mal vestidos e que falassem
errado”. Lembro essa passagem para
salientar uma interessante coincidên-
cia: quando o PT foi fundado, há 25
anos, pretendia manter o princípio de
partido exclusivo de trabalhadores, con-
trário a toda política de alianças com
partidos burgueses e dirigido por um
metalúrgico “mal vestido e que falava
errado”.
Prestes só seria recebido na Ter-
ceira Internacional, ou Komintern, em
1931, quando aceitou pagar o que se
chamava outrora, nos clubes de grã-
finos, uma luva. Para ser recebido na
ilustre companhia dos revolucionários
mundiais, pagou “20 mil dólares do
fundo recebido de Getúlio Vargas de-
zesseismesesantes”,como revelou Wil-
liam Waack, no seu livro Camaradas,
comprovado no acesso que teve aos
arquivos de Moscou, após o colapso
daUniãoSoviética,CapítuloOuroPara
Moscou, página 43. João Alberto, em
A Marcha da Coluna, confirma o en-
tendimento com Getúlio, para que Pres-
O LEVANTE COMUNISTA DE 1935: REFLEXÕES
tes chefiasse a Revolução de 1930. Ele
desviou os recursos para cumprir exi-
gência do Kominforn, o mesmo Komin-
forn que lhe daria ordem para o levante
de 1935 e dava (ou retribuia) dólares
para chefiar o levante no Nordeste e no
Rio de Janeiro. É a prova do “Ouro de
Moscou”.
Acho que Prestes vacinou o Exér-
cito com esse levante, que deixou mar-
cas indeléveis de traição e covardia,
quebrando um princípio de lealdade
pertinente à vida castrense, em exem-
plos históricos co-
mo o dos aviadores
na 1a
Guerra Mun-
dial. Quando um ad-
versário era abatido,
o contendor vitorio-
so passava em vôo
rasante sobre o ven-
cido e lhe fazia con-
tinência. Lee, o fa-
moso general que
comandou o Exér-
cito dos Confede-
rados na Guerra de
Sucessão americana, era instrutor em
West Point, quando a guerra eclodiu.
Despediu-se da escola, comandada
por superiores seus, adeptos de Lin-
coln, com a tropa que ele iria comba-
ter formada em saudação. Não há du-
vida que eram tempos muito passa-
dos, em que a guerra tinha uma com-
ponente romântica. Mas em 1935, o
comandante do 3o
RI, onde estava
preso o capitão comunista Agildo Ba-
rata, tinha absoluta confiança nos seus
subordinados.Doisdeles,fizeram o con-
trário dos exemplos românticos. Um
capitão que devia favores ao Coman-
dante, jurou-lhe ajoelhado que era falsa
a informação que o Coronel recebera
de que o Regimento se levantaria no dia
27 de novembro e que o capitão era
um dos seus líderes. Pois ele mes-
mo, altas horas da madrugada, cum-
priu as ordens que Prestes fizera che-
gar, escritas, a Agildo Barata. Preo-
cupado com as informações que re-
cebera do Ministério da Guerra, de-
terminou o Comandante a um tenen-
te seu secretário, que instalasse uma
metralhadora visando a subunidade
suspeitada. O tenente, que tinha um
parente na intimidade do Palácio do
Catete, com Getúlio Vargas – e daí a
insuspeição dele -
acabou usando a
metralhadora em
apoio aos comunis-
tas rebelados.
Na Escola de
Aviação, um ofi-
cial que faço ques-
tão de não sujar
com seu nome es-
te papel em que es-
crevo, foi encar-
regado de matar o
tenente Danilo Pa-
ladini, sabidamente anticomunista.
Cobriu o revólver com um jornal e,
numa escada em que Paladini se en-
contrava, chamou-o perguntando se
lera o jornal. Quando a vítima des-
ceu uns degraus, o covarde o matou
com tiros do revólver escondido no
jornal.
Outros covardes, também, suja-
ram a história castrense no Brasil. Um
exemplo é o do tenente Bragança, avi-
ador. Cumprindo seu dever, dirigiu-se
de trem para o subúrbio de Deodoro,
no Rio de Janeiro, com um colega, pa-
ra apresentarem-se em sua unidade,
que não sabia já rebelada. Apanhou-os
um capitão (um facínora que vim a co-
nhecer no Congresso quando votamos
a lei de anistia), dono de um pequeno
automóvel. Sentaram-se os dois ofi-
ciais nos bancos de trás. O capitão,
sacando uma parabelum dirigiu-se
primeiro ao tenente Bragança, dizen-
do estar a unidade de aviação revol-
tada obedecendo Prestes e pergun-
tou se aderiam. O tenente corajosa-
mente respondeu que não. Levou um
tiro fatal. O outro abriu a porta do
automóvel e jogou-se para fora, pro-
tegido pelo lusco fusco e da frágil
vegetação de Marechal Hermes. Foi
salvo porque o gatilho da arma não
percutiu a bala. Dele eu li, já sena-
dor, o depoimento que deu no Tribu-
nal de Segurança criado por Getúlio,
revelando como se dera a morte do
tenente Bragança. Mas, quando ca-
pitão instrutor do CPOR de Belo Ho-
rizonte, fui companheiro de seu ir-
mão, o capitão Bragança, um oficial
de escol, cuja família tinha sido com-
pelida a não revelar o que sabia, para
que nas Comemorações da Intentona,
na Praia Vermelha, a ferocidade e a
deslealdade dos comunistas fosse en-
fatizada como eles matando até mi-
litares dormindo. Coisas de políti-
cos e não exatamente da política como
a descreve Max Weber.
O Presidente Collor determi-
nou que as comemorações da Praia
Vermelha, nos 27 de novembro não
mais fossem realizadas, para recon-
ciliação da família brasileira. Pas-
sara a ser lembradas nos quartéis.
Agora, nem isso. São substituídas
pelo culto, de Dom Paulo Evaristo
Arns e do rabino Sobel ao comunista
Wladimir Herzog. Assim se faz a his-
tória.
(Publicado no Inconfidência nº 88 de 27/11/2005)
Cobriu o revólver com um
jornal e, numa escada em
que Paladini se
encontrava, chamou-o
perguntando se lera o
jornal. Quando a vítima
desceu uns degraus, o
covarde o matou com tiros
do revólver escondido
no jornal.
Acuse-os do que você faz.
Xingue-os do que você é.
LenineLenineLenineLenineLenine
CAMARADAS
Nos arquivos de Moscou
A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935
WILLIAM WAACK
Este livro não foi feito para fa-
vorecer alguns em detrimento
de outros, nem para retomar deba-
tes e pontos de vista totalmente ul-
trapassados com o fim da Guerra
Fria. No entanto, é inevitável que
alguns mitos, imagens, carreiras e
reputações – e crenças – saiam pro-
fundamente abalados ao final des-
tas páginas. Berlim, setembro de 1993
Também usava os nomes de “Frida
Leuschner”, “Ana Baum de Revi-
dor”, “OlgaSinek”,“OlgaBergnerVilar”
e “Zarkovich”; alemã, membro do IV
Departamento do Exército Vermelho
(Inteligência Externa); casada na URSS
com B. P. Nikitin; viajou em dezembro
de 1934 ao Brasil, acompanhando Luiz
Carlos Prestes, cumprindo missão
que lhe fora atribuída pela EKKI. Foi
OLGA BENÁRIO - A VERDADE
presa no Brasil em 6 de março de
1936, juntamente com Prestes, com
que teve uma filha, sendo deportada
para a Alemanha, onde morreu, em
1942, em um campo de concentração.
O seu grau de importância na
hierarquiadaespionagemsoviéticadeu-
se no episódio de reconhecimento de
sua morte e nas motivações nazistas
para a liquidarem.
“Camaradas" é um livro cuja leitura se diria recomendável a todos os
brasileiros mas obrigatória ao público militar. Obrigatória, por traduzir-se o seu
texto na mais ampla e irretorquível defesa da ação anti-comunista em que se
envolveram as nossas Forças Armadas, desde 1935. A nossa luta, e a nossa vi-
tória foram o triunfo da razão. Honra aos sacrifícios e ao sangue derramado em
decênios de confronto com a maior aberração que produziu o pensamento
humano, o comunismo.
E estejamos certos! O “patrulhamento ideológico” ainda não foi desmon-
tado no Brasil. A obra de Waack não irá figurar nas famosas listas dos mais
vendidos que a mídia repete em seus suplementos. Corrijam-nos, no futuro se
estivermos errados!
William Waack
(Publicado na revista do Clube Militar de dezembro/1993)
* Tenente-Coronel Antônio Gonçalves Meira
Camaradas - Por William Waack
7
O
8Nº 284 - Novembro/2020
A INSURREIÇÃO DE 27 DE NOVEMBRO
ESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR
Oinício da revolta na AVIAÇÃO
coincidiu, differença de poucos
minutos, com a do 3º REGIMENTO
DE INFANTARIA.
Em vasta área, quasi toda aber-
ta, situada entre a Estrada Rio-São Pau-
lo, a Estação de Deodoro e a Invernada
dosAffonsos,estáaESCOLA DE AVIA-
ÇÃO MILITAR.
Dentro dessa área vários pavi-
lhões se distribuem a esmo; uns, ser-
vindo de quartéis e alojamentos, ou-
tros, de officinas e hangares.
Duas entradas lhe dão accesso;
ambas situadas à margen da Estrada
Rio-S. Paulo, sendo que uma dellas,
a mais utilizada hoje, está localizada
na embocadura de um caminho que
vae ter à Enfermaria.
Foi por esta que, pouco antes
das três horas da madrugada de 27,
penetrou na ESCOLA o automóvel do
Capitão SOCRATES, conduzido, além
deste, o Capitão AGLIBERTO e os
Tenentes BENEDICTO e DINARCO,
emquanto que o Tenente IVAN ali pe-
netrava pelo outro portão afim de su-
blevar a guarda de serviço.
A promptidão e a vigilância na
ESCOLA, em conseqüência dos acon-
tecimentos de Natal e Recife, não era
rigorosa e geral como no 3º REGI-
MENTO DE INFANTARIA, mas ape-
nas parcial, e comprehendia a Compa-
nhia de Guardas, a Extranumeraria e a
Companhia de Alumnos do Curso de
Sargentos Aviadores.
Os serviços de segurança, en-
tretanto, foram augmentados na noi-
te de 26 para 27, em face dos boatos
que circulavam.
O Commandante, Tenente-co-
ronel IVO BORGES, que vinha de há
muito desconfiado da actuação dos
Capitães SOCRATES E AGLIBER-
TO, dera terminantes ordens aos ele-
mentos encarregados da fiscaliza-
ção dos portões de entrada, que não
permittissem o ingresso na ESCO-
LA de qualquer vehiculo, mesmo
conduzido officiaes.
As ordens não foram, porém,
cumpridas pelo Sargento ALVARO
BELGA, que com um Grupo de Com-
bate, guardava a Estrada que vae ter à
Enfermaria e por onde penetrou, sem
ser embaraço em sua carreira, o auto-
movel do Capitão SOCRATES.
Há muito já se achavam na ES-
COLA, alli chegados “por acaso” “ou
para saberem das novidades”, os Te-
nentesCARLOSBRUNSWICKFRAN-
ÇA e JOSÉ GAY DA CUNHA.
O Commandante, o Major BEN-
TO RIBEIRO CARNEIRO MONTEI-
RO e o Capitão JORGE GOMES RA-
MOS, que rondavam pela Estrada
Rio- S. Paulo, ao verem passar ve-
lozmente, sem encontrar obstáculos,
o automóvel do Capitão SOCRATES,
interpellaram o Sargento BEL-
GA, que explicou ter deixado
passar o vehiculo por condu-
zir officiaes da ESCOLA.
Deu-lhe ordem o Tenen-
te-coronel IVO BORGES que
o acompanhasse juntamente
com o seu Grupo de Combate,
afim de verificarem o que pre-
tendia a ESCOLA, áquellas ho-
ras, SOCRATES e seus com-
panheiros.
Foi então que se ouviram
os primeiros tiros partidos das
proximidades do local onde pa-
rara o automóvel, e acto conti-
nuo, recebiam o Commandante,
o Major BENTO RIBEIRO e o
Capitão GOMES RAMOS uma
rajada de fuzil metralhador do
GrupodoSargentoBELGA.Gri-
taram os officiaes que não ati-
rassem, quando nova rajada se
fez ouvir.
Surprehendidos e im-
possibilitados de, no local, to-
marem qualquer attitude de
reacção, ou providencia effi-
ciente, referem o Coronel IVO e o ma-
jor BENTO a fls. 1.536 e 1.540 do 6º
volume, dirigiram-se para a Escola Mi-
litar, posto de commando da 1ª Bri-
gada de Infantaria, onde se apresen-
taram, tendo por sua vez conseguido
o Capitão GOMES Ramos alcançar o
Batalhão Escola, onde solicitou as
primeiras providencias.
A esse tempo, o automóvel con-
duzindo SOCRATES, AGLIBERTO,
IVAN E DINARCO, defrontava a Com-
panhia de Alunnos, onde nas proximi-
dades se achavam dois Grupos de Com-
bate commandados pelos Tenentes
BENEDICTO LOPES BRAGANÇA e
OSWALDO BRAGA RIBEIRO MEN-
DES.
Colhidos de imprevisto e envolvi-
dos pelos officiaes revoltosos, emquanto
parte da tropa dispersava aos gritos de
“Viva a revolução”, eram presos os
Tenentes Bragança e Mendes e recolhi-
dos ao automóvel, sob a vigilancia do
Capitão AGLIBERTO VIEIRA DE
AZEVEDO.
Foi ahi, que este official, segun-
do refere o Tenente RIBEIRO MEN-
DES, cujo testemunho é corrobarado
pela prova indiciaria, friamente assas-
sinou o seu collega Tenente BRA-
GANÇA.
Em outros sectores, agiam os
Tenentes BENEDICTO DE CARVA-
LHO e IVAN RAMOS RIBEIRO, au-
xiliados pelos Tenentes DINARCO,
GAY e FRANÇA e pelo Aspirante
WALTER.
Sublevaram assim a Companhia
de Alumnos e a de Guardas, ao mesmo
tempo que eram presos os officiaes
que não adheriam à insurreição.
OCapitãoARMANDODESOU-
ZA E MELLO, e o Tenente DANILO
PALLADINI foram mortos pelos re-
voltosos logo no inicio do assalto.
O Tenente Coronel EDUARDO
GOMES, Commandante do 1º REGI-
MENTO DE AVIAÇÃO, quando re-
pellia um ataque á sua unidade, dirigido
pelos revoltosos SOCRATES E IVAN,
foi ferido na mão por um dos compo-
nentes do Grupo de Combate deste
ultimo.
Mas já as forças do Governo
atacavam a AVIAÇÃO e o Grupo Es-
cola começava o bombardeio.
Dentro em pouco os rebeldes
capitulavam, e os chefes, sem a cora-
gem de enfrentarem a derrota, pu-
nham-se em fuga desordenada, aban-
donando seus commandados.
Como tivemos occasião de
resaltar em trecho deste relató-
rio, era evidente que os planos do
movimento não se poderiam cir-
cumscrever a dois quartéis, elles
necessariamente envolveriam ou-
tras unidades e estabelecimentos
militares.
De facto: no Quartel-General
da 1ª Região, o Tenente AUGUSTO
PAES BARRETO que, na noite de
26, descera da Villa Militar, com-
mandando uma Companhia do 2º
REGIMENTO DE INFANTARIA,
era preso quando procurava, logo
de chegada áquelle Quartel, alli-
ciar elementos para a insurreição
armada, que irromperia na ma-
drugada de 27, tendo como che-
fes, entre outros, o Capitão LUIZ
CARLOS PRESTES e o Dr. PE-
DRO ERNESTO (Fls. 1.787 do
7º volume).
Na VillaMilitar,PAULO MA-
CHADO CARRION e possivel-
mente SOVERAL FERREIRA DE
SOUZA, SAMUEL LOBO,ALDO-
BRANTINO CHAVES SEGURA e
outros, juntamente com inferiores e
praças, ficaram impedidos de executar
os planos que traçaram, dada a acção
efficaz dos commandantes de suas
unidades.
NO CENTRO DE PREPARA-
ÇÃO DE OFFICIAES DA RESERVA
eram presos LAURO FONTOURA e
HELIO DE ALBUQUERQUE LIMA,
alliciadores de elementos para a re-
bellião naquelle estabelecimento de
ensino militar.
Finalmente,noGRUPODE OBU-
ZES, em S. Christovão, foi descoberta
a trama da revolta que estava articula-
da entre inferiores e praças daquella
unidade. (Páginas 18, 19, 20 e 21 do
relatório)
Ha ainda a referir episodio occor-
rido com os officiais presos no
Casino, para onde foram transpor-
tadas, adredemente, caixas de gra-
nadas, e que não teve por epilogo o
sacrifício de todos, graças á inter-
venção do Capitão JOSÉ LEITE
BRASIL, que se oppoz, como che-
fe que também era, ás ordens dos
Capitães AGILDO e ALVARO de
SOUZA, que, convencidos da der-
rota, queriam o extermínio dos pri-
sioneiros.
(Página 17 - Setembro/1936)
RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTO
DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRICTO FEDERAL
Descarga de tiro de fuzil realizada por uma representação do 12º BI,
envergando o uniforme da época, em homenagem ao Capitão
Benedicto Lopes Bragança, no cemitério do Bonfim,
em Belo Horizonte (2004 )
8
Publicado no Inconfidência nº 88 de 27 de novembro de 2005
9Nº 284 - Novembro/2020
* Cel. Aluísio Madruga
de Moura e Souza
Autor dos livros:
• Guerrilha do Araguaia – Revanchismo – A Grande Verdade
• Documentário – Desfazendo Mitos da Luta Armada
PEDIDOS: guearaguaia@uol.com.br
A INTENTONA COMUNISTA
Apresento, a seguir, al-
guns detalhes dos as-
sassinatos do Capitão Danilo
Paladini e do Capitão Bene-
dicto Lopes Bragança, para
que o leitor tenha para sem-
pre na mente, até onde che-
gou a covardia dos que fizeram a Intentona.
Com já citei, o comunista Barbosa Lima
Sobrinho escreveu na orelha da contra capa do
livro de Hélio Silva – 1935 - A Revolução Ver-
melha: “não houve ninguém, oficial ou sol-
dado, assassinado na cama pelos companhei-
ros sublevados. Os que morreram, morreram
lutando”, o que é uma grande inverdade. Bar-
bosa Sobrinho certamente não leu os jornais da
época e nem se aprofundou no tema, ou teve a
intenção deliberada de distorcer os fatos em
defesa de seus camaradas comunistas.
No caso específico, do Tenente Danilo
Paladini, promovido a Capitão pós-morte, ti-
ve a grata satisfação de ter sido comandado
do General Mário César Azevedo da Silveira,
esposo de dona Irma Paladini Azevedo da Sil-
veira, filha do Capitão Paladini e de dona Ze-
lina Paladini.
Sabendo que eu estava escrevendo um
livro no qual abordaria a Intentona, gentil-
mente dona Irma me permitiu acesso a um diá-
rio de campanha do seu pai, escrito dia após
dia, iniciado em 1º de agosto de 1924 e findo
em 23 de março de 1927, bastante útil para
conhecimento das questões desse período que
antecedeu a Intentona.
O referido diário conta a sua participa-
ção na manutenção da ordem governamental
em duas revoltas ocorridas no interior do País,
mais precisamente na região norte (Pará e
Amazonas) e no interior de Minas Gerais e do
antigo Estado de Goiás.
Como relatei em artigo anterior, consta
na página 75 do livro do ponderado Gen. José
Campos de Aragão, participante da resistência
no 3º Regimento de Infantaria no Rio de Janeiro
a seguinte afirmação: “o capitão Armando de
Souza Melo e o tenente Danilo Paladini, que
repousavam no momento da insurreição, fo-
ram mortos pelos revoltosos ainda aturdi-
dos quando se levantavam”.
No entanto, dona Irma tem versão dife-
rente das publicadas em livros a respeito da
morte de seu pai. Segunda sua mãe, um sar-
gento, cujo nome não se recorda, a procurou e
lhe contou como o seu marido, Tenente Paladini,
foi assassinado friamente: disse-lhe o sargen-
to: “eu e o Tenente Paladini regressávamos
da ronda e, quando subíamos as escadas que
davam acesso ao alojamento, ouvimos uma
voz que chamou. Paladini! Ato contínuo ouviu-
se um disparo de arma de fogo que o atingiu
nas costas. Então eu o arrastei até o aloja-
mento, colocando-o sobre um sofá. Começa-
Sobreleva notar que ha nestes autos a prova de que
AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO foi autor do as-
sassinio do Tte. Benedito Lopes Bragança.
O Tte. Oswaldo Braga Ribeiro Mendes a fls. 612 do
3º volume e, posteriormente, no depoimento de fls. 1.547
do 6º volume, diz:
“ A partir do momento da chegada do auto do
Cap SOCRATES não mais vi o Cap. Armando (Arman-
do de Sousa e Mello). O Tte. BRAGANÇA (Benedito Lo-
pes Bragança) foi desarmado immediatamente, attri-
buindo eu o facto de não me terem desarmado a ter en-
costado no carro colhido pela surpresa. Ao que apare-
ce na direcção da Casa dos Pilotos, VISOU FRIAMEN-
TE O TENENTE BRAGANÇA E ATIROU, TENDO O
REFERIDO TENENTE SOLTADO UM GEMIDO E
CAHIDO PARA O SEU LADO DIREITO, DENTRO DO
CARRO, ASSASSINADO SEM DEFESA. Ao ver que o
Cap AGLIBERTO que estava a nossa esquerda apon-
tava para mim e notando pela sua physionamia que
elle ia atirar-me, levantei a mão na sua direcção ex-
clamando: Mas AGLIBERTO! Apesar disso, o referi-
do Capitão apertou o gatilho, tendo o revólver falhado.
Aproveitando-me do seu movimento de surpresa, con-
segui empunhar meu revólver e atirar apressadamen-
te na sua direcção pela porta do carro, o que occasionou
sua fuga em direcção ao capinzal que vae ter á Enfer-
maria”.
O Ex-Sargento AZOR GALVÃO DE SOUZA, pres-
tando declarações a fls. 2.026. do 9º volume, a proposito
do facto acima descripto, informa:
“Que quando procurava essas granadas, notou que
um dos officiaes que se achavam no automovel estava ar-
mado; que cumprida essa missão, afastava-se do local, no
qual já não se encontrava o Tte. BENEDITO (Benedito de
Carvalho), quando ouviu um disparo de revólver, ao mes-
mo tempo em que varios elementos que alli se achavam
dispersaram, permanecendo apenas junto ao automovel do
lado do volante o Cap AGLIBERTO, donde conclue o de-
clarante ter sido este official o autor do tiro... Que reaffirma
ter sido o Cap AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO o
único official que se achava no momento ao lado do citado
automovel e que estava armado com um revólver nickelado;
que logo após o tiro, o Cap AGLIBERTO sahiu correndo
na mesma direção em que corria o declarante”.
A accusação que pesa sobre AGLIBERTO de ter fria e
covardemente assassinado o Tte. BENEDITO LOPES
BRAGANÇA, por isso que este official se achava preso e
desarmado, embora elle a conteste nas declarações de fls.
2.151 do 9º volume e na acareação de fls 2.201 está evi-
dentemente provada nos autos, não só em face dos ele-
mentos acima transcriptos, de uma claresa e precisão ra-
ras, como ainda frente á prova indiciaria reunida.
Momentos antes dos factos acima descriptos já o
accusado, o Cap SOCRATES e o Tte. BENEDITO DE CAR-
VALHO ameaçavam de morte o Tte BRAGANÇA, affirma
o Cabo JANCY SGARBI D´AVILA nas declarações que
prestou a fls 1.709 do 7º volume.
RELATÓRIO DO
DELEGADO EURICO
BELLENS PORTO
Agliberto Vieira de Azevedo (Páginas 112 e 113)
COMO SE VERIFICOU A
SENSACIONAL OCORRÊNCIA
DA MANHÃ DE ONTEM EM
CACHAMBÍ
Após prestar declarações na
Polícia Central, o chefe
extremista foi recolhido
incomunicavel à Polícia
Especial - Pormenores da
importante diligencia policial
Luís Carlos Prestes, já na Polícia
Central, preso três meses depois
do levante communista
A prisão de Luís Carlos Prestes
NR: Este precioso documento histórico – Relató-
rio elaborado pelo Delegado Eurico Bellens Porto da
Polícia Civil do Districto Federal – A Insurreição de 27
de Novembro, com 267 páginas encadernadas pelo
Grupo Inconfidência, encontra-se à disposição de
nossos leitores. E também de historiadores, jornalistas
e professores que fingem não conhecer a verdadeira
História do Brasil, deturpando-a com a conivência do
Ministério da Educação, das Secretarias Estaduais de
Educação e principalmente, da mídia venal e vendida
ao governo petista.
va uma grande confusão”.
Como dona Zelina, mãe de dona Irma,
fez questão de guardar a farda usada por seu
esposo no dia em que foi assassinado, para que
a acompanhasse quando do seu falecimento,
tive a honra de estar com a túnica da farda em
questão nas mãos e constatar que o tiro fora
dado pelas costas, saindo na altura do coração.
Pena que dona Zelina já não possuía memória
para nos contar detalhes do que soubera pelo
sargento em questão. Não importa! Matar um
ser humano dormindo, ainda sonâmbulo ou
pelas costas é a mesma coisa. Não é combate,
não é luta, é traição e covardia.
Tendo corrido risco de morte em tantas
oportunidade, como pude verificar em seu
diário, o Capitão Paladini jamais imaginou, que
por ironia do destino, iria morrer dentro do
quartel em que servia e que, portanto, julgava
local altamente seguro, por um ato mesquinho
e covarde, praticado por um companheiro de
profissão com quem convivia diariamente.
Quanto ao Tenente Benedicto Lopes Bra-
gança, segundo depoimento do 2º Tenente
Aviador Oswaldo Ribeiro Mendes, o mesmo
foi “assassinado sem defesa pelo Capitão
Agliberto Vieira de Azevedo, dentro do carro
do Capitão Sócrates Gonçalves”.
Não estava, portanto, lutando, mas no
banco traseiro de um automóvel.
Declara o Tenente Ribeiro Mendes: “es-
távamos decaronanocarroquefoiretidoquan-
do adentrávamos no quartel. Ao retirar-se o
