Este documento fornece um guia para ajudar crianças a usarem a internet de forma segura e responsável. Ele discute tópicos como buscar informação online, identificar conteúdos confiáveis, compartilhar informações pessoais, cyberbullying e fornece 10 recomendações para os adultos orientarem as crianças.
2. UMA PUBLICAÇÃO DA
Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA)
PATROCINADA POR
Norske Skog
TEXTO
Fraga
ILUSTRAÇÕES
Fraga
NOVO DESIGN
Diego Borges, Zero Hora (Brasil)
EDIÇÃO DE
Aralynn McMane, WAN-IFRA
AGRADECIMENTOS A
Roxana Morduchowicz, Ministério da Educação da Argentina, pelo texto original
CLARÍN, Argentina, pelo design original
Microsoft Dinamarca, por ‘BE A SH@RK ONLINE’,
Patricia Agatston, de www.cyberbullyhelp.com, pela informação sobre
cyberbullying
Lucas D’Amore do jornal CLARÍN, Argentina, pelo design original
Fly Design (Argentina), pela arte original
Os autores desejam expressar seu reconhecimento e gratidão às seguintes
organizações e publicações por suas ideias: OFCOM Report. Media Literacy. Londres,
2006; Parent Resource Center – iKeepSafe Coalition, 2008
(http://ikeepsafe.org/PRC/), Palo Alto Medical Foundation, Teen Safety on the Internet
(http://www.pamf.org/teen/life/risktaking/internet.html) y www.cyberbullyhelp.com.
Tradução: Cristiane Parente (Programa Jornal e Educação - ANJ) / Revisão: Aparecida Borelli
3. Conteúdos deste guia
Introdução
Internet
O código familiar
Usos da Internet - Buscando informacão
Usos da Internet - Como saber que é verdade?
Usos da Internet - “Copiar e colar”
Usos da Internet – Fóruns de chat e redes sociais
Usos da Internet – Blogs
Sites não desejados - Pornografia
Sites não desejados – Pedofilia
Cyberbullying
10 recomendações para os adultos
4. Introdução
Esta publicação visa a favorecer uma maior consciência e um melhor entendimento
da internet e do seu uso entre os mais jovens. As páginas a seguir mostram alguns
riscos associados ao uso das novas tecnologias e propõem algumas estratégias para
sua redução.
Falar dos perigos da internet para as crianças tornou-se um tema recorrente entre os
adultos. Tanto como em outras épocas se falava dos perigos da TV e, antes, dos
perigos do rádio e do cinema. Porém, é importante destacar que não queremos
demonizar a internet e as novas tecnologias.
Assim como acontece nos meios de comunicação tradicionais, não existe uma relação
linear de causa-efeito entre o que oferece a internet e o comportamento do usuário.
Dito de outro modo, os conteúdos da internet não determinam a maneira pela qual se
comportará quem navega por eles. Da mesma forma que um programa de televisão
não é a causa direta do modo como se comporta o telespectador quando termina de
ver o programa.
Os contextos pessoais, familiares e sociais são fundamentais na hora de pensar em
como um indivíduo – criança ou adulto - utiliza e se apropria de um meio de
comunicação.
A tecnologia – bem como os meios de comunicação – é de grande utilidade, mas, traz
consigo alguns riscos que as páginas seguintes querem ajudar a reduzir, oferecendo
aos adultos informações que os capacitem a orientar melhor as crianças e os jovens
sobre o uso da internet.
Expressões de apoio
“Hoje em dia, na era digital, a juventude do mundo está cada vez mais conectada à
internet para obter todo tipo de informação. Isso tem ampliado a demanda por
respostas educativas para ensinar a navegar com eficácia. O guia da Associação
Mundial de Jornais – WAN, Internet e Família, é ao mesmo tempo oportuno e
necessário. Todas as crianças do mundo poderão tirar proveito desta publicação. Este
guia é vital tanto para as famílias como para a sociedade civil no século XXI.”
