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A MULHER, A PRELAZIA E A CARTA: ESCRITOS DE MULHERES NO
BOLETIM INFORMATIVO “NÓS, IRMÃOS”, DURANTE A DITADURA MILITAR
THE WOMAN, THE PRELACY AND THE LETTER: WRITINGS OF WOMEN IN THE
NEWSLETTER "WE, BROTHERS", DURING THE MILITARY DICTATORSHIP
Kersey Barbosa Moraes1
, Reginâmio Bonifácio de Lima2
1. Bacharelanda em História/Ufac e Bolsista Pibic. E-mail: kerseybmoraes@gmail.com.
2. Professor EBTT de História na Ufac. Laboratório de Estudos Educacionais e Humanísticos Aplicados –
LEEHAp. Membro da Academia Acreana de Letras.
Autor correspondente: reginamiobonifacio@yahoo.com.br
RESUMO
Esta pesquisa tem como base as cartas enviadas por Mulheres ao Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, da Igreja
Católica do Acre e Purus, no decorrer da Ditadura Militar. O Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, da Igreja Católica
Acrepuruense, ofereceu mais que um discurso informativo da palavra de Deus, ele foi uma ponte entre os fiéis e a
Igreja, através de cartas enviadas pelas Comunidades Eclesiásticas de Base. Algumas dessas cartas eram assinadas
por homens e mulheres, líderes de suas comunidades, produziam informações sobre suas localidades. Nosso
objetivo é catalogar os escritos de mulheres e para as mulheres com a finalidade de analisar as mensagens contidas
nas cartas que foram transcritas no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. O referencial teórico é embasado na
história representativa, de Roger Chartier. É notável a participação de mulheres atuantes nas Comunidades de
Eclesiásticas de Base, sendo elas, muitas das vezes, líderes dessas Comunidades. Essas Mulheres, várias vezes,
foram a voz de suas comunidades através das cartas enviadas ao Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. Desde o seu
primeiro número, em 1971, até o final da Ditadura Militar, em 1985, pode-se notar a presença da Igreja Católica
do Acre-Purus no âmbito social acreano. As Mulheres que foram porta voz de suas comunidades estiveram também
presente através de seus escritos publicados no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”.
Palavra Chave: Escrito de Mulheres, Boletim Informativo, Ditadura Militar.
ABSTRACT
This research is based on the letters sent by Women to the Newsletter "We, Brothers" of the Catholic Church of
Acre and Purus, during the Military Dictatorship. The "We Brothers" Bulletin of the Acrepuruense Catholic
Church offered more than an informative discourse on God’s words; it was a bridge between the faith and the
Church through letters sent by the Ecclesiastical Basis Communities. Some of these letters were signed by men
and women, leaders of their communities, producing information about their localities. Our aim is to catalogue the
writings of women and to women on the purpose of analyzing the messages contained in the letters that were
transcribed in the Bulletin "We, Brothers". The theoretical framework is based on Roger Chartier's representative
history. It is remarkable the participation of women who are active in the Ecclesiastical Basis Communities, which
are often the leaders of these Communities. For several times, these women were the voice of their communities
through the letters sent to the "We, Brothers" Newsletter. From its first number, in 1971, until the end of the
Military Dictatorship in 1985, the presence of the Acre-Purus Catholic Church in the Acre-social area is realized.
The women who had the voice on behalf of their communities were also present through their writings published
in the Bulletin "We, Brothers".
Keywords: Women’s writings. Newsletter. Military Dictatorship.
1. INTRODUÇÃO
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A Igreja Católica na década de 60 se aproximou cada vez mais de seus fiéis. O concílio
do Vaticano II colaborou com a construção de uma Igreja mais próxima dos pobres [1]. Este
feito do Vaticano II não pode ser considerado unicamente como o motivo da aproximação da
Igreja com seus fiéis, pois as Comunidades Eclesiásticas de Base, por sua vez, já praticavam
ações sociais e, por isso, teve um papel fundamental para essa aproximação da Igreja com seus
seguidores [2]. Foi ela a intérprete dos oprimidos – aqueles que eram considerados sem voz e
sem vez [3].
Durante a Ditadura Militar a Igreja se achegou muito mais de seus fiéis, ela transpassou
novos pensamentos, valores e novas atividades de cunho social com a perspectiva da Teologia
da Libertação [4]. Uma das estratégias utilizadas pela Igreja Católica foi a utilização das
homilias dominicais, com mensagens voltadas para as Comunidades Eclesiais de Base [5].
Dentre suas atuações no âmbito social destacou-se o Boletim Informativo “Nós, Irmãos” [6]. O
Boletim não foi criado apenas para divulgar a homilia e às informações das Comunidades
Eclesiásticas de Base, ele serviu de inteiração entre todas as paróquias e Comunidades de Base
de todo Acre e Purus [7].
As mensagens contidas no Boletim Informativo “Nós, Irmãos” não eram apenas
mensagens de caráter religioso, nele se podia encontrar notícias sobre diversos assuntos que
para a época, devido a Ditadura Militar, poderia se considerar como “subversivos”, devido o
Boletim ser católico e religioso ele não sofreu com a censura ferrenha presente naquele período.
Por esse motivo, a Igreja conseguiu passar informações e notícias que serviram de grande ajuda
aos seus fiéis [8].
