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ANIMAIS COMO SÍMBOLOS PROFÉTICOS

     NO LIVRO DE DANIEL seguem quatro linhas extensas de
símbolos proféticos, desde os dias do profeta até o término da história
humana. A terceira da série encontra-se no capítulo 8, com uma
explanação do elemento tempo que se estende ate o capítulo 9. Os
símbolos principais no capítulo 8 são um carneiro com dois chifres,
interpretados pelo anjo como representando o reino da Medo-Pérsia, e
um bode , com um grande chifre entre os olhos, representando o bode o
reino da Grécia e o grande chifre o seu primeiro rei, Alexandre o Grande.
Depois de o bode ter derrubado o carneiro, seu grande chifre foi
quebrado; e em seu lugar surgiram quatro chifres, representando a
divisão do império de Alexandre em quatro partes. De um dos chifres
saiu um outro, pequeno a princípio, porém depois excepcionalmente
grande, fazendo coisas surpreendentes numa guerra de vida e morte
contra o santuário de Deus e Seu povo.
     Ao introduzir sua explicação sobre os vários símbolos, o anjo
advertiu a Daniel que a compreensão completa dar-se-ia muito tempo
depois. "Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do
fim" (Dan. 8:17)" "Porque esta visão se refere ao tempo determinado do
fim" (v. 19). No último capítulo o anjo declara novamente: "Tu, porém,
Daniel encerra as palavras e sela o livro, até o tempo do fim" (Dn. 12:4).
     Das passagens mencionadas e de outras relacionadas com elas
aprendemos um importante princípio na interpretação das profecias.
Deus jamais pretendia que o próprio profeta ou o povo dos seus dias
devessem entender a última parte de uma longa linha de símbolos
proféticos. Assim é parcialmente por causa da natureza das coisas, e
parcialmente por causa do propósito divino a dar essas profecias.
     Cada uma das quatro linhas de símbolos de Daniel, predizendo o
que então era a história do mundo ainda no futuro, começa com quadros
muito simples, particularizados; todos entretanto, tornam-se
generalizados, mais amplos no escopo, e ao avançarem, mais abstratos
Animais Como Símbolos Proféticos                                         2
no seu significado. A razão é que a obra de Deus nos dias do profeta era
restrita e apenas de extensão local, centralizada nos países ao redor da
parte oriental do Mediterrâneo, atualmente conhecido por Oriente
Médio. A oposição organizada à obra de Deus, simbolizada
principalmente por animais selvagens, rapinantes, também era
particularizada. Porém à medida que a história se expandia, primeiro
como resultado do Pentecostes, e novamente em tempos modernos como
resultado da obra das missões modernas, e da circulação da Bíblia em
cerca de mil línguas e em cada país e clima, a obra de Deus hoje é global
em sua extensão. Similarmente a oposição organizada do diabo à obra de
Deus o é em escala mundial. Por esta razão, os símbolos proféticos,
embora comecem com quadros objetivos, individualizados, como
quadros do jardim de infância, dados mormente para propósitos de
identificação, ou para dirigir o inquiridor no trilho certo, devem assumir
necessariamente um significado, mais generalizado em nossos dias.
Devem tornar-se mais abstratos no significado, porque se tornaram mais
globais em caráter. Por estas razões apenas, e não outras, o povo dos dias
de Daniel não podia esperar compreender as profecias com significado
distante. Foram apontadas pela Providência para benefício e guia do
povo que ha veria de viver no tempo do fim.
      O propósito principal de cada uma dessas profecias de tempo foi
apontar em direção do mesmo fim. A profusão de afirmações na Bíblia
indicam que Deus planeja focalizar sobre a última geração da
humanidade uma confrontação universal sobre assuntos morais básicos
entre o certo e o errado, sobre a questão de obediência ou desobediência
ao Criador. Este teste final de lealdade não será apenas global em
extensão, mas também deve estar relacionado com princípios mais ou
menos abstratos de direito e erro. Todas as longas linhas da profecia
devem concentrar-se necessariamen te na escolha vital entre a vida e a
morte, que deverá ser feita por esta última geração. Por esta razão a
última parte das quatro linhas proféticas de Daniel tomam mais espaço
do que o conjunto das partes anteriores. É também por esta mesma razão
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que o livro de Apocalipse pormenoriza as últimas partes das predições de
Daniel, e porque tanto espaço no livro de Apocalipse é devotado a esta
crise final. Por isto não se podia esperar que o povo da antiguidade
entendesse do que será a batalha final. Tal assunto não lhes causava
preocupação. Deus deu essas predições especialmente para a última
geração. Estas profecias se referem ao tempo determinado do fim".
(Daniel 8:19).
     Alguém afirmou que a história é a profecia lida de traz para diante.
Isto pode parecer uma maneira grotesca de expressar-se, porém ambas
certamente são recíprocas, exatamente duas maneiras de dizer que a mão
divina está dirigindo todos os negócios da humanidade. Ademais, a
profecia simbólica contém muita poesia, porque ela retrata nações e
organizações eclesiásticas como são vistas pelo universo observador nos
céus.
     O capítulo sete de Daniel apresenta quatro animais simbolicos – um
leão, um urso, um leopardo e um animal temível, de aspecto e
comportamento horrorosos. Estes quatro símbolos têm como paralelos os
quatro metais da imagem do capítulo dois – o ouro, a prata, o cobre e o
ferro. Estas duas linhas paralelas representam exatamente os impérios
sucessivos de Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Gibbon
comentou: "As imagens de ouro, prata ou cobre que podem servir para
representarem nações e seus reis, foram sucessivamente quebradas pela
monarquia férrea de Roma".
