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03
Adubação verde com crotalária
juncea em áreas de implantação ou
reforma de canaviais, em pequenas
propriedades rurais
Mauro Wagner de Oliveira
CECA/ UFAL
Christiano Nascif
SENAR-MG
Terezinha Bezerra Albino Oliveira
CECA/UFAL
Thiago Camacho Rodrigues
PDPL/RV-UFV
Wesley Oliveira de Assis
CECA/UFAL
Dalmo de Freitas Santos
CECA/UFAL
Sara Camylla de Souza Moura
10.37885/201102246
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
46
Palavras-chave: Agricultura Familiar, Difusão de Tecnologias, Sustentabilidade, Cicla-
gem de Nutrientes.
RESUMO
Na maioria das pequenas propriedades rurais, especialmente nas de agricultura fami-
liar, a cana-de-açúcar é cultivada para a alimentação de ruminantes, de monogástricos
e humana. Nestas pequenas propriedades, o corte, o carregamento e o transporte da
cana-de-açúcar demandam grande quantidade de horas de recursos humanos e, estes
constituem isoladamente o item de maior percentual de custo e de desgaste físico dos
agricultores nessa cultura. Em canaviais mais produtivos, estes custos são proporcional-
mente menores, portanto, há necessidade de implementar medidas que assegurem alta
produtividade no ciclo de cana-planta e pequenos decréscimos nos ciclos posteriores,
para que o rendimento dos fatores de produção “terra, capital e trabalho” sejam eleva-
dos, repercutindo em menor custo de produção. A adubação verde com crotalária juncea
nas áreas de reforma ou de implantação do canavial pode contribuir para o aumento
da produtividade da cana-de-açúcar, principalmente nos dois primeiros cortes. Neste
capítulo são apresentados resultados de estudos conduzidos pelos autores, na zona da
mata Mineira. Os tópicos são relacionados a fisiologia da crotalária juncea, a correção da
acidez do solo, as épocas de semeadura, as taxas de crescimento e a cobertura do solo,
ao acúmulo e ciclagem de nutrientes e, ao aumento da produtividade da cana-de-açúcar
nas áreas onde houve o cultivo desse adubo verde antecedendo a implantação do ca-
navial. Pelos resultados apresentados concluiu-se que a adubação verde com crotalária
juncea nas áreas de reforma ou implantação de canaviais contribui para o aumento da
produtividade de cana-de-açúcar e para o uso mais eficiente dos fatores de produção.
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
47
INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar cultivada em pequenas propriedades rurais na zona da Mata do
estado de Minas Gerais (Zona da Mata Mineira), região sudeste do Brasil, geralmente, é
destinada a alimentação animal, produção de rapadura, açúcar mascavo, cachaça e álcool
carburante. Nesse capítulo são relatados trabalhos de um grupo (OLIVEIRA, M. W. et al.)
que realiza pesquisa e difusão de tecnologia para pequenas propriedades rurais da Zona da
Mata Mineira. Essas pequenas propriedades rurais têm coordenadas geográficas: latitude
variando de 20° 45’ 14” a 21° 11’ 39” Sul e, longitude compreendida entre 42° 52’ 55” e 43°
01’ 04” Oeste. A altitude dessas propriedades oscila de 330 a 650 m. O clima da região varia,
segundo a classificação de Köppen, do tipo Aw a Cwa, com verão chuvoso. A precipitação
média nos últimos 30 anos foi cerca de 1.200 mm, com excedente hídrico de novembro a
março e, de abril a setembro, a precipitação fica abaixo da evapotranspiração potencial,
causando déficit hídrico nesse período. No mês de outubro, a precipitação volta a ser maior
que a evapotranspiração, portanto, as estações seca e chuvosa são bem definidas nessa
região (OLIVEIRA et al., 2019).
Os solos predominantes na região são: Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, Argissolo
Vermelho-Amarelo e Cambissolo latossólico. Embora de baixa fertilidade, sua constituição
física permite a atividade agrícola desde que se use técnicas agrícolas apropriadas. As prin-
cipais técnicas agrícolas recomendadas para esses pequenos produtores rurais são a melho-
ria das propriedades físico-químicas do solo, pela calagem, gessagem, adubação química,
adubação verde, uso de composto orgânico, plantio de variedades de cana-de-açúcar de
maior potencial produtivo, controle químico de plantas daninhas e, controle biológico de
pragas (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2018).
Neste capítulo são apresentados os resultados dos estudos e avaliações do grupo de
pesquisa e difusão de tecnologia para pequenas propriedades rurais, comparando-os com
os de outros autores citados na literatura. Os itens discutidos no capítulo são relacionados
ao uso da crotalária juncea. Nessa discussão, primeiramente, será abordado o tópico da
escolha da espécie de adubo verde, e, em seguida, serão discutidos a fertilidade do solo,
épocas de semeadura e florescimento, acúmulo de matéria seca e nitrogênio, concluindo-se
a discussão com a apresentação de resultados do aumento da produção de forragem e de
colmos nas áreas anteriormente cultivadas com a crotalária juncea.
ESCOLHA DA ESPÉCIE DE ADUBO VERDE A SER SEMEADA
Nas pequenas propriedades da zona da Mata Mineira, à semelhança do centro-sul do
Brasil, os plantios de cana-de-açúcar, sem irrigação, são realizados basicamente em duas
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
48
épocas: início do período chuvoso (setembro e outubro) e final do período chuvoso: fevereiro
a março. O canavial implantado no início do período chuvoso poderá ser colhido a partir de
abril-maio do ano seguinte e, por isto, é designado de “cana de ano”, mas, para o plantio de
fevereiro a março a colheita ocorrerá cerca de 15 a 18 meses após, sendo conhecida como
“cana de ano e meio” (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2019).
Nas áreas de reforma ou de implantação do canavial de ano e meio há as opções de
pousio, de cultivos de ciclos rápidos ou da semeadura de adubos verdes. Decidindo-se pela
adubação verde, deve-se escolher a espécie a ser plantada e, nesta avaliação, é recomen-
dável considerar o histórico da área quanto às presenças de camada adensada, de pragas,
de doenças, do tipo de planta daninha predominante, da fertilidade do solo e do tempo
que o adubo verde poderá permanecer na área antecedendo ao plantio da cana-de-açúcar
(OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2019).
Em um dos estudos conduzidos por Oliveira (dados não publicados) para difusão de
tecnologia, no início dos anos 2000, no município de Mercês, MG, foi avaliado o potencial
produtivo de seis adubos verdes: crotalária juncea, feijão guandu, feijão de porco, mucuna
cinza, mucuna preta e vegetação espontânea. Foram constatados maiores acúmulo de
matéria seca e ciclagem de nutrientes pela crotalária juncea, comparativamente aos demais
adubos verdes. Na média dos dois anos de estudo, a crotalária juncea acumulou na parte
aérea cerca de 15 t de matéria seca por hectare, estatisticamente superior aos demais. Esses
resultados reforçam as observações de Oliveira et al. (1998), que relataram maior produção
de biomassa seca da crotalária juncea, comparativamente a outros adubos verdes. O feijão
guandu foi o segundo adubo verde com maior acúmulo de matéria seca, em média 10,5
t ha–1
. O feijão de porco e as mucunas cinza e preta acumularam próximo a 8 t ha–1
, não
diferindo entre si. Para a vegetação espontânea (pousio) constatou-se acúmulo médio de
matéria seca próximo a 5 t por hectare.
As áreas dos estudos citados anteriormente tinham vegetação predominante de bra-
quiária decumbens e braquiária plantagínea (capim marmelada). Os solos destas áreas são
de fertilidade construída, com saturação por bases oscilando em torno de 60%, tendo teores
médios de fósforo e de potássio. Nos dois anos, as semeaduras foram realizadas na primeira
semana de outubro, logo após as primeiras chuvas. Na escolha dos locais, selecionaram-se
solos representativos das propriedades rurais nas quais os autores do capítulo desenvolvem
estudos ou usam como unidades de validação e difusão de tecnologias recomendadas para
a cultura da cana-de-açúcar, com enfoque de alta produtividade e eficiência na utilização
dos insumos de produção.
A crotalária juncea é originária da Índia, mas se adaptou muito bem à região centro-sul
do Brasil e à zona da Mata Mineira, conforme citado anteriormente. A crotalária juncea, devido
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
49
a sua alta produção de matéria seca em curto período de tempo, tem sido a espécie mais
recomendada pelos autores como adubo verde em áreas de reforma do canavial ou de plantio
da cana de ano e meio. Ademais, suas sementes são de fácil obtenção, não apresentam
dormência; tem crescimento rápido, o que lhe confere competitividade com as plantas dani-
nhas; possui sistema radicular profundo e vigoroso, capaz de reciclar nutrientes; é resistente
às pragas e pouco atacada por doenças e, também fixa o nitrogênio do ar atmosférico em
grande quantidade (WUTKE e ARÉVALO, 2006; PERIN et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2007).
AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO E A IMPLANTAÇÃO DOS
CANAVIAIS
Com base nos trabalhos conduzidos na região da Zona da Mata Mineira, por Oliveira
et al. (2007), os autores têm recomendado o plantio de “cana de ano” em solos mais férteis,
de relevos mais suaves e menos erosivos, uma vez que, nesse período, ocorrem chuvas com
grande intensidade. Em razão de a cana-de-açúcar iniciar a fase de crescimento máximo a
partir de janeiro, quando começa a diminuir a disponibilidade hídrica e térmica, o suprimen-
to de nutrientes não deverá ser um fator limitante ao desenvolvimento da planta, para que
possam ser obtidas produtividades de biomassa superiores a 120 t de matéria natural por
hectare. Entretanto, o plantio de “cana de ano e meio” tem sido recomendado para os solos
de relevos mais acidentados e de menor fertilidade, uma vez que a cana permanecerá cres-
cendo no campo por mais tempo e, a fase de crescimento máximo coincide com as épocas
de maior disponibilidade hídrica e luminosa, o que resulta em maior recobrimento do solo
pela folhagem da cana-de-açúcar e em maior taxa fotossintética e acúmulo de matéria seca.
Outras duas grandes vantagens do plantio da “cana de ano e meio” são a possibilidade do
cultivo de crotalária juncea antecedendo ao plantio da cana e a obtenção de mudas pelo
sistema do Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente (MEIOSI).
A cana-de-açúcar, por produzir grande quantidade de massa, extrai e acumula, con-
sequentemente, grande quantidade de nutrientes do solo. Em avaliações realizadas pelos
autores em pequenas propriedades da zona da Mata Mineira, verificou-se que para uma
produção de 120 toneladas de matéria natural por hectare, cerca de 100 t de colmos indus-
trializáveis, o acúmulo de nutrientes na parte aérea da planta é da ordem de 150, 40, 180,
90, 50 e 40 kg de N, P, K, Ca, Mg e enxofre, respectivamente. No caso dos micronutrientes:
ferro, manganês, zinco, cobre e boro, os acúmulos na biomassa da parte aérea, também para
uma produção de 120 t ha–1
, são por volta de 8,0; 3,0; 0,6; 0,4; e, 0,3 kg, respectivamente
(OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2018).
Devido a essa alta remoção de nutrientes, deve-se conhecer a capacidade de forne-
cimento de nutrientes pelo solo para, se necessário, complementá-la com adubações e,
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
50
se constatada a presença de elementos em níveis tóxicos, reduzir sua concentração pela
calagem e gessagem. Normalmente, avaliam-se a disponibilidade de nutrientes e a presen-
ça de elementos em níveis tóxicos no solo pela análise química da camada arável, sendo
também de grande valia o histórico da área, sobretudo as adubações realizadas e, se houve
ou não ocorrência de sintomas de deficiência ou de toxidez nos cultivos anteriores (ERNANI
e ALMEIDA, 1986; OLIVEIRA et al., 2004; RAIJ, 2011).
A crotalária juncea, que poderá anteceder ao plantio da cana-de-açúcar de ano e meio
ou ser cultivada simultaneamente com a cana-de-açúcar no sistema de MEIOSI, também é
uma planta que responde muito bem à melhoria da fertilidade do solo, assim, todas as ações
implementadas para melhorar a nutrição da cana-de-açúcar irão influenciar positivamente
no crescimento, acúmulo de matéria seca e nutrientes pela crotalária, refletindo em maior
produtividade da cana-de-açúcar, especialmente no primeiro e segundo cortes (ERNANI
et al., 2001; MEDA, 2003; OLIVEIRA et al., 2007).
Usualmente, coletam-se amostras de solo das camadas de 0 a 20 e de 20 a 40 cm de
profundidade. Os resultados da análise da camada de 0 a 20 cm têm sido utilizados para
calcular a adubação e a calagem e, os da camada de 20 a 40 cm, para os cálculos da ne-
cessidade de gessagem. Devido as áreas serem pequenas, os autores deste capítulo têm
orientado aos produtores coletarem as amostras de solo usando cavadeira e pá reta, pois,
o uso da pá reta diminui a variabilidade dos índices de fertilidade do solo. Mais detalhes
sobre os procedimentos de amostragem, variabilidade amostral, secagem de amostras e
comparação entre extratores químicos podem ser obtidos em Oliveira et al. (2018 e 2019).