O Boletim Informativo “Nós, Irmãos” trazia em algumas de suas páginas os escritos das
Comunidades Eclesiásticas de Base, sendo esses escritos, na maioria das vezes eram feitas por
remetentes homens, é notável uma presença de remetentes mulheres que se comunicavam
também através desses escritos presentes no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. Ele foi uma
ponte entre os fiéis e a Igreja, através de cartas enviadas pelas Comunidades Eclesiásticas de
Base [9]. Desde o primeiro número do Boletim “Nós, Irmãos”, em 1971, até o final da Ditadura
Militar, em 1985, pode-se notar escritos de mulheres que atuavam nas Comunidades Eclesiais
de Base, sendo elas, muitas das vezes, líderes dessas Comunidades [10].
As mulheres acreanas que escreviam cartas para o Boletim Informativo “Nós, Irmãos”,
muitas das vezes eram aquelas que coordenavam algumas atividades da Igreja no local onde
moravam [7]. As mulheres que moravam nas colônias e as que vieram e ou as que já moravam
nas cidades, essas buscavam um lugar onde poderiam ser aceitas, valorizadas, como na
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espiritualidade. Por esse motivo as mulheres se envolviam nas comunidades Eclesiásticas de
Base, eram mulheres atuantes na Igreja, eram líderes e sempre estavam presentes na Igreja.
Para o presente trabalho o objetivo geral foi compor um corpus com as cartas escritas
por mulheres, para mulheres e sobre as mulheres, bem como sopesar as mensagens contidas nas
cartas que foram escritas pelas mulheres e que foram transcritas no Boletim Informativo “Nós,
Irmãos”, da Prelazia Acre-Purus, durante a Ditadura Militar brasileira. De forma específica
objetivou-se a digitação das cartas encontras no Boletim Informativo “Nós, Irmãos” Sobre
Mulheres e Para Mulheres de 1971 até 1985; identificar as relações das Mulheres com a Igreja
Católica do Acre e Purus; e, compreender como as Mulheres acreanas conseguiram conquistar
um espaço de destaque dentro da Igreja Católica do Acre e Purus nos anos de 1971 até meados
de 1985.
A importância dessa pesquisa se deu ao fato de não haver nenhum estudo sobre as cartas
enviadas por mulheres no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, mesmo havendo uma notável
presença de escrito de mulheres no Boletim. É também importante o estudo das influências
dessas mulheres nas vidas de seus filhos, por serem mulheres e líderes de algumas atividades
dentro das Comunidades Eclesiásticas de Base elas ensinaram aos seus filhos como se tornar
líderes, mesmo sendo poucas, elas ensinaram. Muitos dos filhos dessas mulheres se tornaram
líderes de sindicatos, associação de moradores e até mesmo líderes dentro da Igreja.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram produzidas leituras de teóricos e críticos tais como Roger Chartier [11, 12], Paul
Ricouer [13] que trata sobre a narrativa, a memória e o esquecimento, Pierre Bourdieu [14] para
o entendimento a simbologia e, por fim, o crítico Pedro Vicente da Costa Sobrinho [8].
Foi solicitado à Diocese de Rio Branco o acesso ao acervo dos Boletins Informativos
“Nós, Irmãos”, desde seu início em 1971 até seus números finais em 1985. Após a solicitação
do Boletim, focou-se na digitalização de todas es edições do Boletim Informativo “Nós
Irmãos”. Ainda nesta fase foi realizada a catalogação dos mesmos, com o objetivo de agilizar
as buscas por informações nos boletins e economizar tempo. Finalizando a parte de catalogação,
onde o boletim foi separado por cada sessão, foi feita a digitalização das cartas escrita por
Mulheres ou para mulheres, com a finalidade da constituição de um corpus a ser sistematizado
tendo por base emissários, destinatários e/ou mensagem em que as mulheres fossem
protagonistas.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa começou com um estudo dirigido sobre a formulação de cartas e missivas,
ainda na primeira etapa foi necessário entrar em contato com a Diocese de Rio Branco e também
agendar uma reunião com o atual Bispo da Igreja Católica no Acre, Dom Joaquín Pertíñez
Fernández [15]. Durante a reunião com o Bispo foi lhe dito a importância do Boletim
Informativo “Nós Irmãos” para a sociedade acreana, pelo fato do mesmo conter informações
sobre movimentos sociais, ações sociais da prelazia da Igreja, informações sobre as
comunidades eclesiais de base e orientações de cunho geral [16].
Foram solicitadas a Dom Joaquín Pertíñez Fernández Bispo da Diocese de Rio Branco
todas as edições do Boletim “Nós Irmãos” para que sejam objeto de pesquisa e com sua
autorização as edições do Boletim puderam ser utilizadas.
A pesquisa se deu por várias etapas, desde sua importância como uma fonte de
informação para o Acre na Ditadura Militar [17] até na sua digitalização nos dias atuais para o
funcionamento desta pesquisa. O Boletim Informativo “Nós, Irmãos” foi cedido para o seu
escaneamento, logo após o escaneamento o Boletim foi minuciosamente catalogado para
facilitar a pesquisa, em seguida o Boletim foi digitalizado para que uma ocorra uma análise
destas mensagens que estão no Boletim Informativo da Igreja Católica do Acre.
Cartas, missivas, editoriais, avisos, textos do evangelho, escritos de mulheres, todos
estes eram membros que compunham os Boletins “Nós Irmãos” e em nossa terceira etapa de
pesquisa foi necessário realizar uma separação de tais membros de acordo com seus estilos,
gêneros, contexto, ano, assunto e projeção social.
Durante a análise das cartas [18] enviadas ao Boletim Informativo “Nós, Irmãos”
percebeu-se que as cartas eram escritas por vários autores e para diversas finalidades, encontra-
se cartas feitas por Homens religiosos e não religiosos, de Padres, Bispo e por Mulheres
religiosas e não religiosas, haviam sessões para cartas dos leigos, cartas das comunidades,
notícias das comunidades, Editorial entre outras, vendo-se a riqueza do material pode-se
perceber uma extensa pesquisa. Resolvemos, então, dividir os assuntos.
