Folha 334 desfolha acentuada e seca de ramos em cafeeiros sinaliza baixa produção de café em 2017
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DESFOLHA ACENTUADA E SECA DE RAMOS EM CAFEEIROS SINALIZA BAIXA
PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 2017
J.B. Matiello e J.E.P. Paiva e Marcelo Jordão Filho - Engs Agrs Fundação Procafé
Andando pelas principais regiões cafeeiras de arábica, no Sul de Minas, Alto Paranaiba e
Mogiana-SP, pode-se ver que, agora, no pós-colheita da safra de 2016, as lavouras, em sua grande
maioria, apresentam um quadro grave de desgaste nas plantas. Os cafeeiros se apresentam muito
desfolhados e com seca de ponteiros nos ramos laterais, produtivos.
Os ramos se desenvolveram pouco e, assim, não apresentam boas condições para suportar
a floração e a frutificação, que deve ocorrer com a retomada do período quente/chuvoso. Sem
folhas e com ramos secos, as lavouras terão baixo pegamento de florada, significando baixo
numero de frutos por roseta e poucos nós produtivos por ramo, e, em consequência, mostram que
terão baixa produtividade na próxima safra. Por isso, muitas áreas já vêm recebendo podas, de
esqueletamento, para a recuperação das plantas e nelas resultarão produções zeradas para a safra
seguinte.
Os meios de comunicação e o mercado, naturalmente, tem dado maior atenção ao efeito
das geadas, as quais, felizmente, foram de nível moderado. No entanto, a verdadeira perda de
produção nas lavouras, para a safra de 2017, vai ser por conta desse forte stress que os cafeeiros
sofreram.
A análise das causas, que levaram ao mau estado vegetativo atual, em grande parte das
lavouras, indica como fator principal a situação de safra alta, combinada com condições
climáticas desfavoráveis. Primeiro foram chuvas fortes, em final/inicio de ano. Depois seguiu um
período de stress hídrico em abril e logo um tempo frio e chuvoso no inverno. A condição, assim,
dificultou a nutrição, pela lavagem de adubos, depois as plantas tiveram uma maturação mais
cedo, uniforme e acelerada, o que concentrou exigências de reservas da planta e promoveu maior
produção de etileno, que ajudou na desfolha. As doenças, a ferrugem e outras ligadas ao período
frio/chuvoso, atacaram mais fortemente, e, por fim, o frio, apesar de em grande parte não ter
causado queima da folhagem das plantas, chegou a queimar ou bloquear o crescimento do último
par de folhas. Com isso, está provocando o superbrotamento, com a emissão de ramos
secundários, diferenciando gemas, normalmente de natureza floral, em gemas vegetativas.
Embora ainda não se possa ter um quadro definido sobre o potencial da próxima safra de
café, tudo indica, pela condição atual das lavouras, que os níveis, nas principais regiões
produtoras, ocorrerão em ciclo de baixa safra, com perdas significativas em relação à safra atual.
Fica, ainda, uma indicação de que muitas lavouras, pela sua idade, espaçamento
inadequado e esgotamento da ramagem, precisam ser analisadas, visando podas de recuperação e,
ainda, uma parte necessita de renovação, com novos plantio em substituição, com troca de
variedades, espaçamentos etc.
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Cafeeiros desfolhados e com forte seca de ponteiros de ramos são lugar comum nas lavouras, agora no pós-
colheita, nas principais regiões cafeeiras. Essa condição sinaliza redução significativa de produtividade para a
próxima safra.
Nos 3 conjuntos de fotos acima, tomadas de lavouras comerciais na região da Mogiana-SP, em Franca, pode-se ver a
condição dos cafeeiros antes (em maio/16, esquerda) e depois (julho/16, dir.) da condição de clima e da colheita.