Gestão integrada de águas superficiais e subterrâneas no Brasil
1. MÁRCIA GASPAR
GESTÃO INTEGRADA DE
ÁGUAS SUPERFICIAIS E
SUBTERRÂNEAS NO
BRASIL: ASPECTOS LEGAIS
E PERSPECTIVAS
Coordenação de Águas Subterrâneas
Agência Nacional de Águas
24 de agosto de 2018
4. Porque fazer gestão integrada?
Crises hídricas históricas
(2012...2017) Gradativa e intensa redução
nos índices pluviométricos em algumas
regiões do País
48 milhões hab
5. Porque fazer gestão integrada?
Crises hídricas históricas
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Com a escassez de água superficial,
foi intensificada a busca de fonte
alternativa. Aumento da
perfuração de poços
42% das cidades brasileiras
utilizam as águas subterrâneas
como fonte preponderante
(cerca de 39 milhões hab)
MANANCIAIS SUBTERRÂNEOS
Reservas estratégicas em
situações críticas
CONFLITOS ENTRE USUÁRIOS
Águas superficiais x águas
subterrâneas
6. Porque fazer gestão integrada?
Crises hídricas históricas
APRENDIZADO
Valorização do recurso hídrico como bem público finito
e conscientização do uso
“Art. 1º.... A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
...
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
7. Porque fazer gestão integrada?
Exemplos práticos (EUA)
Kansas
Utah
Heilweil 2018 (USGS)
11. • Aquíferos livres e rios perenes
• Considerar a regularização produzida por reservatórios
artificiais, recargas urbanas (infiltração de esgotos e
perdas da rede de distribuição) e retorno da irrigação
(áreas rurais)
Condições de contorno
12. Qual a componente de
integração?
ÁGUA
SUBTERRÂNEA
ÁGUA
SUPERFICIAL
FLUXO DE BASE
Integração entre as
componentes subterrânea e
superficial
13. Participação do fluxo de base no escoamento superficial
(SEPARAÇÃO DE ESCOAMENTO)
Fluxo de base Relações de vazões nas curva permanência Q90/Q50
Vazões mínimas (Q7,10 Q90 Q95)
Análise de curva de recessão
Separação de fluxos nos hidrogramas
....
O que e como quantificar?
FLUXO DE BASE
Recarga Balanço hídrico integrado
Taxa de infiltração
Variação níveis poços
Estudos isotópicos
....
14. Componente de integração
Q90/Q50 = 48/150= 0,32
Q90/Q50 = 80/180 = 0,66
FLUXO DE BASE
Área; geologia; clima; solos; vegetação;
urbanização; reservatórios
Curva de permanência
Vazões referência outorga
de água superficial
(Q90, Q95, Q7,10)
15. Curvas de recessão
Relações curva permanência Q90/Q50
O que e como quantificar?
Q90/Q50 = 0,63
Q90/Q50 = 0,24
16. 50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
01/10/1980 01/11/1980 01/12/1980 01/01/1981 01/02/1981 01/03/1981 01/04/1981 01/05/1981
Vazão(m³/s)
Tempo (meses)
Vazão Observada Base_MIDeslizante Base_MIFixo Base_MMLocal
Posto 45210000 - Lagoa das Pedras - Rio Carinhanha BA/MG
Separação hidrogramas
O que e como quantificar?
FLUXO DE BASE
Q90/Q50 = 0,78
45210000 – Lagoa das
Pedras
HYSEP
18. Gestão integrada: contexto técnico x geopolítico
Estimativas fluxo de base
diferentes métodos
vários aquíferos envolvidos
precário monitoramento histórico
19. Gestão integrada: contexto técnico x geopolítico
Dominialidade (CF/88 Arts. 20 e 26)
Necessidade de...
monitoramento articulaçãoregulamentação
• rios estaduais e federais
• aquíferos compartilhados
• vazões de referência diversas na mesma bacia
• usuários “concorrentes” (águas subterrâneas e superficiais)
20. Gestão integrada: aspectos legais
Lei das Águas 9.433/1997
Art. 3º Diretrizes gerais implementação da PNRH
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e
qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas,
econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os
planejamentos regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas
costeiras.