Ao analisar todas as cartas que haviam algum resquício de feminilidade [19, 20, 21] foi
colocada em um sumário geral onde houve subdivisões para uma melhor qualidade na análise
de material catalogado [22]. Haveria diversas formas de executar as separações de missivas
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como separa-las por bairros e comunidades ou grupos, mas a separação de missivas foi dada de
três formas de divisão e dentro de cada divisão, duas subdivisões.
A separação das missivas foi dada da seguinte forma: 1- Carta de Mulheres; as cartas de
mulheres eram as cartas que foram escritas pelas mulheres e assinadas por elas, nessas cartas
havia escritos sobre o dia-a-dia nas comunidades eclesiais de base e nas cidades e vilarejos onde
habitaram, dentro dessa divisão se encontram duas subdivisões; 1.1 Cartas de Mulheres
Religiosas; às cartas de mulheres religiosas eram as cartas escritas pelas as mulheres que faziam
parte do corpo da Igreja Católica do Acre e Purus são essas as freiras, vocacionadas e as
missionárias. Na subdivisão 1.2 Cartas de Mulheres não Religiosas; são as cartas escritas por
mulheres leigas, aquelas que não estavam formalmente no “corpo” da Igreja, são as mulheres
líderes das comunidades eclesiais de base, as que sabiam escrever e as ajudantes das
comunidades, nessas cartas podem se encontrar o relato do dia-a-dia dessas mulheres, as
notícias das comunidades e seus pensamentos e sonhos.
Na segunda divisão - Cartas para Mulheres; são encontradas cartas que tem o seu
destinatário mulheres que trabalham nas comunidades eclesiais de base, cartas direcionadas a
mulheres que tiveram influência no lugar onde viveram, dentro dessa divisão também existe
duas subdivisões; 2.1- Cartas para Mulheres Religiosas; eram cartas feitas pelos líderes eclesiais
da igreja destinada as mulheres religiosas e seus trabalhos no meio da comunidade, sendo
encontrado nessas cartas sempre mensagens de chegada ou de despedida de alguma freira ou
missionária ou também eram de homens ou mulheres que sentiam apreço pelo trabalho
realizado por essas mulheres em suas localidades e por isso faziam cartas de agradecimento a
elas. Na subdivisão 2.2 Cartas para Mulheres não Religiosas; as cartas direcionadas as mulheres
não religiosas também são sempre de agradecimento, uma vez que essas cartas eram sempre
destinadas as mulheres que eram líderes de suas comunidades, tais mulheres que tinham grande
influência dentro da Igreja.
Por fim, a terceira divisão - Cartas sobre Mulheres; as cartas sobre mulheres eram as
cartas que contavam sobre mulheres que faziam parte das comunidades eclesiais de base da
Igreja Católica do Acre e Purus, também se divide em duas subdivisões; 3.1- Cartas sobre
Mulheres Religiosas; as cartas sobre mulheres religiosas são as cartas que contam algum feito
de alguma religiosa que se destacou em meio as outras através de seu trabalho como ministra
do evangelho, assim como a subdivisão 2.1 essas cartas eram feitas por quem apreciavam seus
trabalhos e as tinham com muita estima, as cartas sobre mulheres trazem em suas mensagens
sempre um exemplo de como não desistir. Na subdivisão 3.2- Carta sobre Mulheres não
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Religiosas; também eram sobre mulheres que se destacavam das outras ovelhas, aquelas
mulheres que tinham como objetivo o ensinamento dos mandamentos de Cristo, mulheres
ativas, sempre ajudando a sua comunidade, nessas cartas também pode-se encontrar
homenagem a elas, fazendo de sua luta e coragem espelho para os desanimados.
As mulheres que coordenavam as atividades em suas comunidades estavam sempre à
frente das comemorações católicas, nas cartas é possível observar as mulheres no natal
realizando peças sobre o nascimento de Cristo junto com o seu grupo, além das peças teatrais
as mulheres também organizavam as quaresmas. Na páscoa não era diferente do Natal, alguns
grupos se juntavam uns com outros e faziam grandes festas pala celebrar a morte de Jesus,
assim como no natal também haviam encenações de peças teatrais sobre a Paixão de Cristo. As
novenas realizadas pelas mulheres eram sempre pouco tempo antes do Natal, essas novenas
eram realizadas com grande esforço, pois muitas vezes as casas onde se faziam as novenas eram
de grande distância umas das outras. Todos das comunidades participavam com gosto das
festividades promovidas pela Igreja, pelas paróquias e pelas as CEB’s [23]. Os relatos sobre o
sucesso dessas festividades são encontrados muito facilmente entre as cartas que estão no
Boletim Informativo “Nós, Irmãos”.
Com a divisão e a subdivisão das missivas encontra-se uma grande facilidade no
manuseio das cartas. As atividades desenvolvidas pelas mulheres em sua comunidade iam desde
uma “simples” novena de natal até grandes procissões [24].
CONCLUSÕES
No decorrer da pesquisa percebemos que não há nenhum estudo sobre as cartas enviadas
por mulheres no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, mesmo havendo uma notável presença de
escrito de mulheres no Boletim.
Ao analisar o “Nós, Irmãos”, ficam latentes alguns problemas a serem discutidos a
posteriori: alguns homens não tinham domínio da escrita, por isso solicitavam que as mulheres
escrevessem cartas para o Boletim da Igreja e, após a escrita, em algumas cartas, os homens
assinavam e colocavam o nome da escrevente como sendo uma mera auxiliar [25].