     Entretanto devemos ir ao Novo Testamento para compreendermos
plenamente como os poderes da terra são vistos por Deus e os habitantes
do céu. No capítulo 12 de Apocalipse é descrito um dragão monstruoso e
temível, tentando destruir o infante Cristo tão logo tenha nascido, e
depois perseguido com um ódio mortal a igreja de Cristo por 1260 anos.
Num outro arroubo de perseguição assassina, o dragão persegue
implacavelmente nos últimos dias os seguidores da mulher, aqueles que
"guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo".
(Apoc. 12:17)
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      Católicos e protestantes geralmente concordam que este dragão
vermelho significa Roma imperial, ou Roma dos Césares. A palavra
grega "dragão" aqui traduzida, significa originalmente um grande réptil,
como um crocodilo ou um monstro, mas eventualmente era usado em
linguagem mitológica, provavelmente como remanescente dos velhos
dinossauros, alguns dos quais tinham o cumprimento de 33m. e o peso
equivalente a oito ou dez elefantes. Na profecia, a principal característica
do dragão é o emprego da força e terror contra o povo de Deus, em
contraste com o engano e astúcia sedutivo dos animais mencionados no
capítulo 13.
      Em apocalipse 12:9 o dragão é identificado com Satanás. Dessa
explanação divina inferimos que os demais animais simbólicos das
profecias de Daniel e do Apocalipse representam também as várias fases
da obra nefasta de Satanás, nas quais ele usa as nações como marionetes.
O maligno não aparece pessoalmente na terra, porém emprega cada
organização humana que possa obter, afim de opor-se à obra e ao povo
de Deus.
      Deus usa uma espécie diferente de animal como símbolo de Sua
obra. Através dos tempos do Velho Testamento um cordeiro ou uma
ovelha foram quase que invariavelmente utilizados para representarem a
obra e planos de Deus para com a raça humana. E no Novo Testamento,
Jesus e Seu trabalho eram representados pelo cordeiro, cujas
características peculiares são perfeita inocência, ausência completa de
defesa e que não revidava as ofensas recebidas e as iminentes. Que outra
criatura vivente é exemplo tão perfeito desses traços divinos? E quão
completo é o contraste dos símbolos proféticos escolhidos para
retratarem a Satanás e sua obra!
      João Batista proclamou a Jesus como "o Cordeiro que tira os
pecados do mundo". No apocalipse fala-se aproximadamente duas dúzias
de vezes a respeito de Cristo que subiu ao céu e foi glorificado. Daí não
existir nenhuma dúvida a respeito da escolha divina deste animal como
símbolo. De acordo com o que foi dito deve entender-se que os outros
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animais usados na profecia devem contrastar-se claramente com o
símbolo divinamente escolhido para representar a Cristo e sua obra em
prol da raça humana: o Cordeiro.
      Três outros símbolos em forma de animal são encontrados na
segunda metade do Apocalipse: dois no capítulo 13 e o terceiro no
capítulo 17. Aqui eles são apenas mencionados; e em capítulos
subsequentes lhes daremos consideração mais completa.
      O primeiro símbolo do capítulo 13 é um animal com sete cabeças e
dez chifres que emerge do mar. Ele é assim descrito: tem corpo de
leopardo, os pés como de urso e boca de leão – aqui são mencionados os
símbolos de Daniel cap. 7 em ordem inversa. Daniel estava
contemplando os acontecimentos avançando para o futuro, porém João
contemplou-os estando eles já no passado. Os poderes representados
pelo leopardo, urso e o leão já haviam passado para a história; e este
animal bravio que surgiu do mar, parece corresponder ao quarto animal
da visão de Daniel, a besta não descrita, com grandes dentes de ferro,
cuja ferocidade e crueldade é além de qualquer descrição. Entretanto, os
pormenores subsequentes no que se refere à besta de Apocalipse 13,
indicam que corresponde mais precisamente ao chifre arrogante e
blasfemo, que subiu no animal amorfo de Daniel. Ambos sombolizam
Roma papal, e cada um é chamado de anticristo, termo que se tem
utilizado por conveniência em nossas referências a ela.
      Este animal semelhante ao leopardo, o anticristo, move uma guerra
blasfema contra Deus por quarenta e dois meses, período que também é
chamado em profecias paralelas de os 1260 dias, estendendo-se de 538 a
1798 AD., período cujas datas são tão bem estabelecidas em estudos
proféticos, que não requerem discussão adicional aqui.
      No verso 3 é mencionado um ponto importante a res peito do
animal semelhante ao leopardo com sete cabeças e 10 chifres: "Então vi
uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi
curada; e toda a terra se ma ravilhou, seguindo a besta". Os incidentes
aqui mencionados requerem atenção especial. Posteriormente tentaremos
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provar que o período entre a inflição da ferida mortal e sua cura
corresponde aos tempos modernos, e é o período chamado no livro de
Daniel como o "tempo do fim". Desde que se menciona a ferida mortal e
sua cura na mesma frase, muitos concluíram que ambos os eventos se
sucedem rapidamente. Em vez disto, um século e meio decorreram desde
que a ferida foi infligida, e não sabemos quanto tempo está envolvido,
porque ela não está completamente curada.