sargento que nos parou, continuamos sob a
guarda do Capitão Agliberto. Ao ouvir o pri-
meiro tiro disparado, ao que parece, na dire-
ção da casa dos pilotos, Agliberto visou fria-
mente o Tenente Bragança e atirou, tendo
este soltado um gemido e caído para o seu
lado direito, dentro do carro, assassinado sem
defesa. Vendo que o Capitão Agliberto, à nos-
sa esquerda, apontava a arma para mim e
notando pela sua fisionomia que ia atirar,
levantei as mãos exclamando: mas Agliberto!
Apesar disso, este apertou o gatilho, tendo o
revolver falhado. Aproveitei-me do seu mo-
mento de surpresa, consegui empunhar meu
revólver e atirar apressadamente pela porta do
carro, o que ocasionou sua fuga na direção do
capinzal que vai até a enfermaria”.( pg. 80 do
livro do Gen. José de Campos Aragão).
Alguns outros exemplos poderiam ser
citados. No entanto, imagina-se que os da-
dos até aqui fornecidos sejam suficientes o
bastante para nos permitir afirmar que nem
todos os que morreram, morreram lutando
como de maneira desavergonhada os comu-
nistas continuam apregoando.
9
Publicado no Inconfidência nº 134 de 27 de novembro/2008
10Nº 284 - Novembro/2020
Acabo de ler seu magnífico livro so-
bre as “Origens e Transformações do Ma-
terialismo Histórico”. Rica de informes
que merecem fé, abundante de ensinos e
segura nas conclusões e na crítica, esta
obra está destinada a despertar na consci-
ência dos brasileiros e na ação dos poderes
públicos um sentido de vigilância maior
contra os perigos do comunismo.
Na verdade, porque a ideologia polí-
tica dos Soviets, pela sua crueza materialis-
ta e a sua técnica de anulação dos valores
morais, repugne à nossa compreensão e
aos nossos sentimentos de povo formado
na doutrina cristã, e tambem porque não
temos, salvante os estudiosos do assunto,
uma atenção prevenida capaz de surpreen-
der os índices esparsos da propaganda
bolchevista, - o certo é que damos uma
credulidade displicente à existência daque-
la propaganda no Brasil.
Da memória pública, que é sempre
fraca, se vai apagando, até a lembrança do
sangue derramado na revolução vermelha
do 3º Regimento de Infantaria e da Escola
de Aviação, nas revoltas comunistas de
Recife e nos três dias aziagos do gover-
no soviético instalado no Rio Grande do
Norte, em o ano trágico de 1935...
Raros são os que sabem, como eu,
que no fichário do Tribunal de Segurança
Nacional figuram vários milhares de co-
munistas cujas atividades partidárias se
acham documentadamente comprovadas
nos respectivos processos.
Essa parcela, entretanto, é apenas
um índice dos que atuaram às claras. Por-
que a maioria dos adeptos do credo mos-
covita continua agindo às ocultas, e cau-
telosamente, nos setores da vida públi-
ca, onde pode penetrar, especialmente,
nos círculos publicitários e em outros meios
de propaganda.
Os que foram colhidos em proces-
sos são, sem sombra de dúvida, muito pou-
cos, em relação aos que continuam agin-
do subrepticiamente, em liberdade.
Haja vista o que sucede com essa
campanha de proletarização da literatura
e da arte, na qual a propaganda subversi-
va mal se esconde a argúcia daqueles que
bem conhecem a técnica de disfarce e de
embuste dos comunistas.
É assim que, nos romances, a pretexto
de ser assunto da época, escolhem um tema
social que lhes dará aso à divulgação solerte
de idéias e de princípios marxistas.
E, propositadamente, investem
contra as regras mais elementares de gra-
mática, porque é preciso corromper a lin-
guagem, nivelando-a, quanto possível, à
das classes proletárias e incultas, corroen-
do-se, assim, um dos elementos orgâni-
cos da unidade de um povo.
E isto se faz, disfarçadamente, sob
pretexto de se estar construindo “língua
brasileira”.
A obscenidade de palavras ou de
cenas aparece também a miude, não com o
fim da “verdade na arte” da antiga escola
naturalista e, sim, como um ataque pre-
A INSÍDIA COMUNISTA NAS
LETRAS E NAS ARTES DO BRASIL
Carta do Juiz RAUL MACHADO, membro do tribunal de Segurança
Nacional e brilhante homem de letras, dirigida ao escritor
José Getúlio Monteiro Filho.
mediado à moral burguesa, que precisa ser
destruída.
Os temas escolhidos se resumem
igualmente, na maioria das vezes, em ar-
gumentos proletários... com invocação a
Nosso Senhor, no fim, para que o poeta
revolucionário possa agir acobertado
pelo manto do catolicismo.
A música se transforma em violên-
cia de ruídos, visando também uma fina-
lidade única: - a negação da melodia por-
que esta leva naturalmente a um estado de
exaltação espiritual, incomparável com
as tendências da doutrina materialista.
Também a dansa não escapa à mesma
finalidade de instrumento de propaganda
dissolvente. Aquela graça espiritual de
outrora, que lhe disfarçava o sentido sensua-
lista, inerente, aliás, a todas artes, desapa-
receu por completo, dando lugar a uma
sucessão de gestos grotescos e de atitudes
despudoradamente voluptuosas...
Tudo isto é feito, como se vê, com um
escopo único: - a perversão das forças vi-
vas e puras do sentimento, tornada uma das
armas secretas do plano de desagrega-
ção nacional... É, em suma, a luta do materi-
alismo contra o predomínio do espírito.
Não se invoque a época, como jus-
tificativa dos fatos. O fenômeno se apre-
senta de tal forma, “uno”, nos seus múl-
tiplos aspectos, que é inútil querer negar-
lhe a causa, que, exponta nitidamente das
linhas programáticas de uma inteligência
organizadora, ao serviço de um plano de
finalidade diabólica...
E essa organização se patenteia, ain-
da mais, nos louvores e aplausos que as
igrejolas de elogios mútuos distribuem, por
todas os meios de propaganda, às produ-
ções pretensamente artísticas da camari-
lha suspeita...
Urge, portanto, reagirmos, também
organizadamente, contra essa investida
maléfica, mediante uma rigorosa fiscaliza-
ção oficial nos livros e publicações de toda
a espécie, impedindo-se a venda e a circu-
lação das obras que forem manifestamente
suspeitas; divulgando-se na imprensa e
pelo rádio as melhores páginas em prosa e
verso dos nossos escritores de nomeada
real; fazendo-se a exaltação dos valores
morais e intelectuais do passado; promo-
vendo-se conferências e estudos destina-
dos a demonstrar como se processa a in-
vasão do organismo nacional pelas bacté-
rias insidiosas do comunismo; instituindo-
se, em suma, uma contra-propaganda, que
equivalha a um sistema preventivo de pro-
filaxia moral, intelectual e política.
Por tudo isto, meu caro, é que me
animei a enviar-lhe estas sugestões, valen-
do-me do ensejo grato de exprimir-lhe meu
entusiasmo de brasileiro pelo seu livro, que,
ao lado de outras virtudes de pensamento
e cultura, é um grito de alerta para que nos
congreguemos contra a ameaça do inimigo
traiçoeiro e implacável, que não descansa e
não perdoa... (Excerto)
Com toda oportunidade e prazer espiritual, “Nação Armada” trans-
creve a seguinte página de Raul Machado, nome de sobejo conhe-
cido em nossas letras e digno juiz do Tribunal de Segurança.
“Nação Armada” mais de uma vez tem apontado a maneira com que,
com sutileza e artifício, se procura solapar o sentimento pátrio, os funda-
mentos da nacionalidade e do regime e a maneira desenvolta com que, nas
artes, nas letras, no teatro, no cinema, etc., agem, muitas vezes impunemente,
forças desagregadoras da Pátria Brasileira.
NR: Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência.
Publicado em “ Nação Armada”
nº 13 de dezembro de 1940.
ORDEM DO DIA DE
27 DE NOVEMBRO DE 1999
Tempo e história são essenciais para
a Humanidade construir a civiliza-
ção. Ninguém pode prescindir do pas-
sado, Mas olhar para trás exige enten-
der os fatos pretéritos como oportuni-
dade de preservar a memória e evoluir
as idéias - forma eficaz de se enfrentar
as imprecisas, difíceis e novas conjun-
turas. É fundamental, pois compreen-
der que tudo flui, nada persiste, nem
permanece o mesmo. É com essa pre-
disposição que o Exército recorda a
Intentona Comunista de 1935.
Tudo resultou do propósito de im-
plantação no Brasil de um extremada ide-
ologia internacionalista. Neste sentido,
teve início a infiltração e a tentativa de
aliciamento em sindicatos e quartéis.
O governo reagiu, decretando o
fechamento de uma organização política
de fachada que cumpria ordens vindas
do exterior. Seus líderes revidaram com
levantes em vários pontos do País.
Em novembro de 1935, as forças
insurretas atacaram, sucessivamente, no
Rio grande do Norte, em Pernambuco e
no Rio de Janeiro. Em todos esses luga-
res, as tropas legalistas contrapuseram-
se a essas ações e desfizeram qualquer
possibilidade armada.
Passaram-se 64 anos desde a fra-
cassada Intentona e estamos a poucos
dias do próximo século. Paramos, neste
momento, para recordar nossos heróis
tombados em nome da democracia, evo-
A INTENTONA COMUNISTA DE 1935
cando o espírito pacificador do nosso
Patrono, o Duque de Caxias. Não nos
prendemos ao passado, voltamo-nos para
o futuro - afinal, cada vez que entramos
no rio histórico do tempo, outras são as
águas que tocamos. E, assim, em que pe-
se o fato de sermos os vencedores, não
desmerecemos os vencidos. Aliás, é jus-
to que e diga: todas as intervenções do
Exército, no cenário interno brasileiro,
visaram exclusivamente fazer valer a es-
trutura jurídica vigente no País.
Sempre o fizemos respaldados no
atendimento dos anseios da maioria de
nossa sociedade. E, ao darmos por cum-
prida a missão, recolhemo-nos placida-
mente aos quartéis, predispostos à con-
ciliação e à reflexão. Quando erguemos
monumentos, só o fazemos para pensar
profundamente a História, nunca para
menosprezar oponentes ou para atiçar
discórdia. Sabemos que edificar o manhã
significasemearterrasférteis,jamaisdes-
pertar fantasmas. É isso que nos mantém
acima das ideologias, das desavenças e
dos ressentimentos.
O Brasil precisa de paz e desenvol-
vimento.Convençamos-nosdisso,deuma
vez por todas, nós, brasileiros, gente de
todos os espectros ideológicos e cren-
ças religiosas e políticas, de todas as ra-
ças e classes. Só na concórdia seremos
capazes de construir o futuro que inten-
samente desejamos e pelo qual somos
inteiramente responsáveis.
General de Exército Gleuber Vieira - Comandante do Exército
Coroa de flores depositada pelos
General-de-Exército Horácio
Raposo Borges Neto, vice-
Almirante Raul Pereira
Bittencourt, Major Brigadeiro
Flávio de Oliveira Lencastre e
General-de-Exército Fritz de
Azevedo Manso (era Capitão do
3º RI, em 1935).
(Praia Vermelha/RJ - 1999)
Esta Ordem do Dia foi lida na cerimônia realizada na Praia Vermelha, pre-
sidida pelo General de Exército Horácio Raposo Borges Neto, Secretário de Ciên-
cia e Tecnologia, acompanhado do Vice-Almirante Raul Pereira Bittencourt, Co-
mandante do 1º Distrito Naval e do Major-Brigadeiro Flávio de Oliveira Bencastre,
Comandante do III Comando Aéreo.
Publicada no jornal “Letras em Marcha” de Nov-Dez/99 e no Inconfidência
nº 27 de dezembro de 1999, que pela primeira vez divulgou a intentona comunista.
A partir de então, jamais deixou de fazê-lo, até que em 27 de novembro de 2004, foi
lançada a Edição Histórica. “A Verdadeira História do Brasil” – “A Intentona Co-
munista de 1935” – nº 76 com 16 páginas e daí em diante, as edições foram sendo
aprimoradas e distribuídas para TODAS as escolas militares de formação, especi-
alização, aperfeiçoamento e Altos Estudos (inclusive para o CPOR/NPOR e último
ano dos Colégios Militares). Bons tempos àqueles quando o general de Exército Pau-
lo Cesar de Castro, chefe do DEP, hoje DECEX, mandava o caminhão do Colégio Mili-
tar de Belo Horizonte para este Editor carregar 20 mil Edições Históricas e as dis-
tribuía para as Escolas Militares. Ano passado, editamos apenas 8 mil exemplares,
em virtude da absoluta falta de recursos financeiros, não podendo encaminhar co-
mo fazíamos anteriormente para todos os alunos das escolas militares e dos CPOR/
NPOR, faculdades e colégios.
E neste ano, esta edição histórica teve uma tiragem de somente dois mil
exemplares, a fim de atender nossos assinantes e associados e alguns poucos pri-
vilegiados colaboradores. Mesmo assim, enviamos dois exemplares a cada destina-
tário com o pedido que encaminhassem um exemplar de preferência para um (a)
professor (a).
Aguardemos a posse do deputado federal Jair Bolsonaro na presidência da
República e de seu vice, General Hamilton Mourão, ambos presenças constantes
em solenidades cívico-militares, como 31 de março e Intentona Comunista, a fim
de que passem a apoiar o Inconfidência, que sempre prestigiou a ambos, divulgan-
do suas atividades, há muito, muito tempo retornando aos bons tempos dos ge-
nerais de Exército Clóvis Jacy Burmann (FHE/Poupex) e Paulo Cesar de Castro
(4ªRM e chefia do DEP/DECEx) e dos presidentes dos Clubes Militar e da Aeronáu-
tica, que colaboraram e apoiaram nosso jornal por mais de dez anos.
À esclarecida apreciação de ambos, com os nossos cumprimentos desejamos
pleno sucesso na difícil missão de recuperar o Brasil econômica e politicamente,
tal qual aconteceu nos idos de 1964/1985!
“BRASIL ACIMA DE TUDO!
DEUS ACIMA DE TODOS!”
Esquecer,
Também é Trair!
Publicado no Inconfidência nº 258 de 27/11/2018
11Nº 284 - Novembro/2020
REVOLUÇÃO DE 1935 NO CAMPO DOS AFONSOS
A23 de novembro de 1935, rebenta a Revolução Comunista em Recife e Natal;
a Aviação Militar, no mesmo dia, envia, para o nordeste, uma esquadrilha
de 3 aviões Vought “Corsair”, sob o comando do Cap JOSÉ DE SOUZA PRATA;
esses aviões realizaram vários vôos, sobre Recife e Natal, tendo concorrido para
a sufocação do movimento extremista naquelas capitais.
A 27 de novembro, eclode a Revolução Comunista no Rio de Janeiro: na
Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos, e no 3º Regimento de In-
fantaria, na Praia Vermelha.
Na Escola de Aviação Militar, os revoltosos, às duas horas da madrugada,
assassinaram vários oficiais, aprisionaram outros e se apossaram das instalações
principais da Escola; por volta das três horas, iniciaram um ataque ao 1º Regimento
‘É ainda sob a viva emoção dos
trágicos acontecimentos irrompidos
nesta Capital na madrugada de 27 de
Novembro último, e em que os maiores
delitos foram cometidos contra a Nação,
enlutando-a, e pondo em perigo sua or-
ganização social e política, que lamen-
to profundamente a sedição a que foi
traiçoeiramente arrastada grande par-
te da Escola de Aviação Militar, por
alguns maus elementos que nela serviam
e para os quais a crueldade e a falta de
escrúpulos pareciam ser familiares.
Uma série de homicídios assinala-
ram-lhe o surto sangrento. E, colhidos
de surpresa pelos rebeldes, foram na
maior crueza sanguinária, fria e perver-
samente, abatidos os nossos distintos e
brilhantes camaradas Capitão Armando
de Souza e Mello, 1os
tenentes Benedicto
Lopes Bragança e Danilo Paladini, que,
ao lado do seu destemeroso comandan-
te, Tenente-Coronel Ivo Borges, fiéis a
disciplina e a nobresa de seus sentimen-
tos patrióticos, tentaram opor-se a au-
daciosa e covarde investida.
Cultuemos, na mais elevada re-
verência cívica, a memória desses nos-
sos devotados companheiros que, com
o mais firme espirito de amor a Patria
e respeito a ordem e as instituições,
souberam manter, no seu gesto de sa-
crifício, o prestigio do Exército e avivar
as suas tradições gloriosas. Mas, para
consolo nosso, quando na escuridão
da noite, tudo, ao redor de si, era tumul-
to e confusão, o 1º Regimento de Avia-
ção reagiu intrepidamente, ante a amea-
ça dos traidores que, inesperadamen-
te, atacavam, e, numa repulsa formal
contra a desordem, com a confiança, a
calma e a certeza da vitória, bateu-se
heroicamente na defesa da causa da
Pátria, até o completo triunfo.
O seu heróico comandante, Tenen-
te-Coronel Eduardo Gomes, ferido logo
Eduardo Gomes
Patrono da Força Aérea
de Aviação, no outro extremo do Campo dos Afonsos. São repelidos. Ao clarear
o dia, a Artilharia da Vila Militar incendeia o pavilhão de comando da Escola de
Aviação Militar, que se achava na posse dos comunistas: o assalto das uni-
dades de Infantaria e a ação da Artilharia fazem terminar a resistência dos
revoltosos, que são presos ou se evadem.
Terminada a luta no Campo dos Afonsos, duas esquadrilhas de três aviões
Vought “Corsair” decolam, para cooperar no ataque ao 3º Regimento de In-
fantaria, dominado pelos comunistas; na mesma manhã de 27 de novembro, o
foco comunista do 3º Regimento de Infantaria é aniquilado.
Sobre os acontecimentos, o Gen COELHO NETTO publica em Boletim o
seguinte:
ao inicio da áspera luta, mas
consciente no seu valor e sere-
no na sua bravura, soube de-
sassombradamente, e sem es-
morecimento, fazer, por uma
reação magnífica, de cada um
dos seus companheiros um
bravo e dar-nos o exemplo má-
ximo de grandeza moral e pa-
triótica e das excepcionais
qualidades de soldado.
Tornou-se, assim, o Te-
nente-Coronel Eduardo Go-
mes, mais uma vez, credor de
profunda admiração e de gran-
de reconhecimento. Louva-se com orgu-
lho pela sua ação serena, enérgica e
decisiva, pela sua bravura indômita, pelo
alto valor de seus excepcionais predicados
de caráter e pelos seus sentimentos de
patriotismo e de grande amor ao Brasil,
que ele acaba de servir com tanta honra,
abnegação e lealdade militar.
É merecedoura de elogiosa men-
ção a conduta que teve o Tenente-Coro-
nel Ivo Borges, Comandante da Escola
de Aviação. No momento em que este
digno oficial fiscalizava o dispositivo
de segurança, nas vizinhanças da esco-
la, foi traiçoeira e covardemente alveja-
do pelos elementos em que depositava
confiança,aodar-lhesoencargodeguar-
dar o estabelecimento. Não podendo
voltar ao interior do quartel, onde já im-
perava a sublevação, procurou acerta-
damente ligar-se aos corpos da Vila Mi-
litar, dando assim ensejo às medidas
prontas de supressão com que agiram
essas unidades.
Faço ainda ressaltar o seu con-
curso pessoal na ofensiva contra os re-
beldes da Escola, na condução, com
energia e denodo, ao assalto, elementos
do 1º R Av postos à sua disposição.
É deveras reconfortante, a oportu-
nidade, que temos para enaltecer a atitude
da abnegação e lealdade
do cabo telefonista do 1º
R Av, Alfredo de Jesus.
No momento em
que era mais intenso o
tiroteio dos amotinados
contra a sua Unidade,
esta praça, fiel ao cum-
primento do dever, con-
servou-se serena e cal-
ma, no desempenho das
funções que lhe tinham
sido confiadas. Os estra-
gos produzidos pelos
projéteis nas imedia-
ções do seu posto, o crepitar incessante
das metralhadoras em torno de si não
pertubaram a firmeza de sua voz, nem a
presteza com que atendia às ligações
telefônicas. Constituem prova incon-
testável do seu alto espirito de sacrifí-
cio, da compreensão perfeita dos seus
deveres e do seu grande sangue-frio,
virtudes militares essas que devem ser
apontadas como exemplo aos seus com-
panheiros.
Ao 3º Sargento Coloriano Ferreira
Santiago e ao 2º Cabo José Hermito de
Sá, ambos do 1º R Av, cuja vida deram em
holocausto à causa do dever, demons-
trando assim que a nobreza do ideal que
os estimulava se sobrepunha à própria
conservação individual, rendo a home-
nagem, a que fizeram jus, pela grandeza
de espirito e pela superioridade de sen-
timento que patentearam”.
Aos Tenentes-Coronéis Eduardo
Gomes e Ivo Borges, Comandante, res-
pectivamente, do 1º Regimento de Avia-
ção e Escola de Aviação Militar, autori-
zo a elogiarem, em meu nome, aos Ofici-
ais e Praças de suas unidades que, pela
sua conduta no cumprimento do dever,
tornaram-se merecedores.
(a) José Antonio Coelho Netto
General-de Brigada, diretor da Aviação Militar
Foram promovidos “postmortem” o Capitão Armando de Souza e Mello, os
Primeiros tenentes Danilo Paladini e Benedicto Lopes Bragança e os seguintes
soldados, todos mortos no cumprimento do dever na Escola de Aviação Militar, na
manhã de 27 de novembro: Waltor de Souza e Silva, Péricles Leal Bezerra, Orlando
Henrique, José Menezes Filho, José Mário Cavalcante e Wilson França.
Após apuradas as responsabilidades, dos Oficiais envolvidos no golpe
comunista, o Ministro da Guerra baixa o seguinte Aviso nº 1, de 3 de janeiro de 1936:
“Para que seja dado cumprimento imediato ao decreto nº 558, de 31 de
dezembro findo, que determina a perda da patente e do posto dos oficiais do 3º
Regimento de Infantaria e da Escola de Aviação Militar, que participaram do mo-
vimento subversivo de 27 de novembro do ano findo, deveis mandar sejam ex-
cluidos das diferentes armas e serviços os seguintes oficiais: (da Arma de Aviação)
Capitão Sócrates Gonçalves da Silva, Capitão Agliberto Vieira de Azevedo, Primei-
ro-tenente Benedito de Carvalho, Segundo-Tenente Ivan Ramos Ribeiro, Segundo-
Tenente José Gay da Cunha e Segundo-Tenente Carlos Brunswick França. Esses
oficiais, por sua conduta aviltante, faltaram as finalidades sempre sagradas da
camaradagem e aos juramentos prestados à Pátria e se tornaram indignos de vestir
a farda gloriosa do nosso Exército".
(a) General João Gomes - Ministro da Guerra
Pelo aviso nº 19, de janeiro de 1936, o Ministro da Guerra mandou excluir
também, o Aspirante-a-oficial Walter José Benjamim da Silva.
Precioso flagrante mostrando uma carga de bayonetta das Forças
Legais contra os rebeldes do 3º R.I. momentos antes da rendição
O Cruzeiro
Os ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionarios
Tiveram o condão de alarmar fun-
damente o espírito da popula-
ção carioca os sangrentos successos
de quarta feira ultima que consubtan-
ciaram na sublevação de parte de al-
gumas guarnições militares desta ca-
pital, felizmente reprimidas com ener-
gia e decisão pelas autoridades. O gol-
pe militar communista desferido sob
a chefia do capitão Agildo Barata e
do major Alcedo Cavalcanti deter-
minou a perda de algumas vidas pre-
ciosas, privando os quadros da offi-
cialidade do Exercito Brasileiro de
algumas de suas mais brilhante expres-
sões.
Durante as primeiras horas do
dia, enquanto a população não co-
nhecia a verdadeira extensão dos san-
grentos acontecimentos formou-se
uma espectativa de alarme, a qual, fe-
lizmente se atenuou à medida que os
rebeldes foram sendo batidos cora-
josamente em todos os sectores. O
presidente da República, Sr Getúlio
Vargas, num inclito exemplo de intre-
pidez pessoal, logo que teve conheci-
mento da eclosão do movimento nesta
capital, articulado com as revoltas
de Recife e Natal, sob a orientação
do ex-capitão Luiz Carlos Prestes,
deixou o Palácio Guanabara e, em
companhia do Ministro da Guerra e
das altas patentes do Exercito, visi-
tou as diversas frentes da luta, quan-
do ainda era indecisa a situação.
(O Cruzeiro, 07/12/1935)
Publicado no Inconfidência nº 134 de 27 de novembro/2008
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências
A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

AULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
AULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕESAULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
AULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕESGilbert Patsayev
 
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1
2   érico veríssimo - o retrato vol. 12   érico veríssimo - o retrato vol. 1
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1Jerônimo Ferreira
 
Revista eletrônica- Caminhos da América
Revista eletrônica- Caminhos da AméricaRevista eletrônica- Caminhos da América
Revista eletrônica- Caminhos da AméricaUdison Brito Oliveira
 
Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1Acheiimportados
 
Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏
Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏
Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏Lucio Borges
 
Inconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição Histórica
Inconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição HistóricaInconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição Histórica
Inconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição HistóricaLucio Borges
 
“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...
“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...
“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...Karol Souza
 
O Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No Algarve
O  Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No  AlgarveO  Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No  Algarve
O Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No AlgarveJoão Marinho
 
Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1Acheiimportados
 
2011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte2
2011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte22011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte2
2011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte2+ Aloisio Magalhães
 

Mais procurados (20)

AULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
AULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕESAULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
AULA 2 - Treino 2- RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
 
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1
2   érico veríssimo - o retrato vol. 12   érico veríssimo - o retrato vol. 1
2 érico veríssimo - o retrato vol. 1
 
O General de Divisão Reformado do Exército
O General de Divisão Reformado do ExércitoO General de Divisão Reformado do Exército
O General de Divisão Reformado do Exército
 
Revista eletrônica- Caminhos da América
Revista eletrônica- Caminhos da AméricaRevista eletrônica- Caminhos da América
Revista eletrônica- Caminhos da América
 
Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1
 
Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏
Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏
Jornal 188. Edição Histórica de 31 de março de 1964‏
 
Inconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição Histórica
Inconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição HistóricaInconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição Histórica
Inconfidência nº 254 - CAXIAS- Edição Histórica
 
Quilombo mata cavalo
Quilombo mata cavaloQuilombo mata cavalo
Quilombo mata cavalo
 
“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...
“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...
“VOLUNTÁRIOS INVOLUNTÁRIOS”: O RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS IMA...
 
Ava historia 9ano
Ava historia 9anoAva historia 9ano
Ava historia 9ano
 
O Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No Algarve
O  Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No  AlgarveO  Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No  Algarve
O Remexido E A Resist+¬ncia Miguelista No Algarve
 
Contestado revolta sertaneja
Contestado revolta sertanejaContestado revolta sertaneja
Contestado revolta sertaneja
 
Prova est orient hist 2º ano esse
Prova est orient hist 2º ano esseProva est orient hist 2º ano esse
Prova est orient hist 2º ano esse
 
Prova diagnostica historia 2
Prova diagnostica historia 2Prova diagnostica historia 2
Prova diagnostica historia 2
 
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica (1)
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica (1)Prova historia 2 ano conflitos 1 republica (1)
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica (1)
 
Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1Sairam os incompetentes e entraram o1
Sairam os incompetentes e entraram o1
 
Simulado
SimuladoSimulado
Simulado
 
2011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte2
2011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte22011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte2
2011 2eq ciencias_humanas_tecnologias_parte2
 
Gabarito 9º ano historia
Gabarito 9º ano historiaGabarito 9º ano historia
Gabarito 9º ano historia
 
O contexto do contestado
O contexto do contestadoO contexto do contestado
O contexto do contestado
 

Semelhante a A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências

República velha questões
República velha questõesRepública velha questões
República velha questõescida0159
 
Ciências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdf
Ciências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdfCiências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdf
Ciências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdfBrunoCosta364836
 
O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932
O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932
O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932mmdc32
 
Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01
Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01
Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01wladimir1aguiar
 
Inconfidência nº 261
Inconfidência nº 261 Inconfidência nº 261
Inconfidência nº 261 Lucio Borges
 
Inconfidência nº 251
Inconfidência nº 251Inconfidência nº 251
Inconfidência nº 251Lucio Borges
 
Inconfidência nº 250 - Maio
Inconfidência nº 250 - MaioInconfidência nº 250 - Maio
Inconfidência nº 250 - MaioLucio Borges
 
Inconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de março
Inconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de marçoInconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de março
Inconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de marçoLucio Borges
 
A igualdade que não veio
A igualdade que não veioA igualdade que não veio
A igualdade que não veioprimeiraopcao
 
IntroduçãO2
IntroduçãO2IntroduçãO2
IntroduçãO2rogerio
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há LuarAna Tapadas
 
Revoltas República Velha
Revoltas República VelhaRevoltas República Velha
Revoltas República VelhaRose Vital
 
Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262
Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262
Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262Lucio Borges
 
Clube Militar: A Árvore Boa (2)
Clube Militar: A Árvore Boa (2)Clube Militar: A Árvore Boa (2)
Clube Militar: A Árvore Boa (2)Lucio Borges
 

Semelhante a A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências (20)

República velha questões
República velha questõesRepública velha questões
República velha questões
 
Ciências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdf
Ciências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdfCiências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdf
Ciências Humanas - Tema 5 - Lista de questões.pdf
 
O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932
O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932
O heróico escoteiro da revolução paulista de 1932
 
Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01
Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01
Movimentossociaisnarepblicavelha1889 1930-130326111526-phpapp01
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Deserd. RepúB.
Deserd. RepúB.Deserd. RepúB.
Deserd. RepúB.
 
Inconfidência nº 261
Inconfidência nº 261 Inconfidência nº 261
Inconfidência nº 261
 
Inconfidência nº 251
Inconfidência nº 251Inconfidência nº 251
Inconfidência nº 251
 
Inconfidência nº 250 - Maio
Inconfidência nº 250 - MaioInconfidência nº 250 - Maio
Inconfidência nº 250 - Maio
 
A nostalgia das ossadas Roberto Campos
A nostalgia das ossadas   Roberto CamposA nostalgia das ossadas   Roberto Campos
A nostalgia das ossadas Roberto Campos
 
Inconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de março
Inconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de marçoInconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de março
Inconfidência nº 249/Edição Histórica de 31 de março
 
A igualdade que não veio
A igualdade que não veioA igualdade que não veio
A igualdade que não veio
 
IntroduçãO2
IntroduçãO2IntroduçãO2
IntroduçãO2
 
Felizmente Há Luar
Felizmente Há LuarFelizmente Há Luar
Felizmente Há Luar
 
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica melhor
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica melhorProva historia 2 ano conflitos 1 republica melhor
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica melhor
 
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica
Prova historia 2 ano conflitos 1 republicaProva historia 2 ano conflitos 1 republica
Prova historia 2 ano conflitos 1 republica
 
Revoltas República Velha
Revoltas República VelhaRevoltas República Velha
Revoltas República Velha
 
Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262
Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262
Edição Histórica de 31 de março de 1964/nº 262
 
História Alex Mendes
História Alex MendesHistória Alex Mendes
História Alex Mendes
 
Clube Militar: A Árvore Boa (2)
Clube Militar: A Árvore Boa (2)Clube Militar: A Árvore Boa (2)
Clube Militar: A Árvore Boa (2)
 

Mais de Lucio Borges

INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos. É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!
INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos.  É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos.  É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!
INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos. É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!Lucio Borges
 
Importante documento histórico que também explica vários motivos da deflagra...
Importante documento histórico que também explica  vários motivos da deflagra...Importante documento histórico que também explica  vários motivos da deflagra...
Importante documento histórico que também explica vários motivos da deflagra...Lucio Borges
 
Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...
Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...
Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...Lucio Borges
 
O 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do Brasil
O 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do BrasilO 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do Brasil
O 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do BrasilLucio Borges
 
O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024
O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024
O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024Lucio Borges
 
As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018
As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018
As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018Lucio Borges
 
Mensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da Independência
Mensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da IndependênciaMensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da Independência
Mensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da IndependênciaLucio Borges
 
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONALABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONALLucio Borges
 
Moda gaúcha se reinventa no ambiente digital
Moda gaúcha se reinventa no ambiente digitalModa gaúcha se reinventa no ambiente digital
Moda gaúcha se reinventa no ambiente digitalLucio Borges
 
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONALABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONALLucio Borges
 
Mensagem ao ministro Celso de Mello 13-06-2020
Mensagem ao ministro Celso de Mello   13-06-2020Mensagem ao ministro Celso de Mello   13-06-2020
Mensagem ao ministro Celso de Mello 13-06-2020Lucio Borges
 
Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020
Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020
Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020Lucio Borges
 
Jornal Inconfidência n°276
Jornal Inconfidência n°276Jornal Inconfidência n°276
Jornal Inconfidência n°276Lucio Borges
 
Inconfidência nº 274
Inconfidência nº 274Inconfidência nº 274
Inconfidência nº 274Lucio Borges
 
Inconfidência nº 273
Inconfidência nº 273Inconfidência nº 273
Inconfidência nº 273Lucio Borges
 
Jornal Inconfidência nº 272
Jornal Inconfidência nº 272Jornal Inconfidência nº 272
Jornal Inconfidência nº 272Lucio Borges
 
Jornal Inconfidência 270
Jornal Inconfidência 270Jornal Inconfidência 270
Jornal Inconfidência 270Lucio Borges
 
Jornal Inconfidência nº 269
Jornal Inconfidência nº 269Jornal Inconfidência nº 269
Jornal Inconfidência nº 269Lucio Borges
 
Inconfidência nº 266
Inconfidência nº 266Inconfidência nº 266
Inconfidência nº 266Lucio Borges
 
Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265Lucio Borges
 

Mais de Lucio Borges (20)

INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos. É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!
INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos.  É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos.  É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!
INCOMPREENSÍVEL OMISSÃO - 60 anos. É IMPORTANTE QUE RETRANSMITAM!!
 
