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Introdução à
Bíblia
Em nossa aproximação com a Bíblia procuraremos
dar os passos fundamentais, os primeiros, que nos
permitirão de aprender a andar com mais segurança,
deixando-nos guiar pela Palavra de Deus.
“Desde a infância você conhece as Sagradas
Escrituras; elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria
que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo.
Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para
ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a
fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para
toda boa obra”.
(2Tm 3,15-17)
Em nossa caminhada abordaremos as seguintes temáticas:
PRIMEIRA PARTE: A BÍBLIA
1. O que é a Bíblia
2. O centro da Bíblia: a Aliança
3. Jesus, centro da Aliança
4. As diversas traduções da Bíblia
5. Língua original da Bíblia
6. Como achar uma passagem na Bíblia (abreviaturas dos livros da Bíblia)
7. A Bíblia católica é diferente da protestante?
SEGUNDA PARTE: O ANTIGO TESTAMENTO
1. O que é o Antigo Testamento
2. Como se divide o Antigo Testamento
TERCEIRA PARTE: O NOVO TESTAMENTO
1. O que é o Novo Testamento
2. Como se divide o Novo Testamento
QUARTA PARTE: MODOS DE LER A BÍBLIA
1. O povo interpreta a Bíblia
2. Leitura ingênua da Bíblia
3. Leitura crítica da Bíblia
4. O lugar social na leitura da Bíblia
5. A ciência ajuda a ler a Bíblia
6. Leitura Orante da Bíblia (Lectio Divina)
QUINTA PARTE: ESTUDO DA CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
DEI VERBUM sobre a Revelação Divina
Aconselha-se a leitura pessoal da:
Dei Verbum
Introdução Geral à Bíblia
Bento XVI, Verbum Domini
As duas se encontram nas paginas iniciais da Bíblia da CNBB.
Pequena observação
Leitura pessoal não significa que não é
importante e pode-se dispensar
BIBLIOGRAFIA
BAZAGLIA Paulo, Primeiros passos com a Bíblia, Paulus.
CNBB, Leitura orante nos Seminários e Casas de Formação, Ed. CNBB.
NARANJO SALAZAR Gabriel, Da pastoral bíblica à animação bíblica da
pastoral
STORNIOLO Ivo, MARTINS BALANCIN Euclides, Conheça a Bíblia, Paulus.
1. O que é a Bíblia
Bíblia é uma palavra grega (biblos), que significa livros. Ela não é um livro,
mas uma coleção de livros, uma verdadeira biblioteca. São 73 livros, que
se dividem em duas grandes partes: Antigo e Novo Testamento. Nela
encontramos a história de pessoas que tiveram um encontro com Deus e
com sua ação. Portanto a Bíblia tem dois pontos fundamentais:
mostra quem é Deus
mostra quem são os seres humanos
PRIMEIRA PARTE: A BÍBLIA
Mostra quem é Deus
Mostra o que Deus é para o ser humano, e o projeto que Deus
realiza na vida e na história: que todos tenham vida e liberdade. Mas
Deus não impõe nada, Ele propõe. Se o ser humano aceita, Deus se
prontifica a caminhar com ele, a fim de conquistar a vida e a liberdade.
Mostra quem são os seres humanos
A Bíblia é realista e não se preocupa em ser edificante. Ai
encontramos o que o ser humano tem de bom e o que tem de perverso.
De modo particular, a Bíblia mostra o encontro dos seres humanos com
Deus e as consequências: uns se convertem, aceitando o projeto de
Deus; outros se fecham dentro do próprio egoísmo, rejeitando qualquer
tipo de vida que não esteja voltado para seus interesses.
Na Bíblia está o drama da vida do ser humano, tanto o de ontem
como o de hoje. Portanto a Bíblia é a nossa história. Mostra o que
podemos encontrar, se aprendemos a ler, na vida e nos acontecimentos,
o sim ou o não com que o ser humano pode responder a Deus e ao seu
projeto.
Para refletir
1. O que significa a palavra Bíblia?
2. Como a Bíblia mostra Deus?
3. Como a Bíblia mostra os homens?
4. Ler e comentar o Salmo 01
2. O centro da Bíblia: a Aliança
O centro e o fio condutor de toda a Bíblia
é a aliança.
O que significa aliança? É um
compromisso entre pessoas. Os noivos e casais
usam alianças para mostrar que se escolheram e
se comprometeram um com o outro. Para eles a
aliança simboliza e exprime uma relação de
amor e fidelidade que dura para sempre. Amor
fecundo, feito de entrega e acolhimento, que
geram vida nova; e fidelidade mútua, que
mantem a união no dom e no respeito, nos
direitos e nos deveres.
Quando lemos a Bíblia, devemos estar atentos para perceber
como ela vai contando a história da aliança entre Deus e os seres
humanos. É como a aliança dos noivos e casais. Nasce da escolha livre
de Deus e da resposta livre do ser humano. Manifesta-se como relação
de compromisso, isto é, de relação em que um e outro se empenham.
Exprime-se através do amor, que gera vida nova em todos os sentidos;
e através da fidelidade, que produz uma relação de liberdade e de
libertação. Deus é fiel e mantém seu compromisso amoroso para
sempre. Mas a história da aliança também é dramática, pois o ser
humano, na sua liberdade, pode dizer sim ou não à proposta de Deus;
pode ser fiel ou infiel ao compromisso da aliança, pode gerar vida ou
morte, liberdade ou escravidão.
Nós também somos parceiros dessa aliança com Deus. A leitura da
Bíblia é o meio para descobrirmos se somos parceiros fieis ou infiéis.
Para refletir
1. Qual o centro e o fio condutor da Bíblia?
2. O que é a aliança?
3. Como Deus e o ser humano vivem a aliança?
4. Ler e comentar Dt 30, 15-20
3. Jesus, centro da Aliança
O diálogo entre Deus e os seres
humanos atinge seu ponto mais alto na
pessoa de Jesus, podendo-se dizer que
Ele é a central de energia que liga,
alimenta e ilumina todas as outras
alianças existentes na Sagrada Escritura.
Em Jesus os parceiros da aliança se
unem da maneira mais próxima e íntima
possível, porque Ele é Deus e Homem ao
mesmo tempo. Tudo o que Ele é em sua
pessoa, palavra e ação, é ao mesmo
tempo revelação de Deus e revelação do
ser humano.
As comunidades cristãs não retomam um diálogo suspenso, mas
procuram viver a aprofundar a aliança, que já atingiu o seu ponto máximo
em Jesus. A fé em Jesus Ressuscitado é a certeza de que essa intimidade
profunda entre Deus e o ser humano não é apenas uma promessa ou algo
que se realizou no passado, mas uma aliança definitiva, que é para sempre.
Para refletir
1. Por que Jesus é o centro da aliança?
2. O que seria a Bíblia sem Jesus?
3. O que devemos fazer para seguir a Jesus?
4. Ler e comentar Jo 1, 14-18
4. As diversas traduções da Bíblia
A Bíblia foi originalmente escrita em três línguas. O Antigo
Testamento foi escrito em hebraico e alguns textos em aramaico. Os
últimos textos do Antigo Testamento foram escritos em grego, que era a
língua usada nas grandes cidades. O Novo Testamento foi todo escrito em
grego.
As traduções antigas
A mais antiga tradução dos testos hebraicos e aramaicos é a de
origem judaica, chamada dos Setenta, que começou a ser feita no início
do século terceiro antes de Cristo, em Alexandria do Egito. Segundo a
tradição, os tradutores desta Bíblia foram 72, e daí o nome de Setenta.
Quanto às traduções feitas pelos cristãos, a partir do segundo século
se tem notícia da “Verus latina”(a antiga tradução latina), feita sobretudo
a partir do texto grego da Setenta. Outra tradução, a “Vulgata” feita por
São Jerônimo no século quarto, baseou-se no texto hebraico para o Antigo
Testamento e no texto da “Verus latina”para o Novo Testamento.
As traduções modernas
Existem hoje no Brasil diversas traduções do texto bíblico, tanto dos
originais hebraico e grego, quanto de traduções já existentes, como o latim
e o francês publicadas pela Paulus:
Bíblia Matos Soares (Feita pelo pe. Matos Soares a partir do latim. Hoje com a
evolução dos estudos bíblicos e o aparecimento de outras traduções a partir das línguas
originais, esta tradução não se encontra mais nas livrarias).