CALAGEM PARA A CANA-DE-AÇÚCAR E PARA A CROTALÁRIA JUN-
CEA
Conforme citado inicialmente, os solos da região são, em sua grande maioria, natural-
mente ácidos, apresentando baixa saturação por cátions básicos, como cálcio, magnésio e
potássio. A deficiência desses cátions básicos, associada aos altos teores de alumínio, ferro
e manganês, tem sido prejudicial ao crescimento do sistema radicular e, consequentemen-
te, de toda a planta. Por esses motivos, a calagem e a gessagem são importantes práticas
usualmente recomendadas pelos autores na implantação dos canaviais e no cultivo da cro-
talária juncea (OLIVEIRA et al., 2007; RAIJ, 2011). Vários materiais têm sido usados como
corretivos da acidez de solos, sendo os mais empregados os calcários dolomíticos, porém,
usam-se também os calcários calcíticos, magnesianos e, os silicatos de cálcio e magnésio,
designados de escórias de siderurgias. Nessas escórias, o teor de óxido de magnésio oscila
em torno de 8%, enquanto os calcários calcíticos possuem teores de MgO inferiores a 5%,
os magnesianos entre 6 e 12% e os dolomíticos acima de 12%. A eficiência desses produtos
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
51
na correção da acidez do solo depende, dentre outros fatores, da sua granulometria, da
distribuição uniforme no campo e da disponibilidade hídrica do solo (OLIVEIRA et al., 2007).
O método de análise de solo mais usado na região é o que utiliza o acetato de cálcio
para a determinação do H+
+ Al+3
. Esse extrator subestima demasiadamente a quantidade
de H+
+ Al+3
, resultando em subestimativa da capacidade de troca catiônica a pH 7,0 e, con-
sequentemente, da dose de calcário a ser a aplicada. Oliveira et al. (2004) relatam resultados
de avaliação de doses de corretivos e alterações químicas em solos da região e citam que
foram necessários de 1,5 a 2,0 vezes a quantidade de corretivos predita analiticamente para
elevar a saturação por bases para 60%. Ernani e Almeida (1986) e Kaminski et al. (2002),
ao compararem métodos analíticos para avaliar a necessidade de calcário dos solos de
Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, também verificaram que a extração do H+
+ Al+3
com o acetato de cálcio subestimou demasiadamente a necessidade de calcário dos solos
estudados, sobretudo para os solos mais tamponados. Com base nestas e em outras cita-
ções, os autores deste capítulo têm recomendado elevar de 1,5 a 2,0 vezes a quantidade
de calcário a ser aplicado, com base na análise de solo que utiliza o acetato de cálcio para
a extração do H+
+ Al+3
.
Para a cana-de-açúcar cultivada nas pequenas propriedades, a recomendação é elevar
a saturação por bases (V) a 60%. A quantidade de calcário (QC) a ser usada, quando se
emprega o método de saturação por base, é calculada pela seguinte expressão:
									(Equação 1)
Sendo:
V = saturação por bases atual do solo;
T = capacidade de troca catiônica a pH 7,0; e,
PRNT = PRNT = poder relativo de neutralização total do corretivo utilizado.
Em relação ao tipo de calcário, recomenda-se o dolomítico quando o teor de magnésio
na camada de 0 a 20 cm for inferior a 0,40 cmolc
dm–3
de solo. Contudo, se o teor de magnésio
na camada de 0 a 20 cm for maior que 0,40 cmolc
dm–3
de solo, a orientação é para utilizar
aquele corretivo que tenha o menor preço por tonelada de PRNT após a aplicação na lavoura.
Dessa forma, inclui-se um fator econômico na tomada de decisão quanto ao tipo de corretivo
de acidez a ser empregado (OLIVEIRA et al., 2007; RAIJ, 2011; OLIVEIRA et al., 2018).
Quanto ao gesso, seu uso tem sido recomendado com base nos resultados da análise
química da camada de 20 a 40 cm. O gesso tem sido aplicado quando os teores de cálcio
forem menores que 0,40 cmolc
dm–3
de solo ou a saturação por alumínio (m%) for maior que
20%. A dose usualmente recomendada é de um terço da dose de calcário. Um exemplo:
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
52
supondo-se que a quantidade de calcário a ser aplicada é de 4,5 t por hectare, então, a dose
de gesso será de 1,5 t por hectare. O calcário e o gesso são misturados para posterior apli-
cação ao solo. A aplicação de gesso levará à melhoria do ambiente radicular das camadas
abaixo da arável, efeito que perdura por vários anos, por esse motivo não é necessária a
reaplicação anual do gesso (OLIVEIRA et al., 2007).
Sempre que possível, os autores do capítulo reforçam com os produtores que a dose
sugerida anteriormente (um terço da dose de calcário) é uma dose muito modesta e relatam
observações realizadas em outras propriedades, nas quais o aumento da dose de gesso
resultou em maior produção da crotalária juncea e do canavial, especialmente no primeiro
e segundo cortes. Bernardo van Raij (RAIJ, 2011) um dos maiores pesquisadores do uso
de gesso no Brasil, relata sete estudos com cana- de-açúcar para os quais o valor médio
de recomendação de calcário e gesso foram respectivamente de 2,7 e 2,4 t por hectare.
Entretanto, o valor médio nos quais se obtiveram as maiores produções de cana-de-açúcar
foram respectivamente de 5,7 e 6,0 t de calcário e gesso, respectivamente, por hectare. Nas
pequenas propriedades, geralmente a distribuição da mistura calcário + gesso é manual,
assim, um método recomendado para esses pequenos produtores tem sido demarcar, um
quadrado ou retângulo com a própria mistura de calcário + gesso e, nessa área, aplicar um
volume correspondente à dose recomendada. Por exemplo: supondo-se que a dose reco-
mendada tenha sido de 6.000 kg (4.500 kg de calcário + 1.500 kg de gesso, por hectare)
e a densidade da mistura calcário + gesso seja de 1,25 kg L–1
, então devem ser aplicados
4.800 L da mistura por hectare ou 0,48 L da mistura por m2
. Uma das opções para o pequeno
produtor distribuir manualmente o calcário + gesso, seria demarcar, com a própria mistura,
áreas de 25 m2
e, nelas, aplicar 12,0 L de calcário + gesso. Na foto mostrada a seguir (Figura
1), o pequeno produtor de cana-de-açúcar está aplicando calcário + gesso, utilizando esse
método de demarcação de área. Podem-se ver ao fundo, duas varas de bambu, com um
plástico amarrado na ponta, para servir de balizamento para a demarcação das linhas.
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
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Figura 1. Pequeno produtor rural aplicando calcário + gesso em áreas previamente demarcadas.
Após a aplicação do calcário + gesso, geralmente faz-se uma aração e uma gradagem
para a incorporação dos produtos ao solo. Na grande maioria das pequenas propriedades
rurais, tem-se recomendado a subsolagem (descompactação dos solos ou rompimento de
camadas compactadas) após aração e gradagem. A recomendação de subsolagem é com
base no histórico de uso da área, no trânsito de máquinas, de implementos e de animais,
na observação visual da presença de crostas na superfície do terreno e sistema radicular
superficial da vegetação natural. Ainda que possa ser um ônus a mais para o pequeno pro-
dutor, a presença de camadas adensadas ou compactadas tem consequências maléficas
na absorção de água, nutrição mineral, nos desenvolvimentos da crotalária juncea e da ca-
na-de-açúcar e, na longevidade do canavial (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2019).
A crotalária juncea é uma planta muito sensível aos baixos teores de cálcio e magnésio
no solo e a alta saturação por alumínio. Os autores deste capítulo conduziram um estudo
em campo, num Latossolo vermelho amarelo, anteriormente utilizado para pesquisas com
adubação da cana-de-açúcar. Nesse estudo, foram analisados os solos na camada de
0 a 20 cm e, nas parcelas sem uso de adubação e de corretivos de acidez nas rebrotas
(Testemunha), verificaram valores médios de 18,1% para saturação por bases; 0,96 cmolc
dm–3
para o Al3+
; saturação por alumínio de 56,4%, fósforo e potássio, respectivamente de
1,3 e 14 mg dm–3
. Nas parcelas com uso de adubação potássica, fosfatada e de corretivos
de acidez nas rebrotas, verificaram valores médios de 55,8% para saturação por bases;
ausência de alumínio, fósforo e potássio, respectivamente de 8,0 e 52 mg dm–3
. A crotalária
juncea foi semeada no início de outubro e colhida quando as sementes estavam na fase de
grãos farináceos duros. O acúmulo de matéria seca nas parcelas testemunhas foi em média
de 5,6 t por hectare, por outro lado nas parcelas com uso de adubação potássica, fosfatada
e de corretivos de acidez nas rebrotas verificou-se valor médio de 14,2 t por hectare.
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
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Nos estudos conduzidos por Ernani et al. (2001) e Meda (2003), também foi observada
grande sensibilidade da crotalária juncea ao alumínio. Ernani et al. (2001) conduziram tra-
balho em casa de vegetação, usando um Latossolo bruno, com saturação por alumínio de
38,8% e saturação por bases de 24,5%. No tratamento que recebeu a aplicação de calcário
em dose equivalente a 5,0 t por hectare, a saturação por bases elevou-se para 57%, neu-
tralizando totalmente o alumínio. Comparativamente à testemunha, o acúmulo de matéria
seca da crotalária juncea no tratamento que recebeu calcário aumentou em cerca de 150%.
Meda (2003) avaliou a tolerância de leguminosas ao alumínio e classificou o lab-lab, as
mucunas preta, cinza e anã como muito tolerantes e o feijão guandu foi considerado como
planta tolerante. Como plantas moderadamente intermediária são citadas as crotalárias
mucronata, spectabilis e ochroleuca. As crotalárias juncea e breviflora foram as mais sen-
síveis à toxidez do alumínio. Assim, pensando tanto na produtividade da crotalária juncea
quanto na da cana-de-açúcar, devem ser aplicadas doses de calcário para a elevação da
saturação por bases para 60%, o que repercutirá em completa neutralização do alumínio
trocável (OLIVEIRA et al., 2007).
SEMEADURA DA CROTALÁRIA JUNCEA
A crotalária juncea é uma planta de crescimento determinado, muito sensível ao com-
primento da noite (nictoperíodo), com florescimento precoce sob noites longas crescentes e,
consequentemente, interrompendo o crescimento e diminuindo o acúmulo de matéria seca
e a ciclagem de nutrientes, especialmente de nitrogênio. Considerando apenas a fisiologia
da planta, o acúmulo de matéria seca da crotalária juncea depende do tempo que essas
plantas vegetaram antes de entrarem em florescimento. O efeito de épocas de semeadura
no acúmulo de matéria seca e nutrientes pela crotalária juncea é também influenciado pelas
interações da temperatura do ar, disponibilidade hídrica e de nutrientes no solo e, radiação
solar, dentre outros. Oliveira et al. (2019) relatam estudos conduzidos por dois anos, em
Mercês, MG, para avaliar o efeito de épocas de semeaduras sobre o florescimento da crota-
lária juncea. A crotalária foi semeada em seis épocas: início de outubro, meados de outubro,
início de novembro, meados de novembro, início de dezembro, meados de dezembro.
Praticamente não houve diferença entre o início do florescimento das plantas semeadas
nas primeiras três épocas, contudo, para as semeaduras a partir de meados de novembro
houve encurtamento do período juvenil, com reflexos negativos no acúmulo de matéria seca
e de nitrogênio. A altura das plantas das semeaduras realizada em início de outubro, meados
de outubro, início de novembro, também não diferiram estatisticamente e, o valor médio foi
de cerca de 3 metros. Além de maior acúmulo de matéria seca, plantas mais altas também
sombrearam mais o solo, contribuindo para maior controle físico das plantas daninhas da
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
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área. Para as semeaduras realizadas em meados de novembro, início e meados de dezem-
bro verificaram-se reduções percentuais médias no acúmulo de matéria seca, comparati-
vamente ao início de outubro, de cerca de 20, 35 e 40% (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA
et al., 2011a). Por isso, quando se cultivar a crotalária juncea para adubação verde, deve-se
fazer a semeadura no começo de outubro, ou tão logo seja possível, mas para a produção
de sementes, deve-se semeá-la em março (AMABILE et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2019).
Nos cultivos de crotalária juncea na região da Zona da Mata Mineira, têm-se observado
que por volta de quarenta dias após a emergência, as plantas estão aptas a receber o estí-
mulo para a indução floral, assim, para as semeaduras realizadas a partir de meados de no-
vembro, quando as plantas tiverem cerca de quarenta dias pós-emergência, as noites estarão
aumentando de comprimento e ocorrerá florescimento precoce das plantas (OLIVEIRA et al.,
2019). Os resultados dos estudos de épocas de semeadura citados na literatura permitem
concluir que, para se obter alta produção de biomassa na parte aérea da crotalária juncea a
semeadura da leguminosa, no centro-sul do Brasil, deve ser realizada do início de outubro
a meados de novembro (LEAL, 2006; LIMA et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2019). Lima et al.
(2010), em estudos Pariquera-Açu, sul do estado de São Paulo, relatam que o florescimento
de 50% da crotalária juncea ocorreu aos 116 dias após a semeadura, quando realizada em
15 de novembro, mas, para a semeadura em 02 de janeiro, aos 90 dias as plantas estavam
florescendo, encurtando, portanto, em 15 dias o período vegetativo das plantas.
Nos trabalhos conduzidos em São Vicente da Serra, MT, por Santos e Campelo Júnior
(2003), também foram observados que o crescimento e o acúmulo de matéria seca pela
crotalária juncea foram muito influenciados pelo nictoperíodo. À medida que as noites foram
aumentando, verificou-se redução no número de dias para o florescimento. O período entre
a emergência e o florescimento variou de 86 dias na semeadura em 05 de novembro e de
38 dias para a semeadura em 05 de maio. Foram obtidas equações relacionando o compri-
mento do dia com o acúmulo de matéria seca:
Y = 71,45 – 11,223 x + 0,4388 x2
, R2
= 0,80 e, o comprimento do dia com número de
dias para a crotalária entrar em florescimento: Y = 3441,2 – 535,18x + 21,035x2
, R2
= 0,93.
