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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 19 - Número 1 - 1º Semestre 2019
PALHADA DE SOJA INTERFERE NA EMERGÊNCIA DE CROTALÁRIA E
MILHETO
Vanderson Vieira Batista1
, Jean Carlo Possenti1,2,3
, Cristhian Aurélio Stival Svidzinski3
, Paulo Fernando
Adami1,2,3
, Karine Fuschter Oligini1
, Lucas Link3
RESUMO
A cobertura do solo apresenta inúmeros benefícios para os sistemas de produção agrícolas. No estudo,
objetivou-se investigar a interferência da quantidade residual de palhada de soja sobre a emergência e o
desenvolvimento inicial de crotalária (Crotalaria juncea) e milheto (Pennisetum glaucum (L)).
Conduziu-se o estudo de abril a maio de 2018, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),
campus Dois Vizinhos, PR. Foram realizados dois ensaios simultâneos, um com milheto e outro com
crotalária, em delineamentos de blocos ao acaso, com quatro repetições. Testaram-se cinco doses de
palhada de soja (0, 1.500, 3.000, 4.500 e 6.000 kg ha-1
) e mensurou-se a emergência final, número de
plântulas (plantas ha-1
), altura média de plântula (cm), massa seca de plântulas (kg ha-1
), índice de
velocidade de emergência e tempo médio de emergência (dias) para ambas as espécies, semeadas à lanço,
sem incorporação. Os dados foram submetidos a ANOVA e quando houve efeito significativo, aplicou-
se análise de regressão. Verificaram-se dificuldades no estabelecimento das plantas de cobertura com a
redução dos níveis de palhada sobre o terreno. O aumento na quantidade de palha de soja sobre o solo
influenciou de forma positiva a maioria das variáveis mensuradas, para ambas as espécies.
Palavras-chave: Crotalaria juncea; Pennisetum americanum (L); semeadura à lanço.
SOYBEAN STRAW INTERFERE IN SUNNHEMP AND PEARL MILLET
EMERGENCE
ABSTRACT - Soil cover presents numerous benefits for crop systems. The objective of this study was
to investigate the interference of the residual amount of soybean straw on the emergence and initial
development of sunnhemp (Crotalaria juncea) and pearl millet (Pennisetum glaucum (L)). The study
was conducted from April to May 2018, at the Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),
Dois Vizinhos campus, PR. Two trials, one with pearl millet and the other with sunnhemp, were evaluated
in a randomized complete block design with four replicates. Five doses of soybean straw (0, 1,500, 3,000,
4,500 and 6,000 kg ha-1
) were tested, evaluating the final emergence, number of seedlings (plants ha-1
),
mean seedling height (cm), dry mass of seedlings (kg ha-1
), emergency speed index and mean time of
emergence (days) for both species, sown on the ground, without incorporation. Data were submitted to
ANOVA and having a significant effect, regression analysis was applied. Difficulties in the
establishment of cover crops were observed with the reduction of straw levels on the ground. The increase
in the amount of soybean straw on the soil positively influenced most of the measured variables, for both
species.
Key words: Crotalaria juncea; Pennisetum americanum (L); sowing on soil; 76
INTRODUÇÃO
A palhada sobre o solo é essencial para o
sucesso do Sistema de Plantio Direto (SPD), pois
absorve os impactos das gotas de chuva, auxilia
no controle de plantas daninhas e proporciona
acúmulo de matéria orgânica, além de melhorar
as características químicas, físicas e biológicas
do solo (MENEZES et al., 2009). Contudo, na
prática, é difícil manter a palha sobre o solo
durante o ano todo, sendo esta dificuldade
agravada com a proximidade do inverno,
período de entressafra (BALBINOT JR et al.,
2007).
Visando minimizar este tipo de
problema nas lavouras, muitos estudos vêm
sendo desenvolvidos, onde as plantas de
cobertura como o milheto (P. americanum (L))
(Poaceae) e a crotalária (C. juncea) (Fabaceae),
são algumas que merecem destaque. O milheto
se diferencia devido a produção de biomassa
(FERRARI NETO et al., 2011; TORRES et al.,
2014) e as elevadas concentrações de
macronutrientes (FERRARI NETO et al., 2011;
SORATTO et al., 2012). Já a crotalária, destaca-
se por apresentar maior taxa de decomposição
(TORRES et al., 2014) e elevados teores de Ca
(SORATTO et al., 2012). Ainda, Cardoso et al.
(2013), relataram que tanto a crotalária quanto o
milheto, possuem a capacidade de reduzir a
resistência do solo à penetração,
descompactando-o o até a profundidade de 25
cm.
No mesmo sentido, estudos têm sido
conduzidos para identificar a melhor forma de
estabelecimento das plantas de cobertura.
Chioderoli et al. (2012) concluíram em suas
investigações que tanto a forma de
estabelecimento quanto a espécie utilizada como
cobertura durante o período de entressafra,
podem inferir nos componentes de rendimento
da próxima safra. Já Pariz et al. (2010)
verificaram efeito da modalidade de semeadura
sobre o acúmulo de massa seca das plantas de
cobertura e Almeida et al. (2009) observaram
que a modalidade de semeadura, interfere no
estabelecimento de plantas e consequentemente
no acúmulo de massa seca das espécies
utilizadas como cobertura.
Quanto às formas de estabelecimento das
plantas de cobertura, estudos apontam que o
sistema de sobressemeadura apresenta a
possibilidade de ser realizado juntamente com
outra atividade agrícola. Pacheco et al. (2008),
avaliaram o sistema de sobressemeadura em
lavouras de soja e constataram eficiência na
germinação milheto. De acordo com Ferreira et
al. (2016), a sobressemeadura de plantas de
cobertura, pode ser realizada durante o cultivo da
soja, ou ainda, no momento de colheita da
lavoura, apresentando eficácia.
Entretanto, Menezes et al. (2009)
relataram haver efeito da palhada residual sobre
a emergência e estabelecimento das plantas
daninhas, já Noce et al. (2008), constataram que
o estande inicial de milho é menor quando
utilizado palhada de braquiária (U. brizantha)
como cobertura. Desta forma, supõe-se que a
palhada residual possa também interferir sobre a
emergência e estabelecimento das espécies de
cobertura, fato este, que carece de maiores
investigações científicas.
