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MANUSCRITOS DA BÍBLIA E AS MODERNAS VERSÕES
Valdeir de Souza Contaifer, pr.
Muitas vezes souconsultado por alunos e colegas
a respeito das versões da Bíblia. Cerca de um terço das
últimas mensagens do correio eletrônico que recebi nos
últimos seis meses dizem respeito a esse tema. As
perguntas giram em torno da seguinte questão: Podemos
ou não podemos confiar nos textos bíblicos que se
encontram em nossas livrarias evangélicas? Existem
Bíblias distorcidas? Estas são de fato perguntas
importantes emerecemumarespostaséria. O CPR tem se
preocupado com essa resposta, tem inclusive se
apresentado como fórum de debate. E esta é a razão das
considerações que se seguem.
I. APRESENTAÇÃO DA QUESTÃO.
2. Existe maisde um texto bíblico utilizado
pelas sociedades de tradução da Bíblia?
Sim. Da grande multidão de testemunhas
manuscritas foram selecionadas algumas, que na prática
são de duas estirpes: Alexandrina ou Bizantina.
3. Qual a diferença entre estes dois textos?
O Alexandrino é caracterizado por excesso de
omissões em relação ao texto Bizantino.
4. Qual o melhor texto?
Doutrinariamentefalando, o Bizantinoé o melhor;
porém seguindo o método crítico de Westcott e Hort
grande partedos críticospreferemo texto Alexandrino por
se basearem na premissa de que o texto mais curto seja o
mais antigo.
5. Esta premissa crítica é lógica?
Não se trata de lógica porque não se discutem
premissas. Se duas pessoas não concordam sobre as
mesmas premissas adiscussão estará fadada ao insucesso.
Será polêmica pelo prazer de polemizar. Trata-se, na
realidade, mais de uma postura de fé, uma generalização
para início de uma hipótese.
6. Então, como resolver a questão de qual
texto é o melhor?
Estudando-se os resultados. A resposta deve ser
prática e não teórica.
II. ANÁLISE DO RESULTADO DOS TEXTOS
MANUSCRITOS QUE CHEGARAM ATÉ NÓS.
Como vimos, a premissa teórica de qual texto é o
mais antigo não resolve a questão, apenas exclui uns em
preferência de outros. Porém a grande massa de
manuscritos quechegaramaténós édejaez Bizantino. Era
semdúvidao texto preferido das igrejas antes do advento
da Imprensa. Foi esse o texto utilizado pela importante
versão eminglês King James. Foi também o texto base na
versão original de João Ferreira de Almeida.
O texto crítico proposto por Westcott & Hort foi
adotado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Ao invés de
concordarem com o texto Bizantino preferem uma
coletânea de textos seguindo a teoria de que é possível
juntar pedaços paraalcançar atotalidadeessencialdo texto
crido mais antigo. Não crêem mais como Westcott & Hort
(W-H) na pureza do texto Alexandrino, porém ainda
buscamchegar a umaunidadea partir deumadependência
da teoria W-H.
É fraco o argumento crítico de que o texto
Bizantino émais recente(só temos testemunhas do século
V em diante). Qualquer um sabe que livro muito usado
perece. Muitas vezestemosquetrocar nossas Bíblias pelo
desgaste do uso. E este também é o motivo porque não
temos mais os autógrafos (manuscritos originais) dos
profetas eapóstolos. Tambémumasuposta alegação sobre
a “revisão” do presbítero Luciano (em cerca de 310 d.C.)
carece de confirmação histórica. Especula-se muito para
encobrir um fato: a igreja primitiva preferia o texto que
hoje chamamos de Bizantino.
O texto Bizantino é o mais doutrinário, o mais
claro, o mais enfático. Ao contrário deWestcott e Hort eu
penso queémais fácil esquecer eomitir atotalidade de um
texto do que aumentá-lo tornando-o mais harmonioso.
III. O QUE DISCORDAMOS DAS MODERNAS VERSÕES.
Não aceitamos apretensão dealgumas versões que
insistem em dizer que são “de acordo com os melhores
textos”. Cada qual pode defender sua teoria, porém não é
muito ético alienar o leitor da discussão do que se
considera melhor. Ao invés, deveria ser dito “de acordo
com o texto Alexandrino” e mencionar-se o porquê.