Ainda segundo Santos e Campelo Júnior (2003) o nictoperíodo crítico para a crotalária juncea
ser induzida ao florescimento é de 10 h e 30 minutos.
Normalmente a crotalária juncea é semeada a uma profundidade de a 2 a 3 cm, no
espaçamento de 0,50 m entre sulcos, numa densidade de 55 a 60 sementes por m2
, com
gasto de sementes de 25 kg por hectare. Os autores do capítulo têm recomendado aos
produtores que evitem a semeadura a lanço com posterior incorporação das sementes ao
solo, passando-se uma grade niveladora aberta ou arrastando-se galhos sobre o solo. Estas
práticas resultam em desuniformidade na germinação e emergência das plantas, tendo locais
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sem plântulas e outros com excesso de plântulas, dessa forma, quando possível, deve-se
optar pelo uso de semeadeiras. Outra opção muito usada pelos autores nas pequenas pro-
priedades rurais é a sulcagem rasa com tração animal, com posterior distribuição uniforme
das sementes nesses sulcos e cobrimento manual das sementes usando pequenas enxadas
ou os próprios pés, uma vez que na maioria das vezes o terreno estará arado e gradeado.
Para facilitar a distribuição manual das sementes, que são pequenas, sugere-se mis-
turá-las com esterco bovino seco e peneirado ou usar calcário bem fino. Supondo-se que
o produtor faça a opção de misturar as sementes de crotalária juncea com esterco bovino
e, que a densidade do esterco bovino seco e peneirado seja de 0,80 kg por dm3
(“um litro
de esterco seco e peneirado pesa 800 gramas”); e, supondo-se, também, que a área a
ser semeada com crotalária seja de 0,50 hectare, o gasto de sementes será de 12,5 kg.
Misturar então, cuidadosamente os 12,5 kg de sementes de crotalária juncea com 650 litros
de esterco bovino seco e peneirado e distribuir 100 mL da mistura esterco + sementes de
crotalária em 3,0 metros de sulco. Sugere-se cortar uma garrafa plástica de refrigerante de
200 mL e usá-la como medida.
Em avaliações de campo realizadas pelos autores deste capítulo em anos recentes,
constatou- se que o aumento na densidade de semeadura (sementes com 80% de germi-
nação) de 25 kg ha–1
para 30 kg de sementes não repercutiu em aumento no acúmulo de
matéria seca da crotalária juncea, cultivada em solo de média fertilidade e sem alumínio
trocável. Nestas avaliações, o acúmulo médio de matéria seca pela crotalária juncea foi da
ordem de 14 t ha–1
, com as plantas colhidas no estágio de grãos farináceos duros. Lima et al.
(2010), em estudos conduzidos em Pariquera-Açu, SP, também relatam que o aumento da
densidade de plantas de crotalária juncea de 500 mil plantas ha–1
para 625 mil plantas ha–1
não resultou em aumento do acúmulo de matéria seca e de nitrogênio.
A inoculação das sementes de crotalária juncea com bactérias fixadoras do nitrogê-
nio do ar atmosférico poderia ser uma forma de aumentar a fixação biológica do N2
e o
aporte de nitrogênio no sistema solo-planta. Entretanto, trabalhos conduzidos por Oliveira
et al. (2011b) em propriedades rurais, localizadas na Zona da Mata Mineira e em Usinas
Açucareiras mostraram que a inoculação das sementes de crotalária juncea com bactérias
fixadoras do nitrogênio do ar atmosférico não aumentou o aporte de nitrogênio no sistema
solo-planta (Tabela 1).
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Tabela 1. Valores médios da altura de planta (Alt. Planta), acúmulo de matéria seca (Ac. MS), concentração (Conc. de N) e
acúmulo de nitrogênio (Ac. N) na biomassa da parte aérea da crotalária juncea, crotalária spectabilis e feijão de porco, em
função da inoculação das sementes desses adubos verdes com rhizobium. Estudos conduzidos na Zona da Mata Mineira
(Propriedades 1, 2 e 3) e nos tabuleiros costeiros de Alagoas (Usinas 1 e 2 e, CECA).
Ambiente edafoclimático e adubo verde Alt. Planta (cm)
Ac. MS
(t/ha)
Conc. de N (g/kg)
Ac. N
(kg/ha)
Propriedade 1
Crotalária juncea inoculada 338 a 15,2 a 20,7 a 315 a
Crotalária juncea sem inoculação 325 a 15,9 a 20,9 a 332 a
Propriedade 2
Crotalária juncea inoculada 351 a 14,9 a 22,7 a 338 a
Crotalária juncea sem inoculação 368 a 14,1 a 23,1 a 326 a
Propriedade 3
Crotalária juncea inoculada 348 a 15,4 a 20,6 a 318 a
Crotalária juncea sem inoculação 337 a 15,7 a 21,6 a 337 a
Usina 1
Crotalária spectabilis inoculada 63 a 5,6 a 26,3 a 147 a
Crotalária spectabilis sem inoculação 59 a 6,1 a 25,2 a 154 a
Usina 2
Crotalária spectabilis inoculada 61 a 5,8 a 27,2 a 158 a
Crotalária spectabilis sem inoculação 67 a 6,3 a 26,8 a 169 a
CECA
Crotalária juncea inoculada 111 a 5,9 a 25,9 a 145 a
Crotalária juncea sem inoculação 103 a 6,3 a 25,2 a 155 a
Crotalária spectabilis inoculada 61 a 5,7 a 26,2 a 152 a
Crotalária spectabilis sem inoculação 69 a 6,4 a 27,5 a 173 a
Feijão de porco inoculado 81 a 7,1 a 28,3 a 201 a
Feijão de porco sem inoculação 89 a 7,6 a 27,2 a 207 a
* Para o mesmo adubo verde e mesmo ambiente edafoclimático, médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente
entre si pelo teste t, a 5% de probabilidade.
Ausência de efeito de inoculação também foi citada por Chada e De-Polli (1998) na
EMBRAPA Agrobiologia, que constataram que os inoculantes utilizados não foram mais
eficientes que as estirpes nativas, não havendo diferença no acúmulo de matéria seca e de
nitrogênio entre os tratamentos que receberam ou não a inoculação. Barreto e Fernandes
(2001) em avaliações realizadas nos tabuleiros costeiros com crotalária juncea e mais
12 adubos verdes, igualmente não notaram efeito da inoculação com rizóbios seleciona-
dos. Em unidade de demonstração e difusão de tecnologia, em Mercês-MG, os autores do
capítulo utilizaram inoculantes de empresas governamentais e de empresas particulares e,
novamente, foi constatada ausência da inoculação sobre o acúmulo de matéria seca e de
nutrientes, especialmente sobre o nitrogênio.
Uma das possíveis causas da ausência de resposta à inoculação poderia ser a elevada
população nativa destas bactérias nos solos, conforme citado por Ribeiro Júnior e Ramos
(2006). O fato de as leguminosas apresentarem alta nodulação com estirpes nativas não
significa que aquelas bactérias tenham eficiência máxima, uma vez que muitas dessas
estirpes têm alta capacidade competitiva, dificultando a introdução de outras estirpes via
inoculação das sementes. Assim, os autores deste capítulo são de opinião que, enquanto
não se obtiverem estirpes mais eficientes e competitivas, a inoculação das sementes de
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crotalária juncea não repercutirá em aumento da fixação biológica do nitrogênio e, conse-
quentemente, no acúmulo de nitrogênio pela planta.
Na tabela 2 estão apresentados os principais itens de custos, para a implantação de um
hectare de crotalária juncea, com as operações de aplicação de herbicida, preparo do solo e
incorporação do calcário e do gesso, semeadura da crotalária juncea e futura incorporação
da crotalária ao solo, sendo realizadas com máquina.
Tabela 2. Principais itens de custos para a implantação de um hectare de crotalária juncea em pequenas propriedades
rurais, na zona da Mata Mineira.
Item de custo
Valores (R$)
Unitário Total
Análise de solos (duas amostras)
Herbicida (Glifosato) para matar a rebrota da cana: 5,0 L por hectare
Aplicação do herbicida (1,0 hora-máquina)
Calcário (t ha–1
)
Gesso (t ha–1
)
Aplicação do calcário e do gesso (1,0 hora-máquina)
Aração do solo (2,0 horas-máquina))
Gradagem (2,0 horas-máquina)
Subsolagem (2,0 horas-máquina))
Sementes de crotalária juncea (25 kg ha–1
)
Semeadura (2,0 horas-máquina)
Incorporação da crotalária: duas gradagens (2,0 horas-máquina)
Total
Em função da potência do trator e do tipo de implemento usado, pode haver variação
nos rendimentos dessas operações, porém, os índices apresentados são valores observados
pelos autores do capítulo em pequenas propriedades rurais, nas quais, geralmente o trator
tem potência de 100 cavalos.
TAXA DE COBERTURA DO SOLO E CONTROLE DE PLANTAS DANI-
NHAS
A crotalária juncea apresenta alta taxa de crescimento e esse rápido crescimento re-
sulta em grande altura da planta, conforme citado na tabela 1. Oliveira et al. (2011a) citam
taxas de crescimento em altura, da crotalária juncea, variando de três a cinco cm por dia,
durante a fase máxima de crescimento da cultura, que ocorre entre 40 a 80 dias após a
semeadura. A associação de alta taxa de crescimento com elevada altura de planta, causa
sombreamento no solo, com efeito sobre as outras plantas, especialmente as daninhas.
Leal (2006) verificou que a altura da crotalária juncea era de 1,80 metros aos 2 meses de
idade, quando a semeadura foi realizada em 29 de outubro. Oliveira et al. (2011a) relatam
que, aos 60 dias após a emergência, a altura da crotalária era de 1,92 metro. Teodoro et al.
(2011) em avaliações realizadas em Turmalina, MG, citam que aos 40 dias a altura da
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crotalária era de 1,23 metro, alcançando 1,73 metro aos 60 dias e 2,58 metros no início do
florescimento, aos 88 dias.
Essa característica de rápido crescimento e grande altura da crotalária juncea a torna
uma planta passível de ser utilizada em método de controle cultural de plantas daninhas
(OLIVEIRA et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2019). Os métodos culturais são práticas que
visam tornar a cultura mais competitiva em relação às plantas daninhas e englobam a
redução de espaçamentos de plantio, cultivos intercalares ou rotação com adubos verdes
(MASCARENHAS et al., 1994; WUTKE e ARÉVALO, 2006; DUARTE JÚNIOR e COELHO,
2008; OLIVEIRA et al., 2019).
Os efeitos da crotalária juncea sobre as plantas daninhas foram relatados no estudo
conduzido por Wutke e Arévalo (2006), em área de renovação de canavial em Piracicaba,
SP. Nessa área as principais plantas daninhas eram o capim colonião, a tiririca e a anelei-
ra. O objetivo do trabalho foi quantificar a redução da biomassa das plantas daninhas por
herbicidas e adubos verdes e, para tanto, tiveram parcelas em pousio (testemunha), parcelas
que receberam aplicação dos herbicidas Sulfentrazona (Boral 500 SC em pré-emergência)
e Halosulfurona (Sempra 750 GRDA + Aterbane a 0,5%, ambos em pós-emergência) e par-
celas nas quais foram semeados os adubos verdes: crotalária juncea, crotalária spectabilis,
feijão guandu, feijão de porco, girassol, lab-lab e mucuna preta.
Aos 150 dias após a implantação do trabalho e, imediatamente antes da implantação do
canavial, avaliou-se o controle do mato quantificando-se a redução de biomassa das plantas
daninhas em cada parcela, em relação à testemunha. Verificou-se que a crotalária juncea
e a mucuna preta reduziram a biomassa das plantas daninhas em mais de 90% (Figura 2),
mostrando-se, portanto, como excelente método de controle cultural.
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Figura 2. Percentual de biomassa de plantas daninhas, aos 150 dias de ciclo, nas parcelas de área de renovação de canavial,
mantidas em pousio (testemunha), cultivadas com adubos ou pulverizadas com herbicida (Halosulfurona e Sulfentrazona).
Fonte: Adaptado de Wutke e Arévalo (2006).
A altura média da crotalária juncea foi de 2,95 m, com acúmulo de matéria seca de 12,8
t ha–1
, enquanto nas parcelas testemunha, mesmo com a presença de capim colonião, o
acúmulo de biomassa foi de apenas 5,5 t de matéria seca por hectare. Assim, a semeadura
da crotalária além de reduzir a infestação por plantas daninhas aumentou a matéria orgânica
a ser incorporada ao solo. A crotalária juncea também é má hospedeira dos nematoides for-
madores de galhas (Meloydogyne spp), sendo, portanto, interessante na rotação com culturas
que são sujeitas ao ataque desses nematoides, como forma de reduzir sua infestação na
área (AMABILE et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2007; DUARTE JÚNIOR e COELHO, 2008).
Efeito supressor da crotalária juncea sobre as plantas daninhas é citado por Oliveira
et al. (2003) ao constatarem que a semeadura da crotalária, em área densamente infestada
com capim marmelada, reduziu a biomassa dessa gramínea em 60% e, aumentou o aporte
de matéria seca em 5,0 t ha–1
e o de nitrogênio em 180 kg por hectare. Estes resultados
foram confirmados por Duarte Júnior e Coelho (2008), pois verificaram que a crotalária jun-
cea destacou-se quanto à taxa de cobertura do solo ao observarem que aos 50 dias após a
emergência, as plantas recobriam 100% do solo, contribuindo para o controle da erosão e
das plantas daninhas. Oliveira et al. (2011a) verificaram alta taxa de crescimento da crota-
lária juncea, mesmo no início do ciclo, uma vez que aos 30 dias após a emergência o índice
de área foliar (IAF) era de 2, possibilitando eficiente cobertura do solo e competição com
plantas daninhas. Duarte Júnior e Coelho (2008) e Oliveira et al. (2011a) afirmam que em
IAF de 2, a cobertura do solo pela crotalária juncea ultrapassa a 80%.
