Apresentação consórcios montes claros edicleusa e paulo logos
Jacqueline panorama cadeia recicláveis final
1. Cadeia produtiva dos
materiais recicláveis no Brasil:
um panorama
DSc. Engª Jacqueline Rutkowski
Instituto Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Sustentabilidade
2. Instituto Interdisciplinar de Estudos
e Pesquisas em Sustentabilidade
associação civil, sem fins lucrativos e
econômicos, de caráter científico-sócio-
educacional, cujo objetivo é desenvolver
Tecnologias Sociais de apoio à
sustentabilidade
3.
4.
5. Elo Suprimento:
Resíduos Sólidos Urbanos
• PNRS: um novo marco regulatório para o
Brasil
– Gestão integrada e sustentável dos RSU: 3 R´s –
redução, reutilização e reciclagem e consórcios
públicos e/ou público-privados;
– Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos e pelo seu descarte/
reaproveitamento: princípio produtor-pagador e
logística reversa;
– Inserção de catadores nos sistemas de coleta
seletiva e de suas redes na comercialização de
recicláveis .
6. Elo Suprimento :
Resíduos Sólidos Urbanos
– Coleta de RSU quase universal no Brasil:
97,8% dos domicílios (IBGE, 2010), mas 6,4
milhões de ton/ano não coletadas e 42%
com destino inadequado(ABRELPE, 2011);
– Geração crescente de RSU, maior que a taxa
de crescimento populacional;
– 32% RSU composto por recicláveis e 80%
destes são compostos por plástico (7,5 mil
ton/ano), papel, papelão e tetrapak (7,3 mil
ton/ano)(ABRELPE, 2011);
7.
8. Elo Suprimento :
Coleta Seletiva
• 58,6 % municípios (ABRELPE, 2012) ou 17%
(IBGE, 2010) declaram ter serviços de C S:
– Concentrada nas regiões Sudeste e Sul;
– Parcial: maioria atinge cerca de 10% dos
munícipes;
– Não estruturada como Programa: baseada em
Locais de Entrega Voluntária e/ou catadores:
• 653 municípios declaram operar a CS em conjunto
com catadores e 27% dos municípios declaram a
presença de catadores (IBGE,2010).
– cerca de 1200 cooperativas no Brasil, MG é o
Estado com maior número (197);
9. Elo Suprimento :
Coleta Seletiva
– 9 de 10 kg de material reciclável chegam às
empresas após passar por catadores que ampliam
de 3% para 12% RSU reciclado (Valor Econômico,
2010,p.28 e p.43);
– Atividade intensiva em trabalho, postos de
trabalho de baixo grau de especialização formal
mas qualificação tácita– importante papel social e
econômico;
– Decisão de produzir/ catar depende de valor de
mercado - mix de produção muito variável e do
mercado de mão de obra: mecanismo parcial e
imperfeito para assegurar níveis crescentes de
reciclagem.
10.
11. Elo:
Produção
• Crescimento consistente da reciclagem de materiais: 7,1
milhões de ton. em 2008;
– 375 mil pessoas ocupadas na reciclagem contra 150
mil em 1999 (IBGE, 2008);
• A ausência de programas de CS bem estruturados
reflete na dificuldade dos recicladores de conseguirem
matéria prima, em quantidade desejada. A indústria de
plástico opera com 30% de sua capacidade ociosa por
falta de matéria prima (ABID, Plastivida,2008)
Brasil: reciclagem de 98% das latas de alumínio
e 56% do volume do PET (EUA- reciclagem PET
25%)
12. Elo:
Produção
• Produtos não homogêneos e características de
qualidade (cor, grau de impurezas, compactação, etc.)
influenciam muito o preço.
• Valor agregado é muito pequeno, preço transporte
muito relevante.
• Atividade economicamente viável, mas:
– garantia de fornecimento contínuo de material reciclável;
– tecnologias apropriadas para os diferentes produtos e;
– valor de comercialização para os novos produtos que
compense os investimentos aplicados no processo.
13.
14. Elo:
Processamento
• Reciclagem de todo o material disponível
no RSU no Brasil geraria benefícios
(ambientais e econômicos)de cerca de R$
8 bilhões (IPEA, 2010)
– Principais ganhos nos plásticos e derivados
da celulose - maior abundância;
– Vidro: abundante, mas ganhos reduzidos por
tonelada reciclada e;
– Alumínio: pouco abundante no RSU porque
tem alto ganho por tonelada reciclada.