Paul Mihailidis - Diretor da Academy on Media & Global Change, de Salzburgo e
membro do Conselho da National Association for Media Literacy Education (NAMLE),
dos EUA.
“Os jovens passam muitas horas por dia usando a Internet, daí a importância de os
pais saberem como orientar crianças e adolescentes quando navegam. Este guia
cumpre com essa necessidade. Agradecemos aos jornais que o tornam acessível a
todos.”
Juan Carlos Tedesco - Ministerio de la Educación, da Argentina.
5. "Este manual não procura assustar as pessoas a respeito dos perigos da internet. O
propósito é envolver pais e jovens de forma significativa na discussão sobre seu uso,
equipá-los com as ferramentas necessárias para tomar decisões críticas e ajudar as
famílias a desenvolver uma compreensão do impacto da internet em suas vidas."
Chido Onumah - Coordenador de “Youth Media & Communication Initiative”, na Nigéria
e no Canadá.
"Internet e meios de comunicação digitais são parte da vida cotidiana dos jovens de
hoje. É essencial ajudá-los a entender e usar melhor essas ferramentas, a partir de
uma reflexão cuidadosa e de forma criativa. Iniciativas como este guia são recursos
valiosos para o êxito desse esforço."
Evelyne Bevort, Diretora Associada do CLEMI (Centre de Liaison de l'Enseignement et
des Médias d'Information - Centro de Ligação do Ensino e dos Meios de
Comunicação, do Ministério da Educação da França)
6. Internet...
Cada usuário de internet é diferente, vive em um contexto particular e distinto, e
atravessa uma série de experiências que determinarão parcialmente o uso que faz das
novas tecnologías. É importante recordar o potencial positivo e a riqueza de conteúdo
que a internet oferece a seus usuários. Por isso, antes de abordar os riscos
associados à rede, destacam-se algumas de suas muitas vantagens.
• Possibilita uma comunicação com maior rapidez e fluidez.
• Coloca pessoas de distintos lugares em contato.
• Promove o intercâmbio multicultural entre seus usuários.
• Apresenta informação abundante e diversa.
• Facilita e amplia as possibilidades de investigação.
• Permite acessar instantaneamente a informação atual.
• Favorece uma interatividade maior entre o usuário e a tecnologia.
• Estimula a criatividade a partir da produção de blogs e páginas pessoais.
• Propicia a sociabilidade ao permitir chats e jogos entre usuários.
• Cria novos espaços de diálogo e intercâmbio entre adultos e crianças.
Sem deixar de lado a grande riqueza de conteúdos que a internet oferece e sua
utilidade na vida cotidiana, devemos tomar algumas medidas para evitar riscos e
aproveitar seu potencial. Uma dessas medidas é o uso conjunto da internet por
crianças e adultos.
7. O código familiar
Por mais que os adultos preferissem que as crianças não tivessem acesso a certos
conteúdos ou sites, que não compartilhassem informação ou entrassem em contato
com outras pessoas, dar um não muitas vezes não basta para frear sua curiosidade.
Um “código familiar” consensuado é a melhor maneira de incluir as crianças na
elaboração de uma série de regras sobre os usos da internet. Tê-las junto nessa
elaboração as ajudará a entender melhor a web e também a
sentirem-se mais responsáveis ao navegar. Ainda que não exista um código familiar
único, porque não existe família única, estas são algumas ideias que podem
resultar úteis para sua elaboração:
Antes de formular o código, assegure-se de…
Colocar o computador em locais de uso comum (como salas, por exemplo), que
permitem ver - a todo momento - o que fazem as crianças quando navegam. Não
é bom colocá-lo em ambientes privados, como os quartos.
Imprimir o código familiar e colá-lo perto do computador, para que
recordem (as crianças e seus amigos, quando as visitarem) as condições de uso
que elas mesmas ajudaram a construir.
Entender que a melhor maneira de saber como as crianças usam a web é os
adultos da casa também serem usuários de internet.
Propor regras para três aspectos: formas de uso, segurança pessoal e
o que fazer diante do inesperado e do não desejado.