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Além do efeito físico de sombreamento, a crotalária juncea libera compostos orgânicos,
originários do seu metabolismo secundário, designados de compostos alelopáticos, que
inibem a germinação das sementes das plantas daninhas, retardam seu desenvolvimento
ou interferem negativamente em processos bioquímicos importantes no metabolismo e na
fisiologia das plantas (WUTKE e ARÉVALO, 2006; OLIVEIRA et al., 2011; OLIVEIRA et al.,
2019). Os fenóis e os flavonóides são os principais compostos alelopáticos produzidos pela
crotalária juncea. Observações de campo realizada por OLIVEIRA et al. (2011a), mostrada
na figura 3, comprovam esse efeito alelopático sobre as plantas daninhas, constatado pela
ausência de mato em entrelinha ensolarada.
Figura 3. Crotalária juncea na fase inicial de crescimento e seu efeito alelopático sobre as plantas daninhas, constatado
pela ausência de mato em entrelinha ensolarada (foto à direita).
Fonte: Oliveira et al. (2011).
A semeadura desta crotalária foi realizada em uma área vizinha a uma pastagem de
braquiária decumbens, e, portanto, a quantidade de sementes no solo dessa área era muito
grande, devido a dispersão das sementes pelo vento. Os resultados dos testes de atividade
alelopática confirmaram as observações de campo citadas anteriormente. Estudos foram
conduzidos em laboratório usando como planta teste a alface, planta muito utilizada nos
testes de alelopatia. Aos sete dias após iniciados os testes, a redução percentual da germi-
nação das sementes de alface foi de 47,5; 66,0; 75,3 e 95,9%, para as concentrações de
extrato etanólico a 0,25; 0,50; 1,0 e 2,0%, respectivamente. No sétimo dia após iniciados
os testes, o extrato etanólico a 0,25; 0,50; 1,0 e 2,0% causou, respectivamente, reduções
de crescimento na radícula e no caulículo das plântulas de alface de 17,9 e 54,4; 34,9 e
69,3; 54,8 e 80,8 e, 88,9 e 97%, comparativamente à testemunha (OLIVEIRA et al., 2011a).
Utilizando-se das mesmas amostras de crotalária juncea do estudo de alelopatia, Oliveira
et al. (2011a) verificaram que as concentrações de fenóis e flavonóides foram de 32 e 56 g
kg–1
, respectivamente.
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ACÚMULO DE MATÉRIA SECA E DE NITROGÊNIO
Conforme citado anteriormente a quantidade de biomassa e de nutrientes acumulados
pela crotalária juncea é dependente de vários fatores, mas de um modo geral os que mais
interferem são as condições climáticas como nictoperíodo, disponibilidade hídrica, radiação
solar, temperaturas diurnas e noturnas, época de semeadura (inverno, primavera ou verão),
práticas culturais e fertilidade do solo. Citando estudo conduzidos na zona da Mata Mineira,
Oliveira et al. (2019) relatam que, para as semeaduras realizadas do início do período chuvo-
so a início de novembro, os acúmulos de matéria seca e de nitrogênio na biomassa da parte
aérea da crotalária juncea foram estatisticamente semelhantes (Tabela 3). As avaliações
dos acúmulos de matéria seca e de nitrogênio foram realizadas quando as primeiras vagens
da planta estavam no estágio fenológico de enchimento de grãos a grãos farináceos duros,
ocasião em que os acúmulos de matéria seca e de nitrogênio na parte aérea são máximos.
Tabela 3. Acúmulos de matéria seca (Ac. MS) e de nitrogênio (Ac. N) na biomassa da parte aérea da crotalária juncea, e
a altura de plantas (Alt. da planta) no estágio de grãos farináceos duros, em função da época de semeadura, em estudo
conduzido por dois anos agrícolas em um Latossolo vermelho amarelo, no munícipio de Mercês, MG.
Épocas de semeadura
Ac. MS (kg/ha) Ac. N (kg/ha) Alt. da planta (cm)
Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2
Início outubro 14.135 a 14.789 a 273 a 284 a 293 a 305 a
Meados de outubro 14.768 a 14.845 a 297 a 275 a 311 a 298 a
Início de novembro 14.235 a 13.785 a 268 a 279 a 287a 293 a
Meados de novembro 11.985 b 11.178 b 220 b 226 b 267 b 256 b
Início de dezembro 9.123 c 9.545 c 198 bc 203 c 247 c 236 c
Meados de dezembro 8.523 d 8.037 d 174 c 168 d 217 d 208 d
Vegetação Espontânea 6.750 e 5.348 e 73 e 66 e --- ---
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para as semeaduras realizadas a partir de meados de novembro, início e meados de
dezembro verificaram-se reduções percentuais médias no acúmulo de matéria seca, com-
parativamente ao início de outubro, de cerca de 20, 35 e 40%. Amabile et al. (2000) relatam
que na semeadura realizada em 07 de janeiro, comparativamente a 12 de novembro, houve
decréscimos superiores a 50% no acúmulo de matéria seca na biomassa da parte aérea.
Ainda em relação aos resultados da tabela 3 nota-se que para as semeaduras realizadas
de início de outubro a início de novembro, os acúmulos de nitrogênio na biomassa da par-
te aérea da crotalária oscilam em torno de 300 kg ha–1
, confirmando as observações de
Amabile et al. (2000), Alvarenga et al. (1995), Perin et al. (2004) e Duarte Júnior e Coelho
(2008). Do total do nitrogênio acumulado na biomassa da parte aérea da crotalária, cerca
de 60% a 70% originaram-se das associações simbióticas das raízes da leguminosa com as
bactérias fixadoras de N2
do ar atmosférico, resultando em aporte de quantidades expressi-
vas deste nutriente ao sistema solo- planta (PERIN et al., 2004), dessa forma, contribuindo
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
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para maior sustentabilidade da cultura subsequente (OLIVEIRA et al., 1998; LIMA et al.,
2010). Para efeito comparativo, cita-se o sulfato de amônio, um dos fertilizantes nitrogenados
mais utilizados: em 100 kg desse fertilizante tem-se 20 kg de N, assim, para se obter 200 kg
de N haveria necessidade de utilizar-se 1.000 kg de sulfato de amônio.
PRODUTIVIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS ÁREAS ANTERIOR-
MENTE CULTIVADAS COM CROTALÁRIA JUNCEA
Um dos usos mais frequentes da cana-de-açúcar nas pequenas propriedades rurais
têm sido para a alimentação de ruminantes (OLIVEIRA et al., 2019). Na tabela 4 estão
apresentados os resultados de um trabalho de uso da crotalária juncea como adubo verde
em área posteriormente utilizada para produção de cana-de-açúcar destinada a alimenta-
ção de bovinos. Nesse trabalho usou- se a variedade RB867515, uma variedade de alto
potencial produtivo e muito responsiva à melhoria das propriedades do solo e ao forneci-
mento de nutrientes.
Tabela 4. Produção de forragem (matéria natural) da cana-de-açúcar, variedade RB867515, nos ciclos de cana-planta
e primeira rebrota, em função do cultivo anterior (pousio ou cultivo com crotalária juncea), em três propriedades que
utilizam cana-de-açúcar na alimentação de vacas leiteiras.
Ciclo
Propriedades
1 2 3
Produção de forragem (t ha–1
)
Pousio Crotalária Pousio Crotalária Pousio Crotalária
Cana-planta 156 177 138 153 146 165
Primeira Rebrota 139 150 126 137 123 142
Total 295 a 327 b 264 a 290 b 269 a 307 b
* Para cada fazenda, médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade.
A adubação verde com crotalária juncea, antecedendo ao plantio da cana de ano e meio,
resultou em aumento de produção de forragem nos ciclos de cana-planta e primeira rebrota,
que, somados, oscilaram de 26 a 38 t por hectare. Em média, os colmos representam de
80 a 85% da biomassa área da cana-de-açúcar (OLIVEIRA et al., 2007), assim, o aumento
de produção de colmos industrializáveis variou de 20 a 30 t por hectare. Numa análise de
vários anos, os custos dessa adubação verde variaram, em preços equivalentes, de 6 a 12
t de colmos industrializáveis por hectare, desta forma, o aumento de produtividade cobriu
com folga os custos do cultivo da crotalária juncea. Deve-se considerar ainda que há estu-
dos em que o aumento de produtividade da cana-de-açúcar devido a adubação verde com
crotalária juncea foi maior: Mascarenhas et al. (1994), em estudos conduzidos por vários
anos em Sales Oliveira, estado de São Paulo, relatam aumentos de produção de colmos
industrializáveis variando em 26 a 40 t por hectare.
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
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Ante ao exposto, pode-se concluir que a adubação verde com crotalária juncea nas
áreas de reforma ou implantação de canaviais contribui para o aumento da produtividade
de cana-de-açúcar e o uso mais eficiente dos fatores de produção terra, capital e trabalho.
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18.	 OLIVEIRA, M.W. et al. Acúmulo de matéria seca de nitrogênio por crotalária juncea, crotalária
spectabilis e feijão de porco, inoculados com rhizobium. In: XXI Congresso Brasileiro de
Zootecnia. 2011b. Maceió. Anais do... XXI Congresso Brasileiro de Zootecnia. 2011. CD ROM.
19.	 OLIVEIRA, M. W. et al. Época de semeadura altera o crescimento e a produção de biomassa
da crotalária juncea. I Congresso Internacional das Ciências Agrárias – COINTER. Recife
– PE. Anais do I Congresso. 2016. CD.
20.	 OLIVEIRA M.W. et al. Mineral nutrition and fertilization of sugarcane. In: Sugarcane – Tech-
nology and Research. 1ed. Londres: INTECH - Open Science, 2018. Disponível em: https://
www.intechopen.com/books/ sugarcane-technology-and-research/mineral-nutrition-and- ferti-
lization-of-sugarcane.
21.	 OLIVEIRA, M. W. et al. Sugarcane Production Systems in Small Rural Properties. In: Multi-
functionality and Impacts of Organic and Conventional Agriculture 1ed. Londres: INTECH
- Open Science, 2019. Disponível em: https://www.intechopen.com/books/multifunctionality-
-and-impacts-of-organic-and-conventional- agriculture/sugarcane-production-systems-in-s-
mall-rural-properties
22.	 PERIN, A. et al. Produção de fitomassa, acúmulo de nutrientes e fixação biológica de nitrogê-
nio por adubos verdes em cultivo isolado e consorciado. Pesquisa Agropecuária Brasileira.
v.39, p. 35-40, 2004.
23.	 RAIJ, B. Melhorando o ambiente radicular em subsuperfície. Informações Agronômicas, n.
153, POTAFOS, Piracicaba. P.8-18, 2011.
24.	 RIBEIRO JÚNIOR, W. Q, RAMOS M.L.G. Fixação biológica de nitrogênio em espécies para
adubação verde. IN: Cerrado: Adubação verde. CARVALHO, A. M; AMABILE, R., EMBRAPA
Cerrados, p. 171-209, 2006.
25.	 SANTOS, V. S.; CAMPELO JÚNIOR, J. H. Influência dos elementos meteorológicos na produção
de adubos verdes, em diferentes épocas de semeadura. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v.7, n.1, p. 91-98. 2003.
26.	 TEODORO, R. B. et al. Aspectos agronômicos de leguminosas para adubação verde no cerrado
do Alto do Vale do Jequitinhonha. Rev. Bras. Ci. Solo, v. 35, p.635-643, 2011.
Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2
66
27.	 WUTKE E.B, ARÉVALO R.A. Adubação verde com leguminosas no rendimento da cana-de-
-açúcar e no manejo de plantas infestantes. Instituto Agronômico de Campinas, Campinas,
2006. Boletim técnico n.198, p.28.

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Adubação verde

  • 1. 03 Adubação verde com crotalária juncea em áreas de implantação ou reforma de canaviais, em pequenas propriedades rurais Mauro Wagner de Oliveira CECA/ UFAL Christiano Nascif SENAR-MG Terezinha Bezerra Albino Oliveira CECA/UFAL Thiago Camacho Rodrigues PDPL/RV-UFV Wesley Oliveira de Assis CECA/UFAL Dalmo de Freitas Santos CECA/UFAL Sara Camylla de Souza Moura 10.37885/201102246
  • 2. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 46 Palavras-chave: Agricultura Familiar, Difusão de Tecnologias, Sustentabilidade, Cicla- gem de Nutrientes. RESUMO Na maioria das pequenas propriedades rurais, especialmente nas de agricultura fami- liar, a cana-de-açúcar é cultivada para a alimentação de ruminantes, de monogástricos e humana. Nestas pequenas propriedades, o corte, o carregamento e o transporte da cana-de-açúcar demandam grande quantidade de horas de recursos humanos e, estes constituem isoladamente o item de maior percentual de custo e de desgaste físico dos agricultores nessa cultura. Em canaviais mais produtivos, estes custos são proporcional- mente menores, portanto, há necessidade de implementar medidas que assegurem alta produtividade no ciclo de cana-planta e pequenos decréscimos nos ciclos posteriores, para que o rendimento dos fatores de produção “terra, capital e trabalho” sejam eleva- dos, repercutindo em menor custo de produção. A adubação verde com crotalária juncea nas áreas de reforma ou de implantação do canavial pode contribuir para o aumento da produtividade da cana-de-açúcar, principalmente nos dois primeiros cortes. Neste capítulo são apresentados resultados de estudos conduzidos pelos autores, na zona da mata Mineira. Os tópicos são relacionados a fisiologia da crotalária juncea, a correção da acidez do solo, as épocas de semeadura, as taxas de crescimento e a cobertura do solo, ao acúmulo e ciclagem de nutrientes e, ao aumento da produtividade da cana-de-açúcar nas áreas onde houve o cultivo desse adubo verde antecedendo a implantação do ca- navial. Pelos resultados apresentados concluiu-se que a adubação verde com crotalária juncea nas áreas de reforma ou implantação de canaviais contribui para o aumento da produtividade de cana-de-açúcar e para o uso mais eficiente dos fatores de produção.
