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"Criança: futuro consumidor
A propaganda é a principal arma das grandes empresas. Disseminada emtodos os meios de
comunicação, a ampla visibilidade publicitária atinge seu principal objetivo: expor um produto e
explicar sua respectiva função. No entanto, essa mesma função é distorcida por anúncios
apelativos, que transformam em sinônimos o prazer e a compra, atingindo principalmente as
crianças.
As habilidades publicitárias são poderosas. O uso de ídolos infantis, desenhos animados e trilhas
sonoras induzem a criança a relacionar seus gostos a vários produtos. Dessa maneira, as indústrias
acabam compartilhando seus espaços; como exemplo as bonecas Monster High fazendo
propaganda para o fast food Mc Donalds. A falta de discussão sobre o assunto é evidenciada pelas
opiniões distintas dos países. Conforme a OMS, no Reino Unido há leis que limitam a publicidade
para crianças como a que proíbe parcialmente – em que comerciais são proibidos em certos
horários -, e a que personagens famosos não podem aparecer em propagandas de alimentos
infantis. Já no Brasil há a autorregulamentação, na qual o setor publicitário cria normas e as
acorda com o governo, sem legislação específica.
A relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças perdem a noção do
limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz que tudo é possível. Como forma de
solucionar esse conflito, o governo federal pode criar leis rígidas que restrinjam a publicidade de
bens não duráveis para crianças. Alémdisso, as escolas poderiam proporcionar oficinas chamadas
de “Consumidor Consciente” em que diferenciam consumo e consumismo, ressaltando a real
utilidade e a durabilidade dos produtos, com a distribuição de cartilhas didáticas introduzindo os
direitos do consumidor. Esse trabalho seria efetivo aliado ao diálogo com os pais.
Sérgio Buarque de Hollanda constatou que o brasileiro é suscetível a influências estrangeiras, e a
publicidade atual é a consequência direta da globalização. Por conseguinte é preciso que as
crianças, desde pequenas, saibamdiferenciar o útil do fútil, sendo preparados para analisar
informações advindas do exterior no momento em que observarem as propagandas."
"Responsabilidade social
A Revolução Técnico-Científica do século XX inaugurou a Era da Informação e possibilitou a
divulgação de propagandas nos meios de comunicação, influenciando o consumo dos indivíduos
de diferentes faixas etárias. Nesse contexto, a publicidade destinada ao público infantil é motivo
de debates entre educadores e psicólogos no território nacional. Assim, a proibição parcial da
divulgação de produtos para as crianças é essencial para um maior controle dos pais e para um
menor abuso de grandes empresas sobre os infantes.
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Os indivíduos com idade pouco avançada, em sua maioria, ainda não possuem condições
emocionais para avaliar a necessidade de compra ou não de determinado brinquedo ou jogo. Isso
porque eles não desenvolveram o senso crítico que possibilita uma escolha consciente e não
impulsiva por um produto, como já observou Freud em seus estudos sobre os desejos e impulsos
do homem. Consequentemente, os pais, principais responsáveis pela educação dos filhos, devem
ter o controle sobre o que é divulgado para eles, pois possuem maior capacidade para enxergar
vantagens e desvantagens do que é anunciado.
Além disso, pela pouca maturidade, as crianças são facilmente manipuláveis pela mídia. Isso
ocorre por uma crença inocente em imagens meramente ilustrativas, que despertam a imaginação
e promovem o deslocamento da realidade, deixando a sensação de admiração pelo produto.
Como consequência, empresas interessadas na venda em larga escala e no lucro aproveitam esse
quadro para divulgar propagandas enganosas, em muitos casos.
Portanto, é fundamental uma regulação da publicidade infantil, permitindo-se o controle de
responsáveis e impedindo-se ações irresponsáveis de muitas empresas. Faz-se necessário, então,
que propagandas com conteúdo infantil sejamdirecionadas aos responsáveis em horários mais
adequados, à noite, por exemplo, evitando-se o consumo excessivo dos anúncios pelas crianças.
Ademais, o Governo Federal deve promover uma central nacional de reclamações para denúncias
de pais, via internet ou telefonema, que avaliemdeterminada informação como abusiva ou
desnecessária na mídia. Assim, infantes viverão com maior segurança e proteção."
O tema da Redação Enem 2015 foi ‘A persistência da violência contra a mulher na sociedade
brasileira’. Veja o texto dissertativo argumentativo que ganhou a nota máxima:
A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente.
Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas desta questão. Neste
sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico-cultural e o desrespeito às leis.
Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Comprova-se
isso pelo fato de elas poderem exercer direitos, ingressaremno mercado de trabalho e
escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto.
Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres corroboram a ideia
de que elas são vítimas de um histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista prevaleceu ao
longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, mesmo que de forma
implícita, à primeira vista.
Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei, independente de
cor, raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê mesmo salário para mesma
função, também garantidas por lei. No entanto, o que se observa em diversas partes do país, é a
gritante diferença entre os salários de homens e mulheres, principalmente se estas forem negras.
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Esse fato causa extrema decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem
ter a quem recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para corrigir a problemática.
Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, tanto
física quanto moral, criando campanhas de combate à violência, além de impor leis mais rígidas e
punições mais severas para aqueles que não as cumprem. Some-se a isso investimentos em
educação, valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar cidadãos
comprometidos em garantir o bem-estar da sociedade como um todo.
A mulher vem, ao longo dos séculos XX e XXI, adquirindo valiosas conquistas, como o direito de
votar e ser votada. Entretanto, a violência contra este gênero parece não findar, mesmo com a
existência de dispositivos legais que protegem a mulher. A diminuição dos índices deste tipo de
violência ocorrerá no momento em que os dispositivos legais citados passarema ser realmente
eficazes e o machismo for efetivamente combatido, desafios esses que precisamser encarados
tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil.
A Lei Maria da Penha e a Leio do Feminicídio, por exemplo, são dispositivos legais que protegem a
mulher. Entretanto, estes costumam ser ineficazes, visto que a população não possui
esclarecimentos sobre eles. Dessa forma, muitas mulheres são violentadas diariamente e não
denunciam por não terem conhecimento sobre as ditas leis e os agressores, por sua vez, persistem
provocando violências físicas, psicológicas, morais, etc., por, às vezes, não saberem que podem ser
seriamente punidos por suas ações.
Somado a isso, o machismo existente na sociedade brasileira contribui decisivamente para essa
persistência. Na sociedade de caráter patriarcal em que vivemos é passado, ao longo das gerações,
valores que propagam a ideia de que a mulher deve ser submissa ao homem. Essa ideia é
reforçada pela mídia ao apresentar, por exemplo, a mulher com enorme necessidade de casar, e,
quando consegue, ela deve ser grata ao homem, submetendo-se, dessa forma, às suas vontades.
Com isso, muitos homens crescem com essa mentalidade, submetendo assim, suas esposas aos
mais diversos tipos de violência.
Visto isso, faz-se necessária a reversão de tal contexto. Para isso, é preciso que o Poder Público
promova palestras em locais públicos nas cidades brasileiras a fimde esclarecer a população sobre
os dispositivos legais existentes que protegem a mulher, aumentando, desse modo, o número de
denúncias. Aliado a isso, é preciso que as escolas, junto com a equipe de psicólogos, promovam
campanhas, palestras, peças teatrais, etc. , que desestimulem o machismo entre crianças e
adolescentes para que, a longo prazo, o machismo na sociedade brasileira seja findado. Somado a
isso, a população pode pressionar a mídia através das redes sociais, por exemplo, para que ela
passe a propagar a equidade entre gêneros e pare de disseminar o machismo na sociedade.
violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas.
De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em
230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de
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outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se
analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá
porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às
mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se
mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de
se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser
como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres são
naturalizados, pois estavamdentro da construção social advinda da ditadura do patriarcado.
Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais
existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.
Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da
superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no cotidiano dos
brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o
homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa
maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por
estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou
companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às
autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultama
erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é
necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para
promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais
para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo
crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a
reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o
Brasil.
2014-Publicidade infantil em questão no Brasil".
O verdadeiro preço de um brinquedo-
É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens
famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa
faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público,
surge a pergunta: as crianças estariampreparadas para o bombardeio de consumo que as
propagandas veiculam?
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais
artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII,
disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso
ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são
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capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um
anúncio ou uma retórica bem estruturada.
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa
etária seguemum certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em
grupo, utilizando o produto em questão.Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a
mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou
não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo
interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fimde limitar, como já
acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição
de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa
etária em escolas, comprofessores que abordem esse assunto de forma compreensível e
responsável. Só assimconstruiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus
produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.
O verdadeiro preço de um brinquedo
É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens
famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa
faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público,
surge a pergunta: as crianças estariampreparadas para o bombardeio de consumo que as
propagandas veiculam?
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais
artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII,
disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso
ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são
capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um
anúncio ou uma retórica bem estruturada.
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa
etária seguemum certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em
grupo, utilizando o produto em questão.Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a
mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou
não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo
interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fimde limitar, como já
acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição
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de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa
etária em escolas, comprofessores que abordem esse assunto de forma compreensível e
responsável. Só assimconstruiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus
produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.
Consumidores do futuro
De acordo com o movimento romântico literário do século XIX, a criança era um ser puro. As
tendências do Romantismo influenciavam a temática poética brasileira através da idealização da
infância. Indo de encontro a essa visão, a sociedade contemporânea, cada vez mais, erradica a
pureza dos infantes através da influência cultural consumista presente no cotidiano. Nesse
contexto, é preciso admitir que a alegação de uma sociedade conscientizada se tornou uma
maneira hipócrita de esconder os descaso emrelação aos efeitos da publicidade infantil no país.
Em primeiro plano, deve-se notar que o contexto brasileiro contemporâneo é baseado na lógica
capitalista de busca por lucros e de incentivo ao consumo. Esse comportamento ganancioso da
iniciativa privada é incentivado pelos meios de comunicação, que buscam influenciar as crianças
de maneira apelativa no seu dia-a-dia. Além disso, a ausência de leis nacionais acerca dos anúncios
infantis acaba por proporcionar um âmbito descontrolado e propício para o consumo. Desse
modo, a má atuação do governo em relação à publicidade infantil resulta em um domínio das
influências consumistas sobre a geração de infantes no Brasil.
Por trás dessa lógica existe algo mais grave: a postura passiva dos principais formadores de
consciência da população. O contexto brasileiro se caracteriza pela falta de preocupação moral nas
instituições de ensino, que focam sua atuação no conteúdo escolar em vez de preparar a geração
infantil com um método conscientizador e engajado. Ademais, a família brasileira pouco se
preocupa em controlar o fluxo de informações consumistas disponíveis na televisão e internet.
Nesse sentido, o despreparo das crianças em relação ao consumo consciente e às suas
responsabilidades as tornam alvos fáceis para as aquisições necessárias impostas pelos anúncios
publicitários.
Torna-se evidente, portanto, que a questão da publicidade infantil exige medidas concretas, e não
um belo discurso. É imperioso, nesse sentido, uma postura ativa do governo em relação à
regulamentação da propaganda infantil, através da criação de leis de combate aos comerciais
apelativos para as crianças. Alémdisso, o Estado deve estimular campanhas de alerta para o
consumo moderado. Porém, uma transformação completa deve passar pelo sistema educacional,
que em conjunto com o âmbito familiar pode realizar campanhas de conscientização por meio de
aulas sobre ética e moral. Quem sabe, dessa forma, a sociedade possa tornar a geração infantil
uma consumidora consciente do futuro, semperder a pureza proposta pelo Movimento
Romântico.
Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado
Enem 2011
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-
aluna Jéssica Santiago Cury
A internet pode ser considerada uma das ma
iores conquistas do homem no
século XXI, p
ois torna acessíveis
informações de diversas áreas desde a política até a
cultura de diferentes povos para toda a população. Além disso, pode ser vista como
uma forma de socialização com indivíduos de diferentes lu
gares por meio dos sites de
relacionamentos. Porém, sua utilização torna
-
se perniciosa quando ultrapassa os
limites da vida pública e invade o meio privado de uma pessoa.
O acesso à rede traz diversos benefícios à população, porém muitas pessoas a
utiliza
m
como um meio de afetar o respeito e a dignidade de outros indivíduos perante
a sociedade. Eles usamos sites de relacionamentos, como por exemplo: “Facebook” e
“Orkut” e publicam fotos e vídeos os quais comprometem a imagem de alguém.
A utilização impró
pria da internet pode até desqualificar uma pessoa no mercado
de trabalho, principalmente aqueles que usam desse meio para sobreviver como
alguns atores e cantores. Quando publicado algo de sua vida privada e se a sociedade
julgar errado ou for contrária a
os princípios das instituições estabelecidas, degradam
sua imagem e, concomitantemente, seu serviço.
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Portanto, para que a internet não seja vista como um meio pernicioso para a população
é necessária uma conscientização popular sobre sua utilização. Essa
ação pode ser
por meio de políticas públicas e da própria
sociedade como as ONGs. Com isso, o
acesso à rede trará somente benefícios, como aconteceu no Oriente Médio durante a
Primavera Árabe em que os sites de relacionamentos conseguiram disseminar ideai
s
ejamos, agora, uma redação sobre esse tema considerada de excelente nível.
Redes sociais: o uso exige cautela
Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso, que
se tornam cada vez mais comuns.
Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do
mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma página
nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado. Através desse
novo meio as pessoas fazemamizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões,
organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e,
literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão
para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem.
Não saber os limites da nossa exposição nas redes virtuais pode nos custar caro e colocar em risco
a integridade da nossa imagem perante a sociedade. Afinal, a partir do momento em que
colocamos informações na rede, foge do nosso controle a consciência das dimensões de até onde
elas podem chegar. Sendo assim, apresentar informações pessoais emtais redes pode nos tornar
um tanto quanto vulneráveis moralmente.
Percebemos, portanto, que o novo fenômeno das redes sociais se revela como uma eficiente e
inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta
perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas
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“jogando” na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto
para denegrir a imagem de outros, o que, sem dúvidas, é um grande problema.
Dado isso, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena
consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo,
bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possa ser prejudicada. Isso
poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais
através das redes sociais, afinal, se essas revelaramsua eficiência e sucesso como objeto da
comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de
seu uso e os cuidados necessários para tal.
O tema de redação do Enem 2006 foi “O poder de Transformação da Leitura”.
Abaixo, nós separamos dois exemplos de redações que receberam nota máxima na avaliação do
Enem 2006:
1- Ler para Compreender (Título da redação apresentada no Enem 2006)
Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de boa formação e
informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo, quem pratica a leitura está
fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica.
A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar. Com a sua prática
freqüente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva. Pessoas que não possuem esse hábito
ficampresas a gestos e formas rudimentares de comunicação.
Isso tudo é comprovado por meio de pesquisar as quais revelam que, na maioria dos casos,
pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem um bom acervo léxico e, por isso,
entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando cargos de diretoria.
Porém, conter um bom vocabulário não torna-se (sic) o único meio de “vencer na vida”. É preciso
ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar situações.
Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente
e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e sermos compreendidos sem sabermos
utilizar a comunicação de forma correta e, portanto, torna-se indispensável a intimidade com a
leitura.