Também se pôde perceber, no decorrer das cartas, a influência dessas mulheres nas vidas
de seus filhos, por serem mulheres e líderes de algumas atividades dentro das Comunidades
Eclesiásticas de Base, elas ensinaram aos seus filhos como se tornar líderes, mesmo sendo
poucas as líderes, elas os ensinaram .
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As mulheres que frequentavam as Comunidades Eclesiásticas de Base, a Igreja eram
aquelas que buscavam um lugar onde seriam valorizadas [26], um lugar onde elas poderiam ser
aceitas, e a Igreja ajudou essas mulheres a se sentirem “úteis”, muitas delas foram monitoras
das Comunidades, ensinando aos seus irmãos de fé os evangelhos, mulheres presentes nas
igrejas e nas Comunidades de Base.
As mulheres escreviam cartas auxiliando os homens líderes das Comunidades
Eclesiásticas de Base que eram iletrados ou quase iletrados, mas que se comunicavam com o
Bispo e com as outra Comunidades através de cartas enviadas ao Boletim Informativo “Nós,
Irmãos”.
As mulheres que escreviam as cartas e também as liam para sua comunidade, para que
fossem explicadas pelos homens líderes das CEB’s, por fim, começaram a escrever suas
próprias cartas, assiná-las e enviá-las ao “Nós, Irmãos”. Elas compartilhavam suas tristezas,
alegrias, festas, os conflitos com os fazendeiros e a sua satisfação por ser uma porta voz do
Evangelho em sua comunidade.
A semente de liderança plantada em muitas dessas mulheres que estavam nas
Comunidades deu frutos, é importante ressaltar que muitos dos filhos dessas mulheres
alcançaram o posto de liderança em vários outros movimentos, até mesmo na Igreja.
REFERÊNCIAS
[1] CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II. Decreto sobre os meios de
comunicação social (InterMirifica). 3 ed. São Paulo: Paulinas, 2013.
[2] CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II. Constituição Dogmática sobre a
Igreja no mundo contemporâneo (Lumen Gentium). Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1998.
[3] CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Pastoral Gaudium et Spes. In:
Compêndio do Vaticano II: constituições, decretos, declarações. Petrópolis: Vozes, 2000.
[4] KRISCHKE, Paulo José. A Igreja e as Crises Políticas no Brasil. Petrópolis:
Vozes, 1979.
[5] BETTO, (Frei). O que é comunidade eclesial de base. São Paulo: Brasiliense, 1984.
[6] Boletim “Nós irmãos”. Rio Branco, Acre, dezembro de 1971, ano I, nº I.
[7] BASÍLIO, Sandra Teresa Cadiolli. A Luta pela Terra e a Igreja Católica no Vale
do Acre e Purus (1970-1980). Recife: UFPE, 2001. Tese de Doutorado em História do Brasil
– Centro de Filosofia e Ciências Humanas, UFPE, Recife.
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[8] SOBRINHO, Pedro Vicente Costa. Comunicação Alternativa e Movimentos
Sociais na Amazônia Ocidental. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2001.
[9] DALE, R.. Igreja e Comunicação Social. São Paulo: Paulinas, 1972.
[10] LIMA, Reginâmio B. Sobre Terras e Gentes: o terceiro eixo ocupacional de Rio
Branco. João Pessoa: Ideia Editora, 2006.
[11] CHARTIER, Roger: A historia cultural entre práticas e representações. Trad.
Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.
[12] CHARTIER, Roger. Práticas de leitura. Trad. Cristiane Nascimento. São Paulo:
Estação Liberdade, 1996.
[13] RICOEUR, P. A memória, a história, o esquecimento. São Paulo: Unicamp,
2008.
[14] BOURDIEU. Pierre. Economia das trocas simbólicas. 6 ed. São Paulo:
Perspectiva, 2005.
[15] PERTÍÑES, Dom Joaquín. Primordios de uma Diocese – Diocese de Rio Branco,
1986. Rio Branco, Acre, 2012.
[16] COSTA SOBRINHO, Pedro Vicente. Meios Alternativos de Comunicação e
Movimentos Sociais na Amazônia Ocidental (Acre: 1971-1981). São Paulo: ECA-USP,
2000. Tese de Doutorado.
[17] CANCIAN, Renato. Igreja Católica e ditadura militar no Brasil. São Paulo:
Claridade, 2011.
[18] ESTÊVÃO, António Miguel. A Evangelização através dos media à luz da
Communio et progressio: fundamentação bíblico-teológica e implicações pastorais. Lisboa:
Universidade Católica Portuguesa, 2016.
[19] AARÃO REIS FILHO, Daniel. Vozes silenciadas em tempos de ditadura: Brasil,
anos 1960. In: CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. (Org.) Minorias silenciadas. São Paulo:
Edusp, 2002.
[20] CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Minorias Silenciadas. São Paulo: Edusp, 2002.
[21] FERREIRA, E. F. X. Mulheres militância e memória. Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, 1996.
[22] BOMBONATO, V. I.. Evangelizar é comunicar: fundamentação bíblico-
teológica da pastoral da comunicação. São Paulo: Paulinas, 2009.
[23] CNBB. Orientações pastorais sobre a renovação carismática católica. São
Paulo: Paulinas, 1994.
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[24] DUARTE, Élio Garcia. Conflitos pela Terra no Acre. Rio Branco: Casa da
Amazônia, 1987.
