SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
SECA E ALTA TEMPERATURA NOS CAFEZAIS BRASILEIROS:
UM ESTUDO DE CASO E SUA AMPLITUDE NACIONAL
Alemar Braga Rena Brasil , Março/2014
I) PREÂMBULO
Dado a grave anomalia climática atual (Janeiro/Fevereiro/Março de 2014), que ocorre em quase a totalidade das
regiões produtores de café arábica no Brasil, é necessário esclarecer tanto seus efeitos na próxima colheita, que se
inicia em meados de abril, como também seus efeitos na safra 2015/16.
No meio acadêmico, já se considera este verão errático de 2014 como sendo a segunda maior anomalia climática na
produção cafeeira brasileira, somente suplantada pela geada negra, ocorrida em 1975.
Lembra-se a todos que, até dezembro de 2013, a cafeicultura brasileira de arábica, na sua maior parte, passava por
desinvestimentos, devido aos baixos preços do café, muito abaixo dos custos de produção, e estimulou a muitos
cafeicultores ao acentuado abandono, fortes podas e algumas erradicações de suas lavouras
II) INTRODUÇÃO:
Este estudo foi realizado numa área de 30 ha de café de sequeiro, localizada a 750 m de altitude na Zona da Mata
Mineira, micro-região de Viçosa.
Nos dois primeiros meses de 2014 choveu apenas 47 mm e a temperatura média foi 4° C acima da média histórica,
com frequentes dias de 34° C. No entanto, os cafeeiros de todos os talhões analisados estavam com excelente
enfolhamento e com a nutrição mineral absolutamente dentro da faixa tecnicamente indicada, em 15/01/2014,
exceto o N foliar (3,5%), que estava um pouco acima do tradicional (3,2%). Até 28/02/14 poucas plantas haviam
apresentado murcha temporária visível. Nos dias 01 e 02/03/14 choveu cerca de 140 mm.
As determinações foram realizadas nos dias 17 e 18/03. Cinco amostras de 50 frutos cada, aparentemente em final de
granação, foram colhidas aleatoriamente do terço médio superior dos cafeeiros de cada talhão, procurando-se evitar
as extremidades das ruas e frutos brocados.
Em mais de 90% dos frutos que apresentaram defeitos nas sementes, estes foram de médios a suaves, de acordo à
escala proposta por Furlan/Parreiras/Rena na Rede Social do Café
(http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=50871) do portal Peabirus, no dia 18/03/14. Frutos
denominados “coração negro” não chegaram a 0,1% e, em geral, somente uma semente/fruto foi afetada.
.
A área em foco foi dividida em 7 talhões levando em conta a exposição solar, a idade da planta, o adensamento, a
carga de frutos e podas.
A técnica da submersão em água não se aplicou a este trabalho, já que uma fração mínima dos frutos boiou.
Constatou-se que nos frutos submersos estava a fração mais expressiva de defeitos. Isto indica que, mesmo com
algum defeito, a deposição de amido nas sementes foi o suficiente para tornar os frutos mais densos que a água.
Obviamente, quando estes frutos amadurecerem, o volume dos mesmos aumentará, sua densidade diminuirá e eles
sairão junto aos frutos bóia no lavador. Como não se descasca o café bóia nesta propriedade, logicamente perder-se-á
até 50% de CD desta fração defeituosa.
Assim, a verificação dos defeitos foi realizada somente mediante o corte transversal dos frutos e sua análise visual.
III) RESULTADOS
Os resultados são apresentados a seguir :.
A. Talhões soalheiros:
1. Catuaí 44, 9 anos de idade, 6000 plantas/ha, produtividade esperada de 65 sacas/ha.
Frutos com defeitos = 30%.
2. Catuaí 44, 9 anos de idade, 6000 plantas/ha, produtividade esperada de 40 sacas/ha.
Frutos com defeitos = 26%.
3. Catuaí 86, 33 anos de idade, 3200 plantas/ha, produtividade esperada de 50 sacas/ha.
Frutos com defeitos = 24%.
4. Catuaí 86, 26 anos de idade, 3400 plantas/ha, produtividade esperada de 55 sacas/ha.
Frutos com defeitos = 30%.
5. Catuaí 44 , 26 anos de idade , 3400 plantas/ha, primeira produção após decote e
esqueletamento (18 meses), produtividade esperada de 50 sacas/ha.
Frutos com defeitos = 14%.
B. Talhões noruega:
6. Catuaí 44, 9 anos de idade, 6000 plantas/ha, primeira produção após decote e esqueletamento (18
meses) produtividade esperada de 60 sacas/ha. Frutos com defeitos = 19%.
7. Catuaí 44, 24 anos de idade, 6000 plantas/ha, primeira produção após decote/esqueletamento (18 meses)
produtividade esperada de 75 sacas/há Frutos com defeitos = 10%.
C. Plantas, ao acaso, plenamente expostas ao sol, com folhas sem brilho e ligeiramente amarelecidas,
mas com pouca escaldadura, localizadas nas extremidades das ruas.
Frutos com defeitos muito fortes = 69%.
D. Média geral de defeitos nos 30 ha, não considerando o valor do item C:
Aproximadamente . 22% +/- 2,2%.
IV) BREVE DISCUÇÃO
Os dados indicam que na área em estudo os danos não tiveram a dimensão e a extensão dos observados noutras
regiões produtoras de café do Brasil. São fortes, mas não representativos do que está se passando com a cafeicultura
nacional. As razões são difíceis de ser diagnosticadas, mas é provável que estejam relacionadas a um micro clima mais
ameno, solo mais fértil e rico em matéria orgânica, sistema radicular profundo ou, quem sabe, a algum detalhe
específico no manejo das lavouras. Mas não se deve esquecer que a propriedade está a 750 m de altitude e uma
latitude mais ao norte que as do Sul de Minas, o que deveria ter agravado a situação.
As perdas na colheita de 2014, na propriedade estudada, estão principalmente associadas ao pequeno tamanho dos
grãos (peneira baixa), estimada em 15% e às sementes mal formadas, 10% (considerando apenas a massa, não a
qualidade), totalizando 25%. Nesta altitude, a bebida é absolutamente dependente do descascamento dos frutos
cereja. A baixa produção de café CD (bebida mole, nota 82), provavelmente 20% a menos, portanto, representa outra
grande fonte de perdas, pois os frutos com o menor defeito inevitavelmente sairão junto aos frutos bóia durante a
lavagem.
Nas regiões mais afetadas do Brasil, com perdas bem acima de 25%, e que aparentemente representam a maioria, o
que comandou todo o processo foi a falta de água no solo (quase ausência de chuvas) e a radiação solar excessiva,
especialmente as radiações infravermelhas (temperatura) e ultravioletas, e o altíssimo déficit de pressão de vapor de
água da atmosfera. Esses efeitos foram mais intensos principalmente nas lavouras mal-nutridas, pelo desestímulo dos
preços, e nas lavouras mais jovens com boa carga, nas quais o sistema radicular era ainda pouco extenso.
O reservatório de água no solo esgotou-se rapidamente com a forte demanda evapo-transpiratória, sem o adequado
reabastecimento. Tanto as radiações eletromagnéticas quanto o estresse hídrico romperam todos os mecanismos