Devido a possibilidade de se realizar
duas operação agrícolas ao mesmo tempo –
colheita da soja e semeadura de espécies de
cobertura, e sabendo da importância que a
palhada representa para os sistemas de produção
agrícola, mas supondo que está cobertura pode
interferir sobre a emergência de sementes e
desenvolvimento de plantas de outras espécies, o
presente estudo tem por objetivo simular um
sistema de sobressemeadura, para aferir os
efeitos que diferentes quantidades de palhada
residual de soja exercem na emergência de
sementes e estabelecimento inicial de plântulas
de crotalária (C. juncea) e milheto (P. glaucum
(L)).
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido de abril a maio de
2018, no Laboratório de Análises de Sementes e
na Estação Experimental da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),
campus Dois Vizinhos, situada a 25º 42’ 52’’
latitude S e 53º 03’ 94’’ longitude W e altitude
média de 510 metros. A região apresenta clima
Cfa (ALVARES et al., 2013) e solo classificado
como Nitossolo Vermelho distroférrico
(EMBRAPA, 2013).
Foram conduzidos simultaneamente dois
estudos, um com crotalária e outro com milheto,
ambos em delineamentos de blocos ao acaso,
com quatro repetições. Os tratamentos foram
constituídos de cinco quantidades de palhada de
soja (0, 1.500, 3.000, 4.500 e 6.000 kg ha-1
)
sobre o solo, resultando em 20 unidades
experimentais (UE) para cada estudo. As UE
foram constituídas de 2,25 m² (1,5 x 1,5 m) cada,
sendo demarcada a parte central (unidades de
observação (UO) - 1 m² - 1,0 x 1,0 m) para as
futuras coletas de dados.
Utilizaram-se sementes comerciais de
milheto e crotalária, as quais foram
caracterizadas em relação a germinação (G %) e
ao peso de mil sementes (PMS g) em laboratório,
segundo as Regras de Análise de Sementes RAS
(BRASIL, 2009). Com base nestes valores,
foram utilizadas densidades de semeadura de
17,36 e 24,95 kg ha-1
, almejando-se 15,00 e
20,00 kg ha-1
de sementes viáveis para crotalária
e milheto, respectivamente.
Como fonte de cobertura usou-se palhada
da parte aérea de soja, proveniente de uma
lavoura comercial coletada logo após a colheita
dos grãos. A palha foi secada ao sol e mantida
em bolsas até a implantação dos ensaios. A sua
massa seca foi determinada por meio da
pesagem de quatro amostras de 300 g, as quais
foram inseridas em estufa a 65 °C e ventilação
forçada de ar, até atingirem massa constante. Na
sequência, as amostras foram novamente
pesadas e então determinado a porcentagem de
massa secas das amostras.
A área experimental utilizada na
condução dos ensaios é plana e utilizada para o
cultivo de culturas agrícolas. No momento de
implantação dos estudos a área encontrava-se em
pousio (pós cultivo de soja no período safra). O
preparo da área foi realizado com o arranquio
manual de plantas daninhas e plantas voluntárias
de soja presentes no local, seguido de retirada da
palhada presente sobre a área. Na sequência, as
sementes das espécies de cobertura foram
distribuídas de forma manual sobre o solo, sendo
posteriormente inseridas as doses de palhada de
soja. Plantas daninhas que germinaram durante o
período de condução dos ensaios foram
arrancadas manualmente.
Devido à baixa precipitação, conforme
dados meteorológicos obtidos de Estação
Automática do Instituto Nacional De
Meteorologia (INMET, 2018) instalada próxima
a área experimental (1.000 m), houve
necessidade de irrigação sobre os ensaios, sendo
os valores apresentados na Figura 1.
Figura 1. Temperaturas máxima e mínima (°C), precipitação e irrigação (mm) Fonte de dados: Instituto Nacional De
Meteorologia - INMET (2018) – Estação Automática Dois Vizinhos, PR.
Avaliou-se em ambos os ensaios o índice
de velocidade de emergência (IVE) (MAGUIRE
1962), tempo médio de emergência em dias
(TME) (EDMOND; DRAPALA, 1958), por
meio da contagem diária das plântulas
emergidas. Também aos 18 dias após a
semeadura, foi verificado a emergência final
(EF%) -relacionando o número de sementes
inseridas sobre a UO e o número de sementes
emergidas, número de plântulas (NP ha-1
) –
quantidade de plântulas estabelecidas nas UO,
altura média de plântulas (AMP cm) - dada pela
distância do solo até o ápice das plântulas e
massa seca de plântulas (MSP g) - após secagem
das plântulas em estufa à 65°C por 48H.
O conjunto de dados foi submetido ao
teste de normalidade de Shapiro-Will e as
variáveis EF e NP foram transformadas (√x) para
atender os pressupostos. Cumpridos os
pressupostos do modelo, os dados foram
submetidos a ANOVA (p<0,05) e constatada
significância estatística, aplicou-se análise de
regressão. A análise de dados foi efetuada com
auxílio do software Sisvar 5.6 (FERREIRA,
2008).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com a ANOVA, para a espécie
crotalária, todas as variáveis analisadas
apresentaram efeito significativo (p<0,05)
(Tabela 1), com relação as quantidades de palha
testadas.
Tabela 1. Resumo da análise de variância (ANOVA), com valores de quadrado médio e nível de significância para emergência
e desenvolvimento inicial de plântulas de C. juncea (crotalária), em função de diferentes quantidades de palhada de soja sobre
o solo, Dois Vizinhos (2019)
Fator GL
Emergência final (EF)
(%)
Número de plântulas
(NP) (plantas ha-1
)
Altura média de plântulas
(AMP) (cm)
Palhada 4 28,648195** 8,00000000E
+0009** 1,376278*
Bloco 3 0,673656ns
253.333.333,333333ns
0,110379ns
Erro 12 3,916507 186.666.666,666667 0,343786
Média 8,20 120.000,00 7,55
CV (%) 24,12 11,44 7,82
Linear 99,070081** 31.360.000.000,000002** 4,600231**
Quadrática 2,487828ns
457.142.857,142857ns
0,871254ns
Fator GL
Massa seca
(MS) (Kg ha-1
)
Índice de velocidade de
emergência (IVE)
Tempo médio de emergência
(TME)
Palhada 4 14,081565** 1,579317* 2,787799*
Bloco 3 0,323990ns
0,357059ns
1,021823ns
Erro 12 0,906912 0,385020 0,534020
Média 4,66 2,61 10,30
CV (%) 20,50 23,81 7,13
Linear 53,759060** 5,128100** 10,841818**
Quadrática 0.263863ns
0,228181ns
0,078433ns
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <
0,05). ns
- não significativo (p <= 0,05). GL: graus de liberdade.