Redação apresentada no Enem 2006
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2- Benefícios da leitura (Título da redação apresentada no Enem 2006)
Como a leitura pode transformar nossa realidade? A leitura é extremamente importante, não
apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos um
acesso a um mundo de informações, idéias e sonhos. Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar
que a imaginação desenhe situações e lugares desconhecidos e isto é um direito de todos.
A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas
dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista de circulação nacional atribuiu à leitura,
a importância de agente fundamental para a transformação social do nosso país. Através do
conhecimento da língua, todos tem (sic) acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião
sobre os acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande transformação
social do Brasil.
Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicamque crianças que
tem (sic) o hábito da leitura incentivado durante toda a vida escolar desenvolvem seu senso crítico
e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O analfabetismo, um dos grandes obstáculos
da educação no Brasil está sendo combatido com a educação de jovens e adultos, mas a
tecnologia está afastando nossas crianças dos livros.
Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma incrível viagem
espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso conhecimento, desenvolve a nossa
criatividade e nos desperta para um mundo de palavras e com elas construímos o que gostamos, o
que queremos e o que sonhamos
Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado, mas cabe a nós
dedicarmos um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar nossos amigos, filhos ou irmãos a
se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso conhecimento para fazer de nossa cidade,
estado ou país, um lugar melhor para se viver.
Redação apresentada no Enem 2006
tema de redação do Enem 2007 foi “O Desafio de se Conviver com as Diferenças”.
Abaixo, nós separamos dois exemplos de redações que receberam nota máxima na avaliação do
Enem 2007:
1- A Necessidade das Diferenças (Título da redação apresentada no Enem 2007)
De acordo com a Teoria da Educação das Espécies, o que possibilita a formação do mundo como
conhecemos hoje foi a sobrevivência dos mais aptos ao ambiente. A seleção natural se baseia na
escolha das características mais úteis. Estas somente se originam a partir das diferenças
determinadas por mutações em códigos genéticos com o passar do tempo.
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Se no âmbito Biológico as variações são imprescindíveis à vida, no sociológico não é diferente.
Uma vez todos iguais, seriamos atingidos pelos mesmos problemas sem perspectiva de resolução,
já que todas as idéias seriamsemelhantes.
A maioria das pessoas está inserida emum contexto social. Contudo grandes inovações se fazem a
partir do reconhecimento da individualidade de seus integrantes. Assimé de nossa
responsabilidade respeitar nossos semelhantes independentes do sexo, raça, idade, religião, visto
que dependemos mutuamente.
Obviamente nem todas as diferenças são benéficas. Por exemplo, a diferença entre classes sociais
não poderia assumir tal demissão. Para somá-la, necessitamos de uma melhor distribuição de
renda aliada a oportunidades de trabalho, educação e saúde para todos.
Devemos nos conscientizar que somos todos iguais emespécie mas conviver com as diferenças
(por mais difícil que pareça), pois elas nos enriquecem como pessoas. Nossos esforços devem ser
voltados contra discriminações anacrônicas e vis, como o racismo ou perseguições religiosas. Estas
não nos levam a lugar algum, apenas nos desqualificamcomo seres humanos.
Redação apresentada no Enem 2007
2- O valor da diferença (Título da redação apresentada no Enem 2007)
O desafio de se conviver com a diferença na sociedade é complicado, mas necessário. Diante da
grande pluralidade cultural e étnica que se choca com freqüência no mundo globalizado é preciso,
além de tolerância, respeito incondicional aos direitos humanos.
Diariamente, nos deparamos com pessoas das mais variadas culturas, opiniões e classes sociais.
Muitas vezes, são nossos vizinhos, colegas e amigos. Essa convivência enriquece nossas vidas, pois
aprendemos a respeitar o nosso próximo, nos tornando pessoas mais fraternas. Porém nem
sempre essa relação acontecem facilmente fatos divulgados pela mídia nos mostram que, para
alguns ainda, a simples diferença fenotipica gera discriminação e violência, como no caso do
brasileiro que foi confundido com um terrorista em Londres. Ele foi brutamente exterminado pela
policia inglesa por ter feições diferentes da maioria dos britânicos.
Para o bom funcionamento das sociedades, a diferença precisa ser respeitada. Nas relações
econômicas internacionais, se lida com diferentes culturas ao menos tempo. Não há espaço para
discriminação para quem quer ser competitivo no mercado.
É imprescindível que a convivência com a diferença aconteça de maneira saudável. O valor da vida
humana independe dos nossos credos ou cor. Além de garantir o convívio entre as pessoas, tolerar
as diferenças nos coloca no caminho da prosperidade, fortalecendo a esperança de viver num
mundo melhor.
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Redação apresentada no Enem 2007
Enem 2008: Veja o tema de redação e um exemplo de texto que recebeu nota máxima (clique
para expandir)
O tema de redação do Enem 2008 foi “A máquina de chuva da Amazônica e sua relevância
ambiental e econômica para o Brasil”.
Abaixo, nós separamos um exemplo de redação que recebeu nota máxima na avaliação do Enem
2008:
1- Homeostase ecológica (Título da redação apresentada no Enem 2008)
Um estudo feito pelo respeitado cientista brasileiro Enéas Salati concluiu que a Amazônia tem
importante papel na manutenção do ciclo hidrológico da área entre o oceano Atlântico e o Peru. A
excessiva exploração sofrida pela floresta atualmente, portanto, pode degradar o ciclo e
prejudicar safras agroindustriais, bem como a geração de energia hidrelétrica na região. Seja pelos
prejuízos socioeconômicos ou por pura consciência ambiental, o fato é que já passamos da hora
de agir. Nesse contexto, para garantir o equilíbrio financeiro e ecológico do país, são necessários o
aumento da fiscalização e a aplicação de multas severas aos desmatamentos ilegais.
A importância ecológica da Amazônia para o Brasil e para o mundo é reconhecida por todos, leigos
ou especialistas. Fauna e flora locais contêm espécies tão diversificadas quanto raras, elementos
fundamentais em um sistema que, afetado, tem como conseqüência direta o desequilíbrio do ciclo
hidrológico de uma região de milhares de quilômetros – e milhões de seres humanos. Sem dúvida,
a manutenção de importantes atividades econômicas, como o agronegócio e a geração de energia
hidrelétrica, só será possível se a floresta for mais respeitada, já que alterações no período de
precipitações prejudicam as plantações de soja e cana-de-açúcar presentes no local, além de
alterarem o funcionamento das usinas.
Tendo em vista tais perdas, é preciso elaborar medidas que garantam a proteção ambiental e o
benefício humano. Uma solução é o aumento da fiscalização sobre a região da mata. Para isso, as
forças armadas brasileiras podem exercer importante papel, tanto pela ocupação de certas áreas
quanto por meio de sobrevôos, que permitiriam uma visão ampla. Da mesma forma, o poder
público deve fazer controle severo na regulamentação de empresas instaladas no local, evitando a
extração indevida dos recursos naturais. Nesse contexto, a aplicação de multas severas aos que
promoverem o desmatamento ilegal seria imprescindível para a preservação da floresta.
Por maior que seja o esforço despendido nessas fiscalizações e punições, porém, seus efeitos
seriam limitados devido à necessidade de cobertura de uma área tão extensa e densa. Nessa
perspectiva, faz sentido pensar que o longo caminho para preservar o maior patrimônio brasileiro
precisa de soluções complementares, como a criação de selos de qualidade para objetos feitos
com madeira extraída legalmente da floresta. Isso pode propiciar uma espécie de boicote
consciente da população a madeireiras ilegais e, assim, tornar mais justificada a desejável
aceleração do processo de reflorestamento, outra medida imprescindível.