      O segundo símbolo de Apocalipse 13 é uma besta de dois chifres
surgida da terra, que aparece quando a besta precedente (semelhante ao
leopardo) vai ao cativeiro ou recebe a ferida mortal. Esta besta de dois
chifres é de início meiga e gentil, porque possui dois chifres "parecendo
cordeiro". Porém ela tem uma mudança radical e finalmente "fala como
dragão". No capítulo 20 ela é chamada "o falso profeta", termo usado em
duas outras passagens, Apocalipse 16:13 e 19:20. É descrito como
agindo qual deputado ou parceiro da besta semelhante ao leopardo, após
a recuperação desta da ferida mortal, ou seja do abalo mortal.
Finalmente, ambas são lançadas vivas no primeiro lago de fogo por
ocasião da segunda vinda de Cristo (Apoc. 19:20), prova de que ambas
existirão até o término da história humana. O segundo lago de fogo é
descrito em Apoc. 20:10, e tem relação clara com o fim do milênio. (veja
SDABC, VII, pp. 875/6).
      Agora, um profeta, verdadeiro ou falso, é um oficial religioso, e não
civil. No conflito entre o bem e o mal, o elemento religioso é geralmente
mais importante do que o secular. Visto pretendermos estudar mais tarde
este assunto com mais pormenores, aqui é necessário compreendermos
que a influência enganadora desse falso profeta será mundial, porque
uma advertência divina foi dada no capítulo 14, endereçada a "cada
nação, e tribo, e língua e povo". Sua influência religiosa deve ser
diferente do catolicismo romano, representado pela besta semelhante ao
leopardo. Obviamente deve tratar-se de algum aspecto do
protestantismo. E desde que a influência é má e não boa, deve ser um
aspecto apostatado do protestantismo. O que foi intitulado de
Animais Como Símbolos Proféticos                                         7
"americanização da religião', deve ser exatamente isto, e os Estados
Unidos são seu perfeito representante.
     Isto porém, é futuro. No seu estágio primitivo, dois chifres
semelhantes aos do cordeiro indicam que a é meiga e inofensiva.
Liberdade civil e religiosa, tão característicos na América, são mui
apropriadamente representados pelos chifres do cordeiro dessa criatura.
Estes certamente indicam que nesse estágio de sua carreira o animal de
dois chifres é bom e não mau. Mas, como preconizou meu bom amigo
Frank L. Chaney, a boa fase inicial, é aqui mencionada apenas com
propósitos introdutórios, a fim de colocar-nos na trilha certa. Tudo o que
em seguida é afirmado a respeito desse falso profeta, tem que ver com
seu caráter posterior, quando ele engana o mundo inteiro e afinal fala
como dragão.
     As sete cabeças do leopardo representam as sete tentativas de
Satanás, mais ou menos bem sucedidas para assumir o controle do
governo deste mundo. Tais tentativas podem ser interpretadas como
tendo início com o primeiro império babilônico do tempo de Ninrode,
logo após o incidente da torre de babel e que junto com o segundo
império babilônico do tempo de Nabucodonosor e de Daniel constituem
a primeira das sete cabeças. Seguiram-se-lhe a Medo-Pérsia, Grécia e
Roma imperial, perfazendo quatro cabeças. Roma papal foi a quinta.
Esses completam cinco cabeças que, de acordo com o anjo, haviam caído
por ocasião da inflição da ferida mortal, ou a era presente.
Determinaremos que poder mundial é representado pela sexta cabaça,
que de acordo com o anjo, existia então. Alguns crêem que a cabeça nº 7
é a imagem da besta, que o povo é induzido a fazer, e que a de número 8
é o papado rejuvenescido, sendo exatamente um dos sete, ou a quinta
cabeça ressurgida para continuar vivendo. Ou o número 8 significa o
aparecimento de Satanás em pessoa, ponto de vista sustentado por
muitos. Esses pontos serão considerados posteriormente com mais
pormenores.
Animais Como Símbolos Proféticos                                        8
     Um símbolo mais precisa ser incluído neste esboço: a combinação
espetacular da mulher embriagada e a besta escarlate, mencionada em
Apoc. 17. É muito estranho que este capítulo pareça ser o último a ser
claramente compreendido, embora, quando corretamente interpretado,
prove ser um dos mais importantes e que entre todas as outras profecias
seja o que ilumine melhor.
     Desde que todos, o dragão, a besta semelhante ao leopardo, e a
besta escarlate tem as mesmas sete cabeças e dez chifres, parece razoável
que estejam em relação íntima quanto ao significado e que sejam mesmo
idênticos de alguma maneira. Mas as especificações variadas a respeito
dos chifres e cabeças tem alto valor informativo. E essas variações
poderão ser tomadas como indicativas de que as três bestas simbólicas
representam na sua essência os mesmos poderes da terra, anticristãos e
inspirados pelo diabo, porém em períodos diferentes da história do
mundo.
