2. • “E com muitas parábolas tais lhes dirigia
a palavra, segundo o que podiam
compreender. E sem parábolas nunca
lhes falava; porém tudo declarava em
particular aos Seus discípulos.” Marcos
4:33 e 34.
3. • Diz o Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa
que é uma “narração alegórica”. Isto é: Parábola
é uma alegoria e, segundo o mesmo dicionário,
alegoria é: “Exposição de um pensamento sob
forma figurada; ficção que representa um objeto
para dar idéia de outro; continuação de metáforas
que significam uma coisa nas palavras e outra no
sentido.”
4. • A palavra grega traduzida por “parábola” significa:
“comparação”, “tipo”, “figura”. Isto é: Uma
linguagem em códigos.
Mal comparando, e com a devida anuência do
irmão, digo: Uma estória engendrada, um conto,
que esconde e acoberta uma verdade importante
(Eze. 17:2; 24:3). A parábola, pois, tem o objetivo
de transmitir uma verdade; mas ela mesma não é
esta verdade.
5. • “Tudo isso disse Jesus por parábolas à
multidão. E nada lhes falava sem parábolas,
para que se cumprisse o que fora dito pelo
profeta que disse: Abrirei em parábolas a Minha
boca; publicarei coisas ocultas desde a
fundação do mundo.” – Mateus 13: 34-35.
6. • Há uma corrente de leitores da Bíblia que afirma
com veemência ser a narrativa de Jesus sobre o
Rico e Lázaro não uma parábola, e sim uma
doutrina real. Ao agirem assim, além de contradizê-
la, chocam-se com uma barreira evangélica,
formada pelos mais respeitáveis teólogos dos mais
variados ramos protestantes, que concordam ser
este conto puramente parabólico.
• Portanto, é preciso ficar sacramentado, sem
nenhuma sombra de dúvidas, que a narração é uma
parábola: A parábola do Rico e Lázaro.
7. • Por conseguinte, a doutrina da imortalidade da
alma e do galardão após a morte, extraída,
como fazem, dessa parábola, é acima de tudo
inconveniente, pois sabido é, e aceito pelos
mais eminentes exegetas, que não se pode
firmar doutrina sobre parábolas, pois ela é uma
ficção, uma alegoria, uma metáfora.
8. • Em síntese, prezado irmão, estamos diante
de uma estória contada por Jesus, que, se
estudarmos diligentemente (cavando fundo),
notaremos a beleza da verdade que o
Salvador queria ensinar.
9. Como se pode notar, uma parábola jamais
poderá ser interpretada literalmente
• Você não acha que o seio de Abraão seja muito
pequeno, porque no máximo este patriarca devia ter
de altura, 2,30 m?
• E os pobres e mendigos que morreram antes de
Abraão, para que seio foram?
• Caberá no seio de Abraão todos os pobres do
mundo quando morrerem, pois é sabido que a
maior parte da população mundial, que já se
aproxima dos 5 bilhões, são pobres?
10. • Bem, se apenas por ser mendigo alguém tem direito
ao Céu, o crente então jamais poderá ficar fora
dele, e que seio é esse para caber tanta gente?
Abel, que viveu antes de Abraão, para que seio foi?
• Agora, pasme o irmão. Para onde fugir, diante desta
pergunta: E Abraão, chamado o amigo de Deus,
homem justo e bom, o pai da fé, morreu, e para
onde foi? Para o seu próprio seio?
11. • Pois bem, continuemos considerando a
parábola literalmente, e como tal, em seguida,
temos na narrativa de Jesus que admitir seja a
fronteira entre o Céu e o inferno tão próxima
uma da outra que permite conversação, diálogo
entre as pessoas que gozam as delícias do
paraíso com as do suplício eterno.
12. • Finalizando, para os que aceitam essa parábola
literalmente e sobre ela fundamentam a
doutrina mencionada, não poderão, então, fugir
da aceitação de outras parábolas similares
relatadas pela mesma Bíblia, no campo literal.