Importante documento histórico que também explica vários motivos da deflagra...
Importante documento histórico que também explica  vários motivos da deflagra...Importante documento histórico que também explica  vários motivos da deflagra...
Importante documento histórico que também explica vários motivos da deflagra...
 
Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...
Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...
Manifesto dos Almirantes-1964. Os 60 anos da Contrarrevolução de 1964. DIVULG...
 
O 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do Brasil
O 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do BrasilO 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do Brasil
O 31 de março de 1964 - 60 anos sobre a História do Brasil
 
O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024
O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024
O TUIUTI - EDIÇÃO Nº 446 DE O TUIUTI - 09.02.2024
 
As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018
As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018
As Batalhas dos Guararapes 3a Edição 2018
 
Mensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da Independência
Mensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da IndependênciaMensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da Independência
Mensagem da LDN semana da Pátria Bicentenário da Independência
 
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONALABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2021 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
 
Moda gaúcha se reinventa no ambiente digital
Moda gaúcha se reinventa no ambiente digitalModa gaúcha se reinventa no ambiente digital
Moda gaúcha se reinventa no ambiente digital
 
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONALABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
ABERTURA DA SEMANA DA PÁTRIA 2020 - MENSAGEM DA LIGA DA DEFESA NACIONAL
 
Mensagem ao ministro Celso de Mello 13-06-2020
Mensagem ao ministro Celso de Mello   13-06-2020Mensagem ao ministro Celso de Mello   13-06-2020
Mensagem ao ministro Celso de Mello 13-06-2020
 
Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020
Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020
Edição Extra / Inconfidência nº 275 de 25/03/2020
 
Jornal Inconfidência n°276
Jornal Inconfidência n°276Jornal Inconfidência n°276
Jornal Inconfidência n°276
 
Inconfidência nº 274
Inconfidência nº 274Inconfidência nº 274
Inconfidência nº 274
 
Inconfidência nº 273
Inconfidência nº 273Inconfidência nº 273
Inconfidência nº 273
 
Jornal Inconfidência nº 272
Jornal Inconfidência nº 272Jornal Inconfidência nº 272
Jornal Inconfidência nº 272
 
Jornal Inconfidência 270
Jornal Inconfidência 270Jornal Inconfidência 270
Jornal Inconfidência 270
 
Jornal Inconfidência nº 269
Jornal Inconfidência nº 269Jornal Inconfidência nº 269
Jornal Inconfidência nº 269
 
Inconfidência nº 266
Inconfidência nº 266Inconfidência nº 266
Inconfidência nº 266
 
Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265Inconfidência nº 265
Inconfidência nº 265
 