     O dragão tem as coroas sobre as cabeças; este é um símbolo
generalizado, aplicável a toda a história da humanidade, porém
representa de maneira mais típica o terror e a força bruta da Roma
imperial e pagã. O leopardo tem dez coroas sobre os chifres e significa
de maneira especial o longo período de 1260 anos, durante o qual muitas
nações da Europa Ocidental estavam sob domínio do papado. Sobre os
dez chifres da besta escarlate de Apoc. 17 não há coroas, o que parece
sugerir que esta visão se aplica a um período posterior, após os dez
chifres terem cessado de executar os reclamos do papado, conclusão a
que nos leva a afirmação de que estes dez reis "ainda não receberam
reino", ou o poder para oprimirem ou dominarem sobre a mente e a vida
dos homens; "mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante
uma hora". (Apoc. 17:12) Em outras palavras, na época a opressão e
perseguição haviam cessado, porém estas recrudesceriam junto com o
poder da besta do poço do abismo. E como é acurada a descrição dos
nossos dias quando o poder de perseguição tem sido inativo por cerca de
dois séculos, ao mesmo tempo em que os sinais ominosos do
Animais Como Símbolos Proféticos                                         9
restabelecimento da intolerância são visíveis a todos!! As diferenças com
respeito às coroas sugerem que os mesmos poderes, inspirados pelo
diabo e anti-cristãos se exibem em diferentes fases da história.
     De muitas outras maneiras é indicado o fato de que a mulher
embriagada sobre a besta escarlate significa o período da história
próximo do fim. É um dos anjos com as sete últimas pragas que dá esta
visão a João, e estas serão derramadas um pouco antes do segundo
advento. Por outro lado, o fato de a mulher e a besta serem distintas,
leva-nos a concluir que o tempo aqui representado é aquele em que o
mundo em geral aprendeu a encarar a igreja e o poder civil separados um
do outro. Esta distinção intelectual e mesmo no sentido prático surgiu
apenas em tempos modernos, ou seja, no tempo do fim. Ademais, é bem
provável que o fato de a mulher e a besta terem sido mostradas ao
profeta no deserto (v. 3) indica que ambas, a mulher e a besta estão tendo
uma experiência de "reclusão'', durante o tempo da ferida mortal do
leopardo. (Apoc. 13:3). Tal fato representa os tempos modernos, os dois
últimos séculos em que foi retirado de Roma o poder de queimar
"heréticos". Quão constantes têm sido suas lamentações nostálgicas, de
que ela está sendo impedida no seu direito divino de reger o mundo,
como costumava fazer. Este é o seu período de viuvez (Apoc. 18:7), que
ela espera tenha logo passado. É sua experiência "no deserto".
     Sendo que este é apenas um esboço preliminar do que será
pormenorizado em páginas subseqüentes, não farei agora uma
explanação completa dos símbolos do cap. 17. É claro todavia, o sentido
geral. A mulher embriagada, chamada "Babilônia, a Grande", quer dizer
muito mais do que a Igreja Católica. Ela representa o estilo diabólico de
falsa religião em todos os tempos, desde a primeira união de governo
civil e religioso sob Ninrode, até o poder romano, ressurgido e
restabelecido durante os últimos dias da história da humanidade. A besta
escarlate que lhe serve de montaria, simboliza o governo civil
engendrado pelo diabo durante o mesmo espaço de tempo.
Animais Como Símbolos Proféticos                                        10
      Entretanto, como afirmado linhas atrás, a época exata em que o
apóstolo viu a besta e seu cavaleiro, é nosso tempo, o tempo do fim e não
o dos imperadores romanos.
      Tal ponto de vista sobre o tempo, fornece-nos a chave para abrir o
paradoxo, a contradição aparentemente total entre os vs. 8 e 10. No
primeiro o anjo explica que a besta "era e não é e está para emergir do
abismo", enquanto no segundo falou-se a João concernente às sete
cabeças ou reis, "dos quais cinco caíram, um existe e o outro ainda não
chegou" (v. 10). Em outras palavras, o nº 6 das sete cabeças, reina no
mesmo tempo em que a besta "que não é" está fora de ação. A prova de
que o ponto de vista acerca do tempo é o mesmo em ambos os versos,
encontra-se no fato de que as duas explicações são dadas pelo mesmo
anjo, no mesmo contexto e a respeito dos mesmos símbolos. Em ambos
os versos são empregados todos os três tempos: passado, presente e
futuro. Como veremos mais tarde porém, tal paradoxo é resolvido com
facilidade, quando localizamos a época correta da história da qual o
apóstolo tem a visao.
      Encontramos ainda uma prova adicional na parte última desse
capítulo de que o tempo aqui referido é o final da história humana: os
dez reis têm um só pensamento e concordam em dar à besta o seu poder
real. Ellen G. White o aplica à confederação das últimas horas do tempo,
quando o dragão, a besta e o falso profeta se unirão contra o Rei dos reis,
e Senhor dos senhores, por ocasião da crise final da história humana.
(Ver Manuscrito, 24, 1891). Isto será explicado mais tarde.
      Temos assim uma interpretação consistente e bem razoável de todo
o capítulo 17 de Apocalipse. Ele como um todo pertence exatamente ao
lugar onde o encontramos, em relação ao que antecede como ao que
sucede. Seu cenário – o fim do fim, a última parte do tempo do fim. E o
clímax do capítulo lida com o clímax da história da humanidade, quando
todos os poderes da terra invertem o estado de fragmentação e separação,
de que fala a visão de Daniel 2, no qual foi predito que as divisões do
Animais Como Símbolos Proféticos                                       11
império romano não se ligariam, da mesma maneira que o ferro não se
mistura com o barro.
