1. Panorama da Erosão Costeira no Brasil
(e algumas considerações sobre os efeitos da mudança do clima)
PGGM
Programa de Geologia e Geofísica Marinha
Dieter Muehe
2. Imaginary Geography by Qiu Zhijie
envisions a new world.
Projeto Shanghai uma colaboração entre
ciência e arte cujo segundo tema, Seeds of
Time, tem o foco em mudança climática.
Por volta de 2050, grande parte
da área central de Xangai estará
submersa.
Em 2116, os contornos da cidade
estarão irreconhecíveis.
Fonte: Nature 545, 156 (11 May 2017)
Shanghai Himalayas Museum, China. Até 30 de Julho.
4. Transporte e transferência de calor pela
Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico.
As cores rosa e azul mostram as regiões onde o
calor aumenta e decresce respectivamente com
o aumento da intensificação da AMOC.
Entre meados da década de 70 ao final da
década 90, com uma AMOC fraca, ocorreu um
rápido aquecimento global, seguido de um
incremento da AMOC até 2005 coincidindo com
um “hiato” no aquecimento global.
Chen, X. & Tung, K.K. Nature 559, 387–391 (2018). https://doi.org/10.1038/s41586-018-0320-y
5. Lado esquerdo, estimativas de elevação do nível do mar. Lado direito, elevação do
nível do mar entre 1993 a 2011 a partir de medições altimétricas (TOPEX/Poseidon,
Jason-1 e Jason 2) (Oceanography, 2011, 24 (2) p.80 a 93).
Aumento < 1,5 C antes 2.100 0,4 m em 2.100 1,5 a 2% da pop. global*
Aumento segundo a taxa atual 0,8 m em 2.100 4,3 a 5,4% da pop. global*
* Recorrência de um evento de inundação a cada 100 anos
Fonte: Brown, S. et al. Earth’s Future 6, 583–600 (2018) apud Aimée Slangen. Nature, Research News and
Views, v. 558, n.14 junho 2018
6. Aumento do nível do mar (cm) necessário para
dobrar o risco de inundações costeiras.
As regiões tropicais são especialmente
vulneráveis
No litoral brasileiro, uma elevação de apenas 2,5
a 7,5 centímetros será suficiente para dobrar as
inundações de acordo com estudo de Sean
Vitousek et al., da Universidade Illinois em
Chicago publicado na revista Scientific Reports
18 de maio de 2017.
Fonte: Sean Vitousek et al. SCIENTIFIC Reports| 7:1399 | DOI:10.1038/s41598-017-01362-7
www.nature.com/scientificreports
Fonte secundária: Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo
18 Maio 2017
7. A. Witze. Nature 555, 156-158 (2018)
doi: 10.1038/d41586-018-02745-0
Estimativa da frequência de inundações em 2050 (em anos)
das atuais recorrências com período de retorno de 100 anos
8. Enchente em Nova Orleans, Louisiana, após o furacão Katrina, 2005. Segundo
Brown et al. (2018) eventos dessa intensidade vão ocorrer de forma mais ampla
como resultado do aquecimentio global e elevação no nível do mar.
Fonte:Fonte. Brown, S. et al. Earth’s Future 6, 583–600 (2018)
Apud: Nature, vol. 558, 14 junho 2018
9. Processos envolvidos no cálculo da cota de inundação
Exemplo (ordens de grandeza):
onda de tempestade Hs = 3 m
0,50 m
0,20 m
0,46 m
Espraiamento da onda (run up)
Empilhamento pela onda (set up)
Maré meteorológica
Maré astronômica de sizígia
Nível médio
1,26 m
+
3 m
4 a 5 m
3 m
10. MARÉ PREVISTA E OBSERVADA NA ILHA FISCAL – RJ
(MARÉ METEOROLÓGICA)
Maio de 2001
Situação: Maré de sizígia
Altura > previsto: 47 cm
Altura acima NR: 180 cm
Abril de 2010
Situação: Maré de quadratura
Altura > previsto: 45 cm
Altura acima NR: 140 cm
Fonte: Centro de Hidrografia da Marinha (CHM)
13. Zonas potencialmente inundáveis em Recife, considerando cenários de 0,5
e 1m de elevação do NMM (Costa et al., 2010 in Marengo & Scarano, 2017)
14. Elevação do nível do mar e redefinição da linha de costa na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: Instituto Pereira Passos – Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro
15. Suprimento de água na Região dos Lagos (RJ) em 2000
Fonte: Flávia Moraes Lins-de-Barrros, 2010
16. Mudança no fluxo de energia das ondas em escala global.
Fonte: Global changes of extreme coastal wave energy fluxes triggered by
intensified teleconnection patterns” (Geophysical Research Letters).