Semelhantementetambémlamentamos as notas de rodapé
quedogmaticamente sentenciam que determinados textos
proclamados pela Igreja durante toda a sua história “não
constam nos melhores manuscritos”.
IV. TODA BÍBLIA TEM VALOR.
Estou convencido pelo discernimento e pela
experiência histórica da Igreja que toda Bíblia tem valor.
Não tem sido conseguido pelas trevas extirpar toda a
Palavra de Deus. Por exemplo: As traduções de Wycliff
para o inglês (tiveram início em 1382). Ele não se baseou
no texto das línguas originais, mas no texto da Vulgata
Latina, e o fato é que o trabalho de pregação de seus
seguidores, os lolardos, atingiu granderesultado. A revisão
de Purvey em1395 daBíbliadeWycliff foimuito benéfica
porque retirou o jugo pesado do papa católico sobre os
ingleses que mais conscientes liam a Bíblia. Mas é claro
que quanto mais fidedigno é um documento mais útil se
torna!
Estou encaminhando um livreto para publicação
sobreanecessidadedeos membros das igrejas conhecerem
os critérios de escolha de texto e de tradução. Para que
saibam os usuários da Bíblia (e não apenas uns poucos
eruditos) como isto é feito, e como definir sua Bíblia de
uso. Chega de alienar a Igreja de seu direito de saber e
escolher! Neste livreto narro a observação de um
farmacêutico quanto ao uso do álcool. Vou transcrevê-la
como ilustração da questão da qualidade das versões:
“Iniciou o diafazendo preparados médicos em seu
laboratório. Para tal serviu-se do álcool etílico puro
(100ºGl). Umafuncionáriasua desejava limpar seu balcão
de trabalho desinfetando-o. Utilizou-se do álcool comum,
de uso caseiro (92,8ºGl). Saindo à rua, o farmacêutico viu
um rapaz que procurava acender uma fogueira para
proteger-sedo frio junto com outros adolescentes. Como
tinha em sua bolsa um pouco de colônia à base de álcool,
utilizou-sedelaeacendeu prontamenteo fogo parao rapaz.
Esse farmacêutico comentava que as diferentes
concentrações de álcool tiveram diferentes serventias em
suas experiências daquele dia”.
Sabemos que nenhuma ilustração é perfeita.
Semprealgum elemento ficade fora. Porémaquiqueremos
destacar que o melhor é um texto 100% puro. Para isso
precisamos recorrer ao idioma original. Porém
encontramos versões em diferentes concentrações de
pureza em nossa língua. O melhor é o mais próximo do
original, porémconcentrações diferentes também têm sua
serventia, mesmo que seja apenas para iniciar uma
fogueira.
V. EIS NOSSO ENTENDIMENTO QUANTO À
MULTIPLICIDADE DE BÍBLIAS EXISTENTES HOJE.
Sou pastor. Faço a exegese do texto antes de
preparar meu esboço. E tenho buscado melhor expressão
em todas as versões que analiso. Essa é minha obrigação.
Por exemplo:eu sei quea NVI enfraqueceu o texto deAtos
8.37 retirando adeclaração do Eunuco deque“Jesus Cristo
é o Filho de Deus”, mas também sei que a Revista
Corrigida e a Atualizada omitem o nome “Cristo” de
Filipenses 4.13 dizendo apenas“naquelequemefortalece”
ao invés de“em Cristo que me fortalece”. Reconheço que
nem todas as omissões do texto Alexandrino constam nas
versões portuguesas que optaram por ele. Por exemplo, a
narração da“Mulher Adúltera”(João7.53 até8.11)não foi
retirado do texto da NVI (Nova Versão Internacional); a
passagem de Marcos 16.9-20 também não foi omitida.
Porémconstamos enfraquecimentos dos textos nas notas
de rodapé.
No Brasil hoje a melhor Bíblia de acordo com a
fidelidadedoutrináriado texto damaioria dos manuscritos
(Bizantino) é sem dúvida a Edição Fiel da Sociedade
Bíblica Trinitariana. Porémo esforço das outras não é vão.