  • 3. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 47 INTRODUÇÃO A cana-de-açúcar cultivada em pequenas propriedades rurais na zona da Mata do estado de Minas Gerais (Zona da Mata Mineira), região sudeste do Brasil, geralmente, é destinada a alimentação animal, produção de rapadura, açúcar mascavo, cachaça e álcool carburante. Nesse capítulo são relatados trabalhos de um grupo (OLIVEIRA, M. W. et al.) que realiza pesquisa e difusão de tecnologia para pequenas propriedades rurais da Zona da Mata Mineira. Essas pequenas propriedades rurais têm coordenadas geográficas: latitude variando de 20° 45’ 14” a 21° 11’ 39” Sul e, longitude compreendida entre 42° 52’ 55” e 43° 01’ 04” Oeste. A altitude dessas propriedades oscila de 330 a 650 m. O clima da região varia, segundo a classificação de Köppen, do tipo Aw a Cwa, com verão chuvoso. A precipitação média nos últimos 30 anos foi cerca de 1.200 mm, com excedente hídrico de novembro a março e, de abril a setembro, a precipitação fica abaixo da evapotranspiração potencial, causando déficit hídrico nesse período. No mês de outubro, a precipitação volta a ser maior que a evapotranspiração, portanto, as estações seca e chuvosa são bem definidas nessa região (OLIVEIRA et al., 2019). Os solos predominantes na região são: Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, Argissolo Vermelho-Amarelo e Cambissolo latossólico. Embora de baixa fertilidade, sua constituição física permite a atividade agrícola desde que se use técnicas agrícolas apropriadas. As prin- cipais técnicas agrícolas recomendadas para esses pequenos produtores rurais são a melho- ria das propriedades físico-químicas do solo, pela calagem, gessagem, adubação química, adubação verde, uso de composto orgânico, plantio de variedades de cana-de-açúcar de maior potencial produtivo, controle químico de plantas daninhas e, controle biológico de pragas (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2018). Neste capítulo são apresentados os resultados dos estudos e avaliações do grupo de pesquisa e difusão de tecnologia para pequenas propriedades rurais, comparando-os com os de outros autores citados na literatura. Os itens discutidos no capítulo são relacionados ao uso da crotalária juncea. Nessa discussão, primeiramente, será abordado o tópico da escolha da espécie de adubo verde, e, em seguida, serão discutidos a fertilidade do solo, épocas de semeadura e florescimento, acúmulo de matéria seca e nitrogênio, concluindo-se a discussão com a apresentação de resultados do aumento da produção de forragem e de colmos nas áreas anteriormente cultivadas com a crotalária juncea. ESCOLHA DA ESPÉCIE DE ADUBO VERDE A SER SEMEADA Nas pequenas propriedades da zona da Mata Mineira, à semelhança do centro-sul do Brasil, os plantios de cana-de-açúcar, sem irrigação, são realizados basicamente em duas
  • 4. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 48 épocas: início do período chuvoso (setembro e outubro) e final do período chuvoso: fevereiro a março. O canavial implantado no início do período chuvoso poderá ser colhido a partir de abril-maio do ano seguinte e, por isto, é designado de “cana de ano”, mas, para o plantio de fevereiro a março a colheita ocorrerá cerca de 15 a 18 meses após, sendo conhecida como “cana de ano e meio” (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2019). Nas áreas de reforma ou de implantação do canavial de ano e meio há as opções de pousio, de cultivos de ciclos rápidos ou da semeadura de adubos verdes. Decidindo-se pela adubação verde, deve-se escolher a espécie a ser plantada e, nesta avaliação, é recomen- dável considerar o histórico da área quanto às presenças de camada adensada, de pragas, de doenças, do tipo de planta daninha predominante, da fertilidade do solo e do tempo que o adubo verde poderá permanecer na área antecedendo ao plantio da cana-de-açúcar (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2019). Em um dos estudos conduzidos por Oliveira (dados não publicados) para difusão de tecnologia, no início dos anos 2000, no município de Mercês, MG, foi avaliado o potencial produtivo de seis adubos verdes: crotalária juncea, feijão guandu, feijão de porco, mucuna cinza, mucuna preta e vegetação espontânea. Foram constatados maiores acúmulo de matéria seca e ciclagem de nutrientes pela crotalária juncea, comparativamente aos demais adubos verdes. Na média dos dois anos de estudo, a crotalária juncea acumulou na parte aérea cerca de 15 t de matéria seca por hectare, estatisticamente superior aos demais. Esses resultados reforçam as observações de Oliveira et al. (1998), que relataram maior produção de biomassa seca da crotalária juncea, comparativamente a outros adubos verdes. O feijão guandu foi o segundo adubo verde com maior acúmulo de matéria seca, em média 10,5 t ha–1 . O feijão de porco e as mucunas cinza e preta acumularam próximo a 8 t ha–1 , não diferindo entre si. Para a vegetação espontânea (pousio) constatou-se acúmulo médio de matéria seca próximo a 5 t por hectare. As áreas dos estudos citados anteriormente tinham vegetação predominante de bra- quiária decumbens e braquiária plantagínea (capim marmelada). Os solos destas áreas são de fertilidade construída, com saturação por bases oscilando em torno de 60%, tendo teores médios de fósforo e de potássio. Nos dois anos, as semeaduras foram realizadas na primeira semana de outubro, logo após as primeiras chuvas. Na escolha dos locais, selecionaram-se solos representativos das propriedades rurais nas quais os autores do capítulo desenvolvem estudos ou usam como unidades de validação e difusão de tecnologias recomendadas para a cultura da cana-de-açúcar, com enfoque de alta produtividade e eficiência na utilização dos insumos de produção. A crotalária juncea é originária da Índia, mas se adaptou muito bem à região centro-sul do Brasil e à zona da Mata Mineira, conforme citado anteriormente. A crotalária juncea, devido
  • 5. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 49 a sua alta produção de matéria seca em curto período de tempo, tem sido a espécie mais recomendada pelos autores como adubo verde em áreas de reforma do canavial ou de plantio da cana de ano e meio. Ademais, suas sementes são de fácil obtenção, não apresentam dormência; tem crescimento rápido, o que lhe confere competitividade com as plantas dani- nhas; possui sistema radicular profundo e vigoroso, capaz de reciclar nutrientes; é resistente às pragas e pouco atacada por doenças e, também fixa o nitrogênio do ar atmosférico em grande quantidade (WUTKE e ARÉVALO, 2006; PERIN et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2007). AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO E A IMPLANTAÇÃO DOS CANAVIAIS Com base nos trabalhos conduzidos na região da Zona da Mata Mineira, por Oliveira et al. (2007), os autores têm recomendado o plantio de “cana de ano” em solos mais férteis, de relevos mais suaves e menos erosivos, uma vez que, nesse período, ocorrem chuvas com grande intensidade. Em razão de a cana-de-açúcar iniciar a fase de crescimento máximo a partir de janeiro, quando começa a diminuir a disponibilidade hídrica e térmica, o suprimen- to de nutrientes não deverá ser um fator limitante ao desenvolvimento da planta, para que possam ser obtidas produtividades de biomassa superiores a 120 t de matéria natural por hectare. Entretanto, o plantio de “cana de ano e meio” tem sido recomendado para os solos de relevos mais acidentados e de menor fertilidade, uma vez que a cana permanecerá cres- cendo no campo por mais tempo e, a fase de crescimento máximo coincide com as épocas de maior disponibilidade hídrica e luminosa, o que resulta em maior recobrimento do solo pela folhagem da cana-de-açúcar e em maior taxa fotossintética e acúmulo de matéria seca. Outras duas grandes vantagens do plantio da “cana de ano e meio” são a possibilidade do cultivo de crotalária juncea antecedendo ao plantio da cana e a obtenção de mudas pelo sistema do Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente (MEIOSI). A cana-de-açúcar, por produzir grande quantidade de massa, extrai e acumula, con- sequentemente, grande quantidade de nutrientes do solo. Em avaliações realizadas pelos autores em pequenas propriedades da zona da Mata Mineira, verificou-se que para uma produção de 120 toneladas de matéria natural por hectare, cerca de 100 t de colmos indus- trializáveis, o acúmulo de nutrientes na parte aérea da planta é da ordem de 150, 40, 180, 90, 50 e 40 kg de N, P, K, Ca, Mg e enxofre, respectivamente. No caso dos micronutrientes: ferro, manganês, zinco, cobre e boro, os acúmulos na biomassa da parte aérea, também para uma produção de 120 t ha–1 , são por volta de 8,0; 3,0; 0,6; 0,4; e, 0,3 kg, respectivamente (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2018). Devido a essa alta remoção de nutrientes, deve-se conhecer a capacidade de forne- cimento de nutrientes pelo solo para, se necessário, complementá-la com adubações e,
  • 6. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 50 se constatada a presença de elementos em níveis tóxicos, reduzir sua concentração pela calagem e gessagem. Normalmente, avaliam-se a disponibilidade de nutrientes e a presen- ça de elementos em níveis tóxicos no solo pela análise química da camada arável, sendo também de grande valia o histórico da área, sobretudo as adubações realizadas e, se houve ou não ocorrência de sintomas de deficiência ou de toxidez nos cultivos anteriores (ERNANI e ALMEIDA, 1986; OLIVEIRA et al., 2004; RAIJ, 2011). A crotalária juncea, que poderá anteceder ao plantio da cana-de-açúcar de ano e meio ou ser cultivada simultaneamente com a cana-de-açúcar no sistema de MEIOSI, também é uma planta que responde muito bem à melhoria da fertilidade do solo, assim, todas as ações implementadas para melhorar a nutrição da cana-de-açúcar irão influenciar positivamente no crescimento, acúmulo de matéria seca e nutrientes pela crotalária, refletindo em maior produtividade da cana-de-açúcar, especialmente no primeiro e segundo cortes (ERNANI et al., 2001; MEDA, 2003; OLIVEIRA et al., 2007). Usualmente, coletam-se amostras de solo das camadas de 0 a 20 e de 20 a 40 cm de profundidade. Os resultados da análise da camada de 0 a 20 cm têm sido utilizados para calcular a adubação e a calagem e, os da camada de 20 a 40 cm, para os cálculos da ne- cessidade de gessagem. Devido as áreas serem pequenas, os autores deste capítulo têm orientado aos produtores coletarem as amostras de solo usando cavadeira e pá reta, pois, o uso da pá reta diminui a variabilidade dos índices de fertilidade do solo. Mais detalhes sobre os procedimentos de amostragem, variabilidade amostral, secagem de amostras e comparação entre extratores químicos podem ser obtidos em Oliveira et al. (2018 e 2019). CALAGEM PARA A CANA-DE-AÇÚCAR E PARA A CROTALÁRIA JUN- CEA Conforme citado inicialmente, os solos da região são, em sua grande maioria, natural- mente ácidos, apresentando baixa saturação por cátions básicos, como cálcio, magnésio e potássio. A deficiência desses cátions básicos, associada aos altos teores de alumínio, ferro e manganês, tem sido prejudicial ao crescimento do sistema radicular e, consequentemen- te, de toda a planta. Por esses motivos, a calagem e a gessagem são importantes práticas usualmente recomendadas pelos autores na implantação dos canaviais e no cultivo da cro- talária juncea (OLIVEIRA et al., 2007; RAIJ, 2011). Vários materiais têm sido usados como corretivos da acidez de solos, sendo os mais empregados os calcários dolomíticos, porém, usam-se também os calcários calcíticos, magnesianos e, os silicatos de cálcio e magnésio, designados de escórias de siderurgias. Nessas escórias, o teor de óxido de magnésio oscila em torno de 8%, enquanto os calcários calcíticos possuem teores de MgO inferiores a 5%, os magnesianos entre 6 e 12% e os dolomíticos acima de 12%. A eficiência desses produtos
  • 7. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 51 na correção da acidez do solo depende, dentre outros fatores, da sua granulometria, da distribuição uniforme no campo e da disponibilidade hídrica do solo (OLIVEIRA et al., 2007). O método de análise de solo mais usado na região é o que utiliza o acetato de cálcio para a determinação do H+ + Al+3 . Esse extrator subestima demasiadamente a quantidade de H+ + Al+3 , resultando em subestimativa da capacidade de troca catiônica a pH 7,0 e, con- sequentemente, da dose de calcário a ser a aplicada. Oliveira et al. (2004) relatam resultados de avaliação de doses de corretivos e alterações químicas em solos da região e citam que foram necessários de 1,5 a 2,0 vezes a quantidade de corretivos predita analiticamente para elevar a saturação por bases para 60%. Ernani e Almeida (1986) e Kaminski et al. (2002), ao compararem métodos analíticos para avaliar a necessidade de calcário dos solos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, também verificaram que a extração do H+ + Al+3 com o acetato de cálcio subestimou demasiadamente a necessidade de calcário dos solos estudados, sobretudo para os solos mais tamponados. Com base nestas e em outras cita- ções, os autores deste capítulo têm recomendado elevar de 1,5 a 2,0 vezes a quantidade de calcário a ser aplicado, com base na análise de solo que utiliza o acetato de cálcio para a extração do H+ + Al+3 . Para a cana-de-açúcar cultivada nas pequenas propriedades, a recomendação é elevar a saturação por bases (V) a 60%. A quantidade de calcário (QC) a ser usada, quando se emprega o método de saturação por base, é calculada pela seguinte expressão: (Equação 1) Sendo: V = saturação por bases atual do solo; T = capacidade de troca catiônica a pH 7,0; e, PRNT = PRNT = poder relativo de neutralização total do corretivo utilizado. Em relação ao tipo de calcário, recomenda-se o dolomítico quando o teor de magnésio na camada de 0 a 20 cm for inferior a 0,40 cmolc dm–3 de solo. Contudo, se o teor de magnésio na camada de 0 a 20 cm for maior que 0,40 cmolc dm–3 de solo, a orientação é para utilizar aquele corretivo que tenha o menor preço por tonelada de PRNT após a aplicação na lavoura. Dessa forma, inclui-se um fator econômico na tomada de decisão quanto ao tipo de corretivo de acidez a ser empregado (OLIVEIRA et al., 2007; RAIJ, 2011; OLIVEIRA et al., 2018). Quanto ao gesso, seu uso tem sido recomendado com base nos resultados da análise química da camada de 20 a 40 cm. O gesso tem sido aplicado quando os teores de cálcio forem menores que 0,40 cmolc dm–3 de solo ou a saturação por alumínio (m%) for maior que 20%. A dose usualmente recomendada é de um terço da dose de calcário. Um exemplo:
