1. 6 QUESTÕES PARA REAVALIAR O 7 DE
SETEMBRO E A INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL
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6. 1. Como o 7 de setembro foi recebido pelos
contemporâneos?
Não fosse o apoio das elites do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, o Grito do Ipiranga,
não passaria de mais um gesto inconsequente do autoritário Dom Pedro. Outros fatos estavam
em jogo, então.
7. 2. Que fato marcou a independência
do Brasil?
Para o grupo que cercava Dom Pedro, tanto liberais quanto
conservadores, a independência do Brasil já estava consumada bem
antes do Grito do Ipiranga, desde a convocação da Assembleia
Constituinte, em 3 de junho, ou, pelo menos, desde o decreto do dia 1º
de agosto que considerava inimiga as tropas portuguesas no Brasil, e os
dois manifestos seguintes, de 1º e de 6 de agosto de 1822. Os
manifestos Ao Povo Brasileiro (1º de agosto), redigido por Joaquim
Gonçalves Ledo, e Às Nações Amigas (6 de agosto), de José Bonifácio,
são considerados atos de independência do Brasil. Em três trechos de
seu manifesto, Gonçalves Ledo falava em independência do Brasil e
exortava os brasileiros:
“Acordemos, pois generosos habitantes deste vasto e poderoso Império,
está dado o grande passo da vossa Independência (…). Já sois um povo
soberano; já entrastes na grande sociedade das Nações Independentes,
a que tínheis todo o direito.” (Manifesto de 1º de agosto de 1822, citado
por RODRIGUES, 1975).
8. 3. Que ato oficializou a
independência do Brasil?
Aclamação de Dom Pedro Imperador do Brasil no Campo de Santana, Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1822, gravura de Felix Emile Taunay
9. Os manifestos de 1º e 6 de agosto assumiam a
separação como fato consumado e quando, em Sete de
Setembro, o regente proclamou o célebre Grito do
Ipiranga, a independência do Brasil já estava realizada.
Restava agora oficializá-la com a aclamação de Dom
Pedro como imperador constitucional do Brasil. Em
sessão extraordinária da loja maçônica Grande Oriente
do Brasil, no dia 9 de setembro de 1822, Gonçalves
Ledo propôs que a aclamação ocorresse em 12 de
outubro daquele ano, data em que o imperador
completava 24 anos de idade. Propôs, ainda, que
fosse realizada uma grande festa cívica, com intensa
participação do povo. O evento foi minuciosamente
descrito nos jornais da corte e ecoou em diversos
pontos do país que tinham aderido à independência do
Brasil.
10. 4. Reviravolta conservadora: inaugurada a
“teoria da conspiração” na História do Brasil
● No dia 19 de outubro de 1822, um artigo no
Correio do Rio de Janeiro, alertou os
conservadores dos perigosos excessos
liberais. O artigo chamava Dom Pedro de
“um puro democrata” – expressão ofensiva
porquê associada a revolução e república
e, portanto, uma ameaça à monarquia e à
dinastia. José Bonifácio propôs medidas
repressivas violentas contra os liberais
radicais sob acusação de demagogos,
anarquistas e republicanos. Em 2 de
novembro, uma devassa apontou os
culpados e eles foram punidos com
severidade. “Foram arrastados aos
cárceres”, escreveu Tobias Monteiro,
“deportados, fugitivos, grande parte dos
homens que tinham promovido e feito
triunfar a independência”: José Clemente
Pereira, Alves Branco Muniz Barreto,
Gonçalves Ledo, General Nóbrega, Cônego
Januário e Padre Lessa.
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12. Os manifestos de 1º e 6 de agosto assumiam a
separação como fato consumado e quando, em Sete de
Setembro, o regente proclamou o célebre Grito do
Ipiranga, a independência do Brasil já estava realizada.
Restava agora oficializá-la com a aclamação de Dom
Pedro como imperador constitucional do Brasil. Em
sessão extraordinária da loja maçônica Grande Oriente
do Brasil, no dia 9 de setembro de 1822, Gonçalves
Ledo propôs que a aclamação ocorresse em 12 de
outubro daquele ano, data em que o imperador
completava 24 anos de idade. Propôs, ainda, que
fosse realizada uma grande festa cívica, com intensa
participação do povo. O evento foi minuciosamente
descrito nos jornais da corte e ecoou em diversos
pontos do país que tinham aderido à independência do
Brasil.
13. 5. Uma coroação para oficializar a
independência do Brasil
Cerimônia de coroação de Dom Pedro I, Imperador do Brasil, 1822, por J. B. Debret, 1839.
14. ● Escolheu-se o dia 1º de dezembro de 1822
para a cerimônia de sagração,
entronização e coroação de Dom Pedro.
O cerimonial foi organizado por uma
comissão composta entre outros, por José
Bonifácio, ministro do Império.
● Curiosamente, nenhuma das datas –
aclamação e coroação –, entrou no
calendário de festas cívicas. No ano
seguinte, o dia de gala comemorado pela
Corte foi o Sete de Setembro, data que
valorizava o papel do Imperador como
artífice e herói da independência do Brasil.
15. 6. Por que Império/imperador e não
reino/rei?
Pano de boca executado para a representação dada no Teatro da Corte por ocasião da coroação
de Dom Pedro I, Imperador do Brasil, 1822, por J. B. Debret, 1839.
16. Afinal, o que é império?
Segundo Gustavo de Freitas: Império: 1-
Regime monárquico em que o rei toma o nome
de imperador pelo Estado que ele governo ser
uma potência política constituída de vários
territórios. 2- Estado com a categoria de
potência, formado por nações, povos ou
populações e territórios diferentes, sob o
domínio ou hegemonia de um deles, quer o
chefe do Estado dominante tenha, quer não
tenha, o título de imperador. (FREITAS,
Gustavo de. Vocabulário de História. Lisboa:
Plátano, s/d.)
17. ● Segundo Rodrigues, a ideia de dar a Dom Pedro o título
de imperador e não de rei, vinha da maçonaria, onde
predominavam as ideias liberais. O termo rei estava
fortemente associado às monarquias absolutistas, de
poder por direito divino. Aclamado imperador, Dom
Pedro subia ao trono pela soberania popular tal como
Napoleão, cujo título foi-lhe dado pelos deputados e
confirmado por um plebiscito em 1804.
● Os títulos Império e imperador tinham, ainda, outros
motivos, subjetivos, mas ainda assim poderosos: eles
pareciam mais apropriados para um pais tão grande
e envaideciam o povo brasileiro. José Bonifácio
justifica que uma das principais razões para Dom Pedro
assumir prontamente o título de imperador, era que ele
se apresentava como uma autoridade superior,
emanada da vontade direta do povo, e, portanto, acima
da Assembleia Geral.