21. Gestão integrada: aspectos legais
Lei das Águas 9.433/1997
Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o
gerenciamento dos recursos hídricos de interesse comum.
No tocante às águas subterrâneas a Lei das Águas não conferiu a
importância necessária, assim o CNRH deliberou a edição de
diversas Resoluções de forma a suprir, ao menos parcialmente, as
lacunas da Lei no assunto
22. Gestão integrada: aspectos legais
Resoluções CNRH
Nº 15/2001: gestão das águas
subterrâneas
Nº 16/2001: outorga de direito de uso
Nº 22/2001: inserção das águas
subterrâneas nos PRH
Resolução de gestão integrada (2018)
23. Resolução CNRH 15/2001, que estabelece diretrizes
gerais para a gestão de águas subterrâneas;
Art. 2° Na formulação de diretrizes para a implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos deverá ser considerada a interdependência
das águas superficiais, subterrâneas e meteóricas.
I - Nos Planos de Recursos Hídricos deverão constar, no mínimo, os dados
informações necessários ao gerenciamento integrado das águas, em
atendimento ao art. 7° da Lei n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997;
III - Nas outorgas de direito de uso de águas subterrâneas deverão ser
considerados critérios que assegurem a gestão integrada das águas,
visando evitar o comprometimento qualitativo e quantitativo dos aquíferos
dos corpos de água superficiais a eles interligados
24. Resolução CNRH 16/2001, que estabelece critérios
gerais para a outorga de direito de uso de recursos
hídricos;
Art. 1° ...
§ 4º A análise dos pleitos de outorga deverá considerar a
das águas superficiais e subterrâneas e as interações observadas no ciclo
hidrológico visando a gestão integrada dos recursos hídricos.
25. Resolução CNRH 22/2002, que estabelece diretrizes
para inserção das águas subterrâneas no instrumento
Planos de Recursos Hídricos;
“Art. 2° Os Planos de Recursos Hídricos devem promover a caracterização
dos aquíferos e definir as interrelações de cada aquífero com os demais
corpos hídricos superficiais e subterrâneos e com o meio ambiente,
à gestão sistêmica, integrada e participativa das águas”
26. Resolução gestão integrada/2018, que estabelece
diretrizes para a gestão integrada de recursos hídricos
superficiais e subterrâneos que contemplem a
entre a União, os Estados e o Distrito Federal com vistas
ao fortalecimento dessa gestão;
• Limita o contexto de aplicação: “aquíferos livres e rios perenes (conectividade
direta);
• Avaliações hidrológicas para a gestão integrada: áreas de recarga, de
dos aquíferos, fluxo de base, disponibilidade hídrica integrada, rede de
monitoramento integrada
• Articulação: autoridades outorgantes (estado-estado; estado-União); atos
normativos conjuntos
27. Executores diretos:
Nível Federal Nível Estadual
ANA órgãos gestores
SRHQ/MMA
CPRM
Subprograma VIII.1 – Ampliação do Conhecimento Hidrogeológico
Subprograma VIII.2 - Desenvolvimento dos Aspectos Institucionais e Legais
Subprograma VIII.3 - Capacitação, Comunicação e Mobilização Social
Gestão integrada: perspectivas
28. Gestão integrada: perspectivas
AGENDA DE ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS
CICLO 2007-2014
AGENDA DE GESTÃO INTEGRADA DE
RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS E