Um exemplo de código familiar consensuado...
1. Ninguém está autorizado a mudar o lugar do computador. Ele deve estar sempre na
sala.
2. Ninguém está autorizado a visitar sites pornográficos, racistas ou que incitem o ódio
ao outro.
3. Não é permitido que ninguém cometa agressões ou faça ameaças por e-mail, chat
8. ou qualquer outra forma de comunicação na rede.
4. Ninguém está autorizado a visitar fóruns de chats privados que podem ser
inseguros. Antes de entrar em um novo fórum, deve-se conversar em familia.
5. Ninguém está autorizado a navegar durante mais de ….. hora(s) por vez (o número
de horas vai depender da idade das crianças).
6. Ninguém está autorizado a comprar objetos pela internet ou a assinar/ inscrever-se
em serviços que não sejam previamente conversados em familia.
7. Ninguém está autorizado a expor informação pessoal ou familiar (nome, idade,
sexo, endereço, telefone, etc.) em fóruns, chats, MSN ou e-mail.
8. Ninguém está autorizado a encontrar-se pessoalmente com “amigos” conhecidos
pela internet sem autorização e presença dos adultos.
9. Ninguém deve responder a um e-mail desconhecido, agressivo, não desejado ou a
um spam. Nesses casos, debe-se avisar sempre aos adultos.
10.Qualquer dúvida, inquietação, problema, angústia ou situação desagradável deverá
ser informada aos adultos da casa.
9. Usos da Internet
Buscando informação
A internet costuma ser uma das fontes mais consultadas pelos adolescentes quando
realizam um trabalho escolar. Há informação abundante, e as crianças sentem que
podem encontrar tudo de que necessitam na rede. Porém, as milhões de páginas da
web que estão diante delas para resolver suas dúvidas ou para que consigam a
informação que precisam podem dificultar sua busca.
Dispor de uma fonte quase ilimitada de informações não significa saber utilizá-la.
Aprender a buscar o que se necessita é um dos desafios mais importantes que a
internet nos coloca hoje. Vejamos, portanto, algumas recomendações para orientar as
crianças nessa busca:
• Eleger o buscador. Em primeiro lugar, é importante selecionar um buscador que
guiará as crianças até a informação de que necessitam. O mais popular é o Google,
mesmo sem ser o único capaz de resolver as dúvidas dos usuários.
Independentemente do buscador ter sido identificado ou não, os passos seguintes são
também fundamentais.
• Saber o que perguntar. Os buscadores realizam uma tarefa menos efetiva se o
usuário escreve só uma palavra e, sobretudo, se essa palavra é ambígua a respeito da
informação desejada. Definir a pergunta com clareza é a primeira condição para uma
busca exitosa da informação de que se precisa.
• Ser específico. É conveniente utilizar mais de uma palavra, para evitar vocábulos
isolados que podem ter vários significados. O buscador não sabe qual das opções é a
que se quer. A maior especificidade é condição essencial para a efetividade da busca.
Essa especificidade supõe, às vezes, introduzir uma frase (no lugar de uma palavra)
10. para deixar pouco espaço para a multiplicidade de significados. Se uma palavra ou
uma frase dão lugar a poucos ou a muitos resultados, será conveniente repensar a
pergunta.
• Definir o idioma. A busca pode realizar-se em páginas da web de diferentes
idiomas. Se as crianças querem só as páginas em português, devem assegurar-se – já
tendo definida a pergunta – de indicar ao buscador que só querem páginas em
português. Isso reduzirá os sites que serão apresentados e contribuirá para a
especificidade da demanda.
• Averiguar as prioridades. Quando o buscador resolve a busca, apresenta uma
quantidade de páginas da web nas quais a criança pode encontrar a informação de
que necessita. Esses sites têm uma ordem. Alguns ocupam os primeiros lugares, mas
isso não significa necessariamente que sejam os mais confiáveis. É conveniente que
os usuários averiguem porque essas páginas ocupam o primeiro lugar nas sugestões
do buscador. É por que pagam por isso? É por que são as que têm a maior quantidade
de “links”? É pelo número de visitas que o site recebe? A resposta a essas questões
também ajudará num melhor resultado da busca.