[25] LIMA, Reginâmio Bonifácio de. Memórias de velhos: sobre terras e gentes. Rio
Branco: Boni, 2008.
[26] PESSINATTI, Nivaldo Luiz. Políticas de comunicação da Igreja Católica no
Brasil. São Paulo/Petrópolis: Vozes, 1998.

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Artigo a mulher, a prelazia

  • 1. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 A MULHER, A PRELAZIA E A CARTA: ESCRITOS DE MULHERES NO BOLETIM INFORMATIVO “NÓS, IRMÃOS”, DURANTE A DITADURA MILITAR THE WOMAN, THE PRELACY AND THE LETTER: WRITINGS OF WOMEN IN THE NEWSLETTER "WE, BROTHERS", DURING THE MILITARY DICTATORSHIP Kersey Barbosa Moraes1 , Reginâmio Bonifácio de Lima2 1. Bacharelanda em História/Ufac e Bolsista Pibic. E-mail: kerseybmoraes@gmail.com. 2. Professor EBTT de História na Ufac. Laboratório de Estudos Educacionais e Humanísticos Aplicados – LEEHAp. Membro da Academia Acreana de Letras. Autor correspondente: reginamiobonifacio@yahoo.com.br RESUMO Esta pesquisa tem como base as cartas enviadas por Mulheres ao Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, da Igreja Católica do Acre e Purus, no decorrer da Ditadura Militar. O Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, da Igreja Católica Acrepuruense, ofereceu mais que um discurso informativo da palavra de Deus, ele foi uma ponte entre os fiéis e a Igreja, através de cartas enviadas pelas Comunidades Eclesiásticas de Base. Algumas dessas cartas eram assinadas por homens e mulheres, líderes de suas comunidades, produziam informações sobre suas localidades. Nosso objetivo é catalogar os escritos de mulheres e para as mulheres com a finalidade de analisar as mensagens contidas nas cartas que foram transcritas no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. O referencial teórico é embasado na história representativa, de Roger Chartier. É notável a participação de mulheres atuantes nas Comunidades de Eclesiásticas de Base, sendo elas, muitas das vezes, líderes dessas Comunidades. Essas Mulheres, várias vezes, foram a voz de suas comunidades através das cartas enviadas ao Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. Desde o seu primeiro número, em 1971, até o final da Ditadura Militar, em 1985, pode-se notar a presença da Igreja Católica do Acre-Purus no âmbito social acreano. As Mulheres que foram porta voz de suas comunidades estiveram também presente através de seus escritos publicados no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. Palavra Chave: Escrito de Mulheres, Boletim Informativo, Ditadura Militar. ABSTRACT This research is based on the letters sent by Women to the Newsletter "We, Brothers" of the Catholic Church of Acre and Purus, during the Military Dictatorship. The "We Brothers" Bulletin of the Acrepuruense Catholic Church offered more than an informative discourse on God’s words; it was a bridge between the faith and the Church through letters sent by the Ecclesiastical Basis Communities. Some of these letters were signed by men and women, leaders of their communities, producing information about their localities. Our aim is to catalogue the writings of women and to women on the purpose of analyzing the messages contained in the letters that were transcribed in the Bulletin "We, Brothers". The theoretical framework is based on Roger Chartier's representative history. It is remarkable the participation of women who are active in the Ecclesiastical Basis Communities, which are often the leaders of these Communities. For several times, these women were the voice of their communities through the letters sent to the "We, Brothers" Newsletter. From its first number, in 1971, until the end of the Military Dictatorship in 1985, the presence of the Acre-Purus Catholic Church in the Acre-social area is realized. The women who had the voice on behalf of their communities were also present through their writings published in the Bulletin "We, Brothers". Keywords: Women’s writings. Newsletter. Military Dictatorship. 1. INTRODUÇÃO
  • 2. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 A Igreja Católica na década de 60 se aproximou cada vez mais de seus fiéis. O concílio do Vaticano II colaborou com a construção de uma Igreja mais próxima dos pobres [1]. Este feito do Vaticano II não pode ser considerado unicamente como o motivo da aproximação da Igreja com seus fiéis, pois as Comunidades Eclesiásticas de Base, por sua vez, já praticavam ações sociais e, por isso, teve um papel fundamental para essa aproximação da Igreja com seus seguidores [2]. Foi ela a intérprete dos oprimidos – aqueles que eram considerados sem voz e sem vez [3]. Durante a Ditadura Militar a Igreja se achegou muito mais de seus fiéis, ela transpassou novos pensamentos, valores e novas atividades de cunho social com a perspectiva da Teologia da Libertação [4]. Uma das estratégias utilizadas pela Igreja Católica foi a utilização das homilias dominicais, com mensagens voltadas para as Comunidades Eclesiais de Base [5]. Dentre suas atuações no âmbito social destacou-se o Boletim Informativo “Nós, Irmãos” [6]. O Boletim não foi criado apenas para divulgar a homilia e às informações das Comunidades Eclesiásticas de Base, ele serviu de inteiração entre todas as paróquias e Comunidades de Base de todo Acre e Purus [7]. As mensagens contidas no Boletim Informativo “Nós, Irmãos” não eram apenas mensagens de caráter religioso, nele se podia encontrar notícias sobre diversos assuntos que para a época, devido a Ditadura Militar, poderia se considerar como “subversivos”, devido o Boletim ser católico e religioso ele não sofreu com a censura ferrenha presente naquele período. Por esse motivo, a Igreja conseguiu passar informações e notícias que serviram de grande ajuda aos seus fiéis [8]. O Boletim Informativo “Nós, Irmãos” trazia em algumas de suas páginas os escritos