Já para o milheto, observou-se na Tabela
2, efeito significativo (p<=0,05) apenas para EF,
NP, MSP e TME.
A análise de regressão mostra que o
aumento da quantidade de palha de soja sobre o
solo, elevou linearmente os valores de EF
(Figura 2 A) e NP (Figura 2 B), para ambas as
espécies. Os resultados evidenciaram que a
palhada de soja sobre o solo beneficia a
emergência das sementes e o estabelecimento
inicial das plântulas de crotalária e milheto.
Tabela 2. Resumo da análise de variância (ANOVA), com valores de quadrado médio e nível de significância para emergência
e desenvolvimento inicial de plântulas de P. glaucum (L) (milheto), em função de diferentes quantidades de palhada de soja
sobre o solo, Dois Vizinhos (2019)
Fator GL
Porcentagem de emergência
(PE) (%)
Número de plantas
(NP) (plantas ha-1
)
Altura média de plantas
(AMP) (cm)
Palhada 4 2,602256** 3,95680000E
+0011** 2,687629ns
Bloco 3 0,494876ns
466.666.666,666667ns
0,181803ns
Erro 12 0,258666 2,61666667E+0009 0,935429
Média 2,70 552.000,00 9,29
CV (%) 18,92 9,38 10,41
Linear 9,372805** 1.489.959.999.999,999890** ----------
Quadrática 0,011334ns
714.285.714,285714 ----------
Fator GL
Massa seca
(MS) (kg ha-1
)
Índice de velocidade de emergência
(IVE)
Tempo médio de
emergência (TME)
Palhada 4 98,064637** 12,172899ns
4,189312*
Bloco 3 1,268358ns
8,534909ns
0,679785ns
Erro 12 1,019550 5,935205 0,953299
Média 12,02 8,87 9,60
CV (%) 8,48 27,55 10,23
Linear 343,700788** ---------- 15,892888**
Quadrática 7,469363* ---------- 0,000118ns
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <
0,05). ns
- não significativo (p <= 0,05). GL: graus de liberdade.
Figura 2. Emergência final (EF) (%) (A) e número de plântulas (NP) (plântulas.ha-1
) (B) de P. glaucum (L) (milheto) e de C.
juncea (crotalária), em função da quantidade de palhada de soja. Dois Vizinhos, Paraná, 2019
De acordo com Noce et al. (2008), o
estande inicial de plântulas de milho é reduzido
quando utilizado palhada de braquiária (U.
brizantha) em cobertura. Os autores afirmam ter
havido efeito mecânico da palha, efeito este que
impediu o estabelecimento das plantas de milho.
Porém, Correia et al. (2006) avaliaram a
quantidade de palhada sobre a emergência de
plantas daninhas e verificaram maior
emergência destas, nos tratamentos com maior
quantidade de palha. Segundo os autores, a palha
sobre o solo reduz a amplitude térmica, bem
como, conserva a sua umidade, fatos estes que
favorecem o processo de germinação das
sementes.
Apesar de não ter sido mensurado no
presente estudo a amplitude térmica e a umidade
do solo, pode-se inferir que nos tratamentos com
maiores quantidades de palhada, ocorreu maior
retenção de umidade e redução da amplitude
térmica, favorecendo os processos fisiológicos
envolvidos na germinação das sementes de
crotalária e milheto, e consequentemente
elevando a emergência e estabelecimento inicial
das plântulas com o aumento dos níveis de palha
de soja sobre o solo.
A Figura 3, traz os resultados
relacionados ao desenvolvimento das plantas de
crotalária e milheto. Para crotalária, pode-se
notar que houve efeito benéfico do aumento na
quantidade de palha de soja, sobre a altura das
plantas desta espécie (Figura 3 A). Por outro
lado, o mesmo efeito não foi observado para
desenvolvimento das plantas de milheto (Figura
3 A), não sendo constatado efeito significativo
(Tabela 2). Entretanto, ao se observar os
resultados para a massa seca das plântulas de
ambas as espécies de cobertura, apresentados na
Figura 3 B, percebe-se que o aumento na
quantidade de palha de soja sobre o solo,
propiciou efeito significativo sobre a variável.
Figura 3. Altura média de plântulas (AMP) (cm) (A) massa seca de plântulas (MSP) (Kg ha-1
) (B) de P. glaucum (L) (milheto)
e de C. juncea (crotalária), em função da quantidade de palhada de soja. Dois Vizinhos, Paraná, 2019
Para a crotalária, constata-se acréscimo
linear da massa seca das plântulas com o
aumento da quantidade de palhada de soja sobre
o solo (Figura 3 B). No entanto, para o milheto,
nota-se efeito quadrático desta variável com
relação ao aumento da quantidade de palha de
soja (Figura 3 B). Desta maneira, aos 18 dias
após a semeadura, constata-se ponto de máximo
acúmulo de massa seca (12,3 kg ha-1
) com adição
de 7.250 kg ha-1
de palha de soja (Figura 3 B).
Os resultados evidenciam que para o milheto,
grandes quantidades de palhada sobre o solo
(acima de 7.250 kg ha-1
), podem resultar em um
menor acúmulo de massa seca das plântulas.
Por outro lado, Noce et al. (2008)
avaliaram o efeito de quatro tipos de cobertura
do solo sobre o estabelecimento de plantas
daninhas, palhada de sorgo (Sorghum bicolor),
braquiária (U. brizantha), milheto (P. glaucum)
e área em pousio. Os autores observaram maior
biomassa seca média de plantas daninhas nas
parcelas em pousio, em relação a utilização das
três espécies como palhada. Já Pacheco et al.