      Porém, nas horas finais do tempo esse princípio de fragmentação
iniciado por Deus em Babel, com vistas à proteção ao seu povo e ao
bloqueio parcial dos planos de Satanás, é revertido; e por uma breve hora
profética "Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e
Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram
impenitentes" (GC 614). Todos têm "um só pensamento", e concordam
em unir-se contra Deus e seu povo. "Pelejarão eles contra o Cordeiro e o
cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos Senhores e o Rei dos Reis".
Apoc. 17:14.

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02 animais como símbolos proféticos

  • 1. ANIMAIS COMO SÍMBOLOS PROFÉTICOS NO LIVRO DE DANIEL seguem quatro linhas extensas de símbolos proféticos, desde os dias do profeta até o término da história humana. A terceira da série encontra-se no capítulo 8, com uma explanação do elemento tempo que se estende ate o capítulo 9. Os símbolos principais no capítulo 8 são um carneiro com dois chifres, interpretados pelo anjo como representando o reino da Medo-Pérsia, e um bode , com um grande chifre entre os olhos, representando o bode o reino da Grécia e o grande chifre o seu primeiro rei, Alexandre o Grande. Depois de o bode ter derrubado o carneiro, seu grande chifre foi quebrado; e em seu lugar surgiram quatro chifres, representando a divisão do império de Alexandre em quatro partes. De um dos chifres saiu um outro, pequeno a princípio, porém depois excepcionalmente grande, fazendo coisas surpreendentes numa guerra de vida e morte contra o santuário de Deus e Seu povo. Ao introduzir sua explicação sobre os vários símbolos, o anjo advertiu a Daniel que a compreensão completa dar-se-ia muito tempo depois. "Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim" (Dan. 8:17)" "Porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim" (v. 19). No último capítulo o anjo declara novamente: "Tu, porém, Daniel encerra as palavras e sela o livro, até o tempo do fim" (Dn. 12:4). Das passagens mencionadas e de outras relacionadas com elas aprendemos um importante princípio na interpretação das profecias. Deus jamais pretendia que o próprio profeta ou o povo dos seus dias devessem entender a última parte de uma longa linha de símbolos proféticos. Assim é parcialmente por causa da natureza das coisas, e parcialmente por causa do propósito divino a dar essas profecias. Cada uma das quatro linhas de símbolos de Daniel, predizendo o que então era a história do mundo ainda no futuro, começa com quadros muito simples, particularizados; todos entretanto, tornam-se generalizados, mais amplos no escopo, e ao avançarem, mais abstratos
  • 2. Animais Como Símbolos Proféticos 2 no seu significado. A razão é que a obra de Deus nos dias do profeta era restrita e apenas de extensão local, centralizada nos países ao redor da parte oriental do Mediterrâneo, atualmente conhecido por Oriente Médio. A oposição organizada à obra de Deus, simbolizada principalmente por animais selvagens, rapinantes, também era particularizada. Porém à medida que a história se expandia, primeiro como resultado do Pentecostes, e novamente em tempos modernos como resultado da obra das missões modernas, e da circulação da Bíblia em cerca de mil línguas e em cada país e clima, a obra de Deus hoje é global em sua extensão. Similarmente a oposição organizada do diabo à obra de Deus o é em escala mundial. Por esta razão, os símbolos proféticos, embora comecem com quadros objetivos, individualizados, como quadros do jardim de infância, dados mormente para propósitos de identificação, ou para dirigir o inquiridor no trilho certo, devem assumir necessariamente um significado, mais generalizado em nossos dias. Devem tornar-se mais abstratos no significado, porque se tornaram mais globais em caráter. Por estas razões apenas, e não outras, o povo dos dias de Daniel não podia esperar compreender as profecias com significado distante. Foram apontadas pela Providência para benefício e guia do povo que ha veria de viver no tempo do fim. O propósito principal de cada uma dessas profecias de tempo foi apontar em direção do mesmo fim. A profusão de afirmações na Bíblia indicam que Deus planeja focalizar sobre a última geração da humanidade uma confrontação universal sobre assuntos morais básicos entre o certo e o errado, sobre a questão de obediência ou desobediência ao Criador. Este teste final de lealdade não será apenas global em extensão, mas também deve estar relacionado com princípios mais ou menos abstratos de direito e erro. Todas as longas linhas da profecia devem concentrar-se necessariamen te na escolha vital entre a vida e a morte, que deverá ser feita por esta última geração. Por esta razão a última parte das quatro linhas proféticas de Daniel tomam mais espaço do que o conjunto das partes anteriores. É também por esta mesma razão