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A questão do desequilíbrio do ciclo hidrológico amazônico, portanto, precisa ser encarada como
prioritária pelo poder público e pela própria sociedade. Nesse enquadre, realmente eficiente seria
promover uma profunda reeducação da população, ensinando a crianças e adultos os impactos
provocados pela destruição da floresta. Campanhas na imprensa e projetos nas escolas poderiam
ajudar na criação dessa consciência ambiental, que já faz parte do discurso cotidiano, mas ainda
precisa se inserir de verdade nos hábitos e nas posturas de cada cidadão. Eis o nosso caminho para
a homeostase ecológica.
Redação apresentada no Enem 2008
Texto extraído do ENEM 2012 – Guia do Participante.
Análise da Redação
Parágrafo 1: Construído com dois períodos, o parágrafo introdutório traz a apresentação do tema
e deixa subentendida a tese do autor ao se referir à importância das redes sociais para a
comunicação humana na vida moderna. Antes, o produtor textual se utilizou de sua bagagem
cultural e relacionou algumas “maneiras” que o homem criou para colocar em prática essa
comunicação, ou seja, “cartas, telegramas e telefonemas”, aparecendo, aí, implicitamente, o seu
ponto de vista sobre o tema.
Parágrafo 2: Elaborando um perfeito Tópico Frasal, o candidato inicia o primeiro parágrafo do
Desenvolvimento citando alguns exemplos de redes sociais para, em seguida, fazer a apresentação
seu primeiro argumento: “… não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar
integrado ao atual mundo globalizado.” Em seguida, desenvolve o seguinte argumento: “… as
pessoas fazemamizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam
movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e, literalmente, se
mostram para a sociedade.” No último período, existe uma sinalização para os aspectos negativos
que serão tratados no próximo parágrafo.
Parágrafo 3: Em outro bem elaborado Tópico Frasal, o produtor cita um novo argumento, que é a
extrapolação dos limites de exposição do usuário, desenvolve-o ao dizer que as informações
publicadas fogem ao nosso controle e conclui refletindo sobre o perigo de ficarmos vulneráveis
moralmente a essa situação.
Parágrafo 4: Aqui, ocorre o término da argumentação, quando o candidato cita os dois aspectos
fundamentais na discussão do uso das redes sociais, ou seja, o fato de elas serem eficientes e
14
inovadoras e, ao mesmo tempo, representarem um perigo à imagem das pessoas e as
consequências advindas dessa exposição excessiva.
Parágrafo 5: Na Conclusão, aparece uma sugestão para resolução do problema em “… é essencial
que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar
pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso…”. Em outros
concursos e exames que exigem uma produção textual, bastaria esse posicionamento do
candidato, mas, no ENEM, é imprescindível a apresentação de uma Proposta de Intervenção, e ela
está presente em “Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias
comunidades virtuais através das redes sociais.”
Sem dúvida, uma produção textual que revela competência textual do candidato. Necessário
ressaltar que a Variante Padrão da Língua Portuguesa foi utilizada adequadamente, ocorrendo
falhas, apenas, na ausência de vírgulas, no segundo período, do primeiro parágrafo, após a palavra
“recente”, e no último período, do segundo parágrafo, depois da palavra “momento”. E não
deveria existir, no último período, do último parágrafo, após a palavra “país”. Esses desvios, no
entanto, não prejudicaram o conjunto da obra.
2009: tema "O indivíduo frente à ética nacional"
Lágrimas de crocodilo
O Brasil tem enfrentado, com frequência, problemas sérios e até constrangedores, como os
elevados índices de violência, pobreza e corrupção – três mazelas fundamentais que servem para
ilustrar uma lista bem mais longa. Porém, mesmo diante dessa triste realidade, boa parte dos
brasileiros parece não se constranger – e, talvez, nem se incomodar –, preferindo fingir que nada
está ocorrendo. Em um cenário marcado pela passividade, é preciso que a sociedade se posicione
frente à ética nacional, de forma a honrar seus direitos e valores humanos e, assim, evitar o pior.
Na época da ditadura militar, grande parte da população vivia inconformada com a atuação de um
governo opressor, afinal, com as restrições à liberdade de expressão, não era possível emitir
opiniões sem medir os riscos de violentas repressões. Apesar de uma conjuntura tão desfavorável
para manifestações, muitos foram os movimentos populares em busca de mudanças, mesmo com
as limitações na atuação da mídia. Talvez a sensação de um Brasil melhor hoje ajude a explicar a
inércia da sociedade diante da atual crise de valores na política e em todas as camadas da
população.
Muitos não percebem, mas esse panorama cria um paradoxo perverso: depois de tanto sangue
derramado pelo direto de expressar opiniões e participar das decisões políticas, o indivíduo se cala
diante da crise moral contemporânea. Nesse contexto, protestos se transformam em lamúrias,
lamentações em voz baixa, que ninguém ouve – e talvez nem queira ouvir. Ou então em piadas,
“ótimo” recurso cultural para sorrir e se alienar frente à falta de uma postura virtuosa. Assim,
apesar de viver em um país democrático, o brasileiro guarda seus direitos – e os dos outros – no
bolso da calça, pelo menos quando tem uma para vestir.
15
Para que o indivíduo não se dispa de sua cidadania, é preciso honrar o sistema democrático do
país. Nesse contexto, o povo deve ir às ruas, de modo pacífico, para exigir uma mudança de
postura do poder público. Além disso, a mobilização deve agir na direção de quem mais necessita,
ajudando, educando e oferecendo oportunidades para excluídos, que vivem à margem da vida
social, abaixo da linha da humanidade. Para tudo isso, entretanto, é preciso uma mudança prévia
de mentalidade, uma retomada de valores humanos esquecidos, que só será possível com a ajuda
da família, das escolas e até mesmo da mídia.
Por tudo isso, fica claro que o brasileiro deve parar de negar e de rir do evidente problema ético
que enfrenta. Trata-se de questões sérias, cujas soluções são difíceis e demoradas, mas não
impossíveis. Se a sociedade não se mobilizar imediatamente, chegará o dia em que as piadas
alienadas e alienantes resultarão, para a maioria, em risadas de hiena. E, para a minoria
privilegiada, imune – ou beneficiada? – à crise ética, restarão apenas olhos marejados.
www.correio24horas.com.br
Análise da Redação
Parágrafo 1: Tópico frasal construído com muita competência. Observe que os três períodos
apresentam uma Introdução, um Desenvolvimento e uma Conclusão, nos quais são apresentados
o Tema da redação – “O indivíduo frente à ética nacional” – e a Tese do autor sobre o tema “… é
preciso que a sociedade se posicione frente à ética nacional, de forma a honrar seus direitos e
valores humanos e, assim, evitar o pior.”
Parágrafo 2: Começa o produtor textual a relacionar seus argumentos que irão embasar sua Tese.
E começando muito bem, pois busca em seu repertório cultural uma informação histórica que
enaltece o comportamento do brasileiro no período ditatorial no País, emitindo uma comparação
com os tempos atuais.
Parágrafo 3: Aqui, o candidato amplia sua reflexão sobre o comportamento do brasileiro,
apontando sua estranheza sobre a acomodação da sociedade brasileira, numa época em que
vivemos uma democracia plena.
Parágrafo 4: No último parágrafo do Desenvolvimento, o produtor textual sugere qual deve ser o
comportamento político do brasileiro, além de já apresentar sua visão humanista – fundamental
na redação do ENEM! –, sobre o problema, ao citar que “… a mobilização deve agir na direção de
quem mais necessita, ajudando, educando e oferecendo oportunidades para excluídos, que vivem
à margem da vida social, abaixo da linha da humanidade.”