Bíblia do Pontifício Instituto Bíblico
A Bíblia de Jerusalém
Bíblia Sagrada – ed. Pastoral
Bíblia do Peregrino
Bíblia Ave Maria
Bíblia da TEB (tradução ecumênica da Bíblia – Loyola 1994)
Em 2001 surge a tradução oficial da CNBB, publicada por diversas
editoras e destinada ao uso litúrgico.
5. Língua original da Bíblia
Os originais dos livros bíblicos foram escritos em três idiomas
diferentes: hebraico – aramaico – grego.
O Antigo Testamento, na sua maior parte, foi escrito em hebraico,
alguns livros foram escritos em grego e trechos de Daniel e Esdras em
aramaico.
O Novo Testamento foi escrito em grego.
Aramaico
Hebraico
Grego
Por que precisamos conhecer estes idiomas antigos se
temos a Bíblia traduzida nas nossas línguas?
Elas são diferentes das nossas, não só no modo de escrever e de
se ler (o hebraico e o aramaico se escrevem e se leem da direita para a esquerda),
mas também revelam uma forma de imaginar, de pensar diferente da
nossa. No Salmo 71,10 lemos: “...tu sondas os corações e os rins, ó
Deus justo!”Se não soubéssemos que o original foi escrito em
hebraico, não saberíamos dizer por que Deus sonda nosso coração e
nossos rins. Para os judeus o coração é a sede do pensamento e os rins
a sede dos instintos mais profundos.
Isso não deve causar estranheza: quantas expressões brasileiras
jamais seriam entendidas por um estrangeiro se ele as tomasse ao pé
da letra!
Por exemplo:
Bater um papo ou Pisar na bola
A Bíblia por ter sido escrita em determinadas línguas mostra que
Deus se revelou em situações concretas de um povo, assumindo
também o seu modo de falar e de escrever.
Isso se apresenta como um desafio para aqueles que se arriscam
a traduzir a Bíblia. Aqueles que a leem já traduzida devem, com
paciência, ir descobrindo aos poucos o modo de pensar daqueles, que,
inspirados, por Deus, escreveram a Bíblia, Palavra de Deus para nós
hoje.
Para refletir
1. Ler e comentar Mt 6, 22-25
2. Em que línguas foi escrita a Bíblia
3. É importante saber que a Bíblia foi escrita em outras
línguas. Por que?
6. Como achar uma passagem na Bíblia
Os livros da bíblia são divididos em capítulos, e os capítulos em
versículos. Os capítulos são indicados com números grandes, os versículos
com números pequenos. No começo da Bíblia encontramos sempre uma
lista das abreviaturas dos livros. Para citar uma passagem, coloca-se a
abreviatura do livro, seguida por números que indicam o capítulo e o
versículo que se deve ler.
- A virgula separa o capítulo do versículo: Jo 1,14
- O traço pode indicar uma sequência de versículos ou de capítulos.
Dt 15,1-8 Gn 1-11 Mt 5,3-7,5
- O ponto separa versículos saltados.
Jr 31,31.33
- O ponto e virgula separa tanto capítulo de capítulo, como livro de
livro. Mt 5,3; 8,2 Mt 5,3; Lc 2,4
Para achar um livro na Bíblia, consulte o índice, que mostrará em que
pagina se encontra.
Exercícios
1. Procure e leia Jo 8,12; Lc 15,1-32
2. Procure e leia Ex 3,7-10; Is 1,10-11.15-17
3. Em que livro, capítulo e versículo está narrada a criação do mundo?
7. A Bíblia católica é diferente da protestante?
Na Bíblia protestante faltam alguns livros na parte do Antigo
Testamento, livros que existem na edição católica: Baruc, Tobias, Judite,
Sabedoria, Eclesiástico, os dos livros dos Macabeus, boa parte do livro de
Ester e alguns trechos do livro de Daniel. A Igreja católica aceita estes livros
como sendo inspirados, como sendo Palavra de Deus.
Esses livros são chamados livros deuterocanônicos.
Deuterocanônico,
chamados apócrifos ou pseudo-canônico por protestantes,
refere-se a alguns livros que estão presentes
na Septuaginta, e por isso tidos como inspirados pelos
primeiros cristãos, e que foram reafirmados como inspirados
por Deus no Concílio de Roma em 382 d.C., de Hipona em
393 d.C., III Concílio de Cartago em 397, e no Concílio de
Trento no ano de 1546.
Septuaginta
é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego,
traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século
a.C. em Alexandria.
Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia
hebraica para o grego, língua franca do Mediterrâneo
oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande.
A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou
Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda
LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e,
segundo a história, teriam completado a tradução em
setenta e dois dias.
Para entender isso é preciso conhecer um pouco a história do Antigo
Testamento. Ele, inicialmente, só existia em hebraico. Quando os judeus se
espalharam pelo mundo, sentiram a necessidade de traduzi-lo para uma
língua mais universal naquela época: o grego.
Acontece que no Antigo Testamento traduzido foram colocados
alguns livros que não estavam na Bíblia hebraica e que eram mais recentes.
São aqueles que foram citados antes.
Os protestantes consideram como Palavra de Deus só os livros do
Antigo Testamento que fazem parte da Bíblia hebraica, enquanto que a
Igreja católica considera também alguns que foram acrescentados na
tradução grega feita pelos judeus.
Essa é a diferença entre a Bíblia católica e a protestante. O Novo
Testamento é igual. Portanto se você tem uma Bíblia protestante não
precisa rasga-la ou queimá-la. Basta você estar ciente de que faltam esses
livros, que você poderá ler numa Bíblia católica.
Também entre as diversas edições da Bíblia católica se encontram
diferenças. Estas se devem às traduções, que podem variar conforme os
tradutores.
Para refletir
1. Qual a diferença entre uma Bíblia católica e uma protestante?
2. Quais são os livros que não existem numa Bíblia protestante?
3. Como são chamados esses livros?
4. Ler e comentar Eclo 19,1-12
SEGUNDA PARTE: O ANTIGO TESTAMENTO
1. O que é o Antigo Testamento
O Antigo e o Novo Testamento. A mesma
palavra grega significa tanto aliança como
testamento. Poderíamos então dizer: Antiga e
Nova Aliança. O Antigo Testamento (AT) é uma
coleção de livros onde encontramos a história do
povo de Israel. Narra como ele surgiu, como viveu
escravo no Egito, como possui uma terra, como foi
governado, quais as relações que teve com outras
nações, como estabeleceu as suas leis, a sua
religião. Apresenta seus costumes, sua cultura,
seus conflitos, derrotas e esperanças.
Essa parte da Bíblia é, antes de tudo, a história desse povo em
aliança com Deus. Nada do que se conta no AT a respeito de Israel está
desligado do seu relacionamento com Javé. O AT conta como esse povo se
comportou em relação a Javé. Mostra qual o projeto que Deus quis realizar
no meio da humanidade através desse povo.
Israel foi um povo escolhido, diferente, justamente porque está
encarregado de realizar esse plano de Deus. Esse projeto aparece bem
claro nesses livros: considerar só Deus como o Absoluto, para que as
relações entre as pessoas possam ser fraternas e ter como centro a vida e a
liberdade.
Vendo como Israel foi fiel ou não a esse plano e como Deus agiu
no meio dele, poderemos nos aproximar com mais compreensão da
outra parte da Bíblia, chamada Novo Testamento.
Para refletir
1. Como se chamam as duas grandes partes da Bíblia?
2. O que significa testamento?
3. O que encontramos no Antigo Testamento?
4. Ler e comentar Ex 20, 1-17
2. Como se divide o Antigo Testamento
O AT é uma biblioteca de 46 livros, onde encontramos as experiências,
individuais e coletivas, do povo de Israel com Deus. Esses livros formam
quatro grandes blocos ou tipos de escritos:
► Pentateuco
► Livros históricos
► Livros poéticos e sapienciais
► Livros proféticos
PENTATEUCO
O Pentateuco compreende os cinco primeiros livros
da Bíblia, onde encontramos a criação do mundo e do ser
humano, a formação do povo de Israel, sua libertação e
condução através do deserto para uma terra, e as normas
básicas que devem reger uma sociedade justa e fraterna.
