O documento discute séries cronológicas e como analisá-las para identificar tendências, sazonalidade e prever valores futuros. Ele explica como construir um canal endêmico usando dados históricos para identificar surtos e tomar medidas de controle quando os casos excedem os limites esperados.
2. Conceito
Uma série cronológica (ou temporal) é uma
sequência de dados obtidos em intervalos regulares
de tempo durante um período específico (semanas,
meses, trimestres, anos, etc.).
Este conjunto pode ser obtido através de
observações periódicas do evento de interesse
como, ex:
• o valor máximo diário de casos de Malaria no
Centro de Saude de Xipamanine, ou através de
• Processos de contagem como o total mensal de
óbitos por tuberculoses no HCM.
3. Cont.
Ao observar se uma série temporal observa se uma trajetória, que descreve o
comportamento de um determinado facto.
4. Importância
Na análise de uma série temporal:
1. Deseja-se criar o modelo do fenómeno estudado para, descrever
o comportamento da série;
2. Fazer estimativas;
3. Avaliar quais os factores que influenciaram o comportamento da
série, buscando definir relações de causa e efeito entre duas ou
mais séries.
4. Verificar a existência de tendências, ciclos e variações sazonais;
5. Fazer previsões de valores futuros da série, sendo que as
previsões podem ser acurto e longo prazo;
Para tanto, há um conjunto de técnicas estatísticas disponíveis que
dependem do modelo definido (ou estimado para a série), bem como
do tipo de série analisada e do objectivo do trabalho.
5. Componentes da serie
• A análise dos valores de uma série cronológica como se
apresentam, pouco revela, uma vez que esses valores incluem os
efeitos de diferentes factores, sejam eles económicos, sociais,
culturais, climáticos ou outros.
• Para que possa ser feita uma análise rigorosa de uma série
cronológica, é vantajoso isolar as diferentes componentes que
representam os factores que influenciam os valores da série.
• Assim, Uma série pode ser composta por três componentes não
observáveis:
Tendência (Tt),-
Sazonalidade (St) e
A variação aleatória denominada de ruído branco (at)-tem um
carácter casual e portanto imprevisível.
• Assim a série temporal pode ser descrita como: Zt=Tt+St+at
6. Tendência
• A tendência representa o movimento geral e de longo
prazo da série, reflectindo a evolução global no sentido do
crescimento (ou decrescimento) do nível da série.
• Uma série com tendência caracteriza-se por revelar, ao
longo do tempo, um comportamento que pode ser linear,
não linear, crescente, decrescente ou constante. Para
identificar esta componente é necessário retirar à série
todas as flutuações.
• .
7. Sazonalidade
• A sazonalidade representa as flutuações
periódicas da variável. Estas flutuações com
periodicidade fixa (o ciclo sazonal) provocam
variações alteradas das observações
relativamente ao nível da série.
8. Análise dos elementos da serie
cronológica
O propósito da análise de dados é:
• Estabelecer as tendências da doença a fim de
detectar e antecipar a ocorrência de
mudanças em seu comportamento.
• Sugerir os factores associados com o possível
aumento ou redução de casos e/ou óbitos e
identificar os grupos sujeitos a maior risco
9. Elaboração de gráficos sobre série
cronológica
Curva epidêmica
• Para a identificação de uma epidemia é necessário
conhecer a frequência precedente da doença. Uma das
maneiras mais simples e úteis é construir uma curva
epidêmica, que consiste na representação gráfica das
frequências da doença num eixo de coordenadas, no qual o
eixo horizontal representa o tempo e o vertical, as
frequências.
Canal endemico
• Uma segunda forma de identificar uma tendência
epidêmica é através de um canal endêmico (também
chamado corredor endêmico).
11. Curva epidêmica
A curva epidêmica tem usualmente distribuição assimétrica e
apresenta os seguintes elementos:
• A curva ascendente, que representa a fase de crescimento
da epidemia e cujo grau de inclinação indica a velocidade de
propagação da epidemia, que está associada ao modo de
transmissão do agente e ao tamanho da população suscetível.