• Usar mais de um buscador. Uma das maneiras mais efetivas para uma busca
confiável é consultar mais de um servidor e mais de uma página da web. Essa é a
melhor garantia de variedade e pluralidade.
11. Usos da Internet
Como saber que é verdade?
A maioria das crianças que usa a internet mostra uma elevada credibilidade à sua
informação. Elas buscam dados, fazem tarefa e formulam perguntas cujas respostas
anotam, sem analisar a fonte da qual recebem a informação.
É importante que as crianças aprendam que, assim como não se pede conselho a
alguém em quem não se pode confiar na vida real, o mesmo acontece com a rede.
É conveniente saber quem é que na rede responde às perguntas das crianças.
Não é nada fácil saber se o que lemos na internet é confiável. Mas há muito que
podemos fazer para verificar essa questão:
• Utilizar mais de uma fonte de informação. Não só comparando livros, jornais, revistas
especializadas e a internet, mas também, diferentes sites da web. Se um site contradiz
outro, saberemos que ao menos um deles está equivocado.
• Diferenciar fatos de opiniões. Se o site apresenta opiniões, buscar outras maneiras
(outras páginas da web ou outras fontes) para explorar os fatos que possam respaldar
ou não essas opiniões.
• Analisar quanto o site investigou antes de oferecer a informação e o quanto foi
investigado, analisado pelo pesquisador (criança ou adulto) antes de satisfazer-se com
a informação obtida. Além disso, monitorar o site para ver de quanto em quanto tempo
ele é atualizado.
• Comprovar os “links” do site. Quando as crianças navegam na internet vão de uma
página a outra via “links”. Saber quais são os “links” vinculados ao site é um
bom indicador para avaliar a credibilidade dessa página. Averiguar que outros sites
recomendam e a que outros sites remetem é útil para conhecer a seriedade da
informação que oferecem.
12. • Pensar nas organizações, entidades e instituições da vida cotidiana que são
confiáveis quando dão informação e buscar suas páginas na web. Se podemos
acreditar nelas no mundo real, é possível que também possamos confiar no que dizem
pela internet. Por exemplo, as notícias publicadas nas páginas da web de jornais
são previamente revisadas por um jornalista profissional.
13. Jornais online: uma boa opção para começar
Quem quer que esteja buscando informações atuais fará bem começando pela visita
às páginas da web dos jornais, visto que a maioria dos conteúdos que elas
apresentam foi escrita por repórteres que trabalham para eles.
São jornalistas profissionais, qualificados para desempenhar essa função, que sabem
como comunicar e descrever os fatos, assim como comparar e contrastar informações
e fontes, além de saber quais fontes são as mais confiáveis e fidedignas. Os sites de
jornais nos oferecem, geralmente, toda a cobertura exaustiva sobre um fato, não só a
informação resumida que aparece em outras páginas.
Os jornais mesmos endossam sua informação online, como fazem diariamente com a
edição impressa, garantindo sua confiabilidade. Mas também existem outras
organizações informativas profissionais, como as entidades televisivas, que são
igualmente dignas de confiança.
14. Usos da Internet
“Copiar e colar”
Duas palavras parecem figurar entre as mais populares da web quando as crianças
fazem a tarefa para a escola: “copiar e colar”. Com frequência encontram textos em
um site e os copiam e colam em seus próprios trabalhos escolares.
Muitas crianças acreditam que tudo que está na internet pode ser copiado e utilizado
literalmente e sem referência. É necessário explicar a elas o que significa o conceito
de plágio – tomar ideias de outro e fazê-las passar como próprias – logo que começam
a fazer investigações/pesquisas para a escola.