A Intentona Comunista de 1935 e suas consequências

  • 1. Edição Histórica A VERDADEIRA HISTÓRIA DO BRASIL A INTENTONA COMUNISTA DE 1935 ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO LEMBRAI-VOS DE 35! Há na Praia Vermelha, na cidade do Rio de Ja- neiro, um monumento voti- vo edificado em memória dos mortos da conhecida In- tentona Comunista de 1935. Diante dele, todos os anos, democratas se postam em sinal de respeito, com a es- perança de que tempos fatí- dicos de revoluções totali- tárias nunca mais tenham lugar entre nós. Essas ati- tudes mórbidas e treslouca- das que, 66 anos atrás, le- varam ao derramamento de sangue de inocentes em quar- téis do Exército, no Nordes- te e no Rio de Janeiro, são apenas sombras indesejá- veis em nossa História, coi- sas que o tempo dissolverá por completo. Nem por isso, no entanto, deixarão de ser lamentáveis, porque contra- põem-se à idéia de liberda- de e democracia. A insurreição de 35, co- mo bem recordamos, teve en- volvimento de militares con- taminados pela doutrina co- munista que alguns deseja- vam impor ao Brasil. Co- meçou em Natal, com a par- ticipação de graduados e sol- dados e de quase 300 ho- mens da guarda civil. Os re- beldes sujeitaram a cidade, durante quatro dias, à vio- lência e ao saque de esta- Uma Intentona que nunca mais deverá acontecer! Honras fúnebres aos mortos da Intentona Comunista de 1935, na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro Amemória de uma nação é um bem precioso que necessita ser preservado, a todo custo, e relembrada constantemen- te, para impedir que erros históricos não mais se repitam impunemente. A fidelidade às provas documentais existentes e disponí- veis, deve ser a pedra de toque, da ética dos historiadores, dos professores e dos jornalistas, quando da transmissão dos fatos aos seus leitores, alunos e ouvintes. Ignorá-las e/ou distorcê-las, premeditadamente, configu- ra um crime de lesa-pátria difícil de se compreender e de aceitar. Todos os grandes jornais e revistas do país dispõem em seus arquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a Intentona Comunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60. Porque então o silêncio? Porque então a prática sistemática do engôdo intencional àqueles que desejam se informar? É preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer sobre a falsidade e que a maior farsa do século XX, o comunis- mo, seja renegada definitivamente pela sociedade brasileira. Desejamos e esperamos que isso aconteça o mais rápido possí- vel e assim continue durante o governo do Presidente Bolsonaro. A FARSA CONTINUARÁ? “O COMUNISMO não é a fraternidade: é a inver- são do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a ban- deira do Evangelho: bane a Deus das almas e das reivin- dicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhe- ce a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extingui- ria a religião. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador”. Rui Barbosa (1918) O COMUNISMO EDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICA BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2020 - ANO XXVI - Nº 284 Site: www.jornalinconfidencia.com.br E-mail: jornal@jornalinconfidencia.com.br • • Esta Edição Histórica é dedicada especialmente aos jo- vens, civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente FATOS VERDADEIROS, que não podem ser contes- tados e necessitam ser do conhecimento daqueles que foram vítimas de uma das maiores manipulações de consciências de que se tem notícia em nossa História Pátria, patrocinado pelos governos federais anteriores (FHC, Lula e Dilma), através do Ministério da Educação. belecimentos bancários e co- merciais. Tropas do então 20º Batalhão de Caçadores, de Alagoas, e da polícia da Pa- raíba os contiveram e resta- beleceram a ordem. Em Pernambuco, revol- tosos civis, reforçados por ofi- ciais e praças equivocados, en- carregaram-se das atrocida- des. Durante dois dias, com- bates violentos foram trava- dos em vários pontos do es- tado, sem que os rebelados lograssem entrar em Recife. Duas unidades do Exército e a polícia bloquearam-lhes a passagem e puseram fim à re- belião. No Rio de Janeiro, as proporções do movimento fo- ram mais amplas e cruéis, tendo sido deflagrado, simul- taneamente, no 3º Regimen- to de Infantaria, na Praia Ver- melha; no 2º Regimento de Infantaria e no Batalhão de Comunicações, na Vila Mili- tar; e na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos. Os amotinados, companheiros de véspera, feriram e mata- ram indiscriminadamente, tentando expandir a rebelião a todo custo. Esbarraram na mais férrea resistência das forças legalistas. E perderam a luta. Não foi essa a última tentativa desses radicais de conquistar o poder para es- tabelecer uma tirania no Bra- sil. Nas décadas seguintes, tentaram novamente. O Exér- cito viu-se compelido a con- trapor-se a eles, vencendo- os em combates de rua e em selvas inóspitas, mesmo ex- perimentando o desgaste de um conflito prolongado. Não apenas os derrotou, mas aju- dou também a desenvolver o País. Quase ao final do sé- culo passado, o tempo se en- carregou de mostrar ao mun- do a decadência do comu- nismo, aniquilado por suas próprias contradições, por seus inúmeros erros, por sua violência exacerbada, por milhões de mortos que im- puseram à humanidade. Ses- senta e seis anos depois da- quele trágico novembro, os quartéis do Exército Brasi- leiro param, por alguns mo- mentos, para refletir sobre essa página negra de nossa História. Estamos conven- cidos, mais do que nunca, que nossa luta não foi em vão, e que estivemos ao lado da sociedade brasileira todas as vezes em que esta, em sua maioria, rejeitou o radicalis- mo, a desordem e o terror. Brasília, 27 de novembro de 2001 Gen Ex Gleuber Vieira Comandante do Exército AS FORÇAS ARMADAS TÊM O DEVER SAGRADO DE IMPEDIR, A QUALQUER CUSTO, A IMPLANTAÇÃO DO COMUNISMO NO BRASIL. LEIA NA PÁGINA 3
  • 2. 2Nº 284 - Novembro/2020 25 de novembro - edição das 9 horas 25 de novembro - edição das 11 horas edição A. 1 NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE–SEGUNDA-FEIRA,25DENOVEMBRODE1935 ANNOV–MÚMERO1.455 Sangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forças legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda – Vencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois de seria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridos Rebentouummovimentomilitarextremista em MACEIO’, RECIFE E NATAL Os rebeldes dominam a capital potyguar, cujo governo se transferiu para Macahyba Enviados para o Norte dois cruzadores e duas esquadri- lhas de aviões de bombardeio e de caça – Rumaram para Re- cife as forças do Exercito e da Polícia da Parahyba, uma ba- teria de artilharia e o 20º B.C., de Maceió O governo organizou séria resistencia e espera desalojar hoje, de seus reductos os revoltosos Sangrentos combates em Recife As tropas legaes retomaram a cidade de Olinda JornalAManhãdaAliançaNacionalLibertadora,Rio,27/11/1935 27 de novembro de 1935 - 1700h Declarado o estado de sítio, por trinta dias, em todo território nacional Estado de Minas, 27 de novembro de 1935 Texto do sobreaviso dado hon- tem, por Luís Carlos Prestes aos seus companheiros de revolução. “O Comitê Revolucionario, sob a minha direção, frente aos aconte- cimentos que se desencadeiam no norte do paiz e à ameaça de ins- tallação de uma dictadura reaciona- ria decide que todas as forças da Revolução estejam promptas para lutar pelas liberdades populares e para dar o golpe definitivo no governo de traição nacional de Getulio Var- gas Dia e hora serão opportuna- mente marcados". Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1935 Luís Carlos Prestes O AVISO DE PRESTES aos seus companheiros 2 Em nosso poder o livro “EPISÓDIOS MILITARES” editado recentemente pelo EME, CCOMSEX e 3º RCGd (?), sem ficha catalográfica e sem data de sua edição. Em rica edição e esmerada diagramação e editoração, papel gessado, a cores, apresenta cópias dos quadros pintados pelo coronel Pedro Paulo Estigarríbia, com os principais episódios da História Militar do Brasil, desde Guararapes, passando pelo Império, República e se encerrando com a FEB. No capítulo 8 – As águias chegaram: – Em 1927, a Aviação passou a ser a 5ª Ar- ma do Exército, ...a criação do 7º Regimento de Aviação e do definitivo alojamento da Esquadrilha em Realengo, na Escola Militar... O Exército lembra-se com orgulho desses pioneiros. (Página 90) E omite o acontecido na Escola de Aviação Militar e do 1º Regimento de Aviação a 27 de novembro de 1935? Os aviões Waco e Kurtiss Falcon passaram “voando” sobre o Campo dos Afonsos e não “aterrisaram” durante a intentona comunista naquele local. Por quê? (Inconfidência nº 134 de 27/11/2008) EPISÓDIOS MILITARES "As águias chegaram" - Acervo do QG/V Comar, Canoas/RS - Episódios militares - Pág. 91 Tela de autoria do Cel Pedro Paulo Estigarríbia As águias chegaram
  • 3. 3Nº 284 - Novembro/2020 Saindo do Clube Militar, o Presidente Vargas e o deputado Antônio Carlos, presidente da Câmara de Deputados carregam o caixão de um oficial do 3º RI PRONUNCIAMENTO DE GETÚLIO VARGAS Opresidente Getúlio Vargas, em pronunciamento nas primeiras horas do ano de 1936, sobre a "Intentona", afirmou: "... Padrão eloqüente e in- sofismável do que seria o comunismo no Brasil, tivemo-lo nos episódios da baixa rapina e negro vandalismo de que foram teatro as ruas de Natal e de Recife, durante o surto vergonhoso do credo russo, assim como na rebelião de 27 de novembro, nesta capital, com o registro de cenas de revoltantes traições e até de assassínio, frio e calculado, de companheiros confiantes e adormecidos..." Oitenta e cinco anos depois, esses bravos militares, mortos em serviço, cujos familiares nunca pediram e nunca receberam indenizações, certamente ainda merecem o respeito de todo o povo brasileiro. Eles tiveram a honra e o privilégio de sacrificar a própria vida, defendendo a Pátria! A FARSA CONTINUARÁ? Amaior farsa do século XX, o comu- nismo, teve sua origem na Revolu- ção Russa de 1917, quando os bolchevi- ques, liderados por Lênin e inspirados na doutrina do “Manifesto Comunista”, der- rubaram o governo provisório de Kerens- ky, trucidaram o Czar e sua família, além de milhões de cidadãos, para conquistar o poder. Instalada a ditadura comunista, é criada a União das Repúblicas Socialis- tas Soviéticas (URSS). Lênin, Bukharin, Stálin, Trotsky e outros cometem os maio- res crimes contra a humanidade, assas- sinando os adversários e os “camaradas” ou os condenando a trabalhos forçados nos gulags das estepes geladas da Sibé- ria. O regime comunista soviético, em no- me dessa ideologia ultrapassada, o mar- xismo-leninismo, fez mais de cem mi- lhões de vítimas e finalmente termina ru- indo com o Muro de Berlim, em novem- bro de 1989. Terá sido o marco final da desvai- rada utopia comunista? Não cremos. A Chi- na, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã, Vene- zuela, Bolívia e o Brasil ainda não sabem que o muro da vergonha caiu há 31 anos. Em nosso País, essa data passa quase despercebida e os defensores dos “Direi- tos Humanos”, o grupo “Tortura Nunca Mais”, a Comissão Nacional da Verdade e o PNDH3 e outros, se omitem perma- nentemente (principalmente a mídia brasi- leira venal e vendida), quando seria opor- tuno lembrar o assassinato de estudan- tes chineses na Praça da Paz Celestial, em Pequim, o "paredón" e constantes pedi- dos de asilo político de desportistas, jor- nalistas e artistas cubanos, além dos "bal- seros" que, diariamente, arriscam suas vi- das fugindo da ilha da fantasia... Mistificadores por excelência, repe- tem hipocritamente, “ad nauseam”, sua fidelidade à democracia e o respeito aos direitos humanos. Tentam, por todos os meios, mudar a História do Brasil, trans- formando seqüestradores, assassinos, assaltantes de bancos e terroristas em “he- róis”, dando a eles nomes de ruas, praças e criando espaços culturais, etc. Criado em 1922, o PCB – Partido Comunista do Brasil, tenta pela primei- ra vez a conquista do poder em fins de novembro de 1935 com a sublevação de unidades militares, assassinando trai- çoeiramente seus companheiros, na ca- lada da noite, em Natal, Recife e no Rio de Janeiro. São derrotados pelo Governo Fe- deral e pela total falta de apoio da po- pulação. Do livro “Meu Companheiro” de Maria Prestes: “Em 1935, o casal (Pres- tes e Olga Benário) estava se dirigin- do ao Brasil, onde se preparava o levan- te armado que abriria uma perspecti- va socialista para o maior país da Améri- ca do Sul”. No início da década de 1960, no auge da guerra fria, a Nação sente-se ameaçada pela falta de autoridade, inflação em alta, greves constantes da CGT, saques, agi- tações no campo (MST de hoje), tentati- vas de quebra da hierarquia e da discipli- na nas Forças Armadas e percebe a revo- lução comuno-sindicalista iminente. Em 31 de março de 1964, Minas Gerais, repre- sentando os sentimentos patrióticos e espontâneos da população brasileira, aten- dendo ao clamor popular, com o gover- no estadual e a Polícia Militar, apóia a con- tra-revolução iniciada pela 4ª RM (Juiz de Fora) e ID/4 (Belo Horizonte). Mar- charam para o Rio e Brasília, sem encon- trar qualquer resistência. A adesão foi to- tal e pela segunda vez os comunistas são derrotados, sem qualquer vítima. No Rio, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” reúne um milhão de pessoas em homenagem às Forças Ar- madas. Impedidos de conquistar o poder, os derrotados de 1964 formam grupos subversivos treinados em Cuba, China e URSS, que têm por finalidade a implanta- ção de um regime comunista. Perpetram atos de terrorismo, seqüestros de diplo- matas e de aviões, assaltos a bancos, "jus- tiçamentos", assassinatos, atentados com bomba e ações de guerrilha urbana e rural. No início da década de 1970 são der- rotados pela terceira vez!! Passado o profícuo regime militar, que levou o Brasil a ser a 8ª economia mundial, a pleno emprego, sem massacre da classe média e do funcionalismo, com um PIB de 9,3%, jamais alcançado pelos gover- nos subseqüentes, todos de triste lembran- ça, é promulgada a Constituição “cidadã” de 1988 que, a toda hora, é estuprada se- gundo os interesses dos porões do Palá- cio do Planalto, conforme se constatou nos governos de FHC, Lula e Dilma. A Lei da Anistia, proposta pelos ven- cedores, no governo Figueiredo, parece obra e conquista dos derrotados. Foram criadas a “Comissão dos Mortos e Desapa- recidos Políticos”, a “Secretaria Especial de Direitos Humanos” e a "Comissão Nacional da Verdade", que premiam as famílias de “desaparecidos” e até de vivos, com cente- nas de milhões de reais, com o apoio de um governo corrupto e pleno de ex-guerrilhei- ros, ex-terroristas e ex-seqüestradores. O ex-guerrilheiro urbano, Alfredo Hélio Sirkis, que participou dos seqües- tros dos embaixadores da Alemanha e da Suíça, no livro “Os Carbonários”, lembra que, apesar de derrotados na “guerra”, conseguiram criar uma outra versão da história, “nas obras literárias, memorialís- ticas, nos audiovisuais, na TV e em CD- ROM” – Diz ele “Se na primeira perdemos fragorosamente, na segunda não nos saí- mos de todo mal”. Ao final do livro, é de- monstrado o posicionamento de grande número de ex-guerrilheiros e ex-terroris- tas, em atividades editoriais, na cátedra universitária, na mídia e em cargos públi- cos, onde muito fazem sucesso contra as Forças Armadas, tentando denegri-las. O “Comandante” Fidel (e seu irmão Raúl) foi recebido festivamente no Brasil pelas autoridades e visitado constantemen- te pelo então presidente Lula e por comiti- vas do PT, quando o comissário José (Daniel) Dirceu chorava em seus ombros e a presi- dente Dilma, presenteou Cu- ba com milhões de dólares que jamais voltarão e com a construção de um moderno porto em Havana. Che Gue- vara é capa permanente em cadernos e camisetas de nos- sos estudantes e é promovi- do constantemente no cine- ma e pela PTV Globo. Mao Tsé Tung e Lamarca apare- cem na carteira estudantil da União Colegial de Minas Ge- rais. Mao, Fidel e Guevara ex- portaram para nós o ódio, o terrorismo, a subversão e a morte e são exemplos para a nossa juventude e endeusa- dos pela mídia venal e pelos livros didáticos então ado- tados pelo Ministério da Edu- cação. Agora, continuam ten- tando pela quarta vez. É a hora e a vez do Foro de São Paulo, que procura interfe- rir em nossas relações inter- nacionais, sendo o espelho do ex-Presidente Lula, que foi ridiculiza- do pelas ações de Evo Morales, Rafael Cor- rea, Cristina Kirchner e até do "bispo" Fer- nando Lugo do Paraguai, que foi defenes- trado da presidência contra a vontade do governo brasileiro, do próprio Foro de São Paulo e da UNASUL. E a farsa con- tinuou... Entretanto, com o impeachment da presidente Dilma, a indignação popu- lar foi comprovada no resultado das elei- ções municipais de 2016, onde o corrupto PT só conseguiu eleger um prefeito, o de Porto Velho – AC, porquanto o povo acordou e não mais acreditou em “bolsa- esmola” ou promessas vazias que não se cumprem nunca, enquanto “petralhas” e seus apoiadores de outros partidos con- tinuavam se enriquecendo ilicitamente e se safando da Justiça. Mas o ano de 2018 chegou radioso e, finalmente, no mês de abril, deu-se a prisão do finório delinquente Lula da Sil- va, sem que houvesse a alardeada “revol- ta popular”, tão badalada pela esquer- Os gulags soviéticos A "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" “É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com que saíram das ruínas do 3º RI, os autores daqueles crimes, a maneira ostensiva com que alardeavam os processos traiçoeiros que consegui- ram dominar pelo terror. Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maior virtude do brasileiro é ó esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito’’. Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1937 Gen Eurico Gaspar Dutra - Ministro da Guerra PRONUNCIAMENTO DO GENERAL DUTRA 3 dalha, o que evidencia, à larga, que a farsa, a menti- ra, a enganação, a rouba- lheira e a impunidade já não encontram tanta guarida no Brasil! E vieram as eleições de outubro/2018. Um depu- tado federal, capitão oriun- do do Exército, sem gran- de projeção parlamentar, se lança candidato à pre- sidência da República, por um partido nanico, sem tempo na mídia e sem re- cursos partidários e finan- ceiros. Contudo, ele con- seguiu empolgar a nação, a despeito de lutar con- tra um aparentemente in- vencível aparato finan- ceiro-eleitoral e vencer ga- lhardamente as eleições, derrotando corruptos e es- querdistas de todos os ma- tizes! Tal episódio nacio- nal possui relevantes di- mensões históricas. Sim, pois de fato ocor- reu um ponto de parada, de ruptura, um ponto de inflexão na História-Pátria, eis que pelo VOTO, o povo repudiou na re- cente eleição municipal de 15 de novem- bro petistas e comunistas, condenando, em particular, as políticas de lesa-pátria, há muito praticadas, de acelerada bol- chevização do ensino e de ideologiza- ção do ministério das Relações Exterio- res. Como dizem renomados intelectuais, aconteceu um “divortium aquarum” (di- visor ou divisória de águas) nos rumos do Brasil!! Rendamos graças a Deus!! Assim, hoje, respondendo ao título deste Editorial, ousamos dizer que a Far- sa Não Deverá Mais Continuará!! Saudemos, pois, com alegria, o nosso presidente, Jair Messias Bolsonaro e seu vice, General Hamilton Mourão!! “BRASIL ACIMA DE TUDO! DEUS ACIMA DE TODOS!” Publicado no Inconfidência nº 271 de 27 de novembro de 2019 e hoje atualizado Publicado na página 3 do número 63 de 10/12/2003
  • 4. 4Nº 284 - Novembro/2020 27 de novembro - edição das 15 horas Sexta-feira - 29 de novembro - edição das 11 horas E ste é um breve relato da rebelião comu- nista de 27 de novembro de 1935. Por ser apenas um resumo foram omitidos muitos detalhes e nomes envolvidos nos acon- tecimentos que enlutaram o País. Mesmo as- sim, ficou demonstrado de modo insofismável até que ponto pode chegar a ambição política aqualquerpreço,ademagogiainconseqüentee deletéria,adissimulação,amentiraeocinismo de receberem dinheiro e orientação externos para entregar a Pátria ao domínio estrangeiro. Sejam quais forem os disfarces e os processos utilizados, os adeptos do comunis- mo perseguem sempre os mesmos fins. Para isso são capazes, como vimos, de revoltantes traições e, até, de frios assassinatos de compa- nheiros adormecidos. É oportuno transcrever um trecho da Ordem do Dia do General Dutra, em 27 de novembro de 1937: "É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com que saíram das ruínas do 3º Regimento de Infantaria os autores daque- le crime, a maneira ostensiva com que alardeavam os processos traiçoeiros e infa- mes com que abateram os companheiros que conseguiram dominar pelo terror". "Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maior virtude do brasileiro é o esquecimen- to e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito". Não sabia, porém , o General Dutra que as suas palavras eram, na realidade, uma pro- fecia. Os revoltosos de 1935 foram anistiados e perdoados pela sociedade, mas nem por isso desistiram de implantar, no Brasil, um regime comunista contrário à vontade e à índole do nosso povo. Voltaram a perseguir os mesmos objetivos de tomada do Poder em 1964, sendo barradospelaRevoluçãodemocráticade31de Março de 1964. Não conseguindo seus inten- tos retornaram, em 1968, os insanos importa- dores do ódio e da violência, a praticar seqües- tros, assassinatos brutais de civis e militares, assaltos a bancos, atitudes do mais baixo e repugnante padrão moral, agindo em nome da mesma soturna ideologia de seus mestres co- munistasde1935.Deixaramumrastrodemais de 200 mortos civis e militares, 500 mutilados e feridos, vítimas da sanha assassina dos her- deiros da intentona de 1935. Podemos afirmar que o sacrifício da- queles que combateram o comunismo não foi em vão. Hoje no poder, os derrotados de ontem estão podendo dar vazão plena ao ódio que os mobilizara naquela época. No entanto é preciso manter a vigilância, pois as intenções deles parecem estar latentes, só aguardando uma oportunidade para se fazer presentes. Tudo devidamente comprovado com as cam- panhas sórdidas e mentirosas constantemente veiculadaspelamídiavenalevendidacontraas ForçasArmadase,emparticular,apermanente tentativa de denegrir o Exército Brasileiro. A lição de 1935 permanecerá viva. As Forças Armadas e as Polícias Militares jamais esquecerão as páginas de luto, traição e covar- dia que o comunismo inseriu na nossa História e, mesmo à custa do sacrifício de vidas, nunca permitirão que seja imposto ao Brasil um regime contrário à sua tradição. Esse é um dever constitucional. Avenida Pasteur, 28/11/35: Oficiais e praças insurretos do 3º RI quando, em atitude de zombaria, deixam, presos, o quartel. O chefe do movimento, Agildo Barata está assinalado com um X edição A. 3 NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE–QUARTA-FEIRA,27DENOVEMBRODE1935 ANNOV–NÚMERO1.457 Dominado, no Rio, o movimento subversivo O 3º. R.I. rendeu-se às 14 horas e 30 minutos, tendo sido a sublevação da E. de Aviação suffocada desde cêdo “Estou vencido. Fui preso” RIO, 27 (Meridional) – A reprotagem dos “Diá- rios Associados” conseguiu falar ao capitão Agildo Barata, minutos após a rendição do 3º R.I. O conhecido official, que era o cabeça do movi- mento sedicioso da tropa Praia Vermelha, foi incisivo: - “Estou vencido. Fui preso”. Fuzilado pelos rebeldes o 1.º tenente Benedicto Lopes Bragança Segundo communicações recebidas hoje pela família Bragrança o 1.º tenente Benedicto Lopes Bragança foi fuzilado pelos rebeldes por não ter querido adherir ao movimento da insurreição na Escola de Aviação, na qual commandava um corpo de instrucção. O malogrado official era relacionadissimo, em Bello Horizonte, aqui tendo servido no 10.º R.I, e aqui feito o seu curso de humanidade. O corpo do tenente Bragança chegará amanhã nesta capital. Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935 CONCLUSÕES Publicado no Inconfidência nº 63 de 10 de dezembro/2003 4 O |General de Exército Pedro Luís de Araújo Braga, recebendo um dos 200 exemplares da edição histórica do Inconfidência, distribuídos após a cerimônia Cel Miguez e generais Figueiredo, Campos (Comandante da ECEME), Lessa, Castro e Bandeira Os Generais de Exército Enzo Martins Peri, Comandante do Exército e Rui Alves Catão, Comandante Militar do Leste, cumprimentando, respectivamente, a Sra. Irma Paladini da Silveira (filha do Capitão Danilo Paladini, assassinado na intentona) e a sua sobrinha ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 27 DE NOVEMBRO DE 2009 NA PRAIA VERMELHA NR: O General Campos é o atual Secretário de Segurança Pública do governador João Doria, em São Paulo Publicado no Inconfidência nº 147 de 21 de dezembro de 2009