Muitas vidas têm sido alcançadas por esses textos
utilizados por uma grande quantidade de crentes fiéis e
hábeis evangelistas nainstrumentalidadedo Espírito Santo
de Deus. Filipenses 1.15-18 nos diz: “Verdade é que
também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas
outros deboa vontade; uns, na verdade, anunciama Cristo
por contenção, não puramente, julgando acrescentar
aflição às minhas prisões.Mas outros, poramor, sabendo
quefui posto para defesa do evangelho.Mas queimporta?
Contanto queCristo seja anunciado detoda a maneira, ou
com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me
regozijarei ainda”. Porém este texto não quer dizer que
devemos ser alienados quanto ao que recebemos, apenas
nos recordaquenosso entendimento deve ser mais amplo.
Porém é o mesmo Paulo que em Filipenses 3.2 nos diz:
“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros,
guardai-vos da circuncisão”.
VI. O PROBLEMA DA EXCESSIVA LIBERDADE DOS
TRADUTORES
Muito do problema das versões modernas é o
abuso do método de equivalência dinâmica que deixa o
tradutor excessivamentelivreparadeterminar o sentido do
texto. A palavra não é contempladacomo seu equivalente
formalna outralíngua, mas sim a idéia. Em alguns casos,
dadaa complexidadedas culturas, não épossível omitir-se
dessaequivalência, porém deve-sefugir o mais possívelde
sua utilização como regra geral. Afinal, a Bíblia é a
Palavra de Deus e não o entendimento humano sobre as
idéias do texto. Pregamos a Palavra e não sobre a Palavra.
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais
penetrantedo queespada alguma dedois gumes,epenetra
até a divisão da alma edo espírito, edas juntas emedulas,
e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração”(Hb. 4.12). Portanto, procure utilizar-se de uma
Bíblia que tenha tradução formal. A Bíblia Revista e
Corrigida e a Corrigida Fiel são os melhores exemplos. A
NVI também é tradução formal, é uma pena que seja
defensora do texto Alexandrino!
Porém isso não coloca as outras Bíblias como
execráveis. Mas o leitor temo direito de saber que está ou
não seservindo de uma versão tradicional ou liberal. Esse
direito precisa ser resgatado.
VII. ASEGURANÇA DA BÍBLIA
A Bíblia declaraque “Seca-se a erva, e cai a flor,
porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente”
(Isaías 40.8). Ninguém conseguiu até hoje fazer a Palavra
de Deus desaparecer,nemconseguirá, pois ela subsiste. O
motivo disto é que o próprio Deus cuida de Sua Palavra.
Ele diz: “porque eu velo sobre a minha palavra para
cumpri-la” (Jeremias 1.12). A preservação da Bíblia
durantea história é um milagre que só pode ser explicado
através do fato deDeus o Espírito Santo tê-la preservado.
Deus não permitiriaquesuamensagemdeSalvação ficasse
seriamente prejudicada por erro humano. O homem não
tem o poder de anular as Escrituras. Leia Mateus 5.18;
24.35; Lucas 16.17 e 1Pedro 1.25 e tenha o coração
inflamado da segurança em Deus.
Quanto aos tradutores e exegetas precisamos
conhecer seu testemunho, sua índole, seus frutos. Não
bastao preparointelectualpara lançar-se na tarefa sagrada
de nos representar como intérprete da Palavra de Deus.
Queremos saber se crêem ou não na Inspiração da Bíblia,
sesão crentes atuantesemsuas igrejas, se possuem vícios,
se defendem as doutrinas fundamentais da suficiência da
Salvação em Cristo Jesus, de Sua divindade, da Trindade
Santa, etc. Queremos saber seeles têmsegurança na Bíblia
também.
VIII. Conclusão
Estamos numaépocade resgate. O povo de Deus
quer saber, quer participar. Isto é positivo e necessário. A
discussão do texto que devemos preferir é própria. É
pertinente. O debateexistehojeanívelpopular porque foi
negado pelas sociedades tradutoras em tempo passado, e
porque o dogmatismo de professores com fachadas de
liberais e neo-ortodoxos quiseram enterrar o texto
tradicionalemproldedificultar o acesso denovos críticos.