O sistema mais comum entre elas é o “copiar e colar”: o aluno extrai um
documento de um site e o copia textualmente em seu próprio trabalho escolar, sem
referência nem menção do autor ou da fonte. Isso faz crer que os alunos foram os
criadores desse texto. O problema não é somente o plágio, mas suas consequências
para a promoção do pensamento crítico dos estudantes. A habilidade para refletir
criticamente sobre um texto diminui se ele é copiado e colado textualmente.
Como podemos explicar isso às crianças?
• É valioso e correto utilizar as fontes que nos a internet nos oferece, sempre e quando
as citamos, mencionamos quais são e de onde obtivemos as informações.
• É importante estimular que as crianças reescrevam com suas próprias palavras a
informação que encontraram na web, ao invés de copiá-la tal qual está. Nesse caso,
também é importante que no final citem as páginas e os sites que as ajudaram.
• É conveniente que as crianças leiam e releiam várias vezes a informação da internet
antes de utilizá-la, para verificar sua seriedade.
• É importante que os adultos da casa participem da pesquisa com as crianças e as
15. ajudem na busca da informação em diferentes sites.
• O mais valioso nessa busca é ensinar às crianças como avaliar os sites, que
perguntas devem ser formuladas diante do texto e de que maneira analisar sua
procedência.
• É bom que os adultos recomendem às crianças sites de instituições sérias, cuja
qualidade da informação é indiscutível.
• É importante lembrar às crianças que, para um profesor, é fácil comprovar a cópia,
porque muitos alunos recorrem ao mesmo site e seus trabalhos terminam sendo
idênticos.
• Usar várias fontes, analisá-las, citá-las e reescrever a informação com suas próprias
palavras é sempre a melhor opção.
16. Usos da Internet
Salas de chat e redes sociais
As salas de chat são espaços digitais onde as pessoas podem, sem se conhecer
pessoalmente, interagir, trocar ideias e conversar. Os servidores de chat contam com
temas específicos, entre os quais os especialmente concebidos para jovens e
adolescentes.
Uma rede social oferece mais vantagens ao usuário: uma página da web pessoal com
seu perfil, com distintos níveis de acesso à informação oferecida e maior interatividade
entre um grupo definido de contatos, aos quais comumente chamamos “amigos”. O
termo “amigo” tem nas redes sociais um significado distinto do que existe na vida real,
sendo qualquer um que tenha sido convidado a visitar uma página da web pessoal,
mediante um convite do usuário proprietário do site.
Em ambos os casos, porém, pode haver participantes que mintam sobre sua idade e
sejam de fato adultos mal intencionados que representam uma ameaça para os jovens
que participam do grupo. Em geral, esse tipo de pessoa acaba confessando que
mentiu em relação à sua idade, o que deveria fazer com que as crianças percebessem
que estão tratando com adultos e, por conseguinte, interrompessem toda a
comunicação. As salas de chat não deveriam ser um lugar para estabelecer relações
com estranhos que nem sempre são o que dizem ser.
Seguem algumas recomendações para usar ativamente e com toda segurança uma
sala de chat:
Os pais devem lembrar a seus filhos que não devem fornecer nenhuma
informação privada; como endereços, números de telefone ou fotos.
Os pais devem conversar com seus filhos sobre as salas de chat e redes
sociais de que eles gostam.
As crianças e os adolescentes deveriam participar de salas de chat e redes
sociais correspondentes à sua idade.
Os participantes devem cortar toda comunicação com qualquer pessoa do
grupo de chat que faça comentários inadequados ou revele que mentiu a
respeito de qualquer tema.
As crianças e os adolescentes deveriam usar as salas de chat só para falar
com amigos reais de suas vidas e com a família.
As redes sociais são amplamente utilizadas pelos jovens. Apesar de algumas redes
serem reservadas a usuários maiores de idade, quem indica a idade que possui é o
próprio usuário, e estudos realizados em vários países revelam que muitos
adolescentes e jovens com idades menores que a permitida frequentam assiduamente
essas redes. Facebook, Habbo, MySpace e Twitter estão entre as redes internacionais
mais populares.