  • 5. 5Nº 284 - Novembro/2020 EDIÇÃO DE HOJE – 10 PAGINAS NÚMERO AVULSO: - 200 RÉIS Extinctos o 21º. e o 29º. Batalhões de Caçadores e o 3º. Reg. de Infantaria Genese e desenvolvimento da rebellião communista O capitão Felinto Muller, chefe de Polícia do Districto Federal, expõe detal hadamente aos “Diários Associados” a trama sinistra e as providencias rapidas e energicas do governo federal Luiz Carlos Prestes perdeu, em um lance, a legenda que conquistou em 11 annos Posso assegurar-lhe que, a principio, organisara-se um movimento políti- co-militar de caracter verde e amarello, no estylo dos golpes a que a Republica libe- ral democrática nos acostumou, na longa história de sua adaptação ao genio polí- tico do povo brasileiro. A formação da Alliança Nacional Libertadora, porém, lançou os agentes e possíveis chefes desse movimento para o segundo plano. Este partido tinha uma ideologia definida nos princípios communistas e o seu chefe, sr. Luiz Carlos Prestes, há cin- co annos anunnciára ao povo brasileiro as suas novas inclinações anti-democra- ticas. A rápida expansão desse partido, a propaganda intensa dos seus ideaes nesta capital e nos Estados, deram aos lide- res a impressão de uma força capaz de prescindir da collaboração das outras correntes políticas, podendo agir por conta própria e realizar com a figura le- gendária do sr. Luiz Carlos Prestes, a con- quista do poder que tantos outros de- sejavam. A polícia, como já tive occasião de demonstrar pela imprensa, numa abun- dante documentação estava certa da ab- soluta identidade de ponto de vista da Alliança Nacional Libertadora com o pro- gramma communista de Prestes. A cons- piração político-militar deixára cahir a bandeira verde-amarella, e surgira em seu logar e pavilhão vermelho do bolchevis- mo. Deante das provas irrefutáveis de que a A. N. L. tramava a subversão violenta do regime social e político do paiz, o governo decidiu fechar a sua séde e os seus núcleos em toda a Re- publica, e desde este momento os seus dirigentes resolveram levar avante o plano conspiratorio, sob a chefia direc- ta e pessoal de Luiz Carlos Prestes. Deu- se, portanto, uma evolução na trama pri- mitiva, de natureza política, com o in- tuito de mudar os homens conservan- do as instituições, para uma extensão conspiração extremista destinada a im- plantar em nossa terra o regime russo, ingenuamente disfarçado na fórma de um governo popular revolucionário. A TACTICA DE MOSCOU -Convém não esquecer que os alliancistas seguiam habilmente a tác- tica de Moscou. Como ficára resolvido no ultimo Congresso do Komintem, os agentes bolchevistas e deveriam traba- lhar sempre com os disfarces da liberal democrocia, fingindo uma alliança com os partidos republicanos para com-ba- ter o fascismo, e desta fórma obter a sua collaboração para a obra revoluciona- ria. Os alliancista que desejavam a coope- ração dos grupos políticos dissiden- tes, e para não afugental-os, fingiam ter abandonado os propósitos vermelhos da ideologia moscovita, allegando que o comunismo rigido seria inadaptavel ás condições psychologicas da socieda- de brasileira. Nesse sentido, procuraram arti- cular-se com elementos políticos e mi- litares, que, a tempo, perceberam o en- contro e retiraram a solidariedade que haviam empenhado. A polícia possue documentos pre- ciosos para provar que os communis- tas pretendiam jogar esses collabo- radores numa cilada. O plano era servir-se de seu apoio para conquistar o poder popular revolu- cionário e, depois de installado este, con- vertel-o rapidamente, com o auxílio das massas operarias, camponesas e arma- das, no regimem communista, segundo o espírito das infiltrações soviéticas. Pos- suo no archivo da polícia, cartas em que os líderes communistas explicam este pro- jecto a camaradas que se mostram sur- prehendidos com a “entente” de allian- cismo com os grupos da burguesia liberal democrática. O governo popular revolucionário era apenas uma fachada para attrahir in- gênuos. Viria, logo depois, atrás delle, a verdadeira revolução social, inspirada no lemma: “pão, terra e liberdade”, com um governo de operários, camponeses, marinheiros e soldados de accordo com os moldes práticos consagrados pelo golpe de 1917 na Rússia. Prestes, ladeado pela Polícia Especial de Vargas, depõe no Conselho de Justiça Militar, fev/37 Medidas energicas para combater o communismo As modificações à Lei de Segurança Nacional, apresentadas pelo deputado Pedro Aleixo, corrigem as deficiências da legislação em vigor – Definidos novos crimes contra a ordem política e social Rio, 3 (Meridional) – Foi assignado na pasta da Guerra um decreto concebido nos seguintes termos: “OpresidentedaRepublicadosEstados Unidos do Brasil, considerando ser acto de justiça e afim de que perdera elle nos annaes militares, estigmatizando o crime de rebel- dia que cometteram, decreta: Ficam extinctos os 21º e 29º Batalhões de Caçadores e o 3º Regimento de Infan- taria. Artigo 2º - São creados os 30º e 31º BatalhõesdeCaçadoreseo14ºRegimentode Infantaria que deverão ser immediatamente organizadosparaconservar-sesemalteração o effectivo consignado na organização do Exército. Artigo 3º - Revogam-se as disposições em contrario. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1935. 104º da Independência e 47.º da República (a) Getulio Vargas, Presidente da Republica" Estigmatizandoo crimederebeldia Extinctos o 21.º e o 29.º B. C. e o 3º R.I. NOSSOCOMENTÁRIO Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência. A leitura da entrevista do Chefe de Polícia do Distrito Federal, em 1935, revela que o processo revolucionário comunista continua tendo as mesmas características nos dias de hoje. Nas fases que antecedem a tomada do poder todas as aparências de legalidade e de participação democrática no jogo polí- tico. A formação de frentes e alianças eleitorais com os partidos de esquerda e coma"burguesialiberal"paraaforma- ção de um "governo popular democráti- co" continua a ser a tática dos partidos comunistas e também de partidos que se dizem socialistas, escondendo sua ten- dência revolucionária. É a tática da "via pacífica" cujo primeiro objetivo é a conquista do go- verno pelo caminho eleitoral legítimo. A partir daí, o partido comunista ou parti- do socialista revolucionário, simulando um programa social-democrata, faz a "acumulaçãodeforça"aqueTarsoGen- ro (PT/RS) denomina de "reformismo radical", tendo por objetivo a tomada do poder. A Intentona Comunista de 1935 que surpreendeu pela violência, pode repetir-se de forma pacífica, pelo menos nassuasfasesiniciais,realizadaoqueos neo-comunistasdenominam"Revolução Nacional Popular". Com a chegada de elementos do 22º Batalhão de Caçadores e de uma bateria de Artilharia da Parahyba, os communistas pressionados, começaram a recuar no Recife 5 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ DEPUTADO JAIR BOLSONARO (Extrato) Odeputado federal Jair Bolsonaro sempre foi pre- sença constante nas solenidades da Intentona Comunista na Praia Vermelha, conforme podemos com- provar com fotografias publicadas em nossos jornais. Geralmente era acompanhado de seus filhos Flávio, de- putado estadual e Carlos, vereador pelo Rio de Janeiro. Como é sabido foi "proibido" pelo governo petista - comunista qualquer manifestação das Forças Arma- das em 31 de março e 27 de novembro. Mesmo assim, diversos Comandos continuaram realizando cerimôni- as / formaturas nessas datas merecendo destaque as da Praia Vermelha junto ao Monumento Votivo em home- nagem as vítimas da Intentona Comunista de 1935, por iniciativa do CML - Comando Militar do Leste e DECEX - Departamento de Educação e Cultura do Exército. No entanto, em outros destinos essas datas históricas foram completamente olvidadas e os Comandantes da Marinha e da Aeronáutica jamais organizaram ou participaram de algum solenidade. O Comandante do Exército, General Enzo esteve presente na Praia Vermelha. ANO VIII NUM. 2779 Publicado no Inconfidência nº 63 de 10/12/2003 General Curado, Brigadeiro Ivan Frota, Generais Modesto, Cherém, Denys, Deputado Bolsonaro e Generais Montezano e Burmann Foto publicada no Inconfidência nº 185 de dezembro de 2012 E o que dizer de Natal onde foi deflagrada a Intentona e estão sediados os Comandos da 7ª Brigada de Infantaria, da Base Naval e da Base Aérea e ali não é promovida qualquer for- matura sobre esse traiçoeiro evento? Gostaria que ao assumir a presidência do Brasil determinasse ao Ministro da Defesa que "convidasse" os principais Comandos das Forças Armadas a realizar sole- nidades cívica-militares relembrando 31 de março de 1964 e 27 de novembro de 1935, tal qual a Ordem do Dia do General Hamilton Mourão quando Comandante da Briga- da de Infantaria de Selva. São datas inesquecíveis para a História Militar e do Brasil. Desde sempre, o nosso futuro presidente se posicionou contra o comunismo internacionalista, materialista e ateu. Que o Altíssimo o proteja e ilumine para que o nosso amado Brasil seja, de fato, um país ocidental, cristão e democrático! Publicado no Inconfidência nº 258 de 27/11/2018 "BRASIL ACIMA DE TUDO! DEUS ACIMA DE TODOS!"
  • 6. 6Nº 284 - Novembro/2020 DISCURSO DO DEPUTADO FEDERAL AFONSO DE CARVALHO26 de novembro de 1946 CARÍSSIMOS LEITORES / HISTORIADORES / MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS “Sr. Presidente: Os tempos são outros. Nunca o Brasil esteve tão intensamente pene- trado de sentimento democrático e de amor à liberdade, como atualmente. E esse é o sentimento que prepondera nas nossas classes armadas. Foi o que as impulsionou para o 29 de outubro [deposição do presidente Vargas], e, agora, determina novamente o seu pro- nunciamento, em defesa da Pátria e da Democracia. Positivismo e Comunismo vieram a ser, no Brasil, as forças negativas, dissolventes da ideia de Pátria, impli- cando em desviar as forças armadas dos seus verdadeiros rumos. De início é o Positivismo que visa corromper o espírito nacionalista das nossas gera- ções militares e em favor da utopia – humanidade, relegando para plano se- cundário a ideia de Pátria. O Apostolado Positivista passou a ser o esquisito laboratório dessas ideias, onde os adeptos de Augusto Comte, como mais tarde o farão os dis- cípulos de Marx e Engels, agitarão as retortas de violentos ácidos corrosi- vos, contra a noção de Pátria. O Sr. Teixeira Mendes, “Papa Ver- de” do Positivismo, prega, então, ideias, que, hoje, dificilmente se acreditaria pudessem ser apresentadas, se não cons- tassem, como constam, das suas ora- ções apostolares. Prega, antes de mais nada, o esfacelamento do Brasil, crian- do as chamadas Pátrias Brasileiras. Afir- ma que os positivistas – e é grande, então, o seu número no Exército – não têm “o menor preconceito de integrida- de política”. Admira-se que os demo- cratas “olhem com tamanho horror” para o que chama “a inevitável fragmenta- ção política do Brasil”. Considera, des- denhosamente, a integridade brasileira como um simples preconceito. Ataca o Império “porque não re- cuou nem diante da violência e da cor- rupção para manter a Monarquia e a integridade da nacionalidade brasilei- ra”. Escreve textualmente: “O Exército não garante a tranquilidade pública porque é insuficiente para a guerra e é supérfluo para a paz”. Incentiva a sa- botagem da guerra do Paraguai, cujas glórias militares considera como sinais de vergonha, o que levou certa vez o General Tasso Fragoso a escrever: “Lembro-me dessa época quan- do os velhos generais, que haviam lu- tado no Paraguai, escondiam as suas condecorações de guerra, como se fos- sem símbolos do opróbrio” [duas ob- Transcrevemos abaixo, excertos do discurso pronunciado em 26 de novembro de 1946, na Câmara dos Deputados, pelo deputado federal por Alagoas, Coronel do Exército Afonso de Carvalho. Trata-se de um importantíssimo documento de cunho histórico-filosófico, que foi publicado pela revista “Nação Armada”, n° 81, de janeiro de 1947. O título da matéria é “O Militar não pode ser Comunista”. Diga-se que quando do citado discurso, o Bra- sil, há pouco mais de um ano, retornara ao estado democrático, após a deposição, pelas Forças Armadas, do ditador Getúlio Vargas. O Partido Comunista foi então legalizado e lançou candidatos a vários cargos eletivos. O seu líder, Luiz Carlos Prestes, foi eleito Senador. Em 1947, esse Partido foi posto na ilegalidade, eis que subordinado ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS), do qual era uma simples Seção, e pelas agitações subversivas que promovia em todo o Brasil. É disso e mais da nefasta ação da ideologia do Positivismo - “a Religião da Humanidade” -, que versa o magnífico Discurso. Afonso de Carvalho foi um notável historiador, intelectual, pensador militar, escritor, poeta, político (foi Interventor em Alagoas, em 1933, membro da Assembleia Nacional Constituinte de 1946, e deputado federal pelo estado de Alagoas), sócio de diversas instituições histórico-culturais. Ele foi um dos maiores biógrafos do Duque de Caxias, sendo o seu referencial livro, “CAXIAS”, editado por cinco vezes; a Biblioteca do Exército o editou em 1938 e tornou a fazê-lo, em 1976, em uma edição especial, de luxo. Eis alguns trechos do antológico, histórico e científico Discurso que todo patriota deveria ler com redobrada atenção, custodiar com esmero, e, em especial, refletir, comparativamente, com a atual e muito hostil conjuntura nacional, sob os influxos da ação “gramscista”, orquestrada pelo Foro de São Paulo: servações particulares: 1) o Senador Gaspar da Silveira Martins sempre cri- ticou, acerbamente, o pacifismo dos positivistas, para os quais os Exércitos deveriam se transformar em gendar- merias e “os generais eram os grandes assassinos dos povos”. Ainda mais: 2) a impoluta figura do Duque de Caxias era assaz denegrida e apequenada pelos militares pro- fitentes do Positivismo. Caxias só seria reabilitado pelo Exército, de um semi- anonimato não condizente com os tan- tos e tamanhos serviços por ele presta- dos ao Brasil, na paz e na guerra, no ano de 1925, pelo minis- tro da Guerra, Gene- ral Setembrino de Carvalho...]. Enfim,oExérci- to diminuído à sim- ples gendarmeria e a Pátria reduzida a vin- te republiquetas! Era o que queria o Apos- toladoPositivista,fiel intérprete das ideias de Augusto Comte, apóstolo ainda mais intransigente que Marx, das teorias do materialismo históri- co. Foi grande o trabalho dos constitu- intes para que a nova Carta Magna da República saísse escoimada dos aleijões positivistas. Os chefes militares, no decorrer dos governos republicanos, tudo fizeram para que o Exército se fortalecesse em seu espírito profissional e no seu amor à Pá- tria, da qual é a armadura de aço. Na verdade, os nossos chefes mi- litares souberam, com elevação e habili- dade, livrar as forças armadas do primeiro cancro (o Positivismo) que ia corroendo as suas energias e solapando os funda- mentos da Nação. Chegou, agora, a vez de defen- der-se de um outro inimigo. Os chefes militares de hoje, e que já falaram com a boca dos canhões em 27 de novembro de 1935 [refere-se à hedionda “In- tentona Comunista de 1935”, que pode ser resumida em dois vocábulos ape- nas: traição e covardia; e que foi uma das ponderáveis causas imediatas para a deflagração do glorioso Movimento Cívico-Militar de 31 de março de 1964], estão novamente com a palavra. Apreciado o Positivismo [que pre- ga a “ditadura republicana”] como con- trário à ideia de Pátria, vejamos agora o Comunismo [que preconiza a “ditadura do proletariado]. Desaparece, no Co- munismo, o conceito clássico de povo e de Pátria. A unidade política não é mais o povo, e sim, a classe. Dentro da unidade – classe, o cidadão oblitera- se, desaparece. E com ele, o povo. E com o povo, a Pátria. Cada circunscri- ção política deve dividir-se na classe dos marítimos, na classe dos meta- lúrgicos, etc. A classe é o que se tem em vista, esteja onde estiver, no país ou no estrangeiro. Lê-se no Manifesto Comunista: “Operários de todo o mundo: uni-vos!” O Programa do Komintern procla- ma: “O Proletariado não terá pátria en- quanto não conquis- tar o poder político”. Como o Parti- do é internacional, aqueles que o diri- gem nos demais paí- ses, como no Brasil, têm o nome de Se- cretários. E, se em dado momento, colidirem os interesses de um país com os da Rús- sia Soviética, devem preponderar os da URSS. Desta mesma tribuna o senador comunista Luiz Carlos Prestes decla- rou que no caso de uma guerra do Bra- sil com a Rússia, ou melhor, com a União Soviética, ele ficaria com a União Soviética. Como se pode supor, nessas con- dições, que um comunista possa deixar de atender aos compromissos interna- cionais, intrínsecos, do seu Parido? E se esta obediência, pelo caráter inter- nacional do Partido, dimana, imperati- vamente, da própria essência do comu- nismo, como admitir-se que o militar possa pertencer a uma organização in- ternacional, ele que jurou defender a Pátria com o sacrifício da própria vida? Como admitir-se que o militar, o militar do Brasil, possa ter outra Bandeira que não seja aquela “que a brisa do Brasil beija e balança?” Como admitir-se que ao soldado, ao marinheiro, ao aviador, se possa, sem receio de traição, confiar-se uma arma, e esta arma ser utilizada contra a Pátria, que nele depositou a sua confiança? Não podem existir duas respostas a estas perguntas! Admitir-se um militar comunista seria conformarmo-nos com o mais trágico dos paradoxos. Ninguém pode negar aos Esta- dos Unidos da América do Norte e à Inglaterra, o alto espírito democrático que preside às suas instituições. E, no entanto, o que hoje se pretende fazer no Brasil, a Inglaterra e os Estados Unidos já o fizeram, excluindo das suas forças armadas todos os militares co- munistas [acrescente-se que, após a Contrarrevolução de 1964, foram expur- gados das FFAA, militares indesejáveis como os subversivos/comunistas, os cor- ruptos e os de conduta moral incompatí- vel com a profissão militar; desafortuna- damente, tipos dissimulados consegui- ram escapar daquela oportuna e benéfica higienização, sendo o caso mais notó- rio o do capitão desertor e traidor, fa- cínora crapuloso, Carlos Lamarca]. Sr.Presidente.Srs.Deputados:Vou terminar. Procurei demonstrar como as Forças Armadas têm sido sacrificadas por duas correntes ou partidos de senti- do filosófico-político, fundamentados na interpretação materialista da História: o Positivismo e o Comunismo, e ambos desencadeados, primeiro, contra a Repú- blica que sucedeu à Monarquia; depois, contra a República que substituiu a Dita- dura, e, também, por coincidência, ambas em sua fase perigosa de adolescência. Continuando, Sr. Presidente, pro- curei provar o caráter internacional do Positivismo e do Comunismo. E, assim, contrários à ideia de Pátria. Na Inglaterra, Srs. Deputados, sempre se sepultaram os sonhos dos conquistadores e a ideolo- gia dos extremistas! Se velhos países, como outros, reagiram às ideias de Marx, como compreender-se que um país no- vo, ainda em formação, como o Brasil, possa admití-las e com a cumplicidade das próprias classes armadas? Impõe-se à Democracia brasileira fortalecer o sentido afirmativo da Pátria. Não podemos - militares e repre- sentantes do povo -, permanecer tranqui- lamente debaixo da abóbada, deixando que o inimigo nos vença. Se não reagir- mos, a abóbada ruirá. Pereceremos to- dos. E de todos nós, que não somos co- munistas, não sobrará um só Jeremias pa- ra chorar sobre as cinzas dessas ruínas. Fortaleçamos a Pátria, prestigiando as classes armadas. Renunciemos à vas- tidão das ideias universalistas. E perma- neçamos intangíveis no nosso sentimen- to pátrio, no sagrado egoísmo, no amor ciumento do nosso desvão de telhado, que é a nossa terra, a nossa família, a nossa gente, a nossa PÁTRIA!” 6 Publicado no Inconfidência nº 208 de 27 de novembro/2014