(2008), avaliaram formas de estabelecimento de
plantas de cobertura sobre a cultura da soja e
verificaram que em condições adequadas de
umidade do solo nos períodos pré e pós
sobressemeadura, resultam em maior
crescimento inicial das plantas de cobertura e
também, em maior velocidade de emergência.
Chioderoli et al. (2012) relataram valor
médio de 4.853 kg ha-1
de massa seca de palha
de soja em seus estudos, valor que varia
conforme cultivar de soja utilizada. Já Lopes et
al. (2009), avaliando a quantidade de palha
residual de soja em sistemas integrados de
produção manejados de diferentes formas,
observaram valores de 1.000 a 5.000 kg ha-1
de
massa seca. Estes dados de acúmulo residual de
palhada de soja, mostram que dificilmente uma
lavoura comercial vai superar os 6.000 kg ha-1
de
palha residual. Sendo assim, a palhada de soja
não seria empecilho para o estabelecimento de
milheto e crotalária como plantas de cobertura
para o período de entressafra, pelo contrário, a
palhada favoreceria a emergência de plântulas
destas espécies.
Para o estudo conduzido com milheto,
verificou-se também que o índice de velocidade
de emergência não foi influenciado
estatisticamente pela quantidade de palhada de
soja (Figura 4 A). Entretanto para a crotalária,
observa-se aumento linear da variável, à medida
que se elevou a quantidade de palhada de soja
sobre o solo (Figura 4 A). Quanto ao tempo
médio de emergência, observou-se que ambas as
espécies de cobertura avaliadas tiveram
retardamento da emergência das suas plântulas
com o aumento da quantidade de palhada
(Figura 4 B).
Figura 4. Índice de velocidade de emergência (IVE) (A) e tempo médio de emergência (TME) (dias) (B) de P. glaucum (L)
(milheto) e de C. juncea (crotalária), em função da quantidade de palhada de soja. Dois Vizinhos, Paraná, 2019
Para a crotalária, que apresentou aumento
do índice de velocidade de emergência com o
aumento da quantidade de palha (Figura 4 A), o
resultado pode ser relacionado com o
fornecimento de umidade adequada, associado a
maior quantidade de palhada de soja, resultando
na embebição de sementes, e consequentemente,
em maior índice de velocidade de emergência.
O tempo médio de emergência aumentou
em ambas as espécies, com o aumento da
quantidade de palha de soja sobre o solo (Figura
4 B). Segundo Noce et al. (2008), a quantidade
de palha pode resultar em retardamento da
germinação, pois em estudos, os pesquisadores
observaram que a palhada de braquiária (U.
brizantha) resultou em menor quantidade de
plântulas de milho 20 dias após a semeadura,
porém o estande final de plantas não foi afetado
em relação aos demais tratamentos. Estes
resultados colaboram com os observados no
presente estudo, evidenciando que no sistema de
sobressemeadura, a quantidade de palhada
residual interfere positivamente sobre a
velocidade de emergência de outras espécies.
Segundo Pacheco et al. (2013) e Silva et
al. (2013) a sobressemeadura de plantas de
cobertura tem sido uma técnica que está se
difundido como uma excelente alternativa para à
formação de palha em sucessão à cultura da soja.
Além disso, este sistema pode reduzir custos
operacionais com a realização de mais de uma
operação agrícola no mesmo momento
(semeadura das espécies de cobertura e colheita
da soja) e ainda, com base nos resultados obtidos
no presente estudo, pode-se inferir que a palhada
de soja atua positivamente na emergência e no
desenvolvimento inicial de plântulas de milheto
e crotalária.
CONCLUSÃO
A palhada de soja favorece a emergência
de sementes e desenvolvimento inicial de
plântulas de crotalária (Crotalaria juncea) e
milheto (Pennisetum glaucum (L)).
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1
Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
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(UTFPR), Pato Branco, PR.
2
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3
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Palhada de soja e plantas de cobertura

  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 19 - Número 1 - 1º Semestre 2019 PALHADA DE SOJA INTERFERE NA EMERGÊNCIA DE CROTALÁRIA E MILHETO Vanderson Vieira Batista1 , Jean Carlo Possenti1,2,3 , Cristhian Aurélio Stival Svidzinski3 , Paulo Fernando Adami1,2,3 , Karine Fuschter Oligini1 , Lucas Link3 RESUMO A cobertura do solo apresenta inúmeros benefícios para os sistemas de produção agrícolas. No estudo, objetivou-se investigar a interferência da quantidade residual de palhada de soja sobre a emergência e o desenvolvimento inicial de crotalária (Crotalaria juncea) e milheto (Pennisetum glaucum (L)). Conduziu-se o estudo de abril a maio de 2018, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos, PR. Foram realizados dois ensaios simultâneos, um com milheto e outro com crotalária, em delineamentos de blocos ao acaso, com quatro repetições. Testaram-se cinco doses de palhada de soja (0, 1.500, 3.000, 4.500 e 6.000 kg ha-1 ) e mensurou-se a emergência final, número de plântulas (plantas ha-1 ), altura média de plântula (cm), massa seca de plântulas (kg ha-1 ), índice de velocidade de emergência e tempo médio de emergência (dias) para ambas as espécies, semeadas à lanço, sem incorporação. Os dados foram submetidos a ANOVA e quando houve efeito significativo, aplicou- se análise de regressão. Verificaram-se dificuldades no estabelecimento das plantas de cobertura com a redução dos níveis de palhada sobre o terreno. O aumento na quantidade de palha de soja sobre o solo influenciou de forma positiva a maioria das variáveis mensuradas, para ambas as espécies. Palavras-chave: Crotalaria juncea; Pennisetum americanum (L); semeadura à lanço. SOYBEAN STRAW INTERFERE IN SUNNHEMP AND PEARL MILLET EMERGENCE ABSTRACT - Soil cover presents numerous benefits for crop systems. The objective of this study was to investigate the interference of the residual amount of soybean straw on the emergence and initial development of sunnhemp (Crotalaria juncea) and pearl millet (Pennisetum glaucum (L)). The study was conducted from April to May 2018, at the Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos campus, PR. Two trials, one with pearl millet and the other with sunnhemp, were evaluated in a randomized complete block design with four replicates. Five doses of soybean straw (0, 1,500, 3,000, 4,500 and 6,000 kg ha-1 ) were tested, evaluating the final emergence, number of seedlings (plants ha-1 ), mean seedling height (cm), dry mass of seedlings (kg ha-1 ), emergency speed index and mean time of emergence (days) for both species, sown on the ground, without incorporation. Data were submitted to ANOVA and having a significant effect, regression analysis was applied. Difficulties in the establishment of cover crops were observed with the reduction of straw levels on the ground. The increase in the amount of soybean straw on the soil positively influenced most of the measured variables, for both species. Key words: Crotalaria juncea; Pennisetum americanum (L); sowing on soil; 76
