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O NORDESTE NO
ROMANCE DE 30.
O ROMANCE NEORREALISTA
Romances caracterizados pela denúncia
social, verdadeiro documento da realidade
brasileira, atingindo elevado grau de tensão
nas relações do eu com o mundo. Uma das
principais características do romance
brasileiro é o encontro do escritor com seu
povo. Há uma busca do homem brasileiro nas
diversas regiões, por isso o regionalismo
ganha importância, com destaque às relações
do personagem com o meio natural e social.
Os escritores nordestinos merecem
destaque especial, por sua denúncia da
realidade da região pouco conhecida nos
grandes centros. O 1° romance nordestino
foi A Bagaceira de José Américo de
Almeida. Esses romances retratam o
surgimento da realidade capitalista, a
exploração das pessoas, movimentos
migratórios, miséria, fome, seca etc.
GRACILIANO RAMOS
 O alagoano Graciliano Ramos (1892-
1953) é o principal romancista da
geração de 1930.
 Além de ter se dedicado à literatura, o
escritor também exerceu atividades
ligadas ao jornalismo, à vida pública e à
política.
VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS
 “Vidas Secas” é o único romance de
Graciliano Ramos escrito em 3ª pessoa;
 Uma obra com o poder de fixar figuras
miseráveis vivendo o fatalismo da seca
do nordeste brasileiro;
 Personagens trabalhados sob o ponto de
vista psicológico;
 Referência ao naturalismo quanto ao
zoomorfismo.
SÃO BERNARDO – GRACILIANO RAMOS
 Em São Bernardo (1934), verdadeira
obra-prima da literatura brasileira,
Graciliano apresenta uma notável
evolução em técnica e estilo e um
significativo aprofundamento na análise
psicológica das personagens, cujo
resultado é a criação de Paulo Honório,
uma das mais marcantes personagens
brasileiras. (ver apostila)
RACHEL DE QUEIROZ
 Rachel de Queiroz nasceu em
Fortaleza (CE), tendo migrado para o
Rio de Janeiro, com a família, aos 5
anos, em decorrência da seca.
 Estabeleceu-se, porém, outra vez em
fortaleza, anos mais tarde.
 Publicou a obra “O Quinze” aos 20
anos.
O QUINZE
 Rachel de Queiroz escreveu O Quinze a
partir de lembranças da própria
experiência com a seca em 1915.
 O eixo narrativo da obra é a migração de
Chico Bento e sua família.
 Em paralelo, desenvolve-se o tema do
amor impossível entre Vicente e
Conceição – ele, um jovem proprietário
rural; ela, uma moça culta da cidade.
ÚLTIMO PAU DE ARARA LUIZ GONZAGA ( INTERPRETAÇÃO DE ZÉ RAMALHO)
A vida aqui só é ruim
Quando não chove no chão
Mas se chover dá de tudo
Fartura tem de montão
Tomara que chova logo
Tomara, meu Deus, tomara
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara
Enquanto a minha vaquinha
Tiver o couro e o osso
E puder com o chocalho
Pendurado no pescoço
Vou ficando por aqui
Que Deus do céu me ajude
Quem sai da terra natal
Em outro canto não pára
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara
Só deixo o meu Cariri
No último pau-de-arara
Enquanto a minha vaquinha
Tiver o couro e o osso
E puder com o chocoalho
Pendurado no pescoço
Vou ficando por aqui
JOSÉ LINS DO REGO
José Lins do Rego (1901-1957) nasceu no
município de Pilar, Paraíba. Fez direito em
Recife, onde teve contato com o grupo
modernista que ali surgia, formado por
Gilberto Freyre e José Américo de Almeida,
entre outros. Atuou como promotor em
Maceió, onde escreveu seus primeiros
livros e conviveu com Graciliano Ramos e
outros escritores regionalistas.
UM POUCO MAIS SOBRE JOSÉ LINS DO REGO
Muito da obra do escritor concilia ficção
com as recordações dos tempos de menino
e adolescente, quando vivia na fazenda do
avô paterno.
Numa linguagem fluida, solta, popular, o
escritor capta a vida nordestina por dentro
e registra-a num momento em que se
operavam no Nordeste transformações de
ordem social e econômicas profundas, fruto
da decadência do engenho, logo
substituído pela usina moderna.