  • 8. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 52 supondo-se que a quantidade de calcário a ser aplicada é de 4,5 t por hectare, então, a dose de gesso será de 1,5 t por hectare. O calcário e o gesso são misturados para posterior apli- cação ao solo. A aplicação de gesso levará à melhoria do ambiente radicular das camadas abaixo da arável, efeito que perdura por vários anos, por esse motivo não é necessária a reaplicação anual do gesso (OLIVEIRA et al., 2007). Sempre que possível, os autores do capítulo reforçam com os produtores que a dose sugerida anteriormente (um terço da dose de calcário) é uma dose muito modesta e relatam observações realizadas em outras propriedades, nas quais o aumento da dose de gesso resultou em maior produção da crotalária juncea e do canavial, especialmente no primeiro e segundo cortes. Bernardo van Raij (RAIJ, 2011) um dos maiores pesquisadores do uso de gesso no Brasil, relata sete estudos com cana- de-açúcar para os quais o valor médio de recomendação de calcário e gesso foram respectivamente de 2,7 e 2,4 t por hectare. Entretanto, o valor médio nos quais se obtiveram as maiores produções de cana-de-açúcar foram respectivamente de 5,7 e 6,0 t de calcário e gesso, respectivamente, por hectare. Nas pequenas propriedades, geralmente a distribuição da mistura calcário + gesso é manual, assim, um método recomendado para esses pequenos produtores tem sido demarcar, um quadrado ou retângulo com a própria mistura de calcário + gesso e, nessa área, aplicar um volume correspondente à dose recomendada. Por exemplo: supondo-se que a dose reco- mendada tenha sido de 6.000 kg (4.500 kg de calcário + 1.500 kg de gesso, por hectare) e a densidade da mistura calcário + gesso seja de 1,25 kg L–1 , então devem ser aplicados 4.800 L da mistura por hectare ou 0,48 L da mistura por m2 . Uma das opções para o pequeno produtor distribuir manualmente o calcário + gesso, seria demarcar, com a própria mistura, áreas de 25 m2 e, nelas, aplicar 12,0 L de calcário + gesso. Na foto mostrada a seguir (Figura 1), o pequeno produtor de cana-de-açúcar está aplicando calcário + gesso, utilizando esse método de demarcação de área. Podem-se ver ao fundo, duas varas de bambu, com um plástico amarrado na ponta, para servir de balizamento para a demarcação das linhas.
  • 9. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 53 Figura 1. Pequeno produtor rural aplicando calcário + gesso em áreas previamente demarcadas. Após a aplicação do calcário + gesso, geralmente faz-se uma aração e uma gradagem para a incorporação dos produtos ao solo. Na grande maioria das pequenas propriedades rurais, tem-se recomendado a subsolagem (descompactação dos solos ou rompimento de camadas compactadas) após aração e gradagem. A recomendação de subsolagem é com base no histórico de uso da área, no trânsito de máquinas, de implementos e de animais, na observação visual da presença de crostas na superfície do terreno e sistema radicular superficial da vegetação natural. Ainda que possa ser um ônus a mais para o pequeno pro- dutor, a presença de camadas adensadas ou compactadas tem consequências maléficas na absorção de água, nutrição mineral, nos desenvolvimentos da crotalária juncea e da ca- na-de-açúcar e, na longevidade do canavial (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2019). A crotalária juncea é uma planta muito sensível aos baixos teores de cálcio e magnésio no solo e a alta saturação por alumínio. Os autores deste capítulo conduziram um estudo em campo, num Latossolo vermelho amarelo, anteriormente utilizado para pesquisas com adubação da cana-de-açúcar. Nesse estudo, foram analisados os solos na camada de 0 a 20 cm e, nas parcelas sem uso de adubação e de corretivos de acidez nas rebrotas (Testemunha), verificaram valores médios de 18,1% para saturação por bases; 0,96 cmolc dm–3 para o Al3+ ; saturação por alumínio de 56,4%, fósforo e potássio, respectivamente de 1,3 e 14 mg dm–3 . Nas parcelas com uso de adubação potássica, fosfatada e de corretivos de acidez nas rebrotas, verificaram valores médios de 55,8% para saturação por bases; ausência de alumínio, fósforo e potássio, respectivamente de 8,0 e 52 mg dm–3 . A crotalária juncea foi semeada no início de outubro e colhida quando as sementes estavam na fase de grãos farináceos duros. O acúmulo de matéria seca nas parcelas testemunhas foi em média de 5,6 t por hectare, por outro lado nas parcelas com uso de adubação potássica, fosfatada e de corretivos de acidez nas rebrotas verificou-se valor médio de 14,2 t por hectare.
  • 10. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 54 Nos estudos conduzidos por Ernani et al. (2001) e Meda (2003), também foi observada grande sensibilidade da crotalária juncea ao alumínio. Ernani et al. (2001) conduziram tra- balho em casa de vegetação, usando um Latossolo bruno, com saturação por alumínio de 38,8% e saturação por bases de 24,5%. No tratamento que recebeu a aplicação de calcário em dose equivalente a 5,0 t por hectare, a saturação por bases elevou-se para 57%, neu- tralizando totalmente o alumínio. Comparativamente à testemunha, o acúmulo de matéria seca da crotalária juncea no tratamento que recebeu calcário aumentou em cerca de 150%. Meda (2003) avaliou a tolerância de leguminosas ao alumínio e classificou o lab-lab, as mucunas preta, cinza e anã como muito tolerantes e o feijão guandu foi considerado como planta tolerante. Como plantas moderadamente intermediária são citadas as crotalárias mucronata, spectabilis e ochroleuca. As crotalárias juncea e breviflora foram as mais sen- síveis à toxidez do alumínio. Assim, pensando tanto na produtividade da crotalária juncea quanto na da cana-de-açúcar, devem ser aplicadas doses de calcário para a elevação da saturação por bases para 60%, o que repercutirá em completa neutralização do alumínio trocável (OLIVEIRA et al., 2007). SEMEADURA DA CROTALÁRIA JUNCEA A crotalária juncea é uma planta de crescimento determinado, muito sensível ao com- primento da noite (nictoperíodo), com florescimento precoce sob noites longas crescentes e, consequentemente, interrompendo o crescimento e diminuindo o acúmulo de matéria seca e a ciclagem de nutrientes, especialmente de nitrogênio. Considerando apenas a fisiologia da planta, o acúmulo de matéria seca da crotalária juncea depende do tempo que essas plantas vegetaram antes de entrarem em florescimento. O efeito de épocas de semeadura no acúmulo de matéria seca e nutrientes pela crotalária juncea é também influenciado pelas interações da temperatura do ar, disponibilidade hídrica e de nutrientes no solo e, radiação solar, dentre outros. Oliveira et al. (2019) relatam estudos conduzidos por dois anos, em Mercês, MG, para avaliar o efeito de épocas de semeaduras sobre o florescimento da crota- lária juncea. A crotalária foi semeada em seis épocas: início de outubro, meados de outubro, início de novembro, meados de novembro, início de dezembro, meados de dezembro. Praticamente não houve diferença entre o início do florescimento das plantas semeadas nas primeiras três épocas, contudo, para as semeaduras a partir de meados de novembro houve encurtamento do período juvenil, com reflexos negativos no acúmulo de matéria seca e de nitrogênio. A altura das plantas das semeaduras realizada em início de outubro, meados de outubro, início de novembro, também não diferiram estatisticamente e, o valor médio foi de cerca de 3 metros. Além de maior acúmulo de matéria seca, plantas mais altas também sombrearam mais o solo, contribuindo para maior controle físico das plantas daninhas da
  • 11. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 55 área. Para as semeaduras realizadas em meados de novembro, início e meados de dezem- bro verificaram-se reduções percentuais médias no acúmulo de matéria seca, comparati- vamente ao início de outubro, de cerca de 20, 35 e 40% (OLIVEIRA et al., 2007; OLIVEIRA et al., 2011a). Por isso, quando se cultivar a crotalária juncea para adubação verde, deve-se fazer a semeadura no começo de outubro, ou tão logo seja possível, mas para a produção de sementes, deve-se semeá-la em março (AMABILE et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2019). Nos cultivos de crotalária juncea na região da Zona da Mata Mineira, têm-se observado que por volta de quarenta dias após a emergência, as plantas estão aptas a receber o estí- mulo para a indução floral, assim, para as semeaduras realizadas a partir de meados de no- vembro, quando as plantas tiverem cerca de quarenta dias pós-emergência, as noites estarão aumentando de comprimento e ocorrerá florescimento precoce das plantas (OLIVEIRA et al., 2019). Os resultados dos estudos de épocas de semeadura citados na literatura permitem concluir que, para se obter alta produção de biomassa na parte aérea da crotalária juncea a semeadura da leguminosa, no centro-sul do Brasil, deve ser realizada do início de outubro a meados de novembro (LEAL, 2006; LIMA et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2019). Lima et al. (2010), em estudos Pariquera-Açu, sul do estado de São Paulo, relatam que o florescimento de 50% da crotalária juncea ocorreu aos 116 dias após a semeadura, quando realizada em 15 de novembro, mas, para a semeadura em 02 de janeiro, aos 90 dias as plantas estavam florescendo, encurtando, portanto, em 15 dias o período vegetativo das plantas. Nos trabalhos conduzidos em São Vicente da Serra, MT, por Santos e Campelo Júnior (2003), também foram observados que o crescimento e o acúmulo de matéria seca pela crotalária juncea foram muito influenciados pelo nictoperíodo. À medida que as noites foram aumentando, verificou-se redução no número de dias para o florescimento. O período entre a emergência e o florescimento variou de 86 dias na semeadura em 05 de novembro e de 38 dias para a semeadura em 05 de maio. Foram obtidas equações relacionando o compri- mento do dia com o acúmulo de matéria seca: Y = 71,45 – 11,223 x + 0,4388 x2 , R2 = 0,80 e, o comprimento do dia com número de dias para a crotalária entrar em florescimento: Y = 3441,2 – 535,18x + 21,035x2 , R2 = 0,93. Ainda segundo Santos e Campelo Júnior (2003) o nictoperíodo crítico para a crotalária juncea ser induzida ao florescimento é de 10 h e 30 minutos. Normalmente a crotalária juncea é semeada a uma profundidade de a 2 a 3 cm, no espaçamento de 0,50 m entre sulcos, numa densidade de 55 a 60 sementes por m2 , com gasto de sementes de 25 kg por hectare. Os autores do capítulo têm recomendado aos produtores que evitem a semeadura a lanço com posterior incorporação das sementes ao solo, passando-se uma grade niveladora aberta ou arrastando-se galhos sobre o solo. Estas práticas resultam em desuniformidade na germinação e emergência das plantas, tendo locais
  • 12. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 56 sem plântulas e outros com excesso de plântulas, dessa forma, quando possível, deve-se optar pelo uso de semeadeiras. Outra opção muito usada pelos autores nas pequenas pro- priedades rurais é a sulcagem rasa com tração animal, com posterior distribuição uniforme das sementes nesses sulcos e cobrimento manual das sementes usando pequenas enxadas ou os próprios pés, uma vez que na maioria das vezes o terreno estará arado e gradeado. Para facilitar a distribuição manual das sementes, que são pequenas, sugere-se mis- turá-las com esterco bovino seco e peneirado ou usar calcário bem fino. Supondo-se que o produtor faça a opção de misturar as sementes de crotalária juncea com esterco bovino e, que a densidade do esterco bovino seco e peneirado seja de 0,80 kg por dm3 (“um litro de esterco seco e peneirado pesa 800 gramas”); e, supondo-se, também, que a área a ser semeada com crotalária seja de 0,50 hectare, o gasto de sementes será de 12,5 kg. Misturar então, cuidadosamente os 12,5 kg de sementes de crotalária juncea com 650 litros de esterco bovino seco e peneirado e distribuir 100 mL da mistura esterco + sementes de crotalária em 3,0 metros de sulco. Sugere-se cortar uma garrafa plástica de refrigerante de 200 mL e usá-la como medida. Em avaliações de campo realizadas pelos autores deste capítulo em anos recentes, constatou- se que o aumento na densidade de semeadura (sementes com 80% de germi- nação) de 25 kg ha–1 para 30 kg de sementes não repercutiu em aumento no acúmulo de matéria seca da crotalária juncea, cultivada em solo de média fertilidade e sem alumínio trocável. Nestas avaliações, o acúmulo médio de matéria seca pela crotalária juncea foi da ordem de 14 t ha–1 , com as plantas colhidas no estágio de grãos farináceos duros. Lima et al. (2010), em estudos conduzidos em Pariquera-Açu, SP, também relatam que o aumento da densidade de plantas de crotalária juncea de 500 mil plantas ha–1 para 625 mil plantas ha–1 não resultou em aumento do acúmulo de matéria seca e de nitrogênio. A inoculação das sementes de crotalária juncea com bactérias fixadoras do nitrogê- nio do ar atmosférico poderia ser uma forma de aumentar a fixação biológica do N2 e o aporte de nitrogênio no sistema solo-planta. Entretanto, trabalhos conduzidos por Oliveira et al. (2011b) em propriedades rurais, localizadas na Zona da Mata Mineira e em Usinas Açucareiras mostraram que a inoculação das sementes de crotalária juncea com bactérias fixadoras do nitrogênio do ar atmosférico não aumentou o aporte de nitrogênio no sistema solo-planta (Tabela 1).