  • 3. Animais Como Símbolos Proféticos 3 que o livro de Apocalipse pormenoriza as últimas partes das predições de Daniel, e porque tanto espaço no livro de Apocalipse é devotado a esta crise final. Por isto não se podia esperar que o povo da antiguidade entendesse do que será a batalha final. Tal assunto não lhes causava preocupação. Deus deu essas predições especialmente para a última geração. Estas profecias se referem ao tempo determinado do fim". (Daniel 8:19). Alguém afirmou que a história é a profecia lida de traz para diante. Isto pode parecer uma maneira grotesca de expressar-se, porém ambas certamente são recíprocas, exatamente duas maneiras de dizer que a mão divina está dirigindo todos os negócios da humanidade. Ademais, a profecia simbólica contém muita poesia, porque ela retrata nações e organizações eclesiásticas como são vistas pelo universo observador nos céus. O capítulo sete de Daniel apresenta quatro animais simbolicos – um leão, um urso, um leopardo e um animal temível, de aspecto e comportamento horrorosos. Estes quatro símbolos têm como paralelos os quatro metais da imagem do capítulo dois – o ouro, a prata, o cobre e o ferro. Estas duas linhas paralelas representam exatamente os impérios sucessivos de Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Gibbon comentou: "As imagens de ouro, prata ou cobre que podem servir para representarem nações e seus reis, foram sucessivamente quebradas pela monarquia férrea de Roma". Entretanto devemos ir ao Novo Testamento para compreendermos plenamente como os poderes da terra são vistos por Deus e os habitantes do céu. No capítulo 12 de Apocalipse é descrito um dragão monstruoso e temível, tentando destruir o infante Cristo tão logo tenha nascido, e depois perseguido com um ódio mortal a igreja de Cristo por 1260 anos. Num outro arroubo de perseguição assassina, o dragão persegue implacavelmente nos últimos dias os seguidores da mulher, aqueles que "guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo". (Apoc. 12:17)
  • 4. Animais Como Símbolos Proféticos 4 Católicos e protestantes geralmente concordam que este dragão vermelho significa Roma imperial, ou Roma dos Césares. A palavra grega "dragão" aqui traduzida, significa originalmente um grande réptil, como um crocodilo ou um monstro, mas eventualmente era usado em linguagem mitológica, provavelmente como remanescente dos velhos dinossauros, alguns dos quais tinham o cumprimento de 33m. e o peso equivalente a oito ou dez elefantes. Na profecia, a principal característica do dragão é o emprego da força e terror contra o povo de Deus, em contraste com o engano e astúcia sedutivo dos animais mencionados no capítulo 13. Em apocalipse 12:9 o dragão é identificado com Satanás. Dessa explanação divina inferimos que os demais animais simbólicos das profecias de Daniel e do Apocalipse representam também as várias fases da obra nefasta de Satanás, nas quais ele usa as nações como marionetes. O maligno não aparece pessoalmente na terra, porém emprega cada organização humana que possa obter, afim de opor-se à obra e ao povo de Deus. Deus usa uma espécie diferente de animal como símbolo de Sua obra. Através dos tempos do Velho Testamento um cordeiro ou uma ovelha foram quase que invariavelmente utilizados para representarem a obra e planos de Deus para com a raça humana. E no Novo Testamento, Jesus e Seu trabalho eram representados pelo cordeiro, cujas características peculiares são perfeita inocência, ausência completa de defesa e que não revidava as ofensas recebidas e as iminentes. Que outra criatura vivente é exemplo tão perfeito desses traços divinos? E quão completo é o contraste dos símbolos proféticos escolhidos para retratarem a Satanás e sua obra! João Batista proclamou a Jesus como "o Cordeiro que tira os pecados do mundo". No apocalipse fala-se aproximadamente duas dúzias de vezes a respeito de Cristo que subiu ao céu e foi glorificado. Daí não existir nenhuma dúvida a respeito da escolha divina deste animal como símbolo. De acordo com o que foi dito deve entender-se que os outros
  • 5. Animais Como Símbolos Proféticos 5 animais usados na profecia devem contrastar-se claramente com o símbolo divinamente escolhido para representar a Cristo e sua obra em prol da raça humana: o Cordeiro. Três outros símbolos em forma de animal são encontrados na segunda metade do Apocalipse: dois no capítulo 13 e o terceiro no capítulo 17. Aqui eles são apenas mencionados; e em capítulos subsequentes lhes daremos consideração mais completa. O primeiro símbolo do capítulo 13 é um animal com sete cabeças e dez chifres que emerge do mar. Ele é assim descrito: tem corpo de leopardo, os pés como de urso e boca de leão – aqui são mencionados os símbolos de Daniel cap. 7 em ordem inversa. Daniel estava contemplando os acontecimentos avançando para o futuro, porém João contemplou-os estando eles já no passado. Os poderes representados pelo leopardo, urso e o leão já haviam passado para a história; e este animal bravio que surgiu do mar, parece corresponder ao quarto animal da visão de Daniel, a besta não descrita, com grandes dentes de ferro, cuja ferocidade e crueldade é além de qualquer descrição. Entretanto, os pormenores subsequentes no que se refere