OBRAS – JOSÉ LINS DO REGO
Os três primeiros livros do autor – Menino de
Engenho (1932), Doidinho (1933) e Banguê (1934)
– iniciam o ciclo da cana-de-açúcar, no qual José
Lins do Rego explorou essencialmente a
sociedade que se formava nas proximidades do
engenho em razão de sua existência.
Quando publicou Usina (1936), no qual é narrado o
declínio do engenho de cana-de-açúcar, o autor
revelou que a obra encerrava o ciclo citado. Fogo
Morto foi publicado sete anos depois e sintetiza o
universo temático dos livros anteriores, além de
demonstrar um grau de maturidade estilística e de
consciência estrutural que não havia nos demais.
FOGO MORTO
Fogo Morto é dividido em três partes, que
trazem em seus títulos o nome dos três
personagens principais: “O mestre José
Amaro”, “O Engenho de Seu Lula” e “O
Capitão Vitorino”. Esses personagens
representam, no plano psicológico e moral,
a situação em que, no nível
socioeconômico, estão os engenhos de
cana-de-açúcar, com a decadência dessa
cultura no processo histórico brasileiro.
FOGO MORTO
Eram chamados de “engenho de fogo
morto” aqueles engenhos que paravam de
produzir o açúcar, riqueza da época. O
espaço decrépito de um universo que
perdeu a importância econômica anterior
passa a agregar a seu redor personagens
decadentes, que, no entanto, carregam
ainda o orgulho patriarcal de outros
tempos. Essa disparidade entre a
aparência que os personagens ostentam e
a realidade em que vivem norteia todo o
romance.
JORGE AMADO
Jorge amado (1912-2001) nasceu em
Pirangi, no Estado da Bahia. Trabalhou
na imprensa e estudou Direito. Em 1931,
mudou-se para o rio de Janeiro e ficou
conhecido com a publicação do
romance O país do carnaval.
Alcançou notoriedade com dois
romances publicados logo em seguida:
Cacau e Suor.
JORGE AMADO
A maior parte da sobras do escritor,
principalmente as primeiras que
publicou, apresenta preocupação
político-social, denunciando a miséria e
a opressão do trabalhador rural e das
classes populares.
MAIS SOBRE JORGE AMADO
Conforme o autor foi amadurecendo,
sua força poética voltou-se para os
pobres, para a infância abandonada e
delinquente, para a miséria do negro,
para o cais e os pescadores de sua terra
natal, para a seca, o cangaço e para a
exploração do trabalhador urbano e
rural.
Bom Estudo!!
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  • 2. O ROMANCE NEORREALISTA Romances caracterizados pela denúncia social, verdadeiro documento da realidade brasileira, atingindo elevado grau de tensão nas relações do eu com o mundo. Uma das principais características do romance brasileiro é o encontro do escritor com seu povo. Há uma busca do homem brasileiro nas diversas regiões, por isso o regionalismo ganha importância, com destaque às relações do personagem com o meio natural e social.
  • 3. Os escritores nordestinos merecem destaque especial, por sua denúncia da realidade da região pouco conhecida nos grandes centros. O 1° romance nordestino foi A Bagaceira de José Américo de Almeida. Esses romances retratam o surgimento da realidade capitalista, a exploração das pessoas, movimentos migratórios, miséria, fome, seca etc.
  • 4. GRACILIANO RAMOS  O alagoano Graciliano Ramos (1892- 1953) é o principal romancista da geração de 1930.  Além de ter se dedicado à literatura, o escritor também exerceu atividades ligadas ao jornalismo, à vida pública e à política.
  • 5. VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS  “Vidas Secas” é o único romance de Graciliano Ramos escrito em 3ª pessoa;  Uma obra com o poder de fixar figuras miseráveis vivendo o fatalismo da seca do nordeste brasileiro;  Personagens trabalhados sob o ponto de vista psicológico;  Referência ao naturalismo quanto ao zoomorfismo.
  • 6. SÃO BERNARDO – GRACILIANO RAMOS  Em São Bernardo (1934), verdadeira obra-prima da literatura brasileira, Graciliano apresenta uma notável evolução em técnica e estilo e um significativo aprofundamento na análise psicológica das personagens, cujo resultado é a criação de Paulo Honório, uma das mais marcantes personagens brasileiras. (ver apostila)
  • 7. RACHEL DE QUEIROZ  Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza (CE), tendo migrado para o Rio de Janeiro, com a família, aos 5 anos, em decorrência da seca.  Estabeleceu-se, porém, outra vez em fortaleza, anos mais tarde.  Publicou a obra “O Quinze” aos 20 anos.