  • 2. INTRODUÇÃO A palhada sobre o solo é essencial para o sucesso do Sistema de Plantio Direto (SPD), pois absorve os impactos das gotas de chuva, auxilia no controle de plantas daninhas e proporciona acúmulo de matéria orgânica, além de melhorar as características químicas, físicas e biológicas do solo (MENEZES et al., 2009). Contudo, na prática, é difícil manter a palha sobre o solo durante o ano todo, sendo esta dificuldade agravada com a proximidade do inverno, período de entressafra (BALBINOT JR et al., 2007). Visando minimizar este tipo de problema nas lavouras, muitos estudos vêm sendo desenvolvidos, onde as plantas de cobertura como o milheto (P. americanum (L)) (Poaceae) e a crotalária (C. juncea) (Fabaceae), são algumas que merecem destaque. O milheto se diferencia devido a produção de biomassa (FERRARI NETO et al., 2011; TORRES et al., 2014) e as elevadas concentrações de macronutrientes (FERRARI NETO et al., 2011; SORATTO et al., 2012). Já a crotalária, destaca- se por apresentar maior taxa de decomposição (TORRES et al., 2014) e elevados teores de Ca (SORATTO et al., 2012). Ainda, Cardoso et al. (2013), relataram que tanto a crotalária quanto o milheto, possuem a capacidade de reduzir a resistência do solo à penetração, descompactando-o o até a profundidade de 25 cm. No mesmo sentido, estudos têm sido conduzidos para identificar a melhor forma de estabelecimento das plantas de cobertura. Chioderoli et al. (2012) concluíram em suas investigações que tanto a forma de estabelecimento quanto a espécie utilizada como cobertura durante o período de entressafra, podem inferir nos componentes de rendimento da próxima safra. Já Pariz et al. (2010) verificaram efeito da modalidade de semeadura sobre o acúmulo de massa seca das plantas de cobertura e Almeida et al. (2009) observaram que a modalidade de semeadura, interfere no estabelecimento de plantas e consequentemente no acúmulo de massa seca das espécies utilizadas como cobertura. Quanto às formas de estabelecimento das plantas de cobertura, estudos apontam que o sistema de sobressemeadura apresenta a possibilidade de ser realizado juntamente com outra atividade agrícola. Pacheco et al. (2008), avaliaram o sistema de sobressemeadura em lavouras de soja e constataram eficiência na germinação milheto. De acordo com Ferreira et al. (2016), a sobressemeadura de plantas de cobertura, pode ser realizada durante o cultivo da soja, ou ainda, no momento de colheita da lavoura, apresentando eficácia. Entretanto, Menezes et al. (2009) relataram haver efeito da palhada residual sobre a emergência e estabelecimento das plantas daninhas, já Noce et al. (2008), constataram que o estande inicial de milho é menor quando utilizado palhada de braquiária (U. brizantha) como cobertura. Desta forma, supõe-se que a palhada residual possa também interferir sobre a emergência e estabelecimento das espécies de cobertura, fato este, que carece de maiores investigações científicas. Devido a possibilidade de se realizar duas operação agrícolas ao mesmo tempo – colheita da soja e semeadura de espécies de cobertura, e sabendo da importância que a palhada representa para os sistemas de produção agrícola, mas supondo que está cobertura pode interferir sobre a emergência de sementes e desenvolvimento de plantas de outras espécies, o presente estudo tem por objetivo simular um sistema de sobressemeadura, para aferir os efeitos que diferentes quantidades de palhada residual de soja exercem na emergência de sementes e estabelecimento inicial de plântulas de crotalária (C. juncea) e milheto (P. glaucum (L)). MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido de abril a maio de 2018, no Laboratório de Análises de Sementes e na Estação Experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos, situada a 25º 42’ 52’’
  • 3. latitude S e 53º 03’ 94’’ longitude W e altitude média de 510 metros. A região apresenta clima Cfa (ALVARES et al., 2013) e solo classificado como Nitossolo Vermelho distroférrico (EMBRAPA, 2013). Foram conduzidos simultaneamente dois estudos, um com crotalária e outro com milheto, ambos em delineamentos de blocos ao acaso, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos de cinco quantidades de palhada de soja (0, 1.500, 3.000, 4.500 e 6.000 kg ha-1 ) sobre o solo, resultando em 20 unidades experimentais (UE) para cada estudo. As UE foram constituídas de 2,25 m² (1,5 x 1,5 m) cada, sendo demarcada a parte central (unidades de observação (UO) - 1 m² - 1,0 x 1,0 m) para as futuras coletas de dados. Utilizaram-se sementes comerciais de milheto e crotalária, as quais foram caracterizadas em relação a germinação (G %) e ao peso de mil sementes (PMS g) em laboratório, segundo as Regras de Análise de Sementes RAS (BRASIL, 2009). Com base nestes valores, foram utilizadas densidades de semeadura de 17,36 e 24,95 kg ha-1 , almejando-se 15,00 e 20,00 kg ha-1 de sementes viáveis para crotalária e milheto, respectivamente. Como fonte de cobertura usou-se palhada da parte aérea de soja, proveniente de uma lavoura comercial coletada logo após a colheita dos grãos. A palha foi secada ao sol e mantida em bolsas até a implantação dos ensaios. A sua massa seca foi determinada por meio da pesagem de quatro amostras de 300 g, as quais foram inseridas em estufa a 65 °C e ventilação forçada de ar, até atingirem massa constante. Na sequência, as amostras foram novamente pesadas e então determinado a porcentagem de massa secas das amostras. A área experimental utilizada na condução dos ensaios é plana e utilizada para o cultivo de culturas agrícolas. No momento de implantação dos estudos a área encontrava-se em pousio (pós cultivo de soja no período safra). O preparo da área foi realizado com o arranquio manual de plantas daninhas e plantas voluntárias de soja presentes no local, seguido de retirada da palhada presente sobre a área. Na sequência, as sementes das espécies de cobertura foram distribuídas de forma manual sobre o solo, sendo posteriormente inseridas as doses de palhada de soja. Plantas daninhas que germinaram durante o período de condução dos ensaios foram arrancadas manualmente. Devido à baixa precipitação, conforme dados meteorológicos obtidos de Estação Automática do Instituto Nacional De Meteorologia (INMET, 2018) instalada próxima a área experimental (1.000 m), houve necessidade de irrigação sobre os ensaios, sendo os valores apresentados na Figura 1. Figura 1. Temperaturas máxima e mínima (°C), precipitação e irrigação (mm) Fonte de dados: Instituto Nacional De Meteorologia - INMET (2018) – Estação Automática Dois Vizinhos, PR.