naturais de defesa do cafeeiro, principalmente aquele de alta carga de frutos, que não é uma espécie preparada
evolutivamente para adaptar-se a um meio-ambiente tão agressivo, pois é uma C3 de sub-bosque úmido de altitude.
Como consequência, ocorreu a paralisia quase total do sistema fotossintético, a única fonte de energia da planta,
exatamente no pico de demanda por água e carboidratos, ou seja, no momento do período da grande expansão e
granação dos frutos, e do crescimento vegetativo (nós produtivos), componente principal da safra 2015/2016.
Foi um festival de foto-inibições, fotodegradações, desequilíbrio do sistema hormonal, rupturas do sistema de
transporte de água e solutos orgânicos e minerais (xilema e floema), desidratações visíveis, queima de tecidos foliares
e de ramos mais jovens, e, o que normalmente temos resistência em aceitar, pois não é visual, extrema morte do
sistema radicular, um dos “lóbulos cerebrais” da planta.
Por outro lado, a ação mecânica da água, ou seja, sua capacidade de gerar turgescência dentro das células, tanto dos
ramos, das folhas ou dos frutos, deixou de existir. Com isto, em plena estação do crescimento mais ativo do cafeeiro,
ele simplesmente não aconteceu. Em consequência, os frutos não expandiram o suficiente o que resultará em perdas
imponderáveis em 2014, e os nós produtivos deixaram de ser formados.
Enfim, houve enfraquecimento geral da planta, em especial as raízes, que afetará drasticamente a safra futura, de
2015/2016. A colheita de café em 2015 já está, portanto, muito comprometida. E mais, se as floradas forem boas, em
setembro de 2014, e se o pegamento de frutos for razoável, qualquer sacudidela indesejável do meio-ambiente
poderá ser interpretada pelo cafeeiro, que acaba de sair da UTI, como um grande terremoto, prejudicando ainda mais
a colheita de 2015, e mandando sinais de alerta para a de 2016.
Considerando o déficit hoje instalado e a natural baixa da pluviosidade, típica do outono/inverno do sudeste
brasileiro, a recuperação do sistema radicular será precária, determinando maior intensidade de perdas na safra
2015/2016 mesmo que tudo ocorra bem a partir de setembro de 2014. O que na verdade acontecerá em 2016, só
Deus sabe.
V) CONCLUSÕES
Considerando todo o exposto, com pesquisas e visitas em várias lavouras de sequeiro nas principais regiões brasileiras
produtoras de café arábica, pode-se afirmar que para a colheita de 2014:
A) Nas melhores lavouras, com índices pluviais acima da média, de altitude elevada, portanto mais frescas, de
solos férteis e ricos em matéria orgânica, haverá perda de aproximadamente 15% da produção, devido à:
Menor granação (sementes menores)
Menor renda no café beneficiado
Maior incidência de grãos chochos e mal formados
B) Nas lavouras de altitudes elevadas e com solos argilosos férteis ricos em matéria orgânica, e que sofreram
apenas medianamente, porque os índices pluviais não foram tão baixos, haverá perda entre 20% e 30%,
dependendo de algumas variáveis:
Idade da lavoura (nova ou de 5 anos ou mais)
Carga pendente atual
Índice de granação
Índice de frutos mal-formados.
C) Nas lavouras de baixa altitude, baixos índices pluviais e solos arenosos, as perdas poderão variar de 30% a
50%, em função de:
Maior exposição aos raios solares
Maior déficit de pressão de vapor de água na atmosfera
Maior evapotranspiração
Maior estresse radicular
Muito menor granação
Grande incidência de frutos mal formados.
D) Nas lavouras jovens, com 4 anos ou menos, devido ao pequeno sistema radicular, dependendo dos índices
pluviais, e do teor de matéria orgânica do solo, as perdas podem ultrapassar os 50%, em decorrência de o
sistema radicular ser pouco desenvolvido e sofrer rápidos danos, ademais dos outros fatores já mencionados
no item C.
E) Foi também visitada uma propriedade de arábica, muito bem irrigada e com excelente estado nutricional,
situada a 500 m de altitude na região de Pirapora, norte de Minas. Em três pivôs centrais, cobrindo uma área
de mais de 200 ha e contendo talhões de várias idades e adensamentos de plantio, e produtividade média
acima de 70 sacas/ha, os defeitos nos frutos variaram de médios a grandes, e com mais de 3 L/pé de frutos
totalmente chochos no chão. As perdas totais ultrapassam facilmente os 30%.
Isto demonstra que não é só a falta de água que causa perdas significativas. O excesso de radiação, a
temperatura elevada e o déficit de pressão de vapor de água são, também, altamente nocivos.
Água: A fotossíntese requer um fornecimento constante de água.
A água atinge as folhas através das raízes e caules
Para aqueles que queiram se aprofundar sobre a fotossíntese do cafeeiro, recomendo os trabalhos acadêmicos
abaixo:
Crescimento vegetativo sazonal do cafeeiro e sua relação com foto período, frutificação, resistência estomática e
fotossíntese. http://www.scielo.br/pdf/pab/v41n3/29107.pdf
PERIODICIDADE DO CRESCIMENTO VEGETATIVO EM Coffea arabica L.: RELAÇÕES COM A FOTOSSÍNTESE EM CONDIÇÕES
DE CAMPO. http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/10820/115/155537_Art018f.pdf?sequence=1
E para finalizar, não havendo chuvas abundantes nos próximos 120 dias, necessárias para repor toda deficiência
hídrica atual do solo da maioria das regiões produtoras de café, qualquer abalo no meio-ambiente, principalmente se
houver boa florada em 2014 e boa pega de frutos, o sistema radicular, aquilo que não vemos, mas que “pensa” e
“toma decisões” bioquímico/fisiológicas pela planta inteira, pode sofrer danos irreparáveis no médio prazo,
sinalizando negativamente para a safra 2016/2017. Mas a verdade absoluta não está disponível ao ser humano.
Amém!
Fundação Procafé : Folha Técnica 223
http://fundacaoprocafe.com.br/sites/default/files/publicacoes/pdf/folhas/Folha%20223%20-%20Efeitos%20da%20seca%20para%202015.PDF
Fundação Procafé : Ilustração dos níveis de armazenamento de água no solo do balanço hídrico
ALEMAR BRAGA RENA, 72, é especialista em fisiologia e nutrição de plantas e cafeicultor na Zona Mata mineira desde
1980. É Agrônomo pela UFV - Universidade Federal de Viçosa, Mestre em Fisiologia Vegetal pela Universidade
Nacional de La Plata, Argentina e PhD em Biologia pela Universidade de Illinois, USA. Professor Titular aposentado da
UFV - Universidade Federal de Viçosa . Publicou inúmeros artigos técnico-científicos e capítulos de livros no Brasil e
exterior, entre eles o livro “Cultura do cafeeiro: Fatores que afetam a produtividade”, em 1986.
"Agradecimento: O autor agradece as importantes contribuições de Marco Antonio Jacob, especialmente nas ilustrações e
editoração."