Parágrafo 5: Na Conclusão, outro exemplo de um perfeito Tópico Frasal apresentando sua
Proposta de intervenção “Se a sociedade não se mobilizar imediatamente, chegará o dia em que
as piadas alienadas e alienantes resultarão, para a maioria, em risadas de hiena.” e um período
16
finalizador construído com refinamento textual: “E, para a minoria privilegiada, imune – ou
beneficiada? – à crise ética, restarão apenas olhos marejados.”
Acrescente-se o uso correto da Variante Padrão da Língua Portuguesa e, também, a precisão na
construção da Coerência e da Coesão textuais.
Realmente, um texto merecedor de alta pontuação, haja vista que o ENEM exige dos candidatos
competências relativas aos conteúdos disciplinares do Ensino Médio. É bom não esquecer!
Abraços,
Paulo Jorge

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Criança

  • 1. 1 "Criança: futuro consumidor A propaganda é a principal arma das grandes empresas. Disseminada emtodos os meios de comunicação, a ampla visibilidade publicitária atinge seu principal objetivo: expor um produto e explicar sua respectiva função. No entanto, essa mesma função é distorcida por anúncios apelativos, que transformam em sinônimos o prazer e a compra, atingindo principalmente as crianças. As habilidades publicitárias são poderosas. O uso de ídolos infantis, desenhos animados e trilhas sonoras induzem a criança a relacionar seus gostos a vários produtos. Dessa maneira, as indústrias acabam compartilhando seus espaços; como exemplo as bonecas Monster High fazendo propaganda para o fast food Mc Donalds. A falta de discussão sobre o assunto é evidenciada pelas opiniões distintas dos países. Conforme a OMS, no Reino Unido há leis que limitam a publicidade para crianças como a que proíbe parcialmente – em que comerciais são proibidos em certos horários -, e a que personagens famosos não podem aparecer em propagandas de alimentos infantis. Já no Brasil há a autorregulamentação, na qual o setor publicitário cria normas e as acorda com o governo, sem legislação específica. A relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças perdem a noção do limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz que tudo é possível. Como forma de solucionar esse conflito, o governo federal pode criar leis rígidas que restrinjam a publicidade de bens não duráveis para crianças. Alémdisso, as escolas poderiam proporcionar oficinas chamadas de “Consumidor Consciente” em que diferenciam consumo e consumismo, ressaltando a real utilidade e a durabilidade dos produtos, com a distribuição de cartilhas didáticas introduzindo os direitos do consumidor. Esse trabalho seria efetivo aliado ao diálogo com os pais. Sérgio Buarque de Hollanda constatou que o brasileiro é suscetível a influências estrangeiras, e a publicidade atual é a consequência direta da globalização. Por conseguinte é preciso que as crianças, desde pequenas, saibamdiferenciar o útil do fútil, sendo preparados para analisar informações advindas do exterior no momento em que observarem as propagandas." "Responsabilidade social A Revolução Técnico-Científica do século XX inaugurou a Era da Informação e possibilitou a divulgação de propagandas nos meios de comunicação, influenciando o consumo dos indivíduos de diferentes faixas etárias. Nesse contexto, a publicidade destinada ao público infantil é motivo de debates entre educadores e psicólogos no território nacional. Assim, a proibição parcial da divulgação de produtos para as crianças é essencial para um maior controle dos pais e para um menor abuso de grandes empresas sobre os infantes.
  • 2. 2 Os indivíduos com idade pouco avançada, em sua maioria, ainda não possuem condições emocionais para avaliar a necessidade de compra ou não de determinado brinquedo ou jogo. Isso porque eles não desenvolveram o senso crítico que possibilita uma escolha consciente e não impulsiva por um produto, como já observou Freud em seus estudos sobre os desejos e impulsos do homem. Consequentemente, os pais, principais responsáveis pela educação dos filhos, devem ter o controle sobre o que é divulgado para eles, pois possuem maior capacidade para enxergar vantagens e desvantagens do que é anunciado. Além disso, pela pouca maturidade, as crianças são facilmente manipuláveis pela mídia. Isso ocorre por uma crença inocente em imagens meramente ilustrativas, que despertam a imaginação e promovem o deslocamento da realidade, deixando a sensação de admiração pelo produto. Como consequência, empresas interessadas na venda em larga escala e no lucro aproveitam esse quadro para divulgar propagandas enganosas, em muitos casos. Portanto, é fundamental uma regulação da publicidade infantil, permitindo-se o controle de responsáveis e impedindo-se ações irresponsáveis de muitas empresas. Faz-se necessário, então, que propagandas com conteúdo infantil sejamdirecionadas aos responsáveis em horários mais adequados, à noite, por exemplo, evitando-se o consumo excessivo dos anúncios pelas crianças. Ademais, o Governo Federal deve promover uma central nacional de reclamações para denúncias de pais, via internet ou telefonema, que avaliemdeterminada informação como abusiva ou desnecessária na mídia. Assim, infantes viverão com maior segurança e proteção." O tema da Redação Enem 2015 foi ‘A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira’. Veja o texto dissertativo argumentativo que ganhou a nota máxima: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas desta questão. Neste sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico-cultural e o desrespeito às leis. Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Comprova-se isso pelo fato de elas poderem exercer direitos, ingressaremno mercado de trabalho e escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto. Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres corroboram a ideia de que elas são vítimas de um histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, mesmo que de forma implícita, à primeira vista. Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei, independente de cor, raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê mesmo salário para mesma função, também garantidas por lei. No entanto, o que se observa em diversas partes do país, é a gritante diferença entre os salários de homens e mulheres, principalmente se estas forem negras.
  • 3. 3 Esse fato causa extrema decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para corrigir a problemática. Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, tanto física quanto moral, criando campanhas de combate à violência, além de impor leis mais rígidas e punições mais severas para aqueles que não as cumprem. Some-se a isso investimentos em educação, valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar cidadãos comprometidos em garantir o bem-estar da sociedade como um todo. A mulher vem, ao longo dos séculos XX e XXI, adquirindo valiosas conquistas, como o direito de votar e ser votada. Entretanto, a violência contra este gênero parece não findar, mesmo com a existência de dispositivos legais que protegem a mulher. A diminuição dos índices deste tipo de violência ocorrerá no momento em que os dispositivos legais citados passarema ser realmente eficazes e o machismo for efetivamente combatido, desafios esses que precisamser encarados tanto pelo Estado quanto pela sociedade civil. A Lei Maria da Penha e a Leio do Feminicídio, por exemplo, são dispositivos legais que protegem a mulher. Entretanto, estes costumam ser ineficazes, visto que a população não possui esclarecimentos sobre eles. Dessa forma, muitas mulheres são violentadas diariamente e não denunciam por não terem conhecimento sobre as ditas leis e os agressores, por sua vez, persistem provocando violências físicas, psicológicas, morais, etc., por, às vezes, não saberem que podem ser seriamente punidos por suas ações. Somado a isso, o machismo existente na sociedade brasileira contribui decisivamente para essa persistência. Na sociedade de caráter patriarcal em que vivemos é passado, ao longo das gerações, valores que propagam a ideia de que a mulher deve ser submissa ao homem. Essa ideia é reforçada pela mídia ao apresentar, por exemplo, a mulher com enorme necessidade de casar, e, quando consegue, ela deve ser grata ao homem, submetendo-se, dessa forma, às suas vontades. Com isso, muitos homens crescem com essa mentalidade, submetendo assim, suas esposas aos mais diversos tipos de violência. Visto isso, faz-se necessária a reversão de tal contexto. Para isso, é preciso que o Poder Público promova palestras em locais públicos nas cidades brasileiras a fimde esclarecer a população sobre os dispositivos legais existentes que protegem a mulher, aumentando, desse modo, o número de denúncias. Aliado a isso, é preciso que as escolas, junto com a equipe de psicólogos, promovam campanhas, palestras, peças teatrais, etc. , que desestimulem o machismo entre crianças e adolescentes para que, a longo prazo, o machismo na sociedade brasileira seja findado. Somado a isso, a população pode pressionar a mídia através das redes sociais, por exemplo, para que ela passe a propagar a equidade entre gêneros e pare de disseminar o machismo na sociedade. violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de
  • 4. 4 outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas. O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavamdentro da construção social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada. Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência. Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultama erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil. 2014-Publicidade infantil em questão no Brasil". O verdadeiro preço de um brinquedo- É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariampreparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam? Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são