15. Elo:
Processamento
– Plástico:
• resina reciclada pode custar entre 20% e 25% menos
do que a resina virgem;
• predominância de micro e pequenas empresas que
fornecem para micro e pequenos transformadores,
que compram segundo determinadas especificações;
• raio de compra: até 100km
– Papel:
• médias e grandes empresas, indústria intensiva em
capital;
• maiores volumes de compras – maior importância do
“atravessador”
• raio de compra: até 200km
• Brasil tem o menor custo mundial de produção de
celulose (BNDES,2011)
16. Na fabricação de
ondulados de papel
cerca de 63,6% utiliza
aparas de ondulados
recicladas, destas
cerca de 50% é
oriunda das linhas de
produção industrial de
embalagens, restando
aproximadamente
13,6% de embalagens
pós-consumo.
As grandes fábricas de papel no Brasil concentram-se nos estados
de São Paulo, Paraná e Bahia. Registra-se, porém, que fábricas de
menor porte, notadamente as que utilizam fibras recicladas, estão
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espalhadas em todas as regiões do país
18. O setor Plástico é dominado pelas
pequenas empresas que empregam até 20
pessoas – 72,5% do parque produtivo;
pouco mais de 10% das empresas são
empresas de médio e grande porte
Empresas da indústria de
transformados de plásticos são, em
geral, 30% menores que as da
indústria de transformação em geral
Cerca de 20% dos plásticos produzidos no
Brasil são reciclados, percentual
relativamente elevado quando comparado
aos índices de outros países – na
reciclagem mecânica o Brasil é o 4º maior
reciclador.
18
19. Parte dos materiais plásticos reciclados
é oriunda da indústria – cerca de 40% e
os restantes 60% vêm de embalagens
e de objetos pós-consumo.
Maioria de mercados secundários:
baixa qualidade/ especificidade
técnica e pequeno valor de
matéria prima
A localização da indústria de
transformados de plástico associa-
se às regiões mais densamente
industrializadas/ mercado
consumidor e APLs (ligados a
moldes). Em MG metade dos
empregos desta indústria localiza-
se na RMBH
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20. RECUPERADOR T1 RECUPERADOR T2 REVALORIZADORES
CATADORES, SUCATEIROS,
AC, CENTROS FERROS-VELHOS, INDÚSTRIAS DE
E USINAS DE APARISTAS SEMI-
TRIAGEM INTERMEDIÁRIOS MANUFATURADO
S
- Triagem -Triagem
- Coleta -Classificação -Lavagem/desagre
-Triagem -Compactação gação
-Compactação -Comercialização -Moagem
-Comercialização -Transporte -Extrusão
-Transporte -Comercialização
PLÁSTICO
TRANSFORMADORES
PAPEL
INDÚSTRIAS
DE PRODUTOS - Processo de
MANUFATURA PLÁSTICO
produção
DOS (extrusão, injeção, PAPEL
sopro, etc.)
21. Mercado de recicláveis é atrelado a
commodities instáveis e há pouca competição
(mercado oligopsônico)
Muita informalidade e semi-informalidade –
preços muito variáveis
Dificuldade de diálogo entre economia formal e
social e solidária
22. Mercado segmentado e com diversos atores
com papéis e interesses diferenciados
Investimento público para estoques de materiais
e monitoramento de preços e produção:
regulação mercado, preço mínimo para
materiais recicláveis?
23. Reciclagem é primariamente um
problema de canais de distribuição,
maior custo da reciclagem de RSU é de coleta,
seleção e transporte.
Investimento em informação
e tecnologia: levar ao grande público o
conhecimento
sobre a reciclabilidade dos materiais, instruindo
sobre como proceder para o correto descarte das
embalagens
24. Desenvolver
tecnologias para produtos e materiais mais fáceis de
reciclar e com melhor qualidade:
design para reciclagem (ABIPET – parametros de
reciclagem para projetos de embalagem).
Disponibilização de serviços tecnológicos e outros
benefícios atrelados à volume de recicláveis
utilizados com matéria-prima
25. Programas públicos de promoção à reciclagem:
mecanismos para remunerar essas atividades de
maneira mais estável, buscando
alternativas que amenizem ou eliminem a
ciclicidade que predomina na atividade;
arcabouço legal(países OCDE) para percentual
mínimo de recicláveis nos produtos
26. Obrigada !!!
Jacqueline.rutkowski@gmail.com
Agradecimentos:
À FBB – Fundação Banco do Brasil pelo financiamento à pesquisa
Aos parceiros :
Núcleo Alternativas de Economia Solidária do DEP/UFMG
INSEA e MNCR