Contato autor: Michail.VOUSDOUKAS@ec.europa.eu
17. Fonte: B.G. Reguero et al. / Global and Planetary Change 100 (2013) 70–84
Tendências de longo prazo de alturas
significativas de ondas com excedência de
12 h a cada ano em cm/a (período 1948 a
2008)
-3
-2.4
-0
-1.8
-1.2
-0.6
0.6
1.2
1.8
2.4
3
cm/a
Altura média significativa das ondas
ao longo do tempo
18. O ciclone Catarina atingiu as costas catarinense e
gaúcha na noite do dia 27 de março de 2004 até a
madrugada do dia seguinte. Com ventos máximos de
cerca de 180 km/h, os impactos causados pelo ciclone
foram equivalentes aos de um furacão Classe 3 na
escala de Saffir-Simpson.
Fontes: Rudorff et al. (2004);
Wikipedia.
19. Ondas quebrando sobre um muro/quebra-mar experimental construída
para proteger casas durante a maré alta em Isle of Palms, S.C.
CreditMic Smith/Associated Press
20. Retração de casas a uma distância segura da linha de costa em
Oak Island, NC.
Fonte: New York Times
22. Evidências da tendência de aumento da magnitude de marés meteorológicas
na Baía de Guanabara, RJ. Os valores indicados representam diferenças entre
níveis de maré medidos e níveis de maré previstos. Tais diferenças são
basicamente devido às marés meteorológicas. (NEVES, S.C., 1992).
1965
a
1971
1972
a
1978
1979
a
1986
23. Distribuição anual de eventos de ressaca entre 1953 e 2010 em Fortaleza,
(modificado de Paula et al., 2015 in: Marengo & Scanaro, 2017)
25. Distribuição global de praias arenosas (amarelo) e não arenosas ou rochosas
(marrom escuro e preto)
Fonte: Arjen Luijendijk et al. (2018). www.nature.com/scientificreports
26. Hotspots de erosão e progradação de praias
Fonte: Fonte: Arjen Luijendijk et al. (2018). www.nature.com/scientificreports
27. Fonte: B. Nyberg, J.A. Howell / Global distribution of shallow marine shorelines
Marine and Petroleum Geology 71 (2016) 83-10
Classificação global das linhas de costa como erosiva (rochosa) ou deposicional.
28. Processos dominantes atuando nas linha de costa
Fonte: B. Nyberg, J.A. Howell /Marine and Petroleum Geology 71 (2016) 83-10
30. Long-term shoreline changes (1984-2016)
Fonte: aqua-monitor
Linha de costa do Brasil
Em geral estável, com erosão concentrada na Região Norte
31. Volume do banco foi:
4 x o volume removido da praia
30 x o volume do campo de
dunas frontais
O aporte de sedimentos da
plataforma continental interna
por efeito de tempestades pode
ser a explicação para a
manutenção do equilíbrio do
balanço sedimentar
aqua-monitor
Arraial do
Cabo (RJ)
Lagoa de Araruama
32. Arco praial do Peró (RJ) – erosão da costa e rotação
aqua-monitor
aqua-monitor
33. Perfis de praia
levantados de janeiro
de 1996 a fevereiro de
2006 apresentaram
estabilidade
Esta estabilidade foi
rompida em algum
momento entre 2006 e
2008.