  • 5. 5 capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou uma retórica bem estruturada. O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa etária seguemum certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão.Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil. Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fimde limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, comprofessores que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assimconstruiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil. O verdadeiro preço de um brinquedo É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariampreparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas veiculam? Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou uma retórica bem estruturada. O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa faixa etária seguemum certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão.Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil. Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fimde limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição
  • 6. 6 de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, comprofessores que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assimconstruiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil. Consumidores do futuro De acordo com o movimento romântico literário do século XIX, a criança era um ser puro. As tendências do Romantismo influenciavam a temática poética brasileira através da idealização da infância. Indo de encontro a essa visão, a sociedade contemporânea, cada vez mais, erradica a pureza dos infantes através da influência cultural consumista presente no cotidiano. Nesse contexto, é preciso admitir que a alegação de uma sociedade conscientizada se tornou uma maneira hipócrita de esconder os descaso emrelação aos efeitos da publicidade infantil no país. Em primeiro plano, deve-se notar que o contexto brasileiro contemporâneo é baseado na lógica capitalista de busca por lucros e de incentivo ao consumo. Esse comportamento ganancioso da iniciativa privada é incentivado pelos meios de comunicação, que buscam influenciar as crianças de maneira apelativa no seu dia-a-dia. Além disso, a ausência de leis nacionais acerca dos anúncios infantis acaba por proporcionar um âmbito descontrolado e propício para o consumo. Desse modo, a má atuação do governo em relação à publicidade infantil resulta em um domínio das influências consumistas sobre a geração de infantes no Brasil. Por trás dessa lógica existe algo mais grave: a postura passiva dos principais formadores de consciência da população. O contexto brasileiro se caracteriza pela falta de preocupação moral nas instituições de ensino, que focam sua atuação no conteúdo escolar em vez de preparar a geração infantil com um método conscientizador e engajado. Ademais, a família brasileira pouco se preocupa em controlar o fluxo de informações consumistas disponíveis na televisão e internet. Nesse sentido, o despreparo das crianças em relação ao consumo consciente e às suas responsabilidades as tornam alvos fáceis para as aquisições necessárias impostas pelos anúncios publicitários. Torna-se evidente, portanto, que a questão da publicidade infantil exige medidas concretas, e não um belo discurso. É imperioso, nesse sentido, uma postura ativa do governo em relação à regulamentação da propaganda infantil, através da criação de leis de combate aos comerciais apelativos para as crianças. Alémdisso, o Estado deve estimular campanhas de alerta para o consumo moderado. Porém, uma transformação completa deve passar pelo sistema educacional, que em conjunto com o âmbito familiar pode realizar campanhas de conscientização por meio de aulas sobre ética e moral. Quem sabe, dessa forma, a sociedade possa tornar a geração infantil uma consumidora consciente do futuro, semperder a pureza proposta pelo Movimento Romântico. Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado Enem 2011
  • 7. 7 - aluna Jéssica Santiago Cury A internet pode ser considerada uma das ma iores conquistas do homem no século XXI, p ois torna acessíveis informações de diversas áreas desde a política até a cultura de diferentes povos para toda a população. Além disso, pode ser vista como uma forma de socialização com indivíduos de diferentes lu gares por meio dos sites de relacionamentos. Porém, sua utilização torna - se perniciosa quando ultrapassa os limites da vida pública e invade o meio privado de uma pessoa. O acesso à rede traz diversos benefícios à população, porém muitas pessoas a utiliza m como um meio de afetar o respeito e a dignidade de outros indivíduos perante a sociedade. Eles usamos sites de relacionamentos, como por exemplo: “Facebook” e “Orkut” e publicam fotos e vídeos os quais comprometem a imagem de alguém. A utilização impró pria da internet pode até desqualificar uma pessoa no mercado de trabalho, principalmente aqueles que usam desse meio para sobreviver como alguns atores e cantores. Quando publicado algo de sua vida privada e se a sociedade julgar errado ou for contrária a os princípios das instituições estabelecidas, degradam sua imagem e, concomitantemente, seu serviço.
  • 8. 8 Portanto, para que a internet não seja vista como um meio pernicioso para a população é necessária uma conscientização popular sobre sua utilização. Essa ação pode ser por meio de políticas públicas e da própria sociedade como as ONGs. Com isso, o acesso à rede trará somente benefícios, como aconteceu no Oriente Médio durante a Primavera Árabe em que os sites de relacionamentos conseguiram disseminar ideai s ejamos, agora, uma redação sobre esse tema considerada de excelente nível. Redes sociais: o uso exige cautela Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso, que se tornam cada vez mais comuns. Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado. Através desse novo meio as pessoas fazemamizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem. Não saber os limites da nossa exposição nas redes virtuais pode nos custar caro e colocar em risco a integridade da nossa imagem perante a sociedade. Afinal, a partir do momento em que colocamos informações na rede, foge do nosso controle a consciência das dimensões de até onde elas podem chegar. Sendo assim, apresentar informações pessoais emtais redes pode nos tornar um tanto quanto vulneráveis moralmente. Percebemos, portanto, que o novo fenômeno das redes sociais se revela como uma eficiente e inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas
  • 9. 9 “jogando” na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto para denegrir a imagem de outros, o que, sem dúvidas, é um grande problema. Dado isso, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possa ser prejudicada. Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais através das redes sociais, afinal, se essas revelaramsua eficiência e sucesso como objeto da comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de seu uso e os cuidados necessários para tal. O tema de redação do Enem 2006 foi “O poder de Transformação da Leitura”. Abaixo, nós separamos dois exemplos de redações que receberam nota máxima na avaliação do Enem 2006: 1- Ler para Compreender (Título da redação apresentada no Enem 2006) Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência, o raciocínio e a visão crítica. A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir, pensar e falar. Com a sua prática freqüente, tudo isso é expresso de forma clara e objetiva. Pessoas que não possuem esse hábito ficampresas a gestos e formas rudimentares de comunicação. Isso tudo é comprovado por meio de pesquisar as quais revelam que, na maioria dos casos, pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem um bom acervo léxico e, por isso, entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando cargos de diretoria. Porém, conter um bom vocabulário não torna-se (sic) o único meio de “vencer na vida”. É preciso ler e compreender para poder opinar, criticar e modificar situações. Diante de tudo isso, sabe-se que o mundo da leitura pode transformar, enriquecer culturalmente e socialmente o ser humano. Não podemos compreender e sermos compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e, portanto, torna-se indispensável a intimidade com a leitura. Redação apresentada no Enem 2006
  • 10. 10 2- Benefícios da leitura (Título da redação apresentada no Enem 2006) Como a leitura pode transformar nossa realidade? A leitura é extremamente importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos um acesso a um mundo de informações, idéias e sonhos. Sim, pois ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação desenhe situações e lugares desconhecidos e isto é um direito de todos. A leitura permite ao homem se comunicar, aprender e até mesmo desenvolver, trabalhar suas dificuldades. Em reportagem recente, uma grande revista de circulação nacional atribuiu à leitura, a importância de agente fundamental para a transformação social do nosso país. Através do conhecimento da língua, todos tem (sic) acesso à informação e são capazes de emitir uma opinião sobre os acontecimentos. Ter opinião é cidadania e essa parte pode ser a grande transformação social do Brasil. Os benefícios da leitura são cientificamente comprovados. Pesquisas indicamque crianças que tem (sic) o hábito da leitura incentivado durante toda a vida escolar desenvolvem seu senso crítico e mantém seu rendimento escolar em um nível alto. O analfabetismo, um dos grandes obstáculos da educação no Brasil está sendo combatido com a educação de jovens e adultos, mas a tecnologia está afastando nossas crianças dos livros. Permitir a uma criança sonhar com uma aventura pela selva ou imaginar uma incrível viagem espacial são algumas das mágicas da leitura. Ler amplia nosso conhecimento, desenvolve a nossa criatividade e nos desperta para um mundo de palavras e com elas construímos o que gostamos, o que queremos e o que sonhamos Portanto, garantir a todos o acesso à leitura deve ser uma política de Estado, mas cabe a nós dedicarmos um tempo do nosso dia a um bom livro, incentivar nossos amigos, filhos ou irmãos a se apegarem à leitura e acima de tudo utilizar nosso conhecimento para fazer de nossa cidade, estado ou país, um lugar melhor para se viver. Redação apresentada no Enem 2006 tema de redação do Enem 2007 foi “O Desafio de se Conviver com as Diferenças”. Abaixo, nós separamos dois exemplos de redações que receberam nota máxima na avaliação do Enem 2007: 1- A Necessidade das Diferenças (Título da redação apresentada no Enem 2007) De acordo com a Teoria da Educação das Espécies, o que possibilita a formação do mundo como conhecemos hoje foi a sobrevivência dos mais aptos ao ambiente. A seleção natural se baseia na escolha das características mais úteis. Estas somente se originam a partir das diferenças determinadas por mutações em códigos genéticos com o passar do tempo.