LIVROS HISTÓRICOS
Os livros históricos mostram os diversos
momentos da vida do povo de Israel na terra
prometida e no exílio: suas grandezas e lutas, e as
consequências práticas de sua fidelidade ou
infidelidade ao Deus da aliança.
LIVROS POÉTICOS E SAPIENCIAIS
Apresentam a reflexão de Israel a partir das
experiências concretas de vida. Tais livros tratam
dos problemas que surgem na vida de cada um e
que exigem discernimento, para que se possa
encontrar sentido e realização na vida.
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cântico dos Cânticos
Sabedoria
Eclesiástico
LIVROS PROFÉTICOS
São uma crítica profunda do presente, para
abrir caminhos para o futuro. Antes do exílio, os
profetas criticam as estruturas políticas, econômicas,
sociais e religiosas injustas e opressoras, exigindo
mudanças radicais para que se instaure uma
sociedade segundo a justiça e o direito. Após o
exílio na Babilônia, eles são anunciadores de
consolação e esperança no Senhor, para que o povo
de Israel possa reconstruir a sua história conforme o
projeto da aliança com Deus.
Miqueias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Isaias
Jeremias
Lamentações
Baruc
Ezequiel
Daniel
Oseias
Joel
Amós
Abdias
Jonas
Para refletir
1. Quantos livros há no AT?
2. Como se divide o AT?
3. Procure na Bíblia onde começam a terminam as diversas
partes do AT.
4. Ler Ecl 3, 1-8. A que parte do AT pertence este livro?
TERCEIRA PARTE:
O NOVO TESTAMENTO
1. O que é o Novo Testamento
O Novo Testamento (NT) ou a Nova
Aliança é a parte da Bíblia onde encontramos o
anúncio da pessoa de Jesus. Sua mensagem
central é o próprio Filho de Deus, que veio ao
mundo para estabelecer a aliança definitiva
(lembrar da santa ceia) entre Deus e a
humanidade.
Jesus nos mostra que Deus é Pai para o
ser humano, e como o homem deve viver para
se tornar filho de Deus.
Através de sua palavra e ação Jesus inaugurou a nova aliança, que é
o Reino de Deus. Reino ou aliança, não é mais aliança com um povo. É
aliança aberta para toda a humanidade, que em Deus se torna uma grande
família em que todos são chamados a viver como irmãos e irmãs,
repartindo entre si todas as coisas.
Jesus não deixou nada escrito. Ele pregou, ensinou e colocou em
prática a vontade de Deus. Isso fez com que entrasse em conflito com a
estrutura da sociedade, que o perseguiu, prendeu e matou.
Mas Jesus ressuscitou, enviou o Espírito Santo aos seus seguidores,
chamados apóstolos e discípulos, e estes continuaram sua missão,
pregando, ensinando e fazendo como Jesus fazia. Foram eles que
escreveram o que encontramos no NT. Não pretenderam escrever uma
biografia de Jesus, nem uma crônica ou história da ação de seus
seguidores. Eles quiseram, em primeiro lugar, anunciar Jesus para que a
humanidade tivesse fé e se comprometesse com Jesus.
Fé e Compromisso que significam continuar sua palavra e ação,
construindo o Reino
2. Como se divide o Novo Testamento
O NT é um conjunto formado por 27 livros agrupados conforme
temas e estilos diferentes:
◊ EVANGELHOS
◊ ATOS DOS APÓSTOLOS
◊ CARTAS
◊ APOCALIPSE
Neste conjunto encontramos o anúncio da pessoa de Jesus e as
consequências que esse anúncio trouxe, principalmente para seus
seguidores.
Os Evangelhos são quatro formas de
anúncio de Jesus escritas no ambiente de
comunidades diferentes. Por isso tratam da
pessoa, das palavras e das ações de Jesus de
modo ao mesmo tempo semelhante e
diferente. Não são uma biografia ou história, e
sim um anúncio para levar à fé em Jesus, isto é,
ao compromisso de continuar sua obra, pela
palavra e ação.
Mateus é representado por um anjo ou
homem alado porque inicia o seu evangelho
com a genealogia de Jesus Cristo, mostrando
a sua origem e descendência humanas,
marcados pelo seu nascimento (Cf. Mt 1). É a
dimensão da obra-prima de Deus que criou o
homem à sua imagem e semelhança.
Marcos inicia o seu Evangelho falando
de João Batista, a voz que clama no
deserto (Cf. Mc 1,1-25). Seu símbolo é
um leão alado, representando as feras
que habitam o deserto. É a dimensão da
força, realeza, poder, autoridade do
Filho de Deus.
Um touro alado simboliza o evangelista
Lucas. Ele inicia o seu Evangelho
falando do Zacarias, sacerdote em
função naquele ano e cuja tarefa era
oferecer sacrifícios no Templo de
Jerusalém. O touro é a representação
dos sacrifícios oferecidos (Cf. Lc 1,25). É
a dimensão da oferta a Deus.
João, dentre os quatro o maior teólogo, é
representado por uma águia, por causa do
elevado estilo do seu Evangelho, que fala da
Divindade e do Mistério altíssimo do Filho de
Deus. Ele inicia seu Evangelho de cima pra
baixo: "No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava junto de Deus" (Cf. Jo 1,1-5). Daí a
águia, por ser a ave que voa mais alto e faz os
seus ninhos nos montes mais elevados. É a
dimensão da liberdade do Filho de Deus
diante das forças deste mundo.
Os Atos dos Apóstolos é a
segunda parte do evangelho de são
Lucas. Mostra como o anúncio de Jesus e
a formação das comunidades cristãs se
organizou e expandiu, chegando a Roma,
centro do mundo conhecido naquela
época. Aí vemos o sentido e a missão
cristã: levar a boa nova do Evangelho a
todos os povos, para que todos possam
tomar conhecimento de Jesus e
pertencer ao povo de Deus.
As Cartas ou Epistolas são
escritos dirigidos às primeiras
comunidades cristãs. Elas não só nos
dão uma ideia dos problemas dessas
comunidades, mas nos ajudam
também a ver e a nos orientar nos
problemas de nossas comunidades
atuais.
O Apocalipse de são João é
um livro escrito em linguagem
figurada, porque se dirige aos
cristãos em tempo de perseguição.
Apresenta Jesus ressuscitado como
Senhor da história, e mostra como
os cristãos devem anunciá-Lo e
testemunhá-Lo sem medo,
enfrentando até mesmo a própria
morte. O termo apocalipse significa
as coisas que acontecerão.
O apóstolo João escreveu o livro do
Apocalipse em Pátmos, pequena ilha da
Grécia.
Para refletir
1. Como são agrupados os livros do NT?
2. Que parte você prefere ler no NT? Por que?
3. Ler e comentar 2Tm 3, 14-17
QUARTA PARTE: MODOS DE LER A BÍBLIA
As Sagradas Escrituras eram pouco lidas pelos
católicos, e, em parte, apesar de muitos passos dados,
os católicos ainda não dedicam o tempo que deveriam
à leitura e à meditação da Palavra de Deus.
Aos poucos, porém, a Palavra de Deus foi aparecendo nos lares e nas
comunidades, não como simples enfeite, mas como força iluminadora de
uma caminhada de vida. As traduções da Bíblia em português aumentaram.
1. O povo interpreta a Bíblia
Os círculos bíblicos se espalharam e a vida concreta vai ensinando a
descobrir nas Sagradas Escrituras interpretações jamais pensadas.
Em todo esse movimento precisa-se cuidar de não querer espremer
a interpretação da Sagrada Escritura dentro de certas normas
estabelecidas, seria como tentar canalizar a enchente de um rio.
2. Leitura ingênua da Bíblia
Há muitas maneiras de ler, ou seja, de interpretar e compreender a
Bíblia. A mais comum, é a leitura ingênua, que toma as coisas como se
apresentam, sem espírito crítico.
O leitor ingênuo cai facilmente em dois erros fundamentais.
Não perceber quanto sua própria realidade e suas ideias influem
na leitura. O leitor não critica sua ideia sobre Deus e sobre o ser humano,
seu modo de ver a vida e a sociedade, seus problemas e a forma de
resolvê-los.