  • 4. Avaliou-se em ambos os ensaios o índice de velocidade de emergência (IVE) (MAGUIRE 1962), tempo médio de emergência em dias (TME) (EDMOND; DRAPALA, 1958), por meio da contagem diária das plântulas emergidas. Também aos 18 dias após a semeadura, foi verificado a emergência final (EF%) -relacionando o número de sementes inseridas sobre a UO e o número de sementes emergidas, número de plântulas (NP ha-1 ) – quantidade de plântulas estabelecidas nas UO, altura média de plântulas (AMP cm) - dada pela distância do solo até o ápice das plântulas e massa seca de plântulas (MSP g) - após secagem das plântulas em estufa à 65°C por 48H. O conjunto de dados foi submetido ao teste de normalidade de Shapiro-Will e as variáveis EF e NP foram transformadas (√x) para atender os pressupostos. Cumpridos os pressupostos do modelo, os dados foram submetidos a ANOVA (p<0,05) e constatada significância estatística, aplicou-se análise de regressão. A análise de dados foi efetuada com auxílio do software Sisvar 5.6 (FERREIRA, 2008). RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com a ANOVA, para a espécie crotalária, todas as variáveis analisadas apresentaram efeito significativo (p<0,05) (Tabela 1), com relação as quantidades de palha testadas. Tabela 1. Resumo da análise de variância (ANOVA), com valores de quadrado médio e nível de significância para emergência e desenvolvimento inicial de plântulas de C. juncea (crotalária), em função de diferentes quantidades de palhada de soja sobre o solo, Dois Vizinhos (2019) Fator GL Emergência final (EF) (%) Número de plântulas (NP) (plantas ha-1 ) Altura média de plântulas (AMP) (cm) Palhada 4 28,648195** 8,00000000E +0009** 1,376278* Bloco 3 0,673656ns 253.333.333,333333ns 0,110379ns Erro 12 3,916507 186.666.666,666667 0,343786 Média 8,20 120.000,00 7,55 CV (%) 24,12 11,44 7,82 Linear 99,070081** 31.360.000.000,000002** 4,600231** Quadrática 2,487828ns 457.142.857,142857ns 0,871254ns Fator GL Massa seca (MS) (Kg ha-1 ) Índice de velocidade de emergência (IVE) Tempo médio de emergência (TME) Palhada 4 14,081565** 1,579317* 2,787799* Bloco 3 0,323990ns 0,357059ns 1,021823ns Erro 12 0,906912 0,385020 0,534020 Média 4,66 2,61 10,30 CV (%) 20,50 23,81 7,13 Linear 53,759060** 5,128100** 10,841818** Quadrática 0.263863ns 0,228181ns 0,078433ns ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05). ns - não significativo (p <= 0,05). GL: graus de liberdade. Já para o milheto, observou-se na Tabela 2, efeito significativo (p<=0,05) apenas para EF, NP, MSP e TME. A análise de regressão mostra que o aumento da quantidade de palha de soja sobre o solo, elevou linearmente os valores de EF (Figura 2 A) e NP (Figura 2 B), para ambas as espécies. Os resultados evidenciaram que a palhada de soja sobre o solo beneficia a emergência das sementes e o estabelecimento inicial das plântulas de crotalária e milheto.
  • 5. Tabela 2. Resumo da análise de variância (ANOVA), com valores de quadrado médio e nível de significância para emergência e desenvolvimento inicial de plântulas de P. glaucum (L) (milheto), em função de diferentes quantidades de palhada de soja sobre o solo, Dois Vizinhos (2019) Fator GL Porcentagem de emergência (PE) (%) Número de plantas (NP) (plantas ha-1 ) Altura média de plantas (AMP) (cm) Palhada 4 2,602256** 3,95680000E +0011** 2,687629ns Bloco 3 0,494876ns 466.666.666,666667ns 0,181803ns Erro 12 0,258666 2,61666667E+0009 0,935429 Média 2,70 552.000,00 9,29 CV (%) 18,92 9,38 10,41 Linear 9,372805** 1.489.959.999.999,999890** ---------- Quadrática 0,011334ns 714.285.714,285714 ---------- Fator GL Massa seca (MS) (kg ha-1 ) Índice de velocidade de emergência (IVE) Tempo médio de emergência (TME) Palhada 4 98,064637** 12,172899ns 4,189312* Bloco 3 1,268358ns 8,534909ns 0,679785ns Erro 12 1,019550 5,935205 0,953299 Média 12,02 8,87 9,60 CV (%) 8,48 27,55 10,23 Linear 343,700788** ---------- 15,892888** Quadrática 7,469363* ---------- 0,000118ns ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05). ns - não significativo (p <= 0,05). GL: graus de liberdade. Figura 2. Emergência final (EF) (%) (A) e número de plântulas (NP) (plântulas.ha-1 ) (B) de P. glaucum (L) (milheto) e de C. juncea (crotalária), em função da quantidade de palhada de soja. Dois Vizinhos, Paraná, 2019 De acordo com Noce et al. (2008), o estande inicial de plântulas de milho é reduzido quando utilizado palhada de braquiária (U. brizantha) em cobertura. Os autores afirmam ter havido efeito mecânico da palha, efeito este que impediu o estabelecimento das plantas de milho. Porém, Correia et al. (2006) avaliaram a quantidade de palhada sobre a emergência de plantas daninhas e verificaram maior emergência destas, nos tratamentos com maior quantidade de palha. Segundo os autores, a palha sobre o solo reduz a amplitude térmica, bem como, conserva a sua umidade, fatos estes que favorecem o processo de germinação das sementes.