- Facebook (www.facebook.com). Criada em 2004 por estudantes da Universidade de
Harvard, Estados Unidos, Facebook opera em mais de 60 idiomas e é, hoje em dia,
uma das maiores redes do mundo que permite contactar e comunicar-se com novos e
antigos amigos. Os usuários publicam informação pessoal e profissional, postam
17. fotografias, compartilham música e vídeos, e formam grupos baseados em intereses
comuns. Seus membros devem ter, no mínimo, 13 anos.
- Habbo, antes Habbo Hotel (www.habbo.com) é um entorno virtual que estimula os
jovens a criarem avatares pessoais, com habitações virtuais (privadas) e habitações
públicas onde todos podem “chatear”. Os usuários podem mobiliar virtualmente seus
ambientes empregando para isso os Habbo Créditos, adquiridos com dinheiro real, ou
adotar um animal de estimação. A rede foi criada na Finlândia, em 2000, e desde o
início mostrou um cuidado especial para garantir a segurança online com uma
moderação ativa, a educação dos usuários e o filtro automático de linguagem, com o
chamado Filtro Bobba, que substitui todo tipo de palavras ofensivas pela palavra
“bobba”. Disponível em 11 idiomas, seu uso se estende a mais de 30 países com
membros de idades compreendidas entre 11 e 16 anos.
- MySpace (www.MySpace.com) foi definida originalmente como uma rede social.
Desde seu lançamento, em 2003, foi ganhando popularidade ao permitir a grupos de
música criar seus próprios perfis, convertendo-se com isso em uma plataforma para
sua promoção. Os usuários dessa rede podem carregar e difundir música de forma
legal. Existente em uma dúzia de idiomas e países, seus membros devem ter 13 anos,
no mínimo.
- Twitter (www.twitter.com) veio à luz em 2006. Essa rede permite a seus usuários
enviar breves mensagens de texto com, no máximo, 140 caracteres, no modo SMS,
conhecidas como “tweets”. Segundo dados estatísticos, diariamente se transmitem
mais de 3 milhões de tweets.
18. Usos da Internet
Blogs
Os blogs são uma espécie de diário online nos quais as crianças, os adolescentes e
os adultos podem escrever sobre muitos temas. Porém, não são privados e, na
maioria dos casos, qualquer um pode acessá-los. Os blogs podem ser também uma
maneira de conectar-se com pessoas com quem se compartilha interesses comuns,
de colocar-se em dia com a vida dos amigos ou de obter informação sobre outros
lugares e culturas. Ao mesmo tempo, podem constituir-se um perigo para os jovens
que os usam como diários íntimos ou que entram por acaso em um blog com conteúdo
inapropriado.
Seguem algumas coisas que precisamos saber sobre os blogs:
É conveniente usar sites da web que qualificam os blogs, seja filtrando os
maus, seja assinalando os bons.
Alguns bloggers indicam seu nome completo, sua escola, seu endereço e/ou
número de telefone. Isso não deve ser feito. É perigoso, porque uma pessoa
com más intenções pode muito facilmente localizar uma criança.
Os usuários devem usar fotos em blogs com precaução, pois outros podem
torná-las públicas ou usá-las de maneira imprópria.
Alguns blogs têm sistemas de segurança ou de privacidade. Os usuários
devem ativá-los para manter sua informação pessoal em um âmbito mais
privado. Por exemplo, os perfis deveriam ser visíveis unicamente para os
amigos.
Comunique-se regularmente com seus filhos a respeito dos blogs dos quais
participam. Uma comunicação assídua diminuirá o temor que os jovens têm de
que os pais os obriguem a retirar-se de um blog se souberem de sua
participação.
Os pais podem criar seus próprios blogs familiares e pedir aos filhos que os
ajudem.
19. Sites não desejados
Pornografia
Quando as crianças usam a Internet, os sites para navegar são ilimitados e alguns
usos da web são arriscados ou não adequados para elas. Os sites pornográficos e a
pedofilia são dois exemplos de uso de internet não desejado.