  • 7. 7Nº 284 - Novembro/2020 Cópia do original datilografado do telegrama com o qual a direção da Internacional deu a Prestes e Ewert ordem para agir * Por Jarbas Passarinho * Coronel - Foi ministro de Estado, governador e senador pelo Pará. Partido Comu- nista Brasileiro, nascido em 1922, te- ve vida curta, diri- gido por Astrogildo Pereira e Octávio Brandão, quando em 1929 caíram am- bos em desgraça da Terceira Interna- cional fundada por Lênin. Poupados por Moscou que determinou uma tré- gua, que não durou senão até 1930. O Komintern criticava os dirigentes do PCB, proibiu o partido de fazer qual- quer aliança nas eleições daquele ano, para cultivar seus clichês: luta contra o imperialismo, terra para os campone- ses, afastamento dos intelectuais (As- trogildo, Brandão, Basbaum e Paulo Lacerda) e sua substituição por “traba- lhadores mal vestidos e que falassem errado”. Lembro essa passagem para salientar uma interessante coincidên- cia: quando o PT foi fundado, há 25 anos, pretendia manter o princípio de partido exclusivo de trabalhadores, con- trário a toda política de alianças com partidos burgueses e dirigido por um metalúrgico “mal vestido e que falava errado”. Prestes só seria recebido na Ter- ceira Internacional, ou Komintern, em 1931, quando aceitou pagar o que se chamava outrora, nos clubes de grã- finos, uma luva. Para ser recebido na ilustre companhia dos revolucionários mundiais, pagou “20 mil dólares do fundo recebido de Getúlio Vargas de- zesseismesesantes”,como revelou Wil- liam Waack, no seu livro Camaradas, comprovado no acesso que teve aos arquivos de Moscou, após o colapso daUniãoSoviética,CapítuloOuroPara Moscou, página 43. João Alberto, em A Marcha da Coluna, confirma o en- tendimento com Getúlio, para que Pres- O LEVANTE COMUNISTA DE 1935: REFLEXÕES tes chefiasse a Revolução de 1930. Ele desviou os recursos para cumprir exi- gência do Kominforn, o mesmo Komin- forn que lhe daria ordem para o levante de 1935 e dava (ou retribuia) dólares para chefiar o levante no Nordeste e no Rio de Janeiro. É a prova do “Ouro de Moscou”. Acho que Prestes vacinou o Exér- cito com esse levante, que deixou mar- cas indeléveis de traição e covardia, quebrando um princípio de lealdade pertinente à vida castrense, em exem- plos históricos co- mo o dos aviadores na 1a Guerra Mun- dial. Quando um ad- versário era abatido, o contendor vitorio- so passava em vôo rasante sobre o ven- cido e lhe fazia con- tinência. Lee, o fa- moso general que comandou o Exér- cito dos Confede- rados na Guerra de Sucessão americana, era instrutor em West Point, quando a guerra eclodiu. Despediu-se da escola, comandada por superiores seus, adeptos de Lin- coln, com a tropa que ele iria comba- ter formada em saudação. Não há du- vida que eram tempos muito passa- dos, em que a guerra tinha uma com- ponente romântica. Mas em 1935, o comandante do 3o RI, onde estava preso o capitão comunista Agildo Ba- rata, tinha absoluta confiança nos seus subordinados.Doisdeles,fizeram o con- trário dos exemplos românticos. Um capitão que devia favores ao Coman- dante, jurou-lhe ajoelhado que era falsa a informação que o Coronel recebera de que o Regimento se levantaria no dia 27 de novembro e que o capitão era um dos seus líderes. Pois ele mes- mo, altas horas da madrugada, cum- priu as ordens que Prestes fizera che- gar, escritas, a Agildo Barata. Preo- cupado com as informações que re- cebera do Ministério da Guerra, de- terminou o Comandante a um tenen- te seu secretário, que instalasse uma metralhadora visando a subunidade suspeitada. O tenente, que tinha um parente na intimidade do Palácio do Catete, com Getúlio Vargas – e daí a insuspeição dele - acabou usando a metralhadora em apoio aos comunis- tas rebelados. Na Escola de Aviação, um ofi- cial que faço ques- tão de não sujar com seu nome es- te papel em que es- crevo, foi encar- regado de matar o tenente Danilo Pa- ladini, sabidamente anticomunista. Cobriu o revólver com um jornal e, numa escada em que Paladini se en- contrava, chamou-o perguntando se lera o jornal. Quando a vítima des- ceu uns degraus, o covarde o matou com tiros do revólver escondido no jornal. Outros covardes, também, suja- ram a história castrense no Brasil. Um exemplo é o do tenente Bragança, avi- ador. Cumprindo seu dever, dirigiu-se de trem para o subúrbio de Deodoro, no Rio de Janeiro, com um colega, pa- ra apresentarem-se em sua unidade, que não sabia já rebelada. Apanhou-os um capitão (um facínora que vim a co- nhecer no Congresso quando votamos a lei de anistia), dono de um pequeno automóvel. Sentaram-se os dois ofi- ciais nos bancos de trás. O capitão, sacando uma parabelum dirigiu-se primeiro ao tenente Bragança, dizen- do estar a unidade de aviação revol- tada obedecendo Prestes e pergun- tou se aderiam. O tenente corajosa- mente respondeu que não. Levou um tiro fatal. O outro abriu a porta do automóvel e jogou-se para fora, pro- tegido pelo lusco fusco e da frágil vegetação de Marechal Hermes. Foi salvo porque o gatilho da arma não percutiu a bala. Dele eu li, já sena- dor, o depoimento que deu no Tribu- nal de Segurança criado por Getúlio, revelando como se dera a morte do tenente Bragança. Mas, quando ca- pitão instrutor do CPOR de Belo Ho- rizonte, fui companheiro de seu ir- mão, o capitão Bragança, um oficial de escol, cuja família tinha sido com- pelida a não revelar o que sabia, para que nas Comemorações da Intentona, na Praia Vermelha, a ferocidade e a deslealdade dos comunistas fosse en- fatizada como eles matando até mi- litares dormindo. Coisas de políti- cos e não exatamente da política como a descreve Max Weber. O Presidente Collor determi- nou que as comemorações da Praia Vermelha, nos 27 de novembro não mais fossem realizadas, para recon- ciliação da família brasileira. Pas- sara a ser lembradas nos quartéis. Agora, nem isso. São substituídas pelo culto, de Dom Paulo Evaristo Arns e do rabino Sobel ao comunista Wladimir Herzog. Assim se faz a his- tória. (Publicado no Inconfidência nº 88 de 27/11/2005) Cobriu o revólver com um jornal e, numa escada em que Paladini se encontrava, chamou-o perguntando se lera o jornal. Quando a vítima desceu uns degraus, o covarde o matou com tiros do revólver escondido no jornal. Acuse-os do que você faz. Xingue-os do que você é. LenineLenineLenineLenineLenine CAMARADAS Nos arquivos de Moscou A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935 WILLIAM WAACK Este livro não foi feito para fa- vorecer alguns em detrimento de outros, nem para retomar deba- tes e pontos de vista totalmente ul- trapassados com o fim da Guerra Fria. No entanto, é inevitável que alguns mitos, imagens, carreiras e reputações – e crenças – saiam pro- fundamente abalados ao final des- tas páginas. Berlim, setembro de 1993 Também usava os nomes de “Frida Leuschner”, “Ana Baum de Revi- dor”, “OlgaSinek”,“OlgaBergnerVilar” e “Zarkovich”; alemã, membro do IV Departamento do Exército Vermelho (Inteligência Externa); casada na URSS com B. P. Nikitin; viajou em dezembro de 1934 ao Brasil, acompanhando Luiz Carlos Prestes, cumprindo missão que lhe fora atribuída pela EKKI. Foi OLGA BENÁRIO - A VERDADE presa no Brasil em 6 de março de 1936, juntamente com Prestes, com que teve uma filha, sendo deportada para a Alemanha, onde morreu, em 1942, em um campo de concentração. O seu grau de importância na hierarquiadaespionagemsoviéticadeu- se no episódio de reconhecimento de sua morte e nas motivações nazistas para a liquidarem. “Camaradas" é um livro cuja leitura se diria recomendável a todos os brasileiros mas obrigatória ao público militar. Obrigatória, por traduzir-se o seu texto na mais ampla e irretorquível defesa da ação anti-comunista em que se envolveram as nossas Forças Armadas, desde 1935. A nossa luta, e a nossa vi- tória foram o triunfo da razão. Honra aos sacrifícios e ao sangue derramado em decênios de confronto com a maior aberração que produziu o pensamento humano, o comunismo. E estejamos certos! O “patrulhamento ideológico” ainda não foi desmon- tado no Brasil. A obra de Waack não irá figurar nas famosas listas dos mais vendidos que a mídia repete em seus suplementos. Corrijam-nos, no futuro se estivermos errados! William Waack (Publicado na revista do Clube Militar de dezembro/1993) * Tenente-Coronel Antônio Gonçalves Meira Camaradas - Por William Waack 7 O
  • 8. 8Nº 284 - Novembro/2020 A INSURREIÇÃO DE 27 DE NOVEMBRO ESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR Oinício da revolta na AVIAÇÃO coincidiu, differença de poucos minutos, com a do 3º REGIMENTO DE INFANTARIA. Em vasta área, quasi toda aber- ta, situada entre a Estrada Rio-São Pau- lo, a Estação de Deodoro e a Invernada dosAffonsos,estáaESCOLA DE AVIA- ÇÃO MILITAR. Dentro dessa área vários pavi- lhões se distribuem a esmo; uns, ser- vindo de quartéis e alojamentos, ou- tros, de officinas e hangares. Duas entradas lhe dão accesso; ambas situadas à margen da Estrada Rio-S. Paulo, sendo que uma dellas, a mais utilizada hoje, está localizada na embocadura de um caminho que vae ter à Enfermaria. Foi por esta que, pouco antes das três horas da madrugada de 27, penetrou na ESCOLA o automóvel do Capitão SOCRATES, conduzido, além deste, o Capitão AGLIBERTO e os Tenentes BENEDICTO e DINARCO, emquanto que o Tenente IVAN ali pe- netrava pelo outro portão afim de su- blevar a guarda de serviço. A promptidão e a vigilância na ESCOLA, em conseqüência dos acon- tecimentos de Natal e Recife, não era rigorosa e geral como no 3º REGI- MENTO DE INFANTARIA, mas ape- nas parcial, e comprehendia a Compa- nhia de Guardas, a Extranumeraria e a Companhia de Alumnos do Curso de Sargentos Aviadores. Os serviços de segurança, en- tretanto, foram augmentados na noi- te de 26 para 27, em face dos boatos que circulavam. O Commandante, Tenente-co- ronel IVO BORGES, que vinha de há muito desconfiado da actuação dos Capitães SOCRATES E AGLIBER- TO, dera terminantes ordens aos ele- mentos encarregados da fiscaliza- ção dos portões de entrada, que não permittissem o ingresso na ESCO- LA de qualquer vehiculo, mesmo conduzido officiaes. As ordens não foram, porém, cumpridas pelo Sargento ALVARO BELGA, que com um Grupo de Com- bate, guardava a Estrada que vae ter à Enfermaria e por onde penetrou, sem ser embaraço em sua carreira, o auto- movel do Capitão SOCRATES. Há muito já se achavam na ES- COLA, alli chegados “por acaso” “ou para saberem das novidades”, os Te- nentesCARLOSBRUNSWICKFRAN- ÇA e JOSÉ GAY DA CUNHA. O Commandante, o Major BEN- TO RIBEIRO CARNEIRO MONTEI- RO e o Capitão JORGE GOMES RA- MOS, que rondavam pela Estrada Rio- S. Paulo, ao verem passar ve- lozmente, sem encontrar obstáculos, o automóvel do Capitão SOCRATES, interpellaram o Sargento BEL- GA, que explicou ter deixado passar o vehiculo por condu- zir officiaes da ESCOLA. Deu-lhe ordem o Tenen- te-coronel IVO BORGES que o acompanhasse juntamente com o seu Grupo de Combate, afim de verificarem o que pre- tendia a ESCOLA, áquellas ho- ras, SOCRATES e seus com- panheiros. Foi então que se ouviram os primeiros tiros partidos das proximidades do local onde pa- rara o automóvel, e acto conti- nuo, recebiam o Commandante, o Major BENTO RIBEIRO e o Capitão GOMES RAMOS uma rajada de fuzil metralhador do GrupodoSargentoBELGA.Gri- taram os officiaes que não ati- rassem, quando nova rajada se fez ouvir. Surprehendidos e im- possibilitados de, no local, to- marem qualquer attitude de reacção, ou providencia effi- ciente, referem o Coronel IVO e o ma- jor BENTO a fls. 1.536 e 1.540 do 6º volume, dirigiram-se para a Escola Mi- litar, posto de commando da 1ª Bri- gada de Infantaria, onde se apresen- taram, tendo por sua vez conseguido o Capitão GOMES Ramos alcançar o Batalhão Escola, onde solicitou as primeiras providencias. A esse tempo, o automóvel con- duzindo SOCRATES, AGLIBERTO, IVAN E DINARCO, defrontava a Com- panhia de Alunnos, onde nas proximi- dades se achavam dois Grupos de Com- bate commandados pelos Tenentes BENEDICTO LOPES BRAGANÇA e OSWALDO BRAGA RIBEIRO MEN- DES. Colhidos de imprevisto e envolvi- dos pelos officiaes revoltosos, emquanto parte da tropa dispersava aos gritos de “Viva a revolução”, eram presos os Tenentes Bragança e Mendes e recolhi- dos ao automóvel, sob a vigilancia do Capitão AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO. Foi ahi, que este official, segun- do refere o Tenente RIBEIRO MEN- DES, cujo testemunho é corrobarado pela prova indiciaria, friamente assas- sinou o seu collega Tenente BRA- GANÇA. Em outros sectores, agiam os Tenentes BENEDICTO DE CARVA- LHO e IVAN RAMOS RIBEIRO, au- xiliados pelos Tenentes DINARCO, GAY e FRANÇA e pelo Aspirante WALTER. Sublevaram assim a Companhia de Alumnos e a de Guardas, ao mesmo tempo que eram presos os officiaes que não adheriam à insurreição. OCapitãoARMANDODESOU- ZA E MELLO, e o Tenente DANILO PALLADINI foram mortos pelos re- voltosos logo no inicio do assalto. O Tenente Coronel EDUARDO GOMES, Commandante do 1º REGI- MENTO DE AVIAÇÃO, quando re- pellia um ataque á sua unidade, dirigido pelos revoltosos SOCRATES E IVAN, foi ferido na mão por um dos compo- nentes do Grupo de Combate deste ultimo. Mas já as forças do Governo atacavam a AVIAÇÃO e o Grupo Es- cola começava o bombardeio. Dentro em pouco os rebeldes capitulavam, e os chefes, sem a cora- gem de enfrentarem a derrota, pu- nham-se em fuga desordenada, aban- donando seus commandados. Como tivemos occasião de resaltar em trecho deste relató- rio, era evidente que os planos do movimento não se poderiam cir- cumscrever a dois quartéis, elles necessariamente envolveriam ou- tras unidades e estabelecimentos militares. De facto: no Quartel-General da 1ª Região, o Tenente AUGUSTO PAES BARRETO que, na noite de 26, descera da Villa Militar, com- mandando uma Companhia do 2º REGIMENTO DE INFANTARIA, era preso quando procurava, logo de chegada áquelle Quartel, alli- ciar elementos para a insurreição armada, que irromperia na ma- drugada de 27, tendo como che- fes, entre outros, o Capitão LUIZ CARLOS PRESTES e o Dr. PE- DRO ERNESTO (Fls. 1.787 do 7º volume). Na VillaMilitar,PAULO MA- CHADO CARRION e possivel- mente SOVERAL FERREIRA DE SOUZA, SAMUEL LOBO,ALDO- BRANTINO CHAVES SEGURA e outros, juntamente com inferiores e praças, ficaram impedidos de executar os planos que traçaram, dada a acção efficaz dos commandantes de suas unidades. NO CENTRO DE PREPARA- ÇÃO DE OFFICIAES DA RESERVA eram presos LAURO FONTOURA e HELIO DE ALBUQUERQUE LIMA, alliciadores de elementos para a re- bellião naquelle estabelecimento de ensino militar. Finalmente,noGRUPODE OBU- ZES, em S. Christovão, foi descoberta a trama da revolta que estava articula- da entre inferiores e praças daquella unidade. (Páginas 18, 19, 20 e 21 do relatório) Ha ainda a referir episodio occor- rido com os officiais presos no Casino, para onde foram transpor- tadas, adredemente, caixas de gra- nadas, e que não teve por epilogo o sacrifício de todos, graças á inter- venção do Capitão JOSÉ LEITE BRASIL, que se oppoz, como che- fe que também era, ás ordens dos Capitães AGILDO e ALVARO de SOUZA, que, convencidos da der- rota, queriam o extermínio dos pri- sioneiros. (Página 17 - Setembro/1936) RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTO DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRICTO FEDERAL Descarga de tiro de fuzil realizada por uma representação do 12º BI, envergando o uniforme da época, em homenagem ao Capitão Benedicto Lopes Bragança, no cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte (2004 ) 8 Publicado no Inconfidência nº 88 de 27 de novembro de 2005
  • 9. 9Nº 284 - Novembro/2020 * Cel. Aluísio Madruga de Moura e Souza Autor dos livros: • Guerrilha do Araguaia – Revanchismo – A Grande Verdade • Documentário – Desfazendo Mitos da Luta Armada PEDIDOS: guearaguaia@uol.com.br A INTENTONA COMUNISTA Apresento, a seguir, al- guns detalhes dos as- sassinatos do Capitão Danilo Paladini e do Capitão Bene- dicto Lopes Bragança, para que o leitor tenha para sem- pre na mente, até onde che- gou a covardia dos que fizeram a Intentona. Com já citei, o comunista Barbosa Lima Sobrinho escreveu na orelha da contra capa do livro de Hélio Silva – 1935 - A Revolução Ver- melha: “não houve ninguém, oficial ou sol- dado, assassinado na cama pelos companhei- ros sublevados. Os que morreram, morreram lutando”, o que é uma grande inverdade. Bar- bosa Sobrinho certamente não leu os jornais da época e nem se aprofundou no tema, ou teve a intenção deliberada de distorcer os fatos em defesa de seus camaradas comunistas. No caso específico, do Tenente Danilo Paladini, promovido a Capitão pós-morte, ti- ve a grata satisfação de ter sido comandado do General Mário César Azevedo da Silveira, esposo de dona Irma Paladini Azevedo da Sil- veira, filha do Capitão Paladini e de dona Ze- lina Paladini. Sabendo que eu estava escrevendo um livro no qual abordaria a Intentona, gentil- mente dona Irma me permitiu acesso a um diá- rio de campanha do seu pai, escrito dia após dia, iniciado em 1º de agosto de 1924 e findo em 23 de março de 1927, bastante útil para conhecimento das questões desse período que antecedeu a Intentona. O referido diário conta a sua participa- ção na manutenção da ordem governamental em duas revoltas ocorridas no interior do País, mais precisamente na região norte (Pará e Amazonas) e no interior de Minas Gerais e do antigo Estado de Goiás. Como relatei em artigo anterior, consta na página 75 do livro do ponderado Gen. José Campos de Aragão, participante da resistência no 3º Regimento de Infantaria no Rio de Janeiro a seguinte afirmação: “o capitão Armando de Souza Melo e o tenente Danilo Paladini, que repousavam no momento da insurreição, fo- ram mortos pelos revoltosos ainda aturdi- dos quando se levantavam”. No entanto, dona Irma tem versão dife- rente das publicadas em livros a respeito da morte de seu pai. Segunda sua mãe, um sar- gento, cujo nome não se recorda, a procurou e lhe contou como o seu marido, Tenente Paladini, foi assassinado friamente: disse-lhe o sargen- to: “eu e o Tenente Paladini regressávamos da ronda e, quando subíamos as escadas que davam acesso ao alojamento, ouvimos uma voz que chamou. Paladini! Ato contínuo ouviu- se um disparo de arma de fogo que o atingiu nas costas. Então eu o arrastei até o aloja- mento, colocando-o sobre um sofá. Começa- Sobreleva notar que ha nestes autos a prova de que AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO foi autor do as- sassinio do Tte. Benedito Lopes Bragança. O Tte. Oswaldo Braga Ribeiro Mendes a fls. 612 do 3º volume e, posteriormente, no depoimento de fls. 1.547 do 6º volume, diz: “ A partir do momento da chegada do auto do Cap SOCRATES não mais vi o Cap. Armando (Arman- do de Sousa e Mello). O Tte. BRAGANÇA (Benedito Lo- pes Bragança) foi desarmado immediatamente, attri- buindo eu o facto de não me terem desarmado a ter en- costado no carro colhido pela surpresa. Ao que apare- ce na direcção da Casa dos Pilotos, VISOU FRIAMEN- TE O TENENTE BRAGANÇA E ATIROU, TENDO O REFERIDO TENENTE SOLTADO UM GEMIDO E CAHIDO PARA O SEU LADO DIREITO, DENTRO DO CARRO, ASSASSINADO SEM DEFESA. Ao ver que o Cap AGLIBERTO que estava a nossa esquerda apon- tava para mim e notando pela sua physionamia que elle ia atirar-me, levantei a mão na sua direcção ex- clamando: Mas AGLIBERTO! Apesar disso, o referi- do Capitão apertou o gatilho, tendo o revólver falhado. Aproveitando-me do seu movimento de surpresa, con- segui empunhar meu revólver e atirar apressadamen- te na sua direcção pela porta do carro, o que occasionou sua fuga em direcção ao capinzal que vae ter á Enfer- maria”. O Ex-Sargento AZOR GALVÃO DE SOUZA, pres- tando declarações a fls. 2.026. do 9º volume, a proposito do facto acima descripto, informa: “Que quando procurava essas granadas, notou que um dos officiaes que se achavam no automovel estava ar- mado; que cumprida essa missão, afastava-se do local, no qual já não se encontrava o Tte. BENEDITO (Benedito de Carvalho), quando ouviu um disparo de revólver, ao mes- mo tempo em que varios elementos que alli se achavam dispersaram, permanecendo apenas junto ao automovel do lado do volante o Cap AGLIBERTO, donde conclue o de- clarante ter sido este official o autor do tiro... Que reaffirma ter sido o Cap AGLIBERTO VIEIRA DE AZEVEDO o único official que se achava no momento ao lado do citado automovel e que estava armado com um revólver nickelado; que logo após o tiro, o Cap AGLIBERTO sahiu correndo na mesma direção em que corria o declarante”. A accusação que pesa sobre AGLIBERTO de ter fria e covardemente assassinado o Tte. BENEDITO LOPES BRAGANÇA, por isso que este official se achava preso e desarmado, embora elle a conteste nas declarações de fls. 2.151 do 9º volume e na acareação de fls 2.201 está evi- dentemente provada nos autos, não só em face dos ele- mentos acima transcriptos, de uma claresa e precisão ra- ras, como ainda frente á prova indiciaria reunida. Momentos antes dos factos acima descriptos já o accusado, o Cap SOCRATES e o Tte. BENEDITO DE CAR- VALHO ameaçavam de morte o Tte BRAGANÇA, affirma o Cabo JANCY SGARBI D´AVILA nas declarações que prestou a fls 1.709 do 7º volume. RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTO Agliberto Vieira de Azevedo (Páginas 112 e 113) COMO SE VERIFICOU A SENSACIONAL OCORRÊNCIA DA MANHÃ DE ONTEM EM CACHAMBÍ Após prestar declarações na Polícia Central, o chefe extremista foi recolhido incomunicavel à Polícia Especial - Pormenores da importante diligencia policial Luís Carlos Prestes, já na Polícia Central, preso três meses depois do levante communista A prisão de Luís Carlos Prestes NR: Este precioso documento histórico – Relató- rio elaborado pelo Delegado Eurico Bellens Porto da Polícia Civil do Districto Federal – A Insurreição de 27 de Novembro, com 267 páginas encadernadas pelo Grupo Inconfidência, encontra-se à disposição de nossos leitores. E também de historiadores, jornalistas e professores que fingem não conhecer a verdadeira História do Brasil, deturpando-a com a conivência do Ministério da Educação, das Secretarias Estaduais de Educação e principalmente, da mídia venal e vendida ao governo petista. va uma grande confusão”. Como dona Zelina, mãe de dona Irma, fez questão de guardar a farda usada por seu esposo no dia em que foi assassinado, para que a acompanhasse quando do seu falecimento, tive a honra de estar com a túnica da farda em questão nas mãos e constatar que o tiro fora dado pelas costas, saindo na altura do coração. Pena que dona Zelina já não possuía memória para nos contar detalhes do que soubera pelo sargento em questão. Não importa! Matar um ser humano dormindo, ainda sonâmbulo ou pelas costas é a mesma coisa. Não é combate, não é luta, é traição e covardia. Tendo corrido risco de morte em tantas oportunidade, como pude verificar em seu diário, o Capitão Paladini jamais imaginou, que por ironia do destino, iria morrer dentro do quartel em que servia e que, portanto, julgava local altamente seguro, por um ato mesquinho e covarde, praticado por um companheiro de profissão com quem convivia diariamente. Quanto ao Tenente Benedicto Lopes Bra- gança, segundo depoimento do 2º Tenente Aviador Oswaldo Ribeiro Mendes, o mesmo foi “assassinado sem defesa pelo Capitão Agliberto Vieira de Azevedo, dentro do carro do Capitão Sócrates Gonçalves”. Não estava, portanto, lutando, mas no banco traseiro de um automóvel. Declara o Tenente Ribeiro Mendes: “es- távamos decaronanocarroquefoiretidoquan- do adentrávamos no quartel. Ao retirar-se o sargento que nos parou, continuamos sob a guarda do Capitão Agliberto. Ao ouvir o pri- meiro tiro disparado, ao que parece, na dire- ção da casa dos pilotos, Agliberto visou fria- mente o Tenente Bragança e atirou, tendo este soltado um gemido e caído para o seu lado direito, dentro do carro, assassinado sem defesa. Vendo que o Capitão Agliberto, à nos- sa esquerda, apontava a arma para mim e notando pela sua fisionomia que ia atirar, levantei as mãos exclamando: mas Agliberto! Apesar disso, este apertou o gatilho, tendo o revolver falhado. Aproveitei-me do seu mo- mento de surpresa, consegui empunhar meu revólver e atirar apressadamente pela porta do carro, o que ocasionou sua fuga na direção do capinzal que vai até a enfermaria”.( pg. 80 do livro do Gen. José de Campos Aragão). Alguns outros exemplos poderiam ser citados. No entanto, imagina-se que os da- dos até aqui fornecidos sejam suficientes o bastante para nos permitir afirmar que nem todos os que morreram, morreram lutando como de maneira desavergonhada os comu- nistas continuam apregoando. 9 Publicado no Inconfidência nº 134 de 27 de novembro/2008