  • 13. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 57 Tabela 1. Valores médios da altura de planta (Alt. Planta), acúmulo de matéria seca (Ac. MS), concentração (Conc. de N) e acúmulo de nitrogênio (Ac. N) na biomassa da parte aérea da crotalária juncea, crotalária spectabilis e feijão de porco, em função da inoculação das sementes desses adubos verdes com rhizobium. Estudos conduzidos na Zona da Mata Mineira (Propriedades 1, 2 e 3) e nos tabuleiros costeiros de Alagoas (Usinas 1 e 2 e, CECA). Ambiente edafoclimático e adubo verde Alt. Planta (cm) Ac. MS (t/ha) Conc. de N (g/kg) Ac. N (kg/ha) Propriedade 1 Crotalária juncea inoculada 338 a 15,2 a 20,7 a 315 a Crotalária juncea sem inoculação 325 a 15,9 a 20,9 a 332 a Propriedade 2 Crotalária juncea inoculada 351 a 14,9 a 22,7 a 338 a Crotalária juncea sem inoculação 368 a 14,1 a 23,1 a 326 a Propriedade 3 Crotalária juncea inoculada 348 a 15,4 a 20,6 a 318 a Crotalária juncea sem inoculação 337 a 15,7 a 21,6 a 337 a Usina 1 Crotalária spectabilis inoculada 63 a 5,6 a 26,3 a 147 a Crotalária spectabilis sem inoculação 59 a 6,1 a 25,2 a 154 a Usina 2 Crotalária spectabilis inoculada 61 a 5,8 a 27,2 a 158 a Crotalária spectabilis sem inoculação 67 a 6,3 a 26,8 a 169 a CECA Crotalária juncea inoculada 111 a 5,9 a 25,9 a 145 a Crotalária juncea sem inoculação 103 a 6,3 a 25,2 a 155 a Crotalária spectabilis inoculada 61 a 5,7 a 26,2 a 152 a Crotalária spectabilis sem inoculação 69 a 6,4 a 27,5 a 173 a Feijão de porco inoculado 81 a 7,1 a 28,3 a 201 a Feijão de porco sem inoculação 89 a 7,6 a 27,2 a 207 a * Para o mesmo adubo verde e mesmo ambiente edafoclimático, médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste t, a 5% de probabilidade. Ausência de efeito de inoculação também foi citada por Chada e De-Polli (1998) na EMBRAPA Agrobiologia, que constataram que os inoculantes utilizados não foram mais eficientes que as estirpes nativas, não havendo diferença no acúmulo de matéria seca e de nitrogênio entre os tratamentos que receberam ou não a inoculação. Barreto e Fernandes (2001) em avaliações realizadas nos tabuleiros costeiros com crotalária juncea e mais 12 adubos verdes, igualmente não notaram efeito da inoculação com rizóbios seleciona- dos. Em unidade de demonstração e difusão de tecnologia, em Mercês-MG, os autores do capítulo utilizaram inoculantes de empresas governamentais e de empresas particulares e, novamente, foi constatada ausência da inoculação sobre o acúmulo de matéria seca e de nutrientes, especialmente sobre o nitrogênio. Uma das possíveis causas da ausência de resposta à inoculação poderia ser a elevada população nativa destas bactérias nos solos, conforme citado por Ribeiro Júnior e Ramos (2006). O fato de as leguminosas apresentarem alta nodulação com estirpes nativas não significa que aquelas bactérias tenham eficiência máxima, uma vez que muitas dessas estirpes têm alta capacidade competitiva, dificultando a introdução de outras estirpes via inoculação das sementes. Assim, os autores deste capítulo são de opinião que, enquanto não se obtiverem estirpes mais eficientes e competitivas, a inoculação das sementes de
  • 14. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 58 crotalária juncea não repercutirá em aumento da fixação biológica do nitrogênio e, conse- quentemente, no acúmulo de nitrogênio pela planta. Na tabela 2 estão apresentados os principais itens de custos, para a implantação de um hectare de crotalária juncea, com as operações de aplicação de herbicida, preparo do solo e incorporação do calcário e do gesso, semeadura da crotalária juncea e futura incorporação da crotalária ao solo, sendo realizadas com máquina. Tabela 2. Principais itens de custos para a implantação de um hectare de crotalária juncea em pequenas propriedades rurais, na zona da Mata Mineira. Item de custo Valores (R$) Unitário Total Análise de solos (duas amostras) Herbicida (Glifosato) para matar a rebrota da cana: 5,0 L por hectare Aplicação do herbicida (1,0 hora-máquina) Calcário (t ha–1 ) Gesso (t ha–1 ) Aplicação do calcário e do gesso (1,0 hora-máquina) Aração do solo (2,0 horas-máquina)) Gradagem (2,0 horas-máquina) Subsolagem (2,0 horas-máquina)) Sementes de crotalária juncea (25 kg ha–1 ) Semeadura (2,0 horas-máquina) Incorporação da crotalária: duas gradagens (2,0 horas-máquina) Total Em função da potência do trator e do tipo de implemento usado, pode haver variação nos rendimentos dessas operações, porém, os índices apresentados são valores observados pelos autores do capítulo em pequenas propriedades rurais, nas quais, geralmente o trator tem potência de 100 cavalos. TAXA DE COBERTURA DO SOLO E CONTROLE DE PLANTAS DANI- NHAS A crotalária juncea apresenta alta taxa de crescimento e esse rápido crescimento re- sulta em grande altura da planta, conforme citado na tabela 1. Oliveira et al. (2011a) citam taxas de crescimento em altura, da crotalária juncea, variando de três a cinco cm por dia, durante a fase máxima de crescimento da cultura, que ocorre entre 40 a 80 dias após a semeadura. A associação de alta taxa de crescimento com elevada altura de planta, causa sombreamento no solo, com efeito sobre as outras plantas, especialmente as daninhas. Leal (2006) verificou que a altura da crotalária juncea era de 1,80 metros aos 2 meses de idade, quando a semeadura foi realizada em 29 de outubro. Oliveira et al. (2011a) relatam que, aos 60 dias após a emergência, a altura da crotalária era de 1,92 metro. Teodoro et al. (2011) em avaliações realizadas em Turmalina, MG, citam que aos 40 dias a altura da
  • 15. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 59 crotalária era de 1,23 metro, alcançando 1,73 metro aos 60 dias e 2,58 metros no início do florescimento, aos 88 dias. Essa característica de rápido crescimento e grande altura da crotalária juncea a torna uma planta passível de ser utilizada em método de controle cultural de plantas daninhas (OLIVEIRA et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2019). Os métodos culturais são práticas que visam tornar a cultura mais competitiva em relação às plantas daninhas e englobam a redução de espaçamentos de plantio, cultivos intercalares ou rotação com adubos verdes (MASCARENHAS et al., 1994; WUTKE e ARÉVALO, 2006; DUARTE JÚNIOR e COELHO, 2008; OLIVEIRA et al., 2019). Os efeitos da crotalária juncea sobre as plantas daninhas foram relatados no estudo conduzido por Wutke e Arévalo (2006), em área de renovação de canavial em Piracicaba, SP. Nessa área as principais plantas daninhas eram o capim colonião, a tiririca e a anelei- ra. O objetivo do trabalho foi quantificar a redução da biomassa das plantas daninhas por herbicidas e adubos verdes e, para tanto, tiveram parcelas em pousio (testemunha), parcelas que receberam aplicação dos herbicidas Sulfentrazona (Boral 500 SC em pré-emergência) e Halosulfurona (Sempra 750 GRDA + Aterbane a 0,5%, ambos em pós-emergência) e par- celas nas quais foram semeados os adubos verdes: crotalária juncea, crotalária spectabilis, feijão guandu, feijão de porco, girassol, lab-lab e mucuna preta. Aos 150 dias após a implantação do trabalho e, imediatamente antes da implantação do canavial, avaliou-se o controle do mato quantificando-se a redução de biomassa das plantas daninhas em cada parcela, em relação à testemunha. Verificou-se que a crotalária juncea e a mucuna preta reduziram a biomassa das plantas daninhas em mais de 90% (Figura 2), mostrando-se, portanto, como excelente método de controle cultural.
  • 16. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 60 Figura 2. Percentual de biomassa de plantas daninhas, aos 150 dias de ciclo, nas parcelas de área de renovação de canavial, mantidas em pousio (testemunha), cultivadas com adubos ou pulverizadas com herbicida (Halosulfurona e Sulfentrazona). Fonte: Adaptado de Wutke e Arévalo (2006). A altura média da crotalária juncea foi de 2,95 m, com acúmulo de matéria seca de 12,8 t ha–1 , enquanto nas parcelas testemunha, mesmo com a presença de capim colonião, o acúmulo de biomassa foi de apenas 5,5 t de matéria seca por hectare. Assim, a semeadura da crotalária além de reduzir a infestação por plantas daninhas aumentou a matéria orgânica a ser incorporada ao solo. A crotalária juncea também é má hospedeira dos nematoides for- madores de galhas (Meloydogyne spp), sendo, portanto, interessante na rotação com culturas que são sujeitas ao ataque desses nematoides, como forma de reduzir sua infestação na área (AMABILE et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2007; DUARTE JÚNIOR e COELHO, 2008). Efeito supressor da crotalária juncea sobre as plantas daninhas é citado por Oliveira et al. (2003) ao constatarem que a semeadura da crotalária, em área densamente infestada com capim marmelada, reduziu a biomassa dessa gramínea em 60% e, aumentou o aporte de matéria seca em 5,0 t ha–1 e o de nitrogênio em 180 kg por hectare. Estes resultados foram confirmados por Duarte Júnior e Coelho (2008), pois verificaram que a crotalária jun- cea destacou-se quanto à taxa de cobertura do solo ao observarem que aos 50 dias após a emergência, as plantas recobriam 100% do solo, contribuindo para o controle da erosão e das plantas daninhas. Oliveira et al. (2011a) verificaram alta taxa de crescimento da crota- lária juncea, mesmo no início do ciclo, uma vez que aos 30 dias após a emergência o índice de área foliar (IAF) era de 2, possibilitando eficiente cobertura do solo e competição com plantas daninhas. Duarte Júnior e Coelho (2008) e Oliveira et al. (2011a) afirmam que em IAF de 2, a cobertura do solo pela crotalária juncea ultrapassa a 80%.
  • 17. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 61 Além do efeito físico de sombreamento, a crotalária juncea libera compostos orgânicos, originários do seu metabolismo secundário, designados de compostos alelopáticos, que inibem a germinação das sementes das plantas daninhas, retardam seu desenvolvimento ou interferem negativamente em processos bioquímicos importantes no metabolismo e na fisiologia das plantas (WUTKE e ARÉVALO, 2006; OLIVEIRA et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2019). Os fenóis e os flavonóides são os principais compostos alelopáticos produzidos pela crotalária juncea. Observações de campo realizada por OLIVEIRA et al. (2011a), mostrada na figura 3, comprovam esse efeito alelopático sobre as plantas daninhas, constatado pela ausência de mato em entrelinha ensolarada. Figura 3. Crotalária juncea na fase inicial de crescimento e seu efeito alelopático sobre as plantas daninhas, constatado pela ausência de mato em entrelinha ensolarada (foto à direita). Fonte: Oliveira et al. (2011). A semeadura desta crotalária foi realizada em uma área vizinha a uma pastagem de braquiária decumbens, e, portanto, a quantidade de sementes no solo dessa área era muito grande, devido a dispersão das sementes pelo vento. Os resultados dos testes de atividade alelopática confirmaram as observações de campo citadas anteriormente. Estudos foram conduzidos em laboratório usando como planta teste a alface, planta muito utilizada nos testes de alelopatia. Aos sete dias após iniciados os testes, a redução percentual da germi- nação das sementes de alface foi de 47,5; 66,0; 75,3 e 95,9%, para as concentrações de extrato etanólico a 0,25; 0,50; 1,0 e 2,0%, respectivamente. No sétimo dia após iniciados os testes, o extrato etanólico a 0,25; 0,50; 1,0 e 2,0% causou, respectivamente, reduções de crescimento na radícula e no caulículo das plântulas de alface de 17,9 e 54,4; 34,9 e 69,3; 54,8 e 80,8 e, 88,9 e 97%, comparativamente à testemunha (OLIVEIRA et al., 2011a). Utilizando-se das mesmas amostras de crotalária juncea do estudo de alelopatia, Oliveira et al. (2011a) verificaram que as concentrações de fenóis e flavonóides foram de 32 e 56 g kg–1 , respectivamente.