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Manual combate broca-do-café na Região do Cerrado Mineiro
Manual combate broca-do-café na Região do Cerrado MineiroManual combate broca-do-café na Região do Cerrado Mineiro
Manual combate broca-do-café na Região do Cerrado MineiroRevista Cafeicultura
 
Couve platino a colheita
Couve platino a colheitaCouve platino a colheita
Couve platino a colheitarfoltran
 
Luiz Carlos Fazuoli - Cultivares de café arábica do IAC e tendências atuais...
Luiz Carlos Fazuoli  - Cultivares de café arábica do IAC  e tendências atuais...Luiz Carlos Fazuoli  - Cultivares de café arábica do IAC  e tendências atuais...
Luiz Carlos Fazuoli - Cultivares de café arábica do IAC e tendências atuais...Revista Cafeicultura
 
Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008
Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008
Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008Revista Cafeicultura
 
Shared by (Greenwood Management) Coconut report embrapa
Shared by (Greenwood Management) Coconut report embrapaShared by (Greenwood Management) Coconut report embrapa
Shared by (Greenwood Management) Coconut report embrapaGreenwood Management
 
Colecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveColecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveArmindo Rosa
 
4 42 cbpc perspectivas da produção(1)
4 42 cbpc perspectivas da produção(1)4 42 cbpc perspectivas da produção(1)
4 42 cbpc perspectivas da produção(1)Gabriela Rodrigues
 
Cultura da Mandioca
Cultura da MandiocaCultura da Mandioca
Cultura da MandiocaJoão Felix
 
Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...
Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...
Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...Revista Cafeicultura
 
Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...
Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...
Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...Revista Cafeicultura
 
Apostila de cana de açucar
Apostila  de cana de açucarApostila  de cana de açucar
Apostila de cana de açucarHeider Franco
 
Folha 338 floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...
Folha 338   floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...Folha 338   floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...
Folha 338 floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...Gabriela Rodrigues
 

Mais procurados (19)

Manual combate broca-do-café na Região do Cerrado Mineiro
Manual combate broca-do-café na Região do Cerrado MineiroManual combate broca-do-café na Região do Cerrado Mineiro
Manual combate broca-do-café na Região do Cerrado Mineiro
 
Couve platino a colheita
Couve platino a colheitaCouve platino a colheita
Couve platino a colheita
 
Cana de açúcar!
Cana de açúcar!Cana de açúcar!
Cana de açúcar!
 
Embrapa melancia
Embrapa melanciaEmbrapa melancia
Embrapa melancia
 
Luiz Carlos Fazuoli - Cultivares de café arábica do IAC e tendências atuais...
Luiz Carlos Fazuoli  - Cultivares de café arábica do IAC  e tendências atuais...Luiz Carlos Fazuoli  - Cultivares de café arábica do IAC  e tendências atuais...
Luiz Carlos Fazuoli - Cultivares de café arábica do IAC e tendências atuais...
 
Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008
Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008
Luiz Carlos Fazuoli 9º Agrocafé 2008
 
Clipping cnc 24072014 versao de impressao
Clipping cnc 24072014   versao de impressaoClipping cnc 24072014   versao de impressao
Clipping cnc 24072014 versao de impressao
 
Shared by (Greenwood Management) Coconut report embrapa
Shared by (Greenwood Management) Coconut report embrapaShared by (Greenwood Management) Coconut report embrapa
Shared by (Greenwood Management) Coconut report embrapa
 
Colecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveColecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do Algarve
 
4 42 cbpc perspectivas da produção(1)
4 42 cbpc perspectivas da produção(1)4 42 cbpc perspectivas da produção(1)
4 42 cbpc perspectivas da produção(1)
 
Cultura da Mandioca
Cultura da MandiocaCultura da Mandioca
Cultura da Mandioca
 
Clipping cnc 19072016 versão de impressão
Clipping cnc 19072016   versão de impressãoClipping cnc 19072016   versão de impressão
Clipping cnc 19072016 versão de impressão
 
Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...
Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...
Critérios técnicos visando a escolha de variedades de café arábica para um pl...
 
Manejo uva_fina
Manejo  uva_finaManejo  uva_fina
Manejo uva_fina
 
Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...
Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...
Gustavo Hiroshi Sera - Seleção de progênies de café arábica com resistência à...
 
Acerola 09
Acerola 09Acerola 09
Acerola 09
 
Apostila de cana de açucar
Apostila  de cana de açucarApostila  de cana de açucar
Apostila de cana de açucar
 
Folha 338 floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...
Folha 338   floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...Folha 338   floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...
Folha 338 floração mais uniforme de cafeeiros conillon, em relação a outros...
 
Clipping cnc 27022014 versão de impressão
Clipping cnc 27022014   versão de impressãoClipping cnc 27022014   versão de impressão
Clipping cnc 27022014 versão de impressão
 

Semelhante a Seca e alta temperatura nos cafezais brasileiros a b rena

Folha 334 desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...
Folha 334   desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...Folha 334   desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...
Folha 334 desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...Gabriela Rodrigues
 
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016Rikardy Tooge
 
Boletim cafe dezembro_2010
Boletim cafe dezembro_2010Boletim cafe dezembro_2010
Boletim cafe dezembro_2010nataliafernandes
 
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaRega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaArmindo Rosa
 
Folha 328 chuva e frio prejudicam lavouras de café
Folha 328   chuva e frio prejudicam lavouras de caféFolha 328   chuva e frio prejudicam lavouras de café
Folha 328 chuva e frio prejudicam lavouras de caféThiago Tavares
 
Levantamento procafé cnc - safra 2015
Levantamento  procafé   cnc - safra 2015Levantamento  procafé   cnc - safra 2015
Levantamento procafé cnc - safra 2015Luiz Valeriano
 
Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...
Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...
Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...Revista Cafeicultura
 
Cultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da cultura
Cultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da culturaCultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da cultura
Cultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da culturaRural Pecuária
 
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-20137ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013Fattore
 

Semelhante a Seca e alta temperatura nos cafezais brasileiros a b rena (20)

Folha 334 desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...
Folha 334   desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...Folha 334   desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...
Folha 334 desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa pr...
 