  • 11. 11 Se no âmbito Biológico as variações são imprescindíveis à vida, no sociológico não é diferente. Uma vez todos iguais, seriamos atingidos pelos mesmos problemas sem perspectiva de resolução, já que todas as idéias seriamsemelhantes. A maioria das pessoas está inserida emum contexto social. Contudo grandes inovações se fazem a partir do reconhecimento da individualidade de seus integrantes. Assimé de nossa responsabilidade respeitar nossos semelhantes independentes do sexo, raça, idade, religião, visto que dependemos mutuamente. Obviamente nem todas as diferenças são benéficas. Por exemplo, a diferença entre classes sociais não poderia assumir tal demissão. Para somá-la, necessitamos de uma melhor distribuição de renda aliada a oportunidades de trabalho, educação e saúde para todos. Devemos nos conscientizar que somos todos iguais emespécie mas conviver com as diferenças (por mais difícil que pareça), pois elas nos enriquecem como pessoas. Nossos esforços devem ser voltados contra discriminações anacrônicas e vis, como o racismo ou perseguições religiosas. Estas não nos levam a lugar algum, apenas nos desqualificamcomo seres humanos. Redação apresentada no Enem 2007 2- O valor da diferença (Título da redação apresentada no Enem 2007) O desafio de se conviver com a diferença na sociedade é complicado, mas necessário. Diante da grande pluralidade cultural e étnica que se choca com freqüência no mundo globalizado é preciso, além de tolerância, respeito incondicional aos direitos humanos. Diariamente, nos deparamos com pessoas das mais variadas culturas, opiniões e classes sociais. Muitas vezes, são nossos vizinhos, colegas e amigos. Essa convivência enriquece nossas vidas, pois aprendemos a respeitar o nosso próximo, nos tornando pessoas mais fraternas. Porém nem sempre essa relação acontecem facilmente fatos divulgados pela mídia nos mostram que, para alguns ainda, a simples diferença fenotipica gera discriminação e violência, como no caso do brasileiro que foi confundido com um terrorista em Londres. Ele foi brutamente exterminado pela policia inglesa por ter feições diferentes da maioria dos britânicos. Para o bom funcionamento das sociedades, a diferença precisa ser respeitada. Nas relações econômicas internacionais, se lida com diferentes culturas ao menos tempo. Não há espaço para discriminação para quem quer ser competitivo no mercado. É imprescindível que a convivência com a diferença aconteça de maneira saudável. O valor da vida humana independe dos nossos credos ou cor. Além de garantir o convívio entre as pessoas, tolerar as diferenças nos coloca no caminho da prosperidade, fortalecendo a esperança de viver num mundo melhor.
  • 12. 12 Redação apresentada no Enem 2007 Enem 2008: Veja o tema de redação e um exemplo de texto que recebeu nota máxima (clique para expandir) O tema de redação do Enem 2008 foi “A máquina de chuva da Amazônica e sua relevância ambiental e econômica para o Brasil”. Abaixo, nós separamos um exemplo de redação que recebeu nota máxima na avaliação do Enem 2008: 1- Homeostase ecológica (Título da redação apresentada no Enem 2008) Um estudo feito pelo respeitado cientista brasileiro Enéas Salati concluiu que a Amazônia tem importante papel na manutenção do ciclo hidrológico da área entre o oceano Atlântico e o Peru. A excessiva exploração sofrida pela floresta atualmente, portanto, pode degradar o ciclo e prejudicar safras agroindustriais, bem como a geração de energia hidrelétrica na região. Seja pelos prejuízos socioeconômicos ou por pura consciência ambiental, o fato é que já passamos da hora de agir. Nesse contexto, para garantir o equilíbrio financeiro e ecológico do país, são necessários o aumento da fiscalização e a aplicação de multas severas aos desmatamentos ilegais. A importância ecológica da Amazônia para o Brasil e para o mundo é reconhecida por todos, leigos ou especialistas. Fauna e flora locais contêm espécies tão diversificadas quanto raras, elementos fundamentais em um sistema que, afetado, tem como conseqüência direta o desequilíbrio do ciclo hidrológico de uma região de milhares de quilômetros – e milhões de seres humanos. Sem dúvida, a manutenção de importantes atividades econômicas, como o agronegócio e a geração de energia hidrelétrica, só será possível se a floresta for mais respeitada, já que alterações no período de precipitações prejudicam as plantações de soja e cana-de-açúcar presentes no local, além de alterarem o funcionamento das usinas. Tendo em vista tais perdas, é preciso elaborar medidas que garantam a proteção ambiental e o benefício humano. Uma solução é o aumento da fiscalização sobre a região da mata. Para isso, as forças armadas brasileiras podem exercer importante papel, tanto pela ocupação de certas áreas quanto por meio de sobrevôos, que permitiriam uma visão ampla. Da mesma forma, o poder público deve fazer controle severo na regulamentação de empresas instaladas no local, evitando a extração indevida dos recursos naturais. Nesse contexto, a aplicação de multas severas aos que promoverem o desmatamento ilegal seria imprescindível para a preservação da floresta. Por maior que seja o esforço despendido nessas fiscalizações e punições, porém, seus efeitos seriam limitados devido à necessidade de cobertura de uma área tão extensa e densa. Nessa perspectiva, faz sentido pensar que o longo caminho para preservar o maior patrimônio brasileiro precisa de soluções complementares, como a criação de selos de qualidade para objetos feitos com madeira extraída legalmente da floresta. Isso pode propiciar uma espécie de boicote consciente da população a madeireiras ilegais e, assim, tornar mais justificada a desejável aceleração do processo de reflorestamento, outra medida imprescindível.