Resultado:
Acaba procurando e encontrando na Bíblia uma justificativa para seu
modo de ver e de viver. A Bíblia perde toda a sua força transformadora,
tornando-se apenas um espelho para a autocontemplação.
Imaginar que Deus escreveu a Bíblia de próprio punho e a
enviou para a terra de modo misterioso.
Alguns pensam que Deus ditou a Bíblia letra por letra e os homens
em nada colaboraram ou foram somente instrumentos passivos.
Resultado:
O leitor ingênuo toma tudo ao pé da letra, como se tudo fosse um
conjunto de revelações absolutas, inclusive os acentos e as virgulas.
Jamais se perguntará pelo significado das imagens literárias e dos
diversos modos de expressão, comuns ao povo que vivia 20 ou 30 séculos
atrás, mas que agora já não são os nossos.
A leitura ingênua leva a uma mistura
desordenada de interpretações erradas,
exageradas, confusas, misturada à magia e
distantes da nossa realidade concreta.
É uma leitura que sempre vai
sofrer a crítica dos fieis de outras
religiões, e principalmente dos que
resistem à religião por acharem que as
pessoas de fé são muitos infantis.
3. Leitura crítica da Bíblia
Criticar é analisar e esmiuçar uma coisa, para compreendê-la
melhor. A leitura crítica é o contrário da leitura ingênua: não fica parada
na casca, na aparência, mas procura penetrar no texto, a fim de
compreendê-lo a partir de dentro e em relação com a situação histórica
e social em que ele nasceu.
Leitura crítica é o esforço da fé para buscar suas próprias raízes,
procurando o projeto que Deus faz e propõe para a realização da vida.
Três coisas são necessárias para uma leitura crítica.
▲ Criticar a realidade em que vivemos
Nossa vida, sociedade, problemas, lutas, possibilidades, ideias,
opções e buscas. Em outras palavras, ter consciência de onde partimos
para ler a Bíblia e, o mais importante, saber o que nela procuramos.
▲ Leitura crítica do texto
Deixar que o texto fale o que tem a falar, e estar dispostos a que o
texto nos ensine algo novo e importante. Para isso é importante analisar e
esmiuçar o texto de todos os modos, procurando não só compreender o
que está escrito, mas também o que está por trás das palavras.
Em resumo: O que o texto queria dizer naquele tempo? E o que nos diz
hoje?
▲ Buscar compreender o essencial
A Bíblia é a revelação do projeto de Deus, que é liberdade e vida
para os seres humanos.
- Como o povo daquele tempo compreendeu e viveu esse projeto?
- Quais foram as dificuldades e as lutas que tiveram de vencer para
conquistar a liberdade e a vida que Deus dá?
- Quais as dificuldades e lutas que nós enfrentamos para que o projeto
de Deus seja realizado hoje?
4. O lugar social na leitura da Bíblia
Pode parecer estranho que se possa ler a Bíblia de diversas maneiras,
sendo ela Palavra de Deus.
Um dos fatores que leva as pessoas a leituras diferenciadas e até
opostas dos textos bíblicos: é o lugar social que estas pessoas ocupam.
É como ver tudo na cor dos óculos que se usa. Todos nós temos
óculos para ler a Bíblia, queiramos ou não. Quem é rico e mora num bairro
nobre da cidade não vai interpretar um texto bíblico da mesma forma que
alguém que mora num barraco e não tem dinheiro para o leite das crianças.
Por isso pode haver discussões sobre a Bíblia. Tanto assim que
muitos, querendo fugir da questão, dizem: “Sobre religião não se
discute”.
Não existe leitura neutra da Bíblia; nela nos envolvemos com o
que somos e o que temos.
Se os nossos óculos não forem da mesma cor dos óculos que Deus
deu aos escritores da Bíblia, poderemos deturpar tudo o que ali está
escrito. E esses óculos Deus os deu aos simples:
“Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas
coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai,
porque assim foi do teu agrado”(Mt 11, 26-26).
5. A ciência ajuda a ler a Bíblia
Sabemos que a Bíblia é um livro muito antigo: 20 a
30 séculos nos separam daqueles que a escreveram.
Além disso, ela nasceu no Oriente, lugar distante, com geografia,
condições sociais e políticas, mentalidade diferentes etc. Seria ingenuidade
pensar que a Bíblia é um livro como qualquer outro. Para compreendê-la
melhor, temos que fazer muita ginástica para transpor grandes distâncias e
dela aproximarmos.
É aqui que entra a ciência
A ciência ajuda-nos a vencer as distâncias que nos
separam do tempo, lugar e condições em que a Bíblia nasceu.
Ajuda mas não substitui a própria Bíblia. A ciência é um meio, um
instrumento para facilitar a compreensão, mas não substitui a
própria leitura da Bíblia, sempre em busca da Palavra de Deus
que revela e faz compreender o projeto que Deus faz para que o
povo conquiste a liberdade e a vida.
Dai que a ciência presta um serviço à leitura
crítica, e esta última é uma tarefa continua de
todo o povo cristão que procura viver a fé
como compromisso com Deus e com o seu
projeto.
A ciência que se ocupa das coisas da Bíblia chama-se EXEGESE,
que significa análise e interpretação do texto. Para fazer esta análise e
interpretação, a exegese procura o mais possível reconstituir e aproximar
de nós o mundo bíblico, servindo-se de muitas ciências, como história,
geografia, arqueologia, filologia, técnica de análise de texto, psicologia,
sociologia, antropologia. Todavia, a exegese é e sempre será apenas um
instrumento de aproximação, um meio para tornar mais fácil e eficiente a
leitura crítica da Bíblia.
Sua finalidade é servir à leitura e compreensão da Bíblia e não
anulá-las ou substitui-las.
6. A Leitura Orante da Bíblia (Lectio divina)
“A leitura da Sagrada Escritura
deve ser acompanhada pela
oração a fim de que se estabeleça
o colóquio entre Deus e o homem;
pois a Ele falamos quando
rezamos; a Ele ouvimos quando
lemos os divinos oráculos”
(Dei Verbum,
n.25)
A leitura orante da Palavra de Deus é um fecundo exercício na vida
dos discípulos de Jesus Cristo, constituindo-se como consistente alimento
para a fé. Esse insubstituível exercício quotidiano alimenta o espírito e
prepara o discípulo para ser anunciador do Evangelho. Esta é a primeira
tarefa dos presbíteros; e faz com que o discípulo seja também
missionário.
“Dentre as muitas formas de se aproximar
da Sagrada Escritura, existe uma privilegiada à
qual todos somos convidados: a Leitura Orante da
Sagrada Escritura, que bem praticada conduz ao
encontro com Jesus-Mestre; ao conhecimento do
mistério, ao conhecimento do mistério de Jesus-
Mestre, à comunhão com Jesus-Filho de Deus e
ao testemunho de Jesus-Senhor do universo
porque se abriram à experiência da misericórdia do
Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e
O Documento de Aparecida, n.249 diz:
Com seus quatro momentos (leitura, meditação,
oração, contemplação), a Leitura Orante favorece o encontro
pessoal com Jesus Cristo semelhante ao modo de tantos
personagens do Evangelho: Nicodemos e sua ânsia de vida
eterna (cf. Jo 3, 1-21), a Samaritana e seu desejo de culto
verdadeiro (cf. Jo 4, 1-42), o cego de nascimento e seu
desejo de luz interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser
diferente (cf. Lc 19, 1-10). Todos eles, graças a esse encontro,
foram iluminados e recriados porque se abriram à experiência
da misericórdia do Pai que se oferece por sua Palavra de
verdade e vida”.
Os passos da Leitura Orante da Palavra de Deus
1º Passo LEITURA O que diz o texto?
2º Passo MEDITAÇÃO O que o texto me diz?
3º Passo ORAÇÃO O que o texto me faz dizer a Deus?