Clipping cnc 02072015 versão de impressão
Clipping cnc 02072015   versão de impressãoClipping cnc 02072015   versão de impressão
Clipping cnc 02072015 versão de impressão
 
aula cafe.pptx
aula cafe.pptxaula cafe.pptx
aula cafe.pptx
 
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
 
Clipping cnc 07082014 versao de impressao
Clipping cnc 07082014   versao de impressaoClipping cnc 07082014   versao de impressao
Clipping cnc 07082014 versao de impressao
 
Boletim cafe dezembro_2010
Boletim cafe dezembro_2010Boletim cafe dezembro_2010
Boletim cafe dezembro_2010
 
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaRega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
 
Clipping cnc 07042014 versao de impressao
Clipping cnc 07042014   versao de impressaoClipping cnc 07042014   versao de impressao
Clipping cnc 07042014 versao de impressao
 
Folha 328 chuva e frio prejudicam lavouras de café
Folha 328   chuva e frio prejudicam lavouras de caféFolha 328   chuva e frio prejudicam lavouras de café
Folha 328 chuva e frio prejudicam lavouras de café
 
Clipping cnc 09042015 versão de impressão
Clipping cnc 09042015   versão de impressãoClipping cnc 09042015   versão de impressão
Clipping cnc 09042015 versão de impressão
 
Levantamento procafé cnc - safra 2015
Levantamento  procafé   cnc - safra 2015Levantamento  procafé   cnc - safra 2015
Levantamento procafé cnc - safra 2015
 
Clipping cnc 10102014 versao de impressao
Clipping cnc 10102014   versao de impressaoClipping cnc 10102014   versao de impressao
Clipping cnc 10102014 versao de impressao
 
Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...
Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...
Palestra CAFEICULTOR: SAIBA COMO CONVIVER COM A BROCA-DO-CAFÉ SEM O INSETICID...
 
Clipping cnc 13032015 versão de impressão
Clipping cnc 13032015   versão de impressãoClipping cnc 13032015   versão de impressão
Clipping cnc 13032015 versão de impressão
 
Clipping cnc 20022014 versão de impressão
Clipping cnc 20022014   versão de impressãoClipping cnc 20022014   versão de impressão
Clipping cnc 20022014 versão de impressão
 
Estimativa de aumento de produtividade com o uso de irrigação.
Estimativa de aumento de produtividade com o uso de irrigação. Estimativa de aumento de produtividade com o uso de irrigação.
Estimativa de aumento de produtividade com o uso de irrigação.
 
Cultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da cultura
Cultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da culturaCultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da cultura
Cultivo do maracujá: Aspectos a serem observados antes da implantação da cultura
 
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-20137ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
 
Clipping cnc 19022014 versão de impressão
Clipping cnc 19022014   versão de impressãoClipping cnc 19022014   versão de impressão
Clipping cnc 19022014 versão de impressão
 
Uso sustentável do Umbuzeiro
Uso sustentável do UmbuzeiroUso sustentável do Umbuzeiro
Uso sustentável do Umbuzeiro
 

Mais de Sergio Pereira

ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018
ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018
ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018Sergio Pereira
 
17 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_2017
17 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_201717 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_2017
17 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_2017Sergio Pereira
 
Governo deve liberar importação de café.pdf
Governo deve liberar importação de café.pdfGoverno deve liberar importação de café.pdf
Governo deve liberar importação de café.pdfSergio Pereira
 
Carta francisco sérgio de assis importação_de_café
Carta francisco sérgio de assis importação_de_caféCarta francisco sérgio de assis importação_de_café
Carta francisco sérgio de assis importação_de_caféSergio Pereira
 
Agenda e ficha concurso 2016
Agenda  e ficha   concurso 2016Agenda  e ficha   concurso 2016
Agenda e ficha concurso 2016Sergio Pereira
 
ABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDEABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDESergio Pereira
 
ABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDEABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDESergio Pereira
 
Carta de congratulações a rede social do café pelo 10 anos - 29.6.16
Carta de congratulações a rede social do café   pelo 10 anos - 29.6.16Carta de congratulações a rede social do café   pelo 10 anos - 29.6.16
Carta de congratulações a rede social do café pelo 10 anos - 29.6.16Sergio Pereira
 
Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)
Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)
Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)Sergio Pereira
 
16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)
16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)
16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)Sergio Pereira
 
Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)
Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)
Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)Sergio Pereira
 
O Levante da catação
O Levante da cataçãoO Levante da catação
O Levante da cataçãoSergio Pereira
 
15 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_2
15 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_215 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_2
15 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_2Sergio Pereira
 
Brasil poderá importar café arábica Peruano
 Brasil poderá importar café arábica Peruano Brasil poderá importar café arábica Peruano
Brasil poderá importar café arábica PeruanoSergio Pereira
 
Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014
Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014
Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014Sergio Pereira
 
Vencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minas
Vencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minasVencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minas
Vencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minasSergio Pereira
 

Mais de Sergio Pereira (20)

ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018
ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018
ESTIMATIVA CAFÉ - CONAB Janeiro de 2018
 
17 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_2017
17 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_201717 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_2017
17 05 18_08_53_57_boletim_cafe_-_maio_2017
 
Governo deve liberar importação de café.pdf
Governo deve liberar importação de café.pdfGoverno deve liberar importação de café.pdf
Governo deve liberar importação de café.pdf
 
Carta francisco sérgio de assis importação_de_café
Carta francisco sérgio de assis importação_de_caféCarta francisco sérgio de assis importação_de_café
Carta francisco sérgio de assis importação_de_café
 
Conilon estressado
Conilon estressadoConilon estressado
Conilon estressado
 
Agenda e ficha concurso 2016
Agenda  e ficha   concurso 2016Agenda  e ficha   concurso 2016
Agenda e ficha concurso 2016
 
ABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDEABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDE
 
CNC - 10 anos da REDE
CNC - 10 anos da REDECNC - 10 anos da REDE
CNC - 10 anos da REDE
 
ABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDEABIC - 10 anos da REDE
ABIC - 10 anos da REDE
 