  • 18. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 62 ACÚMULO DE MATÉRIA SECA E DE NITROGÊNIO Conforme citado anteriormente a quantidade de biomassa e de nutrientes acumulados pela crotalária juncea é dependente de vários fatores, mas de um modo geral os que mais interferem são as condições climáticas como nictoperíodo, disponibilidade hídrica, radiação solar, temperaturas diurnas e noturnas, época de semeadura (inverno, primavera ou verão), práticas culturais e fertilidade do solo. Citando estudo conduzidos na zona da Mata Mineira, Oliveira et al. (2019) relatam que, para as semeaduras realizadas do início do período chuvo- so a início de novembro, os acúmulos de matéria seca e de nitrogênio na biomassa da parte aérea da crotalária juncea foram estatisticamente semelhantes (Tabela 3). As avaliações dos acúmulos de matéria seca e de nitrogênio foram realizadas quando as primeiras vagens da planta estavam no estágio fenológico de enchimento de grãos a grãos farináceos duros, ocasião em que os acúmulos de matéria seca e de nitrogênio na parte aérea são máximos. Tabela 3. Acúmulos de matéria seca (Ac. MS) e de nitrogênio (Ac. N) na biomassa da parte aérea da crotalária juncea, e a altura de plantas (Alt. da planta) no estágio de grãos farináceos duros, em função da época de semeadura, em estudo conduzido por dois anos agrícolas em um Latossolo vermelho amarelo, no munícipio de Mercês, MG. Épocas de semeadura Ac. MS (kg/ha) Ac. N (kg/ha) Alt. da planta (cm) Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2 Início outubro 14.135 a 14.789 a 273 a 284 a 293 a 305 a Meados de outubro 14.768 a 14.845 a 297 a 275 a 311 a 298 a Início de novembro 14.235 a 13.785 a 268 a 279 a 287a 293 a Meados de novembro 11.985 b 11.178 b 220 b 226 b 267 b 256 b Início de dezembro 9.123 c 9.545 c 198 bc 203 c 247 c 236 c Meados de dezembro 8.523 d 8.037 d 174 c 168 d 217 d 208 d Vegetação Espontânea 6.750 e 5.348 e 73 e 66 e --- --- Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para as semeaduras realizadas a partir de meados de novembro, início e meados de dezembro verificaram-se reduções percentuais médias no acúmulo de matéria seca, com- parativamente ao início de outubro, de cerca de 20, 35 e 40%. Amabile et al. (2000) relatam que na semeadura realizada em 07 de janeiro, comparativamente a 12 de novembro, houve decréscimos superiores a 50% no acúmulo de matéria seca na biomassa da parte aérea. Ainda em relação aos resultados da tabela 3 nota-se que para as semeaduras realizadas de início de outubro a início de novembro, os acúmulos de nitrogênio na biomassa da par- te aérea da crotalária oscilam em torno de 300 kg ha–1 , confirmando as observações de Amabile et al. (2000), Alvarenga et al. (1995), Perin et al. (2004) e Duarte Júnior e Coelho (2008). Do total do nitrogênio acumulado na biomassa da parte aérea da crotalária, cerca de 60% a 70% originaram-se das associações simbióticas das raízes da leguminosa com as bactérias fixadoras de N2 do ar atmosférico, resultando em aporte de quantidades expressi- vas deste nutriente ao sistema solo- planta (PERIN et al., 2004), dessa forma, contribuindo
  • 19. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 63 para maior sustentabilidade da cultura subsequente (OLIVEIRA et al., 1998; LIMA et al., 2010). Para efeito comparativo, cita-se o sulfato de amônio, um dos fertilizantes nitrogenados mais utilizados: em 100 kg desse fertilizante tem-se 20 kg de N, assim, para se obter 200 kg de N haveria necessidade de utilizar-se 1.000 kg de sulfato de amônio. PRODUTIVIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS ÁREAS ANTERIOR- MENTE CULTIVADAS COM CROTALÁRIA JUNCEA Um dos usos mais frequentes da cana-de-açúcar nas pequenas propriedades rurais têm sido para a alimentação de ruminantes (OLIVEIRA et al., 2019). Na tabela 4 estão apresentados os resultados de um trabalho de uso da crotalária juncea como adubo verde em área posteriormente utilizada para produção de cana-de-açúcar destinada a alimenta- ção de bovinos. Nesse trabalho usou- se a variedade RB867515, uma variedade de alto potencial produtivo e muito responsiva à melhoria das propriedades do solo e ao forneci- mento de nutrientes. Tabela 4. Produção de forragem (matéria natural) da cana-de-açúcar, variedade RB867515, nos ciclos de cana-planta e primeira rebrota, em função do cultivo anterior (pousio ou cultivo com crotalária juncea), em três propriedades que utilizam cana-de-açúcar na alimentação de vacas leiteiras. Ciclo Propriedades 1 2 3 Produção de forragem (t ha–1 ) Pousio Crotalária Pousio Crotalária Pousio Crotalária Cana-planta 156 177 138 153 146 165 Primeira Rebrota 139 150 126 137 123 142 Total 295 a 327 b 264 a 290 b 269 a 307 b * Para cada fazenda, médias seguidas de mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade. A adubação verde com crotalária juncea, antecedendo ao plantio da cana de ano e meio, resultou em aumento de produção de forragem nos ciclos de cana-planta e primeira rebrota, que, somados, oscilaram de 26 a 38 t por hectare. Em média, os colmos representam de 80 a 85% da biomassa área da cana-de-açúcar (OLIVEIRA et al., 2007), assim, o aumento de produção de colmos industrializáveis variou de 20 a 30 t por hectare. Numa análise de vários anos, os custos dessa adubação verde variaram, em preços equivalentes, de 6 a 12 t de colmos industrializáveis por hectare, desta forma, o aumento de produtividade cobriu com folga os custos do cultivo da crotalária juncea. Deve-se considerar ainda que há estu- dos em que o aumento de produtividade da cana-de-açúcar devido a adubação verde com crotalária juncea foi maior: Mascarenhas et al. (1994), em estudos conduzidos por vários anos em Sales Oliveira, estado de São Paulo, relatam aumentos de produção de colmos industrializáveis variando em 26 a 40 t por hectare.
  • 20. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 64 Ante ao exposto, pode-se concluir que a adubação verde com crotalária juncea nas áreas de reforma ou implantação de canaviais contribui para o aumento da produtividade de cana-de-açúcar e o uso mais eficiente dos fatores de produção terra, capital e trabalho. REFERÊNCIAS 1. ALVARENGA, R. C. et al. Características de alguns adubos verdes de interesse para a con- servação e recuperação de solos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.30, p. 175-185, 1995. 2. AMABILE, R. F.; FANCELLI, A. L.; CARVALHO, A. M. Comportamento de espécies de adubos verdes em diferentes épocas de semeadura e espaçamentos na região dos cerrados. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p. 47-54, 2000. 3. BARRETTO, A.C.; FERNANDES, M.F. Recomendações técnicas para uso da adubação verde em solos de Tabuleiros Costeiros. Aracaju: EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, 2001. 24p. 4. CHADA S.S, DE-POLLI, H. Nodulação de leguminosas tropicais promissoras para a adubação verde em solo deficiente em fósforo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.23, p.1197-1202. 1988 5. DUARTE JÚNIOR, J. B.; COELHO, F. C. Adubos verdes e seus efeitos no rendimento da cana-de- açúcar em sistema de plantio direto. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.67, p. 723-732, 2008. 6. ERNANI, P.R.; ALMEIDA, J. A. Comparação de métodos analíticos para avaliar a necessidade de calcário dos solos do Estado de Santa Catarina. R. Bras. Ci. Solo, v.10, p.143-150, 1986. 7. ERNANI, P.R.; BAYER, C.; FONTOURA, S. M. V. Influência da calagem no rendimento de matéria seca de plantas de cobertura e adubação verde, m casa de vegetação. R. Bras. Ci. Solo, v. 25, p.897- 904, 2001. 8. KAMINSKI, J. et al. Estimativa da acidez potencial em solos e sua implicação no cálculo da necessidade de calcário. Rev. Bras. Ci. Solo, v. 26, p.1107-1113, 2002. 9. LEAL, M. A. A. Produção eficiência agronômica de compostos obtidos com a palhada de gramíneas e leguminosas para o cultivo de hortaliças orgânicas. Tese – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2006. 113 p. 10. LIMA, J. D. et al. Arranjo espacial, densidade e época de semeadura no acúmulo de matéria seca e nutrientes de três adubos verdes. Pesquisa Agropecuária Tropical, v.40, n. 4, p. 531-540. 2010. 11. MASCARENHAS, H. A. A. et al. Efeito residual de leguminosa sobre rendimento físico e eco- nômico da cana-planta, Instituto Agronômico. Boletim Técnico n.32. Campinas, 1994. 15 p. 12. MEDA, A. R. Tolerância à toxidez do alumínio por leguminosas tropicais utilizadas em adubação verde. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2003. 109 p.
  • 21. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 65 13. OLIVEIRA, M.W. et al. Acúmulo de matéria seca por adubos verdes semeados em diferentes épocas. In: ENCONTRO CIENTÍFICO DOS PÓS-GRADUANDOS DO CENA/USP. 1998. Re- sumos. Piracicaba, CENA/USP. p.59. 14. OLIVEIRA, M. W. et al. Biomassa e nitrogênio na crotalária juncea e na Brachiaria plantaginea em área de plantio de cana de ano e meio. XXIX Congresso Brasileiro de Ciência do Solo (CBCS). Ribeirão Preto. Anais do Congresso. Botucatu / UNESP/SBCS, 2003. CD. 15. OLIVEIRA, M. W. et al. Doses de corretivos e alterações químicas em dois solos. I Congresso Brasileiro de Mamona. Campina Grande, Paraíba. 2004. CD Room. 16. OLIVEIRA M.W. et al. Nutrição mineral e adubação da cana-de-açúcar. Informe Agropecu- ário, n.28, p.30-43. 2007. 17. OLIVEIRA, M.W. et al. Taxa de crescimento, acúmulo de nutrientes e atividade alelopática da crotalária juncea. In: III Simpósio Brasileiro de Agricultura Sustentável. 2011. Viçosa. Anais do... III Simpósio Brasileiro de Agricultura Sustentável. 2011a. CD ROM. 18. OLIVEIRA, M.W. et al. Acúmulo de matéria seca de nitrogênio por crotalária juncea, crotalária spectabilis e feijão de porco, inoculados com rhizobium. In: XXI Congresso Brasileiro de Zootecnia. 2011b. Maceió. Anais do... XXI Congresso Brasileiro de Zootecnia. 2011. CD ROM. 19. OLIVEIRA, M. W. et al. Época de semeadura altera o crescimento e a produção de biomassa da crotalária juncea. I Congresso Internacional das Ciências Agrárias – COINTER. Recife – PE. Anais do I Congresso. 2016. CD. 20. OLIVEIRA M.W. et al. Mineral nutrition and fertilization of sugarcane. In: Sugarcane – Tech- nology and Research. 1ed. Londres: INTECH - Open Science, 2018. Disponível em: https:// www.intechopen.com/books/ sugarcane-technology-and-research/mineral-nutrition-and- ferti- lization-of-sugarcane. 21. OLIVEIRA, M. W. et al. Sugarcane Production Systems in Small Rural Properties. In: Multi- functionality and Impacts of Organic and Conventional Agriculture 1ed. Londres: INTECH - Open Science, 2019. Disponível em: https://www.intechopen.com/books/multifunctionality- -and-impacts-of-organic-and-conventional- agriculture/sugarcane-production-systems-in-s- mall-rural-properties 22. PERIN, A. et al. Produção de fitomassa, acúmulo de nutrientes e fixação biológica de nitrogê- nio por adubos verdes em cultivo isolado e consorciado. Pesquisa Agropecuária Brasileira. v.39, p. 35-40, 2004. 23. RAIJ, B. Melhorando o ambiente radicular em subsuperfície. Informações Agronômicas, n. 153, POTAFOS, Piracicaba. P.8-18, 2011. 24. RIBEIRO JÚNIOR, W. Q, RAMOS M.L.G. Fixação biológica de nitrogênio em espécies para adubação verde. IN: Cerrado: Adubação verde. CARVALHO, A. M; AMABILE, R., EMBRAPA Cerrados, p. 171-209, 2006. 25. SANTOS, V. S.; CAMPELO JÚNIOR, J. H. Influência dos elementos meteorológicos na produção de adubos verdes, em diferentes épocas de semeadura. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.7, n.1, p. 91-98. 2003. 26. TEODORO, R. B. et al. Aspectos agronômicos de leguminosas para adubação verde no cerrado do Alto do Vale do Jequitinhonha. Rev. Bras. Ci. Solo, v. 35, p.635-643, 2011.
  • 22. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2 66 27. WUTKE E.B, ARÉVALO R.A. Adubação verde com leguminosas no rendimento da cana-de- -açúcar e no manejo de plantas infestantes. Instituto Agronômico de Campinas, Campinas, 2006. Boletim técnico n.198, p.28.