4º Passo CONTEMPLAÇÃO Ver a realidade com os olhos de
Deus e formular um compromisso de vida
QUINTA PARTE
ESTUDO DA CONSTITUIÇÃO
DOGMÁTICA
DEI VERBUM
sobre a Revelação Divina
CAPÍTULO I
A REVELAÇÃO EM SI
MESMA
CAPÍTULO II
A TRANSMISSÃO DA
REVELAÇÃO DIVINA
CAPÍTULO III
A INSPIRAÇÃO
DIVINA DA SAGRADA
ESCRITURA
E A SUA
INTERPRETAÇÃO
CAPÍTULO IV
O ANTIGO TESTAMENTO
CAPÍTULO V
O NOVO TESTAMENTO
CAPÍTULO VI
A SAGRADA ESCRITURA
NA VIDA DA IGREJA
Proposta de trabalho
Cada um poderia estudar um capítulo e no próximo encontro
relatar:
▲ O que entendeu
▲ O que descobriu
▲ O que foi proveitoso para seu conhecimento e que pode
ajudar a se aproximar melhor da Sagrada Escritura.
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Guia para entender a Bíblia

  • 2. Em nossa aproximação com a Bíblia procuraremos dar os passos fundamentais, os primeiros, que nos permitirão de aprender a andar com mais segurança, deixando-nos guiar pela Palavra de Deus.
  • 3. “Desde a infância você conhece as Sagradas Escrituras; elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra”. (2Tm 3,15-17)
  • 4. Em nossa caminhada abordaremos as seguintes temáticas: PRIMEIRA PARTE: A BÍBLIA 1. O que é a Bíblia 2. O centro da Bíblia: a Aliança 3. Jesus, centro da Aliança 4. As diversas traduções da Bíblia 5. Língua original da Bíblia 6. Como achar uma passagem na Bíblia (abreviaturas dos livros da Bíblia) 7. A Bíblia católica é diferente da protestante?
  • 5. SEGUNDA PARTE: O ANTIGO TESTAMENTO 1. O que é o Antigo Testamento 2. Como se divide o Antigo Testamento TERCEIRA PARTE: O NOVO TESTAMENTO 1. O que é o Novo Testamento 2. Como se divide o Novo Testamento
  • 6. QUARTA PARTE: MODOS DE LER A BÍBLIA 1. O povo interpreta a Bíblia 2. Leitura ingênua da Bíblia 3. Leitura crítica da Bíblia 4. O lugar social na leitura da Bíblia 5. A ciência ajuda a ler a Bíblia 6. Leitura Orante da Bíblia (Lectio Divina) QUINTA PARTE: ESTUDO DA CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM sobre a Revelação Divina
  • 7. Aconselha-se a leitura pessoal da: Dei Verbum Introdução Geral à Bíblia Bento XVI, Verbum Domini As duas se encontram nas paginas iniciais da Bíblia da CNBB. Pequena observação Leitura pessoal não significa que não é importante e pode-se dispensar
  • 8. BIBLIOGRAFIA BAZAGLIA Paulo, Primeiros passos com a Bíblia, Paulus. CNBB, Leitura orante nos Seminários e Casas de Formação, Ed. CNBB. NARANJO SALAZAR Gabriel, Da pastoral bíblica à animação bíblica da pastoral STORNIOLO Ivo, MARTINS BALANCIN Euclides, Conheça a Bíblia, Paulus.
  • 9. 1. O que é a Bíblia Bíblia é uma palavra grega (biblos), que significa livros. Ela não é um livro, mas uma coleção de livros, uma verdadeira biblioteca. São 73 livros, que se dividem em duas grandes partes: Antigo e Novo Testamento. Nela encontramos a história de pessoas que tiveram um encontro com Deus e com sua ação. Portanto a Bíblia tem dois pontos fundamentais: mostra quem é Deus mostra quem são os seres humanos PRIMEIRA PARTE: A BÍBLIA
  • 10. Mostra quem é Deus Mostra o que Deus é para o ser humano, e o projeto que Deus realiza na vida e na história: que todos tenham vida e liberdade. Mas Deus não impõe nada, Ele propõe. Se o ser humano aceita, Deus se prontifica a caminhar com ele, a fim de conquistar a vida e a liberdade. Mostra quem são os seres humanos A Bíblia é realista e não se preocupa em ser edificante. Ai encontramos o que o ser humano tem de bom e o que tem de perverso. De modo particular, a Bíblia mostra o encontro dos seres humanos com Deus e as consequências: uns se convertem, aceitando o projeto de Deus; outros se fecham dentro do próprio egoísmo, rejeitando qualquer tipo de vida que não esteja voltado para seus interesses.
  • 11. Na Bíblia está o drama da vida do ser humano, tanto o de ontem como o de hoje. Portanto a Bíblia é a nossa história. Mostra o que podemos encontrar, se aprendemos a ler, na vida e nos acontecimentos, o sim ou o não com que o ser humano pode responder a Deus e ao seu projeto. Para refletir 1. O que significa a palavra Bíblia? 2. Como a Bíblia mostra Deus? 3. Como a Bíblia mostra os homens? 4. Ler e comentar o Salmo 01
  • 12. 2. O centro da Bíblia: a Aliança O centro e o fio condutor de toda a Bíblia é a aliança. O que significa aliança? É um compromisso entre pessoas. Os noivos e casais usam alianças para mostrar que se escolheram e se comprometeram um com o outro. Para eles a aliança simboliza e exprime uma relação de amor e fidelidade que dura para sempre. Amor fecundo, feito de entrega e acolhimento, que geram vida nova; e fidelidade mútua, que mantem a união no dom e no respeito, nos direitos e nos deveres.
  • 13. Quando lemos a Bíblia, devemos estar atentos para perceber como ela vai contando a história da aliança entre Deus e os seres humanos. É como a aliança dos noivos e casais. Nasce da escolha livre de Deus e da resposta livre do ser humano. Manifesta-se como relação de compromisso, isto é, de relação em que um e outro se empenham. Exprime-se através do amor, que gera vida nova em todos os sentidos; e através da fidelidade, que produz uma relação de liberdade e de libertação. Deus é fiel e mantém seu compromisso amoroso para sempre. Mas a história da aliança também é dramática, pois o ser humano, na sua liberdade, pode dizer sim ou não à proposta de Deus; pode ser fiel ou infiel ao compromisso da aliança, pode gerar vida ou morte, liberdade ou escravidão.
  • 14. Nós também somos parceiros dessa aliança com Deus. A leitura da Bíblia é o meio para descobrirmos se somos parceiros fieis ou infiéis. Para refletir 1. Qual o centro e o fio condutor da Bíblia? 2. O que é a aliança? 3. Como Deus e o ser humano vivem a aliança? 4. Ler e comentar Dt 30, 15-20
  • 15. 3. Jesus, centro da Aliança O diálogo entre Deus e os seres humanos atinge seu ponto mais alto na pessoa de Jesus, podendo-se dizer que Ele é a central de energia que liga, alimenta e ilumina todas as outras alianças existentes na Sagrada Escritura. Em Jesus os parceiros da aliança se unem da maneira mais próxima e íntima possível, porque Ele é Deus e Homem ao mesmo tempo. Tudo o que Ele é em sua pessoa, palavra e ação, é ao mesmo tempo revelação de Deus e revelação do ser humano.
  • 16. As comunidades cristãs não retomam um diálogo suspenso, mas procuram viver a aprofundar a aliança, que já atingiu o seu ponto máximo em Jesus. A fé em Jesus Ressuscitado é a certeza de que essa intimidade profunda entre Deus e o ser humano não é apenas uma promessa ou algo que se realizou no passado, mas uma aliança definitiva, que é para sempre. Para refletir 1. Por que Jesus é o centro da aliança? 2. O que seria a Bíblia sem Jesus? 3. O que devemos fazer para seguir a Jesus? 4. Ler e comentar Jo 1, 14-18
  • 17. 4. As diversas traduções da Bíblia A Bíblia foi originalmente escrita em três línguas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e alguns textos em aramaico. Os últimos textos do Antigo Testamento foram escritos em grego, que era a língua usada nas grandes cidades. O Novo Testamento foi todo escrito em grego. As traduções antigas A mais antiga tradução dos testos hebraicos e aramaicos é a de origem judaica, chamada dos Setenta, que começou a ser feita no início do século terceiro antes de Cristo, em Alexandria do Egito. Segundo a tradição, os tradutores desta Bíblia foram 72, e daí o nome de Setenta.
  • 18. Quanto às traduções feitas pelos cristãos, a partir do segundo século se tem notícia da “Verus latina”(a antiga tradução latina), feita sobretudo a partir do texto grego da Setenta. Outra tradução, a “Vulgata” feita por São Jerônimo no século quarto, baseou-se no texto hebraico para o Antigo Testamento e no texto da “Verus latina”para o Novo Testamento.