Eis aí de volta a questão. Que apareçam as
propostas emanifestemos apoios. Que haja escolha. Mas
que ninguém se omita de buscar o que é melhor para o
Reino de Deus naterra. Ao nosso Senhor Jesus Cristo seja
a glória!
Valdeir é 1o
Secretário doCPR.
ProfessoremSeminárioTeológico.

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Manuscritos dabibliae modernasversoes

  • 1. MANUSCRITOS DA BÍBLIA E AS MODERNAS VERSÕES Valdeir de Souza Contaifer, pr. Muitas vezes souconsultado por alunos e colegas a respeito das versões da Bíblia. Cerca de um terço das últimas mensagens do correio eletrônico que recebi nos últimos seis meses dizem respeito a esse tema. As perguntas giram em torno da seguinte questão: Podemos ou não podemos confiar nos textos bíblicos que se encontram em nossas livrarias evangélicas? Existem Bíblias distorcidas? Estas são de fato perguntas importantes emerecemumarespostaséria. O CPR tem se preocupado com essa resposta, tem inclusive se apresentado como fórum de debate. E esta é a razão das considerações que se seguem. I. APRESENTAÇÃO DA QUESTÃO. 2. Existe maisde um texto bíblico utilizado pelas sociedades de tradução da Bíblia? Sim. Da grande multidão de testemunhas manuscritas foram selecionadas algumas, que na prática são de duas estirpes: Alexandrina ou Bizantina. 3. Qual a diferença entre estes dois textos? O Alexandrino é caracterizado por excesso de omissões em relação ao texto Bizantino. 4. Qual o melhor texto? Doutrinariamentefalando, o Bizantinoé o melhor; porém seguindo o método crítico de Westcott e Hort grande partedos críticospreferemo texto Alexandrino por se basearem na premissa de que o texto mais curto seja o mais antigo. 5. Esta premissa crítica é lógica? Não se trata de lógica porque não se discutem premissas. Se duas pessoas não concordam sobre as mesmas premissas adiscussão estará fadada ao insucesso. Será polêmica pelo prazer de polemizar. Trata-se, na realidade, mais de uma postura de fé, uma generalização para início de uma hipótese. 6. Então, como resolver a questão de qual texto é o melhor? Estudando-se os resultados. A resposta deve ser prática e não teórica. II. ANÁLISE DO RESULTADO DOS TEXTOS MANUSCRITOS QUE CHEGARAM ATÉ NÓS. Como vimos, a premissa teórica de qual texto é o mais antigo não resolve a questão, apenas exclui uns em preferência de outros. Porém a grande massa de manuscritos quechegaramaténós édejaez Bizantino. Era semdúvidao texto preferido das igrejas antes do advento da Imprensa. Foi esse o texto utilizado pela importante versão eminglês King James. Foi também o texto base na versão original de João Ferreira de Almeida. O texto crítico proposto por Westcott & Hort foi adotado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Ao invés de concordarem com o texto Bizantino preferem uma coletânea de textos seguindo a teoria de que é possível juntar pedaços paraalcançar atotalidadeessencialdo texto crido mais antigo. Não crêem mais como Westcott & Hort (W-H) na pureza do texto Alexandrino, porém ainda buscamchegar a umaunidadea partir deumadependência da teoria W-H. É fraco o argumento crítico de que o texto Bizantino émais recente(só temos testemunhas do século V em diante). Qualquer um sabe que livro muito usado perece. Muitas vezestemosquetrocar nossas Bíblias pelo desgaste do uso. E este também é o motivo porque não temos mais os autógrafos (manuscritos originais) dos profetas eapóstolos. Tambémumasuposta alegação sobre a “revisão” do presbítero Luciano (em cerca de 310 d.C.) carece de confirmação histórica. Especula-se muito para encobrir um fato: a igreja primitiva preferia o texto que hoje chamamos de Bizantino. O texto Bizantino é o mais doutrinário, o mais claro, o mais enfático. Ao contrário deWestcott e Hort eu penso queémais fácil esquecer eomitir atotalidade de um texto do que aumentá-lo tornando-o mais harmonioso. III. O QUE DISCORDAMOS DAS MODERNAS VERSÕES. Não