  • 6. Apesar de não ter sido mensurado no presente estudo a amplitude térmica e a umidade do solo, pode-se inferir que nos tratamentos com maiores quantidades de palhada, ocorreu maior retenção de umidade e redução da amplitude térmica, favorecendo os processos fisiológicos envolvidos na germinação das sementes de crotalária e milheto, e consequentemente elevando a emergência e estabelecimento inicial das plântulas com o aumento dos níveis de palha de soja sobre o solo. A Figura 3, traz os resultados relacionados ao desenvolvimento das plantas de crotalária e milheto. Para crotalária, pode-se notar que houve efeito benéfico do aumento na quantidade de palha de soja, sobre a altura das plantas desta espécie (Figura 3 A). Por outro lado, o mesmo efeito não foi observado para desenvolvimento das plantas de milheto (Figura 3 A), não sendo constatado efeito significativo (Tabela 2). Entretanto, ao se observar os resultados para a massa seca das plântulas de ambas as espécies de cobertura, apresentados na Figura 3 B, percebe-se que o aumento na quantidade de palha de soja sobre o solo, propiciou efeito significativo sobre a variável. Figura 3. Altura média de plântulas (AMP) (cm) (A) massa seca de plântulas (MSP) (Kg ha-1 ) (B) de P. glaucum (L) (milheto) e de C. juncea (crotalária), em função da quantidade de palhada de soja. Dois Vizinhos, Paraná, 2019 Para a crotalária, constata-se acréscimo linear da massa seca das plântulas com o aumento da quantidade de palhada de soja sobre o solo (Figura 3 B). No entanto, para o milheto, nota-se efeito quadrático desta variável com relação ao aumento da quantidade de palha de soja (Figura 3 B). Desta maneira, aos 18 dias após a semeadura, constata-se ponto de máximo acúmulo de massa seca (12,3 kg ha-1 ) com adição de 7.250 kg ha-1 de palha de soja (Figura 3 B). Os resultados evidenciam que para o milheto, grandes quantidades de palhada sobre o solo (acima de 7.250 kg ha-1 ), podem resultar em um menor acúmulo de massa seca das plântulas. Por outro lado, Noce et al. (2008) avaliaram o efeito de quatro tipos de cobertura do solo sobre o estabelecimento de plantas daninhas, palhada de sorgo (Sorghum bicolor), braquiária (U. brizantha), milheto (P. glaucum) e área em pousio. Os autores observaram maior biomassa seca média de plantas daninhas nas parcelas em pousio, em relação a utilização das três espécies como palhada. Já Pacheco et al. (2008), avaliaram formas de estabelecimento de plantas de cobertura sobre a cultura da soja e verificaram que em condições adequadas de umidade do solo nos períodos pré e pós sobressemeadura, resultam em maior crescimento inicial das plantas de cobertura e também, em maior velocidade de emergência. Chioderoli et al. (2012) relataram valor médio de 4.853 kg ha-1 de massa seca de palha de soja em seus estudos, valor que varia conforme cultivar de soja utilizada. Já Lopes et al. (2009), avaliando a quantidade de palha residual de soja em sistemas integrados de
  • 7. produção manejados de diferentes formas, observaram valores de 1.000 a 5.000 kg ha-1 de massa seca. Estes dados de acúmulo residual de palhada de soja, mostram que dificilmente uma lavoura comercial vai superar os 6.000 kg ha-1 de palha residual. Sendo assim, a palhada de soja não seria empecilho para o estabelecimento de milheto e crotalária como plantas de cobertura para o período de entressafra, pelo contrário, a palhada favoreceria a emergência de plântulas destas espécies. Para o estudo conduzido com milheto, verificou-se também que o índice de velocidade de emergência não foi influenciado estatisticamente pela quantidade de palhada de soja (Figura 4 A). Entretanto para a crotalária, observa-se aumento linear da variável, à medida que se elevou a quantidade de palhada de soja sobre o solo (Figura 4 A). Quanto ao tempo médio de emergência, observou-se que ambas as espécies de cobertura avaliadas tiveram retardamento da emergência das suas plântulas com o aumento da quantidade de palhada (Figura 4 B). Figura 4. Índice de velocidade de emergência (IVE) (A) e tempo médio de emergência (TME) (dias) (B) de P. glaucum (L) (milheto) e de C. juncea (crotalária), em função da quantidade de palhada de soja. Dois Vizinhos, Paraná, 2019 Para a crotalária, que apresentou aumento do índice de velocidade de emergência com o aumento da quantidade de palha (Figura 4 A), o resultado pode ser relacionado com o fornecimento de umidade adequada, associado a maior quantidade de palhada de soja, resultando na embebição de sementes, e consequentemente, em maior índice de velocidade de emergência. O tempo médio de emergência aumentou em ambas as espécies, com o aumento da quantidade de palha de soja sobre o solo (Figura 4 B). Segundo Noce et al. (2008), a quantidade de palha pode resultar em retardamento da germinação, pois em estudos, os pesquisadores observaram que a palhada de braquiária (U. brizantha) resultou em menor quantidade de plântulas de milho 20 dias após a semeadura, porém o estande final de plantas não foi afetado em relação aos demais tratamentos. Estes resultados colaboram com os observados no presente estudo, evidenciando que no sistema de sobressemeadura, a quantidade de palhada residual interfere positivamente sobre a velocidade de emergência de outras espécies. Segundo Pacheco et al. (2013) e Silva et al. (2013) a sobressemeadura de plantas de cobertura tem sido uma técnica que está se difundido como uma excelente alternativa para à formação de palha em sucessão à cultura da soja. Além disso, este sistema pode reduzir custos operacionais com a realização de mais de uma operação agrícola no mesmo momento (semeadura das espécies de cobertura e colheita da soja) e ainda, com base nos resultados obtidos no presente estudo, pode-se inferir que a palhada de soja atua positivamente na emergência e no