  • 19. As traduções modernas Existem hoje no Brasil diversas traduções do texto bíblico, tanto dos originais hebraico e grego, quanto de traduções já existentes, como o latim e o francês publicadas pela Paulus: Bíblia Matos Soares (Feita pelo pe. Matos Soares a partir do latim. Hoje com a evolução dos estudos bíblicos e o aparecimento de outras traduções a partir das línguas originais, esta tradução não se encontra mais nas livrarias). Bíblia do Pontifício Instituto Bíblico A Bíblia de Jerusalém
  • 20. Bíblia Sagrada – ed. Pastoral Bíblia do Peregrino Bíblia Ave Maria Bíblia da TEB (tradução ecumênica da Bíblia – Loyola 1994) Em 2001 surge a tradução oficial da CNBB, publicada por diversas editoras e destinada ao uso litúrgico.
  • 21. 5. Língua original da Bíblia Os originais dos livros bíblicos foram escritos em três idiomas diferentes: hebraico – aramaico – grego. O Antigo Testamento, na sua maior parte, foi escrito em hebraico, alguns livros foram escritos em grego e trechos de Daniel e Esdras em aramaico. O Novo Testamento foi escrito em grego.
  • 24. Grego
  • 25. Por que precisamos conhecer estes idiomas antigos se temos a Bíblia traduzida nas nossas línguas? Elas são diferentes das nossas, não só no modo de escrever e de se ler (o hebraico e o aramaico se escrevem e se leem da direita para a esquerda), mas também revelam uma forma de imaginar, de pensar diferente da nossa. No Salmo 71,10 lemos: “...tu sondas os corações e os rins, ó Deus justo!”Se não soubéssemos que o original foi escrito em hebraico, não saberíamos dizer por que Deus sonda nosso coração e nossos rins. Para os judeus o coração é a sede do pensamento e os rins a sede dos instintos mais profundos.
  • 26. Isso não deve causar estranheza: quantas expressões brasileiras jamais seriam entendidas por um estrangeiro se ele as tomasse ao pé da letra! Por exemplo: Bater um papo ou Pisar na bola
  • 27. A Bíblia por ter sido escrita em determinadas línguas mostra que Deus se revelou em situações concretas de um povo, assumindo também o seu modo de falar e de escrever. Isso se apresenta como um desafio para aqueles que se arriscam a traduzir a Bíblia. Aqueles que a leem já traduzida devem, com paciência, ir descobrindo aos poucos o modo de pensar daqueles, que, inspirados, por Deus, escreveram a Bíblia, Palavra de Deus para nós hoje.
  • 28. Para refletir 1. Ler e comentar Mt 6, 22-25 2. Em que línguas foi escrita a Bíblia 3. É importante saber que a Bíblia foi escrita em outras línguas. Por que?
  • 29. 6. Como achar uma passagem na Bíblia Os livros da bíblia são divididos em capítulos, e os capítulos em versículos. Os capítulos são indicados com números grandes, os versículos com números pequenos. No começo da Bíblia encontramos sempre uma lista das abreviaturas dos livros. Para citar uma passagem, coloca-se a abreviatura do livro, seguida por números que indicam o capítulo e o versículo que se deve ler. - A virgula separa o capítulo do versículo: Jo 1,14
  • 30. - O traço pode indicar uma sequência de versículos ou de capítulos. Dt 15,1-8 Gn 1-11 Mt 5,3-7,5 - O ponto separa versículos saltados. Jr 31,31.33 - O ponto e virgula separa tanto capítulo de capítulo, como livro de livro. Mt 5,3; 8,2 Mt 5,3; Lc 2,4 Para achar um livro na Bíblia, consulte o índice, que mostrará em que pagina se encontra.
  • 31. Exercícios 1. Procure e leia Jo 8,12; Lc 15,1-32 2. Procure e leia Ex 3,7-10; Is 1,10-11.15-17 3. Em que livro, capítulo e versículo está narrada a criação do mundo?
  • 32. 7. A Bíblia católica é diferente da protestante? Na Bíblia protestante faltam alguns livros na parte do Antigo Testamento, livros que existem na edição católica: Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, os dos livros dos Macabeus, boa parte do livro de Ester e alguns trechos do livro de Daniel. A Igreja católica aceita estes livros como sendo inspirados, como sendo Palavra de Deus. Esses livros são chamados livros deuterocanônicos.
  • 33. Deuterocanônico, chamados apócrifos ou pseudo-canônico por protestantes, refere-se a alguns livros que estão presentes na Septuaginta, e por isso tidos como inspirados pelos primeiros cristãos, e que foram reafirmados como inspirados por Deus no Concílio de Roma em 382 d.C., de Hipona em 393 d.C., III Concílio de Cartago em 397, e no Concílio de Trento no ano de 1546.
  • 34. Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século a.C. em Alexandria. Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego, língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande. A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias.
  • 35. Para entender isso é preciso conhecer um pouco a história do Antigo Testamento. Ele, inicialmente, só existia em hebraico. Quando os judeus se espalharam pelo mundo, sentiram a necessidade de traduzi-lo para uma língua mais universal naquela época: o grego. Acontece que no Antigo Testamento traduzido foram colocados alguns livros que não estavam na Bíblia hebraica e que eram mais recentes. São aqueles que foram citados antes. Os protestantes consideram como Palavra de Deus só os livros do Antigo Testamento que fazem parte da Bíblia hebraica, enquanto que a Igreja católica considera também alguns que foram acrescentados na tradução grega feita pelos judeus.
  • 36. Essa é a diferença entre a Bíblia católica e a protestante. O Novo Testamento é igual. Portanto se você tem uma Bíblia protestante não precisa rasga-la ou queimá-la. Basta você estar ciente de que faltam esses livros, que você poderá ler numa Bíblia católica. Também entre as diversas edições da Bíblia católica se encontram diferenças. Estas se devem às traduções, que podem variar conforme os tradutores.
  • 37. Para refletir 1. Qual a diferença entre uma Bíblia católica e uma protestante? 2. Quais são os livros que não existem numa Bíblia protestante? 3. Como são chamados esses livros? 4. Ler e comentar Eclo 19,1-12
  • 38. SEGUNDA PARTE: O ANTIGO TESTAMENTO 1. O que é o Antigo Testamento O Antigo e o Novo Testamento. A mesma palavra grega significa tanto aliança como testamento. Poderíamos então dizer: Antiga e Nova Aliança. O Antigo Testamento (AT) é uma coleção de livros onde encontramos a história do povo de Israel. Narra como ele surgiu, como viveu escravo no Egito, como possui uma terra, como foi governado, quais as relações que teve com outras nações, como estabeleceu as suas leis, a sua religião. Apresenta seus costumes, sua cultura, seus conflitos, derrotas e esperanças.
  • 39. Essa parte da Bíblia é, antes de tudo, a história desse povo em aliança com Deus. Nada do que se conta no AT a respeito de Israel está desligado do seu relacionamento com Javé. O AT conta como esse povo se comportou em relação a Javé. Mostra qual o projeto que Deus quis realizar no meio da humanidade através desse povo. Israel foi um povo escolhido, diferente, justamente porque está encarregado de realizar esse plano de Deus. Esse projeto aparece bem claro nesses livros: considerar só Deus como o Absoluto, para que as relações entre as pessoas possam ser fraternas e ter como centro a vida e a liberdade.
  • 40. Vendo como Israel foi fiel ou não a esse plano e como Deus agiu no meio dele, poderemos nos aproximar com mais compreensão da outra parte da Bíblia, chamada Novo Testamento. Para refletir 1. Como se chamam as duas grandes partes da Bíblia? 2. O que significa testamento? 3. O que encontramos no Antigo Testamento? 4. Ler e comentar Ex 20, 1-17
  • 41. 2. Como se divide o Antigo Testamento O AT é uma biblioteca de 46 livros, onde encontramos as experiências, individuais e coletivas, do povo de Israel com Deus. Esses livros formam quatro grandes blocos ou tipos de escritos: ► Pentateuco ► Livros históricos ► Livros poéticos e sapienciais ► Livros proféticos
  • 42. PENTATEUCO O Pentateuco compreende os cinco primeiros livros da Bíblia, onde encontramos a criação do mundo e do ser humano, a formação do povo de Israel, sua libertação e condução através do deserto para uma terra, e as normas básicas que devem reger uma sociedade justa e fraterna.