Carta de congratulações a rede social do café pelo 10 anos - 29.6.16
Carta de congratulações a rede social do café   pelo 10 anos - 29.6.16Carta de congratulações a rede social do café   pelo 10 anos - 29.6.16
Carta de congratulações a rede social do café pelo 10 anos - 29.6.16
 
Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)
Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)
Estoque privado 30 06 16 atualizado em 23 05 16 (2)
 
16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)
16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)
16 05 24_08_59_49_boletim_cafe_-_maio_2016 (1)
 
Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)
Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)
Brasilia 11-de-maio-de-2016 (1)
 
Job post agrônomo
Job post   agrônomoJob post   agrônomo
Job post agrônomo
 
O Levante da catação
O Levante da cataçãoO Levante da catação
O Levante da catação
 
Conab 2001
Conab 2001Conab 2001
Conab 2001
 
15 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_2
15 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_215 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_2
15 12 17_09_02_47_boletim_cafe_dezembro_2015_2
 
Brasil poderá importar café arábica Peruano
 Brasil poderá importar café arábica Peruano Brasil poderá importar café arábica Peruano
Brasil poderá importar café arábica Peruano
 
Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014
Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014
Coffee semi annual sao paulo ato-brazil_11-14-2014
 
Vencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minas
Vencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minasVencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minas
Vencedores do 1o concurso qualidade de café mantiqueira de minas
 

Último

A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Vitor Mineiro
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...EvandroAlvesAlves1
 
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1Michycau1
 

Último (20)

A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
Descreve o conceito de função, objetos, imagens, domínio e contradomínio.
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...
 
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
tabela desenhos projetivos REVISADA.pdf1
 