  • 8. O QUINZE  Rachel de Queiroz escreveu O Quinze a partir de lembranças da própria experiência com a seca em 1915.  O eixo narrativo da obra é a migração de Chico Bento e sua família.  Em paralelo, desenvolve-se o tema do amor impossível entre Vicente e Conceição – ele, um jovem proprietário rural; ela, uma moça culta da cidade.
  • 9. ÚLTIMO PAU DE ARARA LUIZ GONZAGA ( INTERPRETAÇÃO DE ZÉ RAMALHO) A vida aqui só é ruim Quando não chove no chão Mas se chover dá de tudo Fartura tem de montão Tomara que chova logo Tomara, meu Deus, tomara Só deixo o meu Cariri No último pau-de-arara Só deixo o meu Cariri No último pau-de-arara Enquanto a minha vaquinha Tiver o couro e o osso E puder com o chocalho Pendurado no pescoço Vou ficando por aqui Que Deus do céu me ajude Quem sai da terra natal Em outro canto não pára Só deixo o meu Cariri No último pau-de-arara Só deixo o meu Cariri No último pau-de-arara Enquanto a minha vaquinha Tiver o couro e o osso E puder com o chocoalho Pendurado no pescoço Vou ficando por aqui
  • 10. JOSÉ LINS DO REGO José Lins do Rego (1901-1957) nasceu no município de Pilar, Paraíba. Fez direito em Recife, onde teve contato com o grupo modernista que ali surgia, formado por Gilberto Freyre e José Américo de Almeida, entre outros. Atuou como promotor em Maceió, onde escreveu seus primeiros livros e conviveu com Graciliano Ramos e outros escritores regionalistas.
  • 11. UM POUCO MAIS SOBRE JOSÉ LINS DO REGO Muito da obra do escritor concilia ficção com as recordações dos tempos de menino e adolescente, quando vivia na fazenda do avô paterno. Numa linguagem fluida, solta, popular, o escritor capta a vida nordestina por dentro e registra-a num momento em que se operavam no Nordeste transformações de ordem social e econômicas profundas, fruto da decadência do engenho, logo substituído pela usina moderna.
  • 12. OBRAS – JOSÉ LINS DO REGO Os três primeiros livros do autor – Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933) e Banguê (1934) – iniciam o ciclo da cana-de-açúcar, no qual José Lins do Rego explorou essencialmente a sociedade que se formava nas proximidades do engenho em razão de sua existência. Quando publicou Usina (1936), no qual é narrado o declínio do engenho de cana-de-açúcar, o autor revelou que a obra encerrava o ciclo citado. Fogo Morto foi publicado sete anos depois e sintetiza o universo temático dos livros anteriores, além de demonstrar um grau de maturidade estilística e de consciência estrutural que não havia nos demais.
  • 13. FOGO MORTO Fogo Morto é dividido em três partes, que trazem em seus títulos o nome dos três personagens principais: “O mestre José Amaro”, “O Engenho de Seu Lula” e “O Capitão Vitorino”. Esses personagens representam, no plano psicológico e moral, a situação em que, no nível socioeconômico, estão os engenhos de cana-de-açúcar, com a decadência dessa cultura no processo histórico brasileiro.
  • 14. FOGO MORTO Eram chamados de “engenho de fogo morto” aqueles engenhos que paravam de produzir o açúcar, riqueza da época. O espaço decrépito de um universo que perdeu a importância econômica anterior passa a agregar a seu redor personagens decadentes, que, no entanto, carregam ainda o orgulho patriarcal de outros tempos. Essa disparidade entre a aparência que os personagens ostentam e a realidade em que vivem norteia todo o romance.
  • 15. JORGE AMADO Jorge amado (1912-2001) nasceu em Pirangi, no Estado da Bahia. Trabalhou na imprensa e estudou Direito. Em 1931, mudou-se para o rio de Janeiro e ficou conhecido com a publicação do romance O país do carnaval. Alcançou notoriedade com dois romances publicados logo em seguida: Cacau e Suor.
  • 16. JORGE AMADO A maior parte da sobras do escritor, principalmente as primeiras que publicou, apresenta preocupação político-social, denunciando a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares.
  • 17. MAIS SOBRE JORGE AMADO Conforme o autor foi amadurecendo, sua força poética voltou-se para os pobres, para a infância abandonada e delinquente, para a miséria do negro, para o cais e os pescadores de sua terra natal, para a seca, o cangaço e para a exploração do trabalhador urbano e rural.