  • 8. desenvolvimento inicial de plântulas de milheto e crotalária. CONCLUSÃO A palhada de soja favorece a emergência de sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de crotalária (Crotalaria juncea) e milheto (Pennisetum glaucum (L)). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R.G.; COSTA, J.A.A.; KICHEL, A.N.; ZIMMER, A. Taxas e métodos de semeadura para Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã em safrinha. Embrapa Gado de Corte- Comunicado Técnico. Campo Grande, MS, novembro. 2009. ALVARES, C.A.; STAPE, J.L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVES, J.L.M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p.711- 728, 2013 BALBINOT JR, A.A.; MORAES, A.; BACKES, R.L. Efeito de coberturas de inverno e sua época de manejo sobre a infestação de plantas daninhas na cultura de milho. Planta daninha, v. 25, n. 3, p. 473-480, 2007. BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA. Regras para análise de sementes. 2009. 399 p CARDOSO, D.P.; SILVA, M.L.; CARVALHO, G.J.; FREITAS, D.A.; AVANZI, J.C. Espécies de plantas de cobertura no recondicionamento químico e físico do solo. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 8, n. 3, 2013. CHIODEROLI, C.A.; MELLO, L.M.; GRIGOLLI, P.J.; FURLANI, C.E.; SILVA, J.O.; CESARIN, A.L. Atributos físicos do solo e produtividade de soja em sistema de consórcio milho e braquiária. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, p. 37-43, 2012. CORREIA, N.M.; DURIGAN, J.C.; KLINK, U.P. Influência do tipo e da quantidade de resíduos vegetais na emergência de plantas daninhas. Planta Daninha, p. 245-253, 2006. EDMOND, J.B.; DRAPALA, W.J. The effects of temperature, sand and soil, and acetone on germination of okra seed. Proceedings of the American Society Horticutural Science, n.71, p.428-434, 1958. EMBRAPA. EMBRAPA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa Solos. 3.a. ed. 2013. 353p. FERRARI NETO, J.; CRUSCIOL, C.A.C.; SORATTO, R.P.; COSTA, C.H.M. Plantas de cobertura, manejo da palhada e produtividade da mamoneira no sistema plantio direto. Revista Ciência Agronômica, v. 42, n. 4, p. 978-985, 2011. FERREIRA, D.F. Sisvar: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Científica Symposium. 6:36-41, 2008. FERREIRA, A.D.B.; BOGIANI, J.; SOFIATTI, V.; LAMAS, F. Sistemas de cultivo de plantas de cobertura para a semeadura direta do algodoeiro. Embrapa Algodão-Comunicado Técnico. Campina Grande, 2016. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infote ca/handle/doc/1066067> Acesso em 06 mar. 2019. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. INMET (2018). Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/portal/>. Acesso em: 31 jun de 2018 LOPES, M.L.T.; CARVALHO, P.D.F.; ANGHINONI, I.; SANTOS, D.D.; AGUINAGA, A.A.Q.; FLORES, J.P.C.; MORAES, A.D. Sistema de integração lavoura- pecuária: efeito do manejo da altura em pastagem de aveia preta e azevém anual sobre o rendimento
  • 9. da cultura da soja. Ciência Rural, v. 39, n. 5, p. 1499-1506, 2009. MAGUIRE, J. D. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedling and vigor. Crop Science, Madison, v. 2, n. 2, p. 176-177, 1962. MENEZES, L.A.S.; LEANDRO, W.M.; JÚNIOR, O.; FERREIRA, A.C.D.B.; SANTANA, J.D.G.; BARROS, R.G. Produção de fitomassa de diferentes espécies, isoladas e consorciadas, com potencial de utilização para cobertura do solo. Bioscience Journal. Uberlândia, v. 25, n. 1, p. 7-12. 2009. NOCE, M.A.; SOUZA, I.F.; KARAM, D.; FRANÇA, A.C.; MACIEL, G.M. Influência da palhada de gramíneas forrageiras sobre o desenvolvimento da planta de milho e das plantas daninhas. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.7, n.3, p. 265-278, 2008. PACHECO, L.P.; PIRES, F.R.; MONTEIRO, F.P.; OLIVEIRA PROCÓPIO, S.; ASSIS, R.L.; CARMO, M.L.; PETTER, F.A. Desempenho de plantas de cobertura em sobressemeadura na cultura da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.43, n.7, p.815-823, jul. 2008. PACHECO, L.P.; MONTEIRO, M.M.S.; SILVA, R.F.; SOARES, L.S.; FONSECA, W.L.; NÓBREGA, J.C.A.; PETTER, F.A.; ALCÂNTARA NETO, F.; OSAJIMA, J.A. Produção de fitomassa e acúmulo de nutrientes por plantas de cobertura no Cerrado piauiense. Bragantia, v.72, p.237-246, 2013 PARIZ, C.M.; ANDREOTTI, M.; AZENHA, M.V.; BERGAMASCHINE, A.F.; MELLO, L.M.M.; LIMA, R.C. Massa seca e composição bromatológica de quatro espécies de braquiárias semeadas na linha ou a lanço, em consórcio com milho no sistema plantio direto na palha. Acta Scientiarum Animal Sciences, Maringá, v. 32, n. 2, p. 147-154, 2010. SILVA, W.B.; PETTER, F.A.; LIMA, L.B.; ANDRADE, F.R. Desenvolvimento inicial de Urochloa ruziziensis e desempenho agronômico da soja em diferentes arranjos espaciais no cerrado Mato-Grossense. Bragantia, v.72, p.146-153, 2013. SORATTO, R.P.; CRUSCIOL, C.A.C.; COSTA, C.H.M.D.; FERRARI NETO, J.; CASTRO, G.S.A. Produção, decomposição e ciclagem de nutrientes em resíduos de crotalária e milheto, cultivados solteiros e consorciados. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.47, n.10, p.1462-1470. 2012. TORRES, J. L. R. SILVA, M.G.S.; CUNHA, M.A.; VALLE, D.X.P.; PEREIRA, M.G. Produção de fitomassa e decomposição de resíduos culturais de plantas de coberturas no cultivo da soja em sucessão. Revista Caatinga, Mossoró, v. 27, n. 3, p. 247 – 253, 2014. 1 Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Pato Branco, PR. 2 Programa de Graduação em Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, PR. 3 Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Dois Vizinhos, PR. vandersonvbatista@hotmail.com 84