2008
2010
2011
2012
aqua-monitor Rio das Ostras (RJ)
34. Retenção de sedimentos ao sul e déficit a norte dos guia correntes
aqua-monitor
Canal do Furado – Quissamã (RJ)
36. Taxas de erosão e progradação no Setor II –
Luis Correia (Pi)
Fonte: Paula, J.E.A. et al. – Panorama da Erosão Costeira
no Brasil
aqua-monitor
37. Variação da linha de costa do RS
entre os anos 2002 e 2013
Fonte: Fonte: Nicolodi et al. Panorama da
erosão costeira no Brasil.
Farol do Sarita -
Molhes da Barra do
Rio Grande (ano
2030)
Nicolodi et al.
aqua-monitor
38. Amapá
Praia do Aturiá (Bairro do Araxá) – setor estuarino. Comparação das modificações entre
2010-2013, com recuo da linha de costa de 36 m em 3 anos (12 m/a).
Fonte: TORRES et al.
39. Praia de Ajuruteua, Pa. Recuo da linha de costa sobre área urbanizada.
Fonseca et al (2015) apud El-Robrini et al.
Pará
40. Avaliação dos setores de progradação,
erosão, deslocamento lateral e erosão
no litoral maranhense (elaborado por
Márcio Vaz apud El-Robrini et al.
Maranhão
Fonte: El-Robini et al.
Dunas transpondo falésias da Formação
Barreiras na orla urbanizada de São Luis
Foto D. Muehe
41. Erosão e progradação na orla costeira adjacente a Fortaleza.
Fonte: Morais et al.
Ceará
42. Falésias em Pipa
Beach rocks como
queba-mar em Camurupim
Erosão da linha de costa em centenas de metros
passando a afetar as instalações de
bombeamento de óleo. Próx. Guamaré
Fotos D. Muehe
Rio Grande do Norte
43. Pernambuco
Relação entre a taxa de erosão em função
da densidade demográfica.
Fonte: Vaz Manso et al.
Falta de areia na praia da Boa Viagem
e...
excesso na barra de Catuama
Fotos D. Muehe
44. Alagoas
Comportamento da linha de costa
para o trecho Coruripe – Barra de
Santo Antônio
Foz do rio São
Francisco (Al/Se) com
linha de costa para o
período 2016-2017
sobre imagem pelo
menos 10 anos mais
antiga.
Fotos D. Muehe 2000
Fonte: Dominguez et al.
45. Bahia
Comportamento da linha de costa para o
trecho Valença – Lauro de Freitas, na
costa central do Estado da Bahia
Foz do rio Real (Ba/Se) – Exemplo de
comportamento de delta de vazante onde
deslocamentos laterais na posição do
talvegue provocam mudanças
significativas na linha de costa e nas
margens internas do canal.
Fonte: Dominguez et al.
46. Mobilidade da desembocadura fluvial do rio
São Mateus, afetando o bairro da Bugia em
Conceição da Barra, ES e aterro hidráulico
para recuperação da orla.
Espírito Santo
Fonte: Jacqueline Albino et al.
47. Recuperação da Praia de Camburi em Vitória, e criação de ampla faixa
para esportes e lazer. Fonte: Jacqueline Albino et al.
48. Rio de Janeiro
Restinga da Marambaia.
Um risco potencial
Restinga da Massambaba.
Resiliência apesar da exposição
Fonte: D. Muehe, et al.
49. São Paulo
A linha laranja representa a
linha de costa em 1962 que
em geral é a mais recuada de
todas. A linha azul representa
1977, a rosa representa 1994
e a verde representa 2000. A
oeste da ilha Porchat o
acúmulo de material
sedimentar só é garantido
pela construção de uma série
de espigões, construídos na
década de 1970.
Fonte: Michel M. de Mahiques et al.
50. Taxas de erosão e acreção em segmento do litoral paranaense. Baía de Paranaguá
Fonte: Angulo et al.
Paraná
51. Santa Catarina
Praia da Armação na Ilha de Santa Catarina
após o evento de tempestade de 2010. Fonte: Horn Filho et al.
52. Mobilidade da linha de costa expresso em porcentagem do comprimento
total da linha de costa de cada Estado
53. EFEITO PROVÁVEL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
PARA O LITORAL URBANIZADO DO BRASIL
Imagem: John Church, 2007
Obrigado