à besta de Apocalipse 13, indicam que corresponde mais precisamente ao chifre arrogante e blasfemo, que subiu no animal amorfo de Daniel. Ambos sombolizam Roma papal, e cada um é chamado de anticristo, termo que se tem utilizado por conveniência em nossas referências a ela. Este animal semelhante ao leopardo, o anticristo, move uma guerra blasfema contra Deus por quarenta e dois meses, período que também é chamado em profecias paralelas de os 1260 dias, estendendo-se de 538 a 1798 AD., período cujas datas são tão bem estabelecidas em estudos proféticos, que não requerem discussão adicional aqui. No verso 3 é mencionado um ponto importante a res peito do animal semelhante ao leopardo com sete cabeças e 10 chifres: "Então vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se ma ravilhou, seguindo a besta". Os incidentes aqui mencionados requerem atenção especial. Posteriormente tentaremos
  • 6. Animais Como Símbolos Proféticos 6 provar que o período entre a inflição da ferida mortal e sua cura corresponde aos tempos modernos, e é o período chamado no livro de Daniel como o "tempo do fim". Desde que se menciona a ferida mortal e sua cura na mesma frase, muitos concluíram que ambos os eventos se sucedem rapidamente. Em vez disto, um século e meio decorreram desde que a ferida foi infligida, e não sabemos quanto tempo está envolvido, porque ela não está completamente curada. O segundo símbolo de Apocalipse 13 é uma besta de dois chifres surgida da terra, que aparece quando a besta precedente (semelhante ao leopardo) vai ao cativeiro ou recebe a ferida mortal. Esta besta de dois chifres é de início meiga e gentil, porque possui dois chifres "parecendo cordeiro". Porém ela tem uma mudança radical e finalmente "fala como dragão". No capítulo 20 ela é chamada "o falso profeta", termo usado em duas outras passagens, Apocalipse 16:13 e 19:20. É descrito como agindo qual deputado ou parceiro da besta semelhante ao leopardo, após a recuperação desta da ferida mortal, ou seja do abalo mortal. Finalmente, ambas são lançadas vivas no primeiro lago de fogo por ocasião da segunda vinda de Cristo (Apoc. 19:20), prova de que ambas existirão até o término da história humana. O segundo lago de fogo é descrito em Apoc. 20:10, e tem relação clara com o fim do milênio. (veja SDABC, VII, pp. 875/6). Agora, um profeta, verdadeiro ou falso, é um oficial religioso, e não civil. No conflito entre o bem e o mal, o elemento religioso é geralmente mais importante do que o secular. Visto pretendermos estudar mais tarde este assunto com mais pormenores, aqui é necessário compreendermos que a influência enganadora desse falso profeta será mundial, porque uma advertência divina foi dada no capítulo 14, endereçada a "cada nação, e tribo, e língua e povo". Sua influência religiosa deve ser diferente do catolicismo romano, representado pela besta semelhante ao leopardo. Obviamente deve tratar-se de algum aspecto do protestantismo. E desde que a influência é má e não boa, deve ser um aspecto apostatado do protestantismo. O que foi intitulado de
  • 7. Animais Como Símbolos Proféticos 7 "americanização da religião', deve ser exatamente isto, e os Estados Unidos são seu perfeito representante. Isto porém, é futuro. No seu estágio primitivo, dois chifres semelhantes aos do cordeiro indicam que a é meiga e inofensiva. Liberdade civil e religiosa, tão característicos na América, são mui apropriadamente representados pelos chifres do cordeiro dessa criatura. Estes certamente indicam que nesse estágio de sua carreira o animal de dois chifres é bom e não mau. Mas, como preconizou meu bom amigo Frank L. Chaney, a boa fase inicial, é aqui mencionada apenas com propósitos introdutórios, a fim de colocar-nos na trilha certa. Tudo o que em seguida é afirmado a respeito desse falso profeta, tem que ver com seu caráter posterior, quando ele engana o mundo inteiro e afinal fala como dragão. As sete cabeças do leopardo representam as sete tentativas de Satanás, mais ou menos bem sucedidas para assumir o controle do governo deste mundo. Tais tentativas podem ser interpretadas como tendo início com o primeiro império babilônico do tempo de Ninrode, logo após o incidente da torre de babel e que junto com o segundo império babilônico do tempo de Nabucodonosor e de Daniel constituem a primeira das sete cabeças. Seguiram-se-lhe a Medo-Pérsia, Grécia e Roma imperial, perfazendo quatro cabeças. Roma papal foi a quinta. Esses completam cinco cabeças que, de acordo com o anjo, haviam caído por ocasião da inflição da ferida mortal, ou a era presente. Determinaremos que poder mundial é representado pela sexta cabaça, que de acordo com o anjo, existia então. Alguns crêem que a cabeça nº 7 é a imagem da besta, que o povo é induzido a fazer, e que a de número 8 é o papado rejuvenescido, sendo exatamente um dos sete, ou a quinta cabeça ressurgida para continuar vivendo. Ou o número 8 significa o aparecimento de Satanás em pessoa, ponto de vista sustentado por muitos. Esses pontos serão considerados posteriormente com mais pormenores.