das Comunidades Eclesiásticas de Base, sendo esses escritos, na maioria das vezes eram feitas por remetentes homens, é notável uma presença de remetentes mulheres que se comunicavam também através desses escritos presentes no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. Ele foi uma ponte entre os fiéis e a Igreja, através de cartas enviadas pelas Comunidades Eclesiásticas de Base [9]. Desde o primeiro número do Boletim “Nós, Irmãos”, em 1971, até o final da Ditadura Militar, em 1985, pode-se notar escritos de mulheres que atuavam nas Comunidades Eclesiais de Base, sendo elas, muitas das vezes, líderes dessas Comunidades [10]. As mulheres acreanas que escreviam cartas para o Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, muitas das vezes eram aquelas que coordenavam algumas atividades da Igreja no local onde moravam [7]. As mulheres que moravam nas colônias e as que vieram e ou as que já moravam nas cidades, essas buscavam um lugar onde poderiam ser aceitas, valorizadas, como na
  • 3. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 espiritualidade. Por esse motivo as mulheres se envolviam nas comunidades Eclesiásticas de Base, eram mulheres atuantes na Igreja, eram líderes e sempre estavam presentes na Igreja. Para o presente trabalho o objetivo geral foi compor um corpus com as cartas escritas por mulheres, para mulheres e sobre as mulheres, bem como sopesar as mensagens contidas nas cartas que foram escritas pelas mulheres e que foram transcritas no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, da Prelazia Acre-Purus, durante a Ditadura Militar brasileira. De forma específica objetivou-se a digitação das cartas encontras no Boletim Informativo “Nós, Irmãos” Sobre Mulheres e Para Mulheres de 1971 até 1985; identificar as relações das Mulheres com a Igreja Católica do Acre e Purus; e, compreender como as Mulheres acreanas conseguiram conquistar um espaço de destaque dentro da Igreja Católica do Acre e Purus nos anos de 1971 até meados de 1985. A importância dessa pesquisa se deu ao fato de não haver nenhum estudo sobre as cartas enviadas por mulheres no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, mesmo havendo uma notável presença de escrito de mulheres no Boletim. É também importante o estudo das influências dessas mulheres nas vidas de seus filhos, por serem mulheres e líderes de algumas atividades dentro das Comunidades Eclesiásticas de Base elas ensinaram aos seus filhos como se tornar líderes, mesmo sendo poucas, elas ensinaram. Muitos dos filhos dessas mulheres se tornaram líderes de sindicatos, associação de moradores e até mesmo líderes dentro da Igreja. 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram produzidas leituras de teóricos e críticos tais como Roger Chartier [11, 12], Paul Ricouer [13] que trata sobre a narrativa, a memória e o esquecimento, Pierre Bourdieu [14] para o entendimento a simbologia e, por fim, o crítico Pedro Vicente da Costa Sobrinho [8]. Foi solicitado à Diocese de Rio Branco o acesso ao acervo dos Boletins Informativos “Nós, Irmãos”, desde seu início em 1971 até seus números finais em 1985. Após a solicitação do Boletim, focou-se na digitalização de todas es edições do Boletim Informativo “Nós Irmãos”. Ainda nesta fase foi realizada a catalogação dos mesmos, com o objetivo de agilizar as buscas por informações nos boletins e economizar tempo. Finalizando a parte de catalogação, onde o boletim foi separado por cada sessão, foi feita a digitalização das cartas escrita por Mulheres ou para mulheres, com a finalidade da constituição de um corpus a ser sistematizado tendo por base emissários, destinatários e/ou mensagem em que as mulheres fossem protagonistas.
  • 4. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa começou com um estudo dirigido sobre a formulação de cartas e missivas, ainda na primeira etapa foi necessário entrar em contato com a Diocese de Rio Branco e também agendar uma reunião com o atual Bispo da Igreja Católica no Acre, Dom Joaquín Pertíñez Fernández [15]. Durante a reunião com o Bispo foi lhe dito a importância do Boletim Informativo “Nós Irmãos” para a sociedade acreana, pelo fato do mesmo conter informações sobre movimentos sociais, ações sociais da prelazia da Igreja, informações sobre as comunidades eclesiais de base e orientações de cunho geral [16]. Foram solicitadas a Dom Joaquín Pertíñez Fernández Bispo da Diocese de Rio Branco todas as edições do Boletim “Nós Irmãos” para que sejam objeto de pesquisa e com sua autorização as edições do Boletim puderam ser utilizadas. A pesquisa se deu por várias etapas, desde sua importância como uma fonte de informação para o Acre na Ditadura Militar [17] até na sua digitalização nos dias atuais para o funcionamento desta pesquisa. O Boletim Informativo “Nós, Irmãos” foi cedido para o seu escaneamento, logo após o escaneamento o Boletim foi minuciosamente catalogado para facilitar a pesquisa, em seguida o Boletim foi digitalizado para que uma ocorra uma análise destas mensagens que estão no Boletim Informativo da Igreja Católica do Acre. Cartas, missivas, editoriais, avisos, textos do evangelho, escritos de mulheres, todos estes eram membros que compunham os Boletins “Nós Irmãos” e em nossa terceira etapa de pesquisa foi necessário realizar uma separação de tais membros de acordo com seus estilos, gêneros, contexto, ano, assunto e projeção social. Durante a análise das cartas [18] enviadas ao Boletim Informativo “Nós, Irmãos” percebeu-se que as cartas eram escritas por vários autores e para diversas finalidades, encontra- se cartas feitas por Homens religiosos e não religiosos, de Padres, Bispo e por Mulheres religiosas e não religiosas, haviam sessões para cartas dos leigos, cartas das comunidades, notícias das comunidades, Editorial entre outras, vendo-se a riqueza do material pode-se perceber uma extensa pesquisa. Resolvemos, então, dividir os assuntos. Ao analisar todas as cartas que haviam algum resquício de feminilidade [19, 20, 21] foi colocada em um sumário geral onde houve subdivisões para uma melhor qualidade na análise de material catalogado [22]. Haveria diversas formas de executar as separações de missivas