  • 13. 13 A questão do desequilíbrio do ciclo hidrológico amazônico, portanto, precisa ser encarada como prioritária pelo poder público e pela própria sociedade. Nesse enquadre, realmente eficiente seria promover uma profunda reeducação da população, ensinando a crianças e adultos os impactos provocados pela destruição da floresta. Campanhas na imprensa e projetos nas escolas poderiam ajudar na criação dessa consciência ambiental, que já faz parte do discurso cotidiano, mas ainda precisa se inserir de verdade nos hábitos e nas posturas de cada cidadão. Eis o nosso caminho para a homeostase ecológica. Redação apresentada no Enem 2008 Texto extraído do ENEM 2012 – Guia do Participante. Análise da Redação Parágrafo 1: Construído com dois períodos, o parágrafo introdutório traz a apresentação do tema e deixa subentendida a tese do autor ao se referir à importância das redes sociais para a comunicação humana na vida moderna. Antes, o produtor textual se utilizou de sua bagagem cultural e relacionou algumas “maneiras” que o homem criou para colocar em prática essa comunicação, ou seja, “cartas, telegramas e telefonemas”, aparecendo, aí, implicitamente, o seu ponto de vista sobre o tema. Parágrafo 2: Elaborando um perfeito Tópico Frasal, o candidato inicia o primeiro parágrafo do Desenvolvimento citando alguns exemplos de redes sociais para, em seguida, fazer a apresentação seu primeiro argumento: “… não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado.” Em seguida, desenvolve o seguinte argumento: “… as pessoas fazemamizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade.” No último período, existe uma sinalização para os aspectos negativos que serão tratados no próximo parágrafo. Parágrafo 3: Em outro bem elaborado Tópico Frasal, o produtor cita um novo argumento, que é a extrapolação dos limites de exposição do usuário, desenvolve-o ao dizer que as informações publicadas fogem ao nosso controle e conclui refletindo sobre o perigo de ficarmos vulneráveis moralmente a essa situação. Parágrafo 4: Aqui, ocorre o término da argumentação, quando o candidato cita os dois aspectos fundamentais na discussão do uso das redes sociais, ou seja, o fato de elas serem eficientes e
  • 14. 14 inovadoras e, ao mesmo tempo, representarem um perigo à imagem das pessoas e as consequências advindas dessa exposição excessiva. Parágrafo 5: Na Conclusão, aparece uma sugestão para resolução do problema em “… é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso…”. Em outros concursos e exames que exigem uma produção textual, bastaria esse posicionamento do candidato, mas, no ENEM, é imprescindível a apresentação de uma Proposta de Intervenção, e ela está presente em “Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais através das redes sociais.” Sem dúvida, uma produção textual que revela competência textual do candidato. Necessário ressaltar que a Variante Padrão da Língua Portuguesa foi utilizada adequadamente, ocorrendo falhas, apenas, na ausência de vírgulas, no segundo período, do primeiro parágrafo, após a palavra “recente”, e no último período, do segundo parágrafo, depois da palavra “momento”. E não deveria existir, no último período, do último parágrafo, após a palavra “país”. Esses desvios, no entanto, não prejudicaram o conjunto da obra. 2009: tema "O indivíduo frente à ética nacional" Lágrimas de crocodilo O Brasil tem enfrentado, com frequência, problemas sérios e até constrangedores, como os elevados índices de violência, pobreza e corrupção – três mazelas fundamentais que servem para ilustrar uma lista bem mais longa. Porém, mesmo diante dessa triste realidade, boa parte dos brasileiros parece não se constranger – e, talvez, nem se incomodar –, preferindo fingir que nada está ocorrendo. Em um cenário marcado pela passividade, é preciso que a sociedade se posicione frente à ética nacional, de forma a honrar seus direitos e valores humanos e, assim, evitar o pior. Na época da ditadura militar, grande parte da população vivia inconformada com a atuação de um governo opressor, afinal, com as restrições à liberdade de expressão, não era possível emitir opiniões sem medir os riscos de violentas repressões. Apesar de uma conjuntura tão desfavorável para manifestações, muitos foram os movimentos populares em busca de mudanças, mesmo com as limitações na atuação da mídia. Talvez a sensação de um Brasil melhor hoje ajude a explicar a inércia da sociedade diante da atual crise de valores na política e em todas as camadas da população. Muitos não percebem, mas esse panorama cria um paradoxo perverso: depois de tanto sangue derramado pelo direto de expressar opiniões e participar das decisões políticas, o indivíduo se cala diante da crise moral contemporânea. Nesse contexto, protestos se transformam em lamúrias, lamentações em voz baixa, que ninguém ouve – e talvez nem queira ouvir. Ou então em piadas, “ótimo” recurso cultural para sorrir e se alienar frente à falta de uma postura virtuosa. Assim, apesar de viver em um país democrático, o brasileiro guarda seus direitos – e os dos outros – no bolso da calça, pelo menos quando tem uma para vestir.
  • 15. 15 Para que o indivíduo não se dispa de sua cidadania, é preciso honrar o sistema democrático do país. Nesse contexto, o povo deve ir às ruas, de modo pacífico, para exigir uma mudança de postura do poder público. Além disso, a mobilização deve agir na direção de quem mais necessita, ajudando, educando e oferecendo oportunidades para excluídos, que vivem à margem da vida social, abaixo da linha da humanidade. Para tudo isso, entretanto, é preciso uma mudança prévia de mentalidade, uma retomada de valores humanos esquecidos, que só será possível com a ajuda da família, das escolas e até mesmo da mídia. Por tudo isso, fica claro que o brasileiro deve parar de negar e de rir do evidente problema ético que enfrenta. Trata-se de questões sérias, cujas soluções são difíceis e demoradas, mas não impossíveis. Se a sociedade não se mobilizar imediatamente, chegará o dia em que as piadas alienadas e alienantes resultarão, para a maioria, em risadas de hiena. E, para a minoria privilegiada, imune – ou beneficiada? – à crise ética, restarão apenas olhos marejados. www.correio24horas.com.br Análise da Redação Parágrafo 1: Tópico frasal construído com muita competência. Observe que os três períodos apresentam uma Introdução, um Desenvolvimento e uma Conclusão, nos quais são apresentados o Tema da redação – “O indivíduo frente à ética nacional” – e a Tese do autor sobre o tema “… é preciso que a sociedade se posicione frente à ética nacional, de forma a honrar seus direitos e valores humanos e, assim, evitar o pior.” Parágrafo 2: Começa o produtor textual a relacionar seus argumentos que irão embasar sua Tese. E começando muito bem, pois busca em seu repertório cultural uma informação histórica que enaltece o comportamento do brasileiro no período ditatorial no País, emitindo uma comparação com os tempos atuais. Parágrafo 3: Aqui, o candidato amplia sua reflexão sobre o comportamento do brasileiro, apontando sua estranheza sobre a acomodação da sociedade brasileira, numa época em que vivemos uma democracia plena. Parágrafo 4: No último parágrafo do Desenvolvimento, o produtor textual sugere qual deve ser o comportamento político do brasileiro, além de já apresentar sua visão humanista – fundamental na redação do ENEM! –, sobre o problema, ao citar que “… a mobilização deve agir na direção de quem mais necessita, ajudando, educando e oferecendo oportunidades para excluídos, que vivem à margem da vida social, abaixo da linha da humanidade.” Parágrafo 5: Na Conclusão, outro exemplo de um perfeito Tópico Frasal apresentando sua Proposta de intervenção “Se a sociedade não se mobilizar imediatamente, chegará o dia em que as piadas alienadas e alienantes resultarão, para a maioria, em risadas de hiena.” e um período
  • 16. 16 finalizador construído com refinamento textual: “E, para a minoria privilegiada, imune – ou beneficiada? – à crise ética, restarão apenas olhos marejados.” Acrescente-se o uso correto da Variante Padrão da Língua Portuguesa e, também, a precisão na construção da Coerência e da Coesão textuais. Realmente, um texto merecedor de alta pontuação, haja vista que o ENEM exige dos candidatos competências relativas aos conteúdos disciplinares do Ensino Médio. É bom não esquecer! Abraços, Paulo Jorge