  • 43. LIVROS HISTÓRICOS Os livros históricos mostram os diversos momentos da vida do povo de Israel na terra prometida e no exílio: suas grandezas e lutas, e as consequências práticas de sua fidelidade ou infidelidade ao Deus da aliança.
  • 44. LIVROS POÉTICOS E SAPIENCIAIS Apresentam a reflexão de Israel a partir das experiências concretas de vida. Tais livros tratam dos problemas que surgem na vida de cada um e que exigem discernimento, para que se possa encontrar sentido e realização na vida. Jó Salmos Provérbios Eclesiastes Cântico dos Cânticos Sabedoria Eclesiástico
  • 45. LIVROS PROFÉTICOS São uma crítica profunda do presente, para abrir caminhos para o futuro. Antes do exílio, os profetas criticam as estruturas políticas, econômicas, sociais e religiosas injustas e opressoras, exigindo mudanças radicais para que se instaure uma sociedade segundo a justiça e o direito. Após o exílio na Babilônia, eles são anunciadores de consolação e esperança no Senhor, para que o povo de Israel possa reconstruir a sua história conforme o projeto da aliança com Deus. Miqueias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias Isaias Jeremias Lamentações Baruc Ezequiel Daniel Oseias Joel Amós Abdias Jonas
  • 46. Para refletir 1. Quantos livros há no AT? 2. Como se divide o AT? 3. Procure na Bíblia onde começam a terminam as diversas partes do AT. 4. Ler Ecl 3, 1-8. A que parte do AT pertence este livro?
  • 47. TERCEIRA PARTE: O NOVO TESTAMENTO 1. O que é o Novo Testamento O Novo Testamento (NT) ou a Nova Aliança é a parte da Bíblia onde encontramos o anúncio da pessoa de Jesus. Sua mensagem central é o próprio Filho de Deus, que veio ao mundo para estabelecer a aliança definitiva (lembrar da santa ceia) entre Deus e a humanidade. Jesus nos mostra que Deus é Pai para o ser humano, e como o homem deve viver para se tornar filho de Deus.
  • 48. Através de sua palavra e ação Jesus inaugurou a nova aliança, que é o Reino de Deus. Reino ou aliança, não é mais aliança com um povo. É aliança aberta para toda a humanidade, que em Deus se torna uma grande família em que todos são chamados a viver como irmãos e irmãs, repartindo entre si todas as coisas.
  • 49. Jesus não deixou nada escrito. Ele pregou, ensinou e colocou em prática a vontade de Deus. Isso fez com que entrasse em conflito com a estrutura da sociedade, que o perseguiu, prendeu e matou. Mas Jesus ressuscitou, enviou o Espírito Santo aos seus seguidores, chamados apóstolos e discípulos, e estes continuaram sua missão, pregando, ensinando e fazendo como Jesus fazia. Foram eles que escreveram o que encontramos no NT. Não pretenderam escrever uma biografia de Jesus, nem uma crônica ou história da ação de seus seguidores. Eles quiseram, em primeiro lugar, anunciar Jesus para que a humanidade tivesse fé e se comprometesse com Jesus. Fé e Compromisso que significam continuar sua palavra e ação, construindo o Reino
  • 50. 2. Como se divide o Novo Testamento O NT é um conjunto formado por 27 livros agrupados conforme temas e estilos diferentes: ◊ EVANGELHOS ◊ ATOS DOS APÓSTOLOS ◊ CARTAS ◊ APOCALIPSE Neste conjunto encontramos o anúncio da pessoa de Jesus e as consequências que esse anúncio trouxe, principalmente para seus seguidores.
  • 51. Os Evangelhos são quatro formas de anúncio de Jesus escritas no ambiente de comunidades diferentes. Por isso tratam da pessoa, das palavras e das ações de Jesus de modo ao mesmo tempo semelhante e diferente. Não são uma biografia ou história, e sim um anúncio para levar à fé em Jesus, isto é, ao compromisso de continuar sua obra, pela palavra e ação.
  • 52. Mateus é representado por um anjo ou homem alado porque inicia o seu evangelho com a genealogia de Jesus Cristo, mostrando a sua origem e descendência humanas, marcados pelo seu nascimento (Cf. Mt 1). É a dimensão da obra-prima de Deus que criou o homem à sua imagem e semelhança.
  • 53. Marcos inicia o seu Evangelho falando de João Batista, a voz que clama no deserto (Cf. Mc 1,1-25). Seu símbolo é um leão alado, representando as feras que habitam o deserto. É a dimensão da força, realeza, poder, autoridade do Filho de Deus.
  • 54. Um touro alado simboliza o evangelista Lucas. Ele inicia o seu Evangelho falando do Zacarias, sacerdote em função naquele ano e cuja tarefa era oferecer sacrifícios no Templo de Jerusalém. O touro é a representação dos sacrifícios oferecidos (Cf. Lc 1,25). É a dimensão da oferta a Deus.
  • 55. João, dentre os quatro o maior teólogo, é representado por uma águia, por causa do elevado estilo do seu Evangelho, que fala da Divindade e do Mistério altíssimo do Filho de Deus. Ele inicia seu Evangelho de cima pra baixo: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus" (Cf. Jo 1,1-5). Daí a águia, por ser a ave que voa mais alto e faz os seus ninhos nos montes mais elevados. É a dimensão da liberdade do Filho de Deus diante das forças deste mundo.
  • 56. Os Atos dos Apóstolos é a segunda parte do evangelho de são Lucas. Mostra como o anúncio de Jesus e a formação das comunidades cristãs se organizou e expandiu, chegando a Roma, centro do mundo conhecido naquela época. Aí vemos o sentido e a missão cristã: levar a boa nova do Evangelho a todos os povos, para que todos possam tomar conhecimento de Jesus e pertencer ao povo de Deus.
  • 57. As Cartas ou Epistolas são escritos dirigidos às primeiras comunidades cristãs. Elas não só nos dão uma ideia dos problemas dessas comunidades, mas nos ajudam também a ver e a nos orientar nos problemas de nossas comunidades atuais.
  • 58. O Apocalipse de são João é um livro escrito em linguagem figurada, porque se dirige aos cristãos em tempo de perseguição. Apresenta Jesus ressuscitado como Senhor da história, e mostra como os cristãos devem anunciá-Lo e testemunhá-Lo sem medo, enfrentando até mesmo a própria morte. O termo apocalipse significa as coisas que acontecerão. O apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse em Pátmos, pequena ilha da Grécia.
  • 59. Para refletir 1. Como são agrupados os livros do NT? 2. Que parte você prefere ler no NT? Por que? 3. Ler e comentar 2Tm 3, 14-17
  • 60. QUARTA PARTE: MODOS DE LER A BÍBLIA As Sagradas Escrituras eram pouco lidas pelos católicos, e, em parte, apesar de muitos passos dados, os católicos ainda não dedicam o tempo que deveriam à leitura e à meditação da Palavra de Deus. Aos poucos, porém, a Palavra de Deus foi aparecendo nos lares e nas comunidades, não como simples enfeite, mas como força iluminadora de uma caminhada de vida. As traduções da Bíblia em português aumentaram. 1. O povo interpreta a Bíblia
  • 61. Os círculos bíblicos se espalharam e a vida concreta vai ensinando a descobrir nas Sagradas Escrituras interpretações jamais pensadas. Em todo esse movimento precisa-se cuidar de não querer espremer a interpretação da Sagrada Escritura dentro de certas normas estabelecidas, seria como tentar canalizar a enchente de um rio.
  • 62. 2. Leitura ingênua da Bíblia Há muitas maneiras de ler, ou seja, de interpretar e compreender a Bíblia. A mais comum, é a leitura ingênua, que toma as coisas como se apresentam, sem espírito crítico. O leitor ingênuo cai facilmente em dois erros fundamentais. Não perceber quanto sua própria realidade e suas ideias influem na leitura. O leitor não critica sua ideia sobre Deus e sobre o ser humano, seu modo de ver a vida e a sociedade, seus problemas e a forma de resolvê-los. Resultado: Acaba procurando e encontrando na Bíblia uma justificativa para seu modo de ver e de viver. A Bíblia perde toda a sua força transformadora, tornando-se apenas um espelho para a autocontemplação.