• O ponto máximo ou pico, que pode ser alcançado
naturalmente ou interrompido por uma intervenção precoce.
• A curva descendente, que representa a fase de
esgotamento da epidemia e cujo grau de inclinação
descendente indica a velocidade de esgotamento da
população suscetível, seja naturalmente ou por efeito ou
impacto das medidas de controle estabelecidas.
12. O canal endêmico
• O canal endêmico é também uma representação gráfica das
frequências da doença em um eixo de coordenadas, no qual o eixo
horizontal representa o tempo e o vertical, as frequências.
• Contudo, diferentemente da curva epidêmica, o canal endêmico
descreve de forma resumida a distribuição de frequências da
doença para o período de um ano, baseado no comportamento
observado da doença durante vários anos prévios e em sequência.
• O canal endémico é representado graficamente por três curva:
curva endêmica (nível endêmico –frequencia media)
valores máximos (limiar epidêmico, freq esperada máxima de casos
Valores mínimos (nível de segurança, frequência esperada mínima)
• O objetivo é levar em conta a variação inerente às observações da
frequência da doença através do tempo.
13. Canal endémico
• Canal endémico é um gráfico que nos permite a
detenção oportuna de casos incomuns de uma
determinada doença para uma posterior tomada de
medidas.
• .
14. Canal endémico
Conceitos
• Instrumento de alerta aos profissionais de saúde pública para a
acção
• Usa dados passados para decidir se um evento é ou não anormal
• Estabelece valores mínimos e máximos “esperados” de casos de
uma doença, num determinado lugar e período de tempo
• Ajuda a identificar possíveis surtos com dados de vigilância
Importância
• Estabelecer o comportamento ou tendência por semanas ou
meses;
• Comparar os casos à medida que se registam e compará-los com os
registados no passado;
• Estabelecer o estado endemo-epidémico duma doença num
determinado período e espaço.
15. Elaboração do canal endémico
Requesitos:
• Número de casos por mês e ano.
• Informação de 7 anos é ideal.
• A informação mínima exigida é de 5 anos.
Isso pode ser feito com doenças transmissíveis e não transmissíveis.
Procedimentos de elaboração
• Prepare tabela com casos por mês e ano.
• Ordene os casos de menos a mais alta frequência por mês.
• Obtenha os valores de Q1, Q2 e Q3 usando a fórmula:
• Qx =
𝐍+𝟏
𝟒
Qx
Qx = quartil para calcular N = número de anos
18. Interpretacao
Zonas do canal endemico:
O canal ou corrredor endêmico, que corresponde ao intervalo delimitado
pelos limites inferior e superior do gráfico e representa o nível de variação
esperado de casos em cada unidade de tempo do ano calendário.
• A zona de controle, que corresponde a área do gráfico delimitada pela linha
basal (linha de frequência zero) e o limite inferior em cada unidade de tempo
do ano calendário.
A zona de segurança, que corresponde a área do gráfico delimitada pelo
limite inferior e a curva endêmica propriamente dita em cada unidade de
tempo do ano calendário.
• A zona de alerta, que corresponde a área do gráfico delimitada pela curva
endêmica propriamente dita e pelo limite superior em cada unidade de
tempo do ano calendário.
• A zona de epidemia, que corresponde à zona localizada acima do limite
superior ou limiar epidêmico em cada unidade de tempo do ano calendário.
19. • Pergunta 1 Qual é a característica da evolução temporal da doença?
• Pergunta 2 Quando você consideraria que está diante de uma epidemia?
• Pergunta 3 Que anos você consideraria epidêmicos?
• Pergunta 4 Caso uma medida preventiva fosse aplicada, o que se esperaria disso?
• Pergunta 5 Até quantos casos você esperaria em junho para considerar uma situação de
alerta?
• Pergunta 6 Quando você consideraria que uma medida preventiva foi efetiva?
• Pergunta 7 Quais são as diferenças entre canal endêmico e curva epidêmica?
• Pergunta 8 Quando você consideraria que uma medida preventiva foi efetiva?