Seca e alta temperatura nos cafezais brasileiros a b rena

  • 1. SECA E ALTA TEMPERATURA NOS CAFEZAIS BRASILEIROS: UM ESTUDO DE CASO E SUA AMPLITUDE NACIONAL Alemar Braga Rena Brasil , Março/2014 I) PREÂMBULO Dado a grave anomalia climática atual (Janeiro/Fevereiro/Março de 2014), que ocorre em quase a totalidade das regiões produtores de café arábica no Brasil, é necessário esclarecer tanto seus efeitos na próxima colheita, que se inicia em meados de abril, como também seus efeitos na safra 2015/16. No meio acadêmico, já se considera este verão errático de 2014 como sendo a segunda maior anomalia climática na produção cafeeira brasileira, somente suplantada pela geada negra, ocorrida em 1975. Lembra-se a todos que, até dezembro de 2013, a cafeicultura brasileira de arábica, na sua maior parte, passava por desinvestimentos, devido aos baixos preços do café, muito abaixo dos custos de produção, e estimulou a muitos cafeicultores ao acentuado abandono, fortes podas e algumas erradicações de suas lavouras
  • 2. II) INTRODUÇÃO: Este estudo foi realizado numa área de 30 ha de café de sequeiro, localizada a 750 m de altitude na Zona da Mata Mineira, micro-região de Viçosa. Nos dois primeiros meses de 2014 choveu apenas 47 mm e a temperatura média foi 4° C acima da média histórica, com frequentes dias de 34° C. No entanto, os cafeeiros de todos os talhões analisados estavam com excelente enfolhamento e com a nutrição mineral absolutamente dentro da faixa tecnicamente indicada, em 15/01/2014, exceto o N foliar (3,5%), que estava um pouco acima do tradicional (3,2%). Até 28/02/14 poucas plantas haviam apresentado murcha temporária visível. Nos dias 01 e 02/03/14 choveu cerca de 140 mm.
  • 3. As determinações foram realizadas nos dias 17 e 18/03. Cinco amostras de 50 frutos cada, aparentemente em final de granação, foram colhidas aleatoriamente do terço médio superior dos cafeeiros de cada talhão, procurando-se evitar as extremidades das ruas e frutos brocados. Em mais de 90% dos frutos que apresentaram defeitos nas sementes, estes foram de médios a suaves, de acordo à escala proposta por Furlan/Parreiras/Rena na Rede Social do Café (http://www.redepeabirus.com.br/redes/form/post?topico_id=50871) do portal Peabirus, no dia 18/03/14. Frutos denominados “coração negro” não chegaram a 0,1% e, em geral, somente uma semente/fruto foi afetada. . A área em foco foi dividida em 7 talhões levando em conta a exposição solar, a idade da planta, o adensamento, a carga de frutos e podas. A técnica da submersão em água não se aplicou a este trabalho, já que uma fração mínima dos frutos boiou. Constatou-se que nos frutos submersos estava a fração mais expressiva de defeitos. Isto indica que, mesmo com algum defeito, a deposição de amido nas sementes foi o suficiente para tornar os frutos mais densos que a água. Obviamente, quando estes frutos amadurecerem, o volume dos mesmos aumentará, sua densidade diminuirá e eles sairão junto aos frutos bóia no lavador. Como não se descasca o café bóia nesta propriedade, logicamente perder-se-á até 50% de CD desta fração defeituosa. Assim, a verificação dos defeitos foi realizada somente mediante o corte transversal dos frutos e sua análise visual. III) RESULTADOS Os resultados são apresentados a seguir :. A. Talhões soalheiros: 1. Catuaí 44, 9 anos de idade, 6000 plantas/ha, produtividade esperada de 65 sacas/ha. Frutos com defeitos = 30%.
  • 4. 2. Catuaí 44, 9 anos de idade, 6000 plantas/ha, produtividade esperada de 40 sacas/ha. Frutos com defeitos = 26%. 3. Catuaí 86, 33 anos de idade, 3200 plantas/ha, produtividade esperada de 50 sacas/ha. Frutos com defeitos = 24%. 4. Catuaí 86, 26 anos de idade, 3400 plantas/ha, produtividade esperada de 55 sacas/ha. Frutos com defeitos = 30%. 5. Catuaí 44 , 26 anos de idade , 3400 plantas/ha, primeira produção após decote e esqueletamento (18 meses), produtividade esperada de 50 sacas/ha. Frutos com defeitos = 14%. B. Talhões noruega: 6. Catuaí 44, 9 anos de idade, 6000 plantas/ha, primeira produção após decote e esqueletamento (18 meses) produtividade esperada de 60 sacas/ha. Frutos com defeitos = 19%. 7. Catuaí 44, 24 anos de idade, 6000 plantas/ha, primeira produção após decote/esqueletamento (18 meses) produtividade esperada de 75 sacas/há Frutos com defeitos = 10%. C. Plantas, ao acaso, plenamente expostas ao sol, com folhas sem brilho e ligeiramente amarelecidas, mas com pouca escaldadura, localizadas nas extremidades das ruas. Frutos com defeitos muito fortes = 69%. D. Média geral de defeitos nos 30 ha, não considerando o valor do item C: Aproximadamente . 22% +/- 2,2%. IV) BREVE DISCUÇÃO Os dados indicam que na área em estudo os danos não tiveram a dimensão e a extensão dos observados noutras regiões produtoras de café do Brasil. São fortes, mas não representativos do que está se passando com a cafeicultura nacional. As razões são difíceis de ser diagnosticadas, mas é provável que estejam relacionadas a um micro clima mais ameno, solo mais fértil e rico em matéria orgânica, sistema radicular profundo ou, quem sabe, a algum detalhe específico no manejo das lavouras. Mas não se deve esquecer que a propriedade está a 750 m de altitude e uma latitude mais ao norte que as do Sul de Minas, o que deveria ter agravado a situação. As perdas na colheita de 2014, na propriedade estudada, estão principalmente associadas ao pequeno tamanho dos grãos (peneira baixa), estimada em 15% e às sementes mal formadas, 10% (considerando apenas a massa, não a qualidade), totalizando 25%. Nesta altitude, a bebida é absolutamente dependente do descascamento dos frutos cereja. A baixa produção de café CD (bebida mole, nota 82), provavelmente 20% a menos, portanto, representa outra grande fonte de perdas, pois os frutos com o menor defeito inevitavelmente sairão junto aos frutos bóia durante a lavagem. Nas regiões mais afetadas do Brasil, com perdas bem acima de 25%, e que aparentemente representam a maioria, o que comandou todo o processo foi a falta de água no solo (quase ausência de chuvas) e a radiação solar excessiva, especialmente as radiações infravermelhas (temperatura) e ultravioletas, e o altíssimo déficit de pressão de vapor de água da atmosfera. Esses efeitos foram mais intensos principalmente nas lavouras mal-nutridas, pelo desestímulo dos preços, e nas lavouras mais jovens com boa carga, nas quais o sistema radicular era ainda pouco extenso.