  • 5. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 como separa-las por bairros e comunidades ou grupos, mas a separação de missivas foi dada de três formas de divisão e dentro de cada divisão, duas subdivisões. A separação das missivas foi dada da seguinte forma: 1- Carta de Mulheres; as cartas de mulheres eram as cartas que foram escritas pelas mulheres e assinadas por elas, nessas cartas havia escritos sobre o dia-a-dia nas comunidades eclesiais de base e nas cidades e vilarejos onde habitaram, dentro dessa divisão se encontram duas subdivisões; 1.1 Cartas de Mulheres Religiosas; às cartas de mulheres religiosas eram as cartas escritas pelas as mulheres que faziam parte do corpo da Igreja Católica do Acre e Purus são essas as freiras, vocacionadas e as missionárias. Na subdivisão 1.2 Cartas de Mulheres não Religiosas; são as cartas escritas por mulheres leigas, aquelas que não estavam formalmente no “corpo” da Igreja, são as mulheres líderes das comunidades eclesiais de base, as que sabiam escrever e as ajudantes das comunidades, nessas cartas podem se encontrar o relato do dia-a-dia dessas mulheres, as notícias das comunidades e seus pensamentos e sonhos. Na segunda divisão - Cartas para Mulheres; são encontradas cartas que tem o seu destinatário mulheres que trabalham nas comunidades eclesiais de base, cartas direcionadas a mulheres que tiveram influência no lugar onde viveram, dentro dessa divisão também existe duas subdivisões; 2.1- Cartas para Mulheres Religiosas; eram cartas feitas pelos líderes eclesiais da igreja destinada as mulheres religiosas e seus trabalhos no meio da comunidade, sendo encontrado nessas cartas sempre mensagens de chegada ou de despedida de alguma freira ou missionária ou também eram de homens ou mulheres que sentiam apreço pelo trabalho realizado por essas mulheres em suas localidades e por isso faziam cartas de agradecimento a elas. Na subdivisão 2.2 Cartas para Mulheres não Religiosas; as cartas direcionadas as mulheres não religiosas também são sempre de agradecimento, uma vez que essas cartas eram sempre destinadas as mulheres que eram líderes de suas comunidades, tais mulheres que tinham grande influência dentro da Igreja. Por fim, a terceira divisão - Cartas sobre Mulheres; as cartas sobre mulheres eram as cartas que contavam sobre mulheres que faziam parte das comunidades eclesiais de base da Igreja Católica do Acre e Purus, também se divide em duas subdivisões; 3.1- Cartas sobre Mulheres Religiosas; as cartas sobre mulheres religiosas são as cartas que contam algum feito de alguma religiosa que se destacou em meio as outras através de seu trabalho como ministra do evangelho, assim como a subdivisão 2.1 essas cartas eram feitas por quem apreciavam seus trabalhos e as tinham com muita estima, as cartas sobre mulheres trazem em suas mensagens sempre um exemplo de como não desistir. Na subdivisão 3.2- Carta sobre Mulheres não
  • 6. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 Religiosas; também eram sobre mulheres que se destacavam das outras ovelhas, aquelas mulheres que tinham como objetivo o ensinamento dos mandamentos de Cristo, mulheres ativas, sempre ajudando a sua comunidade, nessas cartas também pode-se encontrar homenagem a elas, fazendo de sua luta e coragem espelho para os desanimados. As mulheres que coordenavam as atividades em suas comunidades estavam sempre à frente das comemorações católicas, nas cartas é possível observar as mulheres no natal realizando peças sobre o nascimento de Cristo junto com o seu grupo, além das peças teatrais as mulheres também organizavam as quaresmas. Na páscoa não era diferente do Natal, alguns grupos se juntavam uns com outros e faziam grandes festas pala celebrar a morte de Jesus, assim como no natal também haviam encenações de peças teatrais sobre a Paixão de Cristo. As novenas realizadas pelas mulheres eram sempre pouco tempo antes do Natal, essas novenas eram realizadas com grande esforço, pois muitas vezes as casas onde se faziam as novenas eram de grande distância umas das outras. Todos das comunidades participavam com gosto das festividades promovidas pela Igreja, pelas paróquias e pelas as CEB’s [23]. Os relatos sobre o sucesso dessas festividades são encontrados muito facilmente entre as cartas que estão no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. Com a divisão e a subdivisão das missivas encontra-se uma grande facilidade no manuseio das cartas. As atividades desenvolvidas pelas mulheres em sua comunidade iam desde uma “simples” novena de natal até grandes procissões [24]. CONCLUSÕES No decorrer da pesquisa percebemos que não há nenhum estudo sobre as cartas enviadas por mulheres no Boletim Informativo “Nós, Irmãos”, mesmo havendo uma notável presença de escrito de mulheres no Boletim. Ao analisar o “Nós, Irmãos”, ficam latentes alguns problemas a serem discutidos a posteriori: alguns homens não tinham domínio da escrita, por isso solicitavam que as mulheres escrevessem cartas para o Boletim da Igreja e, após a escrita, em algumas cartas, os homens assinavam e colocavam o nome da escrevente como sendo uma mera auxiliar [25]. Também se pôde perceber, no decorrer das cartas, a influência dessas mulheres nas vidas de seus filhos, por serem mulheres e líderes de algumas atividades dentro das Comunidades Eclesiásticas de Base, elas ensinaram aos seus filhos como se tornar líderes, mesmo sendo poucas as líderes, elas os ensinaram .
