Tema do 27º Domingo do Tempo Comum - Ano A
A liturgia do 27º Domingo do Tempo Comum utiliza a imagem da "vinha de Deus" para falar desse Povo que aceita o desafio do amor de Deus e que se coloca ao serviço de Deus. Desse Povo, Deus exige frutos de amor, de paz, de justiça, de bondade e de misericórdia.
Na primeira leitura, o profeta Isaías dá conta do amor e da solicitude de Deus pela sua "vinha". Esse amor e essa solicitude não podem, no entanto, ter como contrapartida frutos de egoísmo e de injustiça... O Povo de Jahwéh tem de deixar-se transformar pelo amor sempre fiel de Deus e produzir os frutos bons que Deus aprecia - a justiça, o direito, o respeito pelos mandamentos, a fidelidade à Aliança.
No Evangelho, Jesus retoma a imagem da "vinha". Critica fortemente os líderes judaicos que se apropriaram em benefício próprio da "vinha de Deus" e que se recusaram sempre a oferecer a Deus os frutos que Lhe eram devidos. Jesus anuncia que a "vinha" vai ser-lhes retirada e vai ser confiada a trabalhadores que produzam e que entreguem a Deus os frutos que Ele espera.
Na segunda leitura, Paulo exorta os cristãos da cidade grega de Filipos - e todos os que fazem parte da "vinha de Deus" - a viverem na alegria e na serenidade, respeitando o que é verdadeiro, nobre, justo e digno. São esses os frutos que Deus espera da sua "vinha".
2. A Liturgia continua a imagem da VINHA,
que representa Israel, o povo eleito,
precursor da Igreja, o novo Povo de Deus,
que deve produzir frutos para Deus.
3. Na 1ª Leitura, Isaías,
com o "Cântico da Vinha",
narra a História do amor
de Deus e a infidelidade
do seu Povo. (Is 5,1-7)
É um lindo poema
composto pelo profeta,
talvez a partir de uma
canção de vindima.
Através do profeta (o trovador),
Deus (o Amigo) julga seu povo
(a vinha), descrevendo o amor
de Deus e a resposta do Povo.
- Um agricultor escolheu
o terreno mais adequado,
escolheu cepas da melhor
qualidade, tomou todos
os cuidados necessários.
4. - O sonho dele era a colheita dos FRUTOS do seu trabalho...
- Mas a decepção foi grande: só deu uvas azedas...
"Que mais poderia eu ter feito por minha vinha e não fiz?"
- Reação: Seu amor se transforma em ódio:
derruba o muro de proteção, permite que os transeuntes
a pisem livremente e que o inço tome conta...
5. * Os Frutos,
que o Senhor
esperava, eram
"o direito e a justiça",
respeito
pelos Mandamentos
e fidelidade à Aliança.
Ao invés, viu
"sangue derramado"
e "gritos de horror":
infidelidade, injustiça,
corrupção, violência...
Muitas manifestações
religiosas,
sem verdadeira
adesão a Deus.
6. Veio o castigo de Deus:
a invasão dos assírios e dos babilônios,
que destruíram a vinha:
deportaram os israelitas como escravos.
* Hoje há ainda "sangue derramado" e Gritos de horror"?
7. Na 2ª Leitura,
Paulo fala dos frutos
que Deus espera
da sua "Vinha". (Fl 4,6-9)
Lembra aos filipenses
algumas obrigações
que resultam
do seu compromisso
com Cristo e
com o Evangelho.
Seis “qualidades”
eles devem cultivar
com alegria:
a verdade, a justiça,
a honradez, a amabilidade,
a tolerância, a integridade…
9. - Um Senhor planta uma vinha com todo o cuidado e tecnologia
necessária e a confia a uns vinhateiros, conhecedores da profissão.
- Chega o tempo da vindima, manda buscar a colheita e vem
a surpresa. Não entregam os frutos e maltratam os enviados...
Não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo.
10. - A "Vinha" não será destruída,
mas os trabalhadores serão
substituídos...
* A parábola é uma releitura
da História da Salvação:
ilustra a recusa de ISRAEL
ao projeto de salvação de Deus.
- A Vinha é o Povo de Deus.
- O Dono é Deus,
que manifestou muito amor
pela sua vinha.
- Os vinhateiros
são os líderes do povo judeu...
- Os enviados
são os profetas...
o próprio Cristo "morto".
11. - Resultado: A "vinha" será retirada e confiada
a outros trabalhadores, que ofereçam ao "Senhor"
os frutos devidos e acolham o "Filho" enviado.
- Reação do Povo: tentam prender Jesus,
pois percebem que a Parábola se refere a eles...
12. Quem são esses "outros", aos quais é entregue a Vinha?
Somos todos nós, membros do novo Povo de Deus,
que tem a missão de produzir seus frutos, para não frustrar
as esperanças do Senhor na hora da colheita.
13. - Que tipo de frutos está faltando?
Os homens do tempo de Isaías e também de Jesus eram muito
piedosos, zelosos nas práticas religiosas, no respeito do sábado...
- Isaías resume a queixa de Deus nas palavras do dono da vinha:
"Esperei deles justiça, e houve sangue derramado;
esperei retidão de conduta e o que ouço são os gritos
de socorro de gente que foi explorada e maltratada..."
* Será que isso acontecia só no passado? E Hoje?
14. Há grupos religiosos,
aparentemente vigorosos
(árvores cheias de folhas),
desprovidos de frutos
(sem compromisso com
a justiça, a paz, a fraternidade).
Não podemos reduzir tudo
a umas práticas religiosas.
- Quais são os frutos
que produzimos hoje
em nossas comunidades ?
Devemos testemunhar
gestos de amor, acolhimento,
compreensão, misericórdia,
partilha, serviço,
a realidade do Reino,
que Jesus veio propor.
15. + Os guardas da vinha quiseram até se transformar em "Donos"...
* Esse perigo não pode estar presente ainda hoje?
O que pensar dos responsáveis pelas nossas comunidades,
que impõem em nome de Deus o que se passa na própria cabeça,
não dão ouvidos a ninguém e não se preocupam em saber
qual é a vontade do único e legítimo senhor da Vinha?
Não somos "donos", mas apenas administradores...
16. Uma Verdade consoladora,
mas também um Alerta:
Diante do fracasso com alguns...
Deus não desiste...
Mas Ele recomeça com outros...
- Será que Deus está satisfeito
dos frutos que produzimos?
Deus nunca desiste
de sua obra
de amor e salvação
Pe. Antônio Geraldo Dalla
Costa CS
17. Meditada por:
Pe. Antônio Geraldo Dalla
Costa CS
MEU DOMINGO
Com a Palavra de Deus
http://www.buscandonovasaguas.com
Ilustração:
Nelso Geraldo
Ferronatto
Música: Ó Pai somos nós esta vinha
L e M: Fr Joel Postma
Solo: Roselene/Ir Custódia
CD: Liturgia VII - CNBB
Coral Palestrina