aceitamos apretensão dealgumas versões que insistem em dizer que são “de acordo com os melhores textos”. Cada qual pode defender sua teoria, porém não é muito ético alienar o leitor da discussão do que se considera melhor. Ao invés, deveria ser dito “de acordo com o texto Alexandrino” e mencionar-se o porquê. Semelhantementetambémlamentamos as notas de rodapé quedogmaticamente sentenciam que determinados textos proclamados pela Igreja durante toda a sua história “não constam nos melhores manuscritos”. IV. TODA BÍBLIA TEM VALOR. Estou convencido pelo discernimento e pela experiência histórica da Igreja que toda Bíblia tem valor. Não tem sido conseguido pelas trevas extirpar toda a Palavra de Deus. Por exemplo: As traduções de Wycliff para o inglês (tiveram início em 1382). Ele não se baseou no texto das línguas originais, mas no texto da Vulgata Latina, e o fato é que o trabalho de pregação de seus seguidores, os lolardos, atingiu granderesultado. A revisão de Purvey em1395 daBíbliadeWycliff foimuito benéfica porque retirou o jugo pesado do papa católico sobre os ingleses que mais conscientes liam a Bíblia. Mas é claro que quanto mais fidedigno é um documento mais útil se torna! Estou encaminhando um livreto para publicação sobreanecessidadedeos membros das igrejas conhecerem os critérios de escolha de texto e de tradução. Para que saibam os usuários da Bíblia (e não apenas uns poucos eruditos) como isto é feito, e como definir sua Bíblia de uso. Chega de alienar a Igreja de seu direito de saber e escolher! Neste livreto narro a observação de um farmacêutico quanto ao uso do álcool. Vou transcrevê-la como ilustração da questão da qualidade das versões: “Iniciou o diafazendo preparados médicos em seu laboratório. Para tal serviu-se do álcool etílico puro (100ºGl). Umafuncionáriasua desejava limpar seu balcão de trabalho desinfetando-o. Utilizou-se do álcool comum, de uso caseiro (92,8ºGl). Saindo à rua, o farmacêutico viu um rapaz que procurava acender uma fogueira para proteger-sedo frio junto com outros adolescentes. Como tinha em sua bolsa um pouco de colônia à base de álcool, utilizou-sedelaeacendeu prontamenteo fogo parao rapaz.
  • 2. Esse farmacêutico comentava que as diferentes concentrações de álcool tiveram diferentes serventias em suas experiências daquele dia”. Sabemos que nenhuma ilustração é perfeita. Semprealgum elemento ficade fora. Porémaquiqueremos destacar que o melhor é um texto 100% puro. Para isso precisamos recorrer ao idioma original. Porém encontramos versões em diferentes concentrações de pureza em nossa língua. O melhor é o mais próximo do original, porémconcentrações diferentes também têm sua serventia, mesmo que seja apenas para iniciar uma fogueira. V. EIS NOSSO ENTENDIMENTO QUANTO À MULTIPLICIDADE DE BÍBLIAS EXISTENTES HOJE. Sou pastor. Faço a exegese do texto antes de preparar meu esboço. E tenho buscado melhor expressão em todas as versões que analiso. Essa é minha obrigação. Por exemplo:eu sei quea NVI enfraqueceu o texto deAtos 8.37 retirando adeclaração do Eunuco deque“Jesus Cristo é o Filho de Deus”, mas também sei que a Revista Corrigida e a Atualizada omitem o nome “Cristo” de Filipenses 4.13 dizendo apenas“naquelequemefortalece” ao invés de“em Cristo que me fortalece”. Reconheço que nem todas as omissões do texto Alexandrino constam nas versões portuguesas que optaram por ele. Por exemplo, a narração da“Mulher Adúltera”(João7.53 até8.11)não foi retirado do texto da NVI (Nova Versão Internacional); a passagem de Marcos 16.9-20 também não foi omitida. Porémconstamos enfraquecimentos dos textos nas notas de rodapé. No Brasil hoje a melhor Bíblia de acordo com a fidelidadedoutrináriado texto damaioria dos manuscritos (Bizantino) é sem dúvida a Edição Fiel da Sociedade Bíblica Trinitariana. Porémo esforço das outras não é vão. Muitas vidas têm sido alcançadas por esses textos utilizados por uma grande