A primeira medida que os adultos podem tomar é colocar filtros e bloqueadores em
relação a esses conteúdos. Também existem outras alternativas:
• Não autorizar as crianças a usar seu e-mail pessoal para inscrever-se em serviços,
publicações ou informações da Internet.
• Utilizar sempre um endereço eletrônico da família, ao qual os adultos tenham acesso.
• Construir um código familiar consensuado com as crianças, que explicite quais são
os conteúdos – entre eles os pornográficos - não autorizados.
• Buscar páginas da web nas quais adultos e crianças possam navegar juntos.
• Verificar com o servidor de iternet quais são as ofertas de filtros e bloqueadores
desses conteúdos que estão disponíveis.
• Não se limitar somente a falar dos sites na web. E-mails não desejados e spans
podem ser veículos de conteúdos pornográficos não desejados também.
• Explicar às crianças a necessidade de apagá-los antes de lê-los. Nunca os
responder.
• Ensinar às crianças que, diante de qualquer e-mail ou site que as faça sentir-se mal
ou incomodadas, devem contar aos adultos da casa, que sempre as ajudarão a
resolver o problema e a sentirem-se melhor.
20. Sites não desejados
Pedofilia
• A principal preocupação dos adultos – em relação à pedofilia - costuma ser a respeito
dos fóruns de chat. É conveniente explicar às crianças que nem todos os fóruns são
seguros e enfatizar a necessidade de compartilhar com os adultos quais são os que
elegeram para “chatear”.
• Averiguar com o servidor as formas de bloquear o acesso a fóruns de chat não
seguros para crianças.
• Solicitar ao servidor recomendações sobre fóruns apropriados para os mais jovens.
• Não autorizar as crianças a dar informações pessoais pela internet. Se já o fizeram,
explicar a elas porque não devem fazê-lo nunca mais e monitorar a informação
que foi passada adiante.
• Perguntar e interessar-se pelos amigos “da rede”, tanto quanto pelos reais. É
conveniente que os adultos conheçam quem são e saibam com quem seus filhos
conversam em chats.
• Explicar às crianças que os amigos de internet são desconhecidos no mundo real. Se
as crianças querem encontrar-se pessoalmente com eles, devem ir sempre
acompanhadas de um adulto.
Ensinar às crianças que, diante de qualquer e-mail ou site que as faça sentir-se
mal ou incomodadas, devem contar aos adultos da casa, que sempre as
ajudarão a resolver o problema e a sentirem-se melhor.
21. Cyberbullying
O que é Cyberbullying?
O cyberbullying, termo em inglês ainda não traduzido para o português, é o uso da
internet e de dispositivos de comunicação eletrônica para enviar ou difundir
mensagens difamatórias, imagens, vídeos ou outros conteúdos para importunar,
perseguir um indivíduo ou grupo.
O cyberbullying pode acontecer de várias maneiras, como, por exemplo, enviando-se
comentários ou imagens embaraçosas a um chat ou a sites, redes sociais, portais
online de jogos, celulares, correios eletrônicos, entre outras formas. Com frequência é
difícil ou simplesmente impossível determinar a identidade do importunador.
Por que é perigoso?
O cyberbullying é uma forma emocional de agressão que provoca sentimentos de
medo, isolamento e humilhação nas vítimas. Os resultados de investigações que
aconteceram na última década constatam que o bullying pode afetar seriamente a
saúde mental e física das pessoas, e seu desenvolvimento intelectual.
Prevenção
Os pais devem tratar o tema cyberbullying com seus filhos em discussões regulares
sobre a segurança da internet e o uso apropriado das novas tecnologias.
Alguns conselhos:
Explicar às crianças e aos adolescentes que a internet tem um grande
potencial e pode ser muito útil em nossas vidas, mas que seu objetivo nunca
deve ser ferir os outros.
Deixar claro, nas conversas com os filhos sobre o uso da internet e do código
familiar, que utilizar internet ou celular para comprometer alguém ou ferir seus
sentimentos é contrário aos princípios e valores da familia.