SUBTERRÂNEOS
32. Gestão integrada: perspectivas
Instrumentos da PNRH: outorga
• Outorga de direito de uso de
águas subterrâneas (100% dos
estados brasileiros)
Amazonas
Amapá
Espírito Santo
• Outorga superficial:
vazões de referência: Q90 Q95 Q7,10
Metas de
Cooperação
Federativa (5)
Metas de
Gerenciamento
em Âmbito
Estadual
Meta I.2: Compartilhamento de
informações sobre águas
subterrâneas
33. Gestão integrada: perspectivas
Instrumentos da PNRH: outorga
• Outorga “integrada”
BA: IN 15/2010 Urucuia (distância entre poços e rios)
MS: reserva explotável (coeficiente de sustentabilidade)
• Outorga “integrada”: disponibilidade única
34. Gestão integrada: perspectivas
Instrumentos da PNRH: planos de bacia
• Água subterrânea é assunto periférico (Resolução CNRH Nº 22/2002)
• Duplicação da disponibilidade nos planos
Superficial (vazões de referência Q90 Q95 Q7,10)
Subterrânea (% reserva renovável; renovável + permanente)
35. Área = 106 mil km²
Gestão integrada nos Planos de Bacia
BH Paranapanema (SP/PR)
2016
BH Grande (MG/SP)
2017
BH Paraguai (MT, MS)
2018
Área = 143 mil km² Área = 362 mil km²
(600 mil km²)
38. BLOCOS ARREMATADOS NA 12º RODADA DE LICITAÇÕES
DA ANP – GÁS CONVENCIONAL E NÃO CONVENCIONAL
FONTES DO GÁS DE XISTO INTERCALADAS
COM UNIDADES AQUÍFERAS IMPORTANTES:
FOLHELHOS DA BASE DO GRUPO PASSA DOIS
(FORMAÇÃO IRATI) E FOLHELHOS DA
FORMAÇÃO PONTA GROSSA.
45. ESTUDOS PILOTOS PARA A
IMPLEMENTAÇÃO DA
GESTÃO INTEGRADA
SUB-BACIAS DOS RIOS
VERDE GRANDE E
CARINHANHA
CARINHANHA Alto São Francisco (BA/MG)
17. 178 Km²
Urucuia/Carste
Dominialidade da União e estaduais (BA e MG)
Q referência: Q95 (união); Q90 (BA); Q7,10 (MG)
META 41
PNRH
(2016-2020)
VERDE GRANDE
BH rio Vieira (579 km²)
BH rio Salobro (525 km²)
Cooperação Técnica CPRM-ANA
TED 36 meses
46. Gestão integrada
Outorga “integrada” na prática
• Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande
Município de São João da Ponte
• Usuário tem outorga de água superficiais
sazonal (novembro e maio)
• Cerca de 40 poços (não regularizados)
• 2 poços bombeiam água do aquífero
cárstico para um reservatório e a sangria
“alimenta” o rio
49. Investimentos
ORIENTAÇÃO DOS
INVESTIMENTOS EM
INFRAESTRUTURA
HÍDRICA E
SANEAMENTO BÁSICO
(VISÃO INTEGRADA DA
BH E RH)
DUPLA
DOMINIALIDADE
NECESSIDADE DE
ATUAÇÃO INTEGRADA
DOS ÓRGÃOS
GESTORES
(BACIAS CRÍTICAS E
CONFLITOS PELO USO
DA ÁGUA
GESTÃO
AMBIENTAL
APRIMORAMENTO DA
RELAÇÃO DA GESTÃO
DE RECURSOS
HÍDRICOS COM A
AGENDA AMBIENTAL
ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS
INTEGRAÇÃO DA
GESTÃO DA ÁGUA
SUBTERRÂNEA COM A
GESTÃO DA ÁGUA
SUPERFICIAL
Gestão integrada: desafios
Aquífero Ogallala (meio oeste dos EUA)
Depleção da vazão (perenes para não perenes); subsidência; intrusão salina; conflitos
Aquífero Ogallala (meio oeste dos EUA)
Depleção da vazão (perenes para não perenes); subsidência; intrusão salina; conflitos
Aquífero Ogallala (meio oeste dos EUA)
Depleção da vazão (perenes para não perenes); subsidência; intrusão salina; conflitos
Relação entre a magnitude e frequência com que as vazões são igualadas ou superadas em um dado período de tempo;
Visão gráfica do comportamento hidrológico de uma bacia, quanto à variabilidade das vazões ao longo do tempo