[1] O documento discute a importância dos blogs no contexto das bibliotecas escolares na era digital. [2] Ele argumenta que blogs podem ser ferramentas valiosas para promover a participação dos alunos, compartilhamento de informações e aprendizagem colaborativa. [3] No entanto, as bibliotecas enfrentam desafios como falta de recursos humanos para manter blogs atualizados.

1. A Biblioteca 2.0
A importância pedagógica dos Blogues no contexto da Biblioteca Escolar
De uma forma mais ou menos interiorizada, é assumido por todos nós,
professores que se movimentam na área das Bibliotecas Escolares, que a Biblioteca
dos dias de hoje assumiu um novo paradigma. É incontestável que as profundas
transformações da sociedade, decorrentes da vertiginosa evolução das tecnologias de
informação e comunicação e da emergência das designadas Sociedades de
Informação, implicaram a perspetivação de novos conceitos de biblioteca e,
obviamente, uma mudança de práticas, por forma a tornar estas estruturas recursos
efetivos para o acesso ao conhecimento.
No mundo atual, os alunos estão cada vez menos motivados para os
tradicionais métodos de ensino; as tecnologias informáticas abrem-lhes novos
horizontes e interesses. Cabe à Biblioteca Escolar acompanhar e apoiar essa mudança,
tornar-se apetecível, captar públicos, promover aprendizagens inovadoras. As novas
ferramentas, associadas à web 2.0, oferecem potencialidades ainda não
frequentemente aproveitadas pelas escolas e bibliotecas, seja por falta de recursos,
seja por falta de competências adequadas por parte dos professores. No entanto, e
indubitavelmente, a revolução Web 2.0 instalou-se…
Tal como refere Maness (2007), o conceito da Biblioteca 2.0 não é sobre
buscar, mas sobre encontrar; não é sobre acesso, mas compartilhamento. Salienta-se,
assim, a perspetiva de uma biblioteca como sendo uma imensa comunidade virtual,
centrada na interação entre os utilizadores e a sua participação ativa na construção de
conteúdos a utilizar por todos. O texto “as ondas da biblioteca 2.0” de King apresenta-
nos uma interessante forma gráfica sobre a transformação de uma biblioteca
tradicional numa biblioteca 2.0, como exemplo de resposta para a consecução da
realidade acima referida.
Na sua Tese de Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares,
João Paulo Proença questiona a existência de práticas em Bibliotecas Escolares que
justifiquem que as mesmas se possam chamar de Biblioteca 2.0, na verdadeira aceção
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2. A Biblioteca 2.0
da palavra. Será difícil encontrarem-se autênticas Bibliotecas 2.0, no entanto, e na
maioria dos casos, é prática comum que as Bibliotecas Escolares já apresentam uma
das ferramentas mais generalizadas da Web – o Blogue. Ainda referindo Proença, o
Blogue aglutina os dois pilares básicos da Web 2.0: democracia participativa e
aproveitamento da inteligência coletiva. Segundo Alvim (2007), o uso dos Blogues nas
Bibliotecas Escolares é muito positivo pois possibilita a partilha de experiências,
notícias, debates, atividades de investigação, promoção de relações na comunidade
profissional, baseando-se na partilha de informações, de fontes, na atualização de
conhecimentos e na discussão e expressão de opinião.
Podemos então considerar a relevância pedagógica dos Blogues, em contexto de
Biblioteca Escolar, como ferramenta promotora da leitura e escrita, da criação de
espaços de diálogo e de aprendizagem. Quando bem utilizado, o Blogue fomenta a
participação dos alunos na vida da BE, permitindo-lhes criar um sentimento de
pertença, relativamente à sua Biblioteca; incrementa as suas competências digitais;
favorece o espírito crítico e proporciona ações de aprendizagem, coletivas e atrativas.
O Blogue pode ainda ser um importante aliado na promoção do marketing da
Biblioteca. Fernández-Villavicencio (2009) refere a necessidade desta ferramenta no
contexto do marketing bibliotecário, tendo em conta a interação direta proporcionada
entre a BE e os usuários.
Chegada a este ponto, não posso deixar de refletir sobre o Blogue das “minhas”
Bibliotecas. O mesmo tem sido utilizado como um meio de visibilidade da BE e
divulgação de atividades e projetos; tem permitido a interação com os utilizadores,
servindo de plataforma para a consecução de diversas ações (aponte-se, como
exemplo pontual, o facto de, neste momento, decorrerem vários concursos de leitura
e escrita sobre a obra da escritora Luísa Ducla Soares, no âmbito da preparação da sua
visita que ocorrerá em abril, sendo que os alunos necessitam de aceder ao Blogue para
consultar os respetivos regulamentos, questionários e as diversas tarefas a
desenvolver). No entanto… ainda persistem algumas problemáticas, entre outras a
impossibilidade do comentário livre e a dificuldade de uma constante atualização, para
a qual, muito contribui a, cada vez maior, escassez de recursos humanos na equipa da
Biblioteca. Há que repensar!
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3. A Biblioteca 2.0
Em suma, pretendendo-se uma Biblioteca Escolar com condições para,
efetivamente, ser uma estrutura capaz de promover aprendizagens, referencie-se o
considerado por Ana Amélia A. Carvalho no documento Manual de Ferramentas da
Web 2.0 para professores:
“Nunca é demais reforçar de que ser letrado, no séc. XXI, não se cinge a saber
ler e escrever, como ocorrera no passado. Esse conceito integra também a
Web e os seus recursos e ferramentas que proporcionam não só o acesso à
informação mas também a facilidade de publicação e de compartilhar online.
Estar online é imprescindível para existir, para aprender, para dar e receber.”
27 de Fevereiro de 2013
Maria Dulce Carvalho de Sousa Garcia
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