• Desta forma seríamos literalmente ovelhas,
moedas, semeadores, convidados de bodas,
etc.
13. • Há, por exemplo, no livro de Juízes 9:7-15, a
parábola de Jotão. Lemos ali que as árvores
falavam, e que levantaram reis sobre elas,
certamente outras árvores. Você crê que as
árvores falavam? Eram conscientes?
Certamente que não. Temos absoluta certeza.
Mas é uma parábola. Então, aceita-se uma e
outra não? Como é isso?
14. • Nenhuma das quarenta e quatro parábolas
proferidas por Jesus podem ser aceitas literalmente,
porque parábola é uma ilustração para clarear o
ensino.
Chegamos então à conclusão de que é um
equívoco considerar parábolas pelo lado literal e
aplicá-las para sedimentar doutrina bíblica. Fica, por
conseguinte, claro, que Jesus não ensinou o que se
prega hoje em dia, baseando-se nesta parábola.
Finalmente, afirmo, essa parábola não foi
mencionada por Jesus como uma doutrina.
15. • O Rico da parábola era uma “símile” dos judeus, a
quem Deus fez os depositários dos oráculos
divinos. Deveriam por isso ser a luz das nações. Os
reis da terra deveriam caminhar vendo a glória de
Deus sobre eles. Isaías 60:3.
O mendigo parabólico também era uma “símile”
(analogia – semelhança) dos gentios, que eram,
coitados, considerados como cães, imundos e
indignos do favor do Céu, pelos judeus.
16. • Assim que, foram os judeus comparados ao
homem Rico da parábola, porque tinham as
riquezas do evangelho; no entanto, não
cumpriram a vontade de Deus a seu
respeito, que era de ser a luz dos gentios.
No campo religioso, os pobres gentios
pegavam mesmo, apenas as migalhas.
17. • O rico em tormento
• (judeus)
Perderam a hegemonia nacional, conforme a
Parábola. Perderam o privilégio de ser o povo
escolhido de Deus (Deut. 7:6). Perderam o
majestoso templo, a nação, e dispersos foram por
todo o mundo. Muito embora Deus os ame a todos,
e, individualmente tenham direito à salvação, desde
que aceitem a Jesus Cristo como Salvador pessoal.
18. • LÁZARO CONSOLADO
no seio de Abraão
(gentios)
Possuem a verdade, exercem fé, crêem, vivem e
pregam o evangelho, esperam a volta de Jesus e
transformaram-se na geração eleita de Deus, ouça:
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a
nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis
as virtudes daquEle que vos chamou das trevas
para a Sua maravilhosa luz; vós que em outro
tempo não éreis povo, mas agora sois povo de
Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas
agora alcançastes misericórdia.” I. Pedro 2:9-10.
19. • Abraão
Entrou nessa parábola, porque é
considerado o pai da fé, segundo a Bíblia. E
todos os que se salvarem, o serão pela fé
em Cristo, e nunca por obras ou méritos
próprios; e serão chamados filhos de Abraão
pela fé. Gálatas 3: 9.
20. • O Seio de Abraão
• Quer dizer, simplesmente: Privilégios e favores.
Ó gentios! Como Deus nos ama!
Para finalizar, tenhamos em mente este
pensamento:
“Na parábola do Rico e Lázaro, Cristo mostra que
nesta vida os homens decidem seu destino eterno.
Durante o tempo da Graça de Deus, esta é
oferecida a toda alma. Mas, se os homens
desperdiçam as oportunidades na satisfação
própria, segregam-se da vida eterna. Não lhes
será concedida nova oportunidade. Por sua própria
escolha cavaram entre eles e Deus um abismo
intransponível.” – Parábolas de Jesus, pág. 260.
21. • Assim, pois, sem sombras de dúvidas, a
parábola do Rico e Lázaro foi apresentada
por Jesus para esclarecer definitivamente
que o destino do homem – rico ou pobre é
decidido aqui nesta vida, “pelo uso feito dos
privilégios e oportunidades” conferidos por
Deus.