  • 8. Animais Como Símbolos Proféticos 8 Um símbolo mais precisa ser incluído neste esboço: a combinação espetacular da mulher embriagada e a besta escarlate, mencionada em Apoc. 17. É muito estranho que este capítulo pareça ser o último a ser claramente compreendido, embora, quando corretamente interpretado, prove ser um dos mais importantes e que entre todas as outras profecias seja o que ilumine melhor. Desde que todos, o dragão, a besta semelhante ao leopardo, e a besta escarlate tem as mesmas sete cabeças e dez chifres, parece razoável que estejam em relação íntima quanto ao significado e que sejam mesmo idênticos de alguma maneira. Mas as especificações variadas a respeito dos chifres e cabeças tem alto valor informativo. E essas variações poderão ser tomadas como indicativas de que as três bestas simbólicas representam na sua essência os mesmos poderes da terra, anticristãos e inspirados pelo diabo, porém em períodos diferentes da história do mundo. O dragão tem as coroas sobre as cabeças; este é um símbolo generalizado, aplicável a toda a história da humanidade, porém representa de maneira mais típica o terror e a força bruta da Roma imperial e pagã. O leopardo tem dez coroas sobre os chifres e significa de maneira especial o longo período de 1260 anos, durante o qual muitas nações da Europa Ocidental estavam sob domínio do papado. Sobre os dez chifres da besta escarlate de Apoc. 17 não há coroas, o que parece sugerir que esta visão se aplica a um período posterior, após os dez chifres terem cessado de executar os reclamos do papado, conclusão a que nos leva a afirmação de que estes dez reis "ainda não receberam reino", ou o poder para oprimirem ou dominarem sobre a mente e a vida dos homens; "mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora". (Apoc. 17:12) Em outras palavras, na época a opressão e perseguição haviam cessado, porém estas recrudesceriam junto com o poder da besta do poço do abismo. E como é acurada a descrição dos nossos dias quando o poder de perseguição tem sido inativo por cerca de dois séculos, ao mesmo tempo em que os sinais ominosos do
  • 9. Animais Como Símbolos Proféticos 9 restabelecimento da intolerância são visíveis a todos!! As diferenças com respeito às coroas sugerem que os mesmos poderes, inspirados pelo diabo e anti-cristãos se exibem em diferentes fases da história. De muitas outras maneiras é indicado o fato de que a mulher embriagada sobre a besta escarlate significa o período da história próximo do fim. É um dos anjos com as sete últimas pragas que dá esta visão a João, e estas serão derramadas um pouco antes do segundo advento. Por outro lado, o fato de a mulher e a besta serem distintas, leva-nos a concluir que o tempo aqui representado é aquele em que o mundo em geral aprendeu a encarar a igreja e o poder civil separados um do outro. Esta distinção intelectual e mesmo no sentido prático surgiu apenas em tempos modernos, ou seja, no tempo do fim. Ademais, é bem provável que o fato de a mulher e a besta terem sido mostradas ao profeta no deserto (v. 3) indica que ambas, a mulher e a besta estão tendo uma experiência de "reclusão'', durante o tempo da ferida mortal do leopardo. (Apoc. 13:3). Tal fato representa os tempos modernos, os dois últimos séculos em que foi retirado de Roma o poder de queimar "heréticos". Quão constantes têm sido suas lamentações nostálgicas, de que ela está sendo impedida no seu direito divino de reger o mundo, como costumava fazer. Este é o seu período de viuvez (Apoc. 18:7), que ela espera tenha logo passado. É sua experiência "no deserto". Sendo que este é apenas um esboço preliminar do que será pormenorizado em páginas subseqüentes, não farei agora uma explanação completa dos símbolos do cap. 17. É claro todavia, o sentido geral. A mulher embriagada, chamada "Babilônia, a Grande", quer dizer muito mais do que a Igreja Católica. Ela representa o estilo diabólico de falsa religião em todos os tempos, desde a primeira união de governo civil e religioso sob Ninrode, até o poder romano, ressurgido e restabelecido durante os últimos dias da história da humanidade. A besta escarlate que lhe serve de montaria, simboliza o governo civil engendrado pelo diabo durante o mesmo espaço de tempo.
  • 10. Animais Como Símbolos Proféticos 10 Entretanto, como afirmado linhas atrás, a época exata em que o apóstolo viu a besta e seu cavaleiro, é nosso tempo, o tempo do fim e não o dos imperadores romanos. Tal ponto de vista sobre o tempo, fornece-nos a chave para abrir o paradoxo, a contradição aparentemente total entre os vs. 8 e 10. No primeiro o anjo explica que a besta "era e não é e está para emergir do abismo", enquanto no segundo falou-se a João concernente às sete cabeças ou reis, "dos quais cinco caíram, um existe e o outro ainda não chegou" (v. 10). Em outras palavras, o nº 6 das sete cabeças, reina no mesmo tempo em que a besta "que não é" está fora de ação. A prova de que o ponto de vista acerca do tempo é o mesmo em ambos os versos, encontra-se no fato de que as duas explicações são dadas pelo mesmo anjo, no mesmo contexto e a respeito dos mesmos símbolos. Em ambos os versos são empregados todos os três tempos: passado, presente e futuro. Como veremos mais tarde porém, tal paradoxo é resolvido com facilidade, quando localizamos a época correta da história da qual o apóstolo tem a visao. Encontramos ainda uma prova adicional na parte última desse capítulo de que o tempo aqui referido é o final da história humana: os dez reis têm um só pensamento e concordam em dar à besta o seu poder real. Ellen G. White o aplica à confederação das últimas horas do tempo, quando o dragão, a besta e o falso profeta se unirão contra o Rei dos reis, e Senhor dos senhores, por ocasião da crise final da história humana. (Ver Manuscrito, 24, 1891). Isto será explicado mais tarde. Temos assim uma interpretação consistente e bem razoável de todo o capítulo 17 de Apocalipse. Ele como um todo pertence exatamente ao lugar onde o encontramos, em relação ao que antecede como ao que sucede. Seu cenário – o fim do fim, a última parte do tempo do fim. E o clímax do capítulo lida com o clímax da história da humanidade, quando todos os poderes da terra invertem o estado de fragmentação e separação, de que fala a visão de Daniel 2, no qual foi predito que as divisões do
  • 11. Animais Como Símbolos Proféticos 11 império romano não se ligariam, da mesma maneira que o ferro não se mistura com o barro. Porém, nas horas finais do tempo esse princípio de fragmentação iniciado por Deus em Babel, com vistas à proteção ao seu povo e ao bloqueio parcial dos planos de Satanás, é revertido; e por uma breve hora profética "Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes" (GC 614). Todos têm "um só pensamento", e concordam em unir-se contra Deus e seu povo. "Pelejarão eles contra o Cordeiro e o cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos Senhores e o Rei dos Reis". Apoc. 17:14.