Ensinar aos menores como atuar diante desses casos de bullying online em
função de sua gravidade:
1. Se é pequeno, ignorar, eliminar ou bloquear o acesso à pessoa que o
envia;
2. Se é mais sério ou invasivo, informar aos administradores do site (no caso
de se tratar de uma rede social) ou remeter a mensagem à direção da
escola (se a mensagem é de outro aluno);
3. Em qualquer caso, deve-se consultar um adulto da casa.
Estimular as crianças a denunciar os casos de cyberbullying dos quais sejam
testemunhas.
(Conselhos do guia “Cyber Bullying Quick Reference Guide for Parents”, de
Patti Agatston. Para mais informação, acesse: www.cyberbullyhelp.com.)
22. 10 Recomendações para os adultos
1. Navegar juntos na internet. Tal como acontece com outros meios de
comunicação, a melhor maneira de os adultos conhecerem o uso que as crianças
fazem da internet, é navegar junto com elas pela web. Isso permite compreender o
que fazem quando navegam, conhecer seus sites preferidos e a forma como usam a
internet. A chave dessa navegação compartilhada é, como sempre, o diálogo.
2. Construir juntos o “Código Familiar Internet”. Promover a discussão com as
crianças, para escreverem juntos um código familiar sobre a utilização da internet: o
tempo de uso por dia, os conteúdos, os sites que podem visitar, as regras para uso de
chats, etc.
3. Estimular as crianças para que contem o que as incomoda. Às vezes, e sem
querer, as crianças encontram na internet sites que podem incomodá-las. É
conveniente explicar a elas que não há por que guardar uma mensagem ou página da
web que as faz sentir-se mal. É bom que saibam que sempre se sentirão
melhor ao compartilhar essa informação com a família.
4. Manter o computador numa sala compartilhada. Quando as crianças
usam o computador sozinhas em seus quartos, a capacidade dos adultos em
compartilhar os conteúdos com elas diminui. É conveniente colocar o computador
numa sala (de estar ou jantar).
5. Manter o computador portátil também na sala. Algumas casas contam com
computadores portáteis (netbooks, notebooks, etc.). Nesses casos, também é
importante que esses equipamentos ocupem um lugar na sala. Sua mudança para o
quarto das crianças, para um uso solitário, obstrui a comunicação.
23. 6. Explicar às crianças que não devem dar dados pessoais. Muitas
crianças disponibilizam dados pessoais pela internet não só a “amigos” novos,
mas para receber a informação que as interessa. É conveniente deixar claro que,
em nenhum caso, mandem dados sobre elas. E que, mesmo se quiserem subscrever-
se em alguna página ou site, é melhor criar um e-mail da família para receber a
informação ou a mensagem.
7. Utilizar mais de uma página da web na tarefa escolar. A internet é uma das
fontes que as crianças costumam usar para a tarefa da escola. Porém, é importante
explicar a elas o valor de recorrer sempre a mais de um site, de buscar informação em
páginas com pontos de vista diferentes e sempre citar as fontes utilizadas.
8. Monitorar o chat. Crianças e adolescentes gostam de “chatear”. Esse é um dos
principais usos que fazem da web. É importante saber que os fóruns de chat que
utilizam são seguros, e é bom, como adultos, poder participar deles, se necessário. É
conveniente que o adulto conheça os amigos com os quais as crianças costumam
“chatear”.
9. Contactar o servidor. É importante checar com o servidor quais são os
mecanismos que oferece para proteger as crianças menores quando usam a
internet. É bom contactá-lo e pedir a instalação desses mecanismos.
10. Utilizar filtros. Ainda que o diálogo, a comunicação e o consenso
sejam ferramentas muito importantes para conhecer o uso que as crianças fazem
da internet, os filtros ou outros sistemas de proteção também são válidos. É
conveniente averiguar as melhores opções – além das que o servidor oferece –
que podem ser utilizadas.