  • 10. 10Nº 284 - Novembro/2020 Acabo de ler seu magnífico livro so- bre as “Origens e Transformações do Ma- terialismo Histórico”. Rica de informes que merecem fé, abundante de ensinos e segura nas conclusões e na crítica, esta obra está destinada a despertar na consci- ência dos brasileiros e na ação dos poderes públicos um sentido de vigilância maior contra os perigos do comunismo. Na verdade, porque a ideologia polí- tica dos Soviets, pela sua crueza materialis- ta e a sua técnica de anulação dos valores morais, repugne à nossa compreensão e aos nossos sentimentos de povo formado na doutrina cristã, e tambem porque não temos, salvante os estudiosos do assunto, uma atenção prevenida capaz de surpreen- der os índices esparsos da propaganda bolchevista, - o certo é que damos uma credulidade displicente à existência daque- la propaganda no Brasil. Da memória pública, que é sempre fraca, se vai apagando, até a lembrança do sangue derramado na revolução vermelha do 3º Regimento de Infantaria e da Escola de Aviação, nas revoltas comunistas de Recife e nos três dias aziagos do gover- no soviético instalado no Rio Grande do Norte, em o ano trágico de 1935... Raros são os que sabem, como eu, que no fichário do Tribunal de Segurança Nacional figuram vários milhares de co- munistas cujas atividades partidárias se acham documentadamente comprovadas nos respectivos processos. Essa parcela, entretanto, é apenas um índice dos que atuaram às claras. Por- que a maioria dos adeptos do credo mos- covita continua agindo às ocultas, e cau- telosamente, nos setores da vida públi- ca, onde pode penetrar, especialmente, nos círculos publicitários e em outros meios de propaganda. Os que foram colhidos em proces- sos são, sem sombra de dúvida, muito pou- cos, em relação aos que continuam agin- do subrepticiamente, em liberdade. Haja vista o que sucede com essa campanha de proletarização da literatura e da arte, na qual a propaganda subversi- va mal se esconde a argúcia daqueles que bem conhecem a técnica de disfarce e de embuste dos comunistas. É assim que, nos romances, a pretexto de ser assunto da época, escolhem um tema social que lhes dará aso à divulgação solerte de idéias e de princípios marxistas. E, propositadamente, investem contra as regras mais elementares de gra- mática, porque é preciso corromper a lin- guagem, nivelando-a, quanto possível, à das classes proletárias e incultas, corroen- do-se, assim, um dos elementos orgâni- cos da unidade de um povo. E isto se faz, disfarçadamente, sob pretexto de se estar construindo “língua brasileira”. A obscenidade de palavras ou de cenas aparece também a miude, não com o fim da “verdade na arte” da antiga escola naturalista e, sim, como um ataque pre- A INSÍDIA COMUNISTA NAS LETRAS E NAS ARTES DO BRASIL Carta do Juiz RAUL MACHADO, membro do tribunal de Segurança Nacional e brilhante homem de letras, dirigida ao escritor José Getúlio Monteiro Filho. mediado à moral burguesa, que precisa ser destruída. Os temas escolhidos se resumem igualmente, na maioria das vezes, em ar- gumentos proletários... com invocação a Nosso Senhor, no fim, para que o poeta revolucionário possa agir acobertado pelo manto do catolicismo. A música se transforma em violên- cia de ruídos, visando também uma fina- lidade única: - a negação da melodia por- que esta leva naturalmente a um estado de exaltação espiritual, incomparável com as tendências da doutrina materialista. Também a dansa não escapa à mesma finalidade de instrumento de propaganda dissolvente. Aquela graça espiritual de outrora, que lhe disfarçava o sentido sensua- lista, inerente, aliás, a todas artes, desapa- receu por completo, dando lugar a uma sucessão de gestos grotescos e de atitudes despudoradamente voluptuosas... Tudo isto é feito, como se vê, com um escopo único: - a perversão das forças vi- vas e puras do sentimento, tornada uma das armas secretas do plano de desagrega- ção nacional... É, em suma, a luta do materi- alismo contra o predomínio do espírito. Não se invoque a época, como jus- tificativa dos fatos. O fenômeno se apre- senta de tal forma, “uno”, nos seus múl- tiplos aspectos, que é inútil querer negar- lhe a causa, que, exponta nitidamente das linhas programáticas de uma inteligência organizadora, ao serviço de um plano de finalidade diabólica... E essa organização se patenteia, ain- da mais, nos louvores e aplausos que as igrejolas de elogios mútuos distribuem, por todas os meios de propaganda, às produ- ções pretensamente artísticas da camari- lha suspeita... Urge, portanto, reagirmos, também organizadamente, contra essa investida maléfica, mediante uma rigorosa fiscaliza- ção oficial nos livros e publicações de toda a espécie, impedindo-se a venda e a circu- lação das obras que forem manifestamente suspeitas; divulgando-se na imprensa e pelo rádio as melhores páginas em prosa e verso dos nossos escritores de nomeada real; fazendo-se a exaltação dos valores morais e intelectuais do passado; promo- vendo-se conferências e estudos destina- dos a demonstrar como se processa a in- vasão do organismo nacional pelas bacté- rias insidiosas do comunismo; instituindo- se, em suma, uma contra-propaganda, que equivalha a um sistema preventivo de pro- filaxia moral, intelectual e política. Por tudo isto, meu caro, é que me animei a enviar-lhe estas sugestões, valen- do-me do ensejo grato de exprimir-lhe meu entusiasmo de brasileiro pelo seu livro, que, ao lado de outras virtudes de pensamento e cultura, é um grito de alerta para que nos congreguemos contra a ameaça do inimigo traiçoeiro e implacável, que não descansa e não perdoa... (Excerto) Com toda oportunidade e prazer espiritual, “Nação Armada” trans- creve a seguinte página de Raul Machado, nome de sobejo conhe- cido em nossas letras e digno juiz do Tribunal de Segurança. “Nação Armada” mais de uma vez tem apontado a maneira com que, com sutileza e artifício, se procura solapar o sentimento pátrio, os funda- mentos da nacionalidade e do regime e a maneira desenvolta com que, nas artes, nas letras, no teatro, no cinema, etc., agem, muitas vezes impunemente, forças desagregadoras da Pátria Brasileira. NR: Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência. Publicado em “ Nação Armada” nº 13 de dezembro de 1940. ORDEM DO DIA DE 27 DE NOVEMBRO DE 1999 Tempo e história são essenciais para a Humanidade construir a civiliza- ção. Ninguém pode prescindir do pas- sado, Mas olhar para trás exige enten- der os fatos pretéritos como oportuni- dade de preservar a memória e evoluir as idéias - forma eficaz de se enfrentar as imprecisas, difíceis e novas conjun- turas. É fundamental, pois compreen- der que tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo. É com essa pre- disposição que o Exército recorda a Intentona Comunista de 1935. Tudo resultou do propósito de im- plantação no Brasil de um extremada ide- ologia internacionalista. Neste sentido, teve início a infiltração e a tentativa de aliciamento em sindicatos e quartéis. O governo reagiu, decretando o fechamento de uma organização política de fachada que cumpria ordens vindas do exterior. Seus líderes revidaram com levantes em vários pontos do País. Em novembro de 1935, as forças insurretas atacaram, sucessivamente, no Rio grande do Norte, em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Em todos esses luga- res, as tropas legalistas contrapuseram- se a essas ações e desfizeram qualquer possibilidade armada. Passaram-se 64 anos desde a fra- cassada Intentona e estamos a poucos dias do próximo século. Paramos, neste momento, para recordar nossos heróis tombados em nome da democracia, evo- A INTENTONA COMUNISTA DE 1935 cando o espírito pacificador do nosso Patrono, o Duque de Caxias. Não nos prendemos ao passado, voltamo-nos para o futuro - afinal, cada vez que entramos no rio histórico do tempo, outras são as águas que tocamos. E, assim, em que pe- se o fato de sermos os vencedores, não desmerecemos os vencidos. Aliás, é jus- to que e diga: todas as intervenções do Exército, no cenário interno brasileiro, visaram exclusivamente fazer valer a es- trutura jurídica vigente no País. Sempre o fizemos respaldados no atendimento dos anseios da maioria de nossa sociedade. E, ao darmos por cum- prida a missão, recolhemo-nos placida- mente aos quartéis, predispostos à con- ciliação e à reflexão. Quando erguemos monumentos, só o fazemos para pensar profundamente a História, nunca para menosprezar oponentes ou para atiçar discórdia. Sabemos que edificar o manhã significasemearterrasférteis,jamaisdes- pertar fantasmas. É isso que nos mantém acima das ideologias, das desavenças e dos ressentimentos. O Brasil precisa de paz e desenvol- vimento.Convençamos-nosdisso,deuma vez por todas, nós, brasileiros, gente de todos os espectros ideológicos e cren- ças religiosas e políticas, de todas as ra- ças e classes. Só na concórdia seremos capazes de construir o futuro que inten- samente desejamos e pelo qual somos inteiramente responsáveis. General de Exército Gleuber Vieira - Comandante do Exército Coroa de flores depositada pelos General-de-Exército Horácio Raposo Borges Neto, vice- Almirante Raul Pereira Bittencourt, Major Brigadeiro Flávio de Oliveira Lencastre e General-de-Exército Fritz de Azevedo Manso (era Capitão do 3º RI, em 1935). (Praia Vermelha/RJ - 1999) Esta Ordem do Dia foi lida na cerimônia realizada na Praia Vermelha, pre- sidida pelo General de Exército Horácio Raposo Borges Neto, Secretário de Ciên- cia e Tecnologia, acompanhado do Vice-Almirante Raul Pereira Bittencourt, Co- mandante do 1º Distrito Naval e do Major-Brigadeiro Flávio de Oliveira Bencastre, Comandante do III Comando Aéreo. Publicada no jornal “Letras em Marcha” de Nov-Dez/99 e no Inconfidência nº 27 de dezembro de 1999, que pela primeira vez divulgou a intentona comunista. A partir de então, jamais deixou de fazê-lo, até que em 27 de novembro de 2004, foi lançada a Edição Histórica. “A Verdadeira História do Brasil” – “A Intentona Co- munista de 1935” – nº 76 com 16 páginas e daí em diante, as edições foram sendo aprimoradas e distribuídas para TODAS as escolas militares de formação, especi- alização, aperfeiçoamento e Altos Estudos (inclusive para o CPOR/NPOR e último ano dos Colégios Militares). Bons tempos àqueles quando o general de Exército Pau- lo Cesar de Castro, chefe do DEP, hoje DECEX, mandava o caminhão do Colégio Mili- tar de Belo Horizonte para este Editor carregar 20 mil Edições Históricas e as dis- tribuía para as Escolas Militares. Ano passado, editamos apenas 8 mil exemplares, em virtude da absoluta falta de recursos financeiros, não podendo encaminhar co- mo fazíamos anteriormente para todos os alunos das escolas militares e dos CPOR/ NPOR, faculdades e colégios. E neste ano, esta edição histórica teve uma tiragem de somente dois mil exemplares, a fim de atender nossos assinantes e associados e alguns poucos pri- vilegiados colaboradores. Mesmo assim, enviamos dois exemplares a cada destina- tário com o pedido que encaminhassem um exemplar de preferência para um (a) professor (a). Aguardemos a posse do deputado federal Jair Bolsonaro na presidência da República e de seu vice, General Hamilton Mourão, ambos presenças constantes em solenidades cívico-militares, como 31 de março e Intentona Comunista, a fim de que passem a apoiar o Inconfidência, que sempre prestigiou a ambos, divulgan- do suas atividades, há muito, muito tempo retornando aos bons tempos dos ge- nerais de Exército Clóvis Jacy Burmann (FHE/Poupex) e Paulo Cesar de Castro (4ªRM e chefia do DEP/DECEx) e dos presidentes dos Clubes Militar e da Aeronáu- tica, que colaboraram e apoiaram nosso jornal por mais de dez anos. À esclarecida apreciação de ambos, com os nossos cumprimentos desejamos pleno sucesso na difícil missão de recuperar o Brasil econômica e politicamente, tal qual aconteceu nos idos de 1964/1985! “BRASIL ACIMA DE TUDO! DEUS ACIMA DE TODOS!” Esquecer, Também é Trair! Publicado no Inconfidência nº 258 de 27/11/2018
  • 11. 11Nº 284 - Novembro/2020 REVOLUÇÃO DE 1935 NO CAMPO DOS AFONSOS A23 de novembro de 1935, rebenta a Revolução Comunista em Recife e Natal; a Aviação Militar, no mesmo dia, envia, para o nordeste, uma esquadrilha de 3 aviões Vought “Corsair”, sob o comando do Cap JOSÉ DE SOUZA PRATA; esses aviões realizaram vários vôos, sobre Recife e Natal, tendo concorrido para a sufocação do movimento extremista naquelas capitais. A 27 de novembro, eclode a Revolução Comunista no Rio de Janeiro: na Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos, e no 3º Regimento de In- fantaria, na Praia Vermelha. Na Escola de Aviação Militar, os revoltosos, às duas horas da madrugada, assassinaram vários oficiais, aprisionaram outros e se apossaram das instalações principais da Escola; por volta das três horas, iniciaram um ataque ao 1º Regimento ‘É ainda sob a viva emoção dos trágicos acontecimentos irrompidos nesta Capital na madrugada de 27 de Novembro último, e em que os maiores delitos foram cometidos contra a Nação, enlutando-a, e pondo em perigo sua or- ganização social e política, que lamen- to profundamente a sedição a que foi traiçoeiramente arrastada grande par- te da Escola de Aviação Militar, por alguns maus elementos que nela serviam e para os quais a crueldade e a falta de escrúpulos pareciam ser familiares. Uma série de homicídios assinala- ram-lhe o surto sangrento. E, colhidos de surpresa pelos rebeldes, foram na maior crueza sanguinária, fria e perver- samente, abatidos os nossos distintos e brilhantes camaradas Capitão Armando de Souza e Mello, 1os tenentes Benedicto Lopes Bragança e Danilo Paladini, que, ao lado do seu destemeroso comandan- te, Tenente-Coronel Ivo Borges, fiéis a disciplina e a nobresa de seus sentimen- tos patrióticos, tentaram opor-se a au- daciosa e covarde investida. Cultuemos, na mais elevada re- verência cívica, a memória desses nos- sos devotados companheiros que, com o mais firme espirito de amor a Patria e respeito a ordem e as instituições, souberam manter, no seu gesto de sa- crifício, o prestigio do Exército e avivar as suas tradições gloriosas. Mas, para consolo nosso, quando na escuridão da noite, tudo, ao redor de si, era tumul- to e confusão, o 1º Regimento de Avia- ção reagiu intrepidamente, ante a amea- ça dos traidores que, inesperadamen- te, atacavam, e, numa repulsa formal contra a desordem, com a confiança, a calma e a certeza da vitória, bateu-se heroicamente na defesa da causa da Pátria, até o completo triunfo. O seu heróico comandante, Tenen- te-Coronel Eduardo Gomes, ferido logo Eduardo Gomes Patrono da Força Aérea de Aviação, no outro extremo do Campo dos Afonsos. São repelidos. Ao clarear o dia, a Artilharia da Vila Militar incendeia o pavilhão de comando da Escola de Aviação Militar, que se achava na posse dos comunistas: o assalto das uni- dades de Infantaria e a ação da Artilharia fazem terminar a resistência dos revoltosos, que são presos ou se evadem. Terminada a luta no Campo dos Afonsos, duas esquadrilhas de três aviões Vought “Corsair” decolam, para cooperar no ataque ao 3º Regimento de In- fantaria, dominado pelos comunistas; na mesma manhã de 27 de novembro, o foco comunista do 3º Regimento de Infantaria é aniquilado. Sobre os acontecimentos, o Gen COELHO NETTO publica em Boletim o seguinte: ao inicio da áspera luta, mas consciente no seu valor e sere- no na sua bravura, soube de- sassombradamente, e sem es- morecimento, fazer, por uma reação magnífica, de cada um dos seus companheiros um bravo e dar-nos o exemplo má- ximo de grandeza moral e pa- triótica e das excepcionais qualidades de soldado. Tornou-se, assim, o Te- nente-Coronel Eduardo Go- mes, mais uma vez, credor de profunda admiração e de gran- de reconhecimento. Louva-se com orgu- lho pela sua ação serena, enérgica e decisiva, pela sua bravura indômita, pelo alto valor de seus excepcionais predicados de caráter e pelos seus sentimentos de patriotismo e de grande amor ao Brasil, que ele acaba de servir com tanta honra, abnegação e lealdade militar. É merecedoura de elogiosa men- ção a conduta que teve o Tenente-Coro- nel Ivo Borges, Comandante da Escola de Aviação. No momento em que este digno oficial fiscalizava o dispositivo de segurança, nas vizinhanças da esco- la, foi traiçoeira e covardemente alveja- do pelos elementos em que depositava confiança,aodar-lhesoencargodeguar- dar o estabelecimento. Não podendo voltar ao interior do quartel, onde já im- perava a sublevação, procurou acerta- damente ligar-se aos corpos da Vila Mi- litar, dando assim ensejo às medidas prontas de supressão com que agiram essas unidades. Faço ainda ressaltar o seu con- curso pessoal na ofensiva contra os re- beldes da Escola, na condução, com energia e denodo, ao assalto, elementos do 1º R Av postos à sua disposição. É deveras reconfortante, a oportu- nidade, que temos para enaltecer a atitude da abnegação e lealdade do cabo telefonista do 1º R Av, Alfredo de Jesus. No momento em que era mais intenso o tiroteio dos amotinados contra a sua Unidade, esta praça, fiel ao cum- primento do dever, con- servou-se serena e cal- ma, no desempenho das funções que lhe tinham sido confiadas. Os estra- gos produzidos pelos projéteis nas imedia- ções do seu posto, o crepitar incessante das metralhadoras em torno de si não pertubaram a firmeza de sua voz, nem a presteza com que atendia às ligações telefônicas. Constituem prova incon- testável do seu alto espirito de sacrifí- cio, da compreensão perfeita dos seus deveres e do seu grande sangue-frio, virtudes militares essas que devem ser apontadas como exemplo aos seus com- panheiros. Ao 3º Sargento Coloriano Ferreira Santiago e ao 2º Cabo José Hermito de Sá, ambos do 1º R Av, cuja vida deram em holocausto à causa do dever, demons- trando assim que a nobreza do ideal que os estimulava se sobrepunha à própria conservação individual, rendo a home- nagem, a que fizeram jus, pela grandeza de espirito e pela superioridade de sen- timento que patentearam”. Aos Tenentes-Coronéis Eduardo Gomes e Ivo Borges, Comandante, res- pectivamente, do 1º Regimento de Avia- ção e Escola de Aviação Militar, autori- zo a elogiarem, em meu nome, aos Ofici- ais e Praças de suas unidades que, pela sua conduta no cumprimento do dever, tornaram-se merecedores. (a) José Antonio Coelho Netto General-de Brigada, diretor da Aviação Militar Foram promovidos “postmortem” o Capitão Armando de Souza e Mello, os Primeiros tenentes Danilo Paladini e Benedicto Lopes Bragança e os seguintes soldados, todos mortos no cumprimento do dever na Escola de Aviação Militar, na manhã de 27 de novembro: Waltor de Souza e Silva, Péricles Leal Bezerra, Orlando Henrique, José Menezes Filho, José Mário Cavalcante e Wilson França. Após apuradas as responsabilidades, dos Oficiais envolvidos no golpe comunista, o Ministro da Guerra baixa o seguinte Aviso nº 1, de 3 de janeiro de 1936: “Para que seja dado cumprimento imediato ao decreto nº 558, de 31 de dezembro findo, que determina a perda da patente e do posto dos oficiais do 3º Regimento de Infantaria e da Escola de Aviação Militar, que participaram do mo- vimento subversivo de 27 de novembro do ano findo, deveis mandar sejam ex- cluidos das diferentes armas e serviços os seguintes oficiais: (da Arma de Aviação) Capitão Sócrates Gonçalves da Silva, Capitão Agliberto Vieira de Azevedo, Primei- ro-tenente Benedito de Carvalho, Segundo-Tenente Ivan Ramos Ribeiro, Segundo- Tenente José Gay da Cunha e Segundo-Tenente Carlos Brunswick França. Esses oficiais, por sua conduta aviltante, faltaram as finalidades sempre sagradas da camaradagem e aos juramentos prestados à Pátria e se tornaram indignos de vestir a farda gloriosa do nosso Exército". (a) General João Gomes - Ministro da Guerra Pelo aviso nº 19, de janeiro de 1936, o Ministro da Guerra mandou excluir também, o Aspirante-a-oficial Walter José Benjamim da Silva. Precioso flagrante mostrando uma carga de bayonetta das Forças Legais contra os rebeldes do 3º R.I. momentos antes da rendição O Cruzeiro Os ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionariosOs ultimos successos revolucionarios Tiveram o condão de alarmar fun- damente o espírito da popula- ção carioca os sangrentos successos de quarta feira ultima que consubtan- ciaram na sublevação de parte de al- gumas guarnições militares desta ca- pital, felizmente reprimidas com ener- gia e decisão pelas autoridades. O gol- pe militar communista desferido sob a chefia do capitão Agildo Barata e do major Alcedo Cavalcanti deter- minou a perda de algumas vidas pre- ciosas, privando os quadros da offi- cialidade do Exercito Brasileiro de algumas de suas mais brilhante expres- sões. Durante as primeiras horas do dia, enquanto a população não co- nhecia a verdadeira extensão dos san- grentos acontecimentos formou-se uma espectativa de alarme, a qual, fe- lizmente se atenuou à medida que os rebeldes foram sendo batidos cora- josamente em todos os sectores. O presidente da República, Sr Getúlio Vargas, num inclito exemplo de intre- pidez pessoal, logo que teve conheci- mento da eclosão do movimento nesta capital, articulado com as revoltas de Recife e Natal, sob a orientação do ex-capitão Luiz Carlos Prestes, deixou o Palácio Guanabara e, em companhia do Ministro da Guerra e das altas patentes do Exercito, visi- tou as diversas frentes da luta, quan- do ainda era indecisa a situação. (O Cruzeiro, 07/12/1935) Publicado no Inconfidência nº 134 de 27 de novembro/2008