  • 63. Imaginar que Deus escreveu a Bíblia de próprio punho e a enviou para a terra de modo misterioso. Alguns pensam que Deus ditou a Bíblia letra por letra e os homens em nada colaboraram ou foram somente instrumentos passivos. Resultado: O leitor ingênuo toma tudo ao pé da letra, como se tudo fosse um conjunto de revelações absolutas, inclusive os acentos e as virgulas. Jamais se perguntará pelo significado das imagens literárias e dos diversos modos de expressão, comuns ao povo que vivia 20 ou 30 séculos atrás, mas que agora já não são os nossos.
  • 64. A leitura ingênua leva a uma mistura desordenada de interpretações erradas, exageradas, confusas, misturada à magia e distantes da nossa realidade concreta. É uma leitura que sempre vai sofrer a crítica dos fieis de outras religiões, e principalmente dos que resistem à religião por acharem que as pessoas de fé são muitos infantis.
  • 65. 3. Leitura crítica da Bíblia Criticar é analisar e esmiuçar uma coisa, para compreendê-la melhor. A leitura crítica é o contrário da leitura ingênua: não fica parada na casca, na aparência, mas procura penetrar no texto, a fim de compreendê-lo a partir de dentro e em relação com a situação histórica e social em que ele nasceu. Leitura crítica é o esforço da fé para buscar suas próprias raízes, procurando o projeto que Deus faz e propõe para a realização da vida. Três coisas são necessárias para uma leitura crítica.
  • 66. ▲ Criticar a realidade em que vivemos Nossa vida, sociedade, problemas, lutas, possibilidades, ideias, opções e buscas. Em outras palavras, ter consciência de onde partimos para ler a Bíblia e, o mais importante, saber o que nela procuramos. ▲ Leitura crítica do texto Deixar que o texto fale o que tem a falar, e estar dispostos a que o texto nos ensine algo novo e importante. Para isso é importante analisar e esmiuçar o texto de todos os modos, procurando não só compreender o que está escrito, mas também o que está por trás das palavras. Em resumo: O que o texto queria dizer naquele tempo? E o que nos diz hoje?
  • 67. ▲ Buscar compreender o essencial A Bíblia é a revelação do projeto de Deus, que é liberdade e vida para os seres humanos. - Como o povo daquele tempo compreendeu e viveu esse projeto? - Quais foram as dificuldades e as lutas que tiveram de vencer para conquistar a liberdade e a vida que Deus dá? - Quais as dificuldades e lutas que nós enfrentamos para que o projeto de Deus seja realizado hoje?
  • 68. 4. O lugar social na leitura da Bíblia Pode parecer estranho que se possa ler a Bíblia de diversas maneiras, sendo ela Palavra de Deus. Um dos fatores que leva as pessoas a leituras diferenciadas e até opostas dos textos bíblicos: é o lugar social que estas pessoas ocupam. É como ver tudo na cor dos óculos que se usa. Todos nós temos óculos para ler a Bíblia, queiramos ou não. Quem é rico e mora num bairro nobre da cidade não vai interpretar um texto bíblico da mesma forma que alguém que mora num barraco e não tem dinheiro para o leite das crianças. Por isso pode haver discussões sobre a Bíblia. Tanto assim que muitos, querendo fugir da questão, dizem: “Sobre religião não se discute”.
  • 69. Não existe leitura neutra da Bíblia; nela nos envolvemos com o que somos e o que temos. Se os nossos óculos não forem da mesma cor dos óculos que Deus deu aos escritores da Bíblia, poderemos deturpar tudo o que ali está escrito. E esses óculos Deus os deu aos simples: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado”(Mt 11, 26-26).
  • 70. 5. A ciência ajuda a ler a Bíblia Sabemos que a Bíblia é um livro muito antigo: 20 a 30 séculos nos separam daqueles que a escreveram. Além disso, ela nasceu no Oriente, lugar distante, com geografia, condições sociais e políticas, mentalidade diferentes etc. Seria ingenuidade pensar que a Bíblia é um livro como qualquer outro. Para compreendê-la melhor, temos que fazer muita ginástica para transpor grandes distâncias e dela aproximarmos. É aqui que entra a ciência
  • 71. A ciência ajuda-nos a vencer as distâncias que nos separam do tempo, lugar e condições em que a Bíblia nasceu. Ajuda mas não substitui a própria Bíblia. A ciência é um meio, um instrumento para facilitar a compreensão, mas não substitui a própria leitura da Bíblia, sempre em busca da Palavra de Deus que revela e faz compreender o projeto que Deus faz para que o povo conquiste a liberdade e a vida. Dai que a ciência presta um serviço à leitura crítica, e esta última é uma tarefa continua de todo o povo cristão que procura viver a fé como compromisso com Deus e com o seu projeto.
  • 72. A ciência que se ocupa das coisas da Bíblia chama-se EXEGESE, que significa análise e interpretação do texto. Para fazer esta análise e interpretação, a exegese procura o mais possível reconstituir e aproximar de nós o mundo bíblico, servindo-se de muitas ciências, como história, geografia, arqueologia, filologia, técnica de análise de texto, psicologia, sociologia, antropologia. Todavia, a exegese é e sempre será apenas um instrumento de aproximação, um meio para tornar mais fácil e eficiente a leitura crítica da Bíblia. Sua finalidade é servir à leitura e compreensão da Bíblia e não anulá-las ou substitui-las.
  • 73. 6. A Leitura Orante da Bíblia (Lectio divina) “A leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada pela oração a fim de que se estabeleça o colóquio entre Deus e o homem; pois a Ele falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos” (Dei Verbum, n.25)
  • 74. A leitura orante da Palavra de Deus é um fecundo exercício na vida dos discípulos de Jesus Cristo, constituindo-se como consistente alimento para a fé. Esse insubstituível exercício quotidiano alimenta o espírito e prepara o discípulo para ser anunciador do Evangelho. Esta é a primeira tarefa dos presbíteros; e faz com que o discípulo seja também missionário.
  • 75. “Dentre as muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura, existe uma privilegiada à qual todos somos convidados: a Leitura Orante da Sagrada Escritura, que bem praticada conduz ao encontro com Jesus-Mestre; ao conhecimento do mistério, ao conhecimento do mistério de Jesus- Mestre, à comunhão com Jesus-Filho de Deus e ao testemunho de Jesus-Senhor do universo porque se abriram à experiência da misericórdia do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e O Documento de Aparecida, n.249 diz:
  • 76. Com seus quatro momentos (leitura, meditação, oração, contemplação), a Leitura Orante favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo semelhante ao modo de tantos personagens do Evangelho: Nicodemos e sua ânsia de vida eterna (cf. Jo 3, 1-21), a Samaritana e seu desejo de culto verdadeiro (cf. Jo 4, 1-42), o cego de nascimento e seu desejo de luz interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser diferente (cf. Lc 19, 1-10). Todos eles, graças a esse encontro, foram iluminados e recriados porque se abriram à experiência da misericórdia do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e vida”.
  • 77. Os passos da Leitura Orante da Palavra de Deus 1º Passo LEITURA O que diz o texto? 2º Passo MEDITAÇÃO O que o texto me diz? 3º Passo ORAÇÃO O que o texto me faz dizer a Deus? 4º Passo CONTEMPLAÇÃO Ver a realidade com os olhos de Deus e formular um compromisso de vida
  • 78. QUINTA PARTE ESTUDO DA CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM sobre a Revelação Divina
  • 79.
  • 80. CAPÍTULO I A REVELAÇÃO EM SI MESMA CAPÍTULO II A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA CAPÍTULO III A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURA E A SUA INTERPRETAÇÃO CAPÍTULO IV O ANTIGO TESTAMENTO CAPÍTULO V O NOVO TESTAMENTO CAPÍTULO VI A SAGRADA ESCRITURA NA VIDA DA IGREJA
  • 81. Proposta de trabalho Cada um poderia estudar um capítulo e no próximo encontro relatar: ▲ O que entendeu ▲ O que descobriu ▲ O que foi proveitoso para seu conhecimento e que pode ajudar a se aproximar melhor da Sagrada Escritura.