quantidade de crentes fiéis e hábeis evangelistas nainstrumentalidadedo Espírito Santo de Deus. Filipenses 1.15-18 nos diz: “Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros deboa vontade; uns, na verdade, anunciama Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.Mas outros, poramor, sabendo quefui posto para defesa do evangelho.Mas queimporta? Contanto queCristo seja anunciado detoda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda”. Porém este texto não quer dizer que devemos ser alienados quanto ao que recebemos, apenas nos recordaquenosso entendimento deve ser mais amplo. Porém é o mesmo Paulo que em Filipenses 3.2 nos diz: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão”. VI. O PROBLEMA DA EXCESSIVA LIBERDADE DOS TRADUTORES Muito do problema das versões modernas é o abuso do método de equivalência dinâmica que deixa o tradutor excessivamentelivreparadeterminar o sentido do texto. A palavra não é contempladacomo seu equivalente formalna outralíngua, mas sim a idéia. Em alguns casos, dadaa complexidadedas culturas, não épossível omitir-se dessaequivalência, porém deve-sefugir o mais possívelde sua utilização como regra geral. Afinal, a Bíblia é a Palavra de Deus e não o entendimento humano sobre as idéias do texto. Pregamos a Palavra e não sobre a Palavra. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrantedo queespada alguma dedois gumes,epenetra até a divisão da alma edo espírito, edas juntas emedulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”(Hb. 4.12). Portanto, procure utilizar-se de uma Bíblia que tenha tradução formal. A Bíblia Revista e Corrigida e a Corrigida Fiel são os melhores exemplos. A NVI também é tradução formal, é uma pena que seja defensora do texto Alexandrino! Porém isso não coloca as outras Bíblias como execráveis. Mas o leitor temo direito de saber que está ou não seservindo de uma versão tradicional ou liberal. Esse direito precisa ser resgatado. VII. ASEGURANÇA DA BÍBLIA A Bíblia declaraque “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Isaías 40.8). Ninguém conseguiu até hoje fazer a Palavra de Deus desaparecer,nemconseguirá, pois ela subsiste. O motivo disto é que o próprio Deus cuida de Sua Palavra. Ele diz: “porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jeremias 1.12). A preservação da Bíblia durantea história é um milagre que só pode ser explicado através do fato deDeus o Espírito Santo tê-la preservado. Deus não permitiriaquesuamensagemdeSalvação ficasse seriamente prejudicada por erro humano. O homem não tem o poder de anular as Escrituras. Leia Mateus 5.18; 24.35; Lucas 16.17 e 1Pedro 1.25 e tenha o coração inflamado da segurança em Deus. Quanto aos tradutores e exegetas precisamos conhecer seu testemunho, sua índole, seus frutos. Não bastao preparointelectualpara lançar-se na tarefa sagrada de nos representar como intérprete da Palavra de Deus. Queremos saber se crêem ou não na Inspiração da Bíblia, sesão crentes atuantesemsuas igrejas, se possuem vícios, se defendem as doutrinas fundamentais da suficiência da Salvação em Cristo Jesus, de Sua divindade, da Trindade Santa, etc. Queremos saber seeles têmsegurança na Bíblia também. VIII. Conclusão Estamos numaépocade resgate. O povo de Deus quer saber, quer participar. Isto é positivo e necessário. A discussão do texto que devemos preferir é própria. É pertinente. O debateexistehojeanívelpopular porque foi negado pelas sociedades tradutoras em tempo passado, e porque o dogmatismo de professores com fachadas de liberais e neo-ortodoxos quiseram enterrar o texto tradicionalemproldedificultar o acesso denovos críticos. Eis aí de volta a questão. Que apareçam as propostas emanifestemos apoios. Que haja escolha. Mas que ninguém se omita de buscar o que é melhor para o Reino de Deus naterra. Ao nosso Senhor Jesus Cristo seja a glória! Valdeir é 1o Secretário doCPR. ProfessoremSeminárioTeológico.