  • 7. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 As mulheres que frequentavam as Comunidades Eclesiásticas de Base, a Igreja eram aquelas que buscavam um lugar onde seriam valorizadas [26], um lugar onde elas poderiam ser aceitas, e a Igreja ajudou essas mulheres a se sentirem “úteis”, muitas delas foram monitoras das Comunidades, ensinando aos seus irmãos de fé os evangelhos, mulheres presentes nas igrejas e nas Comunidades de Base. As mulheres escreviam cartas auxiliando os homens líderes das Comunidades Eclesiásticas de Base que eram iletrados ou quase iletrados, mas que se comunicavam com o Bispo e com as outra Comunidades através de cartas enviadas ao Boletim Informativo “Nós, Irmãos”. As mulheres que escreviam as cartas e também as liam para sua comunidade, para que fossem explicadas pelos homens líderes das CEB’s, por fim, começaram a escrever suas próprias cartas, assiná-las e enviá-las ao “Nós, Irmãos”. Elas compartilhavam suas tristezas, alegrias, festas, os conflitos com os fazendeiros e a sua satisfação por ser uma porta voz do Evangelho em sua comunidade. A semente de liderança plantada em muitas dessas mulheres que estavam nas Comunidades deu frutos, é importante ressaltar que muitos dos filhos dessas mulheres alcançaram o posto de liderança em vários outros movimentos, até mesmo na Igreja. REFERÊNCIAS [1] CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II. Decreto sobre os meios de comunicação social (InterMirifica). 3 ed. São Paulo: Paulinas, 2013. [2] CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II. Constituição Dogmática sobre a Igreja no mundo contemporâneo (Lumen Gentium). Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1998. [3] CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Pastoral Gaudium et Spes. In: Compêndio do Vaticano II: constituições, decretos, declarações. Petrópolis: Vozes, 2000. [4] KRISCHKE, Paulo José. A Igreja e as Crises Políticas no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1979. [5] BETTO, (Frei). O que é comunidade eclesial de base. São Paulo: Brasiliense, 1984. [6] Boletim “Nós irmãos”. Rio Branco, Acre, dezembro de 1971, ano I, nº I. [7] BASÍLIO, Sandra Teresa Cadiolli. A Luta pela Terra e a Igreja Católica no Vale do Acre e Purus (1970-1980). Recife: UFPE, 2001. Tese de Doutorado em História do Brasil – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, UFPE, Recife.
  • 8. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 [8] SOBRINHO, Pedro Vicente Costa. Comunicação Alternativa e Movimentos Sociais na Amazônia Ocidental. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2001. [9] DALE, R.. Igreja e Comunicação Social. São Paulo: Paulinas, 1972. [10] LIMA, Reginâmio B. Sobre Terras e Gentes: o terceiro eixo ocupacional de Rio Branco. João Pessoa: Ideia Editora, 2006. [11] CHARTIER, Roger: A historia cultural entre práticas e representações. Trad. Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. [12] CHARTIER, Roger. Práticas de leitura. Trad. Cristiane Nascimento. São Paulo: Estação Liberdade, 1996. [13] RICOEUR, P. A memória, a história, o esquecimento. São Paulo: Unicamp, 2008. [14] BOURDIEU. Pierre. Economia das trocas simbólicas. 6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2005. [15] PERTÍÑES, Dom Joaquín. Primordios de uma Diocese – Diocese de Rio Branco, 1986. Rio Branco, Acre, 2012. [16] COSTA SOBRINHO, Pedro Vicente. Meios Alternativos de Comunicação e Movimentos Sociais na Amazônia Ocidental (Acre: 1971-1981). São Paulo: ECA-USP, 2000. Tese de Doutorado. [17] CANCIAN, Renato. Igreja Católica e ditadura militar no Brasil. São Paulo: Claridade, 2011. [18] ESTÊVÃO, António Miguel. A Evangelização através dos media à luz da Communio et progressio: fundamentação bíblico-teológica e implicações pastorais. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa, 2016. [19] AARÃO REIS FILHO, Daniel. Vozes silenciadas em tempos de ditadura: Brasil, anos 1960. In: CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. (Org.) Minorias silenciadas. São Paulo: Edusp, 2002. [20] CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Minorias Silenciadas. São Paulo: Edusp, 2002. [21] FERREIRA, E. F. X. Mulheres militância e memória. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1996. [22] BOMBONATO, V. I.. Evangelizar é comunicar: fundamentação bíblico- teológica da pastoral da comunicação. São Paulo: Paulinas, 2009. [23] CNBB. Orientações pastorais sobre a renovação carismática católica. São Paulo: Paulinas, 1994.
  • 9. SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 643-651, 2019 ISSN: 2446-4821 Enviado em: 18/01/2019 - Aprovado em: 13/07/2019 [24] DUARTE, Élio Garcia. Conflitos pela Terra no Acre. Rio Branco: Casa da Amazônia, 1987. [25] LIMA, Reginâmio Bonifácio de. Memórias de velhos: sobre terras e gentes. Rio Branco: Boni, 2008. [26] PESSINATTI, Nivaldo Luiz. Políticas de comunicação da Igreja Católica no Brasil. São Paulo/Petrópolis: Vozes, 1998.