  • 5. O reservatório de água no solo esgotou-se rapidamente com a forte demanda evapo-transpiratória, sem o adequado reabastecimento. Tanto as radiações eletromagnéticas quanto o estresse hídrico romperam todos os mecanismos naturais de defesa do cafeeiro, principalmente aquele de alta carga de frutos, que não é uma espécie preparada evolutivamente para adaptar-se a um meio-ambiente tão agressivo, pois é uma C3 de sub-bosque úmido de altitude. Como consequência, ocorreu a paralisia quase total do sistema fotossintético, a única fonte de energia da planta, exatamente no pico de demanda por água e carboidratos, ou seja, no momento do período da grande expansão e granação dos frutos, e do crescimento vegetativo (nós produtivos), componente principal da safra 2015/2016. Foi um festival de foto-inibições, fotodegradações, desequilíbrio do sistema hormonal, rupturas do sistema de transporte de água e solutos orgânicos e minerais (xilema e floema), desidratações visíveis, queima de tecidos foliares e de ramos mais jovens, e, o que normalmente temos resistência em aceitar, pois não é visual, extrema morte do sistema radicular, um dos “lóbulos cerebrais” da planta. Por outro lado, a ação mecânica da água, ou seja, sua capacidade de gerar turgescência dentro das células, tanto dos ramos, das folhas ou dos frutos, deixou de existir. Com isto, em plena estação do crescimento mais ativo do cafeeiro, ele simplesmente não aconteceu. Em consequência, os frutos não expandiram o suficiente o que resultará em perdas imponderáveis em 2014, e os nós produtivos deixaram de ser formados. Enfim, houve enfraquecimento geral da planta, em especial as raízes, que afetará drasticamente a safra futura, de 2015/2016. A colheita de café em 2015 já está, portanto, muito comprometida. E mais, se as floradas forem boas, em setembro de 2014, e se o pegamento de frutos for razoável, qualquer sacudidela indesejável do meio-ambiente poderá ser interpretada pelo cafeeiro, que acaba de sair da UTI, como um grande terremoto, prejudicando ainda mais a colheita de 2015, e mandando sinais de alerta para a de 2016. Considerando o déficit hoje instalado e a natural baixa da pluviosidade, típica do outono/inverno do sudeste brasileiro, a recuperação do sistema radicular será precária, determinando maior intensidade de perdas na safra 2015/2016 mesmo que tudo ocorra bem a partir de setembro de 2014. O que na verdade acontecerá em 2016, só Deus sabe. V) CONCLUSÕES Considerando todo o exposto, com pesquisas e visitas em várias lavouras de sequeiro nas principais regiões brasileiras produtoras de café arábica, pode-se afirmar que para a colheita de 2014: A) Nas melhores lavouras, com índices pluviais acima da média, de altitude elevada, portanto mais frescas, de solos férteis e ricos em matéria orgânica, haverá perda de aproximadamente 15% da produção, devido à: Menor granação (sementes menores) Menor renda no café beneficiado Maior incidência de grãos chochos e mal formados B) Nas lavouras de altitudes elevadas e com solos argilosos férteis ricos em matéria orgânica, e que sofreram apenas medianamente, porque os índices pluviais não foram tão baixos, haverá perda entre 20% e 30%, dependendo de algumas variáveis: Idade da lavoura (nova ou de 5 anos ou mais) Carga pendente atual Índice de granação Índice de frutos mal-formados. C) Nas lavouras de baixa altitude, baixos índices pluviais e solos arenosos, as perdas poderão variar de 30% a 50%, em função de: Maior exposição aos raios solares Maior déficit de pressão de vapor de água na atmosfera Maior evapotranspiração Maior estresse radicular Muito menor granação Grande incidência de frutos mal formados.
  • 6. D) Nas lavouras jovens, com 4 anos ou menos, devido ao pequeno sistema radicular, dependendo dos índices pluviais, e do teor de matéria orgânica do solo, as perdas podem ultrapassar os 50%, em decorrência de o sistema radicular ser pouco desenvolvido e sofrer rápidos danos, ademais dos outros fatores já mencionados no item C. E) Foi também visitada uma propriedade de arábica, muito bem irrigada e com excelente estado nutricional, situada a 500 m de altitude na região de Pirapora, norte de Minas. Em três pivôs centrais, cobrindo uma área de mais de 200 ha e contendo talhões de várias idades e adensamentos de plantio, e produtividade média acima de 70 sacas/ha, os defeitos nos frutos variaram de médios a grandes, e com mais de 3 L/pé de frutos totalmente chochos no chão. As perdas totais ultrapassam facilmente os 30%. Isto demonstra que não é só a falta de água que causa perdas significativas. O excesso de radiação, a temperatura elevada e o déficit de pressão de vapor de água são, também, altamente nocivos. Água: A fotossíntese requer um fornecimento constante de água. A água atinge as folhas através das raízes e caules
  • 7. Para aqueles que queiram se aprofundar sobre a fotossíntese do cafeeiro, recomendo os trabalhos acadêmicos abaixo: Crescimento vegetativo sazonal do cafeeiro e sua relação com foto período, frutificação, resistência estomática e fotossíntese. http://www.scielo.br/pdf/pab/v41n3/29107.pdf PERIODICIDADE DO CRESCIMENTO VEGETATIVO EM Coffea arabica L.: RELAÇÕES COM A FOTOSSÍNTESE EM CONDIÇÕES DE CAMPO. http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/10820/115/155537_Art018f.pdf?sequence=1 E para finalizar, não havendo chuvas abundantes nos próximos 120 dias, necessárias para repor toda deficiência hídrica atual do solo da maioria das regiões produtoras de café, qualquer abalo no meio-ambiente, principalmente se houver boa florada em 2014 e boa pega de frutos, o sistema radicular, aquilo que não vemos, mas que “pensa” e “toma decisões” bioquímico/fisiológicas pela planta inteira, pode sofrer danos irreparáveis no médio prazo, sinalizando negativamente para a safra 2016/2017. Mas a verdade absoluta não está disponível ao ser humano. Amém! Fundação Procafé : Folha Técnica 223 http://fundacaoprocafe.com.br/sites/default/files/publicacoes/pdf/folhas/Folha%20223%20-%20Efeitos%20da%20seca%20para%202015.PDF Fundação Procafé : Ilustração dos níveis de armazenamento de água no solo do balanço hídrico
  • 8. ALEMAR BRAGA RENA, 72, é especialista em fisiologia e nutrição de plantas e cafeicultor na Zona Mata mineira desde 1980. É Agrônomo pela UFV - Universidade Federal de Viçosa, Mestre em Fisiologia Vegetal pela Universidade Nacional de La Plata, Argentina e PhD em Biologia pela Universidade de Illinois, USA. Professor Titular aposentado da UFV - Universidade Federal de Viçosa . Publicou inúmeros artigos técnico-científicos e capítulos de livros no Brasil e exterior, entre eles o livro “Cultura do cafeeiro: Fatores que afetam a produtividade”, em 1986. "Agradecimento: O autor agradece as importantes contribuições de Marco Antonio